FAGNER E ELBA RAMALHO LANÇAM TRABALHO HOMENAGEM A LUIZ GONZAGA NO DIA 13 DE DEZEMBRO

No próximo 13/12, Fagner e Elba Ramalho lançarão um trabalho em homenagem ao Luiz Gonzaga. Intitulado Festa. O álbum que aborda o repertório do Rei do Baião contará somente com músicas do cantor e será o primeiro lançamento pelo selo Bônus Track.

Com produção do maestro e sanfoneiro Zé Américo, o disco foi gravado entre julho e agosto de 2021 e terá como repertório músicas como A morte do vaqueiro (Nelson Gonzaga e Nelson Barbalho), Danado de bom (Luiz Gonzaga e João Silva), O cheiro da Carolina (Luiz Gonzaga e Amorim Roxo), Baião da Penha (Guio de Moraes e Davi Nasser), entre outros clássicos do baião.

Tanto Fagner como Elba já lançaram álbuns com o repertório de Gonzaga nas respectivas discografias. Fagner lançou os discos, Luiz Gonzaga & Fagner (1984) e Gonzagão & Fagner 2 (1988), gravados em parceria com o próprio cantor pernambucano. Já Elba Ramalho lançou o álbum Elba canta Luiz (2002), cujo show de divulgação gerou o disco Elba ao vivo (2003), também lançado em DVD. Festa, o mais recente trabalho da dupla contará com uma turnê de divulgação, prevista para 2022.

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COMUNIDADES DO SALITRE PROMOVEM MOBILIZAÇÃO PARA GARANTIR DIREITO A ÁGUA

Comunidades do Alto, Médio e Baixo Salitre, no município de Juazeiro/BA, estão se articulando para garantir que a região seja contemplada dentro da proposta do Canal do Sertão Baiano, o Eixo Sul da Transposição do São Francisco. A Codevasf deve publicar no próximo dia 09 resultado de edital que vai licitar empresar para atualizar estudo realizado em 2016 pela empresa GeoHidro.

Diante disso, a União das Associações do Vale do Salitre (UAVS) pretende mobilizar as comunidades para que estas reivindiquem junto à Codevasf a garantia de um projeto específico que assegure água para as propriedades situadas na margem esquerda e direito do Rio Salitre, no trecho dentro do território de Juazeiro.

Ciente de que o Canal do Sertão é uma obra de grande porte e com grandes contradições, as lideranças do Vale do Salitre não admitem que se pense em levar água para outros municípios da Bahia sem antes contemplar Juazeiro, mais precisamente o distrito de Junco, local de onde sairá a tomada de água do Rio São Francisco para o Canal do Sertão.

Mobilização: No próximo dia 12, a comunidade de Goiabeira II irá sediar uma Assembleia Geral da UAVS para discutir e definir as estratégias de luta em defesa da garantia da água para produção e outras finalidades, conforme prevê o projeto geral do Canal do Sertão Baiano. A partir do estudo desenvolvido pela empresa Geohidro, é necessário um valor médio de R$ 151 milhões para garantir água por gravidade e de forma pressurizada da região de Goiabeira, no Alto Salitre, até os povoados de Barreiras, pela margem esquerda do rio, e Sabiá, pela margem direita.

Hoje o Salitre já possui duas adutoras, as quais jogam água do Velho Chico no leito do Rio Salitre desde a sede do distrito de Junco até a Foz (encontro com o São Francisco). Esse projeto foi efetivado após a inauguração do Perímetro Irrigado Salitre e é fruto da mobilização popular, sobretudo o "Movimento dos Sem Água", que surgiu da inconformação com a exclusão dos nativos do Salitre do projeto de irrigação que conta com quase 300 lotes e apenas 11 foram vendidos a produtores/as nativos do Salitre.

Com o novo projeto em questão, o leito do rio ficará livre para ser revitalizado, enquanto a água para irrigação deve chegar nas propriedades mediante colocação hidrômetros e cada produtor/a deve arcar com o custo de água conforme o que consumir.

Por Érica Daiane Costa, presidenta da UAVS

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REVISTAS E LPS REGISTROS HISTÓRICOS DA VIDA E OBRA DE LUIZ GONZAGA

Postei aqui textos mostrando discos selos originais, raros, estes fazem parte da minha coleção de Música, vida e obra de Luiz Gonzaga. DetalheS: percebam escrita Rosil, data 10-07-1967, ele pertenceu a Rosil Cavalcanti, parceiro, compositor de Luiz Gonzaga e de Jackson do Pandeiro. No arquivo duas revistas editadas em 1952, portanto no próximo ano 2022, elas completam 70 anos. Luiz Gonzaga e sua alegria, registrada na Revista O Cruzeiro, Rio de Janeiro-RJ, ano XXIV, nº 39, edição 12 de setembro de 1952.

A primeira edição da icônica revista O Cruzeiro, um dos títulos mais importantes da história da imprensa brasileira, foi lançada há 94 anos, em em 10 de novembro de 1928. Editada pelos Diários Associados, de Assis Chateaubriand, a revista ficou em circulação até 1975.

Raridade histórica, documental, O Cruzeiro promoveu diversas inovações no ramo, fosse pelo design gráfico, a abundância de imagens ou as grandes reportagens. De acordo com a Biblioteca Nacional, o título “era a opção mais sofisticada no jornalismo brasileiro de então”, com qualidade superior no papel, impressão, time com grandes nomes do jornalismo nacional e internacional e parceria com agências de notícias por todo país e também em território estrangeiro.

A revista ilustrada foi um marco para o jornalismo cultural e fotojornalismo no Brasil. Uma das primeiras do gênero de variedades no país, com páginas sobre cinema, saúde, literatura, notícias da semana, política e até humor.

Atualmente o ”O Cruzeiro é referência para todos os estudantes de jornalismo do Brasil. Nas diversas instituições de ensino de jornalismo a revista sempre é citada por conter uma redação de tamanha proporção. O que só viria a ser superada com o

desenvolvimento da televisão. Muitos livros vêem a revista como “síntese de uma época".

Já no LP percebam escrita Rosil, data 10-07-1967, O DISCO pertenceu a Rosil Cavalcanti, parceiro, compositor de Luiz Gonzaga e de Jackson do Pandeiro. 

O que impressiona? No dia 10 de julho de 1968 Rosil Cavalcanti morreu. Percebam o valor das datas...a assinatura é exatamente um ano antes dele falecer!

Rosil Cavalcanti é o autor de centenas de clássicos da música brasileira. Sebastiana, Aquarela Nordestina, Saudade de Campina Grande, Amigo Velho, Faz Força Zé...Rosil de Assis Cavalcanti nasceu em Macaparana, Pernambuco.  Eu tive a honra de conhecer na década de 90, a viúva de Rosil, Maria das Neves-Dona Nevinha e ganhei presente está raridade musical e histórica.

A capa deste disco vinil consta no livro biografia do músico pernambucano Rosil Cavalcanti. O livro “Pra Dançar e Xaxar na Paraíba: Andanças de Rosil Cavalcanti”, de  Rômulo Nóbrega e José Batista Alves, tem prefácio de Agnello Amorim.

Radialista, humorista, percussionista e compositor, Rosil Cavalcanti era radicado na Paraíba, foi autor de obras clássicas da música  brasileira, na voz de Jackson do Pandeiro, Marinês e Luiz Gonzaga, dentre outros intérpretes nacionais.

A biografia de Rosil Cavalcanti foi lançada em 2015 uma homenagem ao seu centenário de nascimento, 47 anos depois de sua morte, em 1968, aos 53 anos de idade, em Campina Grande, onde viveu a maior parte de sua vida e se projetou no Brasil.

O livro “Pra Dançar e Xaxar na Paraíba” é enriquecido com vasta iconografia do biografado, suas fotos desde a infância, juventude, a vida de casado, em programa de rádio no papel do famoso personagem Capitão Zé Lagoa, além de imagens de Rosil com colegas de trabalho, artistas, músicos, suas caçadas e pescarias, capas e selos de discos.





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LIVRO REVELA VIDA E OBRA DE JOÃO CABRAL DE MELO

Com um estilo calculadamente racional e enxuto de subjetividade, João Cabral de Melo Neto (1920-1999) nunca pretendeu desnudar a própria vida em seus poemas. Desinteresse que não foi compartilhado por seus admiradores, presenteados agora com João Cabral de Melo Neto – Uma biografia, livro escrito por Ivan Marques, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.

Nascido em Recife, nos braços de uma família pertencente à elite açucareira, repleta de bacharéis e advogados, João Cabral passou a infância nas paisagens de engenhos das cidades de São Lourenço da Mata e Moreno. Antes de se entregar à poesia, sonhou com o futebol profissional e foi um craque juvenil. No final da adolescência, frequentou a vida intelectual do Recife e depois partiu para o Rio de Janeiro, onde conheceu Carlos Drummond de Andrade, que se tornaria seu grande amigo e referência. Foi lá também que publicou o primeiro livro, A pedra do sono, em 1942.

