MIRELE RODRIGUES E RENATO LÓCIO: UM OLHAR TURÍSTICO CULTURAL NOS PASSEIOS PELOS SERTÕES

Os poetas sentem e sabem, a psicanálise explica. Somos viajantes mesmo quando não viajamos. Viajamos sonhando, sem sair do lugar. O sonho é a viagem daquele que quer ir. Nos seus lugares mais profundos, o corpo é um navegante. Mora ali um fogo que não se apaga. Freud deu a ele o nome de “Princípio do Prazer”.

O educador Rubem Alves refletia que "queremos navegar até o lugar (ou o tempo) onde encontraremos o prazer e sentia-se tentado, à semelhança de Octávio Paz, a falar em “dupla chama”. 

As almas viajantes, a dupla chama,  Mirele Rodrigues e Renato Locio. Amigos tatuados qual a flor de Mandacaru, ambos sabem conviver numa boa com todas as opções culturais, sons, cheiros, cores, estéticas, éticas. De mãos dadas eles são mais que um encontro de ecologia e arquitetura, traduzem empatia, Principios da Alegria.

"Toda viagem inclui duas partes. Primeiro, a escolha do lugar para onde se vai. Essa escolha, quem faz é o coração. Segundo, o preparo da viagem. Esse preparo quem faz é a razão. Por isso, disse Fernando Pessoa: Navegar é preciso".

Mirele e Renato já navegaram pelo Sertão de Alagoas e Recôncavo Baiano, Exu Chapada do Araripe e Juazeiro Ceará, França. Dia desses decidiram fazer mais um passeio, dessa vez um olhar de turistas em Petrolina. Ver a cidade com os olhos de quem descobre algo novo dá às coisas/lugares um sentido diferente. 

"Encontramos beleza e gestos gentis, quase sempre raros. No momento em que fazíamos as fotos, me vi emocionada ao ouvir de um ciclista orgulhoso, que acreditou que éramos realmente turistas, que aquela rua era o cartão postal de Petrolina - A Petrolina Antiga. É lamentável que, ao que parece, uma parcela significativa dos petrolinenses não sinta ou expresse o mesmo orgulho pela história da cidade, haja vista a recente obra de "revitalização" da praça da catedral, entre uma infinidade de outras intervenções questionáveis que trazem consigo a bandeira da modernização, mas que resultam no apagamento de sua história." 

Essas são as observações e falas feitas por Mirele Rodrigues Feitosa, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural, da Universidade Federal do Vale do São Francisco e residente na cidade de Petrolina há 18 anos. 

Para Renato Carvalho Lócio de Albuquerque,  bodocoense, que após alguns anos retorna à Petrolina para cursar Arquitetura na UniFTC, "não há muito o que acrescentar no olhar lúdico e questionador de Mirele, traduzido em palavras. Mas ele acrescenta: 

"Mirele Rodrigues e eu somos turistas todos os dias de nossa cidade adotiva: Petrolina. Uma terra, um lugar, que pertencemos, pela morada, intimidade e construção de muitas memórias. Temos uma proximidade com os espaços, especialmente aqueles que formam e contam histórias. Petrolina Antiga é um deles. Arquitetura não é, infelizmente, uma linguagem popular e inclusiva. Diversas vezes, exclusiva. Não é tempo de romantizar casas coloniais e seus coronéis, mas colocar em pauta a contribuição estética e histórica desses espaços para ressignificar a própria história, trazer o povo à ocupação e gerar renda com o turismo e economia criativa. Há sementes, mas faltam árvores."

O colaborador da REDEGN leu a postagem do passeio turístico de Mirele Rodrigues e Renato Locio, o Jornalista e Técnico em Agroecologia Ney Vital, traduziu: Mirele e Locio aproveitam cada instante, valorizaram cada minuto. Bem disse Luiz Gonzaga, a vida é viajar, estudar, aprender/ensinar, pesquisar, fazer extensão por este Brasil.

E  Mário Quintana finaliza: A verdadeira arte de viajar... A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa, Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo. Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali... Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando.

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BRASIL NÃO TRATA MEIO AMBIENTE COM SERIEDADE, DIZ PROMOTOR

A Associação de Membros do Ministério Público do Meio Ambiente (Abrampa) promove, entre os dias 24 e 26 de abril, em Belém, no Pará, a 22ª edição do Congresso Brasileiro do Ministério Público de Meio Ambiente. O tema é “Amazônia e Mudanças Climáticas: uma atuação socioambiental estratégica e integrada”. Mais de 30 especialistas vão discutir os desafios e as soluções para lidar com os impactos das mudanças climáticas.

A Agência Brasil entrevistou o presidente da Abrampa, Alexandre Gaio. Ele falou sobre os principais problemas relacionados à preservação do meio ambiente, em especial, os que envolvem a atuação dos Ministérios Públicos estaduais e federal. O promotor destacou a falta de seriedade com que o país ainda lida com questões ambientais, o crescimento do crime organizado, a falta de proteção com ativistas e comunidades tradicionais, assim como os riscos de que os desmatamentos em curso nos principais biomas do Brasil se tornem irreversíveis.

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GARANHUNS: GONZAGUEANOS RELEMBRAM A BUDEGA DE ZÉ

Fui um dos homenageados na edição 2015, onde recebi o "Troféu Viva Dominguinhos Amizade Sincera". Na oportunidade o professor e um dos coordenadores do evento Antônio Vilela, membro do Instituto Histórico Cultural de Garanhuns, Pernambuco explicou que  os indicados ao prêmio Troféu Viva Dominguinhos foram escolhidos pelos relevantes serviços prestados a cultura brasileira e conhecimento da vida e obra de Dominguinhos.

O Troféu foi entregue pelo prefeito de Garanhuns, Izaías Régis. Os contemplados foram o radialista Geraldo Freire, o jornalista Ney Vital; Wilson Seraine, professor universitário e radialista; o cantor e radialista Zezinho de Garanhuns; o colecionador Paulo Wanderley; o ex-prefeito Ivo Amaral; o proprietário da casa de eventos Arriégua, professor Luiz Ceará; o cantor e compositor Waldonys; o filho de Dominguinhos, Mauro Moraes; José Nobre, proprietário do Museu Luiz Gonzaga de Campina Grande; Marcos Lopes, proprietário do Forró da Lua Natal-RN, e a secretária de Cultura, Cirlene Leite.

Na oportunidade o sanfoneiro e amigo Jadson Alves, o Matuto do Forró me apresentou a Luiz de Barros Silva Neto – mais conhecido como Neto – jovem empreendedor movido pela busca de sempre inovar e surpreender seu público. Ele é o gerente, proprietário da Cachaçaria A Budega de Zé, localizada em Garanhuns, Pernambuco, uma referência na cidade, berço do sanfoneiro Dominguinhos. Alie-se a temática da Cachaçaria a beleza cultural e turística presente em Garanhuns.

A cachaçaria foi criada pelo saudoso Zé de Barros. Zé de Barros era torcedor do Náutico. Se vivo fosse Zé de Barros estaria festejando hoje mais um aniversário. Teria sanfona e zabumba"

Depois da morte de "Seu Zé", a sua "ida para o Grande Sertão da Eternidade", o  filho, Neto, prossegue a tradição da cachaçaria e oferece novos e exclusivos produtos no mercado, aliado ao atendimento da gastronomia, que vai da carne de sol aos mais refinados pratos. A cachaçaria serve mais de 199 rótulos de sabores de cachaça de primeira qualidade. Vai do gengibre, pimenta a rapadura. Todas deliciosas.

A Cachaçaria é líder no segmento restaurante/bar, sendo reconhecidos como as melhores opções de lazer e gastronomia brasileira em Garanhuns. O ambiente reúne culinária de excelência, diversidade de bebidas e produtos exclusivos e uma arquitetura rústica...A Cachaçaria Budega de Zé é um espaço cultural, os amigos, visitantes, clientes e turistas escutam no ambiente forró do bom, pop, e até rock. (Texto Jornalista Ney Vital)

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II FÓRUM DE POTENCIALIDADES TURÍSTICAS DE EXU DO GONZAGÃO ACONTECE NESTA QUINTA-FEIRA (18)

Acontece nesta quinta-feira (18), o II Fórum de Potencialidades Turísticas de Exu do Gonzagão. O evento terá inicio às 18hs no auditório do Colégio Barbara de Alencar.

A secretária de Cultura, Turismo e Desportos de Exu, Isa Apolinário aponta que o turismo em Exu fortalece toda a rede da economia criativa do turismo e cultura, com a inclusão de todos os setores. 

Durante a solenidade será entregue os Títulos de Mestres da Cultura Exueense, apresentação das Rotas Turísticas, Criação Trade Turístico e a entrega do Estudo Impacto Econômico e Social no Festival Viva Gonzagão, além do Inventário Turístico.

