Belchior: apenas um rapaz Politizado e universal

Quando os ponteiros do relógio do dia 26 de outubro de 2016 marcaram 18 horas, Antonio Carlos Belchior completou 70 anos. Compositor cearense entre os mais notórios do cancioneiro popular brasileiro, Belchior conheceu a fama na década de 1970, quando morava no Rio de Janeiro e teve canções gravadas por Elis Regina, incluindo Como Nossos Pais. Ele gravou discos, emplacou sucessos, colecionou namoradas e compôs hinos que atravessaram gerações.

Hoje dia 30 de abril o Brasil perde o talento a voz de Antonio Carlos Belchior. Belchior é o nome legítimo do rapaz latino-americano. Nilson Belchior, irmão caçula do artista é guardião de fotografias, lembranças e documentos da família. Entre eles, a certidão de nascimento de Belchior - com preciosos detalhes sobre a origem do sobralense. Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes é um personagem criado pelo cantor que passou a se identificar como “o maior nome da MPB”. 

Cinco anos antes de Alucinação ganhar as emissoras de radio, Belchior era um estudante de Medicina da UFC. Circulava em importantes corredores da cultura de Fortaleza - como o Bar do Anísio, na Beira Mar - e trabalhava no programa da TV Ceará Porque Hoje é Sábado, que apresentou a nova geração da música local. Mas foi em 1971, em uma viagem cheia de percalços, que Belchior conseguiu projetar suas composições nacionalmente. Deixou para trás a faculdade e a vida em Fortaleza. Juntou os pertences e foi para o Rio de Janeiro.

"Eu decidi de repente e de um dia para o outro fui embora, sem documentos da escola e sem dinheiro. As coisas foram bastante complicadas e difíceis porque além de não conhecer ninguém, eu tava com o orgulho do pobre: 'Se é pra vencer, vou vencer de qualquer jeito'", contou o compositor em entrevista ao jornal O POVO, em janeiro de 2004. À época da viagem, além da faculdade e do programa de televisão, ele era professor em escolas de Fortaleza. Belchior foi um dos cearenses a embarcar para o circuito "Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo". Junto dele estavam Fausto Nilo, Teti, Rodger Rogério. Todos amigos e parceiros de música.

"Ele fez quatro anos de Medicina e disse para mim que não era aquilo que queria. O papai pediu muito para ele terminar, pois faltava só um ano. Ele disse que não, que iria viver de música", conta Nilson Belchior, irmão do cantor. Por poucos dias, o compositor ficou hospedado com um tio. Depois, fez morada na casas de amigos, apartamentos em Copacabana, circuitos culturais. Da capital carioca, seguiu para São Paulo. Lá, firmou residência e sucesso. Casou e teve filhos.

Alimentou segredos guardados em família. Os discos borbulharam, ano após ano, até 1999, data do lançamento do álbum Auto-Retrato. Belchior encarou o autoexílio. Distante do público e da mídia, transformou-se em ícone pop e figura cult. Para os mais próximos, continua sendo apenas um rapaz latino-americano.

Fonte: Por Camila Holanda, Isabel Costa e Marcos Sampaio-Jornal O Povo
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Morre o cantor Belchior aos 70 anos e deixa mais um vazio na MPB

O cantor e compositor cearense Belchior, de 70 anos, morreu na madrugada deste domingo, em Santa Cruz do Sul (RS). A causa da morte não foi divulgada. O corpo deve ser trazido para o Ceará, onde ocorrerá o sepultamento na cidade de Sobral, onde o artista nasceu, segundo a Secretaria de Cultura do Estado.

O Governo do Estado do Ceará confirmou a morte e decretou luto oficial de três dias. “Recebi com profundo pesar a notícia da morte do cantor e compositor cearense Belchior" disse em nota o governador Camilo Santana. "O povo cearense enaltece sua história, agradece imensamente por tudo que fez e pelo legado que deixa para a arte do nosso Ceará e do Brasil".

O traslado do corpo será feito pelo Governo do Ceará, que aguarda liberação das autoridades gaúchas. O horário ainda não foi confirmado, mas a expectativa é que o corpo seja levado ainda hoje.

Nascido em 26 de outubro de 1946, Belchior foi um dos ícones mais enigmáticos da música popular no Brasil, com mais de 40 anos de carreira. Segundo o colunista Mauro Ferreira, o cantor não tinha paradeiro certo desde 2008.

Teve o primeiro sucesso nos anos 70 ao lado do também cearense Fagner, com a faixa "Mucuripe". Com o disco "Alucinação" (1976), lançou clássicos como as faixas "Apenas um rapaz latino-americano", "Velha roupa colorida" e "Como nossos pais", que se tornou conhecida na voz da cantora Elis Regina.

Em 2007, a família reclamou do sumiço de do artista, que abandonou a carreira; e nem mesmo seu produtor musical conseguia contato. Belchior morou em hotéis e, em um deles, chegou a deixar um carro no estacionamento ao desaparecer.
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Troféu Gonzagão vai homenagear a memória do sanfoneiro Abdias dos 8 Baixos

A 9ª edição do Troféu Gonzagão, um dos eventos mais importantes da música brasileira, será apresentado no dia 10 de maio, em Campina Grande, Paraíba. 

O homenageado nesta edição 2017 será o cantor, compositor e músico Abdias dos 8 Baixos (In memoriam 1933-1991), nascido em Taperoá e ex-marido da cantora Marinês, um dos nomes mais importantes do forró. Além de Abdias, haverá homenagem ao Quinteto Violado, conjunto instrumental-vocal brasileiro formado em 1970, no Recife, e ao cantor e compositor pernambucano Geraldo Azevedo.

O Troféu Gonzagão chega à 9ª edição e acontece sempre no mês de maio, antes do Maior São João do Mundo, reunindo nomes importantes da música nordestina, como Elba Ramalho, Fagner, Antônio Barros e Cecéu, Alcione, Genival Lacerda, Nando Cordel, Anastácia, Flávio José, Lucy Alves, Alcymar Monteiro, Santanna, Amazan, Cezzinha, Petrúcio Amorim, Maciel Melo, Os Nonatos, Pinto do Acordeon, Waldonys, Ton Oliveira, Biliu de Campina, Capilé, e outros.

Em 2016, o Troféu Gonzagão lembrou a imortalidade da obra do pernambucano Zé Dantas (in memorian) e à originalidade do baiano Carlinhos Brown. O evento reuniu ainda várias personalidades que contribuem para a cultura nordestina, como o compositor Xico Bizerra, o cineasta Bernard Robert Charrue, diretor premiado do filme ‘Paraíba, Meu Amor’ e o empresário Pierre Landol.
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Sanfoneiro Daniel de Itabaiana participará da a mostra "Curta Uneb video documentário"

Já imaginou o que a poluição do rio São Francisco, o calçadão de Juazeiro e a vida de quem trabalha na coleta seletiva tem em comum? Todos eles viraram temas de curta-metragens. No próximo dia 4 de Maio a Universidade do Estado da Bahia apresenta o VII Curta na Uneb. A mostra de vídeo-documentário do Departamento de Ciências Humanas acontecerá no anfiteatro Canto de Tudo, a partir das 18h. A entrada é gratuita. Na 7ª edição do evento, o público assistirá 5 curta-metragens feitos na região do Vale do São Francisco.