Sem interesse em ocupar posições tradicionais das elites, tais como as proporcionadas pelo curso de Direito da prestigiosa Faculdade do Recife, não frequenta nenhuma universidade. Após breve passagem pelo Departamento Administrativo do Serviço Público (Dasp), passa a integrar o quadro de diplomatas brasileiros, a partir de 1946, um ano depois de publicar O engenheiro. Faz assim da diplomacia sua carreira, com estabilidade para se dedicar à poesia e possibilidade de conhecer outras culturas. Serve em Londres, França, Paraguai, Senegal, Portugal e Espanha, lugar que o marca profundamente e impacta sua poesia.

Das experiências da Espanha dominada pelo franquismo, das reflexões sobre a miséria brasileira e das leituras marxistas surgem as cores sociais de obras como O cão sem plumas (1950) e O rio (1954). É também a consciência social que o coloca em problemas quando é perseguido, acusado de integrar uma célula comunista no Itamaraty, e passa quase três anos afastado de suas funções, ainda no início dos anos 1950. Tensão que não impede, entretanto, a confecção de seu trabalho mais famoso, Morte e vida severina, de 1955, uma encomenda de Maria Clara Machado, então diretora da companhia teatral O Tablado.

Embora a própria companhia não levasse a montagem adiante – para frustração do autor –, em 1965 o sucesso estratosférico da encenação no Tuca, em São Paulo, com músicas de Chico Buarque, consagraria João Cabral para o grande público e serviria do carimbo definitivo para sua entrada na Academia Brasileira de Letras, para a qual é eleito em 1968.

João Cabral encerra a carreira diplomática no início dos anos 1990, depois de se tornar cônsul da cidade do Porto, em Portugal. Uma cegueira progressiva, que o impede de ler e escrever, perpassa sua vida por toda a década, acompanhada da depressão. Falece, finalmente, em 1999, no Rio de Janeiro.

João Cabral surge como poeta nos anos 1940, sendo usualmente enquadrado no que ficou conhecido como a Geração de 45 ou a terceira geração do Modernismo. “Ele tem uma singularidade não só com a tradição brasileira, mas com a compreensão geral do que é a poesia”, comenta Marques. “Ele discute a tradição lírica e o próprio conceito de poesia, negando que ela seja inspiração e propondo que a poesia seja muito mais o resultado de um trabalho de arte do que o produto das emoções do poeta ou de qualquer vaga e obscura inspiração.”

A dicção poética seca levou parte da crítica a caracterizar João Cabral como um construtivo, um sujeito que racionaliza a construção poética. Para alguns, comenta Marques, sua poesia não seria apenas fria, mas mineral, tomando por referência a pedra, imagem central na obra do pernambucano. “João Cabral foi um grande artífice, um exímio poeta no sentido de lidar com as palavras, imagens e ritmos e criar coisas novas.”

Essa lapidação da palavra, entretanto, não impediu que sua poesia também tivesse emoção, afirma o biógrafo. Marques cita a expressão “máquina de comover”, presente na epígrafe de O engenheiro, como uma imagem para o próprio fazer poético. “Ali fica claro que a emoção está presente na obra. Mas ela é produzida racionalmente.”

Essa abordagem inovadora do que é a poesia seria determinante para as gerações seguintes. “Não podemos deixar de mencionar, como prova da novidade que João Cabral representa e da novidade que injeta na poesia brasileira, a influência que ele tem nas vanguardas posteriores. Ele influenciou a vanguarda poética dos anos 1950, que quis radicalizar a ideia do poema como artefato a ser construído radicalmente”, explica o professor. “A imagem do poeta engenheiro foi decisiva para a poesia concreta.”

Marques avalia, contudo, que a influência de João Cabral não foi localizada apenas entre os concretistas. Para o biógrafo, toda a poesia e arte engajada dos anos 1960 também são tributárias de sua obra. “O fato de Morte e vida severina ter essa montagem de sucesso, nesse momento crucial da história brasileira, mostra que João Cabral teve um poder de irradiação para fora da poesia.”

MELANCOLIA: A construção do livro, explica Marques, mobilizou uma variedade de fontes que incluem entrevistas com familiares, amigos e editores, trabalhos anteriores dedicados ao poeta, jornais e revistas e a correspondência publicada e inédita que o autor manteve ao longo da vida. O professor conta que a própria obra de João Cabral também serviu de fonte fundamental. O que poderia soar estranho tendo em vista um autor que sempre se escondeu de seus versos, recusando a primeira pessoa. O biógrafo pontua, contudo, que é exatamente nos poemas que repousam os temas e obsessões da vida de João Cabral, como Pernambuco, a Espanha – sobretudo Sevilha, com suas touradas e a dança flamenca – e a própria poesia.

Com tudo isso, Marques entrega ao público uma peça de 560 páginas, dividida em 20 capítulos, que acompanha a trajetória de João Cabral desde a infância até a morte em 1999. No prólogo, o professor conta não o nascimento da pessoa João Cabral, mas do poeta: o livro abre com o relato da primeira viagem feita ao Rio de Janeiro, no carnaval de 1940. Momento decisivo no olhar de Marques, pois é nesse episódio que o pernambucano conhece pessoalmente nomes importantes da poesia nacional como Drummond, Murilo Mendes e Jorge de Lima.

A partir do capítulo seguinte, a narrativa toma rumo cronológico e frequenta tanto aspectos da vida privada do poeta quanto as circunstâncias em torno de sua obra. É assim que entramos em contato com informações menos imediatas da biografia de João Cabral, como suas experiências com o futebol.

“Ele foi um craque aos 15, 16 anos”, conta Marques. “Ele era um atleta promissor, inclusive atuando ao lado de jogadores como Ademir de Menezes, que depois seria um grande nome do futebol brasileiro.” Fato curioso desta relação futebolística é que, embora a família paterna estivesse ligada ao América do Recife e este fosse seu time de atuação e coração, foi pelo Santa Cruz, time da família da mãe, que João Cabral ganhou seu único título. Isso porque, após o América ser eliminado de um torneio, João Cabral foi chamado para disputar a final pelo Santa Cruz, sagrando-se campeão.

Nessa idade a literatura ainda não se apresentava como um futuro possível para o jovem João Cabral. A escolha pela poesia viria alguns anos depois, após desistir da ideia de ser crítico literário, por achar que precisaria de muito estudo para o posto e não estaria à altura. “No final da adolescência ele começa a ler poetas modernistas e a fazer, com 17, 18 anos, os primeiros poemas, que não tinham nada a ver com aquilo que sua poesia seria”, revela Marques. “Era um poeta jovem imitando outros poetas e descobrindo pela via do Modernismo a possibilidade de escrever poesia.”

Outro dado relevante da biografia de João Cabral apresentado pela obra é a dor de cabeça crônica que acompanharia o poeta por quase toda a vida e, segundo Marques, constitui um tópico decisivo para entender seu temperamento. “Ele passou a vida consumindo uma quantidade absurda de aspirinas, o que inclusive trouxe outros problemas de saúde”, conta o professor. “Passar o tempo todo com dor de cabeça interferia em seu humor, sua visão de mundo e na forma como ele se relacionava com as coisas.”

De acordo com o biógrafo, além de muitas tentativas de tratamento, o poeta teria feito ao longo da vida cerca de 30 cirurgias para se livrar do problema. Entre métodos convencionais e alternativos, começou a imprimir livros quando estava em Barcelona, iniciando uma carreira de tipógrafo sob aconselhamento de um médico que lhe sugeriu atividades manuais como terapia. O resultado não foi o esperado e só muitos anos mais tarde o problema seria sanado, graças a uma intervenção cirúrgica.

Junto às dores de cabeça, a depressão é outro problema que atravessa toda a biografia de João Cabral. Considerada pelo próprio como melancolia, do tipo declamada pelos poetas do século 19, pode também, como aponta Marques, ser chamada de angústia. “A angústia é um sentimento muito presente”, comenta o professor. “João Cabral era uma pessoa com muita sensibilidade, nervos à flor da pele, muito emotivo, o contrário da imagem que se faz do poeta. Isso fica claro para quem lê.”

Além de se irritar facilmente, o poeta carregava um temperamento propenso a problematização. Com uma vida interior movimentada e em certa desordem, o próprio João Cabral dizia que era na poesia que buscava organizar essa melancolia. Um processo nem sempre fácil, pois, conforme aponta Marques, apesar de conhecer a própria grandeza, João Cabral precisava constantemente ser lembrado disso, para não viver a sensação de não ser reconhecido.

“Não que ele tivesse do que reclamar, pois foi um poeta muito bem acolhido desde cedo. E seu valor e grandeza foram reconhecidos rapidamente: um poeta que, com menos de 30 anos, tem três ou quatro livros e já era considerado um ponto de inflexão na poesia brasileira.”

Marques ressalva, contudo, que nenhum desses problemas impediu que João Cabral estabelecesse relações de amizade ao longo da vida, seja no Brasil ou nos países em que esteve como diplomata. Dono de grande generosidade, ajudou artistas silenciados pelo franquismo na Espanha e teve contato com nomes como Vinicius de Moraes, Rubem Braga e Clarice Lispector, ocupando uma posição central para além do próprio campo da poesia.

“O tipo de poesia que ele colocava em cena era muito particular, como antipoesia e negação da poesia lírica tradicional. Era uma singularidade enorme que o deixava em uma posição de certo deslocamento dentro de uma tradição poética brasileira e de língua portuguesa”, destaca o professor. Essa divergência, entretanto, não se traduzia nas relações pessoais. João Cabral considerava Vinicius de Moraes muito sentimental, por exemplo, mas isso não impediu que fossem grandes amigos. “Ele era uma pessoa que se relacionou muito bem isso e isso é um dado curioso de sua biografia.”