Em 2022, o Governo Federal, por meio do Ministério do Turismo, divulgou o novo Mapa do Turismo brasileiro – instrumento que reúne municípios que adotam o turismo como estratégia de desenvolvimento e identifica necessidades de investimentos e ações para promoção do setor em cada região turística do país.

Na lista Exu (PE), no Sertão do Araripe, foi certificado no roteiro do atual Mapa do Turismo.

A secretária de Cultura, Turismo e Desportos de Exu, Isa Apolinário, avaliou que o processo para chegar ao Mapa de Turismo brasileiro é uma ação de muito trabalho e empenho. 

Exu é privilegiada pela sua diversidade cultural e abraçada pela exuberante beleza da Chapada do Araripe.

"Exu, terra de Luiz Gonzaga e da mulher revolucionária Barbara de Alencar é um dos mais exuberantes patrimônios da cultura brasileira. A Chapada do Araripe, o forró, baião são riquezas culturais. Venha conhecer Exu e se já conhece venhar rever estas riquezas turísticas e culturais", finalizaou Isa.

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A QUEM INTERESSA USINAS NUCLEARES NO BRASIL

Nada discretamente, poderosos grupos lobistas, nacionais e internacionais, pressionam o governo federal e a sociedade brasileira para aceitarem a necessidade de expansão de usinas nucleares no país utilizando justificativas falaciosas e mentirosas. São conhecidos personagens e empresas que sempre boicotaram as fontes renováveis de energia, e retardaram a entrada em operação das tecnologias solares e eólicas no país. Defensores das termelétricas a combustíveis fósseis e da eletricidade nuclear desprezam os interesses nacionais, em detrimento dos interesses econômicos, pessoais e empresariais.

Afirmar que a energia elétrica produzida por materiais radioativos é "energia verde"; "energia limpa"; que é mais barata que outras formas de geração; que riscos de acidentes inexistem; que os resíduos das reações nucleares (conhecidos como "lixo atômico") podem ser armazenados com segurança por milhares de anos; que o país precisa desta fonte energética para evitar apagões futuros é desconhecer a ciência.

Essas inverdades têm a intenção de buscar a aceitação popular para uma fonte de energia perigosa, suja e cara. Não esqueçamos que mentir é um ofício destes grupos, cujo único objetivo são os negócios, os interesses econômicos, pouco se lixando para a soberania nacional, para a população que acaba sofrendo com as decisões completamente equivocadas na política energética nacional.

No governo do atraso foi indicado para ministro de Minas e Energia (MME) um almirante de Esquadra da Marinha. Aquele mesmo, envolvido no cabuloso negócio do contrabando das "joias das arábias" (https://www.ihu.unisinos.br/categorias/627478-usinas-nucleares-joias-das-arabias-e-outros-trambiques-artigo-de-heitor-scalambrini-costa), que em 16 de dezembro de 2020, aprovou e anunciou o Plano Nacional de Energia 2050 (PNE50), cuja determinação é a expansão do parque de geração nuclear no Brasil em 8 GW e 10 GW, nos próximos 30 anos.

Assim, o planejamento prevê fazer investimentos bilionários em um setor marcado pela polêmica e por conflitos socioambientais. Documentos oficiais apontam que o Governo Federal pretende expandir o número de usinas e abrir o setor para a iniciativa privada, sendo que atualmente a Constituição Federal veda esta possibilidade. Embora defendida como uma medida ambientalmente sustentável, a cadeia da energia nuclear no Brasil tem um histórico marcado por um rastro de contaminação, graves acidentes e mortes.

Quando nos referimos à cadeia produtiva da geração nuclear, estamos falando das várias indústrias envolvidas na produção do combustível atômico. Da mineração, do beneficiamento do minério, do enriquecimento do urânio, da fabricação do combustível e do armazenamento do lixo letal. É neste contexto que temos que discutir e afirmar, categoricamente, que esta tecnologia não interessa ao país.

O Brasil possui duas usinas em operação atualmente: Angra 1 e Angra 2, instaladas no município de Angra dos Reis, Rio de Janeiro, com potencial de geração de 2 mil megawatts. E a usina inacabada de Angra 3, iniciada em 1985, cujos equipamentos já foram comprados e são absolutamente obsoletos, frente à evolução tecnológica. Acabar este elefante branco significa investimentos de aproximadamente 17 bilhões de reais. 

A potência instalada e a geração de energia das duas usinas em operação são desprezíveis quanto à participação na matriz elétrica nacional. Em nada contribuem para a transição energética, nem para a segurança energética do país. São unidades que já ultrapassaram suas vidas úteis e são conhecidas como "vaga-lumes" devido às interrupções frequentes no fornecimento de energia, e dos inúmeros problemas técnicos e operacionais cuja frequência escalou desde 2023. Uma grande irresponsabilidade que ainda estejam em funcionamento.

Todavia, os lobistas de plantão - com espaço e palco concedidos para suas mentiras e enganações pela grande mídia corporativa - têm aliados poderosos no meio militar que almejam construir a bomba nuclear. São evidentes tais interesses nas declarações de seus comandantes e em acordos internacionais realizados. Dizem que ter a bomba é essencial para a segurança nacional. Pura balela. Vivenciamos hoje, segundo Papa Francisco, que o mundo está à beira de uma guerra nuclear, e a pergunta que não quer calar é "e nossa bomba tupiniquim teria qual efeito apaziguador, diante de um histriônico presidente à frente de uma nação detentora de tal artefato desprezível?

O que é escondido da população é que acidentes em usinas nucleares acontecem com muita mais frequência do que os conhecidos, e divulgados. Geralmente não chegam ao domínio público, não são revelados a população. Assim, é impositiva a pressão da sociedade sobre parlamentares, gestores das estatais e governo federal para a realização do urgente e inadiável debate público sobre a política nuclear brasileira, alvo frequente de auditoria e advertências do Tribunal de Contas da União.

Heitor Scalambrini Costa- Professor associado aposentado da Universidade Federal de Pernambuco. Graduado em Física pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP/SP), Mestrado em Ciências e Tecnologias Nucleares na Universidade Federal de Pernambuco (DEN/UFPE) e Doutorado em Energética, na Universidade de Marselha/Comissariado de Energia Atômica (CEA)-França. Membro da Articulação Antinuclear Brasileira.

Zoraide Vilasboas -Jornalista, Movimento Paulo Jackson – Ética, Justiça, Cidadania e integrante da Articulação Antinuclear Brasileira.
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DIA NACIONAL DE CONSERVAÇÃO DO SOLO É COMEMORADO NESTA SEGUNDA-FEIRA (15)

Neste 15 de abril - Dia Nacional de Conservação do Solo - o Brasil tem pouco a celebrar, já que não avançou no compromisso assumido internacionalmente de recuperar 12 milhões de hectares de vegetação nativa. Dados da plataforma do Observatório da Restauração e do Reflorestamento apontam que o país possui hoje pouco mais de 79 mil hectares da sua cobertura vegetal original recuperada. Isso significa que menos de 1% da meta foi atingida.

Somado a isso, nos últimos anos o desmatamento e a degradação avançaram sobre os biomas brasileiros. De acordo com levantamento da MapBiomas, entre os anos de 2019 e 2022, o Brasil perdeu 9,6 milhões de hectares de vegetação nativa.

Segundo a diretora do Departamento de Florestas do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Fabíola Zerbini, esse cenário fez com que desde janeiro de 2023 o governo iniciasse uma revisão das metas e políticas públicas para o setor, não apenas para que o Brasil possa cumprir com os acordos firmados para conter os avanços da crise climática, mas principalmente para que as propriedades rurais privadas e o próprio Estado fiquem regulares em relação à legislação ambiental.

“O horizonte de passivo do Código Florestal - somando área privada e pública - está em torno de 25 milhões de hectares de vegetação nativa que precisa ser recuperada. A gente entende que desses 25 [milhões], aproximadamente nove podem ser compensados, ou seja, o produtor decide que vai proteger uma área que está conservada, e a gente vai recuperar algo em torno de 14 milhões, que é a meta atualizada, mas lembrando que a oficial é pelo menos 12 milhões de hectares,” disse Fabíola. (Agencia Brasil)

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PADRE CÍCERO E OS CONSELHOS PARA AGRICULTURA SUSTETÁVEL

Considerado por muitos como o santo padroeiro do povo nordestino, o Padre Cícero Romão Batista (1844 – 1934) é uma das figuras mais lendárias do Nordeste. Fundador do Juazeiro do Norte cidade no sul Ceará, Padre Cícero foi deputado federal, prefeito e vice-governador do estado, porém sua fama de santo milagroso é o que mais marca na história desse religioso muito homenageado na famosa Romaria de Finados, que reúne milhares de devotos todos os anos.

