ESPAÇO PLURAL DA UNIVASF TERÁ AGROFLORESTA EM ESPÉCIES DIVERSAS

Com o intuito de trazer experiências inovadoras para a região e valorizar o aspecto multiuso do ambiente, a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) irá implantar um sistema agroflorestal no Espaço Plural, em Juazeiro (BA). A ação será desenvolvida pelo Programa de Extensão “Agrofloresta do Espaço Plural – Francisco Roberto Caporal”, que iniciou as atividades neste mês de fevereiro. A iniciativa irá possibilitar que o espaço receba agricultores e se torne um campo de ação para os discentes, que poderão acompanhar e realizar pesquisas ao longo do crescimento da agrofloresta.

Batizado como “Agrofloresta do Espaço Plural – Francisco Roberto Caporal” o programa presta homenagem ao professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Francisco Roberto Caporal, um dos grandes nomes da Agroecologia e da Extensão Rural no Brasil, que faleceu em abril de 2021. Ele era membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial (PPGADT) – Doutorado Profissional, ofertado em associação ampla pela Univasf, UFRPE e Universidade do Estado da Bahia (Uneb), com turmas no Espaço Plural.

O programa de extensão é coordenado por Bruno Cezar Silva, professor do Mestrado Profissional em Administração Pública em Rede Nacional (Profiap) e egresso do PPGADT; René Cordeiro, professor do Colegiado de Medicina Veterinária e coordenador do Sisteminha Embrapa; e Daniel Salgado Pifano, professor do Colegiado de Ciências Biológicas e coordenador do Programa de Conservação de Fauna e Flora do Projeto de Integração do São Francisco (PISF) e do Centro de Estudos em Biologia Vegetal (Cebive). A iniciativa conta com o apoio da pró-reitora de Extensão da Univasf, Lucia Marisy. O programa tem a participação de estudantes, servidores da Universidade e de pessoas da comunidade externa. 

O Espaço Plural já conta com sistemas produtivos manejados através da agricultura familiar, como a horta comunitária e o projeto de extensão Sisteminha Embrapa. A implantação do sistema agroflorestal irá complementar as ações que já estão em andamento e prover para o espaço uma área verde visualmente agradável e ecologicamente viável, onde poderão ser mantidas espécies vegetais com finalidades e usos que atendam as demandas do local e da comunidade.

Segundo Bruno Silva, que também é pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da Univasf, a implantação de um sistema agroflorestal com base em espécies nativas é uma grande oportunidade de destacar a beleza, diversidade e utilidade que envolvem a Caatinga. 

“A ação terá o potencial de desenvolver, ao longo de sua execução, uma valorização da sensação de pertencimento dos atores envolvidos com o meio circundante, que passarão a reconhecer a importância da preservação e conservação dos recursos naturais e da biodiversidade”, enfatiza. Ele considera que a capacitação e a conscientização que serão promovidas durante o programa representam seu legado mais duradouro, podendo influenciar a criação de iniciativas similares em diversos locais no futuro. (Fonte: Ascom Univasf)

Nenhum comentário

HABEAS PINHO: LIBERE O VIOLÃO DOUTOR JUIZ

Em Campina Grande, na Paraíba, um grupo de boêmios fazia serenata numa madrugada do mês de junho, quando chegou a polícia e apreendeu o violão. Decepcionado, o grupo recorreu aos serviços do advogado Ronaldo Cunha Lima, então recentemente saído da Faculdade e que também apreciava uma boa seresta. 

Ele peticionou em Juízo, para que fosse liberado o violão. Aquele pedido ficou conhecido como "Habeas Pinho" e enfeita as paredes de escritórios de muitos advogados e bares de praias no Nordeste.

Mais tarde, Ronaldo Cunha Lima foi eleito Deputado Estadual, Prefeito de Campina Grande, Senador da República, Governador do Estado e Deputado Federal.

Eis a famosa petição. HABEAS PINHO

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 2ª Vara desta Comarca :

O instrumento do crime que se arrola Neste processo de contravenção

Não é faca, revólver nem pistola. É simplesmente, doutor, um violão.

Um violão, doutor, que na verdade Não matou nem feriu um cidadão.

Feriu, sim, a sensibilidade De quem o ouviu vibrar na solidão.

O violão é sempre uma ternura, Instrumento de amor e de saudade.

Ao crime ele nunca se mistura. Inexiste entre eles afinidade.

O violão é próprio dos cantores, Dos menestréis de alma enternecida

Que cantam as mágoas e que povoam a vida Sufocando suas próprias dores.

O violão é música e é canção,

É sentimento de vida e alegria,

É pureza e néctar que extasia,

É adorno espiritual do coração.

Seu viver, como o nosso, é transitório,

Porém seu destino se perpétua.

Ele nasceu para cantar na rua

E não para ser arquivo de Cartório.

Mande soltá-lo pelo Amor da noite

Que se sente vazia em suas horas,

Para que volte a sentir o terno açoite

De suas cordas leves e sonoras.

Libere o violão, Dr. Juiz,

Em nome da Justiça e do Direito.

É crime, porventura, o infeliz,

cantar as mágoas que lhe enchem o peito?

Será crime, e afinal, será pecado,

Será delito de tão vis horrores,

perambular na rua um desgraçado

derramando na rua as suas dôres?

É o apelo que aqui lhe dirigimos,

Na certeza do seu acolhimento.

Juntando esta petição aos autos nós pedimos

e pedimos também DEFERIMENTO.

Ronaldo Cunha Lima, advogado.

O juiz Arthur Moura sem perder o ponto deu a sentença no mesmo tom:

"Para que eu não carregue

Muito remorso no coração,

Determino que seja entregue,

Ao seu dono, o malfadado violão!“

Nenhum comentário

VÍDEO EM QUE FILHO VAI NA ROÇA AVISAR O PAI QUE FOI APROVADO NO VESTIBULAR PARA MEDICINA EMOCIONA

Lágrimas de pai e filho, moradores do município de Caculé, no sertão da Bahia, têm emocionado milhares de brasileiros nas redes.

Num momento em que centenas de país vivem o luto de uma tragédia, como a de Petrópolis (RJ), e o mundo vive o temor de uma guerra,  o choro de felicidade de Sandro Lúcio Nascimento Rocha, de 21 anos, serviu para criar uma verdadeira corrente de esperança entre internautas.

O jovem compartilhou imagens em que revela para o pai, agricultor e que trabalha na roça, ter passado no vestibular para Medicina, na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Na gravação, o rapaz, chamado de Sandrão pelo amigo, adentra ansioso a lavoura onde o pai trabalhava com sua enxada. Acompanhado pelo autor das imagens, ele precisou ainda de um “empurrãozinho” para que, após avistar o pai, seguir para o abraço de comemoração. 
O mais novo estudante de Medicina! Ele passou!”, diz o interlocutor, enquanto o homem parece não acreditar. Não demora para que os dois comecem a chorar copiosamente, enquanto se abraçam com força.

A cena também emocionou os trabalhadores que estavam em volta. A simplicidade do pai resta mais evidenciada que nunca quando, após o breve momento, ele ainda chorando pega seu instrumento de trabalho novamente e volta a cultivar o solo.

O resultado do Sisu, mecanismo de ingresso me universidades vinculado ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), foi divulgado na última terça-feira (22).

O homem que grava a cena identifica o jovem estudante como Sandrão e diz que eles estão no sertão da Bahia.

Nas redes sociais vários comentários marcaram a cena:

"O que dizer desse vídeo?! Nele temos o registro do momento em que Sandro Nascimento, filho de um lavrador do sertão da Bahia, conta para o pai que foi aprovado no curso de medicina da UFBA.
Emocionada, eu Luana Tolentino digo: Trata-se de uma resposta à elite escravocrata, tacanha e perversa que domina o nosso país. Trata-se de uma resposta, de um enfrentamento às tentativas diárias de destruir a educação e a universidade pública.
"Pai, sai da labuta! Tenho uma novidade! Passei em medicina!" -, disse o futuro médico. O pai interrompe o trabalho com a enxada, abraça o filho e chora. Os dois choram.
O pai não tem tempo tempo para comemorar. Pega a enxada novamente e ara a terra. Uma cena do Brasil de dentro, do Brasil profundo. Uma cena que me fez lembrar de "Torto Arado", best-seller do escritor @itamarvieirajr". 