A proposta é expor filmes com duração média de 10 minutos, produzidos pelos alunos do curso de Jornalismo em Multimeios, na disciplina Laboratório de Vídeo-Arte, ministrada pela professora Fabíola Moura. Os temas variam de violência contra a Mulher, como documentário Marcas, a magia que envolve os parques de diversões em Diversão e o descaso com o Rio São Francisco em Pode Morrer.

Além da exibição dos curtas, o cantor e sanfoneiro Daniel Itabaiana se apresentará com clássicos do forró pé de serra. O juazeirense, que toca de Luiz Gonzaga a Mozart, foi uma das revelações do I Festival Internacional da Sanfona, em 2009, com apenas 13 anos.

Criado em 2006, o Curta na Uneb tem o objetivo de socializar com a sociedade do Vale do São Francisco a produção audiovisual, propondo novos olhares e reflexões sobre a região. As produções feitas com o incentivo da UNEB já renderam premiações audiovisuais regionais e nacionais.

Fonte: Equipe organização do Curta na Uneb
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Papa Francisco pede e alerta contra a instrumentalização da religião por parte do poder

O papa Francisco chegou nesta sexta-feira 28 ao Cairo, capital do Egito, onde participou da Conferência Internacional de Paz ao lado de líderes muçulmanos, em uma visita de apenas 27 horas.

Em discurso feito durante a conferência, ele pediu aos líderes religiosos que digam "um não forte e claro" a toda violência cometida em nome de Deus e alertou contra a "instrumentalização" da religião por parte do poder.

"Vamos repetir um 'não' forte e claro a qualquer forma de violência, vingança e ódio cometido em nome da religião ou em nome de Deus", disse.

O papa também advertiu que os responsáveis religiosos precisam "desmascarar a violência que se disfarça de suposta sacralidade" e assegurou que a religião não é a causa dos conflitos, e sim sua solução, já que "os populismos demagógicos não ajudam a consolidar a paz".

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Manifestação grevista em Petrolina acontecerá na Praça do Bambuzinho

Em Pernambuco, diversos setores realizaram assembleia para tornar o movimento legal. Setores da educação, de transporte (ônibus e metrô), aeroviários, aeroportuários, bancos, anunciaram que vão cruzar os braços. A greve contará com o apoio de servidores municipais de pelo menos 80 municípios, servidores públicos estaduais de aproximadamente 90 cidades, servidores federais, metalúrgicos e comércio. Instituições como a Universidade Católica e a Universidade Federal irão parar.

“O momento em nosso país é de atenção. Foram duras as lutas para legitimar o processo democrático, e não se pode descuidar de sua consolidação e admitir retrocessos”, diz um trecho de nota divulgada pelo Conselho Tutelar estadual.

O ato público contra as reformas no Recife terá início na Praça do Derby. Em Petrolina a manifestação vai acontecer na Praça do Bambuzinho, centro, a partir das 9hs. 

Fonte: Diário de Pernambuco-Aline Moura
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O Rádio ainda é o meio de comunicação preferido dos brasileiros

O rádio ainda é um meio forte no Brasil. É o mais simples e prático meio de comunicação social. Acessível a todas as classes sociais. O alcance do rádio pelo mundo se intensificou, demandando que esse meio de comunicação esteja se adaptando em relação à difusão de seus conteúdos através da internet.

Levantamento do Ibope Media mostra que o rádio é ouvido por 90% dos brasileiros. O conteúdo preferido de um ouvinte é notícia e prestação de serviço, consumido por 65% da audiência, em segundo lugar, está a música, preferência de 47%, seguida de conteúdo religioso, 19%, esportes, 18%, variedades e humor, 18%, opinião, 11% e participação de ouvintes, 7%.

A maioria dos ouvintes ainda ouve o rádio pelo aparelho comum, cerca de 65%, no automóvel o dial é o preferido de 24% e 16% ouvem no celular e smartphone. A internet é o meio que divide a atenção com o rádio. 21% dos ouvintes acessam a internet e ouvem rádio simultaneamente. Já 17% dividem seu tempo entre rádio e TV, 17%. E 14% escuta o rádio lendo jornal ou revista.

Para 53% dos entrevistados, o local em que mais ouvem rádio é em casa. O restante já o faz no trabalho ou via celular. A busca por informação é outro anseio do ouvinte de rádio. Metade dos pesquisados declarou ouvir notícias diariamente e 55% deles dizem confiar plenamente no meio para se informar acerca do cotidiano. Já no lado do entretenimento, a pesquisa evidenciou as múltiplas preferências musicais dos brasileiros.
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Alcymar Monteiro diz que estão trocando cultura por "mercadoria"

O cantor e compositor Alcymar Monteiro rebateu declarações do coordenador de comunicação da Prefeitura de Campina Grande, Marcos Alfredo, sobre as críticas de artistas à programação de Campina Grande, considerado, ‘O Maior São João do Mundo’ para 2017 por inserir atrações de renome nacional.

Marcos Alfredo chegou a afirmar que as críticas só estavam sendo feitas porque os artistas não foram contemplados na agenda de eventos e com grandes cachês. Ainda segundo Marcos Alfredo, a grade de eventos atende ao gosto do público que lota o Parque do Povo e que ninguém deve ter cadeira cativa na festa.

De acordo com Alcymar Monteiro, ele está defendendo a cultura que é um bem imaterial e que  vai além de valores comerciais.

“Cultura é dever. Dever constitucional. Cultura é direito humano fundamental. Está no artigo 27 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, se o senhor não sabe. Cultura é a forma pela qual passamos nossas histórias, nossas danças, nossas músicas, nossa linguagem; enfim, nossa identidade, aos nosso filhos e netos. Cultura é, portanto, tão importante e essencial quanto saúde”, desabafou.

Para Alcymar Monteiro, não se pode trocar “cultura” por “moda”. Confira na íntegra:  
Caro Coordenador de Comunicação de Campina Grande, Marcos Alfredo Alves, Teria dado como encerrada a polêmica sobre o “São João” de Campina Grande, mas sua réplica, e minha presença hoje no Festival Viva Dominguinhos não me permitiram ficar sem uma tréplica.

E por qual motivo a minha presença nesse Festival, que se realiza anualmente na cidade-mãe do Mestre Dominguinhos, Garanhuns, me fez escrever essa resposta? Um motivo singelo: esse evento desmonta completamente a falácia de vocês que falam em “modernizar” a grade das festas juninas, como se isso fosse garantia de maior público e renda para a cidade.

Coordenador, o senhor e o prefeito, conjuntamente a empresa pernambucana Aliança, partem de uma falsa premissa de que uma grade recheada de “atrações nacionais” invalida a presença de figuras históricas da música nordestina que, ao contrário do que o senhor disse, se não têm com certeza deveriam ter cadeira cativa no seu São João.

Coordenador, o senhor fala em terceirizar despesas. E a partir daí já me perdeu no seu texto, tão bem escrito… Me perdeu pelo fato de sua visão de mundo, e creio que a de seu chefe, colidir tão frontalmente com a minha: enxergar o investimento em cultura popular como meramente uma rubrica orçamentária, uma “despesa”.

Coordenador, cultura não é despesa. Cultura é dever. Dever constitucional. Cultura é direito humano fundamental. Está no artigo 27 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, se o senhor não sabe. Cultura é a forma pela qual passamos nossas histórias, nossas danças, nossas músicas, nossa linguagem; enfim, nossa identidade, aos nosso filhos e netos. Cultura é, portanto, tão importante e essencial quanto saúde.

