ORQUESTRA JOVEM GONZAGUEANA APRESENTA PRIMEIRA LIVE

No sábado (30), Exu, Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga e Barbara de Alencar viveu mais um dia de emoção proporcionada pela música. Foi a primeira apresentação de uma live da Orquestra Sinfônica Jovem de Exu. Com a participação de Zezinho do Exu, Débora Dutra, Lucas Gordim, Valdi Jr, Lara Cavalcante e Flávio Leandro.

O cantor e compositor Flávio Leandro, um dos nomes mais talentosos da música brasileira, declarou a emoção de saber que a essência da música está cada vez mais valiosa, principalmente quando ele assiste os jovens tocando numa orquestra.

A Orquestra Jovem Gonzagueana foi fundada em 2014 no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) com um dos principais objetivos de exaltar a música e o sentido de identidade cultura dos cantores e compositores que ampliam a dimensão do Nordeste, mostrando o valor universal do cancioneiro nordestino.

O diretor da Orquestra Jovem Gonzagueana é Marcos Vinicius. Os ensaios são todas as quinta-feiras, às 18hs, na Igreja Nova Apostólica.

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VALDI GERALDO TEIXEIRA: NESSA ESTRADA DA VIDA, EXU, ALEGRIA E BELEZA DO SERTÃO

Dia 31 janeiro. Hoje é dia do aniversário de Valdi Geraldo Teixeira. 55 anos. Sempre é bom lembrar: o grande balaio musical de Luiz Gonzaga tem um exuense. A cada viagem que fazia pela região Nordeste Luiz Gonzaga "descobria", encontrava um compositor, um poeta, parceiros. 

Em Caruaru: Onildo Almeida. Rio Grande do Norte, o Janduhy Finizola. Paraíba, José Marcolino, Antonio Barros; em Pesqueira, Nelson Valença. Campina Grande, Rosil Cavalcanti. No Rio de Janeiro encontrou o parceiro Humberto Teixeira, nascido em Iguatu, Ceará. José Clementino, em Varzea Alegre. Zé Dantas, em Pernambuco, para citar alguns destes poetas parceiros que deram Luz ao obra e vida do Rei do Baião, Arcoverde João Silva.

Porém quis o destino, Valdi Geraldo estava ali na curva da Chapada do Araripe, em Exu, na sua terra, o Neguinho do Forró, músico, compositor de quem Luiz Gonzaga gravou a música "Nessa Estrada da Vida" em 1984 no disco (LP), Danado de Bom. Neguinho do Forró é um desses talentosos compositores que contribui com o reinado de Luiz Gonzaga. 

Valdi é compositor do sucesso da música Nessa Estrada Vida, em parceria com Aparecido José. A história conta que ao ouvir a música Luiz Gonzaga teve paixão de primeira. Tarimbado, o Lua, sabia quando estava diante de uma riqueza musical, viu que melodia, ritmo e harmonia são frutos do seu Reinado. Gravou. Hoje "Nessa Estrada da Vida" é uma das músicas mais interpretadas no cancioneiro brasileiro. Recebeu regravações de Dominguinhos, Jorge de Altinho, Waldonys, fiéis seguidores e discípulos do Rei do Baião.

Detalhe: o disco "Danado de bom" vendeu mais de um Milhão de cópias, contou com a participação de Elba Ramalho na faixa "Sanfoninha choradeira" (João Silva) e Luiz Gonzaga ganha o Disco de Ouro considerado no mundo musical um dos mais belos trabalhos de um artista brasileiro.


Com a morte de Luiz Gonzaga, em agosto de 1989, foi também em Valdi Geraldo que o Gonzaguinha, o poeta do amor e resistência, encontrou o apoio para as conversas em Exu. Discreto, Valdi Geraldo não comenta os detalhes. Porém ele participou de vários encontros e reuniões com Gonzaguinha e Joquinha Gonzaga nas visitas de Gonzaguinha "aos amigos que Luiz Gonzaga tinha deixado em Exu". 

Gonzaguinha caminhou nas estradas, visitando lugares e construindo sonhos no pé da serra do Araripe pensando em concretizar o projeto do Parque Asa Branca, Museu Gonzagão. 

Desde 1999, quando conheci, Valdi Geraldo em Exu, tenho o maior respeito e admiração por este artista. Homem de Bem. Alma de cantador. Ele, não vive comercialmente da música. É funcionário do Ministério da Saúde. Em 2012 lançou um CD, Alegria e Beleza do Sertão, uma das composições mais belas da música brasileira, que se junta a larva criativa do poeta. Valdi Geraldo cultiva a simplicidade, ou seja, sabe tratar o povo, que tanto Luiz Gonzaga pedia para não esquecer, e valorizar o seu pedaço de terra se fazendo universal.

Valdi Geraldo está marcado para a eternidade e o Brasil poderia ainda em Vida ser mais grato pela trajetória desse cantor e compositor. Caruaru, Pernambuco, através do pesquisador Luiz Ferreira soube valorizar o artista e ele, em 2014, recebeu o título troféu Orgulho de Caruaru.

Luiz Gonzaga é citado por todos os compositores como um mestre na arte de "sanfonizar" as canções. Sanfonizar é um termo criado pelo próprio Luiz Gonzaga. O pesquisador José Teles, afirma que a maioria dos seus parceiros de Luiz Gonzaga não escondem que cederam parceria para o Rei do Baião, porém, geralmente, suavizam a revelação com um argumento: ninguém interpretaria a composição igual a ele. Ou ressaltam o talento de Gonzagão para “sanfonizar” as composições – ou seja, como usava seus dons de arranjador para enriquecê-las.

Nessa Estrada da Vida segue o poeta compositor Valdi Geraldo, o Neguinho do Forró.

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SEMPRE SEM LIMITES TARGINO GONDIM REÚNE MÚSICA BRASILEIRA NO BOTECO DO GINÔ

Targino Gondim revela que está em estúdio gravando um CD que se chamará Belo Chico. “É uma homenagem ao Rio São Francisco, feita por mim e meus parceiros Roberto “Gogó” Malvezzi e Nilton Freitas. 

O objetivo é fazer uma viagem pelo Rio São Francisco, mostrando as deficiências, o que ele tem de tão bom em toda a sua história de vida, os ribeirinhos, quais as dificuldades que o rio passa agora, como as questões sociais e ambientais, o seu o habitat... E vamos transformando isso tudo em música.”

Além de canções inéditas ligadas ao Rio São Francisco o projeto prevê alguns clássicos, como Petrolina Juazeiro (Jorge de Altinho), Sobradinho (Sá & Guarabyra), Matança (Jatobá). Nesse caso, por ser um trabalho com caráter também didático, haverá versão tanto digital quanto em CD, voltado para salas de aulas e palestras. A perspectiva é de que esteja pronto até o fim de abril, com lançamento em outubro.

Se boa parte dos bares anda fechada por causa da pandemia de coronavírus, que tal levar a atmosfera botequeira para o seu cantinho? Foi um pouco desse espírito que motivou o sanfoneiro Targino Gondim a lançar um álbum com estilos variados nas plataformas digitais. 

“Sabe aquelas canções que a gente sempre ouve quando vai a uma seresta, um barzinho? Pois, então, assim é Boteco do Ginô. São 18 músicas escolhidas a dedo por mim. Aquelas que sempre tocaram o meu coração e acredito que de outras pessoas também. É só o cara chegar em casa, abrir uma bem gelada, de preferência acompanhada de uma branquinha, preparar um tira-gosto e saborear tudo, ouvindo o meu disco. Ele nem vai se lembrar do boteco”, brinca o músico

Ele conta que o projeto traz canções de compositores como Peninha, Zé Ramalho, Roberto Carlos, Moacyr Franco, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Benito di Paula, entre outros, além de músicas autorais.

“Na verdade, elas foram gravadas durante duas lives que fiz em julho e agosto do ano passado, cujo cenário era um boteco e agora a gravadora ONErpm resolveu lançar o disco. Como foi gravado um número maior de canções durante as apresentações, achei melhor selecionar aquelas que fizeram parte da minha vida e de milhões de pessoas.”

O material está disponível somente em streaming. No ano passado, o forrozeiro foi um dos concorrentes do Grammy Latino pelo Melhor Álbum de Música de Raízes com Targino sem limites, 19 anos depois de vencer o 'Oscar da Música' com a canção Esperando na janela (Targino Gondim & Manuca Almeida & Raimundinho do acordeon).

Gondim ressalta que o boteco do Ginô, na verdade, não existe. “Na realidade, Ginô é um apelido carinhoso que atravessa gerações. É do meu pai, meu e agora do meu filho também”. Dono de uma versatilidade artística e do projeto Targino sem limites, em que interpreta ritmos diferentes do forró, o músico mais uma vez mostra toda a sua versatilidade. As canções se dividem entre Tortura de amor (Waldick Soriano), Gostoso demais (Dominguinhos & Nando Cordel) e Eu só quero um Xodó (Dominguinhos & Anastácia).

Há ainda outros clássicos, como Cabecinha no ombro (Paulo Borges), Ainda ontem chorei de saudade (Moacyr Franco), Esotérico (Gilberto Gil), Leãozinho (Caetano Veloso), Detalhes (Roberto Carlos & Erasmo Carlos), Caminhoneiro (Roberto Carlos) e Charlie Brown e Retalhos de cetim (Benito di Paula). 