Nesta sexta-feira (25), Sandro escreveu sobre o momento, após saber sobre sua aprovação. Ele agradeceu à Deus, a seus professores, que o ajudaram a alcançar o objetivo, mas também falou sobre a base familiar, que se provou valiosa: o pai lavrador e a mãe, dona de casa.

CONFIRA: Oi, pessoal. Venho através desta publicação agradecer a cada um de vocês que, carinhosamente, tirou um tempinho para felicitar-me por mais uma conquista. Todas as palavras do mundo seriam insuficientes para expressar tamanha gratidão. Em primeiro lugar, a Deus eu dou graças. O apóstolo São Paulo diz que "Nele cremos, nos movemos e existimos", portanto, sem a graça de Nosso Senhor Bom Deus, jamais teria persistido, pois Ele é a fonte de todas as coisas. Em segundo lugar, agradeço à minha família. Assim como uma casa precisa de uma alvenaria para erguer-se, um lar precisa de um grande homem e de uma grande mulher para suster-se moral e espiritualmente. 
Eu fui agraciado por ter uma família que, mesmo sem as melhores instruções do mundo, me incentivou a correr atrás dos meus sonhos. Enquanto meu pai, lavrador, labutava na roça, minha mãe segurava a barra nas tarefas domésticas; meu irmão, aos longo de seus 13 anos de idade, sendo o meu xodó e símbolo de irmandade.
Em terceiro lugar, agradeço aos meus caríssimos professores, tanto do ensino fundamental quanto do ensino médio. Todos, sem exceção. Eles que me ensinaram os macetes da educação com todas as limitações de materiais, ou até mesmo sem receber os seus salários; sempre amaram o que fazem, e têm um espaço no melhor lugar do meu coração. Em quarto, mas não menos importante, agradeço aos amigos e àqueles que nem mesmo tive a honra de conhecer, por cada frase de apoio e incentivo.
A única coisa que posso dizer é OBRIGADO, e o mínimo que posso fazer por retribuição é não decepcionar nenhuma das pessoas que se emocionaram com a minha história. Vou me dedicar na faculdade com todo o gás do mundo, pois lembrarei da força e do carinho que venho recebendo de vocês. Para finalizar, deixo aqui uma frase de Santo Agostinho de Hipona, e peço a todos que reflitam e tomem como incentivo.

"Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se- perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos".

HISTÓRICO: Sandrão, como os amigos chamam, passou para o curso desejado com 738,52 pontos. A pontuação, bem acima da nota de corte da maioria dos cursos, foi suficiente para que ele conseguisse garantir o direito de matricular-se em Medicina na UFBA, no campus Vitória da Conquista (BA), que fica a mais de 200 quilômetros de distância da cidadezinha onde vive hoje.

O rapaz, desde muito novo, sempre se mostrou estudioso, e aficionado por ciência. Em 2020, quando ainda estava na escola, com 17 anos, Sandro criou um projeto de economia de água potável utilizando materiais reciclados que foi destacado pelo Ministério da Educação (MEC). 
Pelo trabalho, ele tirou o segundo lugar na categoria Ensino Médio do Prêmio Jovem Cientista, criado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Além disso, o estudante também é coordenador regional da Associação Brasileira de Incentivo à Ciência (Abric). (Com informações de O Globo-Artur Reis)

Nenhum comentário

TÍTULOS DE DOMINGUINHOS INSPIRAM NOVA MÚSICA DE LUCAS CAMPELO

Unindo títulos de célebres músicas de Dominguinhos, o sanfoneiro sergipano Lucas Campelo criou seu mais novo single, o arrasta-pé “E vamos nós”. A música é um feat. com o violinista Dudu Monte Santo, em homenagem aos 81 anos de nascimento do sanfoneiro, cantor e compositor brasileiro. A partir desta sexta-feira, 25 de fevereiro, a música estará em todas as plataformas digitais de Lucas Campelo.

O público pode salvar previamente a música “E vamos nós” ou escutá-la, após o dia 25, através do link: tratore.ffm.to/evamosnos.

Em clima de festa, a letra traz uma história inédita composta por Lucas Campelo com base nos títulos das músicas de Dominguinhos. “A música é um arrasta-pé, que relembra momentos festivos, como a quadrilha e as rodas. É uma reverência ao mestre, uma homenagem através das suas próprias músicas”, disse o sanfoneiro sergipano.

O título do single, “E vamos nós”, reproduz a expressão dita por Dominguinhos em seus shows, como um chamado para o público, relata ainda Lucas Campelo. “A música de Dominguinhos transcende a história da música brasileira e provoca um emaranhado de sensações e emoções em nós, principalmente nordestinos”.

CURIOSIDADES: A música nasceu como poema de orelha do primeiro livro de Lucas Campelo, chamado "Dominguinhos e vamos nós", lançado em março de 2021, através de recursos da Lei Aldir Blanc. A letra inicial pode ser lida na dobradura da capa, utilizada para marcar páginas.

Na obra, Lucas conta vivências e particularidades de Dominguinhos relatadas em mais de 25 entrevistas com musicistas, amigos e amigas do músico, incluindo sua maior parceira de composição, Anastácia. O livro ainda está disponível para venda através do contato (79) 99152-1499.

 Além disso, há sete anos, Lucas Campelo realiza o espetáculo anual "Dominguinhos, Através”, com participações de músicos locais e nacionais. O projeto acontece sempre no segundo mês do ano, em celebração ao nascimento de Seu Domingos de Morais, em 12 de fevereiro. Assista no YouTube Lucas Campelo.

Tudo nasceu de uma só raiz: a pesquisa de mestrado que o sanfoneiro sergipano realizou entre 2012 e 2014 sobre o processo de aprendizagem musical de Dominguinhos. Desde lá, pelas mãos de Lucas Campelo, a pesquisa já virou espetáculo anual, livro e seu mais novo single.

Ficha técnica “E vamos nós”:

Autoria: Lucas Campelo

Guitarra e baixo elétrico: Kelvin Farias

Coro: Kelvin Farias e Taise Brasil

Percussão: Ton Toy

Violino: Dudu Monte Santo

Sanfona e voz: Lucas Campelo

LETRA: “E vamos nós”-Lucas Campelo

Através da sanfona sentida

Eu só quero um xodó que seja plantio de amor.

Que chegue no Arrebol

com as cores do sol e as constelações no chapéu

Mesmo chegando de mansinho, só beirando as noites sergipanas,

O destino traquino certo desse encantamento é sem saída, um verdadeiro salve se quem puder!

É seu Domingos, o senhor

abriu as portas de nossos corações

para o amor e a generosidade,

saciando nossa sede de viver...

É Dominguinhos

Eu me lembro das fogueiras

e de nossa tradição

Na festa do sertão

Volto pro meu aconchego

Nesse pé de poeira

Isso aqui tá bom demais

Nenhum comentário

DISCIPLINA DE CULTURA GONZAGUEANA É INSERIDA NA REDE ESTADUAL DE ENSINO EM EXU, PERNAMBUCO

Luiz Gonzaga, o mestre da sanfona, um dia deixou o seu pé de serra e embrenhou-se pelos emaranhados da busca de seu sonho. O que foi o começo de uma grande empreitada, tornou-se uma desafiadora lição de vida e das vivências artísticas. Luiz Gonzaga, o maior ícone da cultura popular nordestina, também sonhava com os atos libertários da educação. 

O professor Maiadson Vieira é um exemplo desses caminhantes da cultura que buscam na educação o desenvolvimento humano e a promoção de um futuro melhor para os seus educandos.

Na Escola Estadual São Vicente de Paula (@esvpexu), o professor leciona a nova disciplina eletiva "Cultura Gonzagueana" para os alunos do 1° ano do Novo Ensino Médio, um fato histórico para a cidade do Gonzagão. 

A disciplina almeja proporcionar aos educandos o conhecimento acerca da cultura e da história local, fundamentando-se na história do maior ícone Exuense, Luiz Gonzaga do Nascimento. 