Muito me magoa sua ideia de que eu ou algum de meus colegas de profissão publicou qualquer crítica por estar somente “de fora da grade”. Pessoalmente publiquei um vídeo falando da desvalorização do ritmo forró, intrínseca e indissociavelmente ligado ao São João, em detrimento a ritmos exógenos à nossa realidade.

Coordenador, sem nenhuma falsa modéstia e do alto dos meus mais de 35 anos de carreira artística lhe digo uma coisa: se Alcymar Monteiro, Santanna, Genival Lacerda (e seus 50 anos de carreira!) Jorge de Altinho, Zé Ramalho, Flávio Leandro, Petrúcio Amorim, Geraldo Azevedo, e tantos outros ficaram de fora de Campina Grande, a perda é de vocês. Aliás, de vocês não, do POVO de Campina Grande sim.

E digo mais, Coordenador. E digo com todas as letras, para que fique consignado para a história e bem claro. O que a gestão a qual o senhor faz parte está fazendo com o São João de Campina Grande é crime de lesa-cultura. O senhor não pode, sob o guarda-chuva de “popularidade de ídolos” calar a voz de dezenas de artistas que têm um compromisso com a cultura NORDESTINA.

Há espaço para todos os ritmos em todos os locais. Não sou ingênuo para achar que grandes eventos de massa não são regidos também por interesses comerciais. Mas não podem ser regidos SÓ por interesses comerciais. O senhor fala em parceria público-privada, em profissionalização, todas palavras muito bonitas para qualquer empresa que cuide de qualquer área PRIVADA. Aqui não, Coordenador.
O senhor está cuidado de um bem imaterial DO POVO. O senhor está cuidando da herança que essa geração deixará para a próxima. Cultura nunca deu nem nunca daria “lucro”. O “lucro” da cultura é saber que os valores dos seus pais, Coordenador, estão imbuídos no senhor através daquela fogueira que, espero, o senhor tenha pulado, ouvindo Luiz Gonzaga, comemorando com sua família em idos passados.

O senhor ainda faz uma pergunta aberta, querendo saber se as críticas ocorreriam se os artistas que criticam estivessem na grade. Faço questão de vestir a carapuça e lhe dizer com toda franqueza: sim.
Enquanto dirigentes públicos buscarem o aplauso momentâneo de grupos que se locupletam da cultura, que estão ali apenas pela força e poder do dinheiro, serei um crítico feroz. Sou compadre de Luiz Gonzaga, e meu compadre me disse que “Moda é igual sapato velho. Todo ano a gente joga fora”.

Então, Coordenador, ficamos assim. Eu daqui do meu lado defendendo a bandeira do que acredito como verdadeira cultura, mesmo indo de encontro ao que está “na moda”. Estarei eu aqui, cantando para mais de 50.000 pessoas em Garanhuns, em honra ao Mestre Dominguinhos. E o senhor, daí, “profissionalizando” o “São João” de Campina Grande. Fazer uma grade de São João por conveniência não engrandece currículo de político algum.
Desmerecer artistas que deram e dão o sangue e a vida pela cultura NORDESTINA é digno de vergonha. Não é digno de censura pois censura é o esconderijo dos covardes.

Parafraseando Vandré também, queria dizer que “somos todos iguais, braços dados ou não”. Que tenho certeza que no fundo da alma dos atuais gestores de Campina Grande o que eles fazem está certo, e é o melhor para o povo. Do contrário não conseguiria viver nesse mundo. Não aceitaria pensar que gestores públicos estão pensando primeiro em cifrões e não em seus deveres com seus governados. Me entristece apenas saber que o estrago já estará feito, e será de difícil reparo, quando os senhores enxergarem o quão cegos e errados estão.

O que me preocupa é aquela criança de 5 anos, em formação de personalidade, que vai pela primeira vez com os pais ao Parque do Povo. Ela se verá no palco? Estará no palco uma representação de uma cultura dela, que ela possa se identificar, gostar, preservar e levar para seu futuro? Não. Estará no palco a representação momentânea e efêmera desses tempos loucos, de poucos valores e muitas desvirtuações que vivemos. Estará no palco a escolha de um gestor público pela moda, e não pela cultura. Estará no palco, ao vivo e a cores, a morte da cultura nordestina-brasileira. Aplaudida e cantada, uníssono.
Alcymar Monteiro,

Garanhuns, 21/04/2017
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Nando Cordel diz que músicas atuais estão atrofiando mentes

O cantor e compositor pernambucano Nando Cordel, participou do  Programa de Rádio do pesquisador de música brasileira e apresentador do programa “Nação Nordestina” da rádio Aperipê FM, em Aracaju e fez críticas à qualidade da música brasileira atual, considerada por ele "um lixo musical".

"É triste atualmente a qualidade da música popular brasileira. Uma música que está em um nível baixíssimo. Cheia de pornografia, cheia de convites para cair na violencia que oprime a mulher. É uma música que está profundamente na lama, na lama podre", declara.

No desabafo, o compositor de De volta pro aconchego chama a atenção para o conteúdo das letras e influências na educação de crianças e jovens. "Essa música está atrofiando a mente das pessoas. Mexendo com as crianças e jovens. Na realidade, a música pode mudar a vida das pessoas completamente", explicu Nando Cordel.

Nando ainda falou sobre o poder de transformação que a música tem na sociedade. "A música veio para fazer o bem e embelezar as almas, e não para alienação total, como está acontecendo agora. A gente precisa acordar e não deixar essa música dissolver a ética e a moral".

O artista, com mais de 25 discos gravados, ainda faz um apelo a todos os compositores: "Gostaria de dizer que nós precisamos refletir e oferecer uma música de qualidade, que eleva, que pode fazer você feliz. Pense numa música de paz e faça uma música melhor", conclui. 
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Festival Viva Dominguinhos homenageia com Trofeu pesquisadores e divulgadores da vida e obra do sanfoneiro de Garanhuns

Para encerrar a IV Edição do Festival Viva Dominguinhos 2017, o prefeito de Garanhuns-Pernambuco, Izaías Régis fez a entrega do Troféu Viva Dominguinhos a amigos de Dominguinhos e pessoas que representam ou ajudam a divulgar a cultura brasileira.

A premiação que foi criada pelo professor e historiador Antônio Vilela em 2015. Neste ano, cinco pessoas foram escolhidas para serem homenageadas. O radialista Iran Pessoa, o fundador do grupo Quinteto Violado, Marcelo Melo, guitarrista, violonista e compositor João Netto ,o historiador Hélio Diógenes, criador do fã clube “Eterno Cantador", de Pau dos Ferros (RN), e o cantor Flávio José. 

No ano de 2016, os homenageados foram Aldo Machado de Araújo, propagador da música nordestina no Brasil; o sanfoneiro Genaro; Eurides Menezes, pai do cantor Waldonys; Jarbas Brandão; o sanfoneiro e sobrinho de Luiz Gonzaga, Joquinh Gonzaga;  Elba Ramalho e Jorge de Altinho.

Em 2015, os escolhidos foram o prefeito de Garanhuns, Izaías Régis; o radialista Geraldo Freire, o jornalista Ney Vital; Wilson Seraine, professor universitário e radialista; o cantor e radialista Zezinho de Garanhuns; o colecionador Paulo Wanderley; o ex-prefeito Ivo Amaral; o proprietário da casa de eventos Arriégua, professor Luiz Ceará; o cantor e compositor Waldonys; o filho de Dominguinhos, Mauro Moraes; José Nobre, proprietário do Museu Luiz Gonzaga de Campina Grande; Marcos Lopes, proprietário do Forró da Lua, e a ex secretária de Cultura de Garanhuns, Cirlene Leite.

