PROJETO TODOS CANTAM ONILDO ALMEIDA SERÁ REALIZADO NESTA QUINTA (29), EM CARUARU

As comemorações de São João seguem em Caruaru, no Agreste pernambucano e, nesta quinta-feira (29), a programação reserva uma noite especial para o público. O Polo Azulão receberá, a partir das 20h, artistas renomados da região para o "Todos cantam Onildo Almeida", projeto com o objetivo de homenagear o cantor e compositor caruaruense conhecido nacionalmente.

Dentre as atrações, alguns grandes nomes da música nordestina se apresentam, como Almério, Erisson Porto, Josildo Sá, Maestro Spok, Nena Queiroga, Rogeria Dera, Isabela Moraes, Yngrid Bittencourt e Riah, com participações especiais de Mariana Aydar e Marcelo Jeneci.

Onildo Almeida é conhecido nacionalmente principalmente por suas composições, muitas delas interpretadas pelo "Rei do Baião", Luiz Gonzaga. Sua música mais famosa é "A Feira de Caruaru", que alcançou sucesso internacional e foi gravada em 34 países. O artista, inclusive, chegou a receber o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Pernambuco, uma honraria exclusiva para um artista de Caruaru.

Além da homenagem aos 95 anos de Onildo Almeida, o objetivo do evento é proporcionar a chance de novos artistas da cena caruaruense mostrarem o seu trabalho para o público.

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EXPOSIÇÃO VIDA, POESIA E ENCANTAMENTO COMEMORA OS 145 ANOS DE NASCIMENTO DO POETA CEGO ADERALDO

O mês de junho, a Casa de Saberes, localizada em Quixadá, Ceará,  programou as comemorações do aniversário de 145 anos do poeta Cego Aderaldo. Com a temática “Vida, Poesia e Encantamento”, o evento celebrou na semana passada,  o legado das artes e saberes tradicionais. 

Ao longo de quatro dias, entre 21 a 24 de junho, aconteceu debates, mesa-redonda, formações, oficinas, sarau e apresentações que foram realizadas, valorizando as expressões culturais tradicionais através da história e memória do poeta.

Na casa dos Saberes acontece a exposição “O Sertão Múltiplo De Cego Aderaldo”, com curadoria de Alênio Alencar e Lorena Patrício. 

Segundo a coordenadora executiva da Casa de Saberes Cego Aderaldo, Michelle Maciel, “celebrar o aniversário de 145 anos do poeta Cego Aderaldo é manter viva a chama da cultura popular, a poesia de cordel, a cultura de viola, a exibição de cinema nas comunidades mais longínquas do sertão, o poeta nos faz enxergar a vida com muita arte. Sua memória está sendo comemorada a partir da Casa de Saberes Cego Aderaldo, equipamento de cultura do governo do Estado, gerido pelo o Instituto Dragão do Mar que leva o seu nome, os seus saberes e encanta os sertões com seu legado. A programação faz o encontro dos múltiplos saberes do poeta, que envolve música, poesia, cinema e a presença de Mestres e Mestras da Cultura do Estado do Ceará.

Aderaldo Ferreira de Araújo, conhecido como Cego Aderaldo, foi um poeta popular, nascido em 24 de junho de 1878, na cidade de Crato. Ainda criança, mudou-se para Quixadá, fugindo de uma grande seca.

A HISTÓRIA: Aderaldo Ferreira de Araújo, conhecido como Cego Aderaldo, foi um poeta popular que se transformou numa das maiores expressões culturais do Nordeste. Nasceu em 24 de junho de 1878, na cidade de Crato, mas veio para Quixadá ainda criança, com a família, fugindo de uma grande seca. 

Aos 18 anos de idade, trabalhava alimentando uma fornalha em uma fábrica de algodão do proprietário Daniel de Moura, em Quixadá, quando sofreu um acidente que o fez perder a visão. É esse fato marcante que o faz poeta e cantador. “Três Lágrimas” é o título de uma das canções mais marcantes de sua carreira: a primeira lágrima foi a morte do pai, a segunda aconteceu com a morte da mãe, e a terceira e última foi quando ele perdeu a visão e o grande amor da sua vida, Angelina Coelho de Moraes. 

Cego e sozinho, Aderaldo decide ganhar o mundo e refazer a sua vida, através das cantorias. Nunca se casou, mas, durante as suas longas viagens pelos sertões, chegou a adotar 26 filhos, criando e educando todos eles. Foram mais de 70 anos dedicados à poesia e à cantoria nordestina. Formou uma orquestra com os filhos, modernizou a cantoria, introduziu o cinema no sertão e foi também comerciante, atravessando sertões e florestas, indo até a Amazônia. 

Cego Aderaldo Construiu um legado coletivo de artes e saberes e suas contribuições são tesouros das artes populares ainda hoje. Foi Cego Aderaldo quem tirou o baião da viola, orquestrando-o e influenciando grandes artistas como Luiz Gonzaga. Na sua longa e aventurosa vida, conheceu grandes personalidades, entre elas, Padre Cícero, Rachel de Queiroz e Lampião, com as quais compartilhou a sua arte e o seu encantamento. 

Vencendo todos os obstáculos e desafios, Cego Aderaldo tornou-se um exemplo de talento, coragem e superação. De tão grande, fez-se um mito do sertão e um tesouro cultural do povo brasileiro. Cercado dos filhos, parentes, amigos e admiradores, morreu no dia 29 de junho de 1967, em Fortaleza.

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LIVRO PELAS RUAS QUE ANDEI REÚNE VIDA E OBRA DO CANTOR E COMPOSITOR ALCEU VALENÇA

“Ele jamais abriu mão da própria identidade durante toda a carreira”. A avaliação é a do jornalista carioca Julio Moura, autor do livro Pelas ruas que andei - Uma biografia de Alceu Valença (Cepe Editora), de 562 páginas. A obra sobre o artista de múltiplas influências será lançada nesta terça-feira (27), às 19h, no Paço do Frevo, no Recife.  

O evento terá a presença do biógrafo e do biografado, com acesso livre. Alceu, que vai completar 77 anos de idade na semana que vem (dia 1º), tem carreira marcada pela resistência e manutenção das raízes nordestinas. Ele é aclamado em todo o país e internacionalmente.

 A missão de contar uma história de vida e de mais de 50 anos de carreira ficou para o jornalista, que é assessor de imprensa do artista desde 2009. “Posso dizer que, desde então, penso em fazer a biografia sobre ele”, confessa Julio. 

Ele garante que Alceu deixou o escritor à vontade para fazer um mergulho independente e distanciado. “Não pediu para ler nada antes”, disse o escritor em entrevista à Agência Brasil. 

Julio explica que queria evitar um “livro de memórias”. Por isso, tinha certeza de que precisaria de certo afastamento em prol da qualidade do livro.  Foram dois anos de escrita, principalmente durante a pandemia. 

A investigação da história de Alceu foi antes de escrever e ganhou fôlego pelas conversas frequentes, pelas viagens a São Bento do Una (PE), cidade em que o artista nasceu, e para Garanhuns (PE) e Recife para traçar o complexo mosaico de influências musicais e de vida. 

“Eu tive impressões confirmadas. Ele sempre teve uma obstinação e determinação muito grandes. Por exemplo, ele participou de festivais de música importantes e não ganhou. Mas não desistiu”, revela o escritor.

Outra face menos comentada do artista e que, segundo Júlio, ilustra a obstinação de Alceu, foi a realização do filme A luneta do tempo. “Foi um filme que Alceu escreveu durante 10 anos e filmou no agreste de Pernambuco por três anos. Uma história do circo e cangaço e eu participei intensivamente”, recorda.

Julio testemunha que Alceu não para nunca. “Ele é muito intenso”, diz. Como um carnaval permanente. Influenciado pelas raízes do violeiro, da banda de pífano, do caboclinho, do baião, do frevo no Recife, do maracatu. “Ele é um dos artistas que melhor representa essa diversidade que o Nordeste tem”, acredita o biógrafo. Ele diz, ainda, que faltam biografias sobre artistas nordestinos da geração de Valença.

O saber de Alceu gera efeitos artísticos em diferentes campos. “A música Anunciação, por exemplo, é ouvida e cantada desde 1983 (há 40 anos)”. Foi cantada em momentos marcantes, como do pedido pelas Diretas Já, a partir de 1984, em que o artista se engajou. A música virou também um hino informal das jogadoras da Seleção Brasileira Feminina de Futebol, que vai disputar a Copa do Mundo.

Não são apenas pelos meios tradicionais que Alceu consegue repercussão. O escritor verificou que a internet auxiliou a garantir visibilidade para a obra do  compositor. “A música La belle de jour tem mais de 140 milhões de visualizações no Youtube. É impressionante. Não encontramos isso nem no Paul McCartney, ou Freddie Mercury, ou Stevie Wonder”, observa.

Pelas ruas que andei, nome da canção que é o título do livro, é para Júlio a música mais marcante. Funciona como metáfora de toda a caminhada do artista no Nordeste e depois no Rio de Janeiro. 