"Iniciativas como esta eletiva proporcionam a manutenção da cultura e da história local, valorizando as temáticas abordadas na obra do pernambucano do século, gerando assim, o sentimento de pertencimento dos alunos para com a cultura e a história local, promovendo ainda a democratização cultural e uma educação cultural efetiva para os educandos", revela o professor Maiadson. 

Nascido em Exu, Maiadson Vieira é um apaixonado conterrâneo de Luiz Gonzaga. Além disso, é professor há quase 10 anos, produtor cultural e ainda poeta. Graduado em Letras, ministra as disciplinas de Língua Inglesa e Portuguesa, e ainda lhe sobra tempo para falar de cultura e poesia com seus alunos.

Colecionando inúmeros eventos culturais em seu currículo, orgulha-se em dizer que "aprendeu sobre cultura convivendo com mestres e mestras da cultura, e fazedores desta". 

De acordo com Maiadson, "apesar dos tempos difíceis para a cultura, com essa inserção da disciplina eletiva, se realiza um sonho gigante dos artistas, em ter o Luiz Gonzaga sendo ensinado na escola pública como uma disciplina! Apesar de ser uma disciplina eletiva, a mesma quebra os muros da escola e introduz em sala de aula o autêntico poder da cultura popular! Seu Lua não é mais um tema transversal, é o conteúdo principal da minha disciplina". 

O projeto em andamento prevê visitas ao Parque Aza Branca/Museu Gonzagão, museus orgânicos do Cariri Cearense e produções culturais e vivências com os próprios alunos. "Neste espaço sentimos a energia de Luiz Gonzaga! Os meus alunos recitaram uma produção minha pra começar com o pé direito nesse mundo da cultura e da poesia popular! Apesar dos pesares, seguimos bravamente resistindo! O projeto é um laboratório de edição de vídeo e roteirização, onde juntos, editamos com nossas próprias mãos o orgulho de sermos da terra de Luiz Gonzaga", finaliza  Maiadson Vieira.
Nenhum comentário

MPF E POLÍCIA FEDERAL PEDEM A PRISÃO DO VEREADOR DE PETROLINA GATURIANO CIGANO

Em atendimento a requerimento do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF), a Justiça Federal decretou, nesta quarta-feira (23), a prisão preventiva, em Petrolina (PE), do vereador Gaturiano Pires da Silva, no âmbito da Operação Errantes, deflagrada pelo MPF e PF na semana passada. A prisão foi realizada na tarde de hoje. A operação investiga crimes contra a Previdência Social cometidos por organização criminosa que atua no município pernambucano de Petrolina e região.

Em 16 de fevereiro, a PF cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão, nos municípios de Petrolina, Tabira (PE) e Filadélfia (BA). Investigações realizadas ao longo de meses, inclusive com uso de ação controlada, revelaram a existência de organização criminosa extremamente ramificada, com divisão interna de funções, que atua de forma duradoura e estável praticando golpes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Até o momento, estima-se que o prejuízo aos cofres públicos seja superior a R$ 45 milhões.

Os crimes consistem na obtenção, mediante diversas fraudes, de benefícios assistenciais e previdenciários. Os líderes do esquema auferem os lucros decorrentes dos pagamentos de centenas de benefícios irregulares. Na execução dos crimes, são auxiliados por várias pessoas, recrutadas por eles para atuar como operadores do esquema ou laranjas.

Esses laranjas – na maioria pessoas analfabetas ou com pouca instrução e de idade avançada - são usados para emissão de documentos de identidade falsos, depois utilizados nos requerimentos de benefícios perante o INSS. Os operadores das fraudes viajam por diferentes estados para providenciar as emissões dos documentos de identificação irregulares, como registros gerais (RGs) e certidões de nascimento. Um mesmo laranja chega a ter dezenas de RGs fraudulentos.

De acordo com as apurações, a organização criminosa também movimenta um verdadeiro comércio paralelo de aluguel, venda e permuta de cartões de saques de benefícios irregulares. Em virtude dos ganhos com os crimes, os líderes da organização criminosa possuem patrimônio elevado, cujos bens de alto valor são registrados em nome de terceiros, e ainda praticam outras atividades ilícitas, a exemplo de agiotagem, como forma de alavancar os ganhos. (Fonte: Assessoria de Comunicação Social-Procuradoria da República em Pernambuco)

Nenhum comentário

II CONGRESSO MUNICIPAL DA AGRICULTURA FAMILIAR ACONTECE DIA 04 DE MARÇO NA UNIVASF

O Sindicato da Agricultura Familiar de Petrolina promoverá no dia 04 de março, às 9h, o 2º Congresso Municipal da Agricultura Familiar na sala do Cineteatro da UNIVASF de Petrolina. O evento já faz parte do calendário da categoria e irá abordar diversos temas importantes para agricultores, agricultoras e população petrolinense.

Com o tema ‘Sustentabilidade: Agricultura familiar de mãos dadas com a agroecologia’, o congresso será uma oportunidade para a categoria apresentar demandas e ouvir dos representantes das entidades assuntos sobre as políticas públicas voltadas à agricultura familiar, perspectivas municipais para o incentivo e valorização da agricultura familiar, implementação do CAF, rodas de conversas e grupo de trabalhos devem definir diretrizes para os próximos passos do sindicato, como também nortear um planejamento estratégico para avançar com o desenvolvimento rural, com foco na agricultura familiar.

O congresso será aberto a todos os agricultores do sequeiro, irrigado, ribeirinho e assentamentos de Petrolina. 

O credenciamento dos participantes do evento será feito uma hora antes do início das atividades. 

Nenhum comentário

NOVO EDITAL DO SINTRAF INFORMA NOVO LOCAL DO II CONGRESSO MUNICIPAL DA AGRICULTURA FAMILIAR

Pelo presente Edital, o Sindicato dos Agricultura familiar e Empreendedores Rurais Familiares do Município de Petrolina (SINTRAF), representada por sua Presidente infra- assinada, no uso de suas atribuições legais e estatutárias, vem por meio do presente RETIFICAR o Edital anteriormente Publicado, para comunicar a todos os agricultores familiares e população em geral que em razão de problemas com o espaço anteriormente designado para o 2º CONGRESSO MUNICIPAL DA AGRICULTURA FAMILIAR, o local foi redesignado para o endereço abaixo:

Avenida José de Sá Maniçoba, s/n - Centro, Petrolina - PE, 56304-205. 

Nome do Auditório: Cineteatro da Univasf, Campus Sede, Petrolina-PE

Ficam mantidas as demais considerações do Edital, com relação ao objeto, condições, à data e horário.

Petrolina/PE, 07 de fevereiro de 2022.

O Sindicato da Agricultura Familiar de Petrolina promoverá no dia 04 de março, às 9h, o 2º Congresso Municipal da Agricultura Familiar na sala do Cineteatro da UNIVASF de Petrolina. O evento já faz parte do calendário da categoria e irá abordar diversos temas importantes para agricultores, agricultoras e população petrolinense.

Com o tema ‘Sustentabilidade: Agricultura familiar de mãos dadas com a agroecologia’, o congresso será uma oportunidade para a categoria apresentar demandas e ouvir dos representantes das entidades assuntos sobre as políticas públicas voltadas à agricultura familiar, perspectivas municipais para o incentivo e valorização da agricultura familiar, implementação do CAF, rodas de conversas e grupo de trabalhos devem definir diretrizes para os próximos passos do sindicato, como também nortear um planejamento estratégico para avançar com o desenvolvimento rural, com foco na agricultura familiar.

O congresso será aberto a todos os agricultores do sequeiro, irrigado, ribeirinho e assentamentos de Petrolina. 

O credenciamento dos participantes do evento será feito uma hora antes do início das atividades. 


Nenhum comentário

COVID--19: O MENESTREL DAS CAATINGAS, CANTOR ELOMAR ESTÁ INTERNADO EM VITÓRIA DA CONQUISTA

O cantor e compositor Elomar Figueira está internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Samur, de Vitória da Conquista, sudeste da Bahia, com Covid-19.

O artista, que é referência no Brasil e já teve canções interpretadas por grandes nomes como Fagner e Elba Ramalho, tem 84 anos. Ele foi hospitalizado por volta das 23h de segunda-feira (21).