Fonte: Daniela Batista-Foto- Camila Queiroz – Secom/PMG
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É Nordeste na cabeça!!! Uma concepção de música brasileira de qualidade conquistada por Luiz Gonzaga

Banda Fulo de Mandacaru-Caruaru-PE
Em rede nacional estive com a Banda Fulô de Mandacaru no Programa do Ratinho. Realizei algumas reflexões sobre o atual contexto da Cultura Popular e gostaria de compartilhar com vocês. 

Inicialmente ficamos muito felizes em mais uma vez representar nosso povo em rede nacional. Esse fato muito nos orgulha, pois a Fulô de Mandacaru conquistou o mérito artístico nacional através da vontade popular, desenvolvendo Cultura Popular, como foi no Superstar em 2016, levando nosso Forró.

São 16 anos de luta em defesa do Forró, e principalmente do legado Gonzagueano.
Quando citei acima "É Nordeste na Cabeça" quero usa-lo como metáfora para sensibilizar e provocar uma reflexão sobre a atual penumbra musical das festas juninas, e gostaria de dividir esse sentimento com vocês. Ontem, mais uma vez, fiquei com a esperança renovada em ver que estamos no caminho certo, em defender uma concepção da música popular brasileira que é extremamente respeitada pela qualidade e credibilidade conquistada pelo nosso grande mestre, LUIZ GONZAGA.

O apresentador Ratinho, fez questão de apresentar o programa inteiro com o chapéu de couro na cabeça, além de receber com imensa gratidão uma obra em barro da minha terra, do Alto do Moura, do País de Caruaru! Além de todo carinho e respeito com nosso trabalho, Ratinho perguntou se era melhor ir para Caruaru ou Campina Grande no São João desse ano.
Olha que coincidência do destino? Exatamente no mesmo dia em que os órgãos competentes pela captação, planejamento e execução do São João de Campina Grande divulgam uma programação que é extremamente criticada nas redes sociais por não valorizar a Cultura Popular e os verdadeiros artistas que fizeram essa grandiosa festa ao longo dos anos. 

Ressalto que nossa crítica não está voltada ao povo de Campina Grande, muito pelo contrário, estes cidadãos e cidadãs é que estão defendendo, em sua maioria, a tradição e a necessidade da valorização dos verdadeiros forrozeiros para o evento. É importante destacar que temos verdadeiros forrozeiros na programação, mas uma minoria.

Fiz questão de convidar Ratinho para o São João de Caruaru e defender em rede nacional nossa cidade, nosso turismo, nossa cultura. Meu objetivo não é de aumentar a rivalidade entre as cidades, mas despertar que Caruaru não cometa o mesmo erro da hipervalorização do "breganejo" em uma Festa de São João. Essa mesma crítica estendo às demais festas juninas em todo Nordeste, mesmo fazendo parte da maioria delas. Estou defendendo a cultura, tradição e educação, não apenas um cachê.

Por fim, deixo minha reflexão visando contribuir para um debate maduro, coeso e argumentativo sobre qual legado queremos deixar para as futuras gerações.  Respeito todas manifestações culturais, e gostaria do mesmo respeito com a nossa, do meu povo, o cidadão e cidadã nordestino(a) e toda nossa tradição! Cultura é Educação!

Numa geração em que alguns artistas utilizam o sufixo "ÃO" ou "ÕES", como algo que desejem passar uma mensagem de grandiosidade ou supremacia capital, venho reafirmar que meu maior ídolo utiliza esse mesmo sufixo, "ÃO", mas com uma concepção cultural completamente diferente, ele chama-se GONZAG"ÃO"!
Vamos refletir? É Nordeste na Cabeça!!!

Fonte: Armandinho do Acordeon-Sanfoneiro da Banda Fulo de Mandacaru- É doutorando em Educação pela Universidade Federal da Paraíba
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Flávio Leandro: Menestrel do Sol, da Lua, Poeta danado e Cantador

Quem deseja aprender a voar deve primeiro aprender a caminhar, a correr, a escalar e a dançar. Não se aprende voar voando'(Nietzsche). 

Luiz Gonzaga Gonzaga plantou a sanfona entre nós, estampou a zabumba em nossos corpos, trancafiou-nos dentro de um triângulo e imortalizou-nos no registro de sua voz. Dentro do seu matulão convivemos. Pela manhã, do seu chapéu, saltam galos anunciando o dia, sabiás acalentando as horas, acauãs premeditando as tristezas, assuns-pretos assobiando as dores, vens-vens prenunciando amores.

A apresentação do cantor, compositor, Poeta Danado e Cantador Flávio Leandro nas terras da Europa, em especial Paris/França, lugar símbolo da cultura, me fez pensar na trajetória da música brasileira e nas palavras do professor Aderaldo Luciano, quando fazíamos o Programa de Rádio, lá nas bandas da Paraíba, sonhando em ganhar o 'ouco do mundo' e enfiar goela abaixo do povo a música de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Trio Nordestino, João do Vale, Elino Juliao e Dominguinhos...

O professor paraibano, radicado no Rio de Janeiro, Aderaldo Luciano, sempre me lembrou que Luiz Gonzaga foi pedra angular, referência do forró, mas o Rei do Baião, não trilhava sozinho. Havia por trás de si, uma constelação de compositores, músicos, além de profícuos conhecedores do seu trabalho, amigos talhados de sol, nascidos do barro vermelho, com almas tatuadas por xique-xiques e mandacarus.

É Flávio Leandro atualmente um dos poucos, que reverencia o forró, o xote, o baião. Em Bodocó foi talhado de sol. Flávio Leandro nasceu do barro vermelho, com alma tatuada por xique-xiques e mandacarus. Flávio Leandro sabe do compromisso que tem com o Nordeste, os Sertões, Cariris e Brejos. Flávio na Fé sabe divisar o Cruzeiro do Sul do Sete Estrelo e muito além disso sabe discutir e como lidar com a máquina capitalista avassaladora dominante hoje da “indústria musical”.

De mala e cuia Flávio Leandro corre nos ares do mundo! Canta xote, forró valorizando o inventor do Baião, Luiz Gonzaga que um dia deixou o seu pé de serra e embrenhou-se pelos emaranhados da busca do sonho e que foi o começo de uma grande empreitada e de uma desafiadora lição de vida e vivência.

Coloco agora na vitrola o disco/lp e escuto a música 'Menestrel do Sol', composta por Humberto Teixeira, homenageando Luiz Gonzaga. A essência de toda arte bela, de toda arte grandiosa, é a gratidão: Obrigado Flávio Leandro por não esquecer que antes de você muitos cantores e compositores sentiram fome (a falta de pão) preparando o caminho prá outros Voos...os voos do hoje!

'Pego a estrada sem descanso Sem parar para ver tempo e chão que percorridos gritos que eu plantei/ Menestrel do sol na vida eu só cantei juntando irmão com irmão eu esquecia de viver/
Ai quanta saudade do beijo que eu não dei as coisas que eu não tive são lembranças que eu guardei...Ai que curta vida pra quem tanto viveu os sonhos de outras vidas que ajudei com o canto meu./
Ouro e terra, e eu cantando sem me aperceber dos momentos que eram meus Não voltam mais, eu sei...Menestrel do sol caminhos que andei destino dividiu em mil destinos meu viver'!