“De minha autoria gravei duas inéditas, Amor estranho e Vai chorar por mim. Esse projeto surgiu na pandemia, quando fiz uma seleção para cantar com a minha sanfona e interpretação durante duas lives. São músicas para aqueles que querem passar momentos com os amigos e tomar uma cerveja.”

O artista não produziu o álbum pensando em gravar outros volumes. “Fiz a primeira live, que foi um sucesso danado e por isso resolvi fazer a segunda, já misturando músicas compostas mais para os lados do Rio de Janeiro e São Paulo, como o samba de Benito di Paula, entre outras. Era fundamental também que escolhesse canções que já estava habituado a ouvir e gostar de cantar, não porque fulano quer ou beltrano goste, mas sempre a partir do meu gosto musical, com as composições que mais me tocam nos bares. Aí, resolvi colocá-las nesse trabalho. Por enquanto, não tenho a pretensão de gravar outros botecos não.”

E as versões em streaming, acredita, vieram para ficar. “As gravadoras, todas elas, estão agora com o foco no digital. Por isso não temos essa pretensão de fazer um CD. As gravadoras maiores estão nessa vibe e a tendência é cada vez mais diminuir essa coisa do físico. Até o próprio público não procura mais, ninguém que andar mais com um CD debaixo do braço, pois agora as canções estão na palma da mão, celular, pen drive e bluetooth.” A reportagem é de Augusto Pio, Jornal Estado de Minas.

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CANTOR E COMPOSITOR IVAN FERRAZ PARTICIPA DO PROGRAMA RELEMBRANDO O GONZAGÃO

O forrozeiro, Embaixador do Forró, cantor, compositor Ivan Ferraz, participou neste sábado (30), do Programa Relembrando o Gonzagão, apresentado pelo radialista e pesquisador Edilson Gonzaga, ás 16hs, na Rádio Clima FM, Gravatá, Pernambuco. 

Ivan Ferraz traduz o sentimento de energia e a certeza que o forró, baião criado por Luiz Gonzaga é moderno. Centenas de ouvintes participaram do programa elogiando Ivan Ferraz e a produção do Programa Relembrando o Gonzagão. Ivan Ferraz tem da classe artística o respeito pela dedicação e conhecimento da atualidade da música.

Ivan Ferraz é um dos mais fiés representantes da música brasileira, considerado o maior sinônimo da resistência do autêntico 'forró pé-de-serra'. Sertanejo de Floresta, Pernambuco, nascido em 17 de março de 1946. Ivan destacou a importância do Programa Relembrando o Gonzagão e para que "a juventude conheça cada vez mais a cultura a partir de Luiz Gonzaga, para que nós valorizemos cada vez mais nosso autêntico forró pé de serra”, disse o cantor.

Ivan Ferraz é citado por Dominguinhos: "Ivan Ferraz e o Forró Verso e Violha", na música Riacho do Navio. Dominguinhos homenageia o programa de rádio atualmente apresentado na Rádio Universitária Fm. Ivan Ferras foi um dos primeiros cantores ampliar a divulgação da música através da rede de Televisão e Rádio.

Na opinião dele, o diálogo com os mais fãs novos é imprescindível para que o ritmo continue a viver, sendo perpetuado para além de gerações. “Se a gente faz qualquer movimento sem a presença da juventude é impossível obter sucesso. São os jovens que trazem novas ideias”, analisa Ivan. “A cada dia surge gente boa, de talento. O forró está bem, o povo gosta do forró. Ele só precisa ter mais apoio”, comenta.

Ivan Ferraz além de cantor e compositor tem uma visão empreendedora. Onde o som da sanfona é rei, zabumba e triângulo fazem parte da realeza. Assim é, desde 2012, que Ivan mantem o Espaço Cultural Dominguinhos (Rua Lindolfo Collor, s/n, Engenheiro do Meio - Clube da Sudene), janela permanente do forró pé-de-serra no Recife.

“É um espaço que no momento devido a pandemia está parado, mas ele foi criado para preservar nossa música e projetar os artistas. Onde a gente pode ouvir e cantar o forró puro e autêntico”, descreve Ferraz. “Os artistas precisam se unir para fortalecer o ritmo”, diz.

A produtora técnica do programa, Jaqueline Pontes, se emocionou com as histórias contadas por Ivan Ferraz que gravou nove LPs e 15 CDs. "Sou jovem e tenho através deste trabalho do Relembrando o Gonzagão, a oportunidade de descobrir o valor real da cultura brasileira", destacou Jaqueline. 

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INSTITUTO CULTURAL RAÍZES COMPLETA ESTE ANO 20 ANOS DE FUNDAÇÃO

O Instituto Cultural Raízes completa este ano 20 anos de fundação. O diretor Presidente do Instituto Cultural Raízes, professor Libânio Francisco diz que neste 20 anos de fundação e 12 anos de atuação em Floresta, Pernambuco e região, vive um momento especial "Entre as novidades um site totalmente

inovado e com várias informações e conteúdo para permitir que os interessados possam conhecer melhor a história do Instituto"

Criado em 16 de fevereiro de 2001, em Água Preta, na zona da mata sul de Pernambuco, sob a forma de um Núcleo de Assessoria Técnica, fruto de uma iniciativa de várias pessoas que atuavam junto a diversas experiências da sociedade civil organizada, nas áreas de Juventude, Assentamentos da Reforma Agrária, Associativismo e Empreendedorismo.

Destaca-se no período de 2001 a 2006 a realização de diversos encontros de juventude e o 1º Encontro da Agricultura Familiar onde o ponto forte foram as manifestações culturais regionais, bem como assessoria e apoio a outras organizações sociais do agreste e do sertão na elaboração de projetos e na realização de vários eventos culturais, além do desenvolvimento de importante experiência em diversas comunidades de assentamentos da reforma agrária, cuja atuação foi baseada no estímulo ao resgate das origens sócio-culturais e na formação de lideranças juvenis.

"A partir de meados de 2006 os trabalhos se tornam mais intensos em outras regiões do Estado e, principalmente no sertão. As ações passam então, a serem voltadas para a construção de políticas e experiências voltadas para a juventude e a cultura. Em 2007, incentivou-se a participação nos fóruns regionais de cultura promovidos pelo Governo do Estado através da Fundarpe, além da realização de Conferências Municipais de Cultura e o incentivo para a criação de conselhos municipais de cultura em várias cidades, bem como a construção de parcerias para formação de ONG's e grupos de jovens voltados a prática cultural", revela Libânio.

No ano de 2009, iniciou-se um trabalho no município de Floresta a partir de uma assessoria para a implementação das políticas públicas de Cultura e de Juventude, e já em novembro do mesmo ano realizou-se a 1ª edição da Semana da Consciência Negra, coincidindo com o Festival Pernambuco Nação Cultural, oportunidade em que foi constituído um amplo documentário sobre o evento e, que abriu caminho para a priorização de atuação na região.

Já no primeiro semestre de 2010, decidiu-se por instalar a sede na cidade de Floresta e alterar a denominação de Núcleo de Assessoria para INSTITUTO CULTURAL RAÍZES.

No decorrer de sua trajetória, o INSTITUTO CULTURAL RAÍZES se consolidou como a única instituição sócio-cultural (em Floresta e região) que desenvolve através de uma prática constante e permanente, diversas ações atendendo os públicos de crianças, adolescentes, jovens e adultos, na perspectiva de resgate das tradições e da produção cultural como forma alternativa de vivência de experiências positivas de vida e de formação cidadã.

AÇÕES ATUAIS E PERMANENTES. ATÉ O MOMENTO DA PANDEMIA: Até o início de março de 2020, o INSTITUTO CULTURAL RAÍZES manteve de forma permanente em Floresta, os seguintes grupos culturais, atividades e projetos:

- Grupo Cultural MARACATU AFROBATUQUE
- Grupo Cultural AFOXÉ FILHOS DE N'ZAMBI
- Grupo Cultural SOU DA TERRA
- Grupo Cultural AFRO MULHER
- Projeto ARTE E VIDA em parceria com a Diocese de Floresta.
- Projeto CONSCIÊNCIA NEGRA
- Ponto de Cultura AFROBATUQUE – TAMBORES DA RESISTÊNCIA

Além de todas essas ações permanentes, o Instituto se faz presente em vários eventos públicos, realizando palestras e apresentações culturais.

Em Belém do São Francisco o Instituto Raízes, nos anos de 2014 e 2016, atuou como entidade parceira junto a Escola Estadual Maria Emília Cantarelli, na implementação do Programa Mais Cultura na Escola, sendo responsável pela realização de oficinas de percussão e danças afrobrasileira, foruns e palestras, entre outras atividades.

Também em Belém o Instituto iniciou em 2016 a formação de um Grupo Cultural de Maracatu.

O Instituto Cultural Raízes, vem desenvolvendo desde 2010 e sobretudo, desde 2013, várias participações em eventos de cultura popular, realizados nas cidades de: Exu, Ouricuri, Parnamirim, Salgueiro (Comunidade Quilombola de Conceição das Crioulas), Terra Nova, Petrolândia, Itacuruba, Belém do São Francisco, Afogados da Ingazeira, Arcoverde, Mirandiba, Serra Talhada, Jatobá, Inajá e Altinho, com os grupos de Maracatu, Afoxé e Sou da Terra.

No dia 1º de janeiro de 2021, o Instituto Cultural Raízes, deu mais um passo importante no seu histórico de atuação nas áreas da arte e da cultura.

