LULA, BOLSONARO, CIRO E MORO USAM A FORÇA DAS ONDAS DO RÁDIO COM MARATONA DE ENTREVISTAS

Mês passado BLOG NEY VITAL informou que o rádio passa por uma profunda transformação diante do avanço do áudio digital. 

Na opinião de Washington Olivetto, publicitário, tanto o rádio quanto o podcast que se popularizou nos últimos anos possuem capacidade singular de lidar com a instantaneidade e a imaginação do público se comparado aos demais meios de comunicação.

"O rádio continua vanguarda por ter duas características imbatíveis: a instantaneidade e a capacidade de mexer com a imaginação das pessoas. Esse tipo de imaginação o rádio sempre vai ter e o podcast também. E isso bem produzido tem tudo para ser cada vez mais sucesso, seja para os anunciantes que apostaram nisso, seja para as agências que precisam de prestígio para trabalho criativo."

Márcia Menezes, head de Jornalismo Digital da Globo, destaca que o formato do áudio traz “uma temperatura do que está acontecendo” e mistura, no jornalismo, a informação com a “emoção e a verdade”.

Neste domingo, a Folha Press, com texto do jornalista Ranier Ranier Bragon, destacou que os quatro pré-candidatos à Presidência da República mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto deram cerca de 30 entrevistas na primeira quinzena de fevereiro, a maioria delas para rádios do interior do país, uma tônica da atual pré-campanha.

Os estilos de Lula (PT), Jair Bolsonaro (PL), Sérgio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT) são diferentes, mas o objetivo é coincidente.

 As entrevistas às rádios, geralmente, ocorrem em um clima mais receptivo e informal do que para TVs e grandes veículos de comunicação. Isso dá ao político uma oportunidade maior de abordar temas de seu interesse e explorar discursos testados em pesquisas qualitativas.

Embora à primeira vista pareça irrisório do ponto de vista de uma eleição nacional Lula dar uma entrevista para a rádio Progresso FM, de Juazeiro do Norte (Ceará), como fez nesta quinta-feira (17). A ideia é que a sua fala repercuta em outros órgãos de comunicação, além de os "melhores momentos" serem imediatamente recortados e reembalados para as redes sociais.

A rádio de Juazeiro, por exemplo, não transmite seu jornal pela internet, mas a equipe de Lula se encarregou da tarefa.

 Para isso, o entrevistador, João Hilário, foi gravado no estúdio de Juazeiro e Lula no escritório de São Paulo onde tem dado todas as entrevistas, com captação de imagem e som de alta qualidade, sob o comando de Ricardo Stuckert, o repórter-fotográfico que o acompanha há duas décadas.

Ainda na quinta, a entrevista completa foi postada nas redes do petista, com destaque para a afirmação "de que é possível o Brasil voltar ao pleno emprego" e uma foto do petista sorridente --Lula vestia um blazer sobre uma camisa de malha, figurino que tem adotado em praticamente todas as entrevistas.

João Hilário é âncora do jornal da rádio há cerca de três anos e meio, é filiado ao PDT e já foi por duas vezes prefeito de Barbalha, cidade próxima a Juazeiro, mas diz que não exerce mais atividades políticas.

Ele diz que pediu ao deputado federal José Guimarães (PT-CE) para intermediar o pedido de entrevista. Duas semanas depois, Hilário conta que a assessoria de Lula entrou em contato. "Primeiro foi marcada para terça, depois foi adiada para quarta e, depois, para sexta. No final, foi antecipada para quinta", diz ele.

Lula deu ainda entrevistas em fevereiro para a Rádio Tupi FM (Rio) e à Rádio Clube, de Recife, entre outras.

 Jair Bolsonaro sempre utilizou, no mandato, as falas às rádios. Em suas lives de quinta-feira, por exemplo, ele responde a perguntas do programa Pingo nos Is, da Jovem Pan, que adota uma postura notadamente simpática ao seu governo.

O programa transmite suas lives na íntegra, como a desta sexta-feira (18), que ocorreu com um dia de atraso devido à viagem do presidente à Rússia. "Obrigado ao pessoal que está assistindo à Jovem... [se corrige] À minha live. Quando acabar aqui, bota na Jovem Pan, canal 576", disse Bolsonaro depois de reclamar que havia ainda mais duas perguntas da emissora. "Mais duas? Vamos embora, rápido, pensei que ia acabar mais cedo hoje."

Bolsonaro também concedeu entrevista em fevereiro, entre outros, para a Voz do Brasil, o programa estatal com retransmissão obrigatória por todas as rádios do país.