*Ney Vital-jornalista. Pós-Graduado em Ensino de Comunicação Social. Pesquisador Música Brasileira
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Grupo Corpoética Estudos Corpo, Comunicação e Saúde promove IV Jornada de Yoga na Educação

O grupo de pesquisa "Corpoética: Estudos interdisciplinares em Corpo, Comunicação e Saúde", da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), irá promover a IV Jornada de Yoga na Educação. O evento ocorrerá em Juazeiro, entre os dias 28 de abril e 01 de maio, e contará com a participação da professora de yoga Ana Maria Magalhães, cuja formação ocorreu em países como França, Estados Unidos e Índia.

Atuante desde o início dos anos 70, quando praticava yoga  na Associação de Yoga da Bahia (AYABA), em Salvador, Ana Maria residiu em Paris, França, e se formou como professora de yoga pelo Institut Eva Ruchpaul, em 1981. No ano de 2011, participou de formação para ensinar o método Vinyasa Krama, como discípula de Srivatsa Ramaswami, no (LMU) Loyola Marimount University, Los Angeles – CA, Estados Unidos. 

Já em 2012, formou-se com A.G. Mohan, em Mahalipuram, India. Além disso, a professora ministrou diversas aulas e cursos para formação de professor de yoga, no Brasil e no exterior, dirigindo também retiros na natureza, com práticas yóguicas e alimentação viva.

Em Juazeiro, Ana Maria participará de vivência e roda de conversa sobre o tema "Yoga, a educação pelo cuidado", no Canto de Tudo, DCH III, da Uneb, às 17h do dia 28 de abril. De 29 de abril a 01 de maio, a professora dirigirá um retiro de yoga e alimentação viva, que ocorrerá no Centro de Terapias Naturais Gianni Bande (Cetegib), no bairro João Paulo II, em Juazeiro. E, fechando a programação do evento, participará da II Semana de Práticas Integrativas e Complementares do Vale do São Francisco, que será realizada no dia 03 de maio, na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Campus Petrolina.
 
O coordenador do grupo "Corpoética", o professor da Uneb, João José de Santana Borges, diz que  a atividade com Ana Maria é um importante ciclo do Jornada de Yoga na Educação . "A vinda dessa mestra promete renovar nossa energia, aprimorar nossos conhecimentos e vivências acerca do yoga e aprofundar o debate dessa filosofia milenar como uma prática de autocuidado e cuidado com o mundo, através de uma concepção de educação integrativa".

As inscrições devem ser realizadas até o dia 24 deste mês, através dos telefones: (74) 98826-2080 e (74) 98807-4188 ou pelo e-mail: corpoetica.uneb@gmail.com

Fonte: Asscom Uneb
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"Festival de Horrores. O São João está virando uma festa estereotipada", acusa o cantor Alcymar Monteiro

Excluído da lista/programação de artistas que se apresentarão no São João de Campina Grande em 2017, o cantor Alcymar Monteiro postou em sua página de Facebook um vídeo no qual chama o evento de aberração, festival de horrores e “o maior festival de breganejo” do mundo.

“O São João está virando uma festa estereotipada, de pessoas que nada têm a ver com a nossa cultura...Campina Grande, Paraíba, eu posso dizer que o maior festival de breganejo do mundo e você, que está promovendo isso, devolva o nosso São João”.
 

Este ano os festejos juninos de Campina Grande foram terceirizados e uma empresa ganhou a licitação para realizar o evento. Na licitação foi estabelecida uma parceria público-privada.

Mas não se limitam a apenas Alcymar Monteiro os protestos contra a contratação de astros da música sertaneja, do chamado forró de plástico e de bandas que exploram o ‘brega’. Músicos como Santana, o Cantador, Fabiano Guimarães e o Poeta Francinaldo, de Campina Grande, também gravaram sua revolta em vídeo porque não foram contratados para tocar no Maior São João do Mundo.

Fonte: Rubens Nobrega
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I Curta no Araripe mostra de Cinema acontecerá entre os dias 20 e 23

O município de Exu, terra onde nasceu Barbara de Alencar e Luiz Gonzaga conta com um importante aliado para a divulgação da produção cinematográfica pernambucana. Entre os dias 20 e 23 de abril acontecerá a I Curta no Araripe Mostra de Cinema.

O Evento está programado para ser realizado em Exu (dias 20 e 21) e Araripina (22 e 23), na frente da Igreja Matriz. O projeto tem incentivo do Governo de Pernambuco, através do Funcultura.

Um dos idealizadores do evento, o Produtor Cultural, Escritor e ex-Secretário de Cultura, Turismo e Desportos do Município de Exu, Francisco Robério Saraiva Fontes (Bibi Saraiva) – revela que o objetivo é priorizar a exibição de trabalhos pernambucanos. Entre os filmes que serão exibidos está "Um amor ao Por do Sol"; Dona Barbara do Araripe; "Exu de Gonzagão, de todos nós"; Vila do Araripe, a casa de Luiz Gonzaga,  "Entra, Lua, a Casa é Sua"; Boi Ventania; Zoma; e Volta pra Casa Luiz.

Confira a programação completa:
EXU – PERNAMBUCO
DIA 20/04/2017 – QUINTA-FEIRA –
ÀS 7 HORAS DA NOITE
LOCAL: PRAÇA DA IGREJA MATRIZ
1 – “O CAVALEIRO DE SÃO JOSÉ” – SÃO JOSÉ DO BELMONTE
2 – “UMBILINA” - BODOCÓ
3 – “A PROMESSA” - CABROBÓ
4 – “UM AMOR AO PÔR DO SOL” – PETROLÂNDIA
5 – “VERDE VENTO” - TRIUNFO
6 – “O SACO DO VELHO” - TRIUNFO

DIA 21/04/2017 – SEXTA-FEIRA –
ÀS 7 HORAS DA NOITE
LOCAL: PRAÇA DA IGREJA MATRIZ
7 – “DONA BÁRBARA DO ARARIPE” - EXU
8 – “ZOMA” - EXU
9 – “ENTRA LUA, A CASA É SUA” - EXU
10 – “VOLTA PRA CASA LUIZ” - EXU
11 – “BOI VENTANIA” – EXU
12 – “1º FESTIVAL DE CINEMA E VÍDEO
DO SERTÃO DO ARARIPE”
ARARIPINA - PERNAMBUCO

DIA 22/04/2017 – SÁBADO –
ÀS 7 HORAS DA NOITE
LOCAL: PRAÇA DA IGREJA MATRIZ
13 – “A DAMA DE BARRO E O PRINCIPE DAS LETRAS” – SANTA FILOMENA
14 – “SANTA CRUZ DA VENERADA” – SANTA CRUZ
15 – “JOVITA FEITOSA” – OURICURI
16 – PEDRA MÁGICA – TRINDADE
17 – “A CAÇADA” – IPUBI
18 – “FULO DE AÇUCENA” – ARARIPINA

DIA 23/04/2017 – DOMINGO –
ÀS 7 HORAS DA NOITE
LOCAL: PRAÇA DA IGREJA MATRIZ
19 – “NO CAMINHO DO CLARANÔ – BODOCÓ
20 – “GRANITO, ONTEM, HOJE E AMANHÔ – GRANITO
21 – “PALAVRA DE MULHER” – MOREILÃNDIA
22 – “VILA DO ARARIPE, A CASA DE LUIZ GONZAGA” – EXU
23 – “EXU DE GONZAGÃO, DE TODOS NÓS” – PARTE I - EXU
24 – “EXU DE GONZAGÃO, DE TODOS NÓS” – PARTE II - EXU
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Clarissa Loureiro: Ler clássicos para que?