No entanto, para quem decide investigar mais profundamente a história de Padre Cícero, outras revelações surpreendem, como os preceitos e lições deixadas pelo líder religioso, relacionadas à preservação da Caatinga e o jeito de viver no sertão. São onze recomendações de ordem ambiental que certamente estão bem atuais para os tempos de discussões sobre os problemas climáticos e de devastação de ecossistemas que afetam este bioma e sua biodiversidade.

O professor Vasconcelos Sobrinhos, um dos maiores pesquisadores da Caatinga, muito contribuiu com a divulgação desses preceitos do padre Cícero ao longo dos anos. Assim como Sobrinho, Daniel Walker, professor da Universidade do Cariri, tem publicado em livros e artigos comentados, essas sábias palavras proferidas pelo “santo dos nordestinos” 

“Numa observação um tanto apurada dos ‘Preceitos do Padre Cícero”, observa-se no geral, uma lógica relacionada aos conteúdos da proposta de Convivência com o Semiárido, que sugere não somente uma prática produtiva adaptada à realidade climática, como também um manejo ecológico dos solos, das águas, das plantas e de toda a natureza desse ambiente aparentemente frágil, mas com condições de proporcionar uma vida digna para o povo da região.

Os “Preceitos do Padre Cícero” se encaixam perfeitamente nas linhas gerais do Projeto Recaatingamento, executado pelo Irpaa com patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental, principalmente nas orientações sobre práticas produtivas, recuperação da Caatinga, conservação dos recursos naturais e de toda a biodiversidade deste rico bioma. São “Preceitos do Padre Cícero”:

1. Não derrube o mato nem mesmo um só pé de pau;

2. Não toque fogo no roçado nem na caatinga;

3. Não cace mais e deixe os bichos viverem;

4. Não crie o boi nem o bode soltos; faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer;

5. Não plante em serra acima nem faça roçado em ladeira muito em pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca a sua riqueza;

6. Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar água de chuva;

7. Represe os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta;

8. Plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra árvore qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só;

9. Aprenda a tirar proveito das plantas da caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar a conviver com a seca;

10. Se o sertanejo obedecer a estes preceitos, a seca vai aos poucos se acabando, o gato melhorando e o povo terá sempre o que comer;

11. Mas, se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai vivar um deserto só. (Fonte IRPAA)

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PRECEITOS ECOLÓGICOS DO PADRE CÍCERO DO JUAZEIRO

No Cariri, há mais de cem anos, quando ninguém falava em Ecologia, o Padre Cícero – como extraordinário homem de vanguarda que foi – se antecipava e ensinava preceitos ecológicos aos romeiros.

Eram coisas simples, mas que surtiam um grande efeito. Essa iniciativa hoje largamente disseminada no Nordeste, foi elogiada por muitas autoridades, como, por exemplo, Dr. Rubens Ricupero, ex-ministro do Meio Ambiente, o qual, em artigo publicado no jornal O Globo (19.01.94) disse que Padre Cícero “pregou em pleno sertão nordestino a palavra que hoje a consciência ambiental a duras penas começa a inscrever na nossa visão de mundo. Muito antes de que se realizasse a I Conferência Internacional sobre o Meio Ambiente, em Estocolmo, em 1972, ele teve essa percepção aguda de algo que constitui antes de tudo um interesse legítimo, identificado por quem está  próximo da realidade”.

Padre Cícero deu, portanto, o primeiro passo… há mais de cem anos! Foi, na verdade, um pioneiro da ecologia no Cariri. Pode-se dizer que ele prestou uma importante contribuição para alicerçar a Educação Ambiental no Nordeste.

Os preceitos ecológicos que aqui estão transcritos não foram transmitidos exatamente assim pelo Padre Cícero. É sabido que ele se dirigia diariamente aos romeiros que se postavam à janela da sua casa para ouvir conselhos e que muitos conselhos também eram dados através de cartas. Coube ao falecido ecologista, engenheiro agrônomo J. Vasconcelos Sobrinho, a iniciativa de ordenar os conselhos de Padre Cícero na forma de decálogo ecológico como hoje eles são conhecidos e divulgados.

PRECEITOS ECOLÓGICOS DE PADRE CÍCERO

1. Não derrube o mato nem mesmo um só pé de pau.

2. Não toque fogo no roçado nem na caatinga.

3. Não cace mais e deixe os bichos viverem.

4. Não crie o boi nem o bode soltos; faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer.

5. Não plante em serra acima nem faça roçado em ladeira muito em pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca a sua riqueza.

6. Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar água de chuva. Represe os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta.

7. Represe os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta.

8. Plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra árvore qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só.

9. Aprenda a tirar proveito das plantas da caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar a conviver com a seca.

10. Se o sertanejo obedecer a estes preceitos, a seca vai aos poucos se acabando, o gado melhorando e o povo terá o que comer. Mas se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai virar um deserto só.

Fonte: Blog do Padre Cícero – Daniel Walker-morreu em 2019, foi professor jornalista, historiador 



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MEMÓRIA: 150 ANOS DA CHEGADA DO PADRE CÍCERO A JUAZEIRO DO NORTE

O dia 11 de abril de 1872, uma quinta-feira, exatamente 150 anos atrás, chegava para fixar residência definitivamente no povoado do Joaseiro o sacerdote Pe. Cícero Romão Batista. Ele veio da cidade do Crato na companhia de sua mãe, Joaquina Vicência Romana (Dona Quinô), suas irmãs Angélica Romana Batista e Maria Angélica Batista (Mariquinha) e a senhora Tereza Maria de Jesus (Terezinha ou Teresa do Padre). A primeira casa que foi morar localizava-se na Rua do Arame, depois chamada Rua Grande e, atualmente, Rua Pe. Cícero, número 130. A vila do Joaseiro continha aproximadamente 32 casas e um pequeno contingente populacional nesta camada do interior cearense. 

 Que ensinamentos podemos aprender desse fato histórico da vida do Pe. Cícero e do Juazeiro?

 Em primeiro lugar, Pe. Cícero é um homem de decisão. A escolha em morar no lugar pequeno e inexpressivo na cena política e geográfica do Ceará representou um sinal de desprendimento e humildade. Ele foi motivado por um sonho no qual Jesus lhe apresentou um bando de camponeses miseráveis, famintos e desvalidos, vindos dos confins dos sertões, e fixando o olhar, exclamou: “E, você Cícero, toma conte deles”. O Pe. Cícero levou a sério o sonho e tomou consciência da sua missão de acolher e amar esse povo. 

 “Se acordou na certeza de que o Senhor, 

Lhe botava para ser nesse caminho,

o padrinho do povo sem padrinho

 e o pastor das ovelhas sem pastor” (Poema de Geraldo Amâncio).

 Outro importante aspecto dessa história é que o Pe. Cícero não veio sozinho, mas trouxe consigo a mãe viúva, as irmãs órfãs e uma senhora que vivia com a sua família. Esse gesto revelou o cuidado, o amor e o senso de responsabilidade com sua família. 

 A atitude de estabelecer morada no pequeno povoado significou abandonar o desejo de ser missionário na China ou mesmo o projeto de ser professor no seminário da prainha em Fortaleza. O início do apostolado do Padre Cícero no lugarejo marcado por rodas de samba, consumo de álcool e prostituição consistiu no trabalho árduo, firme e forte atuação moralizadora de fazer as pessoas abandonarem os antigos vícios e pecados, e ficarem próximos a religião cristã. Com os ensinamentos e conselhos do Pe. Cícero, Juazeiro reencontrou o caminho da concórdia, da paz e da ordem, pautando a vila pela oração e pelo trabalho. 

O vilarejo começa a receber centenas de pessoas, tornando-se o lugar mais populoso dos sertões. Há uma multiplicação de famílias que, provenientes de outros estados nordestinos, vieram residir no povoado, desenvolvendo as atividades do comércio, da agricultura e do artesanato. A casa do padre era o abrigo dos pobres necessitados que ali vinham em busca de alimento, ajuda financeira e trabalho para fixar morada em Juazeiro. Este crescimento da população, aliado à produção de bens e à criação do comércio artesanal, estimulado pelo Padre Cícero, transformou a cidade num lugar de atração econômica de muitos que recorriam a Juazeiro, alimentando a esperança de encontrar a redenção e sustentabilidade de suas vidas. Além do mais, os admiradores e devotos do padrinho Cícero atribuíam  e reconheciam esse território como sagrado, projetando o sonho e desejo da salvação eterna. 

 A memória dos 150 anos da chegada do Pe. Cícero no Juazeiro é momento de gratidão e reconhecimento da sua generosidade, dos seus ensinamentos e das  suas virtudes de compaixão, ternura, paciência, dedicação e amor aos pobres. Ele colocou suas mãos no Juazeiro e hoje colhemos bons frutos.  Que o nosso padrinho Cícero seja inspiração e referência para nós reconstruirmos esse lugar de fé e trabalho nos dias atuais, na promoção da cultura de paz, na defesa da justiça social, na vivência da solidariedade e no respeito a dignidade da natureza e de todo ser humano. 

