PROFESSORA THEREZA OLDAM LANÇARÁ O LIVRO IGREJA DE SÃO JOÃO BATISTA DO ARARIPE EXU-PERNAMBUCO

A Igreja São João Batista do Araripe completa 150 anos. No dia 23 de junho, véspera de São João, a professora Thereza Oldam Alencar, lançará o seu segundo livro "Igreja de São João Batista do Araripe-Exu, Pernambuco-Sesquicentenário (1868-2018). O evento acontecerá às 21hs, ao final da nona noite do novenário, no Povoador do Araripe.

A professora e escritora Thereza Oldam de Alencar é pesquisadora dos episódios e sentimentos que nortearam a criação, o desenvolvimento e a consolidação do território exuense. Desde a época da colonização, quando a região ainda era habitada pelos índios da nação Cariri. Passando pela chegada de seu fundador Leonel de Alencar Rego, até os dias atuais.

A professora escreveu no ano de 1968, uma apresentação para o disco Luiz Gonzaga-São João do Araripe. Transcrevemos aqui o que a professora escreveu na época:

"O Povoado do Araripe, tantas vezes cantado pelo Rei do Baião, Luiz Gonzaga, é o desdobramento da Antiga Fazenda do Barão de Exu. Domina-o até os dias atuais, a Casa Grande. de estilo Colonial e a Capela de São João Batista. O Povoado do Araripe, está situado à margem esquerda do Rio Brígida, próximo da Fazenda Caiçara, berço de Barbara de Alencar.

Para os descendentes direto dos primeiros povoadores, o São João do Araripe é único. É o culto das suas melhores tradições. Anualmente, os festejos juninos são um pretexto para a confraternização, pois no calor da fogueira, comendo milho assado, discutem política, exaltam os seus herois, choram seus mortos e pedem aos céus a oportunidade de voltar sempre, sempre ao Araripe.

Ali, no Araripe aprenderam a venerar São João Batista, ouvindo vozez de Sinhazinha e Nora, ecoando o coro da Capela. Quem dos seus desconhece o Barão do Exu, Sinhô Aires, Neném de João Moreira, Santana de Januário, Dona de Seu Sete. Qual dos seus meninos não sentiu o irresistível desejo de puxar a corda do sino da igreja?

O Povoado do Araripe é um santuário de fraternidade do presente com o passado. Seu fundador deu-lhe a fidalguia e tradição e um seu filho deu-lhe a melodia do baião, este filho é Luiz Gonzaga.

Luiz Gonzaga nasceu no Araripe e ai sempre viveu! Ninguém melhor do que ele preservou as suas tradições e podemos afirmar que Luiz Gonzaga é a encarnação do Araripe, no amor que dedica á sua terra, na exaltação de sua gente. 

Ainda menino, Luiz Gonzaga, correu por aqueles patamares, gritando o bode ou tocando forró, crepitava em seu peito a ternura do Araripe, sem saber porque. Era a voz de um pássaro, os costumes do sertão, a beleza das coisas...e fugiu...fugiu porque seu coração não comportaria aquele grito da alma. Era a voz da terra. Era a arte. 

E a arte explodiu: surgiu o artista, o Rei do Baião, o filho de Januário e Santana, o cantor do Araripe. E hoje (1968), ocasião de seu Centenário, o Povoado do Araripe recebe comovido a homenagem de Luiz Gonzaga. É uma mensagem de arte e de amor: da arte que nasceu dele e não cabe nele, do amor que o torna maior fazendo os outros felizes.

O Araripe pede a Deus para seu filho a eternidade da arte que o persegue.

Fonte: Professora e escritora Thereza Oldam, Exu, Pernambuco, 20 de fevereiro de 1968
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DONA MARIA DOS PRAZERES, PARTEIRA, PLANO DIVINO, MULHER PATRIMÔNIO VIVO

Dona Maria dos Prazeres tem uma interpretação diferente para o que leu na Bíblia. “Deus fez a mulher de uma maneira tão especial, sabia? Primeiro, ele fez os pássaros, os rios, o mundo todinho, o homem e só depois disso tudo, ele fez a mulher. A mulher não foi feita diretamente do pó da terra, ela veio do osso e é por isso que ela é tão forte”, lembrou ela, religiosa que é, ao falar de um dos personagens principais do trabalho que lhe conferiu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco em 2017.

Parteira há mais de 60 anos com mais de 5 mil partos e nenhuma morte no currículo, Prazeres tem propriedade para falar da potência de um momento que pode ser a expressão máxima da fortaleza feminina, não só pelo esforço físico, mas também pelo que a maternidade representa. Como testemunha de situações diversas que a profissão lhe proporcionou, pode observar que o parto também é um ato de resistência e reafirmação da mulher que, ao dar à luz, assume um novo compromisso e resinifica a sua permanência no mundo.

“Já atendi partos em que a mãe não sabia o que fazer porque o pai não queria registrar o filho, em que não havia roupa para vestir o bebê, em que eu mesma paguei para a família comer algo”, descreve ela algumas das experiências que presenciou e também ajudou a solucionar extrapolando, várias vezes, os limites da sua função. A escolha por um ofício tão difícil, ela acredita ser consequência de um plano divino. “Para ser parteira é preciso ser corajosa, não andar com mentira e, o mais importante, tem que ser escolhida por Deus”, defende ela que, apesar da sua religião particular, tolera os diferentes tipos de credo e cultos durante os partos que atende.

A empatia para ajudar tantas mulheres em um momento determinante talvez seja fruto da sua própria origem tão desafiadora quanto a de tantas mães que atendeu. Filha de um breve relacionamento ‘proibido’, Dona Prazeres teve que ir embora de Natal, onde nasceu em 1937, com apenas 15 dias de vida, quando seu pai a trouxe para Jaboatão, onde foi criada pela parteira Dona Francisca. A medida foi necessária para que a mãe biológica não fosse castigada pela relação não oficializada com o visitante funcionário da rede ferroviária e assim, Maria dos Prazeres foi registrada como pernambucana. “Quando recebi o prêmio Bertha Lutz, em 2008, eu fui a única do Nordeste e até disseram: você está com 9 estados nas suas mãos. É muito, né? Mas eu gosto muito do Nordeste”, comenta ela, sobre a mistura.

Neta e filha de parteiras, Dona Francisca havia herdado a tradição do partejar que, desde a infância, intrigava Maria dos Prazeres. “Eu era muito curiosa, queria saber de tudo. Fui criada numa época de muita rigidez, quando eu perguntava a minha mãe o que ela fazia, ela dizia que menina não podia saber dessas coisas. Havia uma tradição antigamente que, quando o bebê nascia, queimava-se alfazema. Quando eu sentia o cheiro de alfazema, já ia para o quarto para ver o que era. Minha mãe não me dizia nada, mas eu ficava escutando tudo o que ela falava com as outras e prestando atenção”, diz ela.

Um dia, surgiu uma emergência na vizinhança e Dona Francisca não estava em casa. “Eu fui e fiz tudo do jeito que eu via minha mãe fazer e falar. Quando ela chegou em casa, quis saber onde eu estava. ‘Na casa de Dona Teté. Peguei a menina’, respondi. Ela achou uma loucura, mas viu que saiu tudo bem”, relembra ela, sobre o primeiro parto em 1958. Depois desse episódio, Dona Prazeres conquistou a confiança da mãe e passou a acompanhá-la nos demais partos. Não satisfeita com os conhecimentos de parteira tradicional, concluiu o curso de Enfermagem Obstetrícia, na Faculdade de Medicina, em 1971, e fez vários outros cursos relativos ao partejar, inclusive a faculdade de Farmácia, para aprimorar seus trabalho.