Um dos problemas atuais da formação humana, seja cultural ou moral está na ausência da leitura. Há uma impaciência comum do homem moderno com a linguagem que se demora em si. Como se ela fosse aquele amigo insistentemente verborrágico cujo palavreado e as ideias extravagantes adormecem o nosso interesse, tirando-nos do foco que nos caracteriza cotidianamente: “ a pressa de viver e alcançar o mais rápido os nossos objetivos”. A Literatura Clássica nessa nossa trajetória passa a ser uma pedra no caminho. Por que? Por que temos uma visão assustadora de cânone ocidental. E a função de minha fala é desconstruir isso. Concordo com Harold Bloom de que o cânone ocidental se identifique com uma lista de livros escolhidos para serem ensinados em nossas instituições de ensino como uma elite da linguagem, caracterizada por sua DIGNIDADE ESTÉTICA OU MELHOR AUTORIDADE ESTÉTICA. E sei que este preceito cria inicialmente uma guerra interior natural no homem moderno seduzido pela linguagem midiática com suas cores e objetividade linguística. E inquisições brotam como: Para que eu vou ler o que um grupo ( a crítica literária) dita como melhor, diferenciado. Quem são essas pessoas para imporem o que é belo?

São perguntas bem naturais, sobretudo, na juventude atual que busca, além da beleza da linguagem, uma discussão social, seja de gênero, raça, luta de classe social. Gente, o cânone não é comprometido com as causas sociais. E vou mais longe, esta não é a base da Literatura em sua origem. A boa literatura que se torna canônica é universal, ou seja, atravessa culturas, nações, tempos, transgredindo qualquer expectativa de se moldar aos interesses de um grupo. Sim, ela é difícil, como difícil é amar alguém em suas entranhas mais profundas além de um orgasmo instantâneo da penetração. Difícil como difícil é nos entender nos nossos mais perturbadores questionamentos interiores. Ela é difícil porque o homem em si é difícil em sua própria existência atemporal. O problema é que este mesmo homem moderno foge de uma reflexão sobre isso, simplificando-se a partir de linguagens que também o simplifiquem. Porque conhecer-se doi. Pior, interpretar-se no outro, ainda mais. E o individuo moderno repete-se: “já tenho problemas demais para procurar buracos dentro de mim que nem eu mesmo alcanço”. E fica na superfície.

As manifestações midiáticas de entretimento imperam. É bem mais fácil buscar-se em super-herois de quadrinhos que muitas vezes são adaptados para o cinema. Quem não se emocionou com a paternidade e a morte de Wolwerine em Logan? Eu me emocionei. Quem não pára para refletir sobre a metáfora do mutante, identificando-se com este próprio conceito. Eu mesma, Clarissa Loureiro, doutora em Teoria da Literatura, acadêmica, escritora, e dentro da categoria chata crítica literária me sinto a própria Jim em todos os seus diversos aspectos. É compreensível. O cinema fascina e descomplica. E as séries? São tantas interessantes né? Desde históricas como A rainha a fantasiosas Westewoold ou Guerra dos tronos. É uma concorrência desleal, não é? NÃO, NÃO É. O Problema é o que eu já disse. É a nossa constante busca de nos simplificar para corrermos eternamente para lugar
nenhum.


Na minha fala, vamos tentar ainda entender o cânone como um amigo chato que buscamos evitar na mesa do almoço, mas com quem podemos aprender muito se insistirmos. Em suas origens, o cânone é uma palavra religiosa, que se refere a uma escolha entre textos que lutam uns com os outros pela sobrevivência, vivendo agressões dos atacantes que buscam destruí-los. Sim, gente, o cânone nasce de uma batalha por uma sobrevivência dos textos no nosso imaginário, ao longo de décadas e, depois, séculos. É simples compreender isso. Existem músicas que tocam na rádio um mês e, depois, são esquecidas. Já outras, ecoam no nossos ouvidos justamente nos momentos que nós mais precisamos de nós mesmos. E o critério é o mesmo: a seletividade a partir de critérios severamente artísticos. Ai eu concordo com Harold Bloom quando afirma que toda originalidade artística se torna canônica. É preciso uma criatividade na linguagem que extrapole o comum, renovando-a, tornando-a tão atraente que queiramos vê-la como aquela mulher bonita que passa e deixa-se em detalhes diferenciados do olhar, do gesto, do cheiro, no intrigante desenho da boca feito pelo batom. Não é só a mulher enquanto corpo. È o que faz dele quando passa e fica na gente. E estas ideias surgem das próprias metáforas de Vinicius no célebre poema “ Mulher que passa”. O cânone é isso. Ele se apropria do corpo ( a linguagem) e o eterniza no que coloca sobre o ele, ou no que o transforma, fundando um pensamento ocidental.

Apesar de minha fala ser sobre os clássicos brasileiros, sou desobediente e ainda me apego a Bloom quando afirma: “o que seria do pensamento ocidental sem Shakespeare”. E ainda diz que Shakesepeare “ inventou o humano”. E eu assino em baixo. O que seria do amor romântico sem o célebre sacrifício dos jovens Romeu e Julieta que nos fazem refletir sobre a vivacidade da paixão de nosso próprios filhos e de nós, no passado. Sim, a paixão é jovem e se acaba antes da gente. Por isso, a beleza do sacrifício. È preciso que os amantes morram para que a paixão se eternize. Ai eu vou a um Gonçalves Dias pouco comentado: “Se se morre de amor! – Não, não se morre .... Amor é vida; é ter constantemente/ Alma, sentidos, coração – abertos/ Ao grande, ao belo, é ser capaz d’extremos/D’altas virtudes, ser capaz de crimes!”. 

Vejam que são dois autores de períodos históricos e estéticos diferenciados,dialogando sobre um tema universal que nos incomoda, nos fascina: o amor românticos. São duas literaturas que se tornam clássicas pois como afirma ítalo Calvino: os clássicos são livros que exercem uma influência particular quando se impõem como INESQUECÍVES e também quando se ocultam nas obras da memória, mimetizando-se como INCONSCIENTE COLETiVO OU INDIVIDUAL. Tanto a tragédia clássica de Shakespeare como este poema romântico de Gonçalves Dias falam sobre a capacidade de se entregar ao amor de modo tão pleno que morremos um pouco quando ele se acaba. E por que não morrer de amor como Julieta e Romeu? É o que mais queremos, mas não podemos, porque precisamos continuar correndo. Afinal temos pressa e “todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam ridículas se não fossem de amor”. Já diria o nosso papa canônico Pessoa, ironizando o próprio amor. 