Para Alceu Valença, Julio Moura era a pessoa mais indicada para escrever a biografia. O artista garante que deixou o escritor e amigo muito à vontade para poder fazer o livro. 

“Mesmo porque era a pessoa mesmo mais indicada para isso. Há muito tempo em que ele trabalha com a gente, que viaja comigo e conheceu tudo o que aconteceu na minha vida”, afirmou Alceu em entrevista à Agência Brasil. “Ele conheceu a casa onde eu morei, parentes meus. Ele conheceu a feira de São Bento do Uma, que serviu de base para a minha música, do xote, do xaxado, do baião”.

Alceu destaca que Julio esmiuçou as influências das outras cidades brasileiras em que ele viveu, como Garanhuns, Recife, Olinda e Rio de Janeiro.

O cantor destaca que a biografia revela formação prioritária dele, que é de São Bento do Una e da Fazenda Riachão, onde nasceu. “A cultura do sertão profundo é a cultura que inspirou e fez com que existisse o Gonzagão. Eu sou da mesma cultura influenciado também por Gonzagão”,  opina. 

No Recife, Alceu viveu na rua dos Palmares, um verdadeiro caldeirão cultural de influências para ele. Moravam lá o compositor Carlos Pena Filho e o grande Nelson Ferreira (o maestro e compositor de frevo). “Por lá, passavam os maracatus de origem africana. E os blocos indígenas, os caboclinhos. O frevo de bloco, o frevo de rua, o frevo canção”. 

Alceu Valença destaca que o escritor conheceu todos os amigos dele de Olinda. “Ele tem uma memória incrível. Cada vez que eu passava por Olinda, eu ia me lembrando de alguma coisa. E ele cuidou para estar tudo ali no livro”, observa.

Além do lançamento desta terça-feira, estão programados outros dois lançamentos, um no Rio de Janeiro (Livraria Travessa do Shopping Leblon), no dia 25 de julho, e em São Paulo (Itaú Cultural) no dia 27 do mês que vem. 

A obra tem versões impressa, digital e audiolivro (disponível em audiolivro.art.br), adaptado como condições de acessibilidade e recursos extras para os fãs do formato. 

Serviço-Lançamento do livro Pelas ruas que andei - Uma biografia de Alceu Valença (Cepe Editora)

Preço: R$ 70 (livro impresso); R$ 35 (e-book); 49,90 (compra do audiolivro); R$ 20 (assinatura do audiolivro)

Recife-Quando: 27 de junho

Onde: Paço do Frevo (Praça do Arsenal da Marinha, s/n, Recife)

Horário: 19h Acesso gratuito

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IFSERTÃO/PE LANÇA EDITAL PARA O FESTIVAL DE ARTE, CULTURA E TURISMO. LUIZ GONZAGA SERÁ HOMENAGEADO

O Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE) anunciou, nesta quinta-feira (22), o lançamento do edital n.º 50/2023, destinado à seleção de atividades a serem desenvolvidas durante o Festival de Arte, Cultura e Turismo. Com o tema “Lazer, cultura e turismo: construções histórico-sociais no contexto do sertão pernambucano”, o evento é uma iniciativa Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proext) e será realizado nos dias 1 e 2 de dezembro de 2023, no município de Petrolina (PE). Nesta primeira edição do festival, será homenageado o músico pernambucano Luiz Gonzaga.

Para além da realização de um concurso artístico-cultural, organizado em sete categorias (música, artes visuais, artes cênicas, dança, cordel, gastronomia e criação de sorvetes), o edital pretende selecionar até 20 expositores para participação na feira de artesanato e produtos regionais, bem como propostas de cursos, oficinas e palestras, que integrarão a programação científica do festival. O evento contará, ainda, com uma mostra das Regiões Turísticas do Sertão de Pernambuco, que será organizada pelos coordenadores de Extensão do IFSertãoPE.

O festival é aberto à participação das comunidades interna – estudantes, servidores e profissionais contratados do IFSertãoPE – e externa, que poderão participar como ouvintes ou submeter suas propostas de atividades no período de 24 de junho a 24 de agosto de 2023. Para se inscrever, os interessados deverão preencher o formulário eletrônico e anexar a documentação necessária, conforme instruções do item 8.

Todas as informações sobre o Festival de Arte, Cultura e Turismo do IFSertãoPE, como atividades previstas e formas de participação no evento, estão disponíveis no edital n.º 50/2023, acessível nesta página.

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AUDIÊNCIA PÚBLICA DEBATE PROPOSTA DA PREFEITURA JUAZEIRO REDUZIR TAMANHO DA ÁREA PRESERVAÇÃO PERMANENTE DO RIO SÃO FRANCISCO

Movimentos sociais estão anunciando no próximo dia 28 no auditório da Univasf – Universidade Federal do Vale do São Francisco a audiência pública que vai discutir o projeto de Lei (PL), que prevê a redução do tamanho da Área de Preservação Permanente (APP) do Rio São Francisco nas áreas urbanas de Juazeiro.

Segundo o Coletivo Enxame a proposta versa sobre regulamentação de medida de 100 ou até 15 metros de margem do rio no trecho que vai desde a comunidade Quilombola de Barrinha da Conceição até a região da antiga Fazenda Mariad.

O ponto central da discussão é que, ao tempo em que o PL fala de proteger as margens – que em muitos trechos já não possui 100 metros preservados - prevê também construções e empreendimentos nessa área, os quais podem ser licenciados pela gestão municipal.

A população tem avaliado que se trata de interesses econômicos a partir da especulação imobiliária. Ou seja, em vez de reparar o erro histórico de construir condomínios e privatizar as margens dos rios, Juazeiro quer regulamentar esse crime ambiental em lei.

“Você quer mais condomínios em Juazeiro no lugar da mata ciliar do Rio São Francisco? A prefeitura quer favorecer a especulação imobiliária e para isso planeja aprovar um Projeto de Lei para reduzir a APP de 500 para 100 metros. Convidamos a população de Juazeiro a debater este assunto em audiência popular dia 28. Compareça! Divulgue e ajude a chamar mais gente!” revela a convocação dos movimentos sociais.

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NEY VITAL SACODE O FORRÓ COM BOM JORNALISMO NA RÁDIO CIDADE FM 95.7



A audiência de rádio no Brasil vem crescendo, segundo dados do Kantar IBOPE Media. A integração entre o rádio e as plataformas digitais é uma realidade que vem ganhando corpo nos últimos anos no Brasil. Se no início da ascensão digital se falava em ouvir rádio pelo site das emissoras, hoje muitas delas já contam com aplicativos e uma série de conteúdos e promoções exclusivas para os meios digitais.

Para se ter uma ideia, segundo estudo recente do Kantar Ibope Media, 89% das pessoas escutam Rádio via mobile, pelo computador, enquanto 56% segue nos receptores convencionais, em casa ou no carro.

A audiência ainda está ligada ao aparelho receptor comum, mas o ouvinte também está no computador e, principalmente, no celular. O rádio continua sendo o principal veículo de comunicação do Brasil. Aliado a rede de computadores está cada vez mais forte e líder.Na rádio Cidade AM 870 e Cidade FM 95.7, o jornalista Ney Vital apresenta o Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e Amigos.  O programa é transmitido todos os domingos,  a partir das 8hs da manhã, www.radiocidadeam870.com.br, também no instagram, YouTube.

A direção da emissora apostou na reinvenção, no projeto especial e aposta no conteúdo cultural e os resultados aparecem. O Programa NAS ASAS DA ASA BRANCA VIVA LUIZ GONZAGA e SEUS AMIGOS segue uma trilogia amparada na cultura, cidadania e informação. “É o roteiro usado para contar a história da música brasileira a partir da voz e sanfona de Luiz Gonzaga, seus amigos e seguidores”, explica Ney Vital.

O programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga é um projeto que teve início em 1990, numa rádio localizada em Araruna, Paraíba. “Em agosto de 1989 Luiz Gonzaga, o  Rei do Baião fez a passagem, partiu para o sertão da eternidade e então, naquela oportunidade, o hoje professor doutor em Ciência da literatura, Aderaldo Luciano fez o convite para participar de um programa de rádio. E até hoje continuo neste bom combate”.

O programa é o encontro da família brasileira. Ney Vital não promove rituais regionalistas, a mesquinhez saudosista dos que não se encontram com a arte e cultural, a não ser na lembrança. Ao contrário, o programa evoluiu para a forma de espaço reservado à cultura mais brasileira, universal, autêntica, descortinando um mar e sertões  de ritmos variados e escancarando a infinita capacidade criadora dos que fazem arte no Brasil.

É o conteúdo dessa autêntica expressão nacional que faz romper as barreiras regionais, esmagando as falsificações e deturpações do que costuma se fazer passar como patrimônio cultural brasileiro.

Também por este motivo no programa o sucesso pré-fabricado não toca e o modismo de mau gosto passa longe. “Existe uma desordem , inversão de valores no jornalismo e na qualidade das músicas apresentadas no rádio”, avalia Ney Vital que recebeu o título Amigo Gonzagueano Orgulho de Caruaru, e Troféu Luiz Gonzaga 2014 Exu,  recentemente em evento realizado no Espaço Cultural Asa Branca, foi um dos agraciados com o Troféu Viva Dominguinhos em Garanhuns.