VIDA E OBRA: Apesar desse contraste não ser desconhecido de Marques no início de suas pesquisas, sua dimensão o surpreendeu. “É o contraste entre uma obra muito bem organizada e uma vida pessoal um tanto mais dramática, seja pelas doenças, dor de cabeça, insegurança, uma certa paranoia que vem desde a infância. João Cabral era uma pessoa muito sensível e atormentada. Essa é uma palavra que ouvi muito ao longo das entrevistas: ele era um homem bastante atormentado.”

Para o professor, a influência das experiências de vida sobre a própria obra do poeta é outro ponto sobre o qual o livro lança luz. “Por exemplo, Morte e vida severina. Muitos acham que foi um acidente, um acaso em sua obra, uma encomenda recebida de Maria Clara Machado e um texto feito rapidamente, sobre o qual ele passou o resto da vida dizendo que tinha vergonha. Mas ele sabia que era um grande texto, amigos reconheceram sua qualidade, mesmo enquanto ele dizia que era a pior coisa que tinha feito.” (Jornal da Usp)

Segundo Marques, a biografia mostra que, em vez de acidente, tudo foi fruto de uma trajetória consciente do poeta. “Ele já havia se convertido ao marxismo antes mesmo de ir para a Espanha pela primeira vez. Mas na Espanha, tomando contato com os autores espanhóis, João Cabral começa a perceber a importância das fontes populares, da dicção popular, do vocabulário concreto, da rima toante e dos ritmos primitivos. E ele faz uma série de obras em uma sequência muito consciente. Escreve O cão sem pluma, depois O rio e finalmente Morte e vida severina, formando uma trilogia. Portanto, não é algo casual, desleixado ou imprevisto.”

Diplomacia e comunismo: Faceta menos celebrada da vida de João Cabral, a diplomacia surge, conforme explica Marques, como um meio de vida e possibilidade de viver fora do Brasil. De acordo com o biógrafo, a documentação levantada revela um funcionário correto, mas imerso em atividades burocráticas e com poucas ações de relevo. João Cabral não teria investido grandes energias na carreira e só chegou ao posto de embaixador tardiamente, na África, praça periférica no tabuleiro geopolítico. “Ele queria mesmo poder escrever e sustentar a família”, aponta o professor.

Essa atuação discreta não significa, entretanto, que sua passagem pelo Itamaraty ocorreu sem sobressaltos. O episódio mais conhecido, e também mais dramático, ocorreu no início dos anos 1950, quando foi acusado de tentar implantar uma célula comunista na diplomacia brasileira ao lado de outros colegas de profissão.

O interesse de João Cabral pelo marxismo e as pautas sociais pode ser traçado a partir de sua mudança para o Rio de Janeiro, com destaque para seu convívio com Drummond, que vivia então sua fase poética mais social, na qual produzira obras como Sentimento do mundo, José e A rosa do povo. A experiência carioca de João Cabral marcaria uma reviravolta política que se concretizaria na Espanha.

Lá, o poeta aprofunda suas leituras, interessado na discussão teórica e posicionado em um papel de resistência ao franquismo. É embalado por essa energia, quando residia em Londres, que rascunha uma carta endereçada a outro diplomata, Paulo Cotrim, solicitando ao colega um artigo sobre a economia brasileira para um periódico britânico. O documento acaba vazando pelas mãos de outro diplomata, Mário Calábria, e torna-se argumento contra João Cabral, amplamente manchetado de maneira sensacionalista no jornal Tribuna da Imprensa.

Para Marques, o contexto da Guerra Fria, com o auge da caça às bruxas do macartismo, aliado à situação brasileira, explicam a dimensão do episódio. “Carlos Lacerda era um político de oposição a Getúlio Vargas, tinha um jornal, a Tribuna da Imprensa, e resolveu atacar o Getúlio via diplomatas do Itamaraty, que foram todos acusados de fazer parte de uma célula comunista internacional.”

João Cabral acaba afastado de suas funções em 1952 e só é readmitido em 1955. Volta a viver no Brasil durante esse período, no qual trabalha como jornalista. Segundo Marques, o episódio traumático o afastaria de um envolvimento mais ativo com a política, impedindo-o de ser um artista mais afirmativo nas críticas durante a ditadura militar. 

“Até o sucesso de Morte e vida severina era visto com certo desconforto, porque a peça lembrava aos militares que ele era alguém com uma posição de esquerda”, revela o professor. *(Jornal da USP-Luiz Prado)

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JOANA ALVES: A VERDADEIRA HISTÓRIA DE TORNAR O FORRÓ PATRIMÔNIO CULTURAL DO BRASIL

Joana Alves. O pedido de reconhecimento como patrimônio cultural imaterial do Brasil surgiu no ano de 2011, em meio a diálogos da Associação Balaio Nordeste com forrozeiros atuantes no Estado da Paraíba que passaram a organizar o Fórum Forró de Raiz. 

O movimento articulado busca a promoção de debates e ações voltadas para a melhoria das condições de cidadania dos artistas que trabalham com o forró em suas diversas denominações.

Joana Alves licenciada em Educação Artística pela UFPB – Universidade Federal da Paraíba com especialidade em artes plásticas, é também artesã, produtora e articuladora cultural. Fundadora e presidente da Associação Cultural Balaio Nordeste (ACBN), instituição cultural sem fins lucrativos, atuou em várias frentes de valorização e promoção da cultura popular à exemplo da criação da Orquestra Sanfônica Balaio Nordeste, da Escola de Música Mestre Dominguinhos, do documentário/DVD do músico Pinto do Acordeon (parceria com o IPHAN), do Fórum de Forró Raiz e do I, II e III Encontro de Foles e Sanfonas da Paraíba., entre outras dezenas de eventos.

Joana Alves é o nome referência e responsável pelo título do Forró ser a partir de dezembro Patrimônio Cultural do Brasil.

Nos últimos 10 anos Joana foi garra, determinação na busca de alertar, valorizar e pelejar para promover o Encontro Nacional para Salvaguarda das Matrizes do Forró como Patrimônio Imaterial Brasileiro (parceria com o IPHAN), Homenagem a Luiz Gonzaga (edições 2012, 2013, 2014 e 2015); Forró Solidário do Balaio Nordeste (edições 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015), Mulheres Pintando o Sete (homenagem a cantora Marinês) e Balaio Nordeste Rumo à França.

Nascida no dia 07 de fevereiro de 1944 em Pirpirituba, Paraíba e mora em João Pessoa. Registrada como Joana Alves da Silva, conta que aos sete anos de idade ouvi pela primeira “Asa Branca” com Luiz Gonzaga. "Foi que me embalei com a cultura nordestina, especialmente o Forró", diz Joana.

“Para que um bem receba o título de Patrimônio Cultural é necessário demonstrar sua relevância para a memória nacional, sua continuidade histórica e de que forma este bem carrega as referências culturais de grupos formadores da sociedade brasileira”, explica o diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI) do Iphan, Tassos Lycurgo. 

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IV ENCONTRO DE FORROZEIROS E FÓRUM NACIONAL DE FORRÓ DE RAIZ ACONTECEM ENTRE OS DIAS 13 A 17 DE DEZEMBRO NA PARAÍBA

O IV Encontro Nacional de Forrozeiros e o III Fórum Nacional de Forró de Raiz serão realizados simultaneamente, de 13 a 17 de dezembro, no Espaço Cultural José Lins do Rego e na Usina Cultural Energisa, em João Pessoa. Durante a programação, músicos vão homenagear o cantor Genival Lacerda, que morreu em janeiro de 2021, vítima da Covid-19.

Além disso, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) entregará à comunidade forrozeira o certificado do Forró como Patrimônio Cultural do Brasil.

Os encontros acontecem de forma híbrida e recebem caravanas de Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo. Estes são os primeiros eventos com público presente promovidos pela Associação Cultural Balaio Nordeste, no período de retomada das atividades culturais na Paraíba.

As ações integradas reunirão artistas, detentores das matrizes do Forró, dançarinos, produtores culturais, comunicadores, pesquisadores e gestores públicos. O público poderá conferir as apresentações ao vivo pela TV Câmara e TV Assembleia de João Pessoa, também pelo canal do Balaio Nordeste no YouTube.

Além do certificado do Forró como Patrimônio Cultural do Brasil e homenagem a Genival Lacerda, dentro da programação também acontecerá a entrega de certificados a personalidades e do Troféu do Encontro Nacional dos Forrozeiros. Além das atrações locais, grupos e artistas de outros países promoverão um grande intercâmbio entre os amantes do forró.

Todas as atividades presenciais seguirão as normas de prevenção ao coronavírus (Covid-19) divulgadas pelos órgãos de saúde, sendo exigido na entrada o cartão de vacinação com as duas doses da vacina aplicadas.

Os encontros são realizados pelo Fórum Nacional Forró de Raiz e pela Associação Cultural Balaio Nordeste.

Os eventos nasceram em João Pessoa, capital da Paraíba, com o intuito de proteger, preservar e fomentar o forró e os seus elementos constituintes tradicionais. As iniciativas buscam também debater as condições de produção, circulação e preservação dos ritmos, das danças e das festas que dão forma e sentido a essa expressão cultural identitária da cultura nordestina.