Precisamos correr porque o tempo de minha fala está se esgotando, temos hora marcada. E o outro palestrante precisa falar. Mas eu sou teimosa e insisto em ficar em Shakespeare. Sou desobediente, sempre! Um dos temas mais comuns nas tragédias de Shakespeare é a loucura. Lady Machbeth enlouquece, lavando eternamente suas mãos pelos crimes que cometeu. Rei Lear enlouquece por conta da falta de amor de suas duas filhas, vagando com seu parvo sábio pelo desertos interiores de si mesmo. Ofélia enlouquece quando descobre que seu amado Hamlet matou seu pai, E o próprio Hamlet se faz de louco para vingar seu pai. São narrativas canônicas na própria sacralização da loucura que depois será retomada por Machado de Assis em obras relevantes de sua trajetória literária. Mas continuemos com Shakespeare. Por que esta sacralização? Ora, gente, há uma ressignificação da loucura. Ficar louco é um efeito de completa sanidade de si e, ás vezes, do mundo.

Machbeth tem a mais dolorosa consciência de sua condição assassina e repete isso, lavando suas mãos insistentemente como se quisesse lavar sua alma. Esse tema depois é retomado por Dostoivsky em “ Crime e Castigo”, quando Rodion Românovitch Raskólnikov vive asfebres da consciência por ter assassinado uma idosa para sobreviver, gerando um outro recurso da literatura presente na realização da consciência: a polifonia. Depois, retomado pela Obra Angústia, quando traz à tona a consciência de um assassino vivendo delírios internos. Matar é fácil, ter a consciência da morte do outro dentro da gente que é difícil. E ai eu volto a Italo Calvino quando afirma que “Os clássicos são aqueles que chegam até nós trazendo consigo marcas das leituras que precederam a nossa e atrás de si os traços que deixaram na cultura e nas culturas que atravessaram ( ou mais simplesmente na linguagem ou nos costumes)”. Shakespeare está Dostoivsky que está Graciliano, ressignificando um tema que incomoda até hoje: a humanidade de um assassino. Para a gente, é mais fácil jogar pedras nos vilões de novelas ou mesmo nos goleiros dos jornais sensacionalistas. Temos que simplificar. É ou não é. Ser não sendo é muito complicado, mesmo isso acontecendo conosco o tempo todo.


Ler os clássicos para que? Sofrer, a vida já é sofrida. Mas por que é? A vida sempre existiu. E nós nunca soubemos vê-la. Os clássicos abrem os olhos para esta dolorosa existência da vida. E eu me detenho diante de Ofélia, minha personagem Shakesperiana preferida e sua célebre frase: “ eu não temo o que sou mas o que posso me tornar”. É a fala de uma louca antes de um suposto suicídio por não suportar amar o assassino do seu próprio pai. Eis a loucura em sua extrema sanidade. Como ela poderia imaginar que ela persistiria a amar o homicida de sua origem. Mas ela sabe que ama. E é essa consciência quelhe desequilibra. Então, saber desequilibra a gente. Sim. A ignorância nos fornece a sanidade mental que simploriamente definimos como “ dormir em paz”. E a falta desta paz é a loucura também presente em Machado, quando Flora em “ Esau e Jacó” se descobre, precisando do amor de dois gêmeos fundidos num só para se descobrir plena. Ama como Ofélia o inconciliável. E ai nós temos dois Clássicos mais uma vez quando se identificam com a frase de Italo Calvino quando afirma que “UM CLÁSSICO É UM LIVRO QUE NUNCA TERMINOU DE DIZER AQUILO QUE TINHA A DIZER”. Os dois livros se completam no tema porque tratam de um tema inesgotável: a capacidade do amor enlouquecer a gente, nos tornando lúcidos acerca de nossa fragilidade humana. Porque a nossa fortaleza é mais uma vez uma ilusão de nossa correria, como já disse antes, para lugar nenhum. Mas talvez a pior lucidez é a da própria fragilidade humana espalhadas nas ações dos homens que nos destroem ou nos prejudicam ou mesmo nos frustram. Ai retomo mais uma vez Shakespeare.


Rei Lear é a própria reflexão sobre a decadência do homem com a decadência da família. Fala de um sentimento universal: a solidão na velhice. Como se sente um pai metaforicamente abandonado pelas 3 filhas? E ai atualizo isso para os dias atuais. Que pai não se sente rei de seu lar até o momento que as filhas casam-se, substituindo-o por outro, ou quando sozinhas escolhem construir seus próprio mundo. Todos não enlouquecem um pouco, esperando fazerem parte de um novo reino que não cabem mais? Porque cada reino tem um rei. A loucura é exatamente a dor de não poder mais imperar. Mas imperamos?. Quando? A loucura é a certeza que somos frágeis quando amamos e esperamos. Penso na solidão de meu pai. 3 filhas em cidades diferentes. E eu que nem casada estou ouço sofrendo sempre a eterna frase repetida: “ juízo, minha filha”. A minha liberdade é a prisão do meu pai que o enlouquece também se sentindo abandonado depois de ter me dado todas as riquezas de sua alma. E onde entra os clássicos nisso? Retomo Ítalo Calvino: “O seu clássico é aquilo que não pode ser-lhe indiferente e que serve para definir a você próprio em relação e talvez em contraste com ele. O Clássico faz isso com a gente. Mas precisamos ler com o corpo no sentido definido por Roland Barthes quando afirma que o texto de prazer: “é aquele que contenta, enche, dá euforia; aquele que vem da cultura, não rompe com ela, está ligado a uma prática confortável da leitura. Texto de fruição: aquele que põe em estado de perda, aquele que desconforta (talvez até um certo enfado), faz vacilar as bases históricas, culturais, psicológicas, do leitor, a consistência de seus gostos, de seus valores e de suas lembranças, faz entrar em crise sua relação com a linguagem”.


Precisamos nos encontrar aos clássicos como nos entregamos a nós mesmos nos personagens, espaços, ações, cientes de que sempre haverá uma conciliação de horizontes de expectativas, bem no sentido definido por Robert Jauss quando diz que “O prazer estético envolve participação e apropriação, uma vez que, diante da obra literária, o leitor percebe sua atividade criativa de recepção da vivência alheia. A experiência estética consiste em que o leitor sinta e saiba que “seu horizonte individual, moldado à luz da sociedade de seu tempo, mede-se com o horizonte da obra e que, desse encontro, lhe advém maior conhecimento do mundo e de si próprio”. 


A experiência estética, portanto, compreende prazer e conhecimento; e, por meio do diálogo entre texto e leitor, a criação literária atua sobre um público oferecendo padrões de comportamento e, ao mesmo tempo,emancipando-o. O que quero defender com isso? Ler os clássicos é desbravar-se, ciente do que Umberto Eco defende de que o texto literário é um mecanismo preguiçoso (ou econômico) que vive da valorização de sentido que o destinatário ali introduziu. Nem todo clássico será bem recebido pelo leitor porque nem sempre o leitor estará pronto para se relacionar com ele. Concordo com Mário de Andrade que para se ler Machao de Assis, é preciso ter maturidade. Haja vista a minha relação com Dom Casmurro que se transformou, à medida que minhas leituras com outras obras e de vida foram se alterando. Aos 18 anos, eu lia com a ansiedade de uma jovem. Queria respostas rápidas.

Parece que na juventude, a pressa é ainda mais intransigente. E eu odiei, mal entendia a própria Capitu que se fala dentro de mim. E a gente houve bem a gente quando se tem 18 anos? Na década de vinte,apliquei aspectos do realismo na obra, numa avaliação estética vazia de aspectos interpretativos significativos. Eu ainda não estava pronta. Mas já sabia disso. A consciência da linguagem é também um processo vagaroso de se alcançar. Só depois dos trinta, a vida eas leitura de Otelo em Shakespeare me mostraram Bentinho e toda a discursão sobre o ciúme como um aspecto humano atemporal e entendi que Machado buscava construir uma pessoa moral e não discutir o adultério em sim. Eu havia me encaixado no conceito de leitor modelo, defendido por Umberto Eco.