Sérgio Moro foi o que mais entrevistas a rádios deu em fevereiro. Ele foi presencialmente a estúdios no Ceará, Piauí e São Paulo.

 "Durante o meu período de gestão no Ministério da Justiça, os crimes caíram substancialmente. Não houve igual queda em qualquer outro período", afirmou o ex-juiz em trecho de sua entrevista à Rádio Verdes Mares (Fortaleza) postado por sua pré-campanha nas redes sociais.

A queda de homicídios verificada no ano de 2019, porém, seguiu uma tendência do ano anterior e não tem relação com a gestão federal, ressaltam especialistas. A segurança pública ainda é, majoritariamente, função dos governos estaduais.

Ciro também é assíduo frequentador de rádios. Em fevereiro ele deu entrevistas para emissoras de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Minas Gerais.

Tendo em sua equipe o marqueteiro João Santana, ele já adota há tempos uma presença constante e agressiva nas redes, com visual voltado ao público jovem.

Em seus programas semanais -o "Ciro Games, a Live do Cirão"-, ele faz "reacts" políticos, comentando vídeos de adversários.

Suas idas a rádios se juntam ao farto material produzido em pílulas para as várias redes sociais.

 Foi justamente em uma rádio, em 2002, que Ciro cometeu um dos maiores erros de sua carreira. O então candidato à Presidência chamou de burro um ouvinte que havia ironizado sua promessa de não distribuir cargos, caso eleito, perguntando se ele não estaria querendo ser presidente da Suíça.

Ciro reconheceu o erro, mas o ato foi explorado à exaustão pela campanha do então adversário José Serra.

A legislação eleitoral é permissiva em relação à pré-campanha, só havendo ameaça de punição caso haja pedido explícito de voto. O período oficial só começa em 16 de agosto.

"O rádio não informa. Forma. É o que muda a opinião das pessoas. O Lula gosta de falar a rádios. É extremamente importante, tem uma credibilidade muito grande", diz Jilmar Tatto, secretário de Comunicação do PT. "O Brasil é um país muito plural, diverso, acho que essas rádios têm um papel muito importante na democratização da informação", reforça Reginaldo Lopes (MG), líder da bancada do PT na Câmara.

Para o deputado Bibo Nunes (PL-RS), aliado de Bolsonaro, não importa o tamanho da rádio. "Uma emissora de nada, tem dez ouvintes, se falar algo bombástico, a repercussão também é bombástica devido à rede social. Hoje não estamos na idade média, estamos na 'idade mídia'", diz.

Consultor de Comunicação e Marketing do Podemos, Fernando Vieira lembra que toda rádio hoje é praticamente uma TV, transmitindo pela internet, o que eleva o alcance.

"Rádio é o melhor meio de comunicação do país. Tem capilaridade e capacidade de atingir a população mais humilde", diz o deputado André Figueiredo (PDT-CE), aliado de Ciro.

Só nos 15 primeiros dias de fevereiro, os quatro pré-candidatos melhor colocados nas pesquisas eleitorais deram cerca de 30 entrevistas, a maioria delas a rádios do interior do país

RESUMO RÁDIO: 

Lula (PT)-Costuma dar entrevista pela internet, de SP, geralmente vestindo um paletó e uma camisa de malha por baixo.

 Bolsonaro (PL)-Em praticamente todo o mandato, teve como prática entrevistas para rádios de fora do circuito SP-RJ.

 Moro (Podemos)-Dos quatro foi o que mais deu entrevistas para rádios na primeira quinzena de fevereiro.

 Ciro (PDT)-Já explora há muito tempo os meios digitais e também tem extensa agenda de entrevistas a rádios.

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ARNALDO JABOR, UM OLHAR PARA ALÉM DA TELA E DA IMPRENSA

Em 12 de abril de 2017, Arnaldo Jabor, que morreu no último dia 15, aos 81 anos, em consequência de um AVC, escreveu: “Caros leitores, meus semelhantes e irmãos, vou abandoná-los. Isso. Correndo o risco de ‘lugares-comuns’ ou lamentos narcisistas, vou dizer por quê. Foram vinte e seis anos escrevendo sem parar em vários jornais do País.

E aqui já vai meu primeiro lugar-comum: ‘como o tempo voa… foi outro dia mesmo’ que estreei na Folha de S. Paulo, onde fiquei por dez anos.

