SEMPRE SEM LIMITES TARGINO GONDIM REÚNE MÚSICA BRASILEIRA NO BOTECO DO GINÔ

Targino Gondim revela que está em estúdio gravando um CD que se chamará Belo Chico. “É uma homenagem ao Rio São Francisco, feita por mim e meus parceiros Roberto “Gogó” Malvezzi e Nilton Freitas. 

O objetivo é fazer uma viagem pelo Rio São Francisco, mostrando as deficiências, o que ele tem de tão bom em toda a sua história de vida, os ribeirinhos, quais as dificuldades que o rio passa agora, como as questões sociais e ambientais, o seu o habitat... E vamos transformando isso tudo em música.”

Além de canções inéditas ligadas ao Rio São Francisco o projeto prevê alguns clássicos, como Petrolina Juazeiro (Jorge de Altinho), Sobradinho (Sá & Guarabyra), Matança (Jatobá). Nesse caso, por ser um trabalho com caráter também didático, haverá versão tanto digital quanto em CD, voltado para salas de aulas e palestras. A perspectiva é de que esteja pronto até o fim de abril, com lançamento em outubro.

Se boa parte dos bares anda fechada por causa da pandemia de coronavírus, que tal levar a atmosfera botequeira para o seu cantinho? Foi um pouco desse espírito que motivou o sanfoneiro Targino Gondim a lançar um álbum com estilos variados nas plataformas digitais. 

“Sabe aquelas canções que a gente sempre ouve quando vai a uma seresta, um barzinho? Pois, então, assim é Boteco do Ginô. São 18 músicas escolhidas a dedo por mim. Aquelas que sempre tocaram o meu coração e acredito que de outras pessoas também. É só o cara chegar em casa, abrir uma bem gelada, de preferência acompanhada de uma branquinha, preparar um tira-gosto e saborear tudo, ouvindo o meu disco. Ele nem vai se lembrar do boteco”, brinca o músico

Ele conta que o projeto traz canções de compositores como Peninha, Zé Ramalho, Roberto Carlos, Moacyr Franco, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Benito di Paula, entre outros, além de músicas autorais.

“Na verdade, elas foram gravadas durante duas lives que fiz em julho e agosto do ano passado, cujo cenário era um boteco e agora a gravadora ONErpm resolveu lançar o disco. Como foi gravado um número maior de canções durante as apresentações, achei melhor selecionar aquelas que fizeram parte da minha vida e de milhões de pessoas.”

O material está disponível somente em streaming. No ano passado, o forrozeiro foi um dos concorrentes do Grammy Latino pelo Melhor Álbum de Música de Raízes com Targino sem limites, 19 anos depois de vencer o 'Oscar da Música' com a canção Esperando na janela (Targino Gondim & Manuca Almeida & Raimundinho do acordeon).

Gondim ressalta que o boteco do Ginô, na verdade, não existe. “Na realidade, Ginô é um apelido carinhoso que atravessa gerações. É do meu pai, meu e agora do meu filho também”. Dono de uma versatilidade artística e do projeto Targino sem limites, em que interpreta ritmos diferentes do forró, o músico mais uma vez mostra toda a sua versatilidade. As canções se dividem entre Tortura de amor (Waldick Soriano), Gostoso demais (Dominguinhos & Nando Cordel) e Eu só quero um Xodó (Dominguinhos & Anastácia).

Há ainda outros clássicos, como Cabecinha no ombro (Paulo Borges), Ainda ontem chorei de saudade (Moacyr Franco), Esotérico (Gilberto Gil), Leãozinho (Caetano Veloso), Detalhes (Roberto Carlos & Erasmo Carlos), Caminhoneiro (Roberto Carlos) e Charlie Brown e Retalhos de cetim (Benito di Paula). 

“De minha autoria gravei duas inéditas, Amor estranho e Vai chorar por mim. Esse projeto surgiu na pandemia, quando fiz uma seleção para cantar com a minha sanfona e interpretação durante duas lives. São músicas para aqueles que querem passar momentos com os amigos e tomar uma cerveja.”

O artista não produziu o álbum pensando em gravar outros volumes. “Fiz a primeira live, que foi um sucesso danado e por isso resolvi fazer a segunda, já misturando músicas compostas mais para os lados do Rio de Janeiro e São Paulo, como o samba de Benito di Paula, entre outras. Era fundamental também que escolhesse canções que já estava habituado a ouvir e gostar de cantar, não porque fulano quer ou beltrano goste, mas sempre a partir do meu gosto musical, com as composições que mais me tocam nos bares. Aí, resolvi colocá-las nesse trabalho. Por enquanto, não tenho a pretensão de gravar outros botecos não.”

E as versões em streaming, acredita, vieram para ficar. “As gravadoras, todas elas, estão agora com o foco no digital. Por isso não temos essa pretensão de fazer um CD. As gravadoras maiores estão nessa vibe e a tendência é cada vez mais diminuir essa coisa do físico. Até o próprio público não procura mais, ninguém que andar mais com um CD debaixo do braço, pois agora as canções estão na palma da mão, celular, pen drive e bluetooth.” A reportagem é de Augusto Pio, Jornal Estado de Minas.

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