Trata-se da consolidação da Rede de Arte e Cultura da entidade, que reúne os Projetos Consciência Negra e Arte Vida; os Grupos Culturais Maracatu Afrobatuque, Afoxé Filhos de N'Zambi, Sou da Terra, Afro Mulher e Axé de Ilê; o Ponto de Cultura Afrobatuque - Tambores da Resistência e Projeto de Comunicação Alternativa TV RAÍZES DA CULTURA e Raízes Notícias.

O fortalecimento da atuação do Instituto Raízes, com a composição da referida rede, coloca a entidade como principal instituição de Cultura Popular em Floresta e região.
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TECNOLOGIA DA EMBRAPA PERMITE MENSURAR A SAÚDE DA TERRA ANTES DO PLANTIO

Nova tecnologia desenvolvida por pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) permite identificar o nível de saúde do solo. Iêda Carvalho Mendes é agrônoma e pesquisadora da Embrapa Cerrados (DF) e foi responsável por liderar o grupo que em 2020 desenvolveu a tecnologia BioAs, uma bioanálise que permite avaliar as enzimas presentes no solo e, consequentemente, seu grau de vida.

“A bioanálise é como se fosse um exame de sangue do solo”, explica a pesquisadora. Iêda pontua que o solo saudável consegue ser mais produtivo, armazena mais água, emite menos gases de efeito estufa e é melhor no sequestro de carbono. “O solo com saúde também se desintoxica mais rápido, ou seja, produtos químicos, como pesticidas, são degradados mais facilmente nesse ambiente”.

A pesquisadora foi entrevistada no CB Agro — uma realização do Correio Braziliense em parceria com a TV Brasília. Iêda ressalta que os aspectos de funcionamento biológico do solo até então passavam despercebidos pelas análises de fertilidade.

“Em uma análise do Mato Grosso, por exemplo, tivemos um exemplo de dois solos que possuíam as mesmas propriedades químicas, o que significava que as quantidades de fósforo e demais nutrientes eram iguais, dois solos quimicamente em bom estado. Mas, quando chegou o período de seca, o solo que estava doente não conseguiu manter o desempenho. O solo saudável conseguiu produzir 59 sacas da cultura, enquanto o doente produziu apenas 29 sacas”, conta.

Iêda explica que isso acontece porque o solo degradado, com pouca vida, é mais suscetível a problemas de falta de chuva, doenças e ataques de pragas, enquanto o terreno saudável é resistente e consegue lidar com adversidades.

O exame já está presente em oito laboratórios comerciais espalhados pela região do cerrado, em Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais. Ele foi lançado em junho de 2020, mas já reúne mais de 2,5 mil amostras de solo. Iêda revela que a expectativa é que, logo, o Distrito Federal também possua uma unidade laboratorial, e que multipliquem laboratórios em outras regiões. O exame custa entre R$ 100 e R$ 120.

“É um investimento. Antes, os agricultores não tinham como fazer esse tipo de análise de saúde. Obtemos esse resultado porque, no exame, adicionamos uma série de reagentes, e quanto mais atividade houver nas enzimas, mais vivo e saudável está o solo. Também desenvolvemos uma escala simplificada para que o agricultor, tão logo receba o exame, já entenda em que estado está a terra. A escala caminha em duas cores: vermelho escuro, quando o solo está doente, e verde escuro, quando está saudável”.

A pesquisadora explica que, caso o solo esteja doente, os agricultores precisam reavaliar o sistema de manejo. “Uma das sugestões é realizar o plantio direto, pois o manuseio que envolve a remoção de terra é degradante. Aplicar uma rotação de culturas também é importante, assim como, depois da colheita, adicionar plantas de cobertura. No cerrado, por exemplo, temos a braquiária, que fornece alimento para os animais, mantém a umidade e não permite que a terra chegue a altas temperaturas. Tudo isso favorece a saúde do solo”, revela.

Iêda lembra que o cerrado era um bioma considerado pobre em nutrientes, mas que com pesquisa, ciência e tecnologia, se tornou um forte produtor do país. “O cerrado se destaca, ganhou o Prêmio Nacional de Produtividade de Trigo, bateu recordes na produção de soja e milho. E isso tudo com pesquisas para uma agricultura que respeite o meio ambiente e preste serviços ambientais.”

A pesquisadora define a atual agricultura tropical como um exemplo para o mundo. “Fazer agricultura em cima de um solo fértil, em uma região que chove o ano inteiro, é fácil. Mas aqui, no cerrado, temos solos pobres em nutrientes, solos ácidos. Nosso clima é definido por seis meses de chuva e seis meses de seca, ou seja, um desafio. Mas, com pesquisa e tecnologia, mudamos o estigma de aqui ser um solo improdutivo.”

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LIVE POÉTICA COISAS DA NATUREZA SERÁ APRESENTADA NESTE SÁBADO (30)

O vaqueiro Otávio Santana, pelejou a vida inteiro no trato com o gado bovino, caprino e ovino, hoje com mais de 70 anos, faz questão de afirmar que sempre manteve uma relação de amor e harmonia com o meio ambiente, sobretudo com o bioma caatinga.

Conhecedor dos costumes do sertão, Seu Otávio traduz em seus cordéis, aboios e toadas a ponte entre o passado e o presente e narra quase que como crônicas seus versos muito bem contextualizados. Foi no ano de 2002 que Seu Otávio participou pela primeira vez de um concurso, tratava-se do Festival de Aboios na Fazenda Saudade, durante a Festa dos Vaqueiros de Curaçá-BA, na ocasião foi classificado como primeiro colocado, dai em diante, manteve esta classificação em diversas edições do mesmo festival.

Em 2016, o Poeta Acauã (como é carinhosamente chamado pelos amigos-fãs), foi atração principal no Encontro de Comunidades Tradicionais de Fundo de Pasto, promovido pelo IRPAA, em Barro Vermelho, em 2017, representou o município de Curaçá no Projeto Sarau no Bosque, na edição ocorrida no palco do Arco da Ponte em Juazeiro-BA, neste dia ganhou uma fã de quem gosta de citar, trata-se de Cibelle Fonseca ( famosa jornalista e blogueira de Juazeiro da Bahia). Seu Otávio foi atração notável no Centro Cultural Luiz Gonzaga no Rio de Janeiro, e declamou cordeis no famoso por-do-sol de Natal no Rio Grande do Norte.

Apesar de já ser bastante famoso, Seu Otávio continua declamando para amigos em dias de feira em Curaçá, e atendendo a convite para recitar em festas nos distritos, povoados e fazendas.

No ano de 2020, Seu Otávio foi contemplado com a Lei Aldir Blanc, através do Edital Chico de Cori, proposto pela Secretaria de Cultura, Esporte, Turismo e Juventude de Curaçá-BA, e neste sábado dia 30, apresentará às 18hs Live onde mostrará parte de sua rica obra.

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COMPOSITOR ONILDO ALMEIDA, 92 ANOS, É VACINADO CONTRA A COVID-19, EM CARUARU PERNAMBUCO

O compositor Onildo Almeida, de 92 anos, foi um dos idosos vacinados na manhã desta quinta-feira (28), em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. O artista, que é um dos maiores nomes da cultura brasileira, recebeu a primeira dose da vacina de Oxford-AstraZeneca pelas mãos da neta, a enfermeira Mayara Almeida.

"[Foi a] vacinação mais importante, porque minha própria neta me vacinou. Isso, para mim, é histórico. Tenho que agradecer a Deus pelo prolongamento da minha vida", comemorou Onildo.

A neta do artista já estava à espera do avô para vaciná-lo quando Onildo Almeida chegou ao Espaço Cultural Tancredo Neves ao lado da esposa, Lenita. Após aplicar o imunizante, Mayara não conteve a emoção. "Eu estou me tremendo", brincou.

"Foi um momento tão esperado pela família toda! Agora a gente está aqui, eu estou realizando o meu sonho, ver ele com saúde e vacinado. Não tenho nem palavras... Conseguimos estar aqui vivos para ver isso. É uma emoção especial", falou a enfermeira.

Onildo também ressaltou que é importante se vacinar, como forma de prevenção. "Pior é a doença. Você vacinado, se você for acometido da doença, ela não tem o mesmo efeito. Vim e me preveni, se a doença me pegar, eu estou vacinado", finalizou.

Nascido em Caruaru, no dia 13 de agosto de 1928, o compositor Onildo Almeida orgulha-se em dizer que é filho da Capital do Agreste. Músicas do caruaruense ganharam destaque e já foram tocadas em diversos países, como Inglaterra, Portugal, Espanha, Suécia, Itália, Estados Unidos, Rússia e até a antiga Tchecoslováquia. Sobre essa conquista, Onildo afirma: "Eu ganhei o mundo sem sair de Caruaru".

Filho de José Francisco de Almeida e Flora Camila de Almeida, Onildo teve o apoio dos pais para seguir no caminho da música. Ainda adolescente, o compositor fez parte de grupos musicais locais, mas foi ao ingressar no rádio que ganhou notoriedade.

Ao longo da vida, o artista sempre buscou entoar nos versos de suas composições o nome da cidade natal. Uma das maiores obras dele, se "A Feira de Caruaru", fala desde coisas comuns às mais inusitadas que são vendidas no local até os dias atuais. Na entrada da feira, que é patrimônio cultural imaterial do Brasil desde 2007, há uma estátua em homenagem ao compositor.

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REPORTAGEM ESPECIAL: A ECONOMIA SOLIDÁRIA ESTÁ NA MODA NO TOQUE DO DESENHO E AO SOM DA ZABUMBA

Toque de Zabumba é um empreendimento atendido pelo Cesol-SSF que trabalha com a confecção de roupas exclusivas, com estampas que retratam a cultura e tradição do Sertão Nordestino.