Depois, fui para outros jornais, incluindo o Estadão e O Tempo, de Belo Horizonte. Fiz as contas e, entre o espanto e o orgulho (outra obviedade), verifiquei que, nestas duas décadas e meia, escrevi cerca de mil e quinhentos artigos em jornais. Mil e quinhentos? É. Logo depois, me meti na TV e no rádio, onde também estou há vinte anos mais ou menos. Rádio e TV juntos somam cerca de três mil comentários sobre a vida do País até hoje. Como ousei? Com que cara me meti nisso, deitando regra sobre tudo? Bem, foi por fome e não por vaidade”.

Nessa crônica, em tom de despedida – a razão era começar a rodar seu nono filme, Meu Último Desejo, baseado em conto de Rubem Fonseca, e que ficou inédito –, Jabor elenca a quantidade de crônicas publicadas em jornais Brasil afora e o número de comentários feitos na TV e no rádio. Aritmética simples. Se formos pensar que o “adeus” na crônica – que deveria ser a última – não se concretizou e que ele continuou a destilar sua opinião pelos mais diferentes veículos e mídias, poderíamos exponenciar os 1.500 artigos e os três mil comentários, indo a números ainda mais substantivos.

 A aritmética continua simples – mas há um problema aí. Arnaldo Jabor, em seus mais de 50 anos de atividade, nunca deu muita bola para a aritmética, para a linearidade, para uma lógica que coloca em caixinhas pensamentos e ideias, preconcebidas ou não.

Naquelas mais de 1.500 crônicas e nos seus milhares de comentários, Jabor se especializou em uma coisa: fustigar (mesmo irritar) políticos à esquerda e à direita. Ele incomodava os dois lados? Então, por uma lógica enviesada – mas eivada de verdade –, ele tinha razão. Partindo, inclusive, da máxima de Millor Fernandes: “Todo jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”. 

E Jabor, do alto de seu 1,87 metro de altura, gostava de ser oposição. Seu tom ácido, irônico e muito coloquial podia fazer tremer os espectros ideológicos de qualquer coloração, talvez até ocupando um espaço que era de direito de Paulo Francis, morto em 1996. Afinal, Jabor fazia um jornalismo de oposição – e de opinião, esses artigos tão raros nos dias de hoje.

Jornalista? Sim, mas não por vocação, mas, como ele mesmo afirmou no texto iniciado lá em cima, “por fome, e não por vaidade” – apesar de ele ter começado nas antigas máquinas de escrever, lá no começo dos anos 1960, em jornais estudantis. 

Porque Arnaldo Jabor era, antes de tudo, um cineasta. E dos muito bons. “Eu era cineasta e virei jornalista”, afirmou ele em outra crônica. Então, como foi essa transição? 

Muitos já sabem, mas não custa repetir – ou, no caso, repercutir a voz inconfundível do autor: “Eu fiz cinema por trinta anos e, como todo cineasta, sofria de duas angústias básicas: ansiedade e frustração. Fiz nove filmes e, mesmo assim, passava necessidade para sustentar minhas filhas. Um dia falei: ‘Enchi. Chega de sofrer’. Encontrei Fernando Gabeira num avião e pedi que ele me recomendasse à Folha, onde ele escrevia. Pois não é que o bom Gabeira me indicou ao Otavinho Frias, que me empregou? Sou grato a Gabeira por isso”. 

“Encheu”? Não necessariamente. Mais acertadamente seria dizer que teve as asas cortadas – ele, e o Cinema Brasileiro, com maiúsculas mesmo, quando o governo de Fernando Collor acabou, em começo dos anos 1990, com a Embrafilme e jogou ideias, câmeras e profissionais em uma vala comum onde não cabiam grandes expectativas. Ele apontou o dedo em direção ao “sucateamento” da produção cinematográfica nacional. 

Um sucateamento que teve vários níveis, ora parecendo arrefecer – com a criação da Ancine –, ora parecendo ser ainda mais voraz, como tem se visto nos últimos anos, quando o tal “sucateamento” estendeu seus tentáculos e, não contente em afundar o cinema, faz questão de colocar a pique a cultura brasileira de um modo geral.

Jabor confessou que teve que se reinventar profissionalmente e, depois de décadas atrás de uma câmera, foi parar atrás de um computador. Por fome, e não por vaidade, lembram? Mas a fome passou, a vaidade – convenhamos – deu o ar da graça (sempre dá) e Jabor talvez tenha se tornado muito mais conhecido do público comum – ou de um público mais recente – depois que começou a escrever em jornais e aparecer na TV e em emissoras de rádio do que no período em que rodou seus oito filmes, alguns deles clássicos, como Toda Nudez Será Castigada (1972) e a chamada “trilogia do apartamento” – ou “trilogia entre quatro paredes”: Tudo Bem (1978), Eu Te Amo (1980) e Eu Sei Que Vou Te Amar (1986).