De acordo com familiares, ele não precisou ser intubado e responde bem ao tratamento. O "Menestrel das Caatingas", como é conhecido, tomou a dose única de vacina da Janssen, mas não retornou ao posto para o reforço.

Nesta quarta-feira (23), o estado de saúde dele é estável. A família aguarda a divulgação de um novo boletim, no decorrer do dia.

Nenhum comentário

BARRAGEM DE SOBRADINHO VAI ATINGIR MAIS DE 75% DE SUA CAPACIDADE ÚTIL NO PRÓXIMO DIA 10 DE MARÇO

A Barragem de Sobradinho, na Bahia, vai atingir 75,65% de sua capacidade útil no próximo dia 10 de março. O BLOG NEY VITAL obteve a informação que a vazão de defluência (água que sai)  vai continuar em 4 mil metros cúbicos por segundo.

As previsões são de chuvas no início de março em Minas Gerais e oeste da Bahia. Até o final deste ano a expectativa é que o volume útil da barragem de Sobradinho atinja 88,38% de sua capacidade.

A Ilha do Rodeadouro, Ilha do Fogo, entre as cidades de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), os moradores continuam relatando que os balneários estão cobertos pelas águas do Velho Chico.

Membros da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), afirmam que é importante destacar que vazões como esta são de extrema importância para a bacia do São Francisco, para a preservação e manutenção da biodiversidade.

O Velho Chico nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, e chega à sua foz, no Oceano Atlântico, entre Alagoas e Sergipe, percorrendo cerca de 2.800km. O curso d'água passa por Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.

O São Francisco é o rio 100% nacional com maior extensão. A bacia possui 503 municípios e engloba parte do Semiárido, que corresponde a aproximadamente 58% desta região hidrográfica, que está dividida em quatro unidades: Alto, Médio, Submédio e Baixo São Francisco.

Nenhum comentário

VIDA RENASCE NO VELHO CHICO: RIO SÃO FRANCISCO TESTEMUNHA O MILAGRE DOS PEIXES

Moradores de Pirapora, no Norte de Minas, se debruçam à beira do Rio São Francisco, na área urbana da cidade, para apreciar um espetáculo da natureza: a subida de uma grande quantidade de peixes em direção à cabeceira do rio para a reprodução. 

No fim de semana, a piracema, como é conhecido  o fenômeno, favorecido pela enchente do rio, revelou o aumento dos cardumes no Velho Chico, comemorado pelos ambientalistas e pescadores. 

 “É primeira vez, desde a grande mortandade de peixes ocorrida no rio em 2004 e 2005, que estamos vendo novamente aumentar os cardumes no Rio São Francisco. Isso é motivo de grande alegria para mim e todos os pescadores e moradores ribeirinhos”, afirma o ambientalista Roberto Mac Donald, idealizador e coordenador do projeto Amigos das Águas.

Ele conta que há 33 anos faz expedições de barcos e caiaques pelo Rio São Francisco, no trecho entre o reservatório da Usina Hidrelétrica de Três Marias e Pirapora. Dessa forma, a cada ano, documenta as condições ambientais da bacia , observando ainda questão da quantidade de peixes nas águas do Velho Chico.  Também percorre o rio de caiaque constantemente,  com 15 canoístas.

O ambientalista lembra que o Velho Chico tinha uma grande quantidade de peixes no passado, o que garantia o sustento de milhares de pescadores e movimentava o turismo e a economia da região. “Meu sogro tinha um frigorífico em Pirapora, que vendia cerca de 50 toneladas de pescados por mês. Ele abastecia muitos restaurantes. Mas há anos ele fechou o frigorífico porque não tinha mais peixes para vender”, relata Mac Donald.

Ele salienta que a grande mortandade de peixes no Velho Chico ocorrida nos anos de 2004 e 2005 provocou impactos negativos em Pirapora e em outros municípios banhados pelo Rio São Francisco. “Foi uma situação muito triste para todos os pescadores, ambientalistas, moradores e toda a cadeia produtiva do peixe”, registra Mac Donald, lembrando que, na ocasião, morreram milhares de peixes nas águas do Velho Chico, sobretudo da espécie surubi, a mais conhecida da bacia.  O morador de Pirapora recorda que foram encontrados mortos exemplares de surubi no rio com peso de mais de 100 quilos.

O coordenador do Projeto Amigos das Águas lembra que, na época da mortandade dos peixes, o lançamento de metais pesados nas águas do São Francisco por uma indústria de Três Marias foi apontado como a causa dos problemas.  “Mas depois foi feito um estudo que mostrou que, na verdade, a grande poluição do São Francisco chegava pelo Rio das Velhas, que recebia 100% do esgoto doméstico e industrial da Região Metropolitana de Belo Horizonte”, enfatiza o ambientalista.

“Junto com o esgoto doméstico, o rio recebeu grande quantidade de organofosforados (agrotóxicos) e resíduos industriais”, afirma Roberto Mac Donald. Ele lembra ainda que foi constado que, por meio do Rio das Velhas, o São Francisco também recebia esgoto industrial de mineradoras, o que teria contribuído para mortandade das espécies da bacia.

Desde a segunda metade dos anos 2000, foram implantadas diversas ações voltadas para a despoluição e revitalização do Rio das Velhas, por meio de um pacto firmado entre o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH-Rio das Velhas), as prefeituras que integram a bacia, a Copasa e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad).

Também morador de Pirapora, onde mantém um canal no Youtube, o fotógrafo e ambientalista Aparício Mansur considera que, além da melhoria das condições ambientais, com a  redução da poluição que chegava do Rio das Velhas, o aumento dos cardumes no Velho Chico é consequência da elevação do volume e das enchentes do rio, em função do bom regime de chuvas dos últimos meses.

BERÇARIOS: Mansur explica que os alevinos vão para  lagoas marginais do São Francisco, que funcionam como “berçários” da bacia. No entanto, com estiagens prolongadas por anos seguidos, muitas delas secaram, o que reduziu a quantidade de peixes na bacia.

“Com o secamento de lagoas marginais, não havia a possibilidade de locomoção dos alevinos em direção ao rio. Isso passou a ocorrer depois das enchentes causadas pelas últimas chuvas. Os peixes tiveram condições de deixar as lagoas e voltar para o leito do rio. Agora, na piracema, as espécies tentam subir para a cabeceira, para a reprodução”, descreve o fotógrafo e ambientalista.

Por sua vez, Roberto Mac Donald lembra que, em 1996,  por causa dos efeitos da seca no Norte de Minas, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizou em Pirapora a Operação Salva Peixe. A ação consistiu em retirar os alevinos das lagoas marginais que estavam secando e levar os peixes para serem lançados nas águas do Velho Chico.

PIRAPORA: Com a enchente do Rio São Francisco, no período da piracema – que vai de 1º de novembro a 28 de fevereiro, quando a pesca é proibida na bacia –, os cardumes sobem o rio para reprodução e, ao passar pelas  corredeiras do Velho Chico em Pirapora, as espécies  dão  saltos para fora d'água, tentando vencer os obstáculos das pedras e quedas d’água do leito. Assim,  criam um bonito espetáculo da natureza. O fenômeno dos peixes ultrapassando os obstáculos das pedras nas corredeiras  para a desova na cabeceira do rio está vinculado diretamente ao nome da cidade. Em tupi-guarani, Pirapora significa “salto do peixe”. 

FARTURA: Mais que um espetáculo natural, a piracema é sinônimo de esperança de dias melhores, com muita fartura. O ambientalista Roberto Mac Donald afirma que no fenômeno dos peixes saltando as corredeiras do Rio São Francisco, em Pirapora, estão sendo vistas diversas espécies, como surubi, curimatã, dourado, matrichã e piau.  Ele destaca que Pirapora vive a expectativa de voltar a contar com a fartura do peixe, o que deverá proporcionar melhoria do turismo e movimentar a economia regional, mantendo o sustento dos milhares de profissionais cadastrados na região.

“A  nossa expectativa é que toda a cadeia produtiva será recuperada. O setor hoteleiro, as lanchonetes, os restaurantes, os bares, todos serão beneficiados. Até os postos de combustíveis  poderão aumentar as vendas para abastecer os barcos dos pescadores”, acredita Mac Donald.