Uma sala de reboco repleta de elementos que remetem o Sertão. No canto da parede, uma mesa antiga de madeira com um violão envelhecido, uma radiola que embalou muitas festas naquele espaço, um chapéu de couro, panelas e moringas de barro, imagens de santos católicos na parede. Em frente a sala de barro, uma réplica do meteorito de Bendegó, encontrado em 1784 na cidade de Canudos. Ao lado da réplica, uma cobertura aconchegante de madeira, decorada com palhas de coqueiros, que convida qualquer pessoa para um cochilo no balanço de uma rede.

É neste cenário simbólico, cheio de beleza e arte que nascem as produções do artista plástico Gildemar Sena Oliveira ou simplesmente Sr. Gil, como é conhecido popularmente em Uauá-BA, localizada no Norte do estado. O artista produz à mão desenhos temáticos do Sertão, que retratam as vivências, a cultura e a tradição regional em camisas de malha e tecido, vestidos, shorts, calças, macaquitos, bolsas e desenhos em papel canson.

Toque de Zabumba Confecções como é conhecido o grupo familiar atendido pelo Centro Público de Economia Solidária Sertão do São Francisco (CESOL-SSF), entidade vinculada à Secretaria do Trabalho Emprego, Renda e Esporte do Estado da Bahia (SETRE), presenteia os clientes do Vale do São Francisco com a tradição de vestir-se com belas artes.

O traço característico dos seus desenhos são marcados pelo bico de pena com tinta nanquim, técnica que surgiu há mais de 4.500 anos na China e que dá sutileza e vida as produções do artista baiano, a partir do uso intenso da cor preta.

"E eu me encontrei no bico de pena. Primeiro trabalhei com grafite e depois fiz algumas coisas em caneta esferográfica e me encontrei no nanquim. O desenho flui mais. O preto se torna colorido. Eu sinto que tem cores no preto", enfatizou Gildemar Sena.

Gildemar Sena encontra inspiração bebendo da fonte do cangaço, na fonte das histórias que cercam Canudos, da Cultura Popular, da flora e fauna da Caatinga. Segundo Gil, a caatinga faz parte do seu ser e a paixão pelo bioma o inspira diariamente para a criação de novas produções. 

"Eu tenho uma paixão muito grande pela caatinga. É como se ela fosse a minha bateria. Se eu passar muito tempo longe dela fico mal. Sinto a necessidade de estar nas caatingas e sentir o mato batendo no meu peito, sentir o vento, o cheiro da vegetação, as cores", justificou o artista plástico.

Gil se descreve como um cabra que vem das barrancas do São Francisco, especificamente da cidade do Juazeiro, no Norte da Bahia.  Músico, poeta e compositor, Gildemar Sena nasceu no dia 29 de julho de 1957 e durante a infância se destacava com os desenhos que produzia.

Na década de 1970, mudou-se para Guaratuba no Paraná onde morou por 4 anos.  Foi aprovado no concurso público da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) para a área administrativa e conciliava a vida de funcionário público federal com o hobbie do desenho, que logo se tornou uma importante fonte de renda para o artista. Como não tinha acesso à televisão no período, passou a desenhar as animações favoritas como Fred Flintstone e o Manda Chuva e sua Turma.

"Eu nunca me afastei da minha arte. Era muito mais forte do que eu desenhar do que ser funcionário público. Estava como servidor para sobreviver", explicou com muitos risos Sr. Gil.

Ao retornar à Bahia, atuou em Uauá na construção de um hospital. A proposta era morar no local por um ano, mas o clima cultural da cidade acolheu o artista de forma intensa e há quarenta anos se estabeleceu e construiu família. Gildemar Sena é casado com a artista e poetisa Maria Perpetua Socorro Peixinho, conhecida como dona Petinha, tem quatro filhos e seis netos.

Em terras baianas, Sr. Gil também bebeu da fonte artística de Manuca Almeida no início da década de 1980, onde teve acesso pela primeira vez, ao trabalho com confecções, onde também passou a desenvolver desenhos de cunho político.

Gildemar Sena é responsável por presentear, com lindas artes, os clientes do semiárido baiano. As peças ricas em detalhes são confeccionadas por três costureiras de Uauá, que fazem uma nova economia acontecer no Sertão.

Toque de Zabumba Confecções tem promovido a geração de renda para as famílias envolvidas no trabalho e tem ganhado clientes em todo o estado com a produção de bolsas, camisas masculinas e femininas, saias, croppeds, macacões, macaquitos costurados em tecido de algodão cru.

O artista faz os desenhos à punho e trabalha com a técnica de aplicação em serigrafia. O segundo processo fica sob a responsabilidade das costureiras, que dão vida as roupas do grupo, a partir do desenho dos modelos e as confecções das roupas.

Cada modelo possui características próprias que marcam a identidade de quem adquire, além de serem peças únicas, produzidas com exclusividade. Algumas delas seguem as tendências da moda, com cores mais claras, decotes e amarrações, calças pantalona e pantacourt, saias godê, midi, evasê, vestidos curtos e longos de alça.

As peças do grupo são ricas em detalhes e carregam elementos simbólicos do Sertão, que marcam a trajetória do sertanejo, a exemplo do candeeiro, do umbuzeiro, do xique-xique, do mandacaru, do sofrê, da ararinha azul, locais que marcaram a história de Uauá e região, além de homenagear pessoas da comunidade que fazem a diferença com o desempenho dos seus trabalhos como as catadeiras de umbu, o sanfoneiro, o zabumbeiro, o tocador de pífano.

O Centro Público de Economia Solidária Sertão do São Francisco foi inaugurado em 2013 em Juazeiro e atende grupos familiares e empreendimentos em dez cidades do território Sertão do São Francisco, entre elas estão Campo Alegre de Lourdes, Canudos, Casa Nova, Curaçá, Juazeiro, Pilão Arcado, Remanso, Sento Sé, Sobradinho e Uauá.

A entidade atua diretamente com 128 grupos da Economia Solidária, alcançando mais de 1.000 famílias, que recebem assistência técnica da equipe, a partir do processo de qualificação dos produtos, análise das embalagens, rotulagens e, principalmente, no apoio à comercialização, por meio da inclusão nos mercados convencionais, feiras e eventos realizados no território.

A equipe técnica atende o grupo Toque de Zabumba Confecções há aproximadamente um ano, com sugestões para a melhoria dos produtos e apoio à comercialização das peças produzidas pelo artista.

"Temos muito a agradecer ao Cesol por esse carinho e essa reciprocidade no decorrer dos atendimentos. Quando a gente liga para os técnicos ou quando eles vem aqui, percebemos uma atenção especial com a gente, além de orientações que tem permitido o crescimento do nosso trabalho", enfatizou o artista plástico Gildemar Sena. (Fonte: Texto e fotos: Comunicação Cesol-SSF-Sheila Feitosa)

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CAÍ NA ESTRADA COM OS NOVOS BAIANOS É O LIVRO DE MEMÓRIAS QUE MOSTRA INTIMIDADE DO COLETIVO MAIS CRIATIVO DA MÚSICA BRASILEIRA

A intimidade do coletivo mais criativo da MPB. Uma frase como essa poderia vir estampada na capa de "Caí na Estrada com os Novos Baianos", envolvente e muito engraçado livro de memórias de Marília Aguiar, que viveu no olho desse furacão hippie desde seu início.

Menina paulistana, estudante de jornalismo, ela se uniu a Paulinho Boca de Cantor no final de 1969, quando a trupe que inicialmente tinha também Pepeu Gomes, Moraes Moreira, Baby Consuelo e Luiz Galvão era só um punhado de baianos divertidos meio perdidos entre São Paulo e o Rio de Janeiro. A banda morou junto até a sua dissolução, em 1979.

"Eu nunca tive intenção de escrever. Faço produção de show, o que exige uma dedicação muito grande", conta a autora. Em 2017, cuidando de uma turnê de Simone e Zélia Duncan, ela arrancava gargalhadas das cantoras com suas histórias com os Novos Baianos.

Zélia insistiu para que ela escrevesse um livro. Não por acaso, a cantora é autora do prefácio. "Só queria contar as histórias, todas reais, como eu contei para elas, sem compromisso."

Antes de estabelecer residência no mítico sítio em Jacarepaguá, em meados dos anos 1970, os Novos Baianos chegaram a ser, literalmente, nômades. Sem dinheiro, compartilhavam as poucas roupas. Comiam e dormiam em casas de amigos. A "tática" era simples e bem cara de pau. Chegavam antes do jantar e iam ficando. Enquanto anoitecia, cada um começava a dormir em um canto, para acordar só pela manhã.

"Ninguém tinha dinheiro e isso não era problema para a gente", conta Marilinha, como era chamada. Em momento algum eles discutiam sobre sua opção de vida. "A gente não conversava sobre isso, não teorizava se era hippie ou não. A gente não teorizava sobre nada."

Os Novos Baianos produziram seus grandes discos na primeira metade dos anos 1970, conquistando críticos e fãs com sua mistura inusitada de ritmos brasileiros e espírito rock and roll. O que surpreende bastante no livro é saber que, mesmo já lançando álbuns no mercado, continuavam vivendo sem dinheiro.

Quando entrava pagamento de algum show, compravam alguma comida (tinham filhos pequenos na comunidade), muita maconha e, sempre, equipamento para o time de futebol. A paixão de todos pela bola é muito conhecida, mas a intensidade da dedicação ao futebol é outra surpresa do livro.

