GONZAGUEANOS FESTEJAM LANÇAMENTO DO CD ÁLBUM LUIZ GONZAGA, BAIÃO DOS HIPPIES

Pesquisadores, estudiosos, admiradores e colecionadores da vida e obra de Luiz Gonzaga estão festejando o lançamento do novo álbum na voz do Rei do Baião em todo o Brasil. 

Com capa criada por Bady Cartier a partir de foto de Luiz Gonzaga (1912 – 1989) extraída do Arquivo Nacional, o álbum Baião dos hippies chegou ao mercado fonográfico primeiramente em CD,  antes de desembarcar nos aplicativos de música em 13 de dezembro, dia do 109º aniversário do cantor, compositor e sanfoneiro pernambucano.

Editado pelo selo Discobertas, o álbum Baião dos hippies reproduz oito números e três falas de Luiz Gonzaga na apresentação feita pelo artista há 50 anos no Festival de Verão de Guarapari, evento de aura hippie, realizado de 11 a 14 de fevereiro de 1971 na praia Três Marias, no litoral da cidade capixaba de Guarapari (Espírito Santo).

Gonzagueanos espalharam nas redes sociais a aquisição "da novidade". O Encontro dos Gonzagueanos está marcado para acontecer em Exu, na semana do aniversário do Rei do Baião, 13 dezembro.

O empresário Italo Lino disse que 'este álbum representa a identidade cultural de Luiz Gonzaga, presente em todos os atos revolucionários do período vivido pelo Rei do Baião".

O repertório do disco Baião dos hippies inclui sucesso do universo sertanejo, A moda da mula preta (Raul Torres, 1945) entre standards da basilar obra autoral de Luiz Gonzaga como Asa branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, A volta da asa branca (Luiz Gonzaga e Zé Dantas), Assum preto (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) e O xote das meninas (Luiz Gonzaga e Zé Dantas).

É preciso compreender todo o movimento da trajetória profissional de Luiz Gonzaga (13 de dezembro de 1912 – 2 de agosto de 1989) para dimensionar o valor do álbum Baião dos hippies, com o registro da apresentação feita pelo artista pernambucano há 50 anos no Festival de Verão de Guarapari, realizado em fevereiro de 1971.

Gonzaga nunca deixou de ser rei em todo o nordeste do Brasil. No entanto, em mercados capitais para o reconhecimento midiático, o reinado do cantor, compositor e sanfoneiro pernambucano implodiu com a revolução estética feita pela bossa nova em 1958 e com o surgimento da MPB na plataformas dos festivais da canção a partir de 1965.

Em 1971, Gonzaga ensaiou aproximação com o universo da MPB no álbum O canto jovem de Luiz Gonzaga – editado naquele ano com repertório que incluía músicas de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Edu Lobo, entre outros então jovens compositores – em movimento iniciado justamente com a apresentação do rei do baião no antológico evento musical de Guarapari.

Realizado de 11 a 14 de fevereiro de 1971 na praia Três Marias, situada no litoral da cidade capixaba de Guarapari (ES), o Festival de Verão de Guarapari teve aura hippie por ter sido inspirado no célebre festival norte-americano de Woodstock, marco da contracultura que, em agosto de 1969, irradiou a ideologia de paz & amor para todo o universo pop.

A programação do festival brasileiro do Espírito Santo contou com show de artistas identificados com o público jovem e/ou com a cultura hippie, como a banda A Bolha e os cantores Erasmo Carlos, Gonzaguinha, Milton Nascimento e Tony Tornado.

Estranho nesse ninho de contracultura, assim como Angela Maria (1929 – 2018), cantora da era do rádio que na época também buscava renovar o público e o repertório, Luiz Gonzaga mostrou como se dançava o baião para o público hippie de Guarapari.

O festival entrou para a história, o que justifica, 50 anos depois, a edição do álbum Baião dos hippies, iniciativa do produtor e pesquisador musical Marcelo Fróes.

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