Ele disse ainda que Pirapora tem a esperança de que, com o “retorno” dos grandes cardumes ao Velho Chico, possa voltar a promover o Campeonato Brasileiro de Pesca Esportiva do Doutorado e do Surubi, que fez muito sucesso no passado. A competição teve como grande incentivador e divulgador o jornalista Oswaldo Wenceslau, que mantinha uma coluna de pesca no Estado de Minas.  

TRÊS MARIAS: Nos últimos dias, o volume do Rio São Francisco aumentou bastante devido às chuvas e à abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Três Marias, conduzida pela Cemig, em janeiro. Sábado, a quantidade de água liberada do reservatório de Três Marias chegou a 3,017 mil metros cúbicos por segundo. Na mesma data, o reservatório atingiu 93,7% da sua capacidade. (Fonte: Jornal Estado de Minas/Luiz Ribeiro)

Nenhum comentário

ÚLTIMO PALÍNDROMO DESTA DÉCADA 22-02-2022. PRÓXIMO SERÁ NO SÉCULO XXII, EM 11-12-2111

A mesma data de trás para frente e de frente para trás: este 22/02/2022 é um palíndromo, número que chama atenção por poder ser lido da mesma maneira tanto da esquerda para a direita quanto da direita para a esquerda.

De acordo com o dicionário Priberam, palíndromo vem do grego e significa "o que corre em sentido inverso". O verbete nasce da junção dos termos palin (de novo, com repetição, em sentido inverso) com dromo (caminho, curso, pista). A data também pode ser chamada de capicua, uma palavra derivada do catalão.

Último palíndromo desta década, este 22/02/2022, inclusive, será a última vez que um palíndromo com apenas dois algarismos (0 e 2) ocorre neste século XXI. A próxima será já no século XXII, em 11/12/2111. 

Além disso, 22/02/2022 também é um ambigrama, que ocorre quando o termo pode ser lido da mesma forma também de cabeça para baixo, em caso de serem grafados em uma fonte digital, como a de relógios.

Data grafada em fonte digital pode ser lida da mesma forma de cabeça para baixo (Foto: Reprodução)

O palíndromo também ocorre com palavras e frases, como é o caso, de "arara", "reviver", “Roma é amor” e a célebre "Socorram-me, subi no ônibus em Marrocos!".

O professor do Departamento de Matemática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Eudes Naziazeno explica que palíndromo é um tipo de simetria. 

“É como se você conseguisse colocar um espelho no meio da palavra e a metade dela estaria vendo a outra metade. Na matemática, as simetrias são de importância absurda”, explica.

Segundo o professor, existem problemas matemáticos que só podem ser resolvidos se, primeiro, for encontrada uma simetria. “Isso acontece praticamente em todas as áreas da matemática”, aponta.

Este 22/02/2022 é o oitavo palíndromo do século e ainda haverá outros 21 até 29/02/2092, data de ano bissexto.


Nenhum comentário

AUTORES DO VALE DO SÃO FRANCISCO LEVAM LITERATURA RIBEIRINHA PARA O SUDESTE DO BRASIL

Este ano, a literatura produzida no Vale do São Francisco começou a ocupar espaços para além das terras ribeirinhas através do projeto "TOUR SUDESTE", organizado pelo escritor e editor petrolinense Matheus José. Este ano, três autores da região tiveram seus trabalhos apresentados em eventos literários realizados em Belo Horizonte/MG, Rio de Janeiro/RJ e São Paulo/SP. 

Matheus José é escritor, CEO & Gerente Editorial da Editora Vecchio. Nivânia Arruda é advogada, professora universitária, escritora e presidente da comissão de cultura da OAB-Petrolina/PE. Ambos são de Petrolina. E Elton Rocha, de Sento-Sé/BA,  é escritor e professor. Juntos, reuniram cerca de 280 pessoas nas três cidades visitadas. "Hoje, a gente ainda tem um cenário muito carente de apoio, então esses eventos vêm para somar e para incentivar os artistas e a população em geral à leitura", pontua Matheus José. 

A ideia de fazer um tour pelo sudeste surgiu a partir do já conhecido projeto "Poesia de Botequim", idealizado por Matheus, com o intuito de promover apresentações de músicas e poesia em todo o país, estimulando a criação de espaços culturais nas cidades e evidenciando o trabalho de artistas independentes e iniciantes. Em Petrolina, a ação foi realizada, pela primeira vez, no ano passado.

Agora, o grupo de escritores e escritora busca incentivar a leitura, o acesso ao livro e a valorização da cultura e da literatura brasileira, aqui na região do Vale do São Francisco, por meio de diversos projetos, como lançamentos de obras literárias, palestras, rodas de conversa e presença em espaços públicos. 

SOBRE OS AUTORES-Matheus José é escritor, CEO & Gerente Editorial da Editora Vecchio e idealizador do sarau itinerante Poesia de Botequim. Desde 2015 no espaço cultural, promove publicações de livros e eventos com artistas iniciantes e independentes no intuito de promover a democratização da arte literária no país, principalmente no Vale do São Francisco, Palmas/TO e em Salvador/BA, locais com mais atuação. Também é autor dos livros 'Entre uma dose e outra de amor' (2019) e 'Amores que ficam' (2021). 

Nivânia Arruda é advogada, professora universitária, escritora, presidente da comissão de cultura da OAB-Petrolina/PE. Mestre em Ciências Jurídicas; Pós-graduada em Direito empresarial e em Direito Penal e Processual Penal, é organizadora dos compêndios jurídicos: 'O Direito Brasileiro e suas Multidisciplinaridades' (2019), e 'O Direito Brasileiro e suas Multidisciplinaridades II: ensaios sobre o Direito Criminal' (2020). Nos próximos meses, publicará seu primeiro livro de poesias.

Elton Rocha é escritor e professor de Sento-Sé/BA. Com Licenciatura Plena em Filosofia, é autor dos livros 'Problemáticas Agostinianas: o Mal e o Tempo' (2019), 'Gotas Poéticas Filosóficas' (2020), 'Escritos da Madrugada' (2021)' e 'Amores que tiram o sono' (2022).

Nenhum comentário

LIVE CONVERSA DE FOLE SANFONA DE 8 BAIXOS ACONTECE NESTA TERÇA-FEIRA (22) NO CANAL LÉO RUGERO

Será realizada nesta terça-feira (22), a Live Conversa de Fole de 8 Baixos. A  transmissão no Canal Leo Rugero e conta com a participação do professor, doutor em Literatura da Ciência, Aderaldo Luciano. O músico Leo Rugero, é mestre pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pioneiro na pesquisa da sanfona de 8 baixos..  O encontro começa às 19hs.

O cantor  e sanfoneiro Luiz Gonzaga costumava dizer que a sanfona de 8 baixos é a mãe do forró e valorizava no seu cancioneiro o pé de bode, a sanfona de 8 baixos do pai seu Januário". Atualmente ameaçada de extinção os professores vão dialogar sobre o tema.

Detalhe: A característica marcante da sanfona de 8 baixos é a bi sonoridade abrindo o fole, o botão corresponde a uma nota; fechando, já é outra nota. A sanfona de 8 baixos sempre foi citada, referência maior e respeito pelos grandes mestres, ícones  do cenário musical brasileiro como  Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Sivuca, Dominguinhos, Abdias, Genival Lacerda dentre outros.

Atualmente Luizinho Calixto é um dos músicos que se dedica a valorização e divulgação do aprendizado da Sanfona de 8 Baixos.

Segundo Oswaldinho do Acordeon “A verdadeira sanfona é aquele instrumento menor, de oito baixos, onde abrindo o fole é uma nota e fechando é outra, ensinada de pai para filho, conhecido no interior do nordeste como pé-de-bode ou concertina, e no sul como gaita-ponto”.

Aderaldo Luciano é formado em Letras, tem mestrado e doutorado em Ciência da Literatura pela UFRJ. Chegou no Rio de Janeiro em 1987 trazendo na bagagem os versos do cordel. Filho de uma família de poetas, herdou deles o gosto pelos poemas cantados nas feiras de sua cidade natal, Areia, Paraíba, onde comprou seus primeiros folhetos de cordel e conheceu as três bibliotecas locais.