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EXU CRIATIVO: II CAMINHADA DAS SANFONAS HOMENAGEIA VIDA E OBRA DE LUIZ GONZAGA

A 2º Caminhada das Sanfonas acontece este ano durante as festividades dos 109 anos de nascimento de Luiz Gonzaga. A II Caminhada das Sanfonas tem o objetivo de manter viva a memória de Luiz Gonzaga e o instrumento que o imortalizou para ser Rei do Baião: a sanfona. 

Para isso, a produtora cultural, Marlla Teixeira, dará mais uma vez aos sanfoneiros, a oportunidade de mostrar o trabalho deles e, consequentemente, prestar diversas homenagens ao Mestre Lua.

A II Caminhada das Sanfonas acontece na sexta-feira (10), às 17hs, com concentração na Praça Luiz Gonzaga, centro de Exu.

De acordo com Marlla Teixeira, esta segunda edição marca a retomada do setor cultural e de economia criativa. "A Caminhada das Sanfonas foi criada no ano de 2019, com o objetivo de resgatar e rastrear os sanfoneiros das regiões sertanejas, promovendo a cultura Gonzagueana e suas vertentes", conta Marlla, ressaltando que é um evento gratuito.

A primeira edição reuniu mais de 100 sanfoneiros, de todos os gêneros e faixas etárias, com a participação do Projeto Asa Branca – Escola de Sanfona de Exu. "Na programação de de 2019, contamos com a apresentações do Grupo da Associação de Mulheres As Karolinas, desfile de Vaqueiros encourados e um lanche com comidas típicas para os participantes", diz Marlla.

Este ano o evento fará parte do PRIMEIRO EVENTO-MODELO DE FEIRA DE ECONOMIA CRIATIVA, com exposição de artesanato, declamação de poesia, dança, apresentação cultural e artes de profissionais de Exu, com foco no trabalho manual feito nas associações, e que tenham como fonte de renda primaria. 

A programação seguirá com a 2ª Caminhada das Sanfonas, a 2ª Cavalgada Viva Gonzagão e a Feira de Artesanato das Karolinas. A feira acontece entre os dias 09 e 12 de Dezembro.

Informações: Marlla Teixeira - 87999547737

“A sanfona é um dos instrumentos mais populares do Brasil. Devido a pandemia da Covid 19 e as regras distanciamento social não tivemos a Caminhada ano passado. Portanto este encontro através da caminhada é importante porque possibilita aos cidadãos um tipo de entretenimento que ao mesmo tempo, promove e valoriza nossa cultura”, finalizou Marlla Teixeira.

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GONZAGUEANOS FESTEJAM LANÇAMENTO DO CD ÁLBUM LUIZ GONZAGA, BAIÃO DOS HIPPIES

Pesquisadores, estudiosos, admiradores e colecionadores da vida e obra de Luiz Gonzaga estão festejando o lançamento do novo álbum na voz do Rei do Baião em todo o Brasil. 

Com capa criada por Bady Cartier a partir de foto de Luiz Gonzaga (1912 – 1989) extraída do Arquivo Nacional, o álbum Baião dos hippies chegou ao mercado fonográfico primeiramente em CD,  antes de desembarcar nos aplicativos de música em 13 de dezembro, dia do 109º aniversário do cantor, compositor e sanfoneiro pernambucano.

Editado pelo selo Discobertas, o álbum Baião dos hippies reproduz oito números e três falas de Luiz Gonzaga na apresentação feita pelo artista há 50 anos no Festival de Verão de Guarapari, evento de aura hippie, realizado de 11 a 14 de fevereiro de 1971 na praia Três Marias, no litoral da cidade capixaba de Guarapari (Espírito Santo).

Gonzagueanos espalharam nas redes sociais a aquisição "da novidade". O Encontro dos Gonzagueanos está marcado para acontecer em Exu, na semana do aniversário do Rei do Baião, 13 dezembro.

O empresário Italo Lino disse que 'este álbum representa a identidade cultural de Luiz Gonzaga, presente em todos os atos revolucionários do período vivido pelo Rei do Baião".

O repertório do disco Baião dos hippies inclui sucesso do universo sertanejo, A moda da mula preta (Raul Torres, 1945) entre standards da basilar obra autoral de Luiz Gonzaga como Asa branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, A volta da asa branca (Luiz Gonzaga e Zé Dantas), Assum preto (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) e O xote das meninas (Luiz Gonzaga e Zé Dantas).

É preciso compreender todo o movimento da trajetória profissional de Luiz Gonzaga (13 de dezembro de 1912 – 2 de agosto de 1989) para dimensionar o valor do álbum Baião dos hippies, com o registro da apresentação feita pelo artista pernambucano há 50 anos no Festival de Verão de Guarapari, realizado em fevereiro de 1971.

Gonzaga nunca deixou de ser rei em todo o nordeste do Brasil. No entanto, em mercados capitais para o reconhecimento midiático, o reinado do cantor, compositor e sanfoneiro pernambucano implodiu com a revolução estética feita pela bossa nova em 1958 e com o surgimento da MPB na plataformas dos festivais da canção a partir de 1965.

Em 1971, Gonzaga ensaiou aproximação com o universo da MPB no álbum O canto jovem de Luiz Gonzaga – editado naquele ano com repertório que incluía músicas de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Edu Lobo, entre outros então jovens compositores – em movimento iniciado justamente com a apresentação do rei do baião no antológico evento musical de Guarapari.

Realizado de 11 a 14 de fevereiro de 1971 na praia Três Marias, situada no litoral da cidade capixaba de Guarapari (ES), o Festival de Verão de Guarapari teve aura hippie por ter sido inspirado no célebre festival norte-americano de Woodstock, marco da contracultura que, em agosto de 1969, irradiou a ideologia de paz & amor para todo o universo pop.

A programação do festival brasileiro do Espírito Santo contou com show de artistas identificados com o público jovem e/ou com a cultura hippie, como a banda A Bolha e os cantores Erasmo Carlos, Gonzaguinha, Milton Nascimento e Tony Tornado.

Estranho nesse ninho de contracultura, assim como Angela Maria (1929 – 2018), cantora da era do rádio que na época também buscava renovar o público e o repertório, Luiz Gonzaga mostrou como se dançava o baião para o público hippie de Guarapari.

O festival entrou para a história, o que justifica, 50 anos depois, a edição do álbum Baião dos hippies, iniciativa do produtor e pesquisador musical Marcelo Fróes.

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LUIZ DO HUMAYTÁ: VIDEOCLIPE "VOU ME EMBORA PRO SERTÃO É LANÇADO NAS PLATAFORMAS DIGITAIS

O cantor, compositor, poeta Luiz do Humaytá disponibilizou através de seu canal oficial no YouTube, um videoclipe para a canção “Vou me embora pro Sertão”.

Trata-se de uma música autoral de Luiz do Humaytá que é uma das faixas mais executadas nas plataformas digitais. O lançamento do videoclipe foi lançado em ritmo de confraternização em Curaçá, Bahia, terra da ararinha azul.

Agora Luiz do Humaytá segue com a série de shows do Projeto Som na Caatinga e também com apresentações no Estado do Ceará, em Jericoacoara e mais na região metropolitana de Salvador, Praia Forte.

Neste segundo semestre do ano o cantor trouxe várias  novidades para os fãs e admiradores, ele ampliou o trabalho que agora pode ser encontrado no canal youTube e spotify, que é o serviço de streaming de música mais popular do mundo.

Luiz do Humaytá completou, em junho de 2021, 10 anos de vida profissional na música. Iniciou sua trajetória em 2011, ao criar a banda Forró Avulso em Salvador. Com essa banda, tocou na noite soteropolitana por 5 anos e também fez apresentações em outros estados, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Em 2016, iniciou carreira solo e se mudou para o sertão baiano, onde mora atualmente.

Neste ano de 2021, lançou o oitavo CD da carreira, o álbum Boemia Cult, em que interpreta grandes sucessos já consagrados da música romântica, além de alguns bregas clássicos.

O poeta, que mora na Fazenda Humaytá em Curaçá da Bahia, tem o nome de batismo de Luiz Carlos Forbrig. Quando foi para o sertão, passou a ser chamado de Luiz do Humaytá, contemplando, assim, esta peculiaridade, típica do sertanejo, de incorporar um adjetivo de identificação aos nomes.

O cantador é natural de Jabuticaba Velha, pequeno distrito de Palmeira das Missões, no interior do Rio Grande do Sul. Com os pais Anoly e Guilhermina, aprendeu a veia musical: a mãe era puxadeira dos cantos religiosos na igreja católica e o pai, tocador de gaita de boca.

DISCOGRAFIA CD’s

2012 Acústico

2014 Pé de Chão

2015  Luiz do Humaytá Canta Músicas Gaúchas

2016  Luiz do Humaytá e Forró Avulso – 5 Anos de Estrada

2017  Luiz do Humaytá Avulso

2019  Decanto o Sertão

2020  Luiz do Humaytá ao Vivo

2021  Boemia Cult

71 98869-4488 74 99914-8813 Luiz do Humaytá luizdohumayta@gmail.com

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IV ENCONTRO NACIONAL DE FORROZEIROS E III FÓRUM NACIONAL DO FORRÓ ACONTECEM NA PARAÍBA

O IV Encontro Nacional de Forrozeiros e o III Fórum Nacional de Forró de Raiz serão realizados simultaneamente, de 13 a 15 de dezembro, no Espaço Cultural José Lins do Rego e na Usina Cultural Energisa, em João Pessoa. Durante a programação, músicos vão homenagear o cantor Genival Lacerda, que morreu em janeiro de 2021, vítima da Covid-19.