Eu lia Machado em busca de uma linha filosófica que o próprio Machado havia traçado para si, num jogo dialético de co-participação entre autor e leitor no processo de realização textual. E hoje me considero machadiana no que busco dele em outras obras que avalio e no meu próprio olhar sobre o mundo. Mas nem todos serão. E é essa graça. Para cada leitor há um clássico ou dois ou três que insiste tanto em ler que surge uma cumplicidade tamanha entre leitor, o autor, livros, suas linguagens, seus temas que eles ecoam nos nossos ouvidos, quando nos sentimos tão sós de não ter jeito, bem no sentido bandeiriano. Mas precisamos insistir. Ler os clássicos sejam brasileiros ou não é um trabalho de insistência, como também é a de se relacionar com as pessoas.

A Academia nomeia, mas somos nós quem gravamos em nossas vidas, quando descobrimos que eles dizem exatamente o que nem series, nem novelas, até filmes não falam: “ o silêncio cheio de vozes existente na leitura”. E é ele que os faz atravessar séculos porque o que mais o homem precisa é de um diálogo silencioso consigo mesmo. E isso só a Literatura proporciona...

Fonte: Clarissa Loureiro-professora da UPE. Doutora em Teoria da Literatura
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Aderaldo Luciano: quero aproximar o termo português forró, ao termo árabe alforria, liberdade

A banda paraibana Cabruêra desceu ao sul e instalou-se no Rio de Janeiro em setembro de 2001. Lá, fundou a Cabrahouse, primeiro em Copacabana, depois em Santa Teresa, tradicional bairro de artistas. Ao chegar, debutou na TVE e lançou disco no palco da resistência cultural carioca, o Teatro Rival, e assim seguiu arrebanhando um cordão de adoradores. Zé Guilherme, o Munganzé, um dos melhores percussionistas do Brasil, um dos pilares da Cabruêra, vindo aqui em casa, incitou-me a explicar a origem do termo “forró” para uma oficina de percussão no Festival de Inverno de São João del Rey, em Minas Gerais, onde a banda tocaria.

Pois bem. Discutíamos a gênese da palavra a partir de duas explicações para o que se passou a chamar de forró. A primeira está ligada à construção da malha ferroviária no interior de Pernambuco por engenheiros ingleses que, em suas horas de folga, patrocinavam pequenas rodas nas quais a liberdade, municiada pelo consumo de álcool, pontuou a descontração e a dança. Essas rodas eram “for all”, para todos, no idioma nativo dos ingleses. Daí a pronúncia aberta “forró”. Sem registro que legitime tal origem, fica-se no âmbito da lenda.

A segunda é apresentada pelo folclorista Rodrigues de Carvalho, em seu Cancioneiro do Norte de 1903, aponta uma associação entre forró e forrobodó, festa popular das pontas de rua, baile popular aberto para toda a população pobre. Câmara Cascudo registra a mesma origem fazendo um levantamento da aparição do termo desde 1833, para encontrar uma variante datada de 1952, num semanário chamado A Lanceta, sem indicação de local. O termo é forrobodança, uma espécie de dança chula popular.

Acredito que essas duas teses sejam insuficientes, mesmo porque fica difícil determinar data para surgimento de qualquer palavra. Respeitando a pesquisa, talento e autoridade dos dois folcloristas, lanço uma terceira via. Quero aproximar o termo português forró, ao termo árabe alforria, liberdade dada aos escravos. Quando um destes era alforriado a palavra “fôrro” servia-lhe de epíteto, recebendo, inclusive um par de sapatos, se para dançar, não sabemos. Elomar, em sua cantiga O Violeiro, canta “Deus fez os home e os bicho tudo fôrro...”. De forria para fôrro, de fôrro para forró, celebração da liberdade, da quebra do jugo e dos grilhões. Não é isso que o forró faz?

Os testemunhos populares na diferenciação entre as festas de São João, festa popular, marca indelével das tradições nordestinas, e Natal, tradição européia, servem de esteio para minha tese. Enquanto a festa de Natal é descrita como uma festa formal, o São João prega a liberdade, é festa livre e comunitária, não requer roupa nova, nem champanhe para comemorar. E todas as classes e raças são chamadas ao arrasta-pé, criando um valor fundamental para a miscigenação de raças e culturas, no dizer de Darcy Ribeiro, e imprescindível para a construção do humanismo, segundo Jorge Amado.

O que nos interessa, também, é a divulgação desse ritmo propagada pelo pioneiro Luiz Gonzaga, primeiro nordestino a assumir compromisso com esse suposto novo estilo musical, depois de fazer o caminho do sul. Falar de Gonzaga é repetir-se, sempre. Sua história e sua vida estão na boca do povo e dos artistas, transformado em ícone institucional na etno-musicalidade brasileira. Muito embora construindo uma realidade folclórica do Nordeste, com seus vaqueiros e cangaceiros, plantou a semente da música popular regional nordestina em todo o Brasil. Asa Branca transformando-se na bandeira, estandarte dessa visão.

Gonzaga sofre, entretanto, críticas oriundas de um outro mito: Jackson do Pandeiro. O ritmista paraibano apregoava que o baião originou-se do coco e que o feito do Rei do Baião não passava de um novo invólucro para um velho ritmo. Zé Guilherme me diz que o jornalista Rômulo Azevêdo, de Campina Grande, numa tentativa de conciliação entre os pilares formadores do forró, um paraibano e o outro pernambucano, defende o império imaginário de Parabuco, um híbrido situado entre Caruaru, a capital do forró, e Campina Grande, terra do Maior São João do Mundo. Essa, talvez seja a melhor opção, o lúdico, a criatividade, a liberdade, a alforria.




Fonte: Aderaldo Luciano-professor, doutor em Ciencia da Literatura
 
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Secretário de Comunicação da Bahia promove reunião com imprensa do Vale do São Francisco

Durante a manhã desta terça-feira (18), a área de comunicação do Governo da Bahia apresentou à imprensa de Juazeiro e região os seus principais projetos e ações em um encontro especial no Rapport Hotel, com a presença do secretário André Curvello que contou com a presença do Deputado Estadual Roberto Carlos, do Prefeito Paulo Bomfim e do ex-Prefeito e atual Assessor de Planejamento Estratégico Isaac Carvalho.

Durante exposição André Curvello falou dos principais programas de governo para a inclusão da juventude no mercado de trabalho, programas que estão garantindo enorme sucesso, dada a participação efetiva dos jovens. "Mas este encontro visa também garantir o máximo de transparência da gestão de Rui Costa, e a aproximação com a mídia regional é fundamental para assegurar que as informações cheguem de maneira clara e rápida ao cidadão", afirmou Curvello.

“Nosso objetivo central é promover ainda mais a proximidade com os formadores de opinião, comunicadores e empresários do setor como forma de estreitar o relacionamento com as diferentes áreas de conteúdo da Secom, a fim de facilitar o acesso dos profissionais de comunicação e aperfeiçoar a divulgação das realizações da atual gestão de maneira regionalizada” pontuou o titular da pasta de comunicação da Bahia.

Fonte:Secom-Ítalo Duarte
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