Ney Vital usa a credibilidade e experiência de 30 anos atuando no rádio e tv. Nas afiliadas do Globo TV Grande Rio e São Francisco foi um dos produtores do Globo Rural, onde exibiu reportagens sobre Missa do Vaqueiro de Serrita e festa aniversário de Luiz Gonzaga e dos 500 anos do Rio São Francisco, além de dezenas de reportagens pautadas no meio ambiente do semiárido e ecologia.

Membro da Rede Brasileira de Jornalismo e Técnico em Agroecologia, Ney Vital é Formado em Jornalismo na Paraíba e com Pós-Graduação em Ensino de Comunicação Social pela UNEB/Universidade Federal do Rio Grande do Norte faz do programa um dos primeiros colocados na audiência do Vale do São Francisco, segundo as pesquisas.

O Programa Nas Asas da Asa Branca, ao abrir as portas à mais genuína música brasileira, cria um ambiente de amor e orgulho pela nossa gente, uma disseminação de admiração e confiança em nosso povo — experimentada por quem o sintoniza, dos confins do Nordeste aos nossos pampas, do Atlântico capixaba ao noroeste mato-grossense.

Ney Vital usa a memória ativa e a improvisação feita de informalidade marcando o estilo dos diálogos e entrevistas do programa. Tudo é profundo. Puro sentimento. O programa flui como uma inteligência relâmpago, certeira e  hospitaleira.

“O programa incentiva o ouvinte a buscar qualidade de vida. É um diálogo danado de arretado. As novas ferramentas da comunicação permitem ficarmos cada vez mais próximos das pessoas, através desse mundo mágico e transformador que é a sintonia via rádio”, finalizou Ney Vital.

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MÚSICOS PRESERVAN A CULTURA DA SANFONA DE 8 BAIXOS, SIMBOLO DO FORRÓ

Por trás das músicas envolventes de festa junina está um instrumento tão importante que é considerado um dos "pais" do forró: a sanfona de 8 baixos.

Foi com esse instrumento que o lendário Luiz Gonzaga começou a tocar, anos antes de fazer história na música brasileira.

Mas, sem o interesse de novas gerações, esse instrumento está entrando em processo de "extinção", segundo os maiores músicos da modalidade.

O Globo Rural foi até Pernambuco e Paraíba para entender como diferentes gerações lutam para evitar que o legado nordestino desapareça.

O programa contou com a participação do cantor e sanfoneiro Joquinha Gonzaga e do produtor cultural, Anselmo Alves.

Uma das pessoas que luta pela preservação do instrumento é Luizinho Calixto, um dos maiores músicos do Brasil e o principal instrumentista da sanfona em atividade se emocionou ao falar do futuro da sanfona de 8 Baixos.

Calixto criou o primeiro método de ensino da sanfona de 8 baixos, que ele aplica em suas aulas na Universidade Estadual da Paraíba, em Campina Grande (PB). No Teatro Municipal da cidade, a reportagem acompanhou uma homenagem emocionante a Calixto.

Outro músico de expressão que aparece conserva a tradição do instrumento é Joquinha Gonzaga, sobrinho do sanfoneiro Luiz Gonzaga, o "Rei do Baião".

Os nordestinos também são pioneiros na cidade de Santa Cruz do Capibaribe (PE), onde existe a única orquestra do mundo formada exclusivamente por tocadores da sanfona de 8 baixos.

LUIZINHO CALIXTO: A Sanfona de 8 Baixos possui toda uma tradição musical, sendo fundamental para a música nordestina e brasileira. “No Nordeste do Brasil, ela adquiriu características de afinação próprias que a tornaram diferente, detentora de um sotaque próprio, representativo da nossa cultura. Representa, além de uma tradição musical, um saber único, um jeito de conviver e festejar muito nosso, bem nordestino, e por isso, bem brasileiro também.

"É o instrumento mais difícil de tocar entre os de fole porque quando fecha uma tecla faz um som e quando abre, a mesma tecla faz outro som. É difícil encontrar quem toque a sanfoninha, mas ela foi responsável por disseminar o forró no Nordeste", explica, o sanfoneiro Luizinho Calixto, membro de uma família com tradição na música brasileira e que já escreveu dois manuais ensinando a tocar o fole pé de bode.

"Quem sabe tocar sanfona de oito baixos hoje está ficando velho, morrendo. É preciso renovar, buscar novos talentos, para a tradição não morrer". Essa é preocupação do sanfoneiro paraibano Luizinho Calixto, que percorre o País, iniciando através de palestras e oficinas crianças, jovens e adultos no instrumento, famoso nas mãos de Januário, pai de Luiz Gonzaga. 

O músico desenvolveu uma didática para facilitar o ensino, que carece de professores em todo o Nordeste. Uma dessas oficinas aconteceu em Exu, Pernambuco. A foto é uma apresentação durante o Encontro Nacional dos Gonzagueanos realizado em 2017 em Caruaru, Pernambuco.

"A sanfona de oito baixos veio da Europa com uma afinação diatônica. Quando chegou aqui no Nordeste, alguém transportou, não se sabe o porquê nem baseado em quê, a afinação para o dó-ré, que é única no mundo todo", explicou Luizinho Calixto.

Esta falta de informação sobre a sanfona de oito baixos foi um desafio que o músico teve que vencer para poder elaborar a oficina de iniciação. "Diziam que só tocava quem tinha dom ou um parente na família para ensinar. Mas criei um sistema onde cada tecla é um número. Se a tecla está pintada de vermelho, é para fechar. De azul, para abrir. Assim, os meninos olham e pronto, já saem praticando sozinhos", disse. O método foi batizado de tablatura.

 

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SÃO JOÃO NORDESTINO VIVE "CAMAROTIZAÇÃO" E PASSA A CONTAR COM ÁREAS VIP E ESTRUTURA DE FESTIVAL

Cresceu nos últimos anos um novo modelo de festejo junino no Nordeste: a “camarotização” do São João. Caracterizada pela presença de áreas fechadas prometendo exclusividade, artistas com altos cachês, seguranças e valores exorbitantes na venda de ingresso, a tradicional festa nordestina agora assume uma nova essência.

Essa mudança de perfil foi mostrada em reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo na última quinta-feira (22). Os festejos nas praças e áreas públicas ganharam maior protagonismo, movimento acompanhado de uma camarotização, com a criação de espaços vip e ares de festival.

Presente nas festas de cidades como Caruaru (PE) e Campina Grande (PB), que disputam o título simbólico de maior São João do mundo, o modelo ganhou notoriedade e passou a ser replicado em outros estados da região, em municípios de médio e pequeno porte, a exemplo de Petrolina (PE).

Em cidades como Caruaru, Arcoverde (PE) e Maceió (AL), a exploração privada de camarotes em áreas públicas chegou a ser questionada por órgãos como o Ministério Público e Tribunal de Contas.

A ‘camarotização’ resultou em críticas da população sobre a limitação de espaço disponibilizado para o público não pagante. Questionamentos sobre a contratação de empresas para a organização das festas, a localização dos camarotes e os altos valores destinados às bebidas são algumas das críticas feitas pelos frequentadores.

O modelo, por outro lado, é exaltado por prefeitos, que veem uma profissionalização das festas. A licitação dos espaços para camarotes e áreas vips é apontada como uma forma de arrecadar recursos para bancar parte dos gastos, explicou a reportagem.

Em Campina Grande, o espaços privados cresceram ao longo da última década no Parque do Povo, arena que recebe os principais shows do São João. Este ano, o local tem capacidade para 57 mil pessoas, sendo 1.200 nos camarotes e cerca de 6.800 na área vip em frente ao palco.

As entradas para as áreas de acesso gratuito têm registrado filas. Em 11 de junho, grades de proteção foram derrubadas e parte do público invadiu o parque burlando o controle no acesso. Nas redes sociais, moradores criticaram o tamanho das áreas destinadas aos não pagantes na festa.

Em nota, a prefeitura diz que a área dos camarotes é menor que em anos anteriores e que o espaço destinado ao frontstage "representa em média 20% do espaço público da área superior dos shows e é flexível, a depender do dia da atração".

Também houve uma polêmica com a redução em 20 minutos do show do cantor Flávio José, um dos mais respeitados nomes do forró. O prefeito Bruno Cunha Lima (PSD) manifestou solidariedade, mas disse que a prefeitura não tem controle sobre a ordem e duração dos shows.

A gestão da festa segue desde 2017 um modelo de parceria público-privada, no qual a prefeitura licita a organização da festa para uma empresa. Em 2023 e 2024, a responsável é a Artes Produções, vencedora da última licitação.

O modelo foi reproduzido em outras cidades paraibanas como Patos, Monteiro e Bananeiras. Nesta última, o local da festa ganhou ares de cidade cenográfica e a frente do palco foi tomada por espaços vip, com áreas com consumo livre de bebidas e camarotes com serviços de spa e salão de beleza.

O avanço dos camarotes também aconteceu nos últimos anos em Caruaru. Em 2023, a festa teve um entrave na Justiça para a liberação de um dos camarotes no Pátio de Eventos Luiz Gonzaga.