Além disso, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) entregará à comunidade forrozeira o certificado do Forró como Patrimônio Cultural do Brasil.

Os encontros acontecem de forma híbrida e recebem caravanas de Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo. Estes são os primeiros eventos com público presente promovidos pela Associação Cultural Balaio Nordeste, no período de retomada das atividades culturais na Paraíba.

As ações integradas reunirão artistas, detentores das matrizes do Forró, dançarinos, produtores culturais, comunicadores, pesquisadores e gestores públicos. O público poderá conferir as apresentações ao vivo pela TV Câmara e TV Assembleia de João Pessoa, também pelo canal do Balaio Nordeste no YouTube.

Além do certificado do Forró como Patrimônio Cultural do Brasil e homenagem a Genival Lacerda, dentro da programação também acontecerá a entrega de certificados a personalidades e do Troféu do Encontro Nacional dos Forrozeiros. Além das atrações locais, grupos e artistas de outros países promoverão um grande intercâmbio entre os amantes do forró.

Todas as atividades presenciais seguirão as normas de prevenção ao coronavírus (Covid-19) divulgadas pelos órgãos de saúde, sendo exigido na entrada o cartão de vacinação com as duas doses da vacina aplicadas.

Os encontros são realizados pelo Fórum Nacional Forró de Raiz e pela Associação Cultural Balaio Nordeste.

Os eventos nasceram em João Pessoa, capital da Paraíba, com o intuito de proteger, preservar e fomentar o forró e os seus elementos constituintes tradicionais. As iniciativas buscam também debater as condições de produção, circulação e preservação dos ritmos, das danças e das festas que dão forma e sentido a essa expressão cultural identitária da cultura nordestina.

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BAIXO ÍNDICE DE LEITURA ENTRE JOVENS BRASILEIROS PODE INDICAR FUTURO DE DIFICULDADES

Baixo índice de leitura de jovens brasileiros pode indicar dificuldades no mercado de trabalho e demais esferas da vida em sociedade, além de apontar para a necessidade de investimento na educação do País, sobretudo de escolas públicas, avalia Filomena Elaine Paiva Assolini, professora do Departamento de Educação, Informação e Comunicação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP.

De acordo com o Relatório Brasil no Pisa 2018, elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), estudantes brasileiros de 15 anos de idade, avaliados pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) em 2018, registraram média de proficiência em leitura de 413 pontos, enquanto alunos de outros 16 países da OCDE alcançaram média de 487 pontos, isto é, 74 pontos acima do Brasil.

“Quando existem essas avaliações externas, as crianças brasileiras e os jovens brasileiros sempre se saem muito mal. Por quê? Porque eles não aprenderam a interpretar, eles não aprenderam a fazer leituras outras além da leitura do livro didático, além da leitura que é pré-fixada pela escola”, explica a professora. Nesse sentido, Filomena acredita na importância de urgentes investimentos na educação pública do Brasil, que possibilitem ferramentas e recursos necessários ao aprendizado na leitura para os alunos.

Mercado de trabalho e exclusão
Ainda conforme o documento elaborado pela OCDE, apenas 50% dos estudantes brasileiros alcançaram o nível mínimo ou acima de letramento em leitura a ser atingido até o final do ensino médio, em contraste com 77,4% dos estudantes dos países da OCDE. Trata-se de uma situação grave, afirma a professora da USP, pois “esses sujeitos já vão sendo excluídos do mercado de trabalho ou, por exemplo, não conseguem ser aprovados em um concurso público”, o que, em sua análise, os coloca em marginalização social. Nesse sentido, Filomena considera as exigências atuais do mercado: “Nós precisamos de sujeitos que pensem, precisamos de sujeitos capazes de contestar, capazes de refletir, capazes de se incomodar”.

De acordo com o Relatório, letramento em leitura é a “capacidade de compreender, usar, avaliar, refletir sobre e envolver-se com textos, a fim de alcançar um objetivo, desenvolver conhecimento e potencial e participar da sociedade”. 

A professora também analisa a relação direta entre o baixo índice de status econômico, social e cultural (ESCS) de países como o Brasil e o Peru, que registraram -1,1, e a Colômbia e o México, que registraram  -1,2 em uma escala de 1,0 a -2,0, e a baixa pontuação em leitura.  É que, segundo Filomena, “uma sociedade com baixo nível social e cultural é uma sociedade que vai sofrer em diferentes aspectos, porque não produz conhecimento, não produz tecnologia”, e, com isso, fica “sempre nas mãos de países e sociedades mais cultas, mais bem preparadas”, que valorizam a cultura, letramento e tecnologia.

Construir leitores: Em sua perspectiva, a leitura pode contribuir para o rompimento de tal círculo vicioso, com preços mais acessíveis para os livros, por exemplo, e investimento em construir leitores fora dos muros das escolas, mas também dentro, explica Filomena. “A escola é fundamental, porque é a escola que traz conteúdos, historicamente produzidos, traz os conteúdos acumulados pela história da humanidade”. 

Com isso, destaca a importância em mostrar aos alunos “que vivemos em uma sociedade letrada, marcada por práticas discursivas letradas”, o que “requer leitores” e “pessoas que escrevem, requer pessoas que saibam argumentar”. (Fonte: Jornal da USP)
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LIVRO EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE NO BRASIL SERÁ LANÇADO NA BIENAL INTERNACIONAL DO RIO DE JANEIRO

 

A Bienal do Livro do Rio de Janeiro reencontra leitores, autores, editores e livreiros entre os dias 3 e 12 de dezembro, no Riocentro e na plataforma do evento.  Esta 20ª edição da Bienal será híbrida. 

Quem for ao evento encontrará 160 expositores, eventos e debates com convidados brasileiros, que serão transmitidos ao vivo para quem preferir assistir de casa, e sessões de autógrafos - com as tradicionais aglomerações controladas. Os organizadores esperam 300 mil pessoas no local e mais de 100 convidados já confirmaram presença.

Entre os escritores participantes o publicitário e professor doutor Aluisio Gomes. Ele vai fazer o lançamento do livro Educação Ambiental e Sustentabilidade no Brasil-entre o discurso político e as práticas educativas no ensino superior, na sexta-feira (10), às 14h30.

De acordo com Aluisio Gomes o livro tem como objetivo fazer conhecer através de representa ações sociais, os eixos relacionados com a Educação Ambiental em professores, alunos, dirigentes de instituições do ensino superior e representantes políticos, bem como as possíveis lacunas entre os respectivos discursos e práticas educacionais. 

Aluisio Gomes é Professor Doutor em Educação, nasceu no sítio Buenos Aires, Fazenda Cacimba das Garças, na divisa dos municípios de Ouricuri e Petrolina, hoje Santa Cruz da Venerada, Pernambuco.

Desde os 16 anos Aluísio Gomes mora em Petrolina. É licenciado em Letras pela Universidade de Pernambuco, pós-graduado em Docência do Ensino Superior e Educação Ambiental, mestrando em Educação na Universidade Europeia Del Atlântico da Espanha, professor na Faculdades de Ciências Sociais e Aplicadas de Petrolina, defendeu sua tese de doutorado em Educação Ambiental e Sustentabilidade na Uncuyo – Universidade Nacional de Cuyo, Mendoza Argentina, Tese da qual gerou este livro.

"Com este livro espero contribuir para a compreensão da relação do ser humano para com a natureza, que o leve à Educação Ambiental com uma abordagem transdisciplinar. O ser humano desde sua origem mais remota é parte da natureza, independentemente do que interpretamos a partir das nossas visões, como o caso do antropocentrismo que considera ohomem como o centro do universo e da natureza como seu objeto", diz Aluisio.

Aluisio cita texto Rosacruz intitulado Ecologia Espiritual: "lembremo-nos de que o planeta Terra é nossa casa comum, o habitat da vida como nós a conhecemos e
que ela não nos pertence, mas sim,a toda as espécies que nela tiveram origem e habitam, a grande maioria delas, muito antes que os seres humanos surgissem”.

Programação da Bienal: www.bienaldolivro.com.br/programacao

Para o acesso à Bienal, será necessária a apresentação do comprovante de vacinação para os maiores de 12 anos. O uso de máscara será obrigatório.

O livro também será lançado em Petrolina e Juazeiro.
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CANTOR E COMPOSITOR LUIZ DO HUMAYTÁ LANÇA VIDEOCLIPE VOU ME EMBORA PRO SERTÃO NESTA QUARTA (24)

O cantor, compositor Luiz do Humaytá além de ter iniciado no último dia 06 de novembro,  o Projeto Som na Caatinga, com participação especial do sanfoneiro Cicinho de Assis, traz mais uma novidade.

É nesta quarta-feira, dia 24, às 20h, o lançamento do videoclipe da música autoria do poeta Luiz do Humaytá,  "Vou me embora pro Sertão". Este é o primeiro videoclipe gravado na trajetória artística de Luiz do Humaytá.