“Tenho um bisneto que nasceu na minha mão com 4kg e 54cm. Minha nora não levou ponto nenhum por conta do nascimento dele, porque eu aprendi na faculdade uma técnica para proteger o períneo. Antigamente, as parteiras tradicionais recomendavam as mulheres a passarem oito dias deitadas na cama após o parto. Na faculdade, aprendi que era importante para a circulação já algumas horas depois do parto normal a mulher caminhar”, lista ela, a necessidade de possuir o conhecimento científico para o exercício da função.

Embora defenda o parto humanizado, ela não insiste para que os bebês nasçam em domicílio, caso haja contraindicações ou mesmo se a mãe simplesmente achar melhor ir para o hospital. “A mulher deve fazer o que ela quiser. Ela é a protagonista do próprio parto. Se ela quiser parir de cócoras, de banda, na rede ou pendurada, é ela quem decide, eu a ajudo a fazer isso. Se quiser ir para o hospital e fazer uma cesárea, eu não me oponho também. O que posso fazer é dar algumas sugestões diante do que é possível”, explica ela, que diz já ter sido consultada por médicos que tentavam fazer partos humanizados e sempre terminavam na cesárea.

A proximidade com o meio veio com os anos de trabalho também em hospitais. Após formar-se em Enfermagem Obstetrícia, passou 24 anos trabalhando no Hospital da Beneficência Portuguesa. Como aposentada, ainda ganhou mais 10 anos de disponibilidade, quando trabalhou também no Hospital Português e na Maternidade da Encruzilhada. Somente em 2005, parou de trabalhar completamente nas maternidades. Mesmo enquanto era funcionária dessas instituições, nunca deixou de atender os partos em domicílio, sem nunca cobrar pelo serviço.

“Depois do primeiro parto, disparei. Fiz parto na minha casa, na dos outros, na rua, na maternidade, em ônibus. Me formei enfermeira obstetra, mas é como parteira que me sinto realizada e completa”, destaca ela, que deu à luz a três filhos. Dois nasceram em casa e um de parto normal na maternidade, somente porque a parteira amiga estava de plantão na ocasião.

“A parteira é uma heroína, ela faz simbiose, ela está em todas. Parteira é ser mãe, é ser amiga, é ser líder, é ser tudo. Às vezes, a gente vai atender um parto e a mulher está sozinha. Enquanto ela se contorce de dor, eu lavo os pratos, a roupa, arrumo e faço o comer. É mais do que ser parente, porque os parentes têm medo. A mulher confia na parteira, porque a gente para, olha e escuta. É a parteira quem fica ali de frente para receber o bebê. Depois de 9 meses no ventre, a primeira coisa que o bebê encontra é a parteira”, conclui ela, sobre o privilégio de vir ao mundo sem sofrimento, pelas mãos cuidadosas de uma mestra da nossa cultura tradicional.

Fonte: Camila Estephania-Fundarpe
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MAIORIA DE MORTES MATERNAS NO BRASIL OCORRE ENTRE MULHERES NEGRAS

Mais da metade (54,1%) das mortes maternas no Brasil ocorrem entre as mulheres negras de 15 a 29 anos. A população negra feminina também tem duas vezes mais chance de morrer por causas relacionadas à gravidez, ao parto e ao pós-parto do que as mulheres brancas. A informação foi destacada pela doutora em saúde pública, Fernanda Lopes, durante as discussões da 4ª Conferência Nacional da Promoção da Igualdade Racial (Conapir). O evento está sendo realizado em Brasília com a presença de especialistas, pesquisadores e ativistas da causa racial de vários estados para levantar propostas de enfrentamento ao racismo.

Com base em estatísticas do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS), a especialista, que também integra o grupo de racismo e saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), apresentou algumas variáveis que mostram a desigualdade racial no âmbito da saúde pública.

Apesar de o Brasil ter reduzido consideravelmente os números de mortalidade materna nos últimos anos, ainda não conseguiu atingir a meta estabelecida pela Organização das Nações Unidas de reduzir em 75% o índice de mortes até 2015. A cada 100 mil nascidos vivos, ainda morrem no país uma média de 60 mulheres em idade fértil.

A pesquisadora disse ainda que as mulheres negras recebem com menos frequência recursos para alívio para a dor durante o parto, como tomar água, andar, tomar banho, ganhar massagem ou mesmo ter a opção de ser anestesiada. Além disso, de acordo com o levantamento apresentado por Fernanda, as mulheres negras têm menos chance de ter um acompanhante durante o parto e na maternidade e estão mais sujeitas a ouvir expressões discriminatórias. Ela cita entre os dados coletados na pesquisa frases ouvidas pelas pacientes por agentes de saúde como "na hora de fazer não reclamou". 

“Isso é racismo institucional, é violência obstétrica e é violência de gênero. É um tipo de violência que só as mulheres vivem”, ressaltou Fernanda. A pesquisadora explicou que o racismo institucional na saúde se expressa pela desigualdade no atendimento dos profissionais da saúde à mulher negra e na negação a ela de acesso a proteção e direitos. Este tipo de discriminação também tem impacto na organização e no funcionamento dos serviços de saúde.

“A violência obstétrica começa no pré-natal. Então, quando a gente está falando lá na atenção básica que estas mulheres têm menos acesso à informação, isso é expressão de violência institucional. Se estas mulheres peregrinaram mais até conseguirem vaga no hospital, é expressão do racismo institucionalizado”, detalhou.

No atendimento pós-parto, os índices também apontam para uma desvantagem das mulheres negras, principalmente as mais jovens, em relação às brancas. “Em uma avaliação da estratégia da família e da Rede Cegonha se observou que eram as mulheres mais jovens e negras que recebiam com menos frequência a visita da equipe de saúde da família durante o período de puerpério”, completou.

Entre as propostas para enfrentar o problema, a pesquisadora sugere que o país melhore as pesquisas sobre percepções das pacientes sobre atitudes discriminatórias nos serviços de saúde.

No segundo dia da 4ª Conferência de Promoção da Igualdade Racial (Conapir), os conselheiros e delegados se dividiram em grupos temáticos para discutir diferentes propostas de combate à discriminação étnica e racial nas áreas de educação, violência, religião, entre outros. O conjunto final das propostas e resultados das discussões serão apresentados nesta quinta-feira (30), último dia da conferência.
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MENOS DE 7% DAS ÁREAS QUILOMBOLAS NO BRASIL DE 7% FORAM TITULADAS

Menos de 7% das terras reconhecidas como pertencentes a povos remanescentes de quilombos estão regularizadas no Brasil. Nos últimos 15 anos, 206 áreas quilombolas com cerca de 13 mil famílias foram tituladas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), órgão que executa a titulação das terras já identificadas e reconhecidas.

Desde 1988, o Estado já reconheceu oficialmente cerca de 3,2 mil comunidades quilombolas. Quase 80% delas foi identificada a partir de 2003, quando foi editado o Decreto 4887, que traz os procedimentos de identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por quilombolas.

Sem a certificação, os territórios que remontam ao período colonial e que serviram de refúgio para negros escravizados ficam inacessíveis para políticas públicas básicas e se tornam alvos de conflitos.

Para lideranças quilombolas, o decreto foi eficiente no reconhecimento das comunidades existentes no país e na garantia de que as famílias tenham acesso a direitos. Os ativistas lamentam, entretanto, que na etapa final de titulação os processos não avancem.

“Conceitualmente, o decreto proporcionou avanços. Na prática, o decreto é só um instrumento, ele depende da operação da máquina estatal para que realmente se torne efetivo. E aí a gente entende que o racismo institucional ainda impera”, avaliou Ronaldo dos Santos, da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Quilombolas (Conaq).

Em fevereiro deste ano, o Supremo Tribunal Federal confirmou a constitucionalidade do Decreto 4887, que baseia todo o processo de titulação dos territórios de comunidades quilombolas. A decisão do Supremo garante ainda que não é necessário estabelecer o marco temporal de 1988 para a concessão dos títulos para os quilombolas, como pleiteavam algumas entidades.