O futebol era mais importante do que a música. Não aceitavam agenda da gravadora no horário vespertino do sagrado joguinho diário. Chegaram a faltar a uma gravação para o Fantástico, na época a maior divulgação nacional almejada pelos artistas, por causa do futebol.

"Quando pintava dinheiro, iam até a lojinha do Nilton Santos comprar material para o time", conta Marília. "Levavam tudo nas turnês. Tinham uma malinha de primeiros-socorros com a inscrição Novos Baianos Futebol Clube. Tinha até massagista, que era um índio argentino que morava com a gente."

A crítica musical dedicou muito tempo a analisar as propostas estéticas da banda contidas em álbuns essenciais na MPB como "Acabou Chorare", de 1972, e "Novos Baianos F. C.", de 1973, mas a autora pode decepcionar especialistas ao contar que os integrantes não discutiam em momento algum os caminhos de sua música.

"Era muito intuitivo. Completamente natural. Eles não conversavam sobre isso, não teorizavam. Moraes já acordava com o violão, antes de escovar os dentes estava tocando. Pepeu sentava junto e eles tocavam, sem conversar. Aí Galvão pegava um papelzinho e escrevia a letra. Estava pronto, sem falação", recorda a autora.

Narrado em ritmo de conversa de amigos, com informalidade e humor, "Caí na Estrada com os Novos Baianos" tem lugar numa biblioteca básica da MPB.

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PROFESSORA DA URCA LANÇA O LIVRO MINGUIRIBA: MEMÓRIA E IDENTIDADE, COM VALORIZAÇÃO DA HISTÓRIA COMUNITÁRIA

Lançado de forma virtual, o livro “Minguiriba: Memória e Identidade”, de Francisca Eugenia Gomes Duarte, professora efetiva do Curso de Letras da Universidade Regional do Cariri – URCA, doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Mestre em Biblioteconomia pela UFCA pesquisa do Mestrado em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Cariri (UFCA).

O trabalho reúne um rico acervo de depoimentos resultado da pesquisa realizada in loco, pela pesquisadora que irá servir de memória da comunidade, num resgate da história de um povo. A autora é filiada aos Grupos de Pesquisa Memória, Arquivo e Patrimônio – MAPA (UFCA) e aos Grupos de Estudo: Discurso Cultura e Identidade – DISCULTI – (URCA) e GRECOM (UFRN).

Além do livro, foi produzido um documentário rico em depoimentos, onde os narradores do Minguiriba compartilham a sua memória e a sua história, antes ignorada pela historiografia oficial, deixando a informação ao alcance de alunos, professores, pesquisadores e público em geral.

No lançamento, a professora apresentou a comunidade Minguiriba e fez um relato sobre o surgimento e desenvolvimento da sua pesquisa, com a participação da professora Ariluci Goes Elliot, dos Cursos de Graduação e do Programa de Pós-Graduação em Biblioteconomia e Coordenadora do grupo de Pesquisa Memória, Acervos e Patrimônio – MAPA/UFCA, e do professor Marcos de França, dos Cursos de Graduação e do Programa de Pós-Graduação em Letras da URCA e Coordenador do grupo de Estudo em Discurso Cultura e Identidades – DISCULTI.

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ESPERANÇA: PESQUISADORES DE CUBA APOSTAM EM CRIAR A PRIMEIRA VACINA DA AMÉRICA LATINA CONTRA A COVID-19

Os pesquisadores cubanos estão empenhados na tarefa de desenvolver a primeira vacina contra o coronavírus concebida e produzida na América Latina.

“Temos a capacidade para fabricar 100 milhões de doses” em 2021 da Soberana 2, o projeto de vacina mais avançado, afirmou o doutor Vicente Vérez, diretor do instituto de vacinas Finlay. “Se tudo correr bem, este ano teremos toda a população vacinada”.

O país é um dos menos afetados da região pela pandemia com  casos registrados e 180 mortes, entre uma população de 11,2 milhões de habitantes.

O objetivo é lançar a campanha de vacinação no primeiro semestre. Para os cubanos, a vacina seria gratuita e não obrigatória. Também seria uma "opção" para os turistas, disse Vérez. Em um país onde um quarto do orçamento é destinado à saúde e os médicos são vistos como heróis, participar dos ensaios se tornou um dever cívico. 

Os cientistas cubanos trabalham em quatro vacinas: Soberana 1 e 2, Abdala (chamada assim por um poema dramático do herói nacional José Martí) e Mambisa (nome das mulheres cubanas durante a luta pela independência no século XIX). 

As três primeiras são administradas com uma injeção e a quarta com um spray nasal. - "30 anos de experiência" Cuba "foi a primeira candidata da América Latina e do Caribe a colocar sua vacina em fase clínica", destaca José Moya, representante local da Organização Mundial da Saúde (OMS), e se diz "otimista". 

O motivo de seu otimismo é porque "Cuba tem mais de 30 anos de experiência em produzir suas próprias vacinas. Quase 80% das vacinas do programa nacional de imunização de Cuba são produzidas no país".

Sob um embargo dos Estados Unidos imposto desde 1962, a ilha teve que buscar seus próprios remédios. Na década de 1980, apostou na biotecnologia, descobrindo a primeira vacina contra o meningococo B, conta Nils Graber, pesquisador de antropologia da saúde da Universidade de Lausanne (Suíça).

A exportação dos serviços médicos - medicamentos, vacinas e equipe médica - é atualmente a principal fonte de renda de Cuba, com 6,3 bilhões de dólares em 2018. Em 2020, a ilha enviou equipes médicas para 40 países para o combate ao coronavírus.

Onze legisladores australianos enviaram carta ao Comitê norueguês para indicar ao prêmio Nobel da Paz o contingente médico cubano “Henry Reeve”. Eles pertencem ao Grupo Parlamentar Austrália – Cuba.

O documento, apresentado pela deputada do Partido Trabalhista Maria Vamyakinou, ressalta o trabalho humanitário dos integrantes das 53 brigadas enviadas a 39 países para ajudar no enfrentamento à Covid-19, em meio a desafios sem precedentes.

Indica que desde sua criação em 2005, o contingente médico cubano especializado em grandes desastres e epidemias tem salvado cerca de 90 mil vidas de danificados por desastres naturais, como o terremoto no Paquistão nesse ano, o surto de cólera no Haiti em 2010, e o de ebola na África Ocidental em 2014.

O texto aponta que é preciso promover a cooperação e solidariedade entre os povos, como via efetiva para resolver os problemas globais.

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MAIS DE 2,5 MIL MORADIAS SÃO CONSTRUÍDAS EM ASSENTAMENTOS DE PERNAMBUCO

O Incra em Pernambuco iniciou, na terceira semana de janeiro, a construção de 2.595 casas em 60 assentamentos da reforma agrária, por meio da aplicação do Crédito Instalação na modalidade Habitacional. Com um investimento de aproximadamente R$ 88 milhões, a autarquia beneficiará famílias em todas as regiões do estado.

As moradias são viabilizadas a partir de acordos de cooperação técnica realizados pelo instituto com entidades representativas dos beneficiários, selecionadas por meio do chamamento público nº 490, publicado em 2 de outubro de 2020.

Cada residência tem área construída de 53 metros quadrados, sendo composta por dois quartos, banheiro, sala, cozinha e área de serviço. O projeto das casas segue o padrão já adotado nas construções realizadas em 2019 e 2020, considerando que Pernambuco e Sergipe foram os estados responsáveis pelos projetos pilotos para a implantação da modalidade Habitacional pelo Incra. Os procedimentos operacionais para a concessão, acompanhamento e fiscalização do crédito foram regulamentados por meio da Instrução Normativa Incra nº 101/2020, que trata de construção e reforma de casas, publicada em 1º de outubro de 2020.

Para Sebastiana Gomes de Aguiar, beneficiária do assentamento Nossa Senhora do Rosário, no município pernambucano de Pesqueira, a aquisição da moradia é uma conquista. “É um sonho de muitos anos ganhar a nossa casa e, graças a Deus, através do Incra a gente hoje pode dizer que é uma comunidade rica em benefício, porque além das casas também acessamos outros créditos para desenvolver a nossa produção”, comemora.

O agricultor José Carlos Florentino dos Santos, do assentamento Pau Ferro II, no mesmo município, também vai receber sua moradia. “O Crédito Habitacional vai ser uma boa, porque estamos em uma casa deteriorada e, com a nova residência, vamos ter uma vida melhor”, declara.

Segundo o superintendente regional do Incra/PE, Thiago Ângelus, a ação representa o resultado do esforço conjunto dos técnicos da autarquia. 

“Logo após o lançamento da instrução normativa, em outubro de 2020, a equipe da regional tratou de dar celeridade ao credenciamento das entidades responsáveis pelo acompanhamento dos projetos. De forma eficiente, conseguimos instruir todos os processos e já estamos com várias frentes de obras abertas para a construção de habitações nos assentamentos. Nosso objetivo é entregar, no primeiro semestre de 2021, mil residências a beneficiários da reforma agrária no Estado de Pernambuco”, destaca.

SERTÃO: Os assentamentos do Sertão serão contemplados com 1.536 habitações, o que corresponde a um investimento de aproximadamente R$ 52 milhões, o que significa um implemento de recurso público na economia da região, com geração de emprego e renda.

O Crédito Habitacional é voltado exclusivamente para a construção de moradias nos assentamentos. O valor é de até R$ 34 mil por família, sendo liberado em duas parcelas de R$ 17 mil cada, observado o cronograma de execução do projeto de construção. O recurso é disponibilizado através de cartão magnético gerado em nome do beneficiário.

Para ter direito ao recurso, a família assentada deve constar na Relação de Beneficiários (RB) do Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária (Sipra) e não ter recebido anteriormente o Crédito Instalação nas modalidades Habitação, Aquisição de Materiais de Construção e Recuperação/ Materiais de Construção, em valor igual ou superior ao montante de R$ 10 mil, entre outros requisitos.

O beneficiário terá prazo de três anos, a contar da data de liberação do crédito, para sua quitação, em parcela única, com juros anuais de 0,5% e desconto de 96% do saldo devedor. Em caso de inadimplência, o valor integral será acrescido de juros e multa. (Ascom Incra PE)

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CHAPADA DO ARARIPE PODE SER RECONHECIDA COMO PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE

"A gente sempre acreditou e eu digo que o Cariri é um estado de espírito onde o vento sopra com saudade do mar. Essa frase, quando diz o estado de espírito, o estado é o território, o espírito é a cultura, e o vento que sopra com saudade do mar é, trazendo toda uma antiguidade paleontológica e geológica, que o mar já esteve aqui. Exemplo o Rio São Francisco já esteve aqui. Então, essa é a nossa força". (Alemberg Quindins)

Luiz Gonzaga cantou, Patativa do Assaré poetizou e Padre Cícero doutrinou. Todos eles e muitos outros que vieram antes de Alemberg Quindins usaram expressões diferentes para alcançar, talvez, o mesmo propósito evocado hoje pelo cratense: o reconhecimento da Chapada do Araripe, que inclui Ceará, Pernambuco e Piauí, como Patrimônio da Humanidade. 

"Eu sou mais um que fala. E tive a sorte de ter pessoas à frente de uma instituição que tem condições, que é a Fecomércio, de me ouvir, de acreditar em mim", enfatiza o idealizador da Fundação Casa Grande.

A afirmação veio acompanhada da realização de um Seminário Internacional em três cidades do Cariri cearense - Juazeiro do Norte, Crato e Nova Olinda, ano passado. Participaram representantes de instituições federais e pesquisadores com trabalhos conceituados dentro e fora do País. Eles traçaram metas a serem atingidas a curto, médio e longo prazos para a concretização do objetivo.

Uma pergunta inquietante, feita pela chefe de Divisão de Reconhecimento Internacional de Bens Patrimoniais do Iphan, Candice Ballester, norteou as atividades: afinal, por que ser Patrimônio da Humanidade?

E foram os próprios atores sociais os convidados a respondê-la, formalmente, em discursos, ou nas dinâmicas de apresentações artísticas e inaugurações de três museus orgânicos nos municípios anfitriões do Seminário. A questão principal, como bem explicou Candice, é que o título, antes de ser algo que vem de fora, nasce como uma provocação interna de quem o deseja. Por isso mesmo, precisa ser devidamente compreendido pelos homens e mulheres da Chapada, protagonistas dessa construção.

"Não se trata de uma faixa de miss. É um compromisso internacional de conservação e preservação desse patrimônio, e isso exige muito mais que um dossiê", diz.

As respostas que deram sequência a esse questionamento foram dignas da diversidade natural, cultural e paleontológica, única frente às outras candidaturas, como mais tarde viria a salientar a própria Candice. "Nós já somos Patrimônio da Humanidade", bradariam todos em convergência, transformando o seminário numa reafirmação da identidade regional.

Mais do que um acordo do povo, este reconhecimento foi sugerido por Alemberg Quindins como um compromisso com a história da terra. "A Chapada, durante todo o movimento do planeta, manteve-se perene e sendo um ponto de destaque onde está. O Rio São Francisco já foi aqui, e mudou o curso quando ela foi soerguida. Nós temos registros dos animas mais longínquos. Há 3.300 anos A.C., o homem já estava em torno da Chapada, fazendo cerâmica, dançando, fazendo pintura rupestre, com toda uma formação cultural já organizada. Então, temos aqui um tesouro vivo".

E a vontade do próprio Alemberg de contar isso para o mundo surgiu ainda na infância, quando ele "ouvia" e "se via" nas lendas sobre a região contadas por uma mulher indígena do Cariri; e também anos depois, já com a companheira, a arqueóloga Rosiane Limaverde (1964-2017), ao deparar-se com o desconhecimento das pessoas sobre a importância histórica daquele platô. "Um dia, eu olhei para a Chapada e tive uma intuição: ou aqui já aconteceu uma coisa muito grande ou está para acontecer". E por que não os dois?

"A gente sempre acreditou e eu digo que o Cariri é um estado de espírito onde o vento sopra com saudade do mar. Essa frase, quando diz o estado de espírito, o estado é o território, o espírito é a cultura, e o vento que sopra com saudade do mar é, trazendo toda uma antiguidade paleontológica e geológica, que o mar já esteve aqui. Então, essa é a nossa força".

Foi essa reflexão que levou o gestor, no fim de 2017, a Portugal e Marrocos a fim de entender a dinâmica da candidatura a Patrimônio e de gestar o Seminário ao lado de parceiros como a professora Maria da Conceição Lopes, diretora nacional do Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Patrimônio da Universidade de Coimbra e uma das principais vozes a favor desse reconhecimento mundial.

O processo que pode culminar no título almejado, porém, não escapa das burocracias das instituições, e esbarra numa série de fatores detalhados nas falas de Candice Ballester e do representante do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), Júlio Sampaio. Com autenticidade, integridade e universalidade garantidas, a Chapada do Araripe deixa a desejar em outros aspectos dentro dos parâmetros internacionais.

O primeiro deles é a falta de reconhecimento no próprio País. O único bem imaterial da Região registrado junto ao Iphan, por exemplo, é a Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio de Barbalha, cuja candidatura levou cinco anos para ser aprovada, entre 2010 e 2015. "Convencionou-se nacionalmente que a gente só apresenta um bem ao reconhecimento internacional quando ele já é reconhecido nacionalmente", explica Candice. Esse é um dos entraves a serem resolvidos, inclusive no âmbito estadual.

A principal vantagem se dá com o título do Geopark Araripe como o primeiro parque geológico das Américas reconhecido pela Unesco. Essa chancela internacional eleva as possibilidades da candidatura, mas há muito a caminhar. Inclusive para incluir a Chapada na lista indicativa do Iphan, que só costuma ser revista a cada dez anos. A última revisão foi em 2015.

"É preciso primeiro apresentar ao Iphan uma solicitação, reunindo informações e argumentações técnicas, para que a gente possa rever a inclusão da candidatura da Chapada e região do Cariri, que ela componha a lista indicativa brasileira porque se não estiver nessa lista e aprovada previamente para constituir uma candidatura com a Unesco, a gente não existe, não tem nem como iniciar nenhum procedimento", pontua Candice.

O Secretário Estadual da Cultura, Fabiano Piúba, também sinalizou o apoio do Governo do Estado. "Comprometemo-nos com uma parte do orçamento da LOA 2020 e do Plano Plurianual 2020-2023 para viabilizar a elaboração do dossiê, estabelecendo as articulações institucionais com os governos de Pernambuco e Piauí, instaurando as articulações com as prefeituras municipais, promovendo mesas de trabalhos com especialistas e viabilizando a aprovação do registro do Cariri como patrimônio pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural. O fato é que o governador Camilo Santana, que é um homem do Cariri, está muito animado e vai se envolver pessoalmente com esse projeto".

PADRE CÍCERO: "Qual Padre Cícero vamos colocar no dossiê? O renegado pelo Crato ou o reverenciado por Juazeiro?", perguntou um dos participantes do Seminário Internacional Patrimônio da Humanidade Chapada do Araripe após mesa dedicada ao "Padim" no imaginário simbólico do Cariri. A ele, Alemberg Quindins, idealizador do movimento, respondeu: "Só existe um Padre Cícero e o Crato está dentro dele".

O sacerdote cratense e fundador da vizinha Juazeiro do Norte, que obteve prestígio e influência sobre a vida social, política e religiosa da região foi reconhecido pelos presentes como personagem histórico "absolutamente inserido na candidatura da Chapada do Araripe como Patrimônio Mundial.

"Padre Cícero foi o grande cacique, o último dos caciques Cariri, e ele resgatou todas as migrações para a região da Chapada, usando a estrutura da Igreja. Até um dia em que a Igreja desconfiou e expulsou ele, porque notaram que não era um apóstolo de Roma, mas o apóstolo de um povo", diz Quindins. A força que essa imagem evoca, mesmo 87 anos depois de sua morte, sem dúvidas, será motriz.

*A repórter Roberta Souza viajou ao Cariri a convite do Sesc-CE 

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ATRASO NO ORÇAMENTO PÕE EM RISCO SALÁRIOS DE SERVIDORES NO BRASIL

O pagamento de salários para servidores, inclusive militares, e de outras despesas do Governo Federal pode ficar ameaçado pela demora na aprovação do Orçamento deste ano. Se todo o rito de tramitação for cumprido à risca pelos parlamentares, a perspectiva de aprovação da peça orçamentária na melhor das hipóteses é só para o mês de abril. A essa altura, o dinheiro disponível hoje para pagar os funcionários já terá acabado, segundo documento obtido pelo Estadão/Broadcast.

O problema foi confirmado pelo Ministério da Defesa, que disse ter recursos disponíveis só até abril. O Ministério da Economia não se manifestou até a publicação deste texto.

O ponto central do impasse é que uma parte das despesas com salários está condicionada à aprovação de um crédito especial para o cumprimento da chamada regra de ouro. Prevista na Constituição, essa regra fiscal proíbe o governo de usar recursos obtidos de empréstimos, via emissão de títulos públicos, para bancar despesas correntes, como é o caso dos salários. Só que o governo só pode pedir essa autorização especial depois da aprovação do Orçamento.

O problema, considerado de grande complexidade técnico-política, já acendeu o sinal amarelo na Esplanada e é motivo de preocupação nos ministérios. Em nota técnica de 22 de janeiro obtida pela reportagem, a Secretaria de Orçamento Federal (SOF) afirma que 43,6% de todas as despesas com pessoal ativo da União estão condicionados ao crédito especial. 

“(...) Sendo os recursos considerados livres suficientes para cobrir no máximo 3 meses da folha de pagamentos dos servidores ativos e 6 meses da folha dos pensionistas e inativos”, diz o documento, assinado pela Subsecretaria de Assuntos Fiscais do órgão. (Fonte Estadão)

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LIVRO VIVER É MELHOR QUE SONHAR, OS ÚLTIMOS CAMINHOS DE BELCHIOR

“Antônio Carlos Belchior Gomes Moreira Belchior Fontenelle Fernandes, que se tornou conhecido como Belchior, é autor de um dos gestos mais intrigantes da história recente da música brasileira. Artista respeitado, dono de um repertório de sucessos, padrão de vida confortável, cercado de amigos, cercado de mulheres. Com 60 anos recém-completos, deixou tudo isso para trás, rumo a uma jornada incerta e anônima pelo Sul do país, que terminaria com sua morte uma década ou anos depois. Não explicou a ninguém o motivo do seu desaparecimento, não pediu dinheiro emprestado aos amigos, só deu um telefonema a um dos filhos durante este período”.

Esse é o texto de abertura de Viver é melhor que sonhar — Os últimos caminhos de Belchior, road book escrito a quatro mãos por Chris Fuscaldo e Marcelo Bortoloti sobre a última década de vida de um dos cantores e compositores da música popular brasileira, que se tornou um mito e deixou um rico legado para os incontáveis fãs. O livro, já em pré-venda, narra a trajetória do artista e busca compreender as motivações que o levaram ao “exílio”.

De acordo com os autores, acompanhado pela companheira e produtora Edna Assunção de Araújo, de pseudônimo Edna Prometheu, ele percorreu dezenas de cidades, viu de longe seu patrimônio ir embora, foi “caçado” pela Justiça e pela imprensa e dormiu em locais abandonados; além de depender da caridade de desconhecidos e ser expulso de casas por pessoas que o abrigavam — mas não retrocedeu.

Por que Belchior agiu assim? A pergunta feita por familiares, amigos, fãs e colegas de ofício é o que Chris e Bartoloti buscam responder na obra. “Em nossa caminhada, começamos pela cidade onde o ídolo morreu, Santa Cruz do Sul (RS). Passamos por lugares em que ele viveu nos últimos 10 anos, tanto no Rio Grande do Sul quanto no Uruguai. Depois, estivemos no Ceará; percorremos Sobral, onde nasceu em 26 de outubro de 1946, e Fortaleza, na qual iniciou a trajetória artística; em São Paulo, capital que o acolheu por mais tempo”, conta Chris.

Ela acrescenta: “Fomos conversando com pessoas que conviveram com Belchior nesses 10 anos. Foi um trajeto cheio de percalços, pequenas decepções, grandes alegrias. Não encontramos uma resposta única, mas hipóteses sobre o assunto, com muitas versões de uma mesma história, narradas pelas diversas testemunhas que acompanharam a trajetória do artista, que viveu de maneira insólita e extraordinária”.

A coautora de Viver é melhor que sonhar ressalta: “Coletamos tantos dados e passamos a acreditar que a ‘cascata de acontecimentos’ (termo usado por uma das fontes) foi o que o fez não retornar mais à sua origem. Em parte, buscou este caminho, em parte foi conduzido a ele”. E finaliza: “Acompanhar os seus passos nos levou a um complexo, mas maduro de existência de um grande artista e da própria sociedade que o cracava”.

Chris Cristaldo é jornalista, escritora e mestre em literatura. Em 2017, lançou Discobiografia legionária; e, em 2018, Mutante: Álbuns que revolucionaram a música brasileira. Marcelo Bortoloti é mestre em artes pela Universidade Federal Fluminense e doutor em Literatura Brasileira, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele organizou o livro Correspondência de Carlos Drummond de Andrade e Ribeiro Couto.

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CAMPANHA A BUSCA ATIVA ESCOLAR AJUDA MUNICÍPIOS A COMBATER A EXCLUSÃO ESCOLAR

No Brasil, a estimativa é de 1,5 milhão de crianças e adolescentes de 4 a 17 anos fora da escola. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pesquisa realizada em agosto de 2020 pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) sobre as ações das secretarias municipais de Educação durante a pandemia de covid-19, revelou que 96% das redes municipais de Educação estavam oferecendo algum tipo de atividade educacional não presencial aos(às) estudantes.

“Fora da escola não pode, mesmo que a escola esteja funcionando em outros formatos”. É esse o mote da campanha de Busca Ativa Escolar, intensificada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). 

A proposta é convidar cada município e estado a realizar uma grande mobilização local, com o objetivo de identificar quem não está tendo acesso à educação e tomar as medidas necessárias para garantir o direito de aprender.

"A pandemia do novo coronavírus ampliou desigualdades e aumentou o risco de exclusão escolar no Brasil. Muitas meninas e muitos meninos que já estavam em situação de vulnerabilidade não estão conseguindo ter acesso à aprendizagem em casa, correndo o risco de não regressar às escolas na medida em que estão reabrindo. E quem já estava fora da escola antes da pandemia precisa ser identificado e levado de volta", explica Ítalo Dutra, chefe de Educação do UNICEF no Brasil. 

"Neste momento, é fundamental engajar cada município e estado para realizar a busca ativa escolar, indo atrás de quem está excluído da aprendizagem e tomando medidas para garantir o direito de aprender, bem como assegurar outros direitos. É esse nosso objetivo com a campanha".

"A campanha da Busca Ativa Escolar acontece num momento em que precisamos, mais do que nunca, voltar os nossos olhares para as crianças e os adolescentes e garantir-lhes o direito de continuar aprendendo mesmo na situação de excepcionalidade que ora vivenciamos. É notório que as redes municipais têm feito um grande esforço no sentido de criar estratégias para garantir o aprendizado dos alunos, bem como fortalecer e manter o vínculo destes com a escola, entretanto, sabemos que nem todos os estudantes estão sendo alcançados. Por isso, precisamos engajar toda a comunidade em campanhas como esta”, afirma o professor Luiz Miguel Martins Garcia, presidente da Undime.

A campanha reúne, no site da Busca Ativa Escolar (buscaativaescolar.org.br/campanha), um cardápio de peças que podem ser utilizadas gratuitamente e adaptadas por qualquer município e estado. Há, também, uma seção com orientações e dicas para que os municípios e estados possam criar suas campanhas, considerando quatro públicos principais: famílias, escolas, gestão pública e mídia local.

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CAMINHONEIRO CONFIRMA QUE "EXISTE INSATISFAÇÃO DA CLASSE E PARALISAÇÃO DEVE ACONTECER NO PRÓXIMO DIA 1º DE FEVEREIRO"

O caminhoneiro Gildemar José da Silva é desses motoristas responsáveis pela maior parte do transporte de cargas e mercadorias nas rodovias do Brasil. Nascido em Juazeiro, Bahia, criado em Queimada Nova (Piauí), e residente em Petrolina (PE), desde os 10 anos de idade, ele  tem o destino para viver na estrada. 

Gildemar caminha para completar 25 anos de profissão de motorista percorrendo o país de norte a sul. Literalmente Gildemar "mora viajando pelos estados brasileiros".

Com exclusividade para o BLOG NEY VITAL, de São Paulo, onde se prepara para retornar ao Vale do São Francisco, com mais uma carga,  o profissional da estrada confirmou "que existe sim a insatisfação de boa classe dos caminhoneiros e que já aconteceu três aumentos de diesel e vai acontecer mais outro. O frete não aumenta. Combustível está muito caro e por isto existe sim o indicativo da paralisação. Muitos caminhoneiros querendo a paralisação. Não temos políticos que defenda a classe. Por mim já era para ter parado sim", disse Gildemar.

A reportagem da REDEgn obteve o documento do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) reiterando em nota a intenção de manter a greve geral de caminhoneiros no dia 1º de fevereiro “por prazo indeterminado”, apesar da isenção de impostos sobre pneus prometida pelo governo e do aumento do frete mínimo.

Mesmo com a paralisação prevista para o próximo mês, há o compromisso do setor de manter a movimentação de caminhões e cargas dos serviços essenciais em 30%, em decorrência da pandemia do Coronavírus, além de cargas vivas, alimentos perecíveis e afins. A CNTRC afirmou que representa cerca de 40.000 caminhoneiros no Brasil.

Por outro lado, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que representa legalmente a categoria, entende que “este não é o momento ideal para uma paralisação”.

Ainda em nota, a Confederação destacou o cenário positivo do transporte de cargas no Brasil e o relacionamento com o governo. “A CNTA acredita que a deflagração de uma greve, especialmente de caminhoneiros, deve ocorrer somente quando esgotadas todas as alternavas plausíveis de discussão e negociação”.

A movimentação dos caminhoneiros para a greve ocorre em meio a uma nova tabela de preços mínimos de frete rodoviário no Brasil, publicada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) no Diário Oficial da União (DOU) (Resolução nº 5.923), com aumentoentre 2,34% a 2,51%.

Além disso, o governo federal anunciou que deve zerar a tarifa de importação de pneus, contra os 16% anteriores, um dos pedidos do setor. O pneu é o segundo item mais caro na manutenção dos caminhões.

Outra queixa dos caminhoneiros era quanto a vacinação prioritária contra a Covid-19. Os transportadores rodoviários de carga não estavam na primeira versão do Plano de Nacional Operacionalização. Agora, em uma nova atualização do documento, chamada de "informe técnico", de 18 de janeiro, o ministério citou especificamente “caminhoneiros”, prevendo que “nessa estratégia será solicitado documento que comprove o exercício efetivo da função de motorista profissional do transporte rodoviário de cargas (caminhoneiro)”.

O documento ainda especificou que, no caso de trabalhadores de transporte coletivo rodoviários de passageiro, que abrange os motoristas e cobradores, estão incluídos os profissionais de “longo curso”.

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BRUMADINHO: TRAGÉDIA COMPLETA 2 ANOS E INSEGURANÇA AINDA AMEAÇA A BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO

No dia 25 de janeiro de 2019, a vida na cidade de Brumadinho, a cerca de 35 quilômetros de Belo Horizonte, mudou completamente. A barragem de rejeitos de minério de ferro da mina Córrego do Feijão se rompeu, causando 259 mortes, deixando 11 desaparecidos e um rastro de degradação ambiental e social.

Os rejeitos foram para o rio Paraopeba, importante afluente do São Francisco, e destruíram plantações, casas e vidas. A lama seguiu o curso do Paraopeba, inviabilizando quem dependia desse rio para irrigação das plantações e, também, impedindo o abastecimento de populações que captavam a água deste curso d’água.

O tempo que passou desde então não foi o suficiente para amenizar os problemas causados pela tragédia. É o caso da contaminação do Rio Paraopeba, ainda prejudicado pela lama, repleta de rejeitos de mineração e espalhada em sua água desde a ruptura da represa.

A captação de água no Paraopeba continua suspensa de forma preventiva e não há restrição para captação de água subterrânea, por meio de poços artesianos, para quem está a mais de 100m da margem do rio, conforme nota do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM).

O nível de cobre nas águas do rio Paraopeba chegou a até 600 vezes acima do permitido a rios usados para abastecimento humano, irrigação em produção de alimento, pesca e atividades de lazer. O limite aceitável de cobre é 0,009mg/l (miligramas por litro), mas variou de 2,5 a 5,4mg/l nas 22 amostras recolhidas em uma expedição ao longo de 305 quilômetros do Paraopeba para relatório da Fundação SOS Mata Atlântica, divulgado em 2019.

A Vale informou por meio de nota que segue trabalhando na busca por soluções que levem à reabilitação do Rio Paraopeba e sua biodiversidade. “A recuperação do Rio Paraopeba é uma das premissas do trabalhado realizado pela Vale. Para isso, medidas de curto, médio e longo prazos estão sendo realizadas. A empresa implementou um conjunto de ações que, ainda em 2019, impediram novos carreamentos de sedimentos para o rio e contiveram os rejeitos.”

RIO SÃO FRANCISCO: A mineração em Minas Gerais está gerando muitos perigos para o rio São Francisco. Praticamente metade das barragens do Brasil estão em Minas Gerais. São cerca de 360. E só há quatro fiscais da Agência Nacional de Mineração (ANM) para monitorar todas as estruturas do estado.

A bacia do Rio das Velhas, outro importante afluente do São Francisco, conta com uma lista de sete barragens sem garantia de segurança que inclui B3 e B4; Forquilha I, II e III; Maravilhas II; Vargem Grande. Além disso, a bacia do Rio das Velhas ainda tem três barragens em nível 3 de risco de rompimento. Todas as três são da mineradora Vale: a B3/B4, da mina Mar Azul, em Macacos e Forquilha I e Forquilha III, em Ouro Preto. Em caso de novos rompimentos, muitos municípios mineiros sofreriam a destruição e o rio São Francisco receberia um alto volume de rejeitos tóxicos.

Dois anos depois trata-se de um problema ainda a se resolver. Duas leis – uma federal e outra estadual – foram sancionadas para evitar novas tragédias. Primeiro, em âmbito estadual, a Lei 23.291, de 2019, conhecida como ‘Mar de Lama Nunca Mais’, que proibiu a construção, instalação, ampliação ou alteamento de barragem onde existe comunidade na área de autossalvamento, áreas que ficam abaixo de barragens, sem tempo suficiente para receber socorro em caso de rompimento.

A lei vetou também a possibilidade de licença para construção, operação ou ampliação de barragens com alteamento a montante, mesmo modelo das de Brumadinho e Mariana. Mas permite essas barragens se não houver método alternativo, o que deve ser comprovado pelo estudo de impacto ambiental.

Já em âmbito federal, a Lei número 14.066 só foi sancionada em 1º de outubro de 2020, aumentando as exigências de segurança e estipulando multas administrativas às empresas que descumprirem as normas com valores que podem chegar a R$ 1 bilhão.

A nova legislação proíbe a construção de reservatórios pelo método de alteamento a montante, o mesmo usado em Brumadinho, em que a barragem vai crescendo em degraus, utilizando o próprio rejeito da mineração. No entanto, segundo especialistas, a legislação ainda é frágil e o segmento é marcado pela autorregulação, o que não descarta as chances de um novo rompimento.

Um dos pontos frágeis diz respeito ao Plano de Ações de Emergência, o PAE, que na proposta original, deveria ter sido debatido com toda a comunidade, mas teve o grau de participação alterado pela Câmara.

Outro exemplo é a mudança de conceitos em relação às zonas de autossalvamento. A nova legislação proíbe que sejam construídas barragens que coloquem comunidades em zonas de autossalvamento, que são regiões onde não dá tempo da defesa civil ou grupos de emergência chegarem. Só que a lei flexibilizou a definição de zonas de autossalvamento e confundiu com zonas de salvamento secundário.

A legislação também não trouxe avanços em relação ao tipo de encerramento das barragens à montante. A lei prevê a descaracterização – drenagem da água – e o fechamento da estrutura, mantendo o rejeito. Mas, a expectativa era que a lei determinasse o descomissionamento, ou seja, a retirada de todo o rejeito.

A lei ainda submete a descaracterização a uma “viabilidade técnica”, o que seria uma brecha, na visão de especialistas. E foi mantido também o modelo em que as mineradoras contratam empresas de auditoria que emitem laudos sobre a segurança das barragens.

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"SEGUIREI MINHA LUTA POR JUSTIÇA E TRABALHANDO PARA QUE ESTA GESTÃO TEMPORÁRIA DURE O MÍNIMO POSSÍVEL, DIZ PROFESSOR TELIO NOBRE

Nota do Reitor Eleito da Univasf sobre alterações na equipe da Reitoria Pro Tempore. Professor Telio Nobre Leite, Reitor Eleito se posiciona em virtude da vive-reitora Lúcia Marisi, eleita na chapa de Telio Nobre, ter aceito o convite para ser Pró-Reitora na Gestão interventora da Univasf.

Confira:

Gostaria de deixar muito clara minha posição com relação às recentes mudanças na equipe administrativa da Reitoria da Univasf.

Nem em abril de 2020, quando foram feitas mudanças abruptas e equivocadas no primeiro escalão da Reitoria, nem muito menos agora, o Reitor Pro Tempore me fez qualquer consulta ou me pediu alguma sugestão. Portanto, qualquer conclusão que insinue algum tipo de aliança conflita com a realidade. A única pessoa que pode explicar o porquê das escolhas feitas no passado não atenderem às expectativas, e os motivos de, neste momento, buscar novos assessores para sua gestão, é o próprio Reitor Pro Tempore. É fato o desconforto, também de minha parte, com a participação da vice-reitora eleita nesta gestão temporária. 

As suas motivações foram apresentadas ao Conselho Universitário. Mas para além do como eu me sinto, ressalto que a Univasf é muito maior que todos nós. Continuo confiante que o nosso Conselho Universitário se manterá vigilante e combativo a qualquer proposta que não atenda aos anseios da comunidade. Seguirei minha luta por justiça e trabalhando para que esta gestão temporária dure o mínimo possível. 

A normalidade institucional só será retomada com a posse do reitor eleito e execução do projeto vencedor nas eleições. Entendo que o bom funcionamento da Univasf só será restabelecido quando a democracia prevalecer. Qualquer outra atitude, mesmo que eventualmente corrija parte das falhas cometidas em 2020, não fará com que a Univasf cumpra plenamente sua missão institucional.

Ações administrativas isoladas e pretensamente isentas de posicionamento político não podem suprir os rumos institucionais expressos no projeto aprovado pela comunidade nas urnas. 

Quem não faz a defesa da nomeação do reitor eleito não demonstra apreço pela democracia, nem pela autonomia universitária. Agradeço a todos que estão nesta luta permanente em defesa da democracia e da autonomia universitária. Somos muitos.

Reitor eleito é reitor empossado.

25 de Janeiro de 2021. Telio Nobre Leite-Reitor Eleito

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