CINEMA: Antes de se reinventar na pele jornalística, o carioca Arnaldo Jabor já havia construído sua persona cinematográfica, de um diretor que começou lá em 1967 com o documentário Opinião Pública – uma tentativa de “cinema verdade” fruto de um curso patrocinado pelo Itamaraty que havia feito anos antes com o sueco Arne Sucksdorff, radicado no Brasil, ganhador de um Oscar em 1949, da Palma de Ouro de Cannes em 1952 e 1954 e… inspirador daquilo que o mundo passaria a conhecer como Cinema Novo.

Porque Arnaldo Jabor, antes de tudo, era um cinema-novista, da chamada “segunda geração”, e que conviveu intensamente com nomes (e amigos) como Gustavo Dahl, Glauber Rocha, Cacá Diegues e Leon Hirszman. E que bebeu em uma fonte essencial naqueles longínquos anos 1960: o Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes, o icônico CPC da UNE. Naquele cadinho de ideias, jovens tentavam entender, repensar e reinterpretar o Brasil, com suas mazelas, sua heterogeneidade, suas distorções sociais e políticas. 

O caminho seria fazer isso a partir de uma cultura de base, popular, e gente como Carlos Vereza, Sérgio Ricardo, Edu Lobo, entre outros, queriam trilhar essa longa e tortuosa estrada. Mas aí veio 31 de março de 1964 e a principal iniciativa cultural do País na década de 60 foi extinta, ardendo em um incêndio real que lambeu a sede da UNE e em chamas metafóricas que engolfaram o País em uma longa noite que duraria 20 anos.

CORTA: Arnaldo Jabor foi para as ondas do rádio, para as telinhas televisivas e para as páginas dos jornais. Ganhou outra persona, apesar de nunca ter, de fato, se despedido da anterior. Voltou a filmar só em 2010, quando lançou o terno A Suprema Felicidade, que passou praticamente em brancas nuvens. Mas isso, no final das contas, importa? Porque as ideias e as opiniões de Jabor ficam, você gostando ou não delas – e, com certeza, rendiam (rendem?) uma boa discussão. Está aí sua validade.

A mesma validade que tinham aquelas reuniões em um botequim esquecido em uma esquina de Botafogo, no Rio de Janeiro, onde se gestavam revoluções culturais, cinema-novismos e uma outra realidade. Onde também se sonhava, como o próprio Jabor escreveu, com uma ponta de saudosismo, quando lhe perguntaram sobre voltar a filmar:

“O cinema ficou muito complicado, muito mercadológico, sem poesia, muito aporrinhante. E me deu uma profunda saudade do ovo cor-de-rosa que o espanholzinho me servia, em cima de um pedacinho de papel de pão, num pires de louça rachada, com um saleiro sujo do lado. Havia ali, naquela precariedade, naquela vitrininha com linguiça frita, pastel e empadinha, havia, ali no açucareiro cheio de moscas, uma esperança, uma alegria selvagem que nunca mais senti na vida. Ali, naquele botequim, entre a linguiça e o ovo cor-de-rosa, morava um sonho brasileiro que nunca se realizou.” (Fonte: Marcelo Rolemberg)

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA ABRE INSCRIÇÕES PARA FESTIVAL DE SANFONEIROS

A Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), através do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca), está com inscrições abertas para o 11º Festival de Sanfoneiros. O evento acontecerá no dia 25 de maio, no Auditório Central da instituição.

As inscrições são gratuitas e devem ser feitas através do site, até o dia 25 de março. Os candidatos precisam enviar no ato de inscrição um vídeo com até 90 segundos de duração, com a execução de uma música de livre escolha.

Além disso, são exigidos documentos de identificação, autorização de registro e uso da imagem e voz e de direitos sobre a produção artístico-cultural.

Os artistas poderão concorrer em três categorias: sanfona de até oito baixos, sanfona acima de oito baixos e categoria infanto juvenil, para participantes com até 14 anos.

Os prêmios são de R$ 3.000 para todos os finalistas; de R$ 2.000 para os escolhidos através de votação do júri popular em cada categoria; e de R$ 1.000 para os que tiverem maior número de visualizações nos vídeos de inscrição, que serão postados pelo Cuca nas redes sociais, também por categoria.