“Mesmo com essa vitória no STF, a gente ainda enfrenta ameaças constantes por parte de fazendeiros que, de certa forma, pelo fato de não terem ainda o repasse do valor [da desapropriação], dizem que essas terras são deles. Por mais que a gente já tenha em mãos a demarcação, ainda encontramos essa situação de várias comunidades no Brasil com processo aberto e que acabam sofrendo ameaças”, relata Valéria Porto, jovem quilombola da comunidade de Pau D’Arco – Parateca, situada na cidade de Malhada, interior da Bahia.

No território onde está o povo de Pau D’Arco-Parateca vivem cerca de 750 famílias distribuídas em oito comunidades. Estudos apontam que o quilombo foi iniciado na área ainda no século 17. A comunidade já foi reconhecida pela Fundação Palmares, mas ainda aguarda a titulação. “A questão maior é garantir o título e junto com ele acesso às políticas públicas que realmente garantem a sustentabilidade das famílias que ali estão”, destacou Valéria.

“Não existe povo sem território. Eu preciso do meu território, porque a certificação me dá reconhecimento enquanto quilombola. Sem a certificação eu não posso construir casas de quilombolas. Quando eu não tenho a propriedade desta terra, eu não posso desenvolver a minha cultura, minha agricultura, minha pecuária, a minha vocação econômica, porque pode chegar uma pessoa dizer que é o dono e eu perder minha lavoura, minha casa, então fica difícil fazer investimentos”, explicou o presidente da Fundação Cultural Palmares, Erivaldo Oliveira.
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SEMINÁRIO DISCUTIRÁ SISTEMA SUSTENTÁVEL DE ABELHAS, AGRICULTURA E SAÚDE HUMANA

De 17 a 19 de Setembro desse ano o Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna Caatinga) promoverá o I Workshop “Sistema Sustentável – Abelhas, Agricultura e Saúde Humana” no Complexo Multieventos da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) em Juazeiro-BA.

De acordo com a coordenação, o evento, em sua primeira edição, compreende uma discussão sobre a relação sustentável entre agricultura, abelhas e saúde humana na região do Vale do São Francisco. O workshop será um convite ao diálogo. A fim de compartilhar as diferentes visões e perspectivas, será organizado no formato de painéis de diálogo, de forma a abordar os temas específicos e relevantes para melhorar a convivência entre os três setores (produtivo, ecológico e da saúde) e buscar alternativas que beneficiem a produtividade, biodiversidade das abelhas e qualidade de vida.

As inscrições começam em 01 de junho e seguem até 31 de agosto. Para submissão de trabalhos o período é de 01 até 31de julho. O site do evento para inscrições e outras informações é WWW.even3.com.br/IWSS

O público alvo são profissionais, pesquisadores e acadêmicos das áreas de Ciências Biológicas, Engenharia Agronômica, Engenharia Agrícola, Engenharia Ambiental, Zootecnia, Ecologia, Ciências Sociais e Administração.
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COTAS FORAM REVOLUÇÃO SILENCIOSA NO BRASIL, AFIRMA ESPECIALISTA

A chance de ter um diploma de graduação aumentou quase quatro vezes para a população negra nas últimas décadas no Brasil. Depois de mais de 15 anos desde as primeiras experiências de ações afirmativas no ensino superior, o percentual de pretos e pardos que concluíram a graduação cresceu de 2,2%, em 2000, para 9,3% em 2017.

Apesar do crescimento, os negros ainda não alcançaram o índice de brancos diplomados. Entre a população branca, a proporção atual é de 22% de graduados, o que representa pouco mais do que o dobro dos brancos diplomados no ano 2000, quando o índice era de 9,3%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Censo do Ensino Superior elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) também evidencia o aumento do número de matrículas de estudantes negros em cursos de graduação. Em 2011, do total de 8 milhões de matrículas, 11% foram feitas por alunos pretos ou pardos. Em 2016, ano do último Censo, o percentual de negros matriculados subiu para 30%.

“A política de cotas foi a grande revolução silenciosa implementada no Brasil e que beneficia toda a sociedade. Em 17 anos, quadruplicou o ingresso de negros na universidade, país nenhum no mundo fez isso com o povo negro. Esse processo sinaliza que há mudanças reais para a comunidade negra”, comemorou frei David Santos, diretor da Educafro - organização que promove a inclusão de negros e pobres nas universidades por meio de bolsas de estudo.

O professor Nelson Inocêncio, que integra o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da Universidade de Brasília (UnB), pioneira na adoção das cotas raciais, também destaca o crescimento, mas pondera que é preciso pensar outras políticas para garantir uma aproximação real entre o nível de educação de negros e brancos.

"Eu sou esperançoso de que a política de cotas, mesmo com seus problemas, ao final consiga um êxito. Que a gente consiga tornar a presença negra um pouco mais significativa nesses espaços tão historicamente embranquecidos", disse Nelson Inocêncio.

“Antes de falar em igualdade racial, temos que pensar em equidade racial, que exige políticas diferenciadas. Se a política de cotas não for suficiente, ainda que diminua o abismo entre brancos e negros, a gente vai ter que ter outras políticas. Não é possível que esse país continue, depois de 130 anos de abolição da escravatura, com essa imensa lacuna entre negros e brancos”, destacou Inocêncio.
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AULAS DE DANÇA DE FORRÓ MOVIMENTA PETROLINA

Com o objetivo de difundir a dança de salão na região, o grupo 'Sertão Pé Quente' oferece aulas gratuitas de forró em Petrolina. Os encontros acontecem aos sábados, entre 14h30 e 16h30, em frente à biblioteca do campus centro da Univasf.

As aulas pretendem levar conhecimento sobre o corpo, música e estimular a socialização, entretenimento artístico e alegria. A iniciativa é aberta ao público.

Os interessados não precisam realizar inscrição prévia. Basta ter mais de 12 anos e comparecer às aulas com roupa leve e confortável para execução dos movimentos.
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PETROLINA RECEBE FEIRÃO DA CASA PRÓPRIA NESTE FINAL DE SEMANA

O sonho de ter a casa própria pode estar mais próximo para os petrolinenses. A Caixa Econômica Federal realiza o Feirão da Casa Própria neste fim de semana em Petrolina. A entrada para o evento é gratuita.

O gestor imobiliário, Aldizio Barbosa diz que essa é uma grande oportunidade da pessoa encontrar o imóvel, uma vez que existem unidades para todos os perfis.

O Feirão da Casa Própria contará com 95 parceiros. Serão 52 construtoras e 18 correspondentes imobiliários Caixa, além de 25 imobiliárias, que ocuparão os estandes do evento. 

Em Petrolina, o feirão será no Pavilhão de Exposições do Centro de Convenções Senador Nilo Coelho. Durante os três dias, o público visitante poderá adquirir os imóveis em exposição, passando por análise e aprovação de crédito para financiamento. Na sexta e no sábado, o atendimento será das 10h às 22h. No domingo, o evento acontece das 10h às 16h. 

De acordo com o superintendente regional da Caixa Econômica, Paulo Lira, o feirão deste ano contará com expositores superiores a edição do ano passado. Para ele, com o crescimento da oferta de casas e apartamentos, aumentam também as possibilidades de negócios. Com esta expectativa, o volume de vendas atingido em 2017 deve ser superado nesta edição.
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CANTOR E COMPOSITOR PETRUCIO AMORIM TEM HISTÓRIA DE VIDA E OBRA CONTADA EM LIVRO

Das mais de três décadas de carreira que Petrúcio Amorim acumula, em cerca de um terço do período ele participou de inúmeras conversas com sua biógrafa, Graça Rafael. O resultado dos vários e longos depoimentos será conhecido no livro Petrúcio Amorim - O Poeta do Forró. 