O lançamento do videoclipe vai acontecer no Bar Caminho de Casa, em Curaçá, Bahia.

O poeta ampliou o trabalho que agora pode ser encontrado no canal youTube e spotify que é o serviço de streaming de música mais popular do mundo.

Luiz do Humaytá completou, em junho de 2021, 10 anos de vida profissional na música. Iniciou sua trajetória em 2011, ao criar a banda Forró Avulso em Salvador. Com essa banda, tocou na noite soteropolitana por 5 anos e também fez apresentações em outros estados, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Em 2016, iniciou carreira solo e se mudou para o sertão baiano, onde mora atualmente.

Neste ano de 2021, lançou o oitavo CD da carreira, o álbum Boemia Cult, em que interpreta grandes sucessos já consagrados da música romântica, além de alguns bregas clássicos.

O poeta, que mora na Fazenda Humaytá em Curaçá da Bahia, tem o nome de batismo de Luiz Carlos Forbrig. Quando foi para o sertão, passou a ser chamado de Luiz do Humaytá, contemplando, assim, esta peculiaridade, típica do sertanejo, de incorporar um adjetivo de identificação aos nomes.

O cantador é natural de Jabuticaba Velha, pequeno distrito de Palmeira das Missões, no interior do Rio Grande do Sul. Com os pais Anoly e Guilhermina, aprendeu a veia musical: a mãe era puxadeira dos cantos religiosos na igreja católica e o pai, tocador de gaita de boca.

DISCOGRAFIA CD’s

2012 ‡ Acústico

2014 ‡ Pé de Chão

2015 ‡ Luiz do Humaytá Canta Músicas Gaúchas

2016 ‡ Luiz do Humaytá e Forró Avulso – 5 Anos de Estrada

2017 ‡ Luiz do Humaytá Avulso

2019 ‡ Decanto o Sertão

2020 ‡ Luiz do Humaytá ao Vivo

2021 ‡ Boemia Cult

71 98869-4488 74 99914-8813 Luiz do Humaytá luizdohumayta@gmail.com

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ONG PARQUE AZA BRANCA COMPLETA 20 ANOS EM DEFESA DA VIDA E OBRA DE LUIZ GONZAGA

A ONG Parque Aza Branca completa neste mês de novembro 20 anos de atuação. A ONG foi fundada em Exu com o objetivo de valorizar a vida e obra de Luiz Gonzaga e manter viva a memória do Rei do Baião.

A história conta que em 2001, dez anos depois da morte de Gonzaguinha, o cantor Gilberto Gil foi até Exu, Pernambuco, com toda a equipe do longa-metragem “Viva São João”, de Andrucha Waddington, para gravar algumas cenas do filme. 

“Temíamos que o parque afundasse. A falta de apoio para política públicas e ações eram evidentes. Aproveitamos a visita do cantor e compositor Gilberto Gil e fizemos uma reunião”, lembra, Junior Parente, atual diretor presidente da ONG, ressaltando que o grupo recebeu conselho para criar uma ONG para administrar o parque. 

“Gilberto Gil explicou na época que ao virar uma instituição, teríamos mais possibilidades de pedir apoio do governo ou de empresas”, conta. Naquele mesmo ano, o grupo criou uma organização não-governamental sem fins lucrativos para administrar o Parque Aza Branca.

Dedicação e perseverança são as marcas da ONG PARQUE AZA BRANCA. Inicialmente buscando por alternativas, a professora Clemilce Cardoso Parente Parente viu no site do Ministério da Cultura o projeto Ponto de Cultura. “Convidei minha amiga professora Ilaíde Carvalho para pensar comigo. Criamos um projeto de três anos com oficinas de música, dança, artesanato e teatro”, conta. A ideia de oficina de música nasceu com o gene do Aza Branca. 

“Luiz Gonzaga presenteava sanfona para todo mundo que tinha interesse. Dizem que ele deu mais de 400 sanfonas. Ele tinha medo que as pessoas perdessem o interesse pelo instrumento e não soubessem mais como tocar”, conta. 

Junior Parente destaca ainda que "cuidar da memória de Luiz Gonzaga é um trabalho diário, reunindo voluntários da ONG e os milhares de fãs, admiradores que todos os anos estão em Exu. É um desafio que precisa ser mantido".

O Parque Aza Branca é o principal ponto turístico de Exu. Ele foi fundado pelo próprio Luiz Gonzaga. A Fazenda onde foi instalada a atração foi comprada por ele no início dos anos 70. Em 1982, o sanfoneiro volta a morar em Exu e elegeu o Parque como moradia definitiva.

O Parque Aza Branca é uma antiga fazenda comprada pelo "Rei do Baião". Ele foi idealizado pelo próprio artista – que, já com a carreira consolidada, quis construir um complexo de atrações para preservar seu nome e sua obra.

No local é possível visitar o Museu do Gonzagão, que abriga o maior acervo material original do músico. Entre os objetos pessoais, há sanfonas, chapéus, sandálias e gibão de couro, discos de ouro e fotografias. Outra atração é a casa onde ele morou, que mantém os móveis originais, e o mausoléu onde Gonzaga está sepultado junto com sua primeira mulher (“dona” Helena), que seu filho Gonzaguinha mandou construir para o casal.

Há ainda uma réplica da casa de reboco onde nasceu o músico e um viveiro de asas-brancas. A grafia do nome do parque acompanha a da canção original, registrada assim para acompanhar o Z de Luiz e de Gonzaga. O parque tem também duas pousadas para hóspedes: Santana, em homenagem à mãe de Gonzagão (a agricultora e dona de casa Ana), e Januário, nome de seu pai, lavrador e sanfoneiro.

Endereço Parque Aza Branca: Rodovia Asa Branca, KM 38, Exu (PE).

Telefone: (87) 3879-1295.

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ADMIRÁVEL GADO NOVO NO ENEM MOSTRA QUE MÚSICA TEM SITUAÇÕES POLÍTICAS ATUALIZADAS, DIZ ZÉ RAMALHO

O cantor Zé Ramalho disse ter se sentido "recompensado" ao saber que sua música "Admirável Gado Novo" foi citada na prova do Enem 2021. As primeiras questões do exame foram aplicadas ontem domingo (21).

"É uma prova de que essa letra contém situações sociais e políticas atualizadas, acho que para sempre. Desde que o conceito de 'atualizada' refere-se à situação também 'para sempre' do povo brasileiro", refletiu, em nota enviada ao g1.

Segundo Gabryel Real, gerente de Processos Avaliativos do SAS Plataforma de Educação, a questão que mencionava a música, presente na prova de ciências humanas, pedia que o aluno relacionasse um trecho de "Admirável Gado Novo" com o contexto em que a canção foi lançada, em 1979. Os versos falam sobre "massa" e "vida de gado".

De acordo com Renato Pellizzari, professor de História do Descomplica, a resposta correta à pergunta citava uma postura de passividade na sociedade brasileira.

Naquele ano, o Brasil vivia sob ditadura militar, mas o tema do regime militar, especificamente, não apareceu na prova de forma mais direta, segundo quatro professores ouvidos pelo g1.

"Sinto-me recompensado por essa letra, que já tem quase 50 anos, estar se destacando nessas avaliações oficiais do conhecimento atual dos alunos, que estão sendo testados", completou Ramalho.

Além de "Admirável Gado Novo", as músicas "Comportamento Geral", de Gonzaguinha, e "Sinhá", de Chico Buarque, foram citadas no primeiro dia de provas do Enem.

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HISTÓRIA DO MENINO QUE CRIOU MUSEU LUIZ GONZAGA, NO DISTRITO DE DOM QUINTINO, CRATO, CEARÁ É TEMA DO ENEM 2021

Uma das questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) edição 2021, que teve o primeiro dia de prova realizado neste domingo (21 de novembro), abordou a história do Museu de Luiz Gonzaga, criado em 2011, por Pedro Lucas Feitosa, no distrito Dom Quintino, em Crato. 


A história ganhou visibilidade internacional através do documentário “O menino que fez um Museu” (2016), do jornalista Sergio Utsch. A produção independente foi premiada em Londres pela Foreing Press Association (FPA), associação de correspondentes estrangeiros mais antiga do mundo, fundada em 1888.

A 8ª questão da prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, é um recorte de uma matéria do portal O Povo. Cerca de 3.109.762 pessoas se inscreveram para realizar as provas nos dias 21 e 28 de novembro.

Em contato com a reportagem da REDEGN, o fundador criador do Museu, Pedro Lucas Feitosa, revelou que ficou surpreso com a informação. “A ficha ainda não caiu. Estou muito feliz e isto agradeço a todos que acreditaram neste sonho desde o início e espero que daqui em diante a valorização da cultura brasileira, a partir de Luiz Gonzaga prossiga com mais determinão na busca da cidadania e dignidade humana".

Pedro Lucas também agradeceu o empenho e pautas da REDEGN, um dos principais meios de comunicação do Nordeste em divulgar a história do Museu e destacar a cultura brasileira.

Em 2018, em visita ao Museu Luiz Gonzaga, no Distrito de Dom Quintino, o jornalista Ney Vital, esteve com Pedro Lucas.