Em maio, o Ministério Público do Estado de Pernambuco pediu a suspensão da venda de ingressos do camarote Exclusive, com ingressos de até R$ 400. No início de junho, a Justiça liberou o camarote reajustando o valor pago por metro quadrado.

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Caruaru, Pedro Augusto Cavalcanti, minimizou a presença de camarotes na festa e disse que os espaços não são uma novidade.

A 116 km de Caruaru, a cidade de Vitória de Santo Antão terá um camarote privado com dois andares e uma área vip à frente do palco dos shows públicos. O perfil oficial do setor mostra que o lounge ocupará uma parte da frente do palco.

Os ingressos individuais chegam a até R$ 240 e os coletivos a R$ 8.000 (acomodam 12 pessoas). O camarote também tem banheiros e bares exclusivos, além de acesso privativo.

O vereador de oposição André Carvalho (PDT) entrou com uma petição no Tribunal de Contas do Estado indicando possíveis vínculos entre a empresa do camarote e dois servidores da prefeitura, mas ainda não há decisão sobre o tema. Procurada, a prefeitura não se manifestou.

Este formato de festa também ganhou espaço na Bahia desde 2022 em cidades como Santo Antônio de Jesus, Cruz das Almas, Senhor do Bonfim, Jequié e São Gonçalo dos Campos.

O novo formato coincide com o declínio das festas juninas privadas no estilo micareta, feitas em fazendas nos arredores das cidades e que ganharam popularidade a partir dos anos 2000. Este ano, três delas foram canceladas: o Forró do Bosque (Cruz das Almas), Forró do Piu-Piu (Amargosa) e Forró do Lago (Santo Antônio de Jesus).

Santo Antônio de Jesus, que abriga uma das festas mais tradicionais da Bahia, vai estrear o camarote no São João deste ano com ingressos entre R$ 90 e R$ 270.

A promessa é de vista privilegiada para o palco onde se apresentam nomes como Bell Marques e Lucy Alves.

O prefeito Genival Deolino (PSDB) defende o formato e diz que os recursos arrecadados com a licitação do camarote e com patrocinadores ajudam a reduzir os custos dos cofres municipais com a festa.

Em Cruz das Almas (155 km de Salvador), a festa deixou de ser feita em um bairro residencial desde o ano passado e migrou para uma área na entrada da cidade, com formato de arena, acesso controlado e camarotes nas laterais.

O prefeito Ednaldo Ribeiro (Republicanos) afirma que o novo formato reflete uma profissionalização da festa, que foi para um espaço cinco vezes maior que o anterior. O objetivo, diz, é atrair mais turistas e mantê-los na cidade durante o São João.

Na cidade de Santa Bárbara, que fez o São João antecipado no último fim de semana, a prefeitura foi alvo de críticas por instalar o camarote em uma área em frente ao cemitério. Nas redes sociais, a prefeitura celebrou o recorde de público da festa, que teve shows de Vitor Fernandes e Nadson, o Ferinha. (Folha Press-Folha de São Paulo)

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SÃO JOÃO DA PARAÍBA COMPLETA 40 ANOS

"Grande festa nordestina / forró a cada segundo / nós fazemos em Campina / O Maior São João do Mundo" foi através desta quadra que o Poeta, Ronaldo Cunha Lima definiu o São João de Campina Grande, Paraíba. Foi a alma sensível e o espírito humanista dele que permitiram esse legado eterno de valorização e preservação da cultura.

A cidade paraibana de Campina Grande está em festa neste fim de semana. O São João famoso está completando quatro décadas.

Dois milhões de pessoas vão passar por lá durante o mês de junho. Tanta gente assim contribui para movimentar a economia da região, em cerca de R$ 500 milhões, segundo a prefeitura. Foi na cidade, que tem apego à grandeza, que surgiu a festa que ficou conhecida como “O maior São João do mundo” - mas nem sempre foi assim.

Essa história começou há 40 anos e foi ideia de um funcionário público.

“Você está pedindo uma festa com duração de 30 dias? Você não pediu um São João diferente? Então, não existe no mundo uma festa com essa duração. Vai ser o Maior São João do Mundo”, conta Eraldo César, ex-diretor de recreação.

Nos primeiros anos, o palco era um caminhão. Em 1986 foi construída a Pirâmide, no Parque do Povo, abrigando forrozeiros e o palco. O músico Capilé participa da festa há 38 anos.

“A cidade vestiu a camisa do São João. Em 1986, com a criação da Pirâmide, você não tem noção. Eu para sair do Parque do Povo foi um corredor humano de polícia para gente sair. Foi ali que eu disse, agora eu sou um artista”, lembra o cantor.

A festa ganhou novos palcos, cidade cenográfica e espaço para os espetáculos promovidos pelas quadrilhas. Ainda tem as ilhas de forró. Quem visita Campina Grande tem várias opções. Dá para dançar o tradicional forró pé de serra nas ilhas. Mas a festa também acolhe outros ritmos e reúne multidões.

Há pelo menos 30 anos, no dia 23 de junho, o compromisso de Elba Ramalho é o mesmo: o palco principal do Parque do Povo.

“É uma festa de muita tradição. Ela vem da infância, eu nasci no sertão. Sou filha do sertão. Eu aprendi a dançar forró, a gostar, a acender a fogueira. É a festa da família. Todo mundo sai de onde está aí vai para aquele ponto encontrar e ficar todo mundo junto”, celebra a cantora Elba Ramalho.
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CANTORA COMPOSITORA ANASTÁCIA E DANIEL GONZAGA SE EMOCIONAL NA EXPOSIÇÃO DO LIVRO LUIZ GONZAGA 110 ANOS DO NASCIMENTO

A cantora e compositora Anastácia e Daniel Gonzaga prestigiaram com visita a exposição do livro “Luiz Gonzaga 110 anos do Nascimento”. Na noite de ontem (20), o autor do livro Paulo Vanderley, realizou a palestra e bate-papo especial “Causos de Seu Luiz”.

Anastácia é a principal parceira do saudoso Dominguinhos em centenas de composições. Daniel Gonzaga é cantor e compositor, junto com Anastácia é um dos principais nomes da música brasileira. Daniel é filho de Gonzaguinha. A noite foi marcada pela emoção. "Assim como o livro, a exposição traz momentos emocionantes de Luiz Gonzaga e o melhor de tudo: é ótima para passar nossa cultura de forma lúdica aos nossos filhos. Esse livro é material indispensável de pesquisa e é fonte de estudos e obrigatória", declarou Daniel Gonzaga.

O evento aconteceu na Praça de Eventos do mall, espaço onde está em cartaz a exposição de mesmo nome, até o dia 28 de junho. Vanderley conta ao público momentos da vida do Rei do Baião, com apresentação de fotos raras, falar sobre o processo criativo do livro e muito mais.  O acesso à palestra e exposição é gratuito. 

A obra “Luiz Gonzaga 110 anos do Nascimento” é resultado de 31 anos dedicados à pesquisa da musicalidade e universo gonzagueano por Paulo Vanderley, com o objetivo de democratizar e compartilhar a história e a arte do Rei do Baião. Com quase 500 páginas, o livro é contado em primeira pessoa, pelo próprio Luiz Gonzaga, por meio da transcrição de trechos garimpados minuciosamente de mais de 100 entrevistas de rádio, TV, apresentações e, ainda, de bate-papos informais que foram gravados. Todos os áudios e imagens das transcrições estão disponibilizados para o leitor por meio de QR codes dispostos pelas páginas do livro. 
O livro, da editora ViuCine, faz parte de um box, que traz também um post colecionável, carteira e dentro dela, retrato 3x4 do artista, réplica de documento de carro e uma cédula de 110 gonzagas. Tem até a réplica do cartão ouro do Banco do Brasil, encartes, todas as capas de todos os LPs em tamanho original, capas dos compactos e contratos de shows. 

O box completo pode ser adquirido no local da exposição, no Shopping Tacaruna, ou através do site https://110anos.luizluagonzaga.com.br, no valor de R$ 330,00 ou a edição simples do livro que custa R$ 180,00.

A exposição com 350m² reúne uma parte da coleção pessoal de Paulo Vanderley e é inédita. Alguns itens do acervo do colecionador já estiveram na produção de cena e figurino de filmes e séries sobre a vida do Rei do Baião. Nesse momento, Paulo exibe em média 100 artigos originais e inéditos da carreira e vida pessoal do artista. Entre eles, fotos originais do acervo pessoal de Luiz Gonzaga; caixa do box “50 anos de Chão”, autografado pelo artista em fevereiro de 1988; entrevista manuscrita a uma revista de Luxemburgo, nos anos 1970; documento original do carro de Gonzaga (modelo Furglaine, da Ford); cartão de crédito original do Banco do Brasil; exemplares de revistas dos anos 1950, contendo matérias sobre o artista (Revista do Rádio, Radiolândia, O Cruzeiro, entre outras); 44 LPs de carreira, de 1958 a 1989, e 1 disco de 78 RPM, de 1947, contendo a faixa do clássico “Asa Branca”.

