Para isso, profissionais renomados foram contratados com a missão de criar produtos tecnológicos e artísticos para o museu. Estão neste time os cineastas pernambucanos Paulo Caldas, Kleber Mendonça Filho e Camilo Cavalcante, o músico Siba, o xilogravurista J. Borges, e os artistas plásticos Derlon e Luiz Hermano, único cearense entre estes e cujo mandacaru de alumínio é montado hoje no local. A maior parte dos trabalhos está em processo de finalização e, até o fim deste mês, o centro cultural irá recebê-los.
Além de disponibilizar objetos pessoais de Luiz Gonzaga, como sanfonas e trajes, o universo sonoro do patrono do museu será trabalhado, por exemplo, no curta-metragem Lua, de Paulo Caldas, a partir das sonoridades sertanejas que inevitavelmente influenciaram o fazer musical do Rei do Baião. O caldeirão sonoro, composto por canto de pássaros, vento seco, aboio e passos arrastados de homens e animais, combinam-se às imagens filmadas no Vale do Catimbau, em Buíque, e no município sertanejo de Serrita.
"O filme é uma memória afetiva do Sertão gonzaguiano, em que seguimos seus personagens, seus sons, suas imagens e seus mistérios. Também mostramos a força e a pujança de Gonzaga no Sertão contemporâneo, após todas as mudanças que alteraram o Sertão arcaico", descreve Paulo Caldas. A proposta é, então, mostrar a combinação entre tradição e modernidade em um espaço onde cabe não só um elemento, mas vários. Não é apenas a geografia, espaço social ou econômico, mas a simbologia que tudo isso carrega.
O filme será exibido em um grande painel do primeiro módulo do museu, a ser inaugurado neste fim de ano. Todos os produtos audiovisuais pernambucanos serão vistos nesse grande espaço. Já o segundo, que consiste em um centro cultural com auditório e salas para oficinas, só será aberto em 2014.
Todos os filmes do Estado serão lançados em dezembro, como A feira, de Kleber Mendonça Filho, cuja pegada experimental capta a atmosfera das feiras nordestinas. Além dele, os 48 depoimentos gravados pelo cineasta Camilo Cavalcante, que contam a saga de nordestinos que migraram para outras regiões do Brasil.
Fonte: Bárbara Buril/Jornal do Commercio
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