 OBRIGADO MEU PADRINHO CÍCERO! 

José Carlos dos Santos, professor de Filosofia da Universidade Regional do Cariri (URCA) e do Instituto Federal do Ceará (IFCE) e doutorando em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

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TORNAR PADRE CÍCERO UM SANTO DO POVO É UMA QUESTÃO DE JUSTIÇA

A continuidade do processo de beatificação de Padre Cícero, anunciada pelo Bispo da Diocese de Crato, em 2022 continua sendo motivo de alegria aos romeiros devotos do “Padim Ciço”, nome com o qual se tornou conhecido. 

Para o professor de filosofia da Universidade Regional do Cariri (Urca) e do Instituto Federal do Ceará (IFCE), José Carlos dos Santos, a decisão é um ato de justiça e verdade em relação ao Padre Cícero.

“Nós estamos praticando a justiça na história. Padre Cícero no seu tempo foi injustiçado, perseguido, os romeiros também foram e hoje estão tendo um ato de justiça e de verdade em relação ao Padre Cícero, seus afilhados e seus devotos”, afirmou José Carlos em entrevista ao BLOG NEY VITAL.

Na definição do professor, o agora servo de Deus Padre Cícero foi "perseguido e injustiçado pela Igreja", mas sempre se manteve fiel a ela. "Esse reconhecimento chega em um momento muito importante da nossa história", afirma. A partir de agora, a Diocese de Crato pedirá à Santa Sé a abertura de um inquérito para seguir com o processo de beatificação do fundador de Juazeiro do Norte.

A jornada eclesiástica de Padre Cícero começou em 1865, quando o jovem Cícero deixou Cajazeiras, localizada na então Paraíba do Norte, para ingressar no Seminário da Prainha, instituição de ensino criada para a formação dos novos padres que havia sido inaugurada no ano anterior.No seminário, Padre Cícero estudou por cinco anos os cursos de filosofia e teologia. Foi ordenado presbítero em 30 de novembro de 1870 na Catedral velha de Fortaleza pelo primeiro Bispo da Diocese do Ceará, Dom Luís Antônio dos Santos. De acordo com registros históricos, Padre Cícero estava entre os alunos mais capacitados, o que lhe possibilitou lecionar na instituição. 

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MAURICIO MENEZES PRESTA HOMENAGEM A HOMEM MULTICOLORIDO: ZIRALDO

Maurício Menezes: Homem multicolorido De traço sereno e certo  -Aquele tio sabido Que a gente quer sempre perto!!

Ziraldo nasceu sereno num ano bem conturbado: 1932.

A política fervilhava em revoluções pelo Brasil, naquela década de pólvora.

O tempo passou -talvez  numa Maria Fumaça Mineira.

Muito tempo depois (2012), em uma das nossas viagens de férias por esse belo país, fiz questão de passar por Caratinga MG - berço do multi-artista gigante Ziraldo.

Minha Eloá - a sempre amada Menina Maluquinha - tinha 5 anos. Tiramos fotos ao lado das estátuas que homenageiam o mestre. 

O escritor imenso já estava há tempos na rota de minha admiração: um tanto pelo artista excepcional que era, e mais ainda pelo Brasileiro exemplar, defensor ferrenho da nossa sempre atacada Democracia.

Maluquinho, Pasquim, Pererê, Slogans, Revista Bundas, Logomarcas, prisões, família, empenho político.....

Mestre Zira fez seu nome!!

Leitor (tentando ser) atento como pelejo ainda, passei certa vez numa banca Literária, centro de Petrolina, e lá estava uma bela Revista, com destaque da letra P na capa: PALAVRA.

Comprei - juntando os parcos recursos dos bolsos. 

O ano era 1999.

Ainda no ônibus coletivo, comecei folhear a bela e robusta publicação - apresentada em tamanho maior do que as tradicionais revistas semanais.

Foi um deslumbre para mim: Cultura, entrevistas, arte, informação, colocações visuais...

Ziraldo foi seu fundador.

PALAVRA circulou por 14 meses: abril/1999 a agosto/2000. 

Viveu pouco,  como tantas e boas publicações neste país.

Ainda hoje guardo com carinho alguns exemplares dela - inclusive o último, com Oscar Niemeyer na capa. Uma bela entrevista com o Arquiteto gênio, amigo de abraço e posição política do gênio cartunista.

Viva sempre as pessoas grandiosas que dedicaram a vida em beneplácito do bem comum.

Viva hoje e sempre as pessoas que semearam a liberdade, e fizeram desse amor um bem inalienável - um traço marcante de suas vidas.

Viva Ziraldo!

Maurício Menezes.

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CRIADOR DO MENINO MALUQUINHO, ZIRALDO MORRE AOS 91 ANOS



O escritor Ziraldo morreu neste sábado (6) aos 91 anos. A morte foi confirmada pela família do desenhista. Em nota oficial divulgada pela família, ele morreu de causas naturais, no apartamento onde morava, no bairro da Lagoa, na zona sul do Rio de Janeiro, por volta das 14h30h. Ele tinha três filhos.

Aclamado pelo trabalho literário infantil, Ziraldo recebeu diferentes premiações, como o "Nobel" Internacional de Humor no 32º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e também o prêmio Merghantealler, da imprensa livre da América Latina, ambos em 1969. Levou ainda o Prêmio Jabuti de Literatura, em 1980, com O Menino Maluquinho, e novamente em 2012, com Os Meninos do Espaço.

Exposição leva visitantes ao mundo mágico do quadrinista e escritor Ziraldo. Na foto o escritor Ziraldo. Foto: Mundo Zira/Divulgação

Ziraldo Alves Pinto, nasceu em Caratinga, Minas Gerais, em 1932. Aos 7 anos de idade, em 1939, Ziraldo apresentou seu primeiro desenho no jornal Folha de Minas. Em 1949, muda-se para o Rio de Janeiro, onde fez carreira.

Apesar da formação em Direito, pela Universidade Federal de Minas Gerais,  construiu uma carreira importante como desenhista, escritor, apresentador e jornalista. Na década de 1950, trabalhou em uma coluna de humor no jornal Folha da Manhã, atual Folha de São Paulo. Depois iria para a revista O Cruzeiro e para o Jornal do Brasil.

Na década de 1960, publicou a primeira revista em quadrinhos de sucesso, a Turma do Pererê, que seria cancelada pouco tempo depois do golpe militar de 1964. Voltaria ainda em edições pela Abril e Editora Primor nas décadas seguintes.

Ziraldo se destacou por usar a arte como forma de resistência à ditadura militar. Ele fundou e dirigiu o famoso periódico O Pasquim, que fez oposição ao regime. O trabalho incomodaria os militares, a ponto de ele ter sido preso logo depois da promulgação do AI-5, documento pelo qual foi intensificada a censura e a repressão do governo aos opositores. Foi considerado um "elemento perigoso" pelo regime militar.

O desenhista continuaria atuante politicamente, sendo filiado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e depois ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Também declararia apoio a candidatos do Partido dos Trabalhadores (PT) em eleições presidenciais.

Sua mais conhecida criação, o Menino Maluquinho, nasceu nos anos 1980 e foi inspirado no filho do escritor. O personagem deu origem ao livro infantil campeão de vendas e ao filme de grande sucesso nos cinemas do país. O livro foi traduzido para o inglês, espanhol, basco, alemão e o italiano e teve adaptações para o cinema, teatro e televisão. Outros livros de destaque foram Flicts (1969) e O Bichinho da Maçã (1982).

Com tantos personagens marcantes de histórias infantis, Ziraldo parou de produzir textos e desenhos em setembro de 2018, quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC). Seu estúdio, onde trabalhou durante 70 anos, instalado no bairro da Lagoa, zona sul do Rio, está sendo transformado no Instituto Ziraldo.

Na TV Brasil, os 26 episódios do programa Um Menino muito Maluquinho foram apresentados ao longo de 2006. O cartunista e escritor ainda apresentou o ABC do Ziraldo durante cinco temporadas. Foram 189 episódios onde o tema era sempre incentivar jovens e crianças ao hábito da leitura.

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MARIANA AYDAR E MESTRINHO COMPARTILHAM ÁLBUM DEDICADO AO FORRÓ

Com uma amizade que dura há dez anos, que começou nos últimos momentos de vida de Dominguinhos, a cantora e compositora Mariana Aydar e o sanfoneiro Mestrinho lançaram, nas plataformas de música, o primeiro álbum da parceria,  “Mariana e Mestrinho”, produzido por Tó Brandileone (5 a Seco), reunindo um repertório completamente inédito e clássicos do forró.

O repertório buscou equilíbrio entre reverenciar a história do forró pé de serra e criar novos clássicos, ou seja, trazer canções inéditas que pudessem animar futuras pistas de dança. Mais do que isso, Mariana quis colaborar com a amplificação de um discurso feminino no forró, um ambiente predominantemente machista.