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SECRETARIA DE SAÚDE ABRE POLO EXTRA DE VACINAÇÃO DURANTE SÃO JOÃO DE PETROLINA

Devido às baixas temperaturas e o aumento do surgimento das síndromes gripais, a Prefeitura de Petrolina, através da Secretaria de Saúde, montou uma estratégia para ampliar a oferta da vacinação contra a Covid-19 e Influenza e manter a população protegida para curtir os festejos juninos.

A partir dessa sexta-feira (16) até o dia 25 de junho, uma equipe estará de segunda-feira a sábado, das 16h às 20h, e no domingo das 8h às 10h e 16h às 20h, na Orla de Petrolina imunizando toda a população. Isso vale para as crianças, adultos e idosos, como também para os turistas que desejarem atualizar a caderneta de vacinação.

Para receber as doses, basta levar o documento de identificação com foto, cartão SUS ou CPF e o cartão de vacinação. A secretária executiva de Vigilância em Saúde, Marlene Leandro, explica que essa estratégia é mais uma adotada pela Secretaria com o intuito de ampliar a proteção da população. “Ao longo dos anos estamos em buscar estratégias para facilitar o acesso a vacinação da população. Esse polo extra será para os petrolineses que estão com as vacinas em atraso e para os turistas que vêm festejar conosco. Gosto sempre de destacar que a vacinação é a única forma de prevenir possíveis complicações pelo vírus da gripe e Covid-19”, destaca. (Fonte Ascom Petrolina)

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CÂMARA DOS DEPUTADOS APROVA REGIME DE URGÊNCIA PARA A LEI LUIZ GONZAGA

Com 278 votos, a Câmara dos Deputados aprovou, na terça-feira (20), o regime de urgência para o Projeto de Lei 3083/2023 (Lei Luiz Gonzaga), de autoria do deputado federal Fernando Rodolfo (PL-PE). Feita em parceria com representantes da classe artística, a matéria estipula que 80% das verbas públicas de festas juninas deverão ser destinadas para a contratação de artistas, bandas e expressões ligadas ao forró e à cultura regional. Agora, o presidente da Casa, Arthur Lira, deverá marcar a votação do projeto para os próximos dias.

"A Câmara deu hoje um reconhecimento expressivo à cultura popular e aos seus artistas. Aprovamos a urgência e vamos trabalhar para ampliar os votos quando a matéria principal for à Plenário. Conseguimos uma tramitação exemplar, pois o tema merecia, e era de nosso interesse provocar a discussão ainda neste período junino, na semana do São João. Vamos resgatar as tradições das festas, garantindo que elas não sejam descaracterizadas como vem ocorrendo em algumas cidades. Mais um passo foi dado e estamos mais perto", declarou Fernando Rodolfo.

Mais cedo, o autor do projeto levou uma comitiva de artistas para a residência oficial de Arthur Lira. No encontro, os cantores Santana, Alcymar Monteiro e Targino Gondim e a banda Fulô de Mandacaru ressaltaram a importância da Lei Luiz Gonzaga, e receberam sinal positivo de Lira para a votação. O projeto foi incluído na ordem do dia e contou com muitas manifestações favoráveis em plenário.

"Foi um grande passo. Estamos mais próximos, vamos aguardar a votação definitiva para mobilizar ainda mais artistas para sensibilizar os parlamentares da importância do forró, que é patrimônio imaterial do Brasil. Tenho certeza de que passará, assim como será no Senado e na sanção presidencial. O São João de 2024 será um resgate às tradições, com a homenagem ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga, pois sem ele não teríamos a força dessa expressão cultural", destacou Armandinho do Acordeon, da Fulô de Mandacaru e um dos que contribuíram para a elaboração do projeto.


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DOCUMENTÁRIO RETRATA A LIDA DE MULHERES EXTRATIVISTAS DO PEQUI NA CHAPADA DO ARARIPE

O pequi, fruto do pequizeiro, é nativo do Cerrado, típico na Chapada do Araripe, e bastante popular para a culinária local e medicina popular. A extração do óleo permite o uso como condimento no preparo de comidas, além de conter efeitos medicinais. É utilizado também para fazer molhos e cosméticos. 

O extrativismo do fruto, que corre perigo de extinção, é cultural na vida de mulheres sertanejas da região do Cariri cearense, onde a produção ajuda a garantir renda para as famílias das comunidades dos arredores. Essa relação entre as mulheres extrativistas e o fruto, assim como a lida delas na coleta do pequi e seus aspectos culturais se tornou inspiração para o documentário ‘Caryocar Coriaceum – Piqui e as mulheres da Chapada do Araripe’.

O filme é um trabalho de pesquisa e registro audiovisual que traz à tona a lida das mulheres nas áreas onde o pequi sempre fez-se abundante, mas hoje encontra-se em extinção por causa da devastação da Floresta do Araripe. O material parte do dia a dia das comunidades na Chapada do Araripe e territórios quilombolas que sobrevivem dessa colheita e onde famílias se instalam durante alguns meses, todos os anos, para colher, produzir o óleo e vender o fruto.

A iniciativa faz parte do Projeto Ponto de Cultura ABCVATÁ, com produção executiva da coreógrafa e produtora cultural Valéria Pinheiro, tendo ainda na equipe o cineasta e professor Marcelo Paes de Carvalho e a fotógrafa cearense e hoje residente na Espanha, Adriana Pimentel. O documentário busca levar seus espectadores a paisagens únicas com o objetivo de acompanhar a luta diária de mulheres que fazem do fruto fonte de renda. Além disso, o material induz a reflexão sobre os processos sociais envolvidos nessa prática, e acima de tudo, nos encanta com as personagens riquíssimas em histórias encontradas nesses territórios.

O documentário traz como norteadora da narrativa a relação das personagens com a cultura local e as memórias afetivas do fazer artístico dessas mulheres que relatam as lembranças da rotina diária,  das alegrias, das cantorias e dos desafios de caminhar léguas para “caçar” o pequi. O projeto evidencia os elementos culturais da narrativa entrelaçada com a lida do campo e traz como exemplo dessa riqueza cultural as músicas cantadas por essas mulheres durante suas atividades, como o coco, as “modinhas” e outras músicas passadas de geração para geração. 

Para a coreógrafa e produtora cultural Valéria Pinheiro, falar sobre as mulheres catadoras de pequi da Chapada do Araripe é como voltar à sua  ancestralidade. Seus  avós são da Chapada do Araripe e sua avó, em algum momento da vida, foi catadora de pequi. Ela conta que  sua inspiração teve início quando, em 2018, voltou a morar no sertão.

“Comecei a buscar coisas que estavam diretamente relacionadas aos meus pais e meus avós. E, numa dessas vezes que eu subi a serra, eu encontrei um quilombo onde, na minha infância, andei muito de cavalo. Comecei a conversar com essas mulheres e a entender que ali as bases das famílias provém das mulheres e muitas delas são catadoras de pequi. Enquanto isso, vinha vendo uma devastação absurda na Chapada do Araripe, onde os pequizeiros estão sendo dizimados”, detalha.

E completa: “comecei a buscar a rota do pequi desde a extração até chegar no mercado de Juazeiro do Norte, na Rua São Paulo, onde as  mulheres vendem. A inspiração para o documentário nasceu aí.  O que buscamos com este filme é mostrar que a principal fonte de renda dessas famílias que dependem do pequi está sendo devastada e substituída por pastos de grandes fazendeiros”.

Francisca Soares da Silva é uma dessas mulheres que dedica a vida ao extrativismo do Pequi. Ela lamenta ter que se desfazer dos pequizeiros em um terreno na região onde casas serão construídas:  “Enquanto eu tiver aqui nesse mundo, eu não gostaria não de ver nenhuma máquina passando por cima de um pequizeiro desse não, vai doer muito em mim”. Além disso, dona Francisca observa que ao longo dos anos a produção vem diminuindo:

“Teve ano que cheguei a tirar daqui de baixo 2.000, 2.500 caroço de pequi, num dia, hoje não. No ano passado mesmo, mas que a gente juntou num dia foi um milheiro (…) E esse ano tá mais fraco ainda. Aí assim, é muita diferença, eu não sei se é devido a poluição do tempo,  que tem feito isso com o nosso pequi.”

O cineasta Marcelo Paes relembra que para ele essa foi uma experiência muito forte: “entender e conhecer a luta dessas mulheres que têm na colheita (que elas chamam curiosamente de “caça”) do pequi seu principal meio de sustento. Soma-se a isso os cenários deslumbrantes e a energia inexplicável que brota da terra daquela região da Chapada do Araripe, pela qual eu sou apaixonado… Foi uma experiência muito forte para além do audiovisual, mas para dentro dos terreiros, para dentro das casas das pessoas que dividiram seus sofás e suas redes para nós dormirmos e se desnudaram ali, diante das câmeras, de forma tão simples, mas ao mesmo tempo tão poderosa e verdadeira”.

A fotógrafa e jornalista Adriana Pimentel, também colaboradora da Eco Nordeste, apesar de já viver há muitos anos em Barcelona, na Espanha, cresceu no Cariri cearense, muito próxima à cultura do pequi.  Esse trabalho lhe trouxe a oportunidade de voltar ao Brasil para retratar a história dessas mulheres na lida da coleta do fruto.