O livro chega até ele no convívio com essas bibliotecas. No Rio de Janeiro, foi professor de Língua Portuguesa e Literatura em escolas e faculdades, trabalhou no rádio, foi professor no Senac-RJ, acompanhou o nascimento da Universidade das Quebradas na qual ofereceu cursos sobre o cordel, fundou a Caravana do Cordel e participou do Grupo de Trabalhos que pensou em 2016 e 2017 o Plano Municipal do Livro, da Leitura e das Bibliotecas da cidade.

Leonardo Rugero Peres (Léo Rugero), é mestre em etnomusicologia pelo Programa de Pós-Graduação em Música da UFRJ. Seu trabalho pioneiro sobre a sanfona de oito baixos no Brasil foi contemplada, em 2012, com os prêmios “Centenário de Luiz Gonzaga 2012” e “Produção Critica em Música”, ambos pela FUNARTE, para realização de um filme documentário e um livro sobre a tradição da sanfona de oito baixos. 

Léo Rugero nasceu em Santo André, São Paulo, em dezembro de 1971. Chegou ao Rio de Janeiro com a família noa ano de 1974. A música guiou seus passos desde cedo e na infância seus primeiros instrumentos foram o violão e o orgão elétrico.

Sua carreira artística tem sido identificada pela pesquisa musicológica associada à criação, o que se reflete em sua atividade profissional como etnomusicólogo, compositor, arranjador, educador, produtor cinematográfico e multiinstrumentista (violino, viola clássica, acordeon, sanfona de oito baixos, violão, piano, viola caipira e percussão).

Ao longo de sua carreira artística, tem participado como instrumentista e arranjador em produções fonográficas. Como compositor, tem sido responsável por trilhas sonoras originais para teatro, televisão e filmes documentários.

O músico Leonardo Rugero passou mais de quatro anos estudando a história e a prática do instrumento para compor sua tese acadêmica pela UFRJ. Após concluir a tese mestrado com o material produziu precioso filme de média-metragem. Atualmente Leo Rugero mora na Paraíba.

A pesquisa de Leo Rugero começou pelo Rio de Janeiro. Disciplinado percorreu sete cidades que formam a rota da difusão do instrumento até hoje, sendo uma delas Exu, em Pernambuco, lá no Araripe, onde Januário, pai do sanfoneiro Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, puxava a sanfona.

"O filme reúne nomes de famílias influentes na propagação da cultura sanfoneira, entre elas os Calixtos e os Gonzagas, que fizeram história com a canção “Respeita Januário”, o percussor dos caminhos para a produção de discos, e até mesmo de composições instrumentais, a partir da década de 40 e foi um dos responsáveis em valorizar a sanfona de 8 baixos, com a formação do grupo familiar Os Sete Gonzagas".

Durante o tempo em que ficou submerso nas pesquisas, Leo Rugero concluiu que a sanfona de 8 Baixos esteve ameaçado de extinção, principalmente por falta de interesse da nova geração de músicos, que o julgaram defasado, após a invenção da moderna sanfona de 120 baixos, que ganhou a fama de ser mais completa.

"Percorremos o Brasil adentro, não há incentivo para a prática da sanfona de oito baixos, que ainda continua restrita às áreas rurais. Pouco existe das grandes festas espontâneas de bailes. Por isto incentivo a esta nova geração a ter interesse pela sanfona de 8 Baixos".

O livro traz minuciosos detalhes sobre o panorama atual da relação do brasileiro com o instrumento. Segundo Rugero, a sanfona de 8 Baixos é muito popular hoje no Sul do país, por conta do músico porto-alegrense Renato Borghetti".

"De Norte a Sul, o ritmo plural da sanfona de oito baixos se faz presente na história. A sanfona de 8 baixos merece ganhar a atenção e a contemplação das pessoas, quase o que aconteceu com o choro. Está virando cult, e a tradição agradece".
Nenhum comentário

FEVEREIRO: 101 ANOS DE ZÉ DANTAS E OS ENCANTOS DA MÚSICA BRASILEIRA

Neste ano de 2022, o Brasil e a música brasileira comemora os 101 anos de nascimento, do compositor e médico, um dos mais talentosos nomes da cultura brasileira e internacional, José de Souza Dantas Filho, o poeta Zé Dantas.

As músicas de Zé Dantas continuam vivas e atual. Zé Dantas vive no sertão, no pampa, na cidade grande, na boca do povo, no gemer da sanfona, no coração e na alma da gente brasileira, pois, como disse Fernando Pessoa, "quem, morrendo, deixa escrito um belo verso, deixou mais ricos os céus e a terra, e mais emotivamente misteriosa a razão de haver estrelas e gente".

Zé Dantas nasceu em 27 de fevereiro de 1921, em Carnaíba, Pernambuco, Sertão do Pajeú. Para quem estuda a música e cultura à luz das ciências da comunicação,  sabe da importância de Zé Dantas para a compreensão sócio política, cultural, sociológica e antropológica para o conhecimento do Nordeste e do Brasil.

Basta citar as interpretações de Luiz Gonzaga e o puxado da sanfona ao cantar músicas como Vozes da Seca, Sabiá, Paulo Afonso, Cintura Fina, Algodão, Riacho do Navio, Farinhada, Pisa no Pilão,  Vem Morena, Forró do Mané Vito, Imbalança, Acauã, Casamento de Rosa, Abc do Sertão, Minha Fulô, Siri Jogando Bola, São João Antigo, São João do Arraiá,  A Profecia e Samarica Parteira, além de causos e outras dezenas de músicas para ressaltar a sabedoria musical presente no trabalho de Zé Dantas.

Na voz de Jackson do Pandeiro a música Forró em Caruaru é outro exemplo do conhecimento de Zé Dantas ao compor, escrever. Também por isto Luiz Gonzaga dizia que Zé Dantas era tão autêntico, puro de coração e alma que sentia nele o cheiro de bode, representando a expressão, do enorme talento e sentimento, valorização da identidade cultural sobre o Nordeste.

Zé Dantas foi casado com dona Iolanda. A música A Letra I, foi feita como forma de presente. Zé Dantas e dona Iolanda tiveram três filhos: Sandra, Mônica e Jose de Souza Dantas Neto. A cantora Marina Elali é neta de Zé Dantas.

Sobre Zé Dantas Neto, dizia o pai: "este menino tem a cara larga do Pajeú das Flores". José de Souza Dantas Neto nasceu no ano de 1959. O filho era um bebê quando Zé Dantas, tornou-se encantado, desencarnou e "partiu para o Sertão de Eternidade", no dia 11 de março de 1962.

José de Souza Dantas Neto, atualmente respeitado profissional da medicina, o doutor Dantas Neto é coronel médico do Exército Brasileiro. É mestre pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi chefe de clínica e da residência médica do Hospital do Exército por mais de 10 anos.

Estas e outras histórias foram contadas ano passado, na live apresentada pelo pesquisador e escritor Rafael Lima, autor do livro, “O Rei do Baião e a Princesa do Cariri”, onde relatou sobre os momentos mais marcantes vividos por Luiz Gonzaga na cidade do Crato, Ceará.

Rafael Lima teve convidado o doutor Dantas Neto que falou sobre a vida e obra do pai o compositor Zé Dantas.

VIDA E OBRA: O gosto musical sempre foi o grande aliado do pernambucano José de Souza Dantas Filho (1921-1962), também chamado de Zé Dantas. Nascido em Carnaíba de Flores, no Sertão do Pajeú, desde menino se revelava compositor. Apaixonado por ritmo, melodia e harmonia, Zé Dantas, criava com facilidade xotes, baiões e toadas. No Recife estudou medicina conforme desejavam os pais, mas nunca abandonou a vocação artística.

Aquele que viria a ser um dos principais parceiros musicais do Mestre Lua é  tema do livro Na batida do baião, no balanço do forró: Zedantas e Luiz Gonzaga, da antropóloga Mundicarmo Ferretti. A publicação do livro é fruto da dissertação de mestrado da pesquisadora, que na década de 1970 fez o primeiro estudo acadêmico sobre a parceria entre os dois pernambucanos.