Previsto originalmente para 2015, quando Petrúcio completou 30 anos de palco, o livro acabou não sendo finalizado a tempo da efeméride. “Foram dez anos e dez meses de muito cuidado e muito zelo”, diz Graça Rafael, que se considera uma "forrozeira nata". Caruaruense como o biografado, ela aventou a ideia de escrever sobre o músico por sugestão da filha, Raffaela, em 2004. A princípio o artista não gostou tanto do projeto, por se achar jovem para ser biografado, mas depois abraçou a sugestão e passou a se reunir periodicamente com a escritora para os depoimentos.

Além do personagem principal da obra, a autora conversou com cerca de 50 pessoas, entre amigos, familiares e músicos, a exemplo de Cristina Amaral, Irah Caldeira, Jorge de Altinho e Novinho da Paraíba. O forrozeiro Santanna assina o prefácio.

"Ele contou toda a história, sem qualquer reserva", diz a autora, que diz ter se emocionado diversas vezes enquanto o músico recordava sua trajetória, desde a infância humilde.

 "Teve dias que a gente chorou junto", lembra, sem revelar em quais passagens isso ocorreu. Filho de um marceneiro e uma costureira, Petrúcio nasceu bastante debilitado, uma gestação conturbada e complicações decorrentes, provavelmente, da subnutrição da mãe, Dona Hermínia. O pai, Antônio, abandonou a família quando o garoto ainda era pequeno, agravando ainda mais a situação financeira no lar.

Aos 17 anos, saiu da modesta casa na Rua do Vassoural, no bairro do Alto do Vassoural, em Caruaru, e partiu para o Recife, para trabalhar como ajustador mecânico, ofício aprendido em curso profissionalizante do Senai, onde também chegou a integrar o time de futsal. Em 1980, deu os primeiros passos da carreira musical, quando conheceu Jorge de Altinho e apresentou algumas composições próprias, que seriam depois gravadas pelo forrozeiro, então um estreante. Cinco anos depois, Petrúcio Amorim lançaria o álbum inaugural, Doce pecado, que mesclava rock, xote, baião e afoxé.

Influenciado por músicos como Elba Ramalho, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Fagner e Zé Ramalho, Petrúcio Amorim teve melhor sorte como compositor, sobretudo a partir dos anos 1990, quando teve músicas gravadas por bandas como Mastruz com Leite, Cavalo de Pau e Limão com Mel. O sucesso na voz de outros artistas ajudou a engrenar a carreira de intérprete na metade daquela década.

"É quase como uma regra, todas as músicas dele contam uma história", diz a autora sobre o caráter autobiográfico das composições do forrozeiro, que ela considera com diferencial e razão para despertar emoção entre os ouvintes.


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NÃO É SÓ OS CAMINHONEIROS QUE ESTÃO SENDO PREJUDICADOS PELA ALTA DOS COMBUSTÍVEIS. ISTO ESTÁ PREJUDICANDO TODO MUNDO, DIZ PRESIDENTE ASSOCIAÇÃO

O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse hoje (24) que a mobilização dos caminhoneiros nas rodovias do país só será encerrada quando o presidente Michel Temer sancionar e publicar, no Diário Oficial da União, a decisão de zerar a alíquota do PIS-Cofins incidente sobre o diesel.

Para poder ser sancionada pelo presidente, a medida precisa, antes, ser aprovada pelo Senado. Fonseca disse que os bloqueios nas estradas estão ganhando força inclusive de grupos não ligados aos caminhoneiros.

“Não são só os caminhoneiros que estão sendo prejudicados pela alta dos combustíveis. Isso está prejudicando todo mundo, inclusive temos recebido mensagens via redes sociais para continuarmos mantendo o movimento. Há insatisfação da sociedade com o governo”, disse.

Segundo Fonseca, os caminhoneiros não estão proibindo a passagem de veículos que transportam itens essenciais como remédios nem cargas vivas, produtos perecíveis ou oxigênio para hospital. Ônibus com passageiros e ambulâncias também estão podendo passar pelos bloqueios.

O representante dos caminhoneiros voltou a criticar a política de preço da Petrobras. “A equiparação com o preço internacional [do petróleo] foi a pior medida que podia ser feita.”
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MESTRE ESPEDITO SELEIRO E ARTE DE TRABALHAR O COURO

"O cabra chegou para meu pai e disse que queria uma sandália diferente, de solado quadrado, sem marca da curva da sola do pé. Mostrou um modelo desenhado. Meu pai disse que fazia. Dias depois o cabra veio buscar a encomenda e perguntou a meu pai se ele sabia para quem era a sandália. 'Não é para você?', meu pai perguntou. 'Não, é para o Capitão Virgulino'. 'Pois leve a sandália e nem precisa pagar'".

É assim que Espedito Velozo de Carvalho, o Mestre Espedito Seleiro, de 80 anos, resume como surgiu a sandália mais famosa de tantas de seu ateliê em Nova Olinda, cidade do interior do Ceará, a 500 km de Fortaleza.

A sandália de solado quadrado era mesmo para o Capitão Virgulino Ferreira, o Lampião, chefe do bando de cangaceiros que impunha medo, respeito e fascínio no interior do Nordeste nos anos 1930.

O solado quadrado, sem indicar qual era a frente da sandália, tinha um propósito: despistar as volantes, como eram chamadas as equipes policiais que caçavam os cangaceiros pelo sertão. "O solado quadrado deixava uma pegada quadrada, de modo que a volante não conseguia saber para que lado Lampião tinha ido, se estava indo ou voltando", explica Espedito Seleiro.

O filho do criador da sandália de Lampião se transformou, nos últimos anos, em uma assinatura valorizada no mundo da moda, do cinema e do design. Espedito (assim mesmo, com S) Seleiro fez peças para marcas como Farm, Cavallera e Cantão.

Em 2006, participou da São Paulo Fashion Week. Sua obra foi tema da exposição "Da Sela à Passarela", que passou por São Paulo e Rio de Janeiro. É criação de Espedito Seleiro o gibão colorido de couro usado pelo personagem do ator Marcos Palmeira no filme O Homem que Desafiou o Diabo (2007).

Seleiro apareceu no programa da global Regina Casé, cliente de suas sandálias. Recebeu em 2011 a Ordem do Mérito, concedida pelo Ministério da Cultura a personalidades do setor. Seu trabalho cheio de referências do sertão, com couro colorido e enfeitado, atraiu os designers Humberto e Fernando Campana, que fizeram em 2015 uma parceria com Seleiro para uma linha de móveis intitulada Coleção Cangaço, juntando madeira, palhinha e couro, e os móveis são a novidade em seu trabalho.

"É bom variar, fazer coisas novas", filosofa o artesão.

Ainda menino, Espedito aprendeu com o pai, Raimundo Seleiro, que aprendeu com o pai dele, Gonçalves Seleiro, filho de Antônio Seleiro, a arte de tratar e transformar o couro de boi e de cabra em peças usadas pelos vaqueiros, como selas, cintos e chicotes.

Para vaqueiro, mesmo, ele nunca teve talento: no primeiro dia em que montou no cavalo para laçar um boi levou uma queda tão feia que desistiu da profissão.

Quando ele ainda era criança, sua família fugiu da seca e trocou o sertão dos Inhamuns, área mais árida do Ceará, pelo quase sempre verde Cariri, na região sul do Estado, divisa com Pernambuco. Aos 16 anos, em busca de uma vida melhor, Espedito foi embora para o Paraná. Ficou três anos, sempre trabalhando com couro, e voltou para o Cariri.

Um dia, cansado de tantas peças parecidas – sandálias de couro são uma tradição no interior do Ceará, vendidas em cada esquina e cada mercado popular –, viu que precisava inovar. Usando produtos naturais, como a tintura da casca do angico, árvore comum na região, tingiu o couro.

Fez sandálias vermelhas, azuis, amarelas e roxas, cheias de desenhos. Levou para um conhecido no mercado vender. No outro dia vieram pedir mais, e as sandálias coloridas abriram caminho para que ele se diferenciasse dos demais artesãos.

O criador das sandálias coloridas ganhou a admiração da então secretária de Cultura do Ceará Violeta Arraes – de uma família tradicional do Cariri e irmã de Miguel Arraes, cearense que fez carreira política em Pernambuco, Estado que governou três vezes.

O diretor de TV e cinema Guel Arraes, filho de Miguel Arraes, também se tornou cliente das sandálias de couro de Seleiro, e a fama do artesão foi se espalhando.

Um dia, o educador Alemberg Quindins, criador da Fundação Casa Grande, premiada organização de Nova Olinda que capacita crianças e jovens para as artes, pediu a Seleiro que fizesse uma sandália igual à de Lampião para uma exposição sobre o Cariri.

Seleiro tinha guardado os desenhos do pai e reproduziu a sandália "cobertão", de solado quadrado. "Mudei o nome para sandália Lampião. E quando me pediram um modelo para mulher, fiz a sandália Maria Bonita", explica o artesão.

O trabalho atraiu também a atenção da pesquisadora Heloisa Bueno Rodrigues, que fez de Seleiro personagem principal de sua dissertação de mestrado defendida em outubro de 2015 no Programa de Cultura e Territorialidades da UFF (Universidade Federal Fluminense) e intitulada Espedito Seleiro: filho dos Inhamuns, mestre do Cariri e artista do Brasil.

Num estudo sobre economia criativa e cultura, apresentado num seminário na Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, a pesquisadora analisa como Seleiro se diferenciou dos demais artesãos ao inovar dentro da tradição popular, mantendo sua identidade. Ao mesmo tempo, explica que o trabalho de Seleiro não é só produto de sua sensibilidade individual de artista, mas resultado de um conjunto de conhecimentos, histórias e tradições.

"O Ceará é muito marcado pelo que historiadores como Capistrano de Abreu chamam de civilização do couro, um ciclo econômico baseado na criação de gado. A obra de Espedito Seleiro traduz essas tradições dos vaqueiros, dos cangaceiros, dos ciganos, desses homens que se espalharam pelo interior do Nordeste. E ele conseguiu manter sua originalidade dentro dessa tradição, conseguiu se diferenciar", afirma a pesquisadora.

Assim como aprendeu o ofício em família, Seleiro ensina o que sabe aos filhos, netos e sobrinhos, e juntos eles mantêm a cooperativa Associação Familiar Espedito Seleiro, que reúne 22 profissionais.

Mestre Seleiro é um professor exigente, que acorda de madrugada, cobra qualidade em cada passo do trabalho e manda recomeçar tudo se achar algo errado. "Eu ensino, eles fazem, eu vejo se ficou bom. Se estiver boa, assino a sandália. Se estiver ruim, desmancho e mando fazer de novo".

Em sua oficina, entre aprendizes e cortes de couro, Seleiro recebe quem chega e tem sempre tempo para um dedo de prosa. Ao lado da oficina criou o Museu do Couro, que conta a história de sua obra e também a saga dos vaqueiros no sertão.

Seleiro sabe que é imitado por muitos, mas não liga. Às vezes pensa em registrar sua marca, às vezes não. De olho nas novidades, investe em capas para celulares e tablets e selas de moto.

Entre bolsas, mochilas, carteiras e sandálias, as peças trazem tons e desenhos inusitados. Lembram vestidos coloridos numa quadrilha, disputas de vaquejadas, cangaceiros em luta, leques ciganos, flores brotando – e todas as cores do sertão em dias de chuva depois dos meses de seca.

Fonte: Fernanda Escossia-BBC
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CASO BEATRIZ: LÚCIA MOTA LANÇA PRÉ-CANDIDATURA PELO PSOL E DIZ QUE NÃO VAI SE CALAR

A morte da menina Beatriz Mota, assassinada em Petrolina, no ano de 2015, durante festa no Colégio Auxiliadora, com mais de 42 facadas ganha a partir deste domingo (20), a luta partidária que terá como lema o pedido de justiça.

No ato político e cultural, Lúcia Mota, mãe de Beatriz, assassinada com 7 anos de idade, lançou pelo Psol-Partido do Socialismo e Liberdade, a pré-candidatura a deputada Estadual pelo estado de Pernambuco.

Diversas lideranças e movimentos sociais participaram do evento que foi marcado pela emoção e denúncias contra a falta de estrutura da segurança pública que assola Pernambuco. A direção do Psol de Juazeiro esteve presente no ato do lançamento das pré-candidaturas.

"A partir de agora sou uma opção de voz para pedir justiça por Beatriz e todos aqueles assinados e que são estatísticas no Estado de Pernambuco. Vamos lutar por Justiça", disse Lúcia Mota.

Lúcia também informou o próximo ato solicitando Justiça pela morte de Beatriz vai acontecer em Brasilia. O protesto vai acontecer na Procuradoria Geral da República.

Lúcia revelou que escolheu o Psol para concorrer as eleições 2018, devido a ficha limpa dos seus membros e legitimidade de 'ser cidadã que não se sente representada desde que o crime aconteceu e até agora assiste a inoperância dos políticos em defesa da segurança e justiça que até o momento se mostra omissa".

"Não vou me calar. Serei um incomôdo e pedirei justiça sempre em nome da causa que é de todos", justificou Lúcia.

No ato foi lançado a pré-candidatura das quatro mulheres, intituladas feministas que disputarão o Governo de Pernambuco e o senado nas eleições de outubro deste ano. A chapa do Psol é formada pela coligação com o PCB. A candidata ao Governo caberá a historiadora e advogada Danielle Portela.
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AREIA PARAIBA 172 ANOS

Areia viveu em mim, nos primeiros anos, como o mundo possível, o mundo visível. Era geografia e cosmografia, a terra e o céu. Até onde minha vista alcançava, eu pude, ainda criança, percorrer. Relevo acidentado, vidas acidentadas. Céu nublado, vidas nubladas. O verde, segundo aprendêramos, era a esperança.

Os poucos e pequenos rios, os muitos açudes, as cachoeiras formavam nosso mar, o mar brejeiro. A cidade plantada sobre um manancial, um aquífero, fazendo brotar em cada vale um veio d'água, uma mínima lâmina corredeira. Não havia água encanada nas casas das pontas de rua, como se dizia.

Nós, os homens da Rua do Bode, descíamos para tomar banho, à noitinha, no sítio de Seu Zé de Zuza, no riacho caminhante lento para o Rio do Canto. Passávamos por um pé de jaca, numa encruzilhada malassombrada. Nas noites de lua, o sobrenatural fazia seu teatro, homens, fantasmas e lobisomens.

Hoje, o município completa 172 anos. A esperança ainda habita em mim, mas as assombrações foram extintas com o desaparecimento da encruzilhada e o encantamento da jaqueira. Os vídeos institucionais da prefeitura me pegaram num momento de estranha sensibilidade. Neles, vejo meus companheiros: Eliane, Luís, Dona Severina e João.

O peito apertou com a beleza, com a mão certeira na câmera dos que promoveram as tomadas, os movimentos, os depoimentos, as minudências. Talvez eu tenha sido um covarde ao partir. Vocês que ficaram seguraram a onda, suportaram as dores gerais, encontraram um caminho. Não acredito no futuro, acredito no presente. O futuro virá quando vier!

Areia é minha terra de amores!

Fonte: Aderaldo Luciano-professor doutor em Ciencia da Literatura
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ESTUDANTES TÊM ATÉ HOJE PARA SE INSCREVER NO ENEM

Termina hoje (18) às 23h59 (horário de Brasília) o prazo para os estudantes se inscreverem no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2018. As inscrições são feitas pela internet, na página do participante.

Mesmo os candidatos que pediram a isenção da taxa do Enem devem fazer a inscrição para a prova. Para se inscrever, o participante deverá apresentar o número do CPF (Cadastro de Pessoa Física) e do documento de identidade e criar uma senha. O candidato precisa também informar um endereço de e-mail válido e um número de telefone fixo ou celular, que será usado para enviar informações sobre o exame.

O pagamento da taxa de inscrição para quem não conseguiu a isenção, no valor de R$ 82, deve ser feito até 23 de maio nas agências bancárias, casas lotéricas e agências dos Correios.

Com o fim do prazo de inscrição, também fica encerrada a possibilidade de alterar dados cadastrais, o município onde o estudante quer fazer a prova e a opção de língua estrangeira. Os candidatos que precisarem de atendimento especializado têm que fazer o pedido no ato da inscrição.

Para o uso do nome social na prova do Enem, o pedido poderá ser feito entre os dias 28 de maio e 3 de junho.

As provas do Enem serão aplicadas em dois domingos, nos dias 4 e 11 de novembro. Os resultados serão divulgados em janeiro.
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DIA NACIONAL EM DEFESA DO RIO SÃO SÃO FRANCISCO TERÁ A 5º EDIÇÃO EU VIRO CARRANCA

Pelo quinto ano consecutivo, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), comemora no dia 03 de junho, o Dia Nacional em Defesa do Rio São Francisco. Para divulgar essa data o CBHSF lançou, em 2014, a campanha “Eu viro carranca pra defender o Velho Chico”. O objetivo é conscientizar a população sobre a preservação do rio e mobilizar todos pelo uso responsável dos seus recursos hídricos.

Tendo a carranca como ícone, a ideia é chamar a atenção de todos para os graves problemas enfrentados pelo Rio e sua Bacia, e para a necessária e urgente revitalização, a fim de que o Velho Chico continue alimentando a vida e a esperança dos 18 milhões de brasileiros que dependem direta ou indiretamente de suas águas.

Para isso, serão realizadas uma série de atividades culturais e de educação ambiental, como distribuição de mudas, mobilização de crianças e adolescentes acerca do tema Rio São Francisco, através de totens interativos, shows musicais, barqueata, danças folclóricas regionais e muito mais.

Este ano, a campanha será realizada em duas cidades: Aracaju (SE) e Januária (MG).
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SINDICATO PEDE LIMINAR PARA BLOQUEAR VENDA DA CHESF

O Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco (Sindurb-PE) ajuizou ação anulatória de assembleia geral da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), que alterou estatutos da estatal, e para declarar o voto da Eletrobrás "abusivo, ilegal e lesivo", bem como para retirar a Chesf do programa de privatização. A Companhia é subsidiária da Eletrobrás.

A ação ordinária tramita na 32ª Vara Cível da Comarca do Recife e foi distribuída no dia 15 de fevereiro deste ano. A juíza acatou a ação e mandou ouvir a outra parte para depois analisar o pedido de liminar. De acordo com o advogado Antônio Campos, que cuida da ação, a Eletrobrás contestou e a Chesf não apresentou contestação.

Foi, então, apresentada réplica e renovado o pedido de imediata apreciação da tutela de urgência, para que, liminarmente, seja concedida a tutela de evidência ou a antecipação dos efeitos da tutela definitiva para que, até o julgamento final, sejam suspensas as deliberações tomadas na Reunião do Conselho de Administração da Chesf, realizada no dia 19 de janeiro. Além disso, para que seja também cancelada ou para que seja suspensa a execução das deliberações, uma vez que os acionistas foram chamados a apreciar encaminhamento decorrente da reunião nula.

Também pede que sejam suspensos os efeitos do voto do acionsita controlador Eletrobrás "por abusivo, lesivo e ilegal"; e que seja determinado ou coibido à Eletrobrás de deliberar sobre a privatização da Chesf, por via própria ou oblíqua, com também proibida a venda de qualquer ativo relevante, a exemplo de Sobradinho ou Xingó, ou de outro que a Chesf tenha participação, até o final da presente demanda.

“Essa ação ordinária abriu uma nova discussão da privatização da Eletrobrás, mais especificamente em relação a Chesf, demonstrando que ela deve ser retirada da privatização da Eletrobrás. Um possível comprador, se efetivada a privatização, pode ter a compra anulada inclusive no futuro”, argumentou Antônio Campos, que é o advogado da ação.
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MOTOCICLISTAS SÃO RESPONSÁVEIS PELO MAIOR NÚMERO DE ACIDENTES NO BRASIL

Um estudo com base nos indicadores do seguro obrigatório de automóveis DPVAT, pela Escola Nacional de Seguros, revela que os acidentes graves ocorridos no trânsito brasileiro em 2017 provocaram impacto econômico de R$ 199 bilhões, ou o correspondente a 3,04% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país).

O valor equivale ao que seria gerado pelo trabalho das vítimas, caso os acidentes não tivessem ocorrido. De acordo com o estudo, os acidentes no trânsito mataram 41,1 mil pessoas no ano passado em todo o país e deixaram com invalidez permanente, que as afasta da atividade econômica que exerciam, outras 42,3 mil.

O número de pessoas mortas ou com alguma sequela permanente subiu 35,5% de 2016 (61,6 mil vítimas) para 2017 (83,5 mil), o que significa que a perda produtiva subiu nesse percentual de um ano para outro. O resultado se aproxima do total de vítimas fatais e pessoas com sequelas registrados em 2015 (100,4 mil).

A coordenadora da pesquisa, economista Natália Oliveira, do Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES) da Escola Nacional de Seguros, destacou em entrevista à Agência Brasil que a maior parte dos acidentes no ano passado (74%) envolveu motocicletas, sendo que 59% dos acidentados nesse tipo de veículo eram os próprios condutores. Segundo a economista, 90,5% das vítimas estavam em fase economicamente ativa.

“Outro número que chama bastante a atenção é que 48,5% estão entre 18 e 34 anos de idade. Se você tira uma pessoa [do mercado de trabalho] de 18 anos ou até 34 anos, você perdeu os 30 anos futuros que ela teria para produzir”, explicou Natália.

De acordo com a pesquisa, apesar de as motos representarem 27% da frota nacional de veículos, elas são responsáveis pelo maior número de acidentes no Brasil e também de vítimas. Foram 285.662 sinistros no ano passado com esses veículos. Os homens constituem a maior parte das indenizações por morte em acidentes com motocicletas (88%). No caso de acidentes de motos que resultaram em sequelas permanentes, 79% das indenizações também foram para vítimas do sexo masculino, mostra o estudo.

Embora o impacto econômico provocado pelos acidentes no trânsito em 2017 tenha sido maior no Sudeste (R$ 76,71 bilhões), a perda em comparação ao PIB foi a menor entre as regiões brasileiras (2,15%). A maior perda foi encontrada no Centro-Oeste, equivalente a 4,86% do PIB.

Por estados, a maior perda foi observada no Tocantins (7,09% do PIB), seguida do Piauí (6,42%) e Rondônia (5,87%). Já em números absolutos, São Paulo apresentou o maior impacto econômico em função dos acidentes de trânsito: R$ 30,91 bilhões. Em seguida, vêm Minas Gerais, com R$ 19,50 bilhões, e Rio de Janeiro (R$ 15,52 bilhões).

O estudo revelou que o maior número de mortes no trânsito ocorreu na Região Sudeste (14,01 mil), mas quando se consideram mortes mais sequelas permanentes, a liderança é exercida pelo Nordeste (29,3 mil). “Para ter uma ideia, em São Paulo morre quase a mesma quantidade de pessoas que a Região Sul. Só no estado de São Paulo, morrem 6,1 mil pessoas por ano, enquanto na Região Sul são 6,6 mil”.