Era preciso, portanto, gravar novas canções que trouxessem a mulher para o centro da narrativa, como personagem principal, e não mais como coadjuvante da narrativa masculina. Nessa intenção, compôs “Boy Lixo” (Mariana Aydar/ Fernando Procópio/ Tinho Brito) e ganhou “Alavantu Anahiê” (Isabela Moraes/ PC Silva). Essa última, traz as vozes de Isabela Moraes e de Juliana Linhares, que se juntam a Mariana em participações especiais.
 
Zeca Baleiro enviou a lírica “Dádiva”, escrita especialmente para este álbum. E o próprio Mestrinho escreveu “Eu Vou”. Quem divide os vocais com Mariana e Mestrinho em “Até o Fim” (Mestrinho) é Gilberto Gil, outro nome fundamental para a quebra de fronteiras entre o forró e toda a música brasileira.

Do repertório clássico do forró, Mariana e Mestrinho reagravam “O Filho do Dono”, sucesso de Petrúcio Maia de viés político, social e ambiental. Uma pérola mais conhecida na cena forrozeira do que em outros ambientes. E a romântica “Ninguém Segura o Nosso Amor” (João Silva/ Iranilson), gravada por Mestre Zinho nos anos 1990.

Um dado pessoal: João Silva já foi padrasto de Mestrinho e também é autor de “Preciso do seu Sorriso” (João Silva/ Enok Virgulino), que entra no álbum como uma das homenagens a Dominguinhos. As outras regravações do repertório do mestre que uniu musicalmente Mariana Aydar e Mestrinho são “Te Faço um Cafuné” (Zezum), gravada por Dominguinhos no álbum “Isso Aqui Tá Bom Demais” (1985), e “Cheguei pra Ficar” (Dominguinhos/ Anastácia), pequena obra-prima lançada pelo autor no cultuado LP “Domingo Menino Dominguinhos” (1976).

Mestrinho toca acordeon em todas as faixas de “Mariana e Mestrinho”. Completam o time de músicos do álbum os craques Feeh Silva (zabumba e triângulo), Salomão Soares (piano), Fejuca (violão e cavaco), Federico Puppi (violoncelo), Will Bone (sopros), Rafa Moraes (guitarra) e Léo Rodrigues (percussão). Multi-instrumentista, o produtor musical Tó Brandileone tocou violões, guitarras, baixos, sintetizadores e percussões por todo o álbum.

Assim como foi em “Cheguei Pra Ficar”, primeiro single lançado, todas as faixas ganharam um visualizer com muita dança. Eles estão disponíveis nas páginas oficiais do Youtube de Mariana Aydar e Mestrinho. (Fonte; Folha Pernambuco)



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SEMINÁRIO APRESENTA TV 3.0

Em seminário sobre a implantação do novo modelo de televisão aberta a ser adotado no Brasil, chamado de TV 3.0, participantes ressaltaram a necessidade de garantir isonomia entre os sistemas público e privado. O presidente da Empresa Brasileira de Comunicação, Jean Lima, lembrou que a Constituição brasileira determina que os sistemas público, estatal e privado são complementares.

Jean Lima, que representou no seminário a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, reivindicou a distribuição dos canais da União pela internet e ressaltou a importância da comunicação pública.

“Entendemos como central a possibilidade de o telespectador assistir pelo aparelho de TV os canais da União pela internet, mesmo se não estiverem disponíveis na radiodifusão no município. TV Brasil, Canal Gov, TV Senado, TV Câmara, TV Justiça, Canal Saúde, Canal Educação são de inequívoco interesse social ao promover transparência sobre as ações do poder público”, afirmou.

Também para o presidente da comissão de Comunicação e Direito Digital do Senado, senador Eduardo Gomes (PL-TO), é fundamental assegurar espaço para as emissoras públicas de TV no novo modelo.

“O importante é que exista realmente na TV 3.0 a preocupação com a TV pública. Falei agora há pouco da TV Senado: somos a fonte de notícia mais importante para o setor, que é a sua regulação, então, é natural que estejamos ali inseridos para a segurança da informação pública brasileira”, disse.

Conforme explicou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, no ano que vem o Brasil começa a implantar o novo sistema de televisão 3.0, que consiste basicamente na integração da TV aberta com a internet.

Nesse modelo, os conteúdos audiovisuais vão chegar aos telespectadores por meio de aplicativos. Além de contar com qualidade de imagem e som melhores, a TV 3.0 permite maior interatividade. Os espectadores poderão escolher os conteúdos e até as propagandas que querem ver.

Juscelino Filho destacou também que o sistema irá significar uma revolução na forma de fazer televisão, com a possibilidade novos modelos de negócios para as emissoras.

“Traz novas oportunidades, como a publicidade interativa, o comércio eletrônico integrado, oportunidades de patrocínios e parcerias e a possibilidade também de oferta de conteúdo exclusivo e conteúdo premium. Isso se faz ainda mais importante no momento em que a competição com as plataformas digitais é cada vez maior”, afirmou.

Apesar de a integração com a internet ser a principal característica do sistema a ser implantado no País, o ministro deixou claro que mesmo quem não tem acesso à rede poderá assistir televisão normalmente. Para isso, será necessário apenas ter aparelhos compatíveis com a nova tecnologia. Sem a rede de computadores, os telespectadores só não terão acesso aos recursos de interatividade.

Os participantes do seminário ressaltaram que o Brasil ainda é um dos países que mais assistem TV aberta no mundo. Segundo afirmaram, pesquisa recente do Instituto Kantar/Ibope aponta que o brasileiro assiste, em média, a mais de 5 horas de televisão por dia. Estima-se que 98% dos domicílios do País contem com pelo menos um aparelho de TV.

O seminário foi realizado no auditório do Ministério das Comunicações. Fonte: Agência Câmara de Notícias

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PARAIBA: AREIA UNE TURISMO, CACHAÇA E PRODUÇÃO DE CHOCOLATE

O município de Areia, região do Brejo paraibano, desponta no turismo rural com diversos atrativos. O turista que for ao município vai vivenciar a mistura de história, cachaça e chocolate, já que, o Engenho Triunfo, um dos principais pontos turísticos da região, produto de muito trabalho dos proprietários Antônio Augusto e Maria Júlia Baracho, investiu também na produção do chocolate aliada ao turismo rural.

Os visitantes, além de conhecer a produção da cachaça com um guia, que apresenta todo o processo de fabricação, desde a plantação da cana até o produto final, podem também apreciarem as flores, lojinhas, lago com pedalinhos, tirolesa e a fábrica de chocolates Engenho Cacau.

Com o lema “mais cacau e menos açúcar”, o novo espaço do Engenho Triunfo produz chocolate de qualidade onde é utilizado 45% de cacau ao leite até 80% do cacau. “O Engenho Cacau foi mais uma bênção de Deus na nossa vida. Porque ele veio através da nossa nora que tem um espírito empreendedor de trabalho, justiça social e de amor pelo que faz, que a nossa família tem”, revela Maria Júlia.

A qualidade do produto é fruto do empenho e dedicação da Juliana Viega de Albuquerque Baracho, que contou com apoio do marido, Thiago Henrique de Albuquerque Baracho, para implantação do novo empreendimento.

 “A ideia de colocar uma fábrica de chocolates no Engenho Triunfo surgiu para agregar mais uma atividade ao turismo, então, eu e o meu marido, pensamos em algo para agregar ao turismo e, como no Sul do país a região é fria como a nossa, e eles investem muito na produção do chocolate, eu pensei em fazer uma experiência que deu certo”, conta Juliana.

Como ela não tinha experiência na produção do chocolate, a empresária correu em busca da capacitação e aprendeu a técnica do movimento de entubar, uma forma de fazer chocolate desde o cacau até a barra. “Eu não queria fazer o chocolate como todo mundo faz, que é derretendo uma barra comprada. Eu queria fazer o chocolate desde o cacau e assim estou fazendo”.

Juliana foi buscar a capacitação em um curso com o pessoal da Fábrica de Chocolates LaBarr, que tem um produto premiado em Brasília e, depois, foi para a região Sul da Bahia, que é referência na produção do chocolate.

Lá, ela conta que conheceu a Adriana Reis, que além de ser referência internacional desse mundo do cacau até a barra do chocolate, também é professora do Centro de Inovação do Cacau (CIC), cujo objetivo é construir, consolidar e difundir conhecimento sobre o cacau e o chocolate de qualidade, com foco na melhoria da produtividade, qualidade e rastreabilidade das amêndoas. “Após os conhecimentos adquiridos, eu, com auxílio do meu esposo Thiago Henrique, que é engenheiro químico do Engenho Triunfo, começamos a fazer a formulação dos produtos químicos para iniciar a produção”.

Já capacitada ela iniciou a compra do maquinário, além de passar a conhecer os fornecedores da amêndoa fina, que é o referencial para fazer o chocolate, desde o cacau com a amêndoa.

O Engenho Cacau fica dentro do Parque do Engenho Triunfo e a produção do chocolate foi iniciada na Páscoa de 2022, e, em um ano já foi produzido uma tonelada de chocolate. A empresária revela que a intenção é produzir o chocolate com o cacau plantado em Areia. Para tanto, ela trouxe mudas da Bahia e do Espírito Santo. “Nós plantamos e estamos aguardando chegar mil novas mudas agora em março para produzir exclusivamente com o nosso cacau”, diz.

Na produção do chocolate do Engenho Cacau, não é usada a gordura vegetal, nem a hidrogenada, como também aromatizante, ou seja, são 45% de cacau ao leite até 80% do cacau. Tem uma legislação no Brasil determinando que para ser chocolate ele precisa ter no mínimo 25% de cacau, percentual que é colocado no mundo industrial, “é um chocolate que no mundo comercial seria considerado meio amargo, e aí quando as pessoas provam elas ficam surpresas porque ele é suave, já que uma amêndoa boa do cacau não tem intensidade em amargo. Nós estamos explorando tanto na escolha da amêndoa quanto na questão da torra que nós fazemos na fábrica, daí nós vamos fazendo a torra de acordo com cada amêndoa do cacau”.

A produção do Engenho Cacau é feita com o que existe na região. São feitos chocolate ao leite, com castanha do caju, com banana, jaca, cajá e cachaça. “Nós estamos para lançar barras de chocolate com cachaça Trinfo envelhecida no bálsamo, no carvalho e na umburana. No São João nós lançamos o chocolate com canjica, que foi um sucesso até na embalagem que é em formato de uma cuscuzeira”.

Na linha com cachaças, tem as barras que serão lançadas em breve, as trufas de chocolate meio amargo e cachaça envelhecida no tonel de bálsamo. Tem também as garrafinhas, que são muito procuradas, por serem chocolates em forma de garrafas pequenas e dentro vem a cachaça triunfo branca. (Fonte: A União)

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SEU NÉ, UM “CAÇADOR DE ÁGUA” NAS TERRAS ÁRIDAS DO NORTE DA BAHIA

Para muitos fazendeiros, agricultores familiares e reassentados pela Chesf, tanto do lado baiano quanto da margem pernambucana do rio São Francisco, a presença de “seu Né” em suas propriedades significa a esperança de matar a sede dos rebanhos e das plantas. Há quem mande carro com motorista até Brejo do Burgo, um povoado de pouco mais de 100 casas no município de Glória, só para apanhar e deixá-lo em casa, depois que ele faz o serviço: indicar o local certo onde escavar os poços e garantir água.

Há mais de seis décadas ele percorre os sertões com gravetos em forma de forquilha ou arames de metal torcidos no formato da letra “e” minúscula. Estes instrumentos simples, toscos até, bastam para que ele identifique quais os pontos, sob o solo da caatinga, onde há água suficiente para viabilizar uma lavoura. Ele tem o dom da radiestesia, a suposta habilidade de perceber o campo eletromagnético dos depósitos subterrâneos de água.

Usamos a palavra “suposta” porque a ciência não comprova se isso é realmente possível. Mas quem contrata seu Né está mais interessado nos resultados práticos do que nas verdades científicas.

Seu nome completo é Manoel Batista da Silva e está com 89 anos. No entanto, mesmo em Brejo da Burgo, poucos o chamam dessa maneira.

Ele nos recebeu em seu sítio, a seis quilômetros do povoado, em pleno Raso da Catarina, uma planície arenosa no norte da Bahia onde caminhar é tão cansativo como na areia fofa da praia. Sozinho, cuidando de um rebanho de aproximadamente 50 cabeças de gado sob um sol do sertão, demonstra uma disposição para o trabalho braçal incompatível com sua idade. No entanto, ao saber que nossa intenção era entrevistá-lo, ele parou o que estava fazendo. O gosto pela conversa, este sim, é totalmente compatível com a de um idoso com muitas histórias para contar.

Nesta foto vê-se uma mão enrugada e suja segurando um bastão. A pessoa está vestindo uma roupa branca, que parece estar um pouco suja. O foco principal está na mão e no bastão, com o fundo desfocado. As unhas da pessoa estão curtas e parecem estar sujas. A textura da pele é visível, indicando trabalho árduo ou idade avançada.

“Posso até ter errado algum poço, mas nunca tomei conhecimento disso, não”, garante, sem nenhuma sombra de falsa modéstia.

No final do século passado, seu Né ainda usava gravetos ou arames que se curvavam em direção ao ponto onde há água. Hoje, ele dispensa esses recursos. “Eu sinto a água, meus nervos sentem, não sei porque nem como isso acontece, só sei que nasci com o dom”. Em novembro, alguns dias antes da entrevista, ele conta que foi levado pelos agricultores de Salgado do Melão, um povoado do município de Macururé, e “locou” – termo que usa para dizer que localizou – 14 poços em reassentamentos da Chesf. “Só quiseram cavar três, deixaram os outros de reserva”, explica, detalhando como funciona sua atividade.

Por cada poço ele cobra R$ 500, mas nem sempre foi assim. Durante os anos em que atuou como sindicalista, ele se recusava a cobrar, pois exercia o cargo de diretor de Convivência com o Semiárido do Pólo Sindical do Vale do São Francisco, uma articulação de dezenas de sindicatos de trabalhadores rurais da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Ele considerava que fazia parte de sua missão “locar” poços e treinar outros “caçadores de água” com ajuda das organizações não-governamentais que atuam no semiárido e que, durante a COP-3, criaram a Articulação do Semiárido (ASA).

Ele só perdeu a energia para caçar poços d’água nos anos que se seguiram à morte de sua esposa. “Foi uma tragédia na minha vida, homem sem mulher é uma tristeza. Não tinha vontade pra mais nada”, explica. O que o salvou foram os sucessivos chamados de agricultores para encontrar fontes de água, necessidade que só aumenta por causa da piora das condições climáticas da região e a consequente desertificação.

Segundo ele, a necessidade de locar poços está cada vez maior porque rios, lagoas e açudes que, antes passavam alguns meses do ano com água, agora estão permanentemente secos, como é o caso da Lagoa do Brejo, vizinha a Brejo do Burgo.

“Estão desmatando tudo, estão tirando as árvores que seguram a água e chamam a chuva como o pau d’arco e o pereiro. A caatinga tá pelada, sem nada por cima, desprotegida”, lamenta seu Né. Ele não tem dúvidas que é por isso que as coisas estão se tornando mais difíceis no semiárido: “Sei o que digo, eu ainda estou em mim”.

No sítio, seu Né só consegue manter seu rebanho em pé por causa da água de dois poços que encontrou e perfurou, um deles com 94 metros de profundidade e botando água pura há mais de 25 anos. Ele faz as próprias refeições em uma palhoça que abriga também a bomba do poço, pois a pequena casa, construída no alto de uma elevação do terreno só tem estrutura para a dormida.

Esse poço é a minha felicidade. No fim de tarde, eu chamo todo mundo pra beber água”, afirma. Por “todo mundo” ele se refere aos bois, vacas e novilhos. “Cuidar de gado pra mim é um entretenimento. Aliás, cuidar de bicho e conversar, quando quiserem ouvir minhas histórias, podem vir”, convida, oferecendo a água para a equipe de reportagem matar a sede e amenizar os efeitos do calor. (FONTE; MARCO ZERO)

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JOQUINHA GONZAGA DOS 8 AOS 120 BAIXOS: PREFEITURAS PRECISAM VALORIZAR OS VERDADEIROS FORROZEIROS

Apesar da invasão das bandas eletrônicas e de cantores sertanejos nos festejos juninos,  principalmente, nos contratos envolvendo prefeituras, o legítimo herdeiro musical de Luiz Gonzaga, o sobrinho Joquinha Gonzaga arruma o chapéu de couro, afina a  sanfona, zabumba e triangulo e continua a vida de viajante, na expctativa de que neste ano de 2024 possa ganhar a estrada para fazer forró do bom.

Joquinha Gonzaga vai completar no dia (01) de abril, 72 anos  de nascimento. O sanfoneiro, cantor e compositor é neto de Januário e sobrinho de Luiz Gonzaga. João Januário Maciel, o Joquinha Gonzaga é hoje um dos poucos descendentes vivos da família.

Este ano mais uma vez o sanfoneiro busca manter vivas a memória e valorização da "indusstria cultural da sanfona, zabumba e triangulo" deixada pelo seu tio e de acordo com Joquinha Gonzaga, "cada vez mais esquecida nas principais cidades do nordeste que contratam sertanejos e bandas, deixando fora os nomes que fazem o forró verdadeiro"

A história conta que Aos 13 anos de idade ganhou um fole de oito baixos, dado pelo tio famoso, Luiz Gonzaga, que achava o sobrinho com talento de sanfoneiro.

A partir daí  Joquinha não largou mais a sanfona e tempos depois tornou-se discípulo fiel do Rei do Baião.

O primeiro disco de Joquinha Gonzaga foi lançado em 1986, intitulado “Forró, Cheiro e Chamego”. Foi a partir daí que o tio-rei via no sobrinho, o herdeiro de toda uma herançacultural. A composição Amei a Toa, parceria com João Silva, foi gravada na Voz de Luiz Gonzaga.

Após a morte de Luiz Gonzaga, em 1989,  e consequentemente a do primo Gonzaguinha, em 1990, Joquinha mudou-se para o município de Exú,  pernambucano, para cuidar dos interesses do tio e do primo, dando continuidade as atividades de implementação do “Museu do Gonzagão” no Parque “Aza” Branca.

Entre os anos de 1990 e 1993, dedicou-se aos shows regionais e nacionais procurando manter a tradição do seu mestre Luiz Gonzaga, participando ativamente de grandes eventos culturais do Nordeste. Luiz Gonzaga declarou em público que Joquinha é o seguidor cultural da Família Gonzaga.

Ao lado do tio Luiz Gonzaga, o sanfoneiro Joquinha cantou em dueto a música "Dá licença prá mais um". Joquinha Gonzaga aos 71 anos reside atualmente em Exu, Pernambuco. 

Além de sobrinho do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, Joquinha é neto de Januário (tocador de sanfona 8 Baixos) e ainda teve como tios o Mestre da Sanfona, Zé Gonzaga, Chiquinha Gonzaga (tocadora de sanfona 8 Baixos) e Severino Januário.

Detalhe: Joquinha Gonzaga também é tocador de sanfona de 8 baixos, um instrumento quase em extinção no cenário cultural brasileiro e também por isto um dos aspectos que faz Joquinha merecedor da valorização cultural.

Contato para shows de Joquinha Gonzaga: (87) 999955829 e watSap: (87)996770618



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SETE EM CADA DEZ BRASILEIROS ACHAM QUE ÁGUA É UM BEM POUCO CUIDADO

A maioria da população brasileira tem uma avaliação negativa sobre o cuidado da água disponível no país. Uma Pesquisa da The Nature Conservancy (TNC) Brasil mostra que 73% dos brasileiros acreditam consideram a água um recurso natural muito utilizado e pouco cuidado. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (22), que é o Dia Mundial da Água.

A pesquisa A Percepção dos Brasileiros sobre Segurança Hídrica, feita pela The Nature Conservancy Brasil com o apoio técnico do Instituto Ipsos, aponta que 58% da população brasileira está muito preocupada com a falta de água. O consumo excessivo ou desperdício são vistos como os principais responsáveis por este problema na visão de 27% dos entrevistados e as mudanças climáticas aparecem em segundo lugar (21%).

Entre os entrevistados, pessoas menos escolarizadas atribuem mais a falta de água à escassez de chuvas, enquanto mais escolarizados enfatizam os problemas de gestão. Além disso, 68% da população acredita que evitar o desperdício seja a principal medida que as empresas devem adotar para proteger as nascentes e as bacias hidrográficas.

O objetivo da pesquisa é identificar o quanto a população brasileira entende a importância da conservação da natureza para garantir a proteção das nascentes e dos rios para a segurança hídrica, o desenvolvimento econômico e o bem-estar social.

O levantamento foi realizado pela Ipsos a pedido da The Nature Conservancy Brasil. Foram ouvidas 1.499 pessoas, homens e mulheres maiores de 18 anos das classes ABCDE, de todas as regiões do país, entre os dias 8 e 15 de fevereiro deste ano com uma margem de erro de 2,5 pontos percentuais.

Meio ambiente-Os brasileiros também classificam o meio ambiente como uma atenção prioritária, sendo que dentre questões como por exemplo queimadas, desmatamento, poluição do ar e descarte incorreto do lixo, os eventos climáticos extremos relacionados à água como secas e enchentes são o principal ponto de preocupação, levantado por 83% dos entrevistados.

O estudo apontou que as populações menos favorecidas indicam menor associação entre problemas ambientais e mudanças climáticas, enquanto os mais privilegiados têm um entendimento mais amplo.

Soluções-A recuperação florestal foi apontada por 45% dos ouvidos como medida mais indicada para garantir a segurança das águas, ficando atrás apenas da fiscalização das leis (53%) e dos programas de educação ambiental (50%).

A gestão integrada dos recursos hídricos entre governos, sociedade civil e empresas é apontada por 43% dos entrevistados como as principais medidas para garantir a segurança hídrica, identificando a necessidade da colaboração para o desenvolvimento de soluções mais ágeis e eficazes.

Por outro lado, 70% da população entrevistada nunca ouviu falar sobre os comitês de Bacia Hidrográfica. Entre os que conhecem os comitês, 42% não sabem qual é o seu trabalho. Atualmente existem mais de 230 comitês de bacias instituídos no país, sendo responsáveis por promover uma gestão descentralizada em esforços para aprimorar a qualidade da água. (Agencia Brasil)

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PESQUISADORES DA USP SE SURPREENDEM COM A QUANTIDADE DE LIXO A 200 KM DA COSTA BRASILEIRA

Pesquisadores da USP que investigam espécies do fundo do mar na costa brasileira fizeram uma descoberta espantosa e preocupante.

Barata do mar, peixe-bruxa, tubarão lanterna: espécies que vivem em águas onde a luz do sol não chega, entre 200 e 1.500 metros de profundidade. Foi para identificar a fauna marítima de uma área remota dos oceanos que, durante dois anos, pesquisadores da USP fizeram expedições em dois pontos a 200 km da costa brasileira.

Pesquisadores do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) encontraram lixo nas profundezas da costa brasileira. A ideia era inicialmente analisar a vida marinha em locais profundos do oceano, utilizando uma espécie de rede de pesca para coletar material a 200 a 1.500 metros de profundidade.

No entanto, eles encontraram mais de 13 quilos de lixo em 28 dos 31 locais analisados da costa sudeste do Brasil, próximo dos estados de São Paulo e Santa Catarina.

A quantidade de lixo encontrada surpreendeu, como explicou a pesquisadora do Laboratório de Diversidade Ecologia e Evolução de Peixes, do Instituto Oceanográfico da USP, Flávia Matsumoto.

Entre o material coletado, a maior parte foi plástico; seguido de tecidos e também metais de latas de alimento. Em alguns casos, eram materiais de fabricação da Grécia, Itália, Estados Unidos ou África do Sul, que podem, segundo os pesquisadores, ter sido jogado ao mar por navios ou lixo que pode ter vindo dos rios.

Flávia disse que o grupo ainda vai analisar as consequências desse lixo para a vida marinha das profundezas do oceano.

Para tentar reverter ou minimizar, a pesquisadora ressaltou a importância de campanhas de conscientização para que a população não jogue o lixo que tenha destino o mar. Mas, ela também ponderou a dificuldade de fiscalizar navios em alto mar. 

Marcelo Melo, professor do Instituto Oceanográfico da USP,  destacou que “Uma coisa que é essencial é fazer uma parte de educação ambiental, tanto nas pessoas que moram, despejam lixo próximo ao litoral, nas prefeituras, quanto essa parte também de educação, fiscalização, das embarcações que frequentam essas regiões. Para que as pessoas se conscientizem que o mar não é um lixão onde o lixo deve ser despejado”.

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ENTENDA A ESTRATÉGIA DO BRASIL PARA A TRANSFORMAÇÃO ECOLÓGICA

Com o objetivo de adotar modelo de desenvolvimento mais sustentável no país, o Plano de Transformação Ecológica foi anunciado em setembro de 2023, no Brasil, e lançado oficialmente pelo governo federal no mês de dezembro, durante a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP), em Dubai. A estratégia reúne políticas públicas em quase toda a estrutura do Executivo brasileiro, com ações organizadas em seis eixos e coordenadas pelo Ministério da Fazenda.

Ao todo são mais de 100 políticas públicas anunciadas, com diferentes naturezas e prazos de execução, classificadas nos eixos finanças sustentáveis, transformações tecnológicas, bioeconomia, transição energética, economia circular, infraestrutura verde e de adaptação.

Segundo a subsecretária de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Cristina Fróes Reis, juntas, essas ações deverão conduzir o país a abandonar um paradigma limitado e com prazo de validade e adotar um que seja sustentável nas dimensões econômica, ambiental e principalmente social.

“O Plano de Transformação Ecológica não visa somente a justiça ambiental climática, mas também uma transformação da estrutura produtiva que gere empregos de qualidade, renda e oportunidades de negócios e dessa forma vai reduzir desigualdades, sejam elas regionais, territoriais, entre o meio rural e o meio urbano, entre mulheres e homens, e gêneros, entre etnias, raças e também com um olhar para as faixas etárias”, explica.

Partindo dessa visão de readequação, o governo federal traçou uma estratégia comum para o conjunto de políticas públicas que estão sendo criadas, ou readequadas: tornar o caminho sustentável mais atraente em termos econômicos. “As vantagens, dependendo do instrumento, serão principalmente financeiras e regulatórias, de forma que na análise de custo-benefício seja favorável à sustentabilidade, seja a partir de taxas de juros mais interessantes, de condições de garantia, de novas remunerações, como o pagamento de serviços ambientais por exemplo; ou seja, de políticas afirmativas econômicas que tornem essas atividades preferidas pelo agente econômico”, diz Cristina.

A ideia é que o Estado atue como facilitador para que o Sistema Financeiro Nacional conceda incentivos às atividades econômicas sustentáveis. Com isso, haja um estímulo para novos investimentos, inclusive com recursos internacionais, ou para a migração espontânea da forma produtiva, a partir da avaliação de custo-benefício para reinvestimentos.

Políticas públicas-Duas das políticas desenhadas pelo Ministério da Fazenda são fundamentais para que a estratégia seja efetiva: a regulamentação do mercado de carbono, em fase avançada de tramitação no Congresso Nacional, e a taxonomia sustentável brasileira.

A primeira, vai precificar as emissões de gases do efeito estufa e estabelecer regras para o comércio, dentro e fora do país, do saldo positivo das metas brasileiras estabelecidas em acordos internacionais de enfrentamento à mudança climática. Esse mecanismo permitirá que outros países, com saldo negativo, possam reduzir suas emissões por meio de investimentos e transferência de tecnologia para a execução de projetos no Brasil.

A taxonomia sustentável brasileira, ainda em construção, vai classificar as atividades econômicas e os ativos financeiros de acordo com a contribuição para os objetivos climáticos, ambientais e sociais, por meio de critérios específicos estabelecidos pela Associação Internacional de Mercado de Capitais (em inglês International Capital Market Association – ICMA).

Com essas ferramentas, o governo federal poderá, inclusive desenhar de forma mais efetiva os incentivos que integrarão as iniciativas de todo o plano. Para Cristina, o papel de estruturar incentivos nas políticas públicas, desenvolvidas por diferentes órgãos, traz um novo paradigma para a própria organização do Ministério da Fazenda. “Esses instrumentos, esses incentivos, sejam eles financeiros, regulatórios tributários, fiscais, ou até mesmo de fiscalização ou monitoramento passam a ser orientados a partir dessa visão de desenvolvimento inclusivo e sustentável,” explica.

Antes mesmo de efetivar essas políticas, outras iniciativas do governo federal já passaram por reformulação alinhada à transformação ecológica, como o Plano Safra, do Ministério da Agricultura e Pecuária, por exemplo, que na atual edição ofertou melhores condições de financiamento às produções sustentáveis.

Prazos-De acordo com Cristina, a expectativa é que até 2026 todas as políticas públicas que integram o plano já estejam implementadas e que seus efeitos em termos de investimentos no país, de geração de emprego e no Produto Interno Bruno sejam efetivos. “Ainda estamos trabalhando com diferentes cálculos para quantificar esses impactos. A sociedade civil fez uma contribuição e o Ministério da Fazenda estabeleceu parcerias com algumas instituições multilaterais e bancos mundiais para chegarmos a números mais concretos sobre o impacto até o fim do governo.”

Os números apresentados pela sociedade civil foram contribuições do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, que reuniu pesquisas do setor, em um documento apresentado ao governo federal. Entre eles, um potencial de faturamento industrial adicional de US$ 284 bilhões por ano, até 2050, por meio da bioeconomia, e um acréscimo de R$ 2,8 trilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, pela oferta de serviços gerados pela biodiversidade.

Por outro lado, o documento também destaca a necessidade de investimentos necessários ao avanço na universalização do saneamento de até R$ 700 bilhões, para que a meta seja atingida em 2033.

“O Brasil está em um momento decisivo de sua história. Temos a oportunidade de nos tornarmos líderes globais e, ao mesmo tempo, aproveitar nossos ativos ambientais para reduzir nosso passivo social. Essa, porém, é uma janela de oportunidade única e curta”, alerta o documento.

Para Cristina, os efeitos da transformação ecológica poderão ser percebidos antes mesmo dessas projeções. “O ideal é que até 2030, tudo isso contribua tanto para a agenda dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável [agenda da Organização das Nações Unidas], quanto para as nossas metas de 2026”. (Agencia Brasil)

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SEMANA PADRE CÍCERO ACONTECE DE 20 A 24 DE MARÇO


De 20 a 24 de março, Juazeiro do Norte e a Nação Romeira festejará a 42ª edição da Semana Padre Cícero. Este ano será ainda mais festiva, pois marca a celebração dos 180 anos de nascimento do sacerdote.

A programação, pensada em parceria com a Prefeitura Municipal, contempla momentos religiosos e culturais que serão vivenciados com base no tema: “Servo de Deus Padre Cícero Romão, o missionário do sertão”. Essa reflexão é fundamentada na vida e legado apostólico do sacerdote cearense, cujos ensinamentos ultrapassaram o século e permanecem vivos ainda hoje no coração dos inúmeros devotos espalhados pelo Brasil, especialmente na Região Nordeste.

Por decisão da Comissão para as Romarias de Juazeiro do Norte, grupo formado por representantes da Basílica Santuário Nossa Senhora das Dores, Paróquia São Francisco das Chagas, Paróquia Sagrado Coração de Jesus e Colina do Horto, a temática escolhida para a Semana Padre Cícero também vai orientar todo o Ciclo de Romarias 2024 – 2025. 

“Em comunhão com a Igreja no Brasil e com a nossa Diocese de Crato, iremos refletir a partir deste tema norteador que vai ajudar os Santuários de Juazeiro do Norte e Paróquias dos Romeiros sendo referência para a nossa caminhada 2024 até a Romaria das Candeias, em fevereiro de 2025”, disse o reitor da Basílica de Nossa Senhora das Dores, Padre Cícero José.

Confira a programação:

Basílica Santuário Nossa Senhora das Dores

Juazeiro do Norte – CE

Programação da 42ª Semana Padre Cícero – 2024

Tema: Servo de Deus Padre Cícero Romão: o missionário do sertão

20 de março (Quarta-feira)

Basílica Santuário

9h – Santa Missa

12h – Santa Missa (conclusão da 1ª Romaria do Clero da Diocese de Crato)

15h – Terço da Misericórdia

18h – Terço Mariano

19h – Santa Missa (admissão dos novos coroinhas do Grupo de Coroinhas da Basílica)

Capela do Socorro

6h – Missa em sufrágio da alma do Padre Cícero

9h – Terço Mariano (programação da 1ª Romaria do Clero da Diocese de Crato)

10h – Santa Missa

16h – Santa Missa

21 de março (Quinta-feira)

Basílica Santuário

6h – Santa Missa

9h – Santa Missa

12h – Santa Missa

15h – Terço da Misericórdia

18h – Terço Mariano

19h – Santa Missa

Capela do Socorro

Missas: 7h e 16h

22 de março (Sexta-feira)

Basílica Santuário

6h – Santa Missa

9h – Santa Missa

12h – Santa Missa

14h às 17h – 4° Encontro dos Tiradores e Tiradeiras de Renovação

15h – Terço da Misericórdia

18h – Terço Mariano

19h – Santa Missa rezada em ação de graças pelos Cíceros e Cíceras e concelebrada pelos padres da Diocese de Crato que se chamam Cícero

Capela do Socorro

Missas: 7h e 16h

23 de março (Sábado)

Basílica Santuário

6h – Santa Missa

9h – Santa Missa

12h – Santa Missa

15h – Terço da Misericórdia

18h – Ofício de Nossa Senhora

19h – Santa Missa

Capela do Socorro

7h – Santa Missa

16h – Santa Missa

20h – Seresta Padre Cícero

22h – Apresentação Musical (Jota Farias)

00h – Canto de parabéns e corte do bolo de aniversário

24 de março (Domingo)

180 anos de nascimento do Padre Cícero Romão Batista e Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor

6h – Missa no largo da Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

7h30 – Bênção e Procissão de Ramos (saída da Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em direção à Basílica Santuário)

Missa na Basílica de Nossa Senhora das Dores após a chegada da Procissão de Ramos

12h – Missa na Basílica Santuário Nossa Senhora das Dores

16h – Missa na Basílica Santuário Nossa Senhora das Dores

17h – Missa e acolhida da Procissão das Flores no Largo do Socorro

18h – Renovação ao Sagrado Coração de Jesus e distribuição do “Café do Santo” (Largo do Socorro)

19h – Apresentação Musical do Padre Fábio de Melo (Largo do Socorro)

19h – Missa na Basílica Santuário Nossa Senhora das Dores
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