Em 2013, Pedro Lucas Feitosa, então com 8 anos, voltou encantado de uma visita que fizera ao Parque Asa Branca/Museu do Gonzagão, em Exu, Pernambuco. Ao voltar para a sua casa, no Crato (Cariri cearense), Pedro Lucas já sabia como dar vazão à admiração que nutria por Luiz Gonzaga: ele criaria um museu dedicado ao Rei do Baião, na casa em que sua falecida bisavó morava, vizinha à dele.

O espaço, localizado na rua Rua Alto da Antena, no distrito de Dom Quintino, reúne cerca de 100 objetos que recriam a época em que Gonzagão viveu. Pedro Lucas guia as visitas no local, contando a história de cada objeto do museu, função que divide com o primo, Caio Éverton. Além de vinis do artista, o museu exibe sanfonas, ferramentas de trabalho e utensílios, partes do universo cantado por Luiz Gonzaga e seus parceiros. 

Esta história virou filme e ganhou a Europa, foi exibido nos Festivais Internacionais, em Londres e Italia. A história de Pedro Lucas também foi exibida na Mostra de Cinema de Outro Preto, Minas Gerais.

Com 20 anos de jornalismo, sete deles dedicados à cobertura internacional, Sérgio Utsch prefere dizer que é um contador de histórias. Mesmo em situações difíceis, como guerras, atentados e crise de refugiados, o correspondente mineiro sempre buscou abordagens humanas, tentando explicar, como ele mesmo destaca, um pouco das complexidades de uma determinada cultura.

É com esse olhar do contador de histórias que Utsch se aventurou no cinema, estreando como diretor no curta-metragem “O Menino que Fez um Museu”, um dos destaques da programação da Mostra de Cinema em todo o Brasil e Europa.

A oportunidade surgiu quando chegou em suas mãos um vídeo de um garoto cearense de 10 anos que criou um museu dedicado ao músico Luiz Gonzaga.

“Pedro Lucas é também um contador de histórias. É ele quem conduz o filme com seu jeito divertido na maneira como narra a história dele, do museu e dos personagens de Dom Quintino, distrito de Crato, Ceará. 

Utsch admite que fez o filme pensando em festivais internacionais.

No interior do Ceará, um menino então com 10 anos transforma uma casa de barro no primeiro museu de sua cidade. O documentário mostra a história de Pedro Lucas, um pequeno brasileiro orgulhoso de suas origens e muito sensível em relação aos problemas do Nordeste. 

O Museu Luiz Gonzaga, além de uma homenagem ao cantor, é uma viagem pela comunidade, pela cultura nordestina e pelos sentimentos de Pedro Lucas. O filme foi gravado em 2016 e finalizado em 2017 por uma equipe de profissionais brasileiros e britânicos em Londres. É resultado de uma tentativa de mostrar um Brasil desconhecido pelo mundo e por muitos brasileiros.

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DIA 20 NOVEMBRO: CONSCIÊNCIA NEGRA E O LEGADO DE ZUMBI DOS PALMARES

Ao se completarem 50 anos dos primeiros atos em comemoração ao 20 de novembro como Dia da Consciência Negra, a histórica Serra da Barriga, em União dos Palmares (AL), promove uma extensão programação especial em homenagem à data e a Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. No local, há um parque memorial visitado por pessoas de todo o mundo. 

O dono desse parque é a Fundação Cultural Palmares, ligado ao Ministério do Turismo, mas a entidade decidiu mudar a atitude observada em outros anos. Ignora a data e não realiza nem apoia qualquer evento no município alagoano, a 80 km de Maceió.

Quando era o mês da Consciência Negra, a fundação sempre trazia atrações e ajudava o município com ações e grupos culturais. Neste ano não foi dado nada, apenas o parque vai estar aberto", diz a secretária de Cultura de União dos Palmares, Elizabete de Oliveira Silva, citando que o órgão vem apenas realizando a manutenção de rotina para o parque ficar aberto. Criado em 2007, no alto da Serra da Barriga (que ocupa uma área de 27,92 km²), o parque recria o ambiente da República dos Palmares. Foi lá o maior e mais organizado refúgio de negros das Américas durante o período escravocrata, abrigando também índios e brancos. 

O local reconstitui as mais significativas edificações do Quilombo dos Palmares e teve Zumbi dos Palmares como seu último líder. Ele foi morto em 20 de novembro de 1695 —por isso a homenagem do Dia da Consciência Negra. Zumbi está inscrito no livro oficial de heróis da pátria desde 1996. 

HISTÓRIA: Em 20 de novembro é comemorado no Brasil o Dia da Consciência Negra. A data foi escolhida para lembrar a morte de Zumbi dos Palmares, uma das principais lideranças negras da história do país. O nome faz referência ao Quilombo dos Palmares, maior espaço de resistência de escravos durante mais de um século no período colonial (1597-1704).

A região que acolhia o núcleo do quilombo, Serra da Barriga, em Alagoas, ganhou desde 2017 reconhecimento internacional, a certificação da área como patrimônio cultural do Mercosul. 

A Serra da Barriga foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1985. Em 2007, foi aberto o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, próximo à cidade de União dos Palmares, a cerca de 80 quilômetros da capital do estado, Maceió. O projeto envolveu a construção de instalações em referência a Palmares, como a casa de farinha (Onjó de farinha), casa do campo santo (Onjó Cruzambê ) e terreiro de ervas (Oxile das ervas). O espaço ainda é o único parque temático voltado à cultura negra no Brasil e recebe anualmente cerca de 8 mil visitantes.

O Quilombo dos Palmares surgiu no século 16. Residiam nele escravos fugidos das capitanias da Bahia e de Pernambuco. O local chegou a reunir até 30 mil pessoas no seu auge, no século 17, e era organizado em pequenos povoados, chamados de mocambos. Os principais eram Cerca Real do Macaco, Subupira, Zumbi e Dandara. O maior deles chegou a ter 6 mil pessoas, quase a mesma população do Rio de Janeiro à época.

Esses mocambos constituíam uma espécie de república. As decisões políticas eram tomadas pela reunião da liderança de cada um deles em conjunto com o chefe supremo. Essa posição de comando foi ocupada por Acotirene, sucedida por Ganga Zumba e, depois, por Zumbi. No tocante às relações afetivas, Palmares era uma sociedade poliândrica, em que mulheres podem ter relação com diversos homens.

Segundo Zezito de Araújo, professor de história e supervisor de Diversidade da Secretaria de Educação do Estado de Alagoas, Palmares ainda é lembrado muito pela dimensão do conflito, mas deveria ser conhecido por ter sido o primeiro grande movimento de resistência das Américas no período colonial e pela sua organização política.

“A Revolução Francesa é tida como o símbolo da liberdade, mas a luta de Zumbi aconteceu antes. Enquanto em Palmares tínhamos propriedade coletiva, produção para subsistência e para troca, na colônia tínhamos atividade agrícola para exportação e escravidão como base do trabalho. São sociedades opostas”, analisa. (Fonte: Uol e Agencia Brasil)

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CANTOR LUIZ DO HUMAYTÁ LANÇA VIDEOCLIPE DA MÚSICA "VOU ME EMBORA PRO SERTÃO", NA QUARTA (24)

O cantor, compositor, poeta Luiz do Humaytá além de ter iniciado no último dia 06 de novembro,  o Projeto Som na Caatinga, com participação especial do sanfoneiro Cicinho de Assis, traz mais uma novidade.

No próximo dia 24, quarta-feira, às 20h30, será lançado no canal youTube,, o primeiro videoclipe da música autoria do poeta Luiz do Humaytá,  "Vou me embora pro Sertão".

Neste segundo semestre do ano o cantor trouxe várias  novidades para os fãs e admiradores, ele ampliou o trabalho que agora pode ser encontrado no canal youTube e spotify, que é o serviço de streaming de música mais popular do mundo.

Luiz do Humaytá completou, em junho de 2021, 10 anos de vida profissional na música. Iniciou sua trajetória em 2011, ao criar a banda Forró Avulso em Salvador. Com essa banda, tocou na noite soteropolitana por 5 anos e também fez apresentações em outros estados, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Em 2016, iniciou carreira solo e se mudou para o sertão baiano, onde mora atualmente.

Neste ano de 2021, lançou o oitavo CD da carreira, o álbum Boemia Cult, em que interpreta grandes sucessos já consagrados da música romântica, além de alguns bregas clássicos.

O poeta, que mora na Fazenda Humaytá em Curaçá da Bahia, tem o nome de batismo de Luiz Carlos Forbrig. Quando foi para o sertão, passou a ser chamado de Luiz do Humaytá, contemplando, assim, esta peculiaridade, típica do sertanejo, de incorporar um adjetivo de identificação aos nomes.

O cantador é natural de Jabuticaba Velha, pequeno distrito de Palmeira das Missões, no interior do Rio Grande do Sul. Com os pais Anoly e Guilhermina, aprendeu a veia musical: a mãe era puxadeira dos cantos religiosos na igreja católica e o pai, tocador de gaita de boca.