Natália Oliveira ressaltou que o objetivo da sondagem é chamar a atenção para a necessidade de investimentos nessa área. “No momento em que a gente consegue quantificar monetariamente esses números, a gente espera que o governo consiga melhorar a punição, fiscalização, educação, que são os pilares para a redução dessa estatística”. Ela acredita que somente assim se poderá reverter esse quadro.

Ela acredita que quando há uma maior punição para os responsáveis pelos acidentes, o efeito é imediato no sentido de redução dos sinistros. Já o maior investimento em educação tem um retorno a longo prazo, mas que se mostra mais eficiente e mais consciente.
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FORRÓ CRIATIVO: CENTRO CULTURAL MATINGUEIROS PROMOVE RALA BUCHO COM SANFONEIRO IVAN GREG

A sanfona é o principal instrumento das festas populares do mundo. Fascina pela sua sonoridade, pela diversidade de modelos e gêneros, mas seu encanto transcende o poder da música, porque desperta um afeto misterioso. Talvez pelo fato de ficar junto ao coração do sanfoneiro, ou, quem sabe, por ser um instrumento que é abraçado ao se tocar. Ou ainda, por ser um instrumento que respira. O fato é que a sanfona une as pessoas e é amada por todos os povos.

No próximo sábado (19), a partir das 21hs, no Centro Cultural Matingueiros, durante o Projeto Forró Criativo, o sanfoneiro e cantor Ivan Greg, fará um Rala Bucho.

Ivan Greg é um dos músicos mais talentosos da atualidade. Nascido em Petrolina aos 9 anos já tocava teclado e sanfona. Em 2006 mudou-se para a Europa e trabalhou na divulgação e valorização da música brasileira e a cultura nordestina.

Gravou e realizou shows na Alemanha, Holanda, Espanha, Itállia, França, Suécia e Bélgica. A música também o levou aos Estados Unidos onde desenvolveu vários projetos.

Ivan Greg atualmente cursa licenciatura em Música, no Instituro Federal do Sertão. Aponta que tem inflência musical de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro, Sivuca, Gilberto Gil, Djavan. O samba é outra referência na trajetória de Ivan Greg.

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EXU: THEREZA OLDAM, 150 ANOS DA IGREJA SÃO JOÃO BATISTA, FAZENDA ARARIPE

Em 2018 a igreja de São João Batista do Araripe, distante 12 km de Exu, Pernambuco, comemora 150 anos.

A professora e escritora Thereza Oldam é conhecedora dos episódios e sentimentos que nortearam a criação, o desenvolvimento e a consolidação do território exuense. Desde a época da colonização, quando a região ainda era habitada pelos índios Ançus, do tronco da nação Cariri. Passando pela chegada de seu fundador Leonel de Alencar Rego, até os dias atuais.

A professora escreveu no ano de 1968, uma apresentação para o disco Luiz Gonzaga-São João do Araripe. Escreveu Thereza Oldam:

"O Povoado do Araripe, tantas vezes cantado pelo Rei do Baião, Luiz Gonzaga, é o desdobramento da Antiga Fazenda do Barão de Exu. Domina-o até os dias atuais, a Casa Grande. de estilo Colonial e a Capela de São João Batista. O Povoado do Araripe, está situado à margem esquerda do Rio Brígida, próximo da Fazenda Caiçara, berço de Barbara de Alencar.

Para os descendentes direto dos primeiros povoadores, o São João do Araripe é único. É o culto das suas melhores tradições. Anualmente, os festejos juninos são um pretexto para a confraternização, pois no calor da fogueira, comendo milho assado, discutem política, exaltam os seus herois, choram seus mortos e pedem aos céus a oportunidade de voltar sempre, sempre ao Araripe.

Ali, no Araripe aprenderam a venerar São João Batista, ouvindo vozez de Sinhazinha e Nora, ecoando o coro da Capela. Quem dos seus desconhece o Barão do Exu, Sinhô Aires, Neném de João Moreira, Santana de Januário, Dona de Seu Sete. Qual dos seus meninos não sentiu o irresistível desejo de puxar a corda do sino da igreja?

O Povoado do Araripe é um santuário de fraternidade do presente com o passado. Seu fundador deu-lhe a fidalguia e tradição e um seu filho deu-lhe a melodia do baião, este filho é Luiz Gonzaga.

Luiz Gonzaga nasceu no Araripe e ai sempre viveu! Ninguém melhor do que ele preservou as suas tradições e podemos afirmar que Luiz Gonzaga é a encarnação do Araripe, no amor que dedica á sua terra, na exaltação de sua gente. 

Ainda menino, Luiz Gonzaga, correu por aqueles patamares, gritando o bode ou tocando forró, crepitava em seu peito a ternura do Araripe, sem saber porque. Era a voz de um pássaro, os costumes do sertão, a beleza das coisas...e fugiu...fugiu porque seu coração não comportaria aquele grito da alma. Era a voz da terra. Era a arte. 

E a arte explodiu: surgiu o artista, o Rei do Baião, o filho de Januário e Santana, o cantor do Araripe. E hoje (1968), ocasião de seu Centenário, o Povoado do Araripe recebe comovido a homenagem de Luiz Gonzaga. É uma mensagem de arte e de amor: da arte que nasceu dele e não cabe nele, do amor que o torna maior fazendo os outros felizes.

O Araripe pede a Deus para seu filho a eternidade da arte que o persegue.

Fonte: Professora e escritora Thereza Oldam, Exu, Pernambuco, 20 de fevereiro de 1968. Foto: Cariri Cangaço
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ASSISÃO E GRUPO DE XAXADO CABRAS DE LAMPIÃO DÃO INÍCIO AO PROJETO NO TERREIRO DA FAZENDA

O mestre da música e rei do forró Assisão e o grupo de Xaxado Cabras de Lampião dão início, nesta terça (15), ao projeto “No Terreiro da Fazenda”, uma aula-espetáculo que reverencia a cultura sertaneja, com destaque para os elementos do ciclo junino. O pontapé inicial do projeto acontece às 15h, na Escola Municipal José Paulina de Siqueira, em Santa Terezinha, no Sertão do Pajeú. A iniciativa também vai passar por Orocó (Sertão do São Francisco); Ipubi (Sertão do Araripe); Jucati (Agreste); Ibirajuba (Agreste); Amaraji (Mata Sul) e Araçoiaba (Mata Norte).

A identidade cultural da região é ressaltada com a união dos dois filhos ilustres de Serra Talhada – Assisão e os Cabras de Lampião – com a qual eles mostram a importância do xaxado para o reconhecimento da cultura nacional. Toda força e energia do povo nordestino, que são demonstradas através do cangaço, e que, com o xaxado, despertam o interesse pelas riquezas de elementos inerentes aos nossos costumes como as indumentárias, as comidas, os hábitos e, principalmente, as histórias, narradas nas letras das canções.

Segundo a presidente da Fundação Cultural Cabras de Lampião, Cleonice Maria, a ação é uma forma de reafirmar os fundamentos da identidade cultural sertaneja. “A ação tem como ponto de partida a musicalidade e o ritmo de Assisão, numa interação estética e inovadora com a poesia e a dança do Grupo de Xaxado Cabras de Lampião, resultando num espetáculo emocionante e de singular beleza”, afirma.

ASSISÃO - Francisco de Assis Nogueira, Assisão, nasceu no dia 05 de maio de 1941 na Fazenda Escadinha, município de Serra Talhada/PE. Já aos 11 anos de idade começou suas atividades artísticas como compositor. Embora não tenha nenhuma formação em música, pois nunca frequentou nenhuma escola de música, é exímio compositor, tendo sido chamado por Dominguinhos de “o maior sanfoneiro de boca do Nordeste”, tal sua versatilidade em compor sem ter conhecimento musical. O início de suas atividades profissionais como cantor começou com o lançamento de um compacto e até o presente momento já gravou vários discos. Seus maiores sucessos, no entanto, aconteceram nos anos de 1987, 1988 e 1989. No trabalho de 1987 foram vendidas cerca de 210 mil cópias. Em 1988 foram 180 mil cópias e em 1989, 190 mil cópias. Somente nestes anos foram quase 600 mil cópias vendidos de seus trabalhos em todo país, o que lhe concedeu três discos de ouro consecutivos, além do título de “rei do forró”. Suas músicas são tocadas em todas as regiões do país. Com a agenda sempre completa, Assisão é um dos artistas mais requisitados do Nordeste. Já compôs mais de 800 músicas, destas mais de 200 já foram gravadas, por ele e por muitos outros artistas.

Grupo de Xaxado Cabras de Lampião - É o maior divulgador desta dança e mantém a originalidade e autenticidade conforme criada pelos bandoleiros do sertão. Durante esses longos anos eles têm se apresentado em mais de quinhentas cidades e feito participações em documentários, reportagens, entrevistas, séries de TV e produtoras de diversos países: Brasil, França, Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, Venezuela e Bélgica. É uma trupe de artistas sertanejos que reproduziu no palco como os cangaceiros se divertiam nas caatingas, nos intervalos dos combates.

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RUBENIO MARCELO: PARCERIAS NA POÉTICA MUSICAL

Recebi ontem das mãos do poeta cantador Aldy Carvalho, um trabalho do poeta, músico e compositor Rubenio Marcelo. O CD é fruto de parcerias firmadas com colegas sul-mato-grossenses. O CD tem o título de "Parcerias na Poética Musical".

Poeta escritor e advogado, membro e atual secretário-geral da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, Rubenio veio de Fortaleza/Ceará, onde, na adolescência, estudou violão (no Conservatório Alberto Nepomuceno). Músico/compositor, é autor de mais de 300 composições autorais. Já publicou 11 livros e lançou dois CDs musicais, apresentando agora o 3º CD (“Parcerias – Na Poética Musical de Rubenio Marcelo”). 

Além de parceiros que estão no CD e convidados e se constitui em um trabalho inédito, pela representatividade que Rubenio Marcelo viabilizou com seus amigos e parceiros musicais. A música que abre o CD, que contém 22 canções, tem a voz brejeira da cantora mineira Joice Moreno, em composição com o músico e violonista Raimundo Edmario Guimarães Galvão e foi apresentada ao público em videoclipe pelo YouTube.

Outros compositores e intérpretes de várias vertentes da música de Mato Grosso do Sul, como Gilson Espíndola, Zé Du, Attila Gomes, Castelo, Beget de Souza, Paulinho Manassés e o próprio Galvão abrilhantam o CD com suas interpretações de poemas de Rubenio e outros poetas, como Raquel Naveira, Angelo Arruda e Dario Pires, musicados pelo autor e seu parceiro musical Galvão.

Rubenio e seus parceiros prestam no CD duas homenagens a grandes personalidades da literatura brasileira, uma de cunho nacional, a goiana Cora Coralina e outra, regional, ao escritor que teve sua obra marcada pelo trabalho nos ervais de Mato Grosso do Sul, Hélio Serejo.

Rubenio é Defensor da arte eclética, desde cedo celebrou a poesia em consonância com a arte musical, tendo participado de significativos festivais e eventos. É intérprete pertencente à ala de compositores da GRES ‘Os Catedráticos do Samba’.

Detentor de várias premiações culturais, é um dos vencedores do tradicional concurso ‘Noite Nacional da Poesia’. Com experiências em participações a convite de feiras literárias e bienais, integrou – como convidado – a Bienal Internacional de Poesia, e também participou de outros eventos do gênero, como a Feira Literária Internacional de Tocantins (FLIT), a FLIB (Feira Literária de Bonito/MS) e, recentemente, a Feira do Livro de Brasília. 

Rubenio Marcelo é também revisor, palestrante. Seu nome/biografia e a sua obra constam num capítulo do livro “Vozes da Literatura” (FCMS). Escreve para o ‘Suplemento Cultural’ do Jornal ‘Correio do Estado’ e é colunista da Revista Destaque. Reside em Campo Grande/Mato Grosso do Sul.
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POETA E CANTADOR ALDY CARVALHO LANÇA NESTA SEXTA (11), NA TENDA, LIVRO DE CONTOS MEMÓRIAS DE ALFORJE

A versatilidade e o trânsito livre nos campos da música e literatura, há mais de vinte anos asfaltam a trajetória artística do poeta, cantador, autor, contista, compositor e violonista, Aldy Carvalho. Filho de Petrolina, radicado em São Paulo desde os anos 80, ele nunca perdeu o foco de suas raízes sertanejas, por isso, volta à sua terra natal mais uma vez para cumprir agenda de atividades literárias. No próximo dia 11 de maio, estará autografando, à partir das 19h, seu novo livro de contos Memórias de Alforje (5 contos do cantador), na inauguração da Nova Tenda, no centro de Petrolina. 

Na ocasião, o artista estará fazendo um misto de sarau durante o lançamento do livro que tem selo da editora Miltifoco, do Rio de Janeiro, e ilustrações de Regina Drozina. Ao longo das cinco histórias o lado escritor de Aldy não deixa escapar o horizonte de sua musicalidade para dar rumo ao universo das narrativas com seus personagens. Conforme pontua o ensaísta e educador Ely Veríssimo, no prefácio do livro. Na pegada de seus contos, Aldy mescla e condensa de maneira peculiar o seu universo de origem, o nordeste.

"A atmosfera nordestina com uma linguagem musical não estereotipada nos apresenta um interessante diálogo entre o sertão e suas mazelas Euclidianas; o colorido sonoro de Guimarães Rosa; a alegria farsesca de Ariano Suassuna e o meio urbano com a temática universalizada de Manuel Bandeira", escreve.

A versatilidade cultural do poeta vai alem dos gêneros que ele manipula em seu terreno criativo. A música sempre foi um fio condutor que o levou as arquitetar as palavras para outras linguagens. Aldy teve os primeiros contatos com a música através de seu pai, o compositor João Joaquim de Carvalho que lhe despertou o gosto pelo universo popular: a prosa, a poesia, a música e o teatro. 

"Foram informações importantes na minha formação e posterior influência na criação do meu trabalho de compositor e cantor, povoado de xotes, baiões, toadas, martelos, emboladas, modinhas, sagas e fábulas. Um ajuntado de cantigas e imagens, o lirismo do Sertão, das léguas que andei", conta o poeta com musicalidade.         

Ao tempo que decidiu abraçar música e literatura como alimento, o poeta estudou canto, técnica vocal, leitura rítmica e violão erudito e popular, em São Paulo. Entre seus trabalhos, estão três cds autorais: Redemoinho; Alforje (2011) e Cantos d’Algibeira (2014). Participação especial no Cd Espelho d’água, do cantador Décio Marques, além dos projetos da série Festivais do Brasil. Aldy também tem diversas canções gravadas pelos cantores Déo Lopes, Maciel Melo, Marisa Serrano, Humberto Barbosa e Roberto Araujo (compositor e maestro paraibano).

 Na literatura, foi premiado com menção honrosa no 21º Concurso de Contos Paulo Leminski, em 2010, com o conto “José e Chico: os dois vaqueiros” e em 2014 com o conto “A Peleja (Memórias de alforje)”. Ainda publicou pela Editora Luzeiro, os cordéis “A Ganância de um Preguiçoso”, “A História das Copas do Mundo em Cordel’ e ‘No Reino dos Imbuzeiros’.

Fonte: Class Comunicação


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