“É um fruto que eu amo e que convivo desde criança. Estar nessas comunidades conhecer as histórias dessas senhoras me trouxe muitos aprendizados. Eu conhecia o pequi, mas não conhecia essa realidade das mulheres que coletam. Ver a importância desse fruto  para essas famílias e ver que essa cultura passa de geração para geração foi algo que me trouxe muitas emoções, por ver a vida simples do campo, a vida real dessas mulheres e a alegria que elas têm em fazer esse trabalho. Foi gratificante conhecer essas histórias e exercitar o meu olhar fotográfico com toda essa riqueza e beleza, esse colorido em meio ao amarelo forte do pequi”, relata.

A produção começou a ser pensada em 2020 e em 2022 foi beneficiada com o apoio do Edital Cultura Viva, para Pontos de Cultura certificados da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará. As gravações foram realizadas nos municípios cearenses de Crato e Porteiras. O pré-lançamento foi na última semana, no Quilombo dos Sousas, na zona rural de Porteiras (CE). A partir deste dia 15 de junho, o filme estará disponível no canal do YouTube do Ponto de Cultura ABCVATÁ e no site https://www.teatrodasmarias.com/. (Fonte: site agencia eco Nordeste)

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AUTOR DE LIVRO LUIZ GONZAGA 110 ANOS DO NASCIMENTO REALIZA PALESTRA NESTA TERÇA-FEIRA (20)

O autor do livro “Luiz Gonzaga 110 anos do Nascimento”, Paulo Vanderley, virá ao Recife novamente, para a palestra e bate-papo especial “Causos de Seu Luiz”, no Shopping Tacaruna, no dia 20 de junho, às 19h30. O evento acontece na Praça de Eventos do mall, espaço onde está em cartaz a exposição de mesmo nome, até o dia 28 de junho. Vanderley vai contar ao público momentos da vida do Rei do Baião, com apresentação de fotos raras, falar sobre o processo criativo do livro e muito mais. Também haverá uma sessão de autógrafos da obra. O acesso à palestra e exposição é gratuito. 

A obra “Luiz Gonzaga 110 anos do Nascimento” é resultado de 31 anos dedicados à pesquisa da musicalidade e universo gonzagueano por Paulo Vanderley, com o objetivo de democratizar e compartilhar a história e a arte do Rei do Baião. Com quase 500 páginas, o livro é contado em primeira pessoa, pelo próprio Luiz Gonzaga, por meio da transcrição de trechos garimpados minuciosamente de mais de 100 entrevistas de rádio, TV, apresentações e, ainda, de bate-papos informais que foram gravados. Todos os áudios e imagens das transcrições estão disponibilizados para o leitor por meio de QR codes dispostos pelas páginas do livro. 

O livro, da editora ViuCine, faz parte de um box, que traz também um post colecionável, carteira e dentro dela, retrato 3x4 do artista, réplica de documento de carro e uma cédula de 110 gonzagas. Tem até a réplica do cartão ouro do Banco do Brasil, encartes, todas as capas de todos os LPs em tamanho original, capas dos compactos e contratos de shows. 

O box completo pode ser adquirido no local da exposição, no Shopping Tacaruna, ou através do site https://110anos.luizluagonzaga.com.br, no valor de R$ 330,00 ou a edição simples do livro que custa R$ 180,00.

A exposição com 350m² reúne uma parte da coleção pessoal de Paulo Vanderley e é inédita. Alguns itens do acervo do colecionador já estiveram na produção de cena e figurino de filmes e séries sobre a vida do Rei do Baião. Nesse momento, Paulo exibe em média 100 artigos originais e inéditos da carreira e vida pessoal do artista. Entre eles, fotos originais do acervo pessoal de Luiz Gonzaga; caixa do box “50 anos de Chão”, autografado pelo artista em fevereiro de 1988; entrevista manuscrita a uma revista de Luxemburgo, nos anos 1970; documento original do carro de Gonzaga (modelo Furglaine, da Ford); cartão de crédito original do Banco do Brasil; exemplares de revistas dos anos 1950, contendo matérias sobre o artista (Revista do Rádio, Radiolândia, O Cruzeiro, entre outras); 44 LPs de carreira, de 1958 a 1989, e 1 disco de 78 RPM, de 1947, contendo a faixa do clássico “Asa Branca”.

Serviço: Palestra “Causos de Seu Luiz”, com Paulo Vanderley, autor do livro “Luiz Gonzaga 110 anos do Nascimento”

Shopping Tacaruna, 20 de junho (terça-feira), às 19h30

Acesso gratuito

Maiores informações, acesse www.shoppingtacaruna.com.br

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CANTORA E COMPOSITORA ANASTÁCIA NO GIRO NORDESTE DESTA TERÇA-FEIRA (20)

O Giro Nordeste desta terça-feira (20), na TVE, recebe a incomparável forrozeira Anastácia. A trajetória artística, suas composições, parcerias e o seu novo trabalho com Daniel Gonzaga são alguns dos temas a serem comentados. A atração semanal começa às 19h, e entrevista personalidades nordestinas e nacionais com a participação de jornalistas das emissoras públicas de TV e rádio do Nordeste.

Com mais de 70 anos de carreira, Anastácia acumula mais de 600 composições da sua autoria. Viveu por 12 anos com Dominguinhos e, juntos, formaram uma das maiores duplas de compositores brasileiros. Um dos frutos dessa união é o sucesso 'Eu só quero um xodó', que já foi regravado mais de 400 vezes em diferentes partes do mundo. O álbum 'Daquele Jeito', lançado em 2017, fez com que a artista concorresse ao Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Música Raiz em Língua Portuguesa.

Ao vivo, o programa Giro Nordeste é ancorado por Juraci Santana, jornalista da TVE Bahia, com a participação de jornalistas de outros estados. Além da Bahia, o Giro Nordeste também é exibido em Sergipe, Ceará, Alagoas, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte, São Paulo e Espírito Santo.

O telespectador poderá acompanhar o programa ao vivo pela internet através do Youtube, Facebook e Twitter da TVE Bahia. Para interagir nas suas redes sociais, basta utilizar a hashtag #GiroNordeste.

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Serviço: Anastácia no Giro Nordeste

Terça-feira, 20 de junho, às 19h

Ao vivo na TVE, Facebook.com/tvebahia, Youtube.com/tvebahia e Twitter.com/tvebahia

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APÓS ROUBO A SANFONA DE FORROZEIRO BAIANA PRESENTEADA POR LUIZ LUIZ GONZAGA É RECUPERADA

A sanfona do músico baiano Baio do Acordeon, que recebeu o instrumento de presente de Luiz Gonzaga, em 1974, foi recuperada na última sexta-feira (16), em Feira de Santana, a cerca de 100 quilômetros de Salvador.

O equipamento havia sido furtado no camarim de um evento durante a apresentação da banda Bambas do Nordeste, na cidade, na última quarta-feira (14).

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), policiais militares identificaram o autor do furto, após análises de câmeras de segurança.

Ainda de acordo com a SSP-BA, o suspeito foi conduzido até a Central de Flagrantes de Sobradinho e contou onde estava guardada a sanfona.

Em seguida, equipes das polícias Militar e Civil foram até o imóvel indicado e encontraram o instrumento.

A sanfona recuperada tem 80 baixos, é branca e conta com a frase "Oferta do Rei do Baião" escrita na cor vermelha. Além do valor histórico, a sanfona tem um valor sentimental para Baio do Acordeon, porque foi um presente de Gonzagão.

Baio do Acordeon conheceu Luiz Gonzaga quando era adolescente e o artista fez um show em Feira de Santana. Anos depois, os dois chegaram a fazer shows juntos.

Baio do Acordeon participou da Batalha de Sanfoneiros, quadro do Jornal da Manhã, programa da TV Bahia. O artista disputou vaga na final, mas não se classificou. O título ficou com o sanfoneiro Dio do Acordeon, de Vitória da Conquista.

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PODER PÚBLICO TEM OBRIGAÇÃO DE MANTER A CULTURA VIVA

Quadrilhas juninas da BA enfrentam dificuldades para preservar tradição por falta de apoio: 'poder público tem obrigação de manter a cultura viva'

"Grandes óperas juninas". É com esse termo que alguns participantes de quadrilhas baianas definem os tradicionais grupos nordestinos, que levam ao público espetáculos de danças e músicas, cores e brilho, sobretudo nesta época do ano. Contudo, manter as raízes vivas tem sido um desafio crescente.

Atualmente, 160 quadrilhas são vinculadas à Federação Baiana de Quadrilhas Juninas (Febaq). Desse total, cerca de 90 estão em atividade, ou seja, pouco mais da metade tem se apresentado no São João 2023, nos 417 municípios do estado.

Segundo Carlos Oliveira, presidente da entidade, as medidas restritivas impostas pela pandemia de Covid-19 causou grande impacto no setor, e muitos grupos não conseguiram retornar ao cenário. Entretanto, mesmo antes de 2020, as quadrilhas já enfrentavam dificuldades para sobreviver, e esta situação tem piorado com o passar do tempo.

Conforme ele, pouquíssimas quadrilhas recebem apoio financeiro. "Quem deve oferecer um suporte às quadrilhas juninas é o poder público, porque ele tem obrigação de manter a cultura viva. Porém, a maioria dos municípios não enxerga dessa maneira e não há um fomento para que as equipes se mantenham em atividade", reclamou.

O presidente da Febaq ainda criticou o investimento alto de prefeituras baianas em shows de artistas durante o período junino, enquanto as quadrilhas recebem "valores irrisórios". "É uma situação muito revoltante, não só para os 'quadrilheiros' como para a própria sociedade, quando vem uma prefeitura gastar cerca de R$ 200 mil, R$ 300 mil, R$ 500 mil ou R$ 700 mil com um artista, que só vai chegar ali na cidade, cantar por 1h20 e depois vai embora".

Cenário, coreografia, figurino, composição musical e muita pesquisa para construção de enredo antecedem as apresentações das tradicionais quadrilhas nordestinas. Carlos, da Febaq, comparou este trabalho ao das escolas de samba do carnaval carioca, devido à toda a preparação exigida.

"É contratado um historiador para pesquisar toda a temática; depois é contratado um diretor musical, para que ele comece a fazer as músicas em cima da temática. Também é contratado figurinista para fazer o figurino em cima da temática; um coreógrafo, enfim, a quadrilha junina tem o mesmo segmento das escolas de samba", comparou.

As diferenças entre uma quadrilha junina e uma escola de samba, segundo ele, estão no quantitativo de gente envolvida na operação (nas quadrilhas, são pouco mais de 100 pessoas) e nas condições financeiras. "Uma escola de samba tem mais de 3 mil pessoas e recebe mais investimento do poder público e do poder privado, as empresas abraçam os projetos", afirmou.

"Mesmo assim, com menos gente, o espetáculo da quadrilha junina, que dura em torno de 30 minutos, se equipara a 1h15 de uma escola de samba. Não estou exagerando, não. É isso aí".

Os espetáculos acontecem, majoritariamente, no mês de junho, no entanto, os preparativos começam cerca de sete meses antes, em novembro do ano anterior.

O coreógrafo Leandro Oliveira, que atua na Cia da Ilha, vencedora do Campeonato Estadual de Quadrilhas Juninas pelo terceiro ano consecutivo, disse que as reuniões no fim do ano são para definir tema, organizar cronograma e fechar a equipe. A partir de janeiro, começam os ensaios, que são intensificados entre abril e maio.

Mesmo para quem tem destaque no cenário estadual, como é o caso da Cia da Ilha, que este ano foi convidada para se apresentar em várias cidades brasileiras, as finanças são um problema.

Segundo Leandro, a Cia da Ilha faz parte de um projeto de arte-educação da prefeitura de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, e recebe um aporte financeiro que ajuda a "colocar a quadrilha na rua" e estimula outros jovens a manterem viva a tradição.

Ainda assim, o coreógrafo afirma que o valor não é suficiente para tudo, e o grupo necessita de um investimento mais alto para viabilizar a participação em outros campeonatos, fora da Bahia.

"A gente queria um espetáculo um pouco maior, com mais recursos, para se tornar mais competitivo, na intenção de competir fora do estado. As quadrilhas lá de fora são realmente muito grandes. Então, a gente faz rifas, faz eventos, com o intuito de aumentar os recursos".

Quando não estão nos preparativos para as apresentações, muitas quadrilhas se dedicam a trabalhos sociais. "As quadrilhas estão dentro das comunidades, fazendo com que os jovens se ocupem, não só através de trabalho coletivo, como também ocupando as mentes desses jovens, que aprendem a socializar, a seguir um direcionamento, a trabalhar em equipe, aprendem o que é disciplina", disse Carlos.

"Quadrilha é lugar de produção de conhecimento, de socialização, de troca de informação. Então é a preservação da cultura e, também, uma grande ferramenta de educação para as pessoas para o nosso contexto social", destacou.

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ARTIGO: POTENCIALIDADES DO SEMIÁRIDO PARA A AGRICULTURA BRASILEIRA

O Semiárido brasileiro tem características muito desafiadoras. A maioria dos seus municípios apresenta pluviosidade inferior a 800 mm anuais. A evapotranspiração é, em média, de 2000 mm ao ano, superando a precipitação em praticamente três vezes. Nessa perspectiva, é possível analisar o tamanho do desafio que é promover o desenvolvimento da agropecuária na região. O compromisso de contribuir para uma realidade produtiva que permita evolução nos indicadores socioeconômicos atuais impulsiona a pesquisa para o desenvolvimento de soluções tecnológicas adaptadas à condição local, gerando incrementos de produtividade e oportunidade de renda.

Na região, convivem duas agropecuárias: uma tipicamente dependente de chuva e outra que utiliza a irrigação das águas do Rio São Francisco como motor que impulsiona a economia e o desenvolvimento social. Nesses dois espaços, há diferentes atividades sendo desenvolvidas e atendendo ao público diverso do Semiárido.

Para as áreas dependentes de chuva, a pecuária é um elemento importante, sendo a caprinovinocultura sua atividade principal. Cerca de 30% do rebanho caprino nacional está localizado no Semiárido, a maior parte em propriedades de agricultores familiares. Há também microrregiões que têm uma pecuária bovina de bastante relevância e bacias leiteiras consolidadas, que movimentam a economia, em especial, no limite entre o Semiárido e o litoral - o Agreste. Nestas microrregiões, onde a precipitação pluviométrica é relativamente maior, instalou-se e vem crescendo a agroindústria de produtos derivados de leite.

No segundo contexto, a agricultura irrigada trouxe a possibilidade de desenvolvimento de uma fruticultura sólida, em que os avanços tecnológicos notavelmente promovem a evolução contínua das cadeias produtivas, com destaque para três delas: melão, uva e manga. A dimensão dessa realidade, amparada pela irrigação e pelas tecnologias que lhe são associadas, é estimada quando se constata seu crescimento em poucas décadas. Os avanços ressaltam a diversificação da produção, que tornou a fruticultura do Semiárido competitiva diante do mercado nacional e internacional, trazendo um crescimento fantástico para alguns pólos de irrigação no Nordeste.

Hoje, a fruticultura irrigada está consolidada no Vale do São Francisco, em Petrolina (PE), Juazeiro (BA) e municípios do entorno; no pólo Assu-Mossoró, no Rio Grande do Norte, e também em polos do Ceará e de outras microrregiões da Bahia. O mundo reconhece a qualidade da fruta brasileira que é exportada, sendo um diferencial da capacidade produtiva da região Nordeste. Isso tudo apresenta o amplo potencial para aprimorar, crescer e tornar o Semiárido ainda mais importante para a economia nacional.

Mesmo nas regiões dependentes de chuva, tem-se uma agricultura dinâmica e, ao mesmo tempo, limitada pelos ciclos de chuva. O principal desafio, nesse caso, é a própria indisponibilidade de água, que impõe o planejamento da produção e a necessidade de adoção de estratégias de armazenamento e de uso dessa água para torná-la disponível por mais tempo.

São, dessa forma, desafios que têm escalas diferentes quando se considera as atividades da agricultura irrigada e os trabalhos desenvolvidos para a agricultura dependente de chuva, em que o fator água é o determinante de sucesso para a produção. Para que o período de disponibilidade dessa água possa ser estendido, é preciso planejar e atrelar tecnologias de captação para suplementar as limitações hídricas ao longo da produção, em culturas como o feijão-caupi, milho, mandioca e outras que refletem a diversidade de alimentos que a região Nordeste é capaz de produzir e disponibilizar para o resto do país.

O risco de perda de safras, em função da ocorrência de ciclos de seca da região, é altíssimo, mas, com estratégias e com políticas adequadas é possível amenizá-los e ampliar a importância da região para agricultura brasileira nas suas diferentes possibilidades e extratos sociais, fortalecendo as unidades familiares e as empresas absorvedoras de mão-de-obra.

Maria Auxiliadora Coêlho, Chefe-geral da Embrapa Semiárido

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"NÃO FOI MILAGRE, FOI SABEDORIA ANCESTRAL DO NOSSO POVO", DIZ LÍDER INDÍGENA WITOTO

O que salvou as quatro crianças que sobreviveram na selva amazônica colombiana por 40 dias não foi um milagre, mas sim "a força do conhecimento e da sabedoria ancestral" do povo hitoto, afirma a brasileira Vanda Witoto.

Ela é líder indígena do povo witoto, etnia da qual fazem parte os irmãos resgatados após a queda do avião em que viajavam - na Colômbia, a etnia é comumente chada de hitoto.

Vanda considera os hitoto da Colômbia seus "parentes", apesar da distância. De origem colombiana, a etnia está no Brasil desde a década de 1930, quando os indígenas fugiram das perseguições no país vizinho.

Vanda conta que seus bisavós estavam entre os que deixaram o território original do povo para trás. "Mas ainda nos vemos como parentes, pois a fronteira não cortou nossos laços", diz.

A técnica de enfermagem é professora voluntária na comunidade Parque das Tribos, em Manaus, e afirma que a autonomia, o conhecimento sobre o manejo da floresta e a busca por alimentos na selva são ensinados às crianças indígenas desde muito cedo por meio do convívio em comunidade.

"A educação se dá no cotidiano e na observação dos fazeres dos mais velhos. Desde cedo, as crianças são levadas para a roça e aprendem como cuidar e manejar a natureza, quais folhas, frutas e raízes podem comer ou como procurar rios, pescar e confeccionar instrumentos básicos", diz a líder indígena.

"Por isso, não consideramos um milagre a sobrevivência das crianças hitoto na Colômbia. Foi a força da espiritualidade, do conhecimento e da sabedoria ancestral do nosso povo que as manteve vivas."

Os irmãos de 14, 9, 4 e um ano sobreviveram à queda do avião de pequeno porte em que viajavam com a mãe e outros dois adultos em 1º de maio.

Todos os adultos morreram e eles ficaram sozinhos na selva até a última sexta-feira (9/6), quando foram encontrados pelo Exército após uma intensa busca.

Segundo Vanda Witoto, em sua cultura, a transmissão de conhecimentos não acontece na escola tradicional, mas na convivência com os pais e avós e com a natureza. "Por isso é tão importante garantir o direito à terra", diz.

"Se hoje temos a condição de continuar existindo mesmo diante de toda a violência estrutural que enfrentamos, não só no Brasil, mas em toda a América, é por conta da força da nossa relação com a floresta, com os rios e com a terra."

Como professora voluntária no bairro indígena Parque das Tribos, Vanda afirma que trabalha a preservação da cultura e da sabedoria ancestral.

"Nós indígenas costumamos ter muito baixa autoestima de ser quem somos por conta do preconceito. Então, trabalhamos a valorização da identidade indígena, das nossas línguas e história com as crianças", afirma.

Nativos da Colômbia, os witoto se deslocaram para o Peru e o Brasil para fugir da violência enfrentada em seu território original, advinda principalmente da exploração da borracha na região e da ação de guerrilhas como a extinta Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

A grafia do nome do povo varia conforme o país - na Colômbia são hitoto e no Peru, uitoto - mas os costumes mantidos pela etnia são os mesmos em todos os locais.

No Brasil, o povo witoto vive no Estado do Amazonas, principalmente no Alto Solimões, na região da tríplice fronteira com Peru e Colômbia.

A região abriga atualmente cerca de três aldeias com mais de 150 famílias, que vivem da caça, da pesca e do extrativismo.

Outros indígenas da etnia também vivem no Parque das Tribos, como é o caso de Vanda Witoto.

"Meus bisavós fugiram da Colômbia de canoa e se instalaram no Brasil", conta.

"Nós nos distanciamos do nosso território ancestral, mas, em 2021, fizemos o primeiro encontro entre os witoto do Brasil e da Colômbia em cem anos."

Vanda diz que a mãe das crianças, que morreu no acidente de avião na Colômbia, é parente de uma tia sua que vive em Bogotá, capital da Colômbia.

"Na verdade, dizemos que todos somos parentes, apesar de não compartilharmos necessariamente vínculos de sangue."

Vanda conta ainda que, durante as buscas pelas crianças na selva amazônica, todos do povo se juntaram em um movimento espiritual para que fossem encontradas.

"Os povos originários seguram o céu. Nós fazemos isso a partir das medicinas tradicionais, da espiritualidade e da relação com a floresta."

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UNIVASF TERÁ CURSO DE MESTRADO EM POLÍTICA, CULTURA E MEIO AMBIENTE

A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) oferecerá à comunidade mais um curso de pós-graduação: o mestrado em Política, Cultura e Ambiente (PoCAm). O curso, que tem caráter acadêmico na área de Antropologia, será binucleado com oferta nos campi Juazeiro (BA) e Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato (PI). O resultado foi publicado na última quarta-feira (7), pela Diretoria de Avaliação (DAV) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

O PoCAm cobrirá uma demanda produzida pelas Instituições de Ensino Superior (IES) da região, particularmente pelos cursos de Antropologia e Ciências Sociais da Univasf. O novo Mestrado propõe uma formação baseada no estudo das relações políticas, culturais e ambientais que constituíram o semiárido brasileiro. O curso, apesar de ser disciplinar na área de Antropologia,  incentiva uma interdisciplinaridade em diversas áreas das Ciências Humanas e das Ciências Sociais Aplicadas, como Sociologia, Estudos Latino-Americanos, Demografia, Administração Pública, Musicologia, Arqueologia e Geografia. 

O coordenador da proposta de criação do curso apresentada à Capes, professor Adalton Marques, afirma que o desenho interdisciplinar do qual o mestrado é constituído possibilitará a atuação em diversos setores da sociedade. “Essa abordagem proporciona uma formação integrada em pesquisa e extensão, aquisição de habilidades para que os estudantes atuem como docentes em diversos níveis e capacitação profissional na produção, inovação e promoção artístico-cultural e de tecnologias sociais e educacionais voltadas à administração pública e organizações da sociedade civil”, afirma Marques.

Para a pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação Maria Helena Tavares de Matos o curso, além de permitir a produção e a difusão de conhecimentos em ciências humanas e sociais sobre o semiárido nordestino, irá interiorizar a  pós-graduação na região. “O novo mestrado também contribui para a interiorização da formação, em nível de pós-graduação, em antropologia no Nordeste, especialmente, no Vale do São Francisco e do Sudeste do Piauí, uma vez que o programa terá sedes em dois campi, em São Raimundo Nonato e Juazeiro”, destaca. 

O corpo docente do PoCAm contará com 12 professores permanentes, seis do Campus Juazeiro e a outra metade do Campus Serra da Capivara, além de três colaboradores. As disciplinas obrigatórias serão ofertadas conjuntamente por docentes dos dois campi, sendo que os discentes assistirão parte delas presencialmente, com professores de seu campus, e a outra parte será ofertada por meio remoto. Anualmente haverá a integração de docentes e discentes dos dois núcleos do PoCAm, através de um evento acadêmico. A previsão é que a primeira turma do mestrado ingresse em 2024.

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FEIRA DE ORGÂNICOS DA UNIVASF CELEBRA UM ANO DE REALIZAÇÃO COM PROGRAMAÇÃO ESPECIAL

Há um ano, toda quinta-feira, na Universidade Federal do Vale do São Francico (Univasf), acontece a Feira de Orgânicos que comercializa alimentos como legumes, hortaliças, frutas e verduras, na rampa do prédio da Reitoria, no Campus Sede, em Petrolina (PE). A ação é promovida pela Diretoria de Arte, Cultura e Ações Comunitárias (Dacc), vinculada à Pró-Reitoria de Extensão (Proex), em parceria com a Associação dos Agricultores Familiares do Assentamento Terra da Liberdade. 

Para celebrar um ano de realização da feira, nesta quinta-feira (15), a partir das 8h, haverá uma programação especial com visitação à exposição “Frame e Recorte” e exibição de documentário, produzido por estudante e professoras do Colegiado de Artes Visuais (Cartes).

Na programação festiva, haverá a exibição do documentário "Assentamento Terra da Liberdade - Falta água nesse chão?", produzido pelo discente Bruno de Melo e pelas docentes Isabela Barbosa e Havane Melo do Curso de Licenciatura em Artes Visuais da Univasf.  A obra, que conta com a participação de Maria José da Conceição, Marinalva Pereira da Silva, Idenildo Damião de Souza e Maria Lopes da Silva, membros do Assentamento Terra da Liberdade, será exibida às 10h, na antiga sala do Conuni, na Reitoria.

Documentário será exibido quinta-feira.

Também como parte da programação a artista Rafaela Lucas, discente do Cartes, receberá os agricultores e estudantes da escola do Assentamento em visitação à sua exposição "Frame e Recorte", que está disponível no hall da Reitoria. A Mostra apresenta obras que são representações denominadas dioramas, formas artísticas tridimensionais de caráter realista, de cenas da vida para fins de exposições diversas, e são baseadas em filmes de animações.

A Feira de Orgânicos é uma iniciativa do Projeto de Extensão da Dacc “A Feira de Agricultura Familiar como Dispositivo de Transformação Social e Preservação Ambiental”. Segundo a diretora da Dacc, professora Flora Romanelli Assumpção, a feira tem tido um impacto positivo tanto para os comerciantes quanto para os clientes. “A feira está sendo muito positiva para a renda dos agricultores, bem como pros clientes que já têm consciência da importância da agricultura orgânica e de alimentos que não nos adoecem nem ao planeta”, afirma.

A celebração que acontecerá nesta quinta-feira será um momento de interação entre a Universidade e membros do Assentamento Terra da Liberdade. Para a professora Flora é importante manter uma relação entre Universidade e a comunidade em geral. “A população precisa compreender que seu bem-viver também depende do desenvolvimento das pesquisas e ações de comunicação das universidades. Estamos vivendo um momento em que a população precisa aprender sobre os benefícios que as universidades lhes proporcionam em termos de saúde, cultura e conquista de cidadania”, disse a diretora da Dacc.

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