DISCOGRAFIA CD’s

2012 ‡ Acústico

2014 ‡ Pé de Chão

2015 ‡ Luiz do Humaytá Canta Músicas Gaúchas

2016 ‡ Luiz do Humaytá e Forró Avulso – 5 Anos de Estrada

2017 ‡ Luiz do Humaytá Avulso

2019 ‡ Decanto o Sertão

2020 ‡ Luiz do Humaytá ao Vivo

2021 ‡ Boemia Cult

71 98869-4488 74 99914-8813 Luiz do Humaytá luizdohumayta@gmail.com


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MESTRE DA CULTURA RAIMUNDO ANICETO: UMA SAUDADE EM SOM DE PIFE

O Professor, mestre e doutor em Ciência da Literatura Aderaldo Luciano numa carta endereçada ao cantador cantor Beto Brito, relatou a certeza, "e vai colocar isso em um livro, que Deus era um tocador de pife e foi soprando nele, num pife feito de taboca, que deu vida ao Homem com seu sopro fiel".

Visitei no Crato, Ceará, o mestre da cultura de tocar pife, Raimundo Aniceto, 86 anos, nascido em 14 de fevereiro de 1934. Fui na casa do líder da Banda Cabaçal de Pife dos Irmãos Aniceto.  A Banda de Pífe é Patrimônio Cultural Imaterial.

No mês de outubro do ano passado (2020), a jornalista Beatriz Jucá, destacou em reportagem para o EL País, que se calou o pífano de Raimundo Aniceto. Mestre Raimundo Aniceto era o mais antigo dos integrantes da banda cabaçal Irmãos Aniceto. Enérgico mestre da cultura popular brasileira, Raimundo exaltava a ancestralidade do Cariri cearense e a magia do sertão na sonoridade do seu pífano e na dança. 

Raimundo era base de uma família que dança e toca há mais de 200 anos, inspirada na observação da natureza e na sonoridade transmitida de pai para filhos pelo ouvido. Raimundo era o último vivo de sua geração do grupo e já dedicava 80 de seus 86 anos à arte popular. Durante décadas, viajou pelo Brasil e pelo exterior para mostrar a força cultural dos seus. Mas nunca se afastou do seu rincão, o Crato.

Não se deslumbrou nem mesmo com a Europa, onde fez uma turnê em 2004. Surpreendeu-se, sim, com “o mundo de gente” que se juntou a cada apresentação feita em praças portuguesas e espanholas. 

Nos últimos anos, Raimundo aceitou o convite do Sesc-Ceará para transformar a própria casa onde morava em um museu aberto. Com muita generosidade, converteu seu lar em uma rica ponte para a magia cultural do sertão. O motivo? “Meu pai me ensinou como era a cultura. A cultura é coisa séria. É onde está nossa vida”, dizia.

Fotografias de apresentações dele e dos irmãos lotaram as paredes. Geladeira, fogão e cadeiras passaram a dividir o espaço dos cômodos com dezenas de objetos históricos do grupo formado ainda no século XIX ― todos os integrantes descendentes do índio Kariri José Lourenço da Silva (o Aniceto) e de Maria da Conceição. 

A história está colada em placas espalhadas na sala e no corredor: os meninos (seis filhos) passaram a ser chamados de Aniceto pelo apelido do pai. Ainda criança, começaram a produzir instrumentos musicais feitos de cabaça e taboca ― o alicerce da banda cabaçal.

O tradicional pífano de Raimundo Aniceto está acomodado sobre pregos cravados nas paredes, ao lado das coloridas vestimentas dos brincantes. Mas nunca ficou ali esquecido pelo mestre como mero adorno. Nem mesmo quando o AVC que sofreu há pouco mais de quatro anos lhe roubou a capacidade de falar palavra e parte da força da mão direita. 

Quando estive em sua casa-museu em agosto de 2019, Raimundo tentava conversar em um idioma próprio, já que sua dicção estava muito prejudicava pela doença. Cabia à sua esposa tentar traduzi-lo. A melhor coisa no mundo que achava era receber visita e encontrava um jeito de se comunicar ― se não era possível fazê-lo pelo verbo, o fazia pela força cultural que carregava em si.

A sala então virou espetáculo para uma plateia de três pessoas, onde ele dançava e brincava sua cultura popular, na época aos 85 anos. Pegava o pífano e tirava dele ainda algum som, mesmo com a falta de força nas mãos e no sopro. Sem pronunciar qualquer palavra, tentava ensinar aos visitantes a sua arte. 

Esta foi uma tarefa que assumiu durante toda a sua vida: disseminar e ensinar sua cultura para que ela siga viva mesmo quando seus parentes deixam este mundo. “Meu pai faleceu aos 104 anos e deixou essa banda. Seis filhos, que são tudo tocador e artista. Hoje a banda está repleta de sobrinho, filho já dos meninos que morreram”, contou Raimundo em uma entrevista ao músico Antônio Nóbrega, há alguns anos. “A gente quer continuar como meu pai deixou. É se acabando um, e nós botando outro pra não se acabar a tradição”.

Raimundo Aniceto Faleceu aos 86 anos. Mas a história da banda cabaçal criada pelo seu avô ao pé da chapada do Araripe, lá no Crato, deve continuar a ecoar. 

“Ele deixa um legado grande, fica tudo. Foi um grande homem, um grande pai e será sempre lembrado pela família e na cena cultural popular”, diz a filha, Socorro. 

O grupo Irmãos Aniceto agora segue com seus sobrinhos na dianteira. Não há como pegar uma zabumba feita com timbaúba e couro de bode, uma tarefa geralmente executada por Raimundo lá nos fundos de sua casa, sem lembrar do grande mestre. Sua casa-museu também seguirá aberta ao público. Como ele mesmo explicava: "A gente não quer deixar essa raiz se acabar mais nunca. Só se o mundo se acabar de uma vez só. Isso é uma alegria do nosso Brasil”.

Serviço
Museu Casa do Mestre Raimundo Aniceto – Crato

Onde: Rua Dr. Manuel Macêdo, bairro Seminário 

(Fonte: BEATRIZ JUCÁ/El País)

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USINA NUCLEAR: PERDEMOS A BATALHA, NÃO A GUERRA, AFIRMA PROFESSOR HEITOR SCALAMBRINI

USINA NUCLEAR: PERDEMOS A BATALHA, NÃO A GUERRA.

O título retrata o estado de ânimo e de espirito diante das últimas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), definindo que legislar sobre atividades nucleares cabe exclusivamente a União Federal. Este entendimento ocorreu após o ajuizamento, pelo Procurador Geral da República, de ações de inconstitucionalidade contra artigos e dispositivos de Constituições Estaduais que defendiam e protegiam suas populações e o meio ambiente, de uma “catástrofe nuclear”.  

Por exemplo, no caso de Pernambuco, o artigo 216 de sua Constituição Estadual restringia a instalação de usinas nucleares em seu território, desde que todas outras fontes energéticas já tivessem sido utilizadas. Segundo decisão do STF este dispositivo foi anulado, e assim, do ponto de vista jurídico, esta decisão vai facilitar a instalação de usinas nucleares em seu território, conforme defende o atual (des)governo federal.

As usinas nucleares, termoelétricas que transformam o calor produzido pelas reações nucleares em energia elétrica, é uma tecnologia em declínio de aceitação, principalmente pela possibilidade de ocorrer acidentes extremos, ou seja, vazamento de material radioativo para a atmosfera. Além do custo da energia gerada ser considerada uma das mais caras entre as opções energéticas para termoelétricas. Hoje seu custo por MWh está em torno de 4 vezes maior que o produzido pelas usinas solares fotovoltaicas e eólicas.


Países como a Alemanha, Itália, Áustria, Bélgica, entre outros, já abandonaram esta tecnologia. Na França e no Japão novas instalações de usinas nucleares sofrem grandes resistências, de inúmeros e representativos grupos sociais. Nota-se, mundialmente entre os povos, um posicionamento majoritário contrário à tecnologia nuclear, pois, além do risco de uma tragédia com espalhamento de material radioativo para o solo-terra-ar; as usinas nucleares são caras, sujas e perigosas.


Diferentemente daqueles que defendem tal tecnologia para o Brasil, a nucleoeletricidade em nada contribui para a transição energética. No Brasil real as usinas Angra I e Angra II contribuem com menos de 2% da potência total instalada na matriz elétrica. O Plano Nacional de Energia (PNE) 2050 projeta uma ampliação da geração nuclear entre 8 e 10 Gigawatts (GW). Mesmo que esta potência seja agregada à matriz elétrica nos próximos anos, a contribuição da fonte nuclear continuaria mínima e desnecessária para segurança energética do país.

Existem inequívocos interesses econômicos e militares em promover as usinas nucleares, em detrimento ao interesse público. Econômicos, pois são construções caras, 5 bilhões de dólares cada usina de 1.200 Megawatts (MW), obviamente de grande interesse dos vendedores dos equipamentos e das empreiteiras. Do ponto de vista militar, um acordo binacional está em pleno andamento com a França para a construção de submarinos nucleares com o apoio da França, cujo custo ao pais é estimado em 35 bilhões de reais. E sem dúvida na área militar, o desejo sempre desmentido é pela construção de artefatos nucleares, como a bomba nuclear. 

Assuntos gravíssimos e de interesse da sociedade brasileira, que impliquem consequências para as gerações futuras, não estão sendo devidamente debatidos. Um deles é a nuclearização do pais em um continente até então pouco provido de atividades nucleares.

Heitor Scalambrini Costa-Professor aposentado da Universidade Federal de Pernambuco

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