“Conheci o trabalho de Zedantas e de Luiz Gonzaga ainda na infância, no Piauí, e, posteriormente, vi que a música dos dois permanecia muito viva. Além disso, passou a atrair a atenção de um público classe média e universitário, da mesma maneira que em outros tempos interessou a imigrantes nordestinos”, conta. Em Pernambuco, Ferretti entrevistou amigos e familiares do compositor; e no Rio de Janeiro colheu depoimentos de pessoas ligadas a gravadoras, lojas de discos, casas de forró.

Segundo a pesquisadora, Zedantas conheceu o Rei do Baião em 1947, antes mesmo de terminar o curso de medicina na UFPE, em 1949, e de partir para o Rio de Janeiro no ano seguinte. Embora fosse “doutor”, era notado sobretudo pelo humor e talento com os quais contava histórias e criava versos. De 1950 a 1958, Luiz Gonzaga gravou 50 composições do conterrâneo, que as escrevia com a intenção de divulgar os costumes e as artes populares tipicamente nordestinas.

Com olhar voltado para as próprias raízes, Zedantas compunha canções sobre festividades sertanejas, práticas medicinais e agrícolas, poesia, artesanato. Chegou a ser diretor do programa O Rei do Baião, da Rádio Nacional, e do Departamento Folclórico da Rádio Mayrink Veiga. Quando morreu, aos 41 anos, um busto foi levantado na cidade natal, em sua memória.

Mas foi do cantor e compositor Antonio Barros, o paraibano que recebeu o maior tributo, a música Homenagem a Zedantas, interpretada por Luiz Gonzaga que empunhava versos como: “Chora meu olho d' água,/ chora meu pé de algodão./ As folhas já estão se orvalhando,/ saudade do nosso irmão,/ Zedantas”. 

Além de Luiz Gonzaga, as composições do pernambucano foram gravadas por artistas como Carmélia Alves (O calango), Quinteto Violado (Chegada de inverno), Ivon Curi, (Dei no pai e trouxe a filha), e Jackson do Pandeiro (Forró em Caruaru).

A vida e a obra de Zedantas também são o enfoque de Psiu!, filme documentário produzido e co-dirigido por Juliana Lima, com direção de Antônio Carrilho. “Partimos de conversa com dona Iolanda para colher depoimentos de outros familiares e amigos. Falamos com o filho de Zedantas, o cunhado, colegas de profissão no Rio de Janeiro, sertanejos que trabalharam na fazenda dos pais do compositor, além de artistas como Geraldo Azevedo e Fagner, que até hoje cantam as músicas dele”, ressalta a co-diretora.

No documentário, Zedantas é descrito como uma pessoa carismática, alegre e talentosa. Psiu! traz também imagens inéditas e gravações com a voz do compositor, que registrou em áudio entrevistas. A direção de fotografia é assinada por Léo Sete, Pedro Urano e Zé Cauê.

No texto da contracapa do álbum Luiz Gonzaga canta seus sucessos com Zé Dantas (RCA, 1959), Zé Dantas escreveu: “Em 1947, conhecemos Luiz Gonzaga em Recife, na residência de um amigo comum, onde havia uma festa íntima. (…) A identidade da vocação artística nos dispensou apresentação, a surpreendente coincidência de motivação nos tornou amigos e a música nos fez parceiros”.

Nenhum comentário

ZÉ DANTAS, 101 ANOS DE NASCIMENTO NO DIA 27 DE FEVEREIRO DE 2022

Quiçá o mandacaru ‘fulorasse’ na seca o tanto quanto o “Xote das Meninas” segue reverberando em centenas de interpretações Brasil afora, mais de seis décadas depois de sua criação pelo pernambucano de Carnaíba, no Pajeú, Zé Dantas. Se vivo estivesse (1921-1962), como poeta e compositor desta e de outras tantas canções, ele estaria triunfante. 

No domingo, 27, nas comemorações dos 101 anos de vida, a trilha sonora aflora para rememorar os ares da identidade nordestina desde sempre pensada por ele e vociferada, principalmente, por outro ‘caba da peste’ protagonista da cultura popular do Sertão, Luiz Gonzaga.

Com “Vem Morena”, na distante década de 1950, foi dado o pontapé para as bonitezas que viriam a seguir nesta parceria entre um futuro Rei do Baião – até então Luiz Gonzaga não ostentava o “título” – e o folclorista do Sertão do Pajeú, o doutor da Medicina e das manifestações culturais do Nordeste, Zé Dantas que, com a mesma afinidade do cearense Humberto Teixeira (1915-1979), dono da “Asa Branca” (1947) ao lado do Velho Lua, musicou do baião ao xote as dores e alegrias das vivências do sertanejo e saudou também suas próprias memórias no “Riacho do Navio” que corria pro Pajeú e ia despejar no São Francisco, “Pra ver o meu brejinho, fazer umas caçadas, ver as pegas de boi, andar nas vaquejadas, dormir ao som do chocalho e acordar com a passarada.

O cancioneiro de Zé Dantas e Luiz Gonzaga se funde, no encaixe perfeito que ganharia a partir da parceria entre ambos a popularidade que segue irretocável até os dias atuais, talvez a mais grandiosa da música brasileira. Ora compondo sozinho, ora dando letras para serem musicadas pelo companheiro de Exu, seja como letrista ou músico, sua canções passeavam em meio a lirismos e versos acintosos, no contraponto dos que eram direcionados às calamidades do homem do Sertão.

“Nos anos de 53 e 54 houve uma seca da ‘mulesta’ no Sertão nordestino, o Brasil ficou cheio de arapucas. Ajuda teu irmão! Uma esmola pro flagelado nordestino, qualquer coisa serve: dinheiro, roupa ‘véia’, sapato ‘véio’, camisa ‘véia’, tudo serve! Eu e Zé Dantas protestamos e gritamos bem alto: Seu Dotô os nordestinos têm muita gratidão, pelo auxílio dos sulistas nesta seca do Sertão. Mas Dotô, uma esmola a um homem que é são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”, introduziu Seu Luiz, antes de cantar em um show a melancólica  “Vozes da Seca” (1953).

Zé Dantas se foi cedo, aos 41 anos. Deixou viúva a companheira de vida Yolanda, falecida em 2017 aos 86 anos – cremada, teve as cinzas trazidas do Rio de Janeiro, onde morava, para o Cemitério de Santo Amaro, no Recife, onde está enterrado o poeta de Carnaíba.

Inspiração para o cancioneiro do marido, Dona Yolanda Dantas por vezes acompanhava ao piano as batidas em caixinhas de fósforo que o Doutor ritmava das letras escritas em papeis largados nos bolsos dos jalecos usados nos plantões como médico. “Vai, diz que o amor fumega no meu coração” – versos de “A Letra I” (1953), composta para ela - talvez tenha sido uma delas, não se sabe. 

A Letra I

Vai cartinha fechada

Não deixa ninguém te abrir

Aquela casa caiada

Donde mora a letra I

Existe como uma cacimba

Do rio que o verão secou

Meus zóio chorou tanta mágoa

Que hoje sem água

Me responde a dor

Vai cartinha fechada

Não deixa ninguém te abrir

Aquela casa caiada

Donde mora a letra I

Existe como uma cacimba

Do rio que o verão secou

Meus zóio chorou tanta mágoa

Que hoje sem água

Me responde a dor

Vai diz que o amor

Fumega no meu coração

Tal qual a fogueira

Das noites de São João

Que eu sofro por viver sem ela

Tando longe dela

Só sei reclamar

Oi vivo como um passarinho

Que longe do ninho

Só pensa em voltar

Vai cartinha fechada

Não deixa ninguém te abrir

Aquela casa caiada

Donde mora a letra I

Existe como uma cacimba

Do rio que o verão secou

Meus zóio chorou tanta mágoa

Que hoje sem água

Me responde a dor

Vai cartinha fechada

Não deixa ninguém te abrir

Aquela casa caiada

Donde mora a letra I

Existe como uma cacimba

Do rio que o verão secou

Meus zóio chorou tanta mágoa

Que hoje sem água

Me responde a dor

Vai diz que o amor

Fumega no meu coração

Tal qual a fogueira

Das noites de São João

Que eu sofro por viver sem ela

Tando longe dela

Só sei reclamar

Oi vivo como um passarinho

Que longe do ninho

Só pensa em voltar

Seja com “A Volta da Asa Branca”, “Forró de Mané Vito”, “Sabiá” e “Cintura Fina”, entre outras tantas Zé Dantas segue vivo, grandioso e incontestável. Em data centenária e dentro da dimensão que cabe à sua obra, ao aniversariante do dia resta a memória nostálgica das idas “Noites Brasileiras”, sob o embalo de um “Ai que saudades que eu sinto, das noites de São João, das noites tão brasileiras sob o luar do Sertão (...) Eita, saudoso Sertão, ai, ai”.