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GEL BARBOSA FAZ TEMPORADA DE SHOWS NO LARGO DO CRUZEIRO DO SÃO FRANCISCO

Gel Barbosa, um dos melhores sanfoneiros da atualidade, faz temporada de shows gratuitos no Largo do Cruzeiro do São Francisco, às segundas-feiras, a partir das 18h. As apresentações acontecem em formato mais intimista, e são realizados  pelos restaurantes Boteco do Pelô, Cuco Bistrô, Maná Grill e Odoyá, todos localizados no Largo do Cruzeiro do São Francisco.

Gel Barbosa, que é produtor musical, compositor, cantor, arranjador e sanfoneiro, já acompanhou e gravou com artistas como Zé Calixto, Pinto do Acordeon, Antônio Barros, Cecéu, Elba Ramalho, Xangai, Targino Gondim, Carlos Pitta, Elba Ramalho, Almério, Mariana Aydar e Renato Borghetti. Natural de Serra da Raiz, na Paraíba, Gel Barbosa nasceu numa família de músicos e teve como maior influenciador seu pai Geraldinho, tocador de oito baixos.

 Em 2013 se mudou definitivamente para Salvador e desde então trilha sua carreira atuando em diversos espaços culturais e também em cidades do interior da Bahia. Considerado um dos melhores sanfoneiros nordestinos da atualidade, fez participação no primeiro CD solo do cantor sueco Thomas Eby, participou do CD Obatalá, onde participaram artistas como Gilberto Gil, Zeca Pagodinho, Alcione, Marisa Monte e Jorge Ben. Hoje Gel Barbosa divide seu tempo também entre gravações e produção musical de diversos gêneros musicais como forró, choro e frevo.

Serviço: Show de Gel Barbosa no Cruzeiro do São Francisco

Segunda-feira -  dia 21.02, a partir das 18h – gratuito

Assessoria de Imprensa – Doris Pinheiro

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DIA COMBATE ÁLCOOL: PESQUISA MOSTRA QUE 55% DA POPULAÇÃO BRASILEIRA TEM HÁBITO DE BEBER

A sexta-feira, para muitos, é o dia de tomar uma cervejinha com os amigos ou outra bebida para relaxar das atividades do dia a dia. Mais da metade da população brasileira, 55%, têm o costume, mostra pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig), sendo que 17,2% declararam aumento do consumo durante a pandemia de covid-19, associado a quadros de ansiedade graves por causa do isolamento social.

Hoje, 18 de fevereiro, é o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, data destinada a conscientizar sobre danos e doenças que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode causar, tanto em homens quanto em mulheres. 

De acordo com o levantamento da Ibrafig, uma em cada três pessoas no país consome álcool pelo menos uma vez na semana. O consumo abusivo de bebidas alcoólicas foi relatado por 18,8% dos brasileiros ouvidos na pesquisa. Os dados foram levantados com base na resposta de 1,9 mil pessoas, nas cinco regiões do país. O estudo mostra ainda que, em média, os brasileiros ingerem três doses de álcool por ocasião, o que representa 450ml de vinho ou três latas de cerveja.

Diversos fatores podem desencadear a dependência alcoólica, diz o psiquiatra Rafael Maksud, da Clínica Ame.C. “Fatores que podem desencadear a dependência alcoólica são a predisposição genética, o início precoce do uso, doenças mentais preexistentes, condições culturais como associar o álcool à diversão, histórico de abuso sexual, violência doméstica, curiosidade, insegurança, entre outros”.

Maksud é da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e especialista em Saúde Pública, Dependência Química e Psiquiatria Integrativa pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e pelo Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB).

Ele lembra que as consequências do alcoolismo a longo prazo são negativas sobre a saúde física e psíquica e, na maioria das vezes, causam prejuízos graves em todos os âmbitos da vida - laboral, familiar ou social. "Como exemplo, podemos citar a hepatite, cirrose, hipertensão, o aumento do risco de acidente vascular isquêmico, distúrbios sexuais diversos, demência, abstinências severas, depressão, ansiedade e psicoses induzidas pelo álcool”.

O consumo de bebidas nos fins de semana, que geralmente começa na sexta-feira e só termina no domingo, leva muita gente a crer que não é dependente do álcool, mas o hábito também pode causar danos à saúde, alertou o médico. 

“Nesse caso, inicialmente não se caracteriza uma dependência alcoólica, podendo, porém, ser entendido como uso nocivo de bebida alcoólica. O uso nocivo é um padrão de consumo que causa danos à saúde, físicos (como hepatite alcoólica) ou mentais (como piora de quadros ansiosos e depressivos). Padrões nocivos de uso são frequentemente criticados por outras pessoas e estão associados a consequências sociais adversas de vários tipos”. 

O psiquiatra explicou como o álcool atua no cérebro. “Quando a pessoa bebe se sente relaxada, já que sua percepção diminui. No entanto, o consumo regular reduz os níveis de serotonina no cérebro, um dos neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar. Sendo assim, o álcool agrava a ansiedade e, principalmente, a depressão”.

A psicóloga Monica Machado, formada pela Universidade de São Paulo, fundadora da Clínica Ame.C, reforça que o consumo frequente de bebidas alcoólicas descontrola a liberação regular de substâncias cerebrais responsáveis pelo controle emocional, o que eleva a vulnerabilidade às crises de ansiedade”. 

Por isso, acrescenta, “entender a relação entre ansiedade e álcool ajuda na busca de respostas mais concretas para reduzir as consequências do consumo excessivo de bebidas alcoólicas e do transtorno de ansiedade”.

O inverso também pode acontecer, ou seja, quem não tem distúrbios pode desenvolvê-los com o consumo excessivo de álcool. “A dependência em álcool pode ser uma das razões para o desenvolvimento de distúrbios, como a ansiedade, mas essa situação é complexa, já que a ansiedade também pode levar à dependência alcoólica”, afirma Mônica.

Além dos danos psíquicos e físicos, o alcoolismo pode comprometer o raciocínio mesmo quando a pessoa está sóbria. “Mesmo sóbrio, o paciente dependente de álcool, principalmente após vários de anos de uso da susbstância, tende a apresentar diversos déficits cognitivos que podem, inclusive, se tornar permanentes.  Por exemplo,  dificuldades de memória, consolidação de novos aprendizados, redução da capacidade de abstração e resolução de problemas, elementos importantes para a construção do raciocínio”, alerta Maksud. 

Mulheres e álcool-O alcoolismo atinge homens e mulheres, mas, para elas, os problemas de saúde ocorrem com maior rapidez, afirma o médico.  

“Pesquisadores descobriram que as mulheres têm maior vulnerabilidade fisiológica ao álcool. De acordo com cientistas, as mulheres produzem quantidades menores da enzima álcool desidrogenase (ADH), que é liberada pelo fígado e usada para metabolizar o álcool. Além disso, a gordura retém o álcool, enquanto a água ajuda a dispersá-lo. Logo, graças a seus níveis naturalmente mais altos de gordura e mais baixos de água corporal, as mulheres apresentam resposta fisiológica ainda mais complicada”.

Sendo assim, completa, “mulheres que consomem álcool em excesso também tendem a desenvolver dependência e outros problemas de saúde com mais rapidez que os homens. Elas costumam começar a beber mais tarde que os homens, mas levam muito menos tempo para se tornar dependentes e apresentar doenças hepáticas ou cardíacas, por exemplo.

Segundo o psiquiatra, o tratamento para o alcoolismo geralmente é feito com acompanhamento médico e terapêutico e alguns medicamentos podem colaborar. 

“Quando bem avaliado e diagnosticado, os medicamentos são bons coadjuvantes nos tratamentos do alcoolismo, pois ajudam no processo de abstinência e na prevenção das recaídas. O álcool estimula indiretamente a atividade opióide endógena, ao promover a liberação dos peptídeos endógenos na fenda sináptica.  Existe um tipo de medicação que atua como antagonista competitivo nos receptores opióides. Dessa forma, a administração de antagonistas opióides reduziria o consumo de álcool por meio do bloqueio pós-sináptico de alguns receptores”.

Alcoólicos Anônimos (AA): o grupo de ajuda mútua é referência no apoio ao alcoólatra que quer parar de beber. A participação é gratuita e um dos grandes princípios é o sigilo. Presente no Brasil há 80 anos, o Alcoólicos Anônimos possui reuniões em quase todas as cidades do Brasil. 

Caps – AD: os Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas são unidades de saúde feitas para atender gratuitamente quem precisa tratar o alcoolismo. O acompanhamento é feito por médicos, psicólogos e terapeutas. Também há abertura para a participação da família.

Quando o dependente mora em uma cidade que não tem o Caps – AD, pode procurar uma unidade tradicional (que cuida da saúde mental) ou uma unidade básica de saúde de seu município para fazer o tratamento. Se houver necessidade de internação, é o próprio Caps que faz a solicitação e encaminha o paciente para alguma das instituições associadas.

PREVENÇÃO: Para quem não quer ser dependente, algumas atitudes podem contribuir para inibir o consumo excessivo de álcool, observa Monica Machado. 

“Primeiramente é necessário saber identificar pessoas com maior tendência a dependências e, para isso, procurar a ajuda de um profissional capacitado. Existem algumas dicas para pessoas que consomem álcool em excesso e gostariam de parar de beber: não tenha bebidas alcoólicas em casa; evite situações onde acha que irá perder o controle do uso; aprenda a dizer não ou peça ajuda enquanto não tenha esse controle; escolha um dia para deixar de beber e confine o consumo de álcool a situações específicas. E novamente, o principal: procure ajuda profissional adequada”.

Outra atitude, reforça o psiquiatra, é evitar o contato com bebidas na adolescência. “Quanto mais tardio o contato com bebidas alcoólicas, menor o risco de dependência. Alguns estudos mostram que adolescentes que começam a beber antes dos 15 anos têm quatro vezes mais risco de desenvolver uso abusivo de álcool do que quem inicia mais tarde, após os 21 anos. Também já foi relatado na literatura médica que os riscos para uso problemático do álcool diminuem cerca de  14% a cada ano que se adia o início do consumo. Isso ocorre pela vulnerabilidade que a imaturidade neurológica  própria da idade acarreta”, diz Maksud. (Fonte: Agencia Brasil)

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FEIRA AGROECOLÓGICA DE REMANSO: ALIMENTOS SAUDÁVEIS E FORTALECIMENTO DAS RELAÇÕES SOCIAIS

Farinha, feijão, tapioca, corante caseiro, umburana de cheiro, maxixe, umbu, doce de umbu, couve, abóbora, banana, peixe, ervas medicinais e artesanato.

 Esses são alguns dos diversos produtos comercializados na Feira Agroecológica da Cultura Econômica de Remanso-BA, um espaço de venda de alimentos cultivados sem veneno para comercialização direta com os/as consumidores/as. A partir desta semana, a feira será realizada toda sexta-feira.

A comercialização desses produtos por agricultoras e agricultores possibilita maior aproximação do campo e da cidade, além de colaborar com a melhoria da renda familiar e da segurança alimentar e nutricional dos consumidores que passam a se alimentar com produtos saudáveis. 

"Saber que tem aquela renda extra toda semana, pouco ou muito, serve demais. É muito bom saber que pode fabricar produtos que não tem veneno, que não tem agrotóxicos para levar à mesa das pessoas, sabendo que não pode prejudicar ninguém", destaca a agricultora Poliana Alves, da comunidade Pimenteira em Remanso.  

A agricultora Edna dos Santos, também da comunidade Pimenteira, comercializa seus produtos na feira e diz que está aproveitando bastante a experiência. "Eu estou gostando muito da feira, acredito que as vendas vão melhorar. E que as pessoas vão frequentar mais. Quero muito continuar comercializando meus produtos", ressalta Edna.

O assessor técnico do Sasop, Francisco José da Silva, mais conhecido como Franzé, destaca que apesar da proposta da feira estar no início, acredita que ela se consolidará devido aos diversos benefícios que traz para agricultores/as e consumidores/as do município. "Que o pessoal possa entender que é a agricultura familiar que realmente alimenta a cidade. Esse processo vem contrapor os grandes projetos que hoje só plantam, só produzem monocultivos para exportação. Se o campo não consegue plantar, fica difícil a alimentação nas cidades. [A feira] possibilita para as pessoas um produto saudável e de qualidade".

Além disso, Franzé também destaca a importância da feira agroecológica para as agricultoras e a juventude. "A feira também possibilita o protagonismo da mulher, tendo em vista, que a maioria das pessoas hoje na feira são mulheres e a gente tem trabalhado também para a inclusão da juventude".

Além da possibilidade de melhorar a renda através da comercialização dos produtos da agricultura familiar, a agricultora Poliana destaca a importância da feira para as relações sociais e convida outros agricultores e agricultoras a participarem da Feira Agroecológica. "Além da comercialização é muito bom fazer amizade, conhecer novas pessoas, porque a gente vai para feira, não só vender, mas também aprender muita coisa (...) Conhece produtos diferentes de outras pessoas, é muito interessante. Então, quem nunca se interessou, que se interesse em comercializar os produtos agroecológicos na feira, porque vale muito a pena", frisa Poliana.

Nesse sentido, a colaboradora do Irpaa, Dannielle Martins, reforça o papel social das feiras que são espaços "De intercâmbio e troca de conhecimento entre os participantes, que, por sua vez, são de comunidades diferentes do município. A feira traz esse momento de descontração. Também acontece a troca de produtos entre os próprios agricultores".

A feira reúne 11 grupos diretamente, com cerca de 30 famílias envolvidas de forma indireta. A iniciativa idealizada pelo Serviço de Assessoria a Organizações Populares Rurais (Sasop), hortas comunitárias rurais e urbanas e pescadores/as artesanais conta com apoio da Secretaria da Agricultura de Remanso e do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa).  (Fonte: Eixo Educação e Comunicação)

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A RECEITA PARA EVITAR A PRÓXIMA PANDEMIA: RESPEITAR A NATUREZA, AFIRMA SANITARISTA DA UNIVERSIDADE DE HARVARD

Deter a próxima pandemia antes de ela surgir é possível, e o custo de fazer isso equivale a um vigésimo do impacto econômico global que ela provocaria, afirma um novo estudo. A receita para o planeta conseguir fazer isso tem três ingredientes: a criação de um sistema global de monitoramento de zoonozes, um esforço para acabar com o desmatamento e a eliminação do tráfico de animais silvestres.

Em um trabalho liderado pelo sanitarista Aaron Bernstein, da Universidade Harvard, economistas e pesquisadores de diversas áreas estimaram que o preço de fazer tudo isso pode ser distribuído ao longo das próximas décadas a um custo de US$ 20 bilhões anuais.

Em comparação, o impacto dos eventos conhecidos como "spillovers" (a passagem de patógenos animais para humanos) tem provocado perdas anuais de US$ 212 bilhões no último século. Se levado em conta o impacto das mortes causadas por essas doenças, somam-se a esse valor mais US$ 350 bilhões.

Segundo Bernstein e colegas, a margem de erro da simulação é grande, mas é possível afirmar que dos mais de R$ 550 bilhões das cifras somadas acima o piso da estimativa é de US$ 400 bilhões. Daí sai a conclusão de que o valor da solução é da ordem de um vigésimo do custo do problema.

O cálculo dos cientistas é baseado no impacto duradouro de epidemias grandes e pequenas iniciadas nos últimos 105 anos, incluindo a Covid-19, a Aids e a gripe espanhola. Para fazer a conta, foram computadas todas as doenças humanas derivadas de zoonozes que deixaram ao menos dez mortos.
 

Para estimar o peso financeiro das mortes provocadas pelas pandemias, os pesquisadores atribuíram preços a cada óbito causado pelos patógenos, usando o conceito econômico de WTP ("willingness to pay"). Esse recurso consiste em determinar o tamanho do investimento que cada país está disposto a fazer para reduzir sua taxa de mortalidade. Dependendo da riqueza de cada nação, esse valor variou entre US$ 107 mil e US$ 6,4 milhões por morte.

Precificar a vida de pessoas pode parecer uma maneira cruel de fazer planejamento, mas é o que permitiu aos cientistas comparar métodos diferentes de políticas públicas para salvá-las. E, segundo os cientistas, as diretrizes que guiam a atual resposta global contra epidemias não são aquelas que previnem mais mortes. 

"Formuladores de políticas promoveram planos considerando que a melhor maneira de lidar com futuras catástrofes pandêmicas seria 'detectar e conter' ameaças zoonóticas emergentes. Em outras palavras, devemos agir somente depois que os humanos ficarem doentes. Nós discordamos radicalmente disso", escrevem os cientistas, em artigo na revista Science Advances.

Segundo Bernstein, essa abordagem "reativa", em contraposição a uma estratégia "proativa", precisa ser reconsiderada por gestores de saúde em governos nacionais e por organismos internacionais. 

"Se a Covid-19 nos ensinou alguma coisa, é que a testagem, os tratamentos e as vacinas podem prevenir mortes, mas eles não param por completo a disseminação global dos vírus, e podem nunca prevenir a emergência de patógenos novos", afirmou o cientista, em entrevista coletiva. "Não podemos contar apenas com estratégias 'pós-spillover' para nos proteger. "

A demógrafa brasileira Márcia Castro, também professora de Harvard e coautora do estudo, afirma que a melhora no custo-benefício de tomar as medidas necessárias para um sistema global de prevenção ao 'spillover' foi até mesmo subestimado no estudo, porque inclui medidas que beneficiam a humanidade em outras frentes, como a preservação ambiental. A intrusão de pessoas em florestas para provocar demsatamento, por exemplo, é um dos fatores de risco de exposição de humanos a novos patógenos.

"O emprego de recursos para reduzir desmatamento são um investimento para prevenir futuras epidemias, mas também para mitigar ameaças já existentes, como a malária e doenças respiratórias associadas com a queima de florestaS", diz a cientista. "Fazer esses investimentos em prevenção traz retornos para a saúde humana, para o ambiente e para o desenvolvimento econômico. "
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