Folha Pernambuco-Germana Macambira Foto Arquivo

Nenhum comentário

SEMINÁRIO REÚNE MESTRES DA CULTURA POPULAR DO SERTÃO EM SERRA TALHADA

Música, canto, dança e poesia estão na programação do evento que promoverá um resgate de conhecimentos tradicionais do Sertão do Pajeú

Mestres da cultura popular do sertão pernambucano, pesquisadores e público em geral estarão reunidos, nas próximas quinta (24) e sexta (25), para participarem do seminário "Dialogando Saberes", que será realizado no Quintal do Museu do Cangaço, em Serra Talhada. 

O evento é gratuito e visa valorizar o legado sociocultural, político e econômico dos mestres e das mestras, ou seja, daqueles que eternizam os saberes e fazeres culturais, por meio dos seus causos, crenças e cânticos, sempre recordando o conhecimento tradicional de seus povos.

Fazem parte da programação do Seminário manifestações indígenas, de matrizes africanas, artesanato, música do sertão do Pajeú, poesia, canto de viola e repente. Também vão ocorrer rodas de conversa, encontros e relatos de experiências dos Mestres. 

De acordo com a presidente da Fundação Cultural Cabras de Lampião, Cleonice Maria, os participantes terão a oportunidade de conhecer, com mais profundidade, a história dos Mestres da cultura popular e tradicional dos sertões. Inclusive, aprendendo sobre os saberes dos ancestrais, cada um poderá confirmar e reafirmar o seu sentimento de pertencimento. "O Seminário 'Dialogando Saberes' brota com o intuito de valorizar a tradição oral e os conhecimentos dos Mestres da Cultura Popular pernambucana. Tudo em sintonia com as diretrizes da última Conferência Estadual de Cultura", explicou Cleonice.

Vão participar do seminário "Dialogando Saberes": escolas da rede pública de ensino, comunidades da zona rural de Serra Talhada, Mestres Registrados como Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco, Pontos de Cultura, entre outros segmentos sociais. O Seminário tem o apoio cultural da Prefeitura Municipal de Serra Talhada, além do Funcultura, Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo de Pernambuco. 

Toda programação do Seminário já está disponível no site do grupo Cabras de Lampião, no endereço: www.cabrasdelampiao.com.br.

Nenhum comentário

CENTRO SABIÁ INICIA PROJETO MÃOS QUE ALIMENTAM NO AGRESTE DE PERNAMBUCO

Cinquenta famílias rurais chefiadas por mulheres dos municípios de Cumaru e Orobó, no agreste do Estado, participam de uma nova ação do Centro Sabiá. 

O projeto Mãos que Alimentam visa promover a autonomia econômica e a soberania e segurança alimentar e nutricional no Semiárido pernambucano, por meio da implantação de quintais produtivos, de assessoria técnico-pedagógica contínua e do intercâmbio entre agricultoras para troca e fortalecimento de experiências e conhecimentos, dentro da metodologia camponês/a a camponês/a.

O empoderamento das famílias agricultoras são elementos intrínsecos para promoção da agroecologia, neste sentido o Mãos que Alimentam prevê a realização de dez oficinas formativas em temáticas agroecológicas e de gênero. “A chegada desse projeto para beneficiar famílias chefiadas por mulheres no território, vem para contribuir com a garantia ao direito à alimentação de qualidade, com a visibilidade do trabalho das mulheres agricultoras na produção de alimentos, e com isso contribuir para a autonomia econômica e o empoderamento feminino no campo”, explica Juliana Peixoto, coordenadora territorial do Centro Sabiá, no Agreste.

Dona Gilvaneide da Silva Barbosa, de 37 anos, moradora da comunidade Morro do Macaco em Orobó, aguarda o projeto com ansiedade, “muito bom pra gente, esse projeto chegar agora”, declara animada. Dona Gilvaneide ainda nem sabe que também serão instalados 30 fogões agroecológicos, tecnologia social de baixo impacto ambiental, que irá ajudar a promover dignidade alimentar e economia às famílias, reduzindo custos e riscos associados à produção de alimentos, pois a alta constantes no preço do gás de cozinha, vem diminuindo o acesso de muitas famílias ao fogão de gás e expondo aos perigos de improvisar no preparo de alimentos.

 A ação será executada em quatro comunidades rurais do agreste pelo Centro Sabiá e terá duração de 12 meses, com o apoio da organização católica da Espanha “Manos Unidas”. (Fonte: Rosa Sampaio/Jornalista do Centro Sabiá)

Nenhum comentário

V FESTIVAL DE MÚSICA DA PARAÍBA HOMENAGEIA MARINÊS

Foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) o edital do V Festival de Música da Paraíba. De acordo com o documento, o festival vai homenagear a cantora Marinês, e já tem inscrições abertas.

As eliminatórias do festival devem acontecer nos dias 27 e 28 de maio, no Cine Teatro São José, em Campina Grande, e a final no dia 4 de junho, no Teatro Paulo Pontes, Espaço Cultural José Lins do Rêgo, em João Pessoa, Paraíba.

Por conta da pandemia da Covid-19, a final do Festival de Música da Paraíba terá a presença apenas dos candidatos, da comissão julgadora e do público em número limitado.

Podem participar do festival artistas paraibanos que morem no estado, e artistas naturais de outros estados que comprovem residência na Paraíba há pelo menos dois anos. Os inscritos devem ter mais de 18 anos e apresentar música autoral inédita.

As inscrições devem ser realizadas virtualmente, em um formulário eletrônico disponibilizado pela organização do evento. É preciso anexar os documentos requeridos e o material musical que vai concorrer ao prêmio.

A curadoria das músicas inscritas vai ser feita por uma comissão julgadora, formada por três profissionais. Estão aptas a participar do Festival de Música da Paraíba canções dos mais diversos gêneros.

As músicas selecionadas serão divulgadas no site do festival, e os candidatos terão que confirmar a participação no evento até 48 horas após a divulgação dos selecionados, pelo e-mail festivaldemusica@radiotabajara.pb.gov.br.

V Festival de Música da Paraíba:

Inscrições: até 6 de março;

Curadoria: de 7 de março a 6 de abril;

Divulgação: 7 de abril;

1ª fase eliminatória: 27 de maio, em Campina Grande;

2ª fase eliminatória: 28 de maio, em Campina Grande;

Final: 4 de junho, em João Pessoa.

Nenhum comentário

CANTORA VERA DE MARIA MAGA É CLASSIFICADA NO PROGRAMA THE VOICE MAIS DA TV GLOBO

'Por isso eu vou na casa dela Falar do meu amor pra ela, Tá me esperando na janela, Não sei se vou me segurar"...

Mais uma vez a música "Esperando na Janela", de Tangino Gondim, Manuca e Raimundo do Acordeom, é destaque em rede nacional de televisão. Desta vez na voz da cantora Vera de Maria Maga. 

"Esperando na Janela" foi lançada em 1999 em álbum independente homônimo quando, descoberta por Regina Casé, foi incorporada à trilha sonora do filme Eu, Tu, Eles de 2000, na voz de Gilberto Gil. No mesmo ano, a canção foi regravada pela dupla sertaneja Rionegro & Solimões e ficou como faixa bônus do álbum Bate o Pé - Ao Vivo, se tornando um dos grandes sucessos da dupla e recebendo centenas de gravações se tornando a música uma referência do cancioneiro brasileiro.

Em 2001 Targino venceu o Grammy Latino como "Melhor Música Brasileira" pela canção e em 2004 foi a música mais executada no Brasil naquele ano. 

Os talentos do THE VOICE MAIS disputam uma chance de chegar à grande final, quando o público vai decidir quem leva o grande prêmio: R$ 250 mil e um contrato com a gravadora Universal Music.


Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial