UMA ARARINHA AZUL DEBANDOU DO GRUPO E ESTÁ DESAPARECIDA

Uma ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) nascida em cativeiro não retornou para a área de alimentação que funciona perto do antigo viveiro onde ficaram antes de serem soltas. O sumiço ocorreu na última quinta-feira (25). A equipe de monitoramento do ICMBio está em busca da ave e reforçou a divulgação dos telefones de contato, para caso alguém saiba do paradeiro da ave. 

“Há um cartaz que estamos divulgando, com os números de telefones, desde antes das ararinhas serem soltas”, explica a veterinária Camile Lugarini, do ICMBio, sobre os procedimentos de monitoramento das ararinhas. Desde que a equipe perdeu o sinal de telemetria da ararinha, grupos de WhatsApp e redes sociais reforçam a divulgação do cartaz com os números. 

“Foi identificado que o animal não retornou para a área de alimentação no dia 25 e desde lá equipe do ICMBio, Univasf (Universidade Federal do Vale do São Francisco), ACTP (Association for the Conservation of Threatened Parrots) e Blue Sky estão buscando sinal pela na região toda, bem como vestígios de algum tipo de predação. Se alguma pessoa tiver visto a ararinha, é importante reportar isso para o ICMBio e a Blue Sky, para que a gente localizar esse animal”, explica Ugo Eichler Vercillo, diretor-técnico do projeto Blue Sky Caatinga. 

Com ocorrência apenas no sertão baiano, as populações silvestres da ararinha-azul foram dizimadas devido ao tráfico de animais e à perda de habitat. Sua sobrevivência ficou então atrelada a cativeiros no Brasil e no mundo, que garantiram a reprodução e perpetuação da espécie. 

Em março de 2020, um grupo de 52 ararinhas-azuis, provenientes da instituição alemã Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP), foram enviadas ao Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha Azul e à Área de Proteção Ambiental da Ararinha-Azul. As unidades de conservação, com extensão total de 29,2 mil e 90,6 mil hectares, respectivamente, foram criadas no município de Curaçá em junho de 2018 justamente para garantir a proteção da espécie em sua volta à Caatinga. 

Em julho deste ano, cinco fêmeas e três machos de ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) foram finalmente reintroduzidos na natureza. Os moradores foram visitados pelas equipes e cartazes foram previamente espalhados. Desde que as aves foram soltas, em julho, ao menos três indivíduos dispersaram e foram encontrados em menos de 72 horas, com ajuda da comunidade de Curaçá. A atual ararinha perdida é a primeira que passa mais tempo sem ser localizada.

FONTE:  (O ECO-Jornalismo Ambiental- Daniele Bragança-É repórter especializada na cobertura de legislação e política ambiental. Formada em jornalismo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), desde 2018 é editora do site ((o))eco.)

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UNEB OFERECE CURSO SOBRE PRODUÇÃO ORGÂNICA E AGROECOLÓGICA DE ALIMENTOS, EM JUAZEIRO BAHIA

Produção orgânica e agroecológica de alimentos é o tema do minicurso que será realizado nos dias 17 e 24 de setembro no Centro de Agroecologia, Energias Renováveis e Desenvolvimento Sustentável (CAERDES) do Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em Juazeiro, das 8h às 12h e das 14h às 18h. 

As aulas serão ministradas pelo coordenador do CAERDES/UNEB, o professor Dr. Jairton Fraga. Os interessados podem realizar as inscrições entre os dias 05 e 12 de setembro por meio do endereço eletrônico https://www.even3.com.br/minicurso-producao-organica-e-agroecologica-de-alimentos/ e validar a inscrição no Diretório Acadêmico Livre de Agronomia (DALA) no mesmo período em que as inscrições estarão abertas, levando um quilo de arroz Cateto. Serão ofertadas 40 vagas voltadas para estudantes de graduação da área de Ciências Agrárias e terá certificado de participação com carga de 16 horas/aula. 

A temática foi escolhida com o objetivo de fundamentar teoricamente e desenvolver nos alunos as habilidades práticas necessárias sobre a produção orgânica. De acordo com o professor Dr. Jairton Fraga, a escassa disponibilidade de formação específica para estudantes em produção agroecológica e orgânica inspira o CAERDES a oferecer minicursos com o intuito de desenvolver habilidades teóricas-práticas para o processo social da produção de alimentos. 

O minicurso é ofertado pelo CAERDES, em parceria com o DALA, juntamente com o Programa de Pós- Graduação Agroecologia e Desenvolvimento Territorial (PPGADT) do DTCS da UNEB, em Juazeiro.  


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FESTIVAL DE FORRÓ DA CHAPADA-MUCUGÊ, BAHIA, ACONTECE ENTRE OS DIAS 12 A 15 DE OUTUBRO

Entre os dias 12 e 15 de outubro, será realizado o Festival de Forró da Chapada, na cidade baiana de Mucugê. Segundo os organizadores, o evento acontece para comemorar o aniversário do sanfoneiro Targino Gondim, que estará presente no festival.

A programação musical contará com nomes mais conhecidos do ritmo da cultura gonzagueana e brasileira com novos talentos do forró. As apresentações, cujas atrações ainda não foram divulgadas, serão abertas ao público.

O Festival de Forró da Chapada pretende estimular a produção e valorização musical dentro do forró. A ideia dos realizadores é manter o compromisso com as raízes culturais, promovendo intercâmbio musical entre todas as gerações participantes.

"A sanfona é o principal instrumento das festas espalhadas pelo mundo. Fascina pela sua sonoridade, pela diversidade de modelos e gêneros, mas seu encanto transcende o poder da música, porque desperta um afeto misterioso. Talvez pelo fato de ficar junto ao coração do sanfoneiro, ou, quem sabe, por ser um instrumento que é abraçado ao se tocar. Ou ainda, por ser um instrumento que respira. O fato é que a sanfona une as pessoas e é amada por todos os povos".

O festival reúne pessoas de todas as regiões do Brasil. A professora Luana Carvalho e a bióloga Ana Vartan já confirmaram presença. Em todos os eventos elas viajam até o município de Mucugê, na Chapada Diamantina, Bahia, por compreenderem que a sanfona é o maior simbolo cultural presente na obra de Luiz Gonzaga. Ana Vartan é de Exu, terra de Luiz Gonzaga,  Pernambuco distante mais de 850 km de Mucugê. Luana Carvalho viaja de Sento Sé, Bahia.

"Além do forró todos os que vão para o festival retornam pois a cidade de Mucugê é encantadora com a sua arquitetura e riquezas culturais", afirma Luana Carvalho.

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MÚSICO LUCAS CAMPELO É UMA DAS ATRAÇÕES DA FEIRA ESTADUAL DA REFORMA AGRÁRIA, REALIZADA EM ARACAJU, SERGIPE

De 30 de agosto a 02 de setembro, Aracaju irá receber a 7ª Feira Estadual da Reforma Agrária promovida pelo  Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A feira será realizada na Praça Dom José Thomaz, Bairro Siqueira Campos e terá entrada gratuita. Na ocasião, cerca de cem famílias assentadas e acampadas das cinco grandes regiões do estado irão trazer em torno de 80 toneladas de alimentos, entre frutas, verduras e seus derivados.

A programação ainda conta com apresentação de artistas sergipanos, o músico, sanfoneiro e cantor Lucas Campelo, Samba do Arnesto, Lari Lima, Casaca de couro, Os Faranis, Décio Nunes, Branquinho do Acordeon e o Grupo Cultural Raízes Nordestinas, do município de Poço Redondo.

O evento tem o objetivo de fazer circular a produção agrícola dessas famílias, e também de conscientizar a população sobre os cuidados com a alimentação e o consumo de alimentos orgânicos, incentivando a produção local. Além disso, há também a produção de derivados da macaxeira e batata doce, como bolos e doces, mel, queijos variados, oriundos das associações e cooperativas familiares ligadas ao Movimento.

José Roberto, da Coordenação do MST em SE, ressaltou que a feira traz para a sociedade a importância da reforma agrária na produção de alimentos saudáveis para a população sergipana, e mostra que a reforma agrária acaba com a fome,  com a miséria e gera emprego no campo. 

“A nossa feira tem a intenção de aproximar o agricultor, o produtor, com o consumidor. É neste sentido que a gente está nesse momento tão especial para reafirmar o compromisso com a sociedade sergipana da importância de produzirmos alimentos saudáveis, para entregar e retribuir todo o apoio que a sociedade tem dado às nossas lutas, às nossas caminhadas e às nossas ocupações contra o latifúndio e pela desapropriação desses latifúndios”, destacou José Roberto.

A feira terá início todos os dias às 8h e encerramento às 22h.

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BAIÃO VIRAMUNDO, LUIZ GONZAGA COMO FILÓSOFO DO SERTÃO NORDESTINO É TEMA DE PALESTRA DIA 08 DE SETEMBRO

Nos dias 8 e 9 de setembro será realizado o VI Sertão Filosófico no campus Petrolina da Universidade de Pernambuco (UPE). O encontro do grupo de pesquisa Sertão Filosófico (CNPq) tem como objetivo fomentar o intercâmbio e ampliar a troca de experiências entre professores e estudantes do IFSertãoPE e UPE, bem como entre outras instituições de ensino e a comunidade.

Os interessados em participar como ouvinte do evento podem se inscrever pelo link. A programação envolve minicursos virtuais e comunicações virtuais e também presenciais.

O Grupo de Pesquisa Sertão Filosófico é cadastrado no CNPQ. Este ano, completa seis anos de existência, período em que vem desenvolvendo pesquisas, realizando eventos científicos itinerantes, publicações e atividades de ensino.

Programação-Dia 8 de setembro

14h Minicursos Virtuais:

Paulo Jorge Barreira Leandro: Cartografias Selvagens – ensinar e aprender a partir do encontro entre Filosofia da Diferença e a cosmologia Huni Kuin

16h Comunicações Presenciais

Mediação: Cristiano Dias da Silva

Francisco Veríssimo de Souza Melo – Por uma filosofia do sertão

Cristiano Dias da Silva – Aspectos comparativos da lava-jato com a inquisição: uma revisitação a obra O nome da rosa

Ivanildo Alves de Almeida – “Baião de Viramundo” – Luiz Gonzaga como filósofo popstar do Sertão nordestino e doutros sertaneses

Luiz Henrique Pereira de Castro – A Corporeidade da existência: o “Dasein” na pedagogia engajada

19h Mesa de Abertura: Educação Política

Prof. Dr. Rafael Lucas de Lima (UPE) – Política e educação: Uma relação necessária

Prof. Dr. André Ricardos Dias Santos (IFSertãoPE) – Identidades

Prof. Dr. Gabriel Kafure da Rocha (IFSertãoPE) – A filosofia política no ensino médio: experiências de ensino

Dia 9 de setembro

14 h – Minicursos Virtuais

Isabela Castro – Exu nas escolas: saberes ancestrais, identidades e memórias

15 h Comunicações Virtuais

Sala 1: Mediação: José Aldo Camurça de Araújo Neto

Victor Fabiam Gomes Xavier – Experiência e Ensino de Filosofia à luz de Gabriel Marcel

Nilton Guimarães da Silva – A experiência primeira como fonte de conhecimento em sala de aula

Breno Augusto da Costa – História da Filosofia Brasileira: experiência isebiana e realidade atual

Pedro Wilson Nogueira Porto – Historia e Filosofia da História (um debate entre a reflexão e a ação)


Sala 2: Mediação: André Ricardo Dias dos Santos

Francisco Santana de Lima – A dignidade da pessoa humana e o dever de cuidar em Foucault

Márcio Santos de Santana – A categoria Estado no Pensamento Político de João Arruda e Miguel Reale

Cristiano Bonneau – Scholem e Benjamin- alegoria de uma amizade

Sala 3:Mediação: Gabriel Kafure da Rocha

Vinícius Gomes Alves – A estética entre a tragédia grega e o Sertão brasileiro

Paulo Jorge Barreira Leandro – O problema da expressão em Henri Bergson

Valdomiro Alves Pereira – Sensibilização e Representatividade: A cultura pop na sala de aula

Bruno Gonçalves da Paixão – Ideologia, política e alienação numa peça musical de Elomar Figueira Mello

Silvio Takeshi Tamura – "Eu sou a mosca que pousou em sua sopa": Música, arte e filosofia social em Raul Seixas.

17h Mesa de Encerramento (Virtual): Democracia

José Aldo Camurça de Araújo Neto (IFSertãoPE) – A crise da democracia: o olhar crítico da filosofia política contemporânea

Thais Santos Moya (UPE) – Apontamentos sobre a ofensiva reacionária no Brasil recente

Debora Maria dos Santos (UFPE/UESPI) – Democracia na sociedade em rede

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FAMÍLIAS AGRICULTORAS DO TERRITÓRIO DO SERTÃO DO SÃO FRANCISCO SERÃO CERTIFICADAS COMO PRODUTORAS ORGÂNICAS

Na próxima sexta-feira (2), 111 famílias agricultoras que produzem frutas e hortaliças nos municípios de Juazeiro, Sobradinho, Pilão Arcado, Campo Alegre de Lourdes, Sento Sé e Uauá receberão o certificado de conformidade orgânica. O evento de entrega dos certificados acontecerá a partir das 16h30 no espaço da Feira de Orgânicos do Armazém da Caatinga, localizado na Vila Bossa Nova (Orla II), em Juazeiro.

O processo de certificação foi realizado através do Sistema Participativo de Garantia (SPG), isto é, aconteceu de forma coletiva, na qual um núcleo de agricultores/as organizados/as avalia e certifica a produção de outros/as agricultores/as. Este método é mais simplificado e mais barato do que a contratação de auditoria e é igualmente reconhecido pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Com essa autenticação, as/os agricultoras/es poderão acessar mercados mais especializados e gerar mais confiança para seus clientes. É o que destaca a coordenadora do pré-núcleo Sertão do São Francisco, e também uma das agricultoras que receberá a certificação, Carmem de Oliveira. 

"A gente vendendo nas feiras, a gente vende só com a relação de confiança mesmo. Com o selo, a gente vem agregar valor ao nosso produto e vai ampliar uma relação de confiança diante dos nossos clientes. E outras portas se abrirão, outras fontes de comercialização se abrirão com a certificação. Então, pra nós, enquanto agricultores e agricultoras, é um grande passo".

O agricultor agroecológico Ancelmo Cordeiro, da unidade produtiva Flores da Vargem em Juazeiro, também celebra esse momento de reconhecimento. "Dizendo só de boca que somos orgânicos e agroecológicos, mesmo praticando, muitas vezes as pessoas não acreditam. Esse selo com certeza vai ser uma ferramenta a mais para comercializarmos o nosso produto". O agricultor enfatiza que, além do certificado, tem toda uma consciência ambiental e solidária na prática agroecológica.

"Tem que ter essa visão de que todos tenham acesso ao produto limpo e saudável, temos que pensar nos nossos irmãos. A gente tem que pensar não apenas no certificado, mas numa agricultura ecológica e em uma economia solidária", conclui.

Durante o processo de certificação, os/as agricultores/as participaram ativamente de reuniões para trocas de experiências e para garantirem a qualidade orgânica dos alimentos, bem como fazer o monitoramento mútuo da produção, pois caso ocorra alguma irregularidade todos são penalizados. 

"Destaco a importância da participação dentro do processo, através das reuniões de grupos, de núcleos, as visitas de pares, o olhar externo e da participação das reuniões e do circuito de comercialização junto com toda a Rede de Agroecologia Povos da Mata. Esperamos que seja uma semente que foi plantada e que novos grupos de agricultores [de orgânicos] surjam nesse território", afirma o coordenador do projeto de certificação, Cláudio Lyrio.

Lyrio destaca ainda que a certificação, nesse molde participativo, deve continuar e se expandir a outras áreas produtivas. "É um marco para toda essa região, vamos ter um número de agricultores certificados dentro do escopo vegetal primário. Futuramente vamos trabalhar com os escopos agroindústria e animal".

A ação foi executada pela Associação Povos da Mata, organização contratada pelo Estado da Bahia por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR). A iniciativa conta com co-financiamento do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) e apoio do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa); Coopervida e Central da Caatinga. (Texto e foto: Assessoria de imprensa do evento Certificação Orgânica Participativa)

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PROFESSOR DOUTOR ALUÍSIO GOMES LANÇA LIVRO EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE NO BRASIL NESTA SEGUNDA (29)

O  publicitário e professor Aluísio Gomes lança nesta segunda-feira (29), o livro “Educação ambiental e sustentabilidade no Brasil”, às 19h, no Nobile Suítes Del Rio, situado na Avenida Cardoso de Sá, n° 215, na Orla II de Petrolina. O evento será aberto ao público.

Aluísio Gomes participou este ano da Bienal do Livro do Rio de Janeiro, que aconteceu entre os dias 3 e 12 de dezembro do ano passado.

Na oportunidade, o publicitário e professor doutor Aluísio Gomes. lançou o livro Educação Ambiental e Sustentabilidade no Brasil-entre o discurso político e as práticas educativas no ensino superior.

De acordo com Aluisio Gomes o livro tem como objetivo fazer conhecer através de representa ações sociais, os eixos relacionados com a Educação Ambiental em professores, alunos, dirigentes de instituições do ensino superior e representantes políticos, bem como as possíveis lacunas entre os respectivos discursos e práticas educacionais. 

Aluisio Gomes é Professor Doutor em Educação, nasceu no sítio Buenos Aires, Fazenda Cacimba das Garças, na divisa dos municípios de Ouricuri e Petrolina, hoje Santa Cruz da Venerada, Pernambuco.

Desde os 16 anos Aluísio Gomes mora em Petrolina. É licenciado em Letras pela Universidade de Pernambuco, pós-graduado em Docência do Ensino Superior e Educação Ambiental, mestrando em Educação na Universidade Europeia Del Atlântico da Espanha, professor na Faculdades de Ciências Sociais e Aplicadas de Petrolina, defendeu sua tese de doutorado em Educação Ambiental e Sustentabilidade na Uncuyo – Universidade Nacional de Cuyo, Mendoza Argentina, Tese da qual gerou este livro.

"Com este livro espero contribuir para a compreensão da relação do ser humano para com a natureza, que o leve à Educação Ambiental com uma abordagem transdisciplinar. O ser humano desde sua origem mais remota é parte da natureza, independentemente do que interpretamos a partir das nossas visões, como o caso do antropocentrismo que considera ohomem como o centro do universo e da natureza como seu objeto", diz Aluisio.

Aluisio cita texto Rosacruz intitulado Ecologia Espiritual: "lembremo-nos de que o planeta Terra é nossa casa comum, o habitat da vida como nós a conhecemos e que ela não nos pertence, mas sim,a toda as espécies que nela tiveram origem e habitam, a grande maioria delas, muito antes que os seres humanos surgissem”.


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NADADORA ALICE ROCHA DESTACA AÇÃO ECOLÓGICA EM DEFESA DO RIO SÃO FRANCISCO

Uma ação chamou a atenção das pessoas que passeavam na orla de Juazeiro e Ilha do Fogo neste final de semana. Trata-se de um sábado e domingo, de limpeza nas orlas de Juazeiro e Ilha do Fogo. 

O Rio São Francisco vem sofrendo. Por dia, mais de 15 milhões de litros de esgoto são despejados no leito, sem tratamento. Isso sem contar com os resíduos sólidos. 

A nadadora Alice Rocha, em contato com o BLOG NEY VITAL, revela que dezenas de voluntários e parceiros se uniram para preservar o rio, que é essencial para a vida, e por isto a ação para desperta a consciência ecológica.

A atividade fez parte da programação do projeto "Menos Lixo, Mais Vida", promovida pela nadadora Alice Rocha e pela Prefeitura de Juazeiro, através da Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (Semaurb). 

A ação teve a colaboração de pescadores e nadadores e empresas parceiras, como a Compare e Codevasf. Diversas crianças participaram ativamente da soltura dos peixinhos. 

LIXO: O ser humano precisa urgentemente rever os seus conceitos. É assustador a quantidade de lixo recolhida de dentro do Rio São Francisco. Muito plástico e garrafas, pneus, um tonel e celulares, que levam metais pesados em componentes e baterias.

Segundo a idealizadora do projeto "Menos Lixo, Mais Vida", a ideia surgiu da necessidade de despertar a colaboração da sociedade. 

"Nós que nadamos todos os dias percebemos que hoje encontramos mais lixo que peixes dentro do rio. Então, com essa iniciativa o principal objetivo é que a gente conscientize o máximo de pessoas possíveis, crianças, adultos, atletas e frequentadores da Orla inteira, para colaborar e não espalhar lixo nas margens do rio", ressaltou a nadadora Alice Rocha.

A ação ecológica também celebrou o Dia Mundial da Limpeza Pública.

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SEBASTIÃO BIANO, MORRE AOS 103 ANOS, MEMBRO DA FORMAÇÃO ORIGINAL DA BANDA DE PÍFANOS DE CARUARU

Morreu na tarde deste sábado (27), aos 103 anos, Sebastião Biano, membro da formação original da Banda de Pífanos de Caruaru. O eterno "Beatle de Caruaru" estava internado no Hospital São Lucas, em Ribeirão Pires, no estado de São Paulo, há cerca de 10 dias.

Único membro que estava vivo da formação original da Banda de Pífanos de Caruaru, o músico influenciou movimentos como a Tropicália e o Manguebeat. 'A música veio pronta para mim', afirmava o mestre.

Ainda chamada de Bandinha de Pífano Zabumba Caruaru, o grupo gravou o primeiro disco em 1972. "Música nativa, pura, cristalinamente brasileira, nascida dentro de canudos de mamão ou de bambu, com ritmo batido em couro de cobra. É som de Nordeste, som de Brasil", diz texto assinado por Luiz Queiroga na contra capa do álbum.

Os cantores e compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil reconheceram em vários depoimentos a importância da Banda de Pífanos para o surgimento da Tropicália. Foi em Caruaru que Gilberto Gil percebeu que era possível unir o arcaico e o ultramoderno para produzir uma música brasileira de vanguarda.

Conta a história que Gilberto Gil andava muito impressionado com o então recém-lançado single dos Beatles, Strawberry Fields Forever, em 1967, quando foi fazer uma temporada de shows em Pernambuco, em maio daquele ano. 

A sintonia divina com a música, fez com que ele escutasse a banda de pífanos tocar na rádio, por ocasião da transmissão da posse de Miguel Arraes em 1962, e quando soube que Carlos Fernando, um de seus cicerones locais, era caruaruense, pediu que o levasse a Caruaru para conhecer o grupo. Ao assistir à apresentação, Gilberto Gil teve um insight: o timbre dos pífanos se assemelhava às dissonâncias do mellotron, instrumento então de última geração utilizado na introdução do single dos Beatles".

Numa das suas composições, Forrozear, Gilberto Gil cita Sebastião Biano e a harmonia da Bande de Pife.. Uma das canções que impressionou Gilberto Gil naquela visita a Caruaru foi "Pipoca Moderna". A música instrumental de Sebastião Biano abre o disco Expresso 2222, lançado em 1972 e o primeiro após o exílio em Londres.

A contribuição para a música brasileira rendeu prêmios nacionais e internacionais. A Banda de Pífanos de Caruaru venceu o Grammy Latino na categoria Melhor Grupo Regional de Raiz, com o disco Banda de Pífanos de Caruaru: No Século XXI, em 2004. Um ano depois, com o mesmo álbum, levou o Prêmio TIM de Música de Melhor Grupo na categoria regional.

Filho de uma família retirante da seca, nasceu em Mata Grande, no Sertão de Alagoas, e atravessou o século XX tocando pífano. Nos anos 1970, já com a banda conhecida em todo o país, estabeleceu-se em São Paulo, onde reside atualmente.

O sobrinho de Sebastião Biano, João Biano, informou que o tio estava com dificuldade para respirar e se alimentar. Foi quando a família decidiu levado até uma unidade de saúde. "Entrou água no pulmão e ele foi piorando até o dia de hoje, infelizmente", lamentou.

De acordo com João, o horário do sepultamento não foi definido, mas será na cidade de Suzano, também em São Paulo, no domingo (28). "A banda vai se apresentar e cantar 'Sebastião Biano, Banda de Pífano Agreste Azul...' Foi-se Sebastião Biano, mas ficou Caruaru", ressaltou o sobrinho do "Beatle de Caruaru".

Por meio de nota, o prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro, disse que recebeu, "com profunda tristeza, a notícia do falecimento do mestre pífano, Sebastião Biano, grande homem que tanto representou Carauru e nossa cultura. [...] Toda a equipe da Prefeitura de Caruaru, lamenta, profundamente, a partida deste grande nome da cultura popular. Aos amigos, familiares e colegas, nossos sinceros sentimentos".

OS 100 ANOS: Sebastião Biano, um dos maiores nomes da música brasileira, chegou aos 100 anos em 23 de junho de 2019, véspera de São João. O retorno a Caruaru, cidade no Agreste de Pernambuco onde passou grande parte da vida, aconteceu três anos após receber o título de Cidadão Caruaruense.

Naquele ano, ele foi um dos homenageados do São João 2019 do município e também se apresentou nos festejos juninos. Filho de uma família retirante da seca, nasceu em Mata Grande, no Sertão de Alagoas, e atravessou o século XX tocando pífano. Nos anos 1970, já com a banda conhecida em todo o país, estabeleceu-se em São Paulo.

Sebastião Biano aprendeu a tocar pífano aos cinco anos de idade. Ainda na infância se apresentou para o cangaceiro Virgulino Ferreira, o Lampião, cena que não sai da memória do artista.

"Ele chegou com um chapéu de couro na cabeça, armado, com dois 'bisacos' de bala e cartucheiras no 'bucho'. Ele saiu pesado de dentro do mato com os cangaceiros, eles pareciam uns bichos. Lampião mandou tocar o toque dele. Foi o que ele pediu e nós tocamos", relembrou Biano em entrevista à TV Asa Branca em 2015.

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JOQUINHA GONZAGA É ATRAÇÃO DA MOSTRA CARIRI DE CULTURAS EM IGUATU, CEARÁ

Joquinha Gonzaga é uma das atrações deste sábado (27), durante a Mostra Cariri de Culturas. Este ano, o evento acontece no período de 26 a 30 de agosto, com ações em 27 municípios da região do Cariri e na cidade de Iguatu, no Centro-sul do Estado.

Joquinha Gonzaga se apresenta a partir das 20h30,  no teatro Sesc Iguatu, Ceará.

Este ano Joquinha Gonzaga completou, 70 anos  de nascimento. O sanfoneiro, cantor e compositor é neto de Januário e sobrinho de Luiz Gonzaga. João Januário Maciel, o Joquinha Gonzaga é hoje um dos poucos descendentes vivos da família.

A história conta que Aos 13 anos de idade ganhou um fole de oito baixos, dado pelo tio famoso, Luiz Gonzaga, que achava o sobrinho com cara de sanfoneiro. A partir daí  Joquinha não largou mais a sanfona e tempos depois tornou-se discípulo fiel do Rei do Baião.

No ano de 1970, ingressou na Força Aérea Brasileira na Ilha do Governador no Rio de Janeiro. Cinco anos depois abandonou a carreira militar e entrou de vez no mundo da música, passando a acompanhar Luiz Gonzaga, como sanfoneiro da sua banda de apoio. Joquinha Gonzaga casou a primeira vez em 1979, no Rio de Janeiro, com a Francisca Salustiano com quem teve dois filhos: Pablo Salustiano Maciel e Patrícia Salustiano Maciel.  Do segundo casamento com Maria Pereira dos Santos, conhecida por Nice. Do matrimônio nasceu os filhos Sara Luiza dos Santos Maciel e Luiz Januário dos Santos Maciel.

O primeiro disco de Joquinha Gonzaga foi lançado em 1986, intitulado “Forró, Cheiro e Chamego”. Foi a partir daí que o tio-rei via no sobrinho, o herdeiro de toda uma herançacultural. A composição Amei a Toa, parceria com João Silva, foi gravada na Voz de Luiz Gonzaga.

Após a morte de Luiz Gonzaga, em 1989,  e consequentemente a do primo Gonzaguinha, em 1990, Joquinha mudou-se para o município de Exú,  pernambucano, para cuidar dos interesses do tio e do primo, dando continuidade as atividades de implementação do “Museu do Gonzagão” no Parque “Aza” Branca.

Entre os anos de 1990 e 1993, dedicou-se aos shows regionais procurando manter a tradição do seu mestre Luiz Gonzaga, participando ativamente de grandes eventos culturais do Nordeste.Luiz Gonzaga declarou em público que Joquinha é o seguidor cultural da Família Gonzaga.

Ao lado do tio Luiz Gonzaga, o sanfoneiro Joquinha cantou em dueto a música "Dá licença prá mais um". Joquinha Gonzaga aos 70 anos reside atualmente em Exu, Pernambuco. 

Além de sobrinho do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, Joquinha é neto de Januário (tocador de sanfona 8 Baixos) e ainda tem como tios o Mestre da Sanfona, Zé Gonzaga, Chiquinha Gonzaga (tocadora de sanfona 8 Baixos) e Severino Januário.

Detalhe: Joquinha Gonzaga também é tocador de sanfona de 8 baixos, um instrumento quase em extinção no cenário cultural brasileiro e também por isto um dos aspectos que faz Joquinha merecedor da valorização cultural.

Contato para shows de Joquinha Gonzaga: (87) 999955829 e watsap: (87)999472323

CLIPE: Tanta saudade preservada num velho baú de prata dentro de mim. Digo num velho baú de prata porque prata é a luz do luar. Este baú é como um museu pessoal, o museu que todos temos, feito de lembranças, quinquilharias e reminiscências que alimentam o nosso presente. Como todos os museus pessoais, o da canção tem qualquer coisa que vai além do eu...é futuro”.

Os versos do cantor e compositor Gilberto Gil pode traduzir o sentimento do clipe gravado pelo sobrinho de Luiz Gonzaga e neto de Januário, tocador de 8 Baixos, Joquinha Gonzaga, valorizando o patrimônio de Exu Pernambuco. A música é um universo de riquezas culturais.

O clipe mostra a letra da música Espelho das águas do Itamaragy, composta por Gonzaguinha e Joquinha Gonzaga. No último dia 08 de setembro Exu, Pernambuco, completou 114 anos de Emancipação Política. Exu é privilegiada pela sua diversidade cultural e abraçada pela exuberante beleza da Chapada do Araripe,

Em contato com o BLOG NEY VITAL,  Joquinha Gonzaga, disse que apesar das dificuldades que todos os cantores e músicos enfrentam o momento é de otimismo. 

"Resolvi prestar mais esta declaração de amor juntando voz e imagens da nossa Exu, Pernambuco e assim o Brasil conhece nossas riquezas culturais", disse Joquinha.

Dos nove filhos de Santana e Januário, todos eles, ja "partiram para o Sertão da Eternidade". 

MÚSICA - ESPELHO DAS ÁGUAS DO ITAMARAGY:

Quando Gonzaga chegava no Exu

Naquela cadeira abraçava os amigos

Olhando o açude contava histórias

Do espelho das águas do Itamaragy

O sol se deita em cada entardecer

E a lua derrama sua luz de prata

E o verde da mata em volta vem beber

Mulheres, latas, roupas e homens

Meninos, moleques e animais

A vida da minha cidade está toda ali

No espelho das águas do Itamaragy

Meus zamô deixa não, essa história se quebrar

Meus zamô deixa não, esse espelho se quebrar

Deixa não, cuida aí,

Do espelho das águas do Itamaragy

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PESQUISADOR PAULO VANDERLEY FAZ PALESTRA: LUIZ GONZAGA-110 ANOS NASCIMENTO E O PARCEIRO DA ASA BRANCA, HUMBERTO TEIXEIRA

A região do Cariri cearense é reconhecida por ser uma vitrine de costumes e tradições onde a cultura pulsa intensamente. Neste contexto, o Sesc Ceará realiza, há mais de duas décadas, um dos principais encontros culturais do País: a Mostra Cariri de Culturas. 

Este ano, o evento acontece no período de 26 a 30 de agosto, com ações em 28 municípios da região do Cariri e na cidade de Iguatu, no Centro-sul do Estado.

O pesquisador, Paulo Vanderley, vai ministrar uma palestra com o tema os 110 anos de nascimento do cantor e o parceiro da famosa música Asa Branca, Humberto Teixeira. A palestra acontece a partir das 19h, no Teatro Sesc Iguatu, Ceará.

Estruturada em sete linguagens: Música, Artes Cênicas, Literatura, Tradição, Audiovisual, Artes Visuais e Patrimônio, a 24ª edição da Mostra conta com a participação de 190 grupos/artistas, além de 110 grupos de tradição popular da região do Cariri, entre reisados, maracatus, bacamarteiros, cordelistas, repentistas, cocos e bandas cabaçais, entre outras manifestações artístico-culturais.

PAULO VANDERLEY: O livro Luiz Gonzaga 110 anos do Nascimento, de autoria de Paulo Vanderley, ilustração do Mestre Espedito Seleiro, será lançado este ano (2022), já tem a Força da Palavra, do Imaginário e das Realidades vividas por Luiz Gonzaga. 

Espetacular. Emocionante. O livro é um aperto grandioso na Alma. Sentimento maior. É vitamina de tutano que revigora e faz viver! Trabalho de qualidade excelente. É fé vivida na Igreja São João Batista do Araripe, Fazenda Caiçara. O livro de Paulo Vanderley  É conhecimento cientifíco e conversa de meio de feira, com cheiro, sons e troca de saberes do povo. É ronco de chuva, fartura da sanfona dos 8 aos 120 baixos. É cheia do Rio Brígida soprado de vento Cantarino.

Os 110 anos do Nascimento é o livro certo e merecido para homenager o Mestre Lua, Rei do Baião, Xote, Forró, Xaxado e constelações terretres que iluminam a música brasileira e todos os gonzagueanos mundo afora que pesquisam, estudam e admiram Luiz Gonzaga. É um livro dos 110 anos de nascimento de Luiz Gonzaga, mas representa o mesmo andamento da harmonia, ritmo e melodia: é livro futurista. É livro dos 110, 150, 300 anos de nascimento de Luiz Gonzaga. Será eterno...

De acordo com Paulo Vanderley, o livro é escrito em primeira pessoa, com o próprio Rei do Baião contando sua história, a partir de uma intensa pesquisa em acervos de entrevistas. O projeto também será lançado em formato de áudio, narrado pelo próprio biografado a partir desse material.  Esta obra, o 110º aniversário de Luiz Gonzaga, também se transformará em um podcast e uma websérie, garantindo o caráter multimídia do livro.

"Dessa forma, o público conseguirá ter acesso ao conteúdo de parceiros musicais e os herdeiros de Gonzaga no forró em diversas plataformas".

Paulo Vanderley é pesquisador, criador e mantenedor do mais completo site de Luiz Gonzaga no Brasil www.luizluagonzaga.com.br, estes últimos meses tem dormido pouco. Madruga na busca da chegada da hora de lançar o livro. 

A história conta que o despertar de Paulo Vanderley pela valorização dos costumes da cultura brasileira e especial o Nordeste e sua música começou na infância. Em 1989, na cidade de Exu, Pernambuco, o paraibano de Piancó, de apenas 9 anos, filmou o cortejo de sepultamento de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Na época a família de Paulo Vanderley morava em Exu. Paulo tem o privilégio de ter fotos ainda criança ao lado de Luiz Gonzaga.

Adolescente Paulo Vanderley passou a colecionar tudo relacionado à cultura gonzagueana e o melhor da música ao ritmo da sanfona, zabumba e triângulo. Paulo reúne coleção, a exemplo de Jackson do Pandeiro, Marinês, Dominguinhos. O cantor e compositor Gonzaguinha é um capítulo valioso na vida de Paulo.

“Sou da Paraíba, fui criado no sertão. Meu pai era funcionário do Banco do Brasil e, pelas andanças pelo banco, fomos parar em Exu, no Pernambuco, terra do seu Luiz Gonzaga. Ele era cliente do banco e foi assim que ele e meu pai se conheceram e ficaram amigos”, contou Paulo.

O Mestre Luiz Gonzaga e a sua voz em termos de qualidade de pesquisa deve muito a Paulo Vanderley. Na condição de pesquisador e jornalista, ouso em nome da cultura brasileira, e gonzagueana, antecipar um muito obrigado e Gratidão.

O site Luiz Lua Gonzaga foi idealizado e construído pelo colecionador Paulo Vanderley em 2004, carregando entrevistas, discos, digitalização de materiais gráficos e vários outros materiais sobre o legado do Rei do Baião. 

A iniciativa se tornou um dos principais meios de pesquisa sobre o músico de Exu, levando Paulo Vanderley a ser consultor em projetos como o Museu do Cais do Sertão e a cinebiografia de Gonzagão. O site Luiz Lua Gonzaga parte do projeto de seu criador em celebrar os 110 anos de seu ídolo, comemorados em 2022.

O site luizluagonzaga.com.br é sempre abastecido com uma infinidade de materiais que contam a trajetória de Luiz Gonzaga. Desde dezembro o site ganhou nova roupagem. E é um dos mais acessados em todo o Brasil. 

“Para nós, gonzagueanos, que admiramos tudo o que ele foi, é quase que um princípio propagar a vida e a obra dele. Apesar das dificuldades de trabalhar com cultura no Brasil, trazer mais pessoas para admirá-lo é o que nos anima, é o nosso combustível para fazer esse trabalho”, afirma Paulo Vanderley.

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O JORNALISMO AMBIENTAL POSSÍVEL EM PROGRAMAÇÕES DE RÁDIO

O jornalismo ambiental compartilha procedimentos e técnicas também recorrentes no jornalismo tradicional. Porém, busca sua independência em relação ao formato hegemônico e aos ditames que o mercado impõe ao jornalismo tradicional com foco na economia e na promoção do consumo. 

O jornalismo ambiental não é uma exclusividade das editorias especializadas dos meios de comunicação, das revistas especializadas mas, pode ser fruto da ação de comunicação de povos isolados, como os indígenas da floresta amazônica. Ao se deixar envolver pelo saber ambiental, que deve constituir sua fonte primária, o jornalismo ambiental pode ser praticado pelos pajés, pelo agricultor familiar, pelo cidadão que se sente responsável pela vida de sua comunidade.

O jornalismo ambiental se tornou fundamental para uma sociedade que sabidamente já excedeu sua capacidade de consumo em relação aos recursos do planeta. Sua presença se tornou necessária, contudo sua ausência pode significar uma omissão imperdoável para a vida do planeta. Não importa o meio utilizado para sua realização: é necessário que o cidadão, seja ele leitor, internauta, telespectador, radiouvinte, possa ter acesso a mensagem comprometida e militante, conforme Wilson da Costa Bueno, citado por Roberto Villar Belmonte.

O jornalismo ambiental se alimenta da vida que pulsa no seio do planeta. No meio da selva amazônica, na aldeia dopovo Sateré Mawé, na região do rio Andirá, município de Barreirinha-AM, uma experiência de rádio comunitária indígena está acontecendo a partir de uma iniciativa dos missionários do PIME (Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras) que sob a coordenação do missionário Henrique Uggé desde a década de 1970 atua junto aqueles povos. A rádio comunitária ‘Sateré Ty FM 87.9’ foi instalada nas dependências da Escola Indígena São Pedro (EISP), no rio Andirá.

O jornalismo ambiental ganha com o funcionamento da rádio um aliado dentro de uma realidade alvo das maiores redes de comunicação do planeta, a floresta amazônica.Por estar diretamente integrada a vida de um povo indígena que tem dificuldades de comunicação até mesmo entre suas comunidades espalhadas em meio a floresta e nas beiras dos rios, a rádio comunitária indígena, como falou seu diretor, José de Oliveira, será fundamental para divulgar os fatos e feitos relacionados com o cotidiano dos Sateré Mawé, a cultura desse povo será transmitida diretamente em sua língua nativa e no português para o planeta. 

O rádio, que em sua maturidade se tornou um senhor vigoroso e elegante, apesar do avanço da tecnologia dos meios de comunicação, continua a exercer o seu papel de companheiro fiel (FERRARETO, 2007) das populações residentes em lugares em que os modernos meios de comunicação se tornam inoperantes. Alguns programas serão totalmente em língua materna, para isso, padre Uggé prepara locutores e apresentadores da própria área indígena. Segundo o missionário, a intenção é “fazer um trabalho de informação e de formação” e “dar oportunidades no campo da educação, da saúde, do social, etc. enfim, serão eles mesmos que farão este serviço”, disse.  

A Área Indígena Sateré Mawé (AISM) compreende um perímetro de aproximadamente 450 km, composta de mais de 60 aldeias e comunidades. Da primeira até a última são quase 5h de viagem pelas curvas do Rio Andirá em período de cheia. Elas estão distantes umas das outras e “às vezes tem que ir de voadeira ou de rabeta – pequena canoa de madeira empurrada por motor na popa – paracomunicar, para avisar, para se encontrar. Com um meio desse que fala o idioma local é mais fácil esta interligação”, salientou padre Henrique.

O povo Sateré Mawé por estar localizado relativamente próximo da cidade de Parintins-AM, onde anualmente acontece um festival folclórico com a temática voltada na atualidade para os povos indígenas e a sustentabilidade do planeta, tem sido alvo constante da mídia para a divulgação de suas danças e rituais. Até mesmo pelo desconhecimento da língua daquele povo tudo que é apresentado mundo afora apenas tem a aparência do exótico, do fantástico e nada mais. Após a coleta de imagens e áudios nada mais resta do contato, os curumins e cunhantãs continuam suas vidas em meio a floresta e tomando banho nas negras águas do rio. Como a cultura indígena é transmitida apenas verbalmente e inscrita em utensílios de madeira ou barro, adornos produzidos com sementes, penas e outros materiais perecíveis, o “des-envolvimento sustentável” pode com o tempo envolver toda sabedoria ancestral nascida da floresta.

A presença de um veículo de comunicação comunitária no formato de rádio, com conteúdo de programação produzido pela própria comunidade, pode dar voz à um povo que se tornou conhecido mundo afora apenas pela narrativa midiática. O formato técnico e a linguagempodem estar muito distante do aspecto encantatório apresentado pelos mass media, contudo apresenta o que pode ser essencial para o jornalismo ambiental: a realidade histórica dos fatos e, principalmente apresentar o princípio da precaução, muito caro na prevenção de problemas ambientais futuros.

Por Alberto Luiz Silva Ferreira* Doutorando pelo PPGCOM, DINTER UFRGS/UFAM; e-mail: ferreiraalberto2009@gmail.com

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LULA DEFENDE DURANTE SABATINA BIOECONOMIA NA AMAZÔNIA, AGRICULTURA FAMILIAR E AGRONEGÓCIO SUSTENTÁVEL

O tema do meio ambiente ficou em segundo plano na sabatina realizada pelo Jornal Nacional na noite desta quinta-feira (25) com Luiz Inácio da Silva, candidato à presidência pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Nos poucos minutos em que discorreu sobre o tema, o ex-presidente defendeu a bioeconomia na Amazônia, o pequeno agricultor e o agronegócio sustentável.

Durante os 40 minutos de entrevista, os temas “corrupção” e “economia” dominaram a pauta. O agronegócio e a questão ambiental só foram abordados nos momento finais da sabatina e o candidato discorreu sobre os temas por menos de cinco minutos. A título de comparação, os candidatos Jair Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PDT) tiveram cerca de sete minutos para falar sobre o assunto.

Ao ser questionado se a ligação de seu partido com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é a razão pela qual parte do agronegócio ainda não demonstrou apoio à sua candidatura, Lula disse que seu governo investiu muito no setor e que a falta de apoio se deve às medidas de proteção dos biomas brasileiros implementadas à época em que ele ocupava o Palácio do Planalto.

“Não tem nenhum governo que tratou o agronegócio como nós tratamos. Eu vou dizer para você, nós fizemos uma Medida Provisória, a 432, se não me falha a memória, de 2008, que fez uma negociação com os produtores rurais de R$ 85 bilhões, senão eles tinham quebrado”.

A MP a que Lula se refere, depois transformada na Lei Federal nº 11.775/2008, de fato instituiu medidas de estímulo à liquidação ou regularização de dívidas originárias de operações de crédito rural e de crédito fundiário.

“[,…] a questão da nossa política em defesa da Amazônia, a nossa política em defesa do Pantanal, a nossa política em defesa da Mata Atlântica, ou seja, a nossa luta contra o desmatamento faz com que eles sejam contra nós”, continuou o candidato.

Indagado pelos entrevistadores se ele estava colocando o agronegócio em oposição ao meio ambiente, Lula disse que se referia apenas aos empresários mais alinhados ao espectro político da direita. 

“O agronegócio que é fascista e direitista [faz oposição ao meio ambiente], porque os empresários sérios que trabalham no agronegócio, que têm comércio com o exterior, que exportam para a Europa, para a China, esses não querem desmatar, esses querem preservar os nossos rios, querem preservar as nossas águas, querem preservar as nossas faunas. Esses não. Mas você tem um monte que quer”, disse.

Em seguida, Lula defendeu a bioeconomia na Amazônia e se mostrou contra a expansão de grandes commodities no bioma. Ele também criticou a famosa expressão “passar a boiada”, usada pelo então ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles para se referir ao afrouxamento das leis ambientais no contexto da pandemia de Covid-19

“Você está lembrado que o atual presidente tinha um ministro do Meio Ambiente que dizia que era para invadir com a boiada, para desmatar a Amazônia […] Nós não precisamos plantar milho, soja ou cana nem criar gado na Amazônia. O que nós precisamos é explorar corretamente, cientificamente, a biodiversidade da Amazônia, para que a gente tire daquela riqueza da biodiversidade produtos para a indústria de fábrica ou para indústria de comércio [sic], para gerar emprego para aquelas pessoas”.

Confrontado novamente com pergunta sobre o papel do MST em um eventual governo petista, Lula disse que o Brasil tem espaço para os diferentes tipos de agricultura desenvolvidos no país, e que todos precisam conviver pacificamente. Ele também aproveitou para criticar a política de liberação de armas implementada no governo Bolsonaro.

“O Bolsonaro está ganhando alguns fazendeiros porque está liberando arma […] Para mim, o pequeno produtor rural, o médio produtor rural tem que viver pacificamente com o grande negócio, porque o Brasil tem possibilidade de ter os dois. Um produz mais internamente. O outro produz mais externamente […] O Blairo Maggi, que é o maior plantador de soja do Brasil, talvez ele não crie a galinha caipira que ele gosta de comer. Talvez ele não crie o porquinho orgânico que ele gosta de comer. Talvez ele vá comprar num pequeno proprietário. Então é extremamente importante a convivência pacífica dessa gente. Nós já fizemos isso e vamos fazer novamente”, disse.

Lula foi o terceiro entrevistado da sabatina realizada pelo Jornal Nacional com os presidenciáveis. A próxima, e última, será com Simone Tebet (MDB), nesta sexta-feira (26). Cristiane Prizibisczki-0 Eco Jornalismo Ambiental

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EX-PRESIDENTE LULA CITA EDUCADOR PAULO FREIRE E DEFENDE MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (25), que “poderia ter escolhido um procurador engavetador” em seus governos. O petista participou de sabatina realizada pelo Jornal Nacional, conduzida pelos apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos. O primeiro tema a ser abordado foi a corrupção em seus governos.

“As medidas estão colocadas. Eu poderia ter escolhido um procurador engavetador. Sabe aquele amigo que você escolhe que nenhum processo vai para a frente? Eu poderia ter feito isso, não fiz. Eu escolhi da lista tríplice. Eu poderia ter impedido que a Polícia Federal tivesse um delegado, que eu pudesse controlá-lo. Não fiz. E permiti que efetivamente as coisas acontecessem do jeito que precisavam acontecer”, disse o ex-presidente quando questionado sobre quais medidas tomará para evitar que escândalos de corrupção aconteçam caso seja eleito.

Lula focou num Brasil de mudanças e justificou a união com o ex-adversário Geraldo Alckmin, com uma frase do educador Paulo Freire: “É preciso unir os divergentes para melhor enfrentar os antagônicos”. "Sim, queremos unir os democratas de todas as origens e matizes, das mais variadas trajetórias políticas, de todas as classes sociais e de todos os credos religiosos".

Lula também defendeu que seu governo tomou uma série de medidas de combate à corrupção, como a criação da Lei Anticorrupção e do Portal da Transparência. “Se alguém comete um erro, comete um delito, investiga-se, apura, julga, condena ou absolve e resolve o problema”, disse o petista, que criticou ainda a Operação Lava-Jato. “A Lava-Jato ultrapassou o limite da investigação e entrou no limite da política. E objetivo era o Lula. O objetivo era condenar o Lula”, afirmou.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou a jornalista Renata Vasconcellos a visitar uma cooperativa do Movimento Sem Teto (MST), durante entrevista.

“O MST está fazendo uma coisa extraordinária. Está tratando de produzir. O MST é o maior produtor de arroz do Brasil. Você tem que visitar uma cooperativa do MST Renata. Você tem que ver, não é a mesma coisa de 30 anos atrás”, afirmou o ex-presidente.

A declaração foi dada durante pergunta sobre o agronegócio. Para o ex-presidente, alguns empresários do ramo defendem o meio ambiente. “Os empresários sérios que trabalham o agronegócio, que têm comércio com o exterior, que exportam para a Europa, para a China, esses não querem desmatar, querem preservar nossos rios, nossas águas, nossa fauna. Esses, não. Mas tem um monte que quer”, disse.

“A gente não precisa plantar milho, soja ou cana nem criar gado na Amazônia. O que precisamos é explorar corretamente, cientificamente, a biodiversidade da Amazônia, para que a gente tire daquela riqueza da biodiversidade produtos para a indústria de fábrica, para a indústria do comércio e gerar emprego para aquelas pessoas”, afirmou.

O Jornal Nacional realiza uma série de entrevistas com os presidenciáveis nesta semana. Na segunda, foi a vez de o presidente Jair Bolsonaro (PL). Na terça, Ciro Gomes (PDT). Amanhã, a última participante será Simone Tebet (MDB).

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ARTE, TRADIÇÃO E PATRIMÔNIO SÃO DESTAQUES NA 24 EDIÇÃO MOSTRA CARIRI DE CULTURAS

A região do Cariri cearense é reconhecida por ser uma vitrine de costumes e tradições onde a cultura pulsa intensamente. Neste contexto, o Sesc Ceará realiza, há mais de duas décadas, um dos principais encontros culturais do País: a Mostra Cariri de Culturas. Este ano, o evento acontece no período de 26 a 30 de agosto, com ações em 28 municípios da região do Cariri e na cidade de Iguatu, no Centro-sul do Estado.

Com foco no patrimônio paleontológico, a mostra promove a difusão de saberes, tradições e arte, além de atuar também para fortalecer o movimento de reconhecimento da Chapada do Araripe como Patrimônio da Humanidade, iniciada pelo Sesc Ceará, em 2019. O evento reúne pesquisadores, artistas e público em torno de apresentações, ações formativas e mesas de debates que incentivam as manifestações artístico-culturais desses territórios criativos.

Estruturada em sete linguagens: Música, Artes Cênicas, Literatura, Tradição, Audiovisual, Artes Visuais e Patrimônio, a 24ª edição da Mostra conta com a participação de 190 grupos/artistas, além de 110 grupos de tradição popular da região do Cariri, entre reisados, maracatus, bacamarteiros, cordelistas, repentistas, cocos e bandas cabaçais, entre outras manifestações artístico-culturais.

Abrindo as cortinas, no dia 26/08, o grupo Titãs realiza o show de abertura no Parque de Exposições Pedro Felício Cavalcanti, na cidade do Crato, a partir das 20h. A apresentação reúne criações que vão desde alguns singles da ópera rock Doze Flores Amarelas, como “A Festa”, “Canção da Vingança”, “Doze Flores Amarelas” e “É Você”. 

O repertório ainda conta com os grandes sucessos do grupo paulistano, como "Epitáfio", "Flores", "Sonífera Ilha", "Pra Dizer Adeus" e muitos outros. Já no dia 30/08, o show de encerramento fica a cargo dos artistas João do Crato e Cleivan Paiva. João do Crato possui uma carreira de mais de 40 anos - performático, multiartista, o artista vai das Lapinhas e Dramas Populares ao Rock'n Roll, apostando na irreverência como marca registrada.

Já Cleivan Paiva tocou com nomes de grande repercussão, como Hermeto Pascoal. O artista possui três álbuns em sua carreira solo: “Guerra e Paz”, “Cleivan Paiva” e “Sonhos do Brasil”, além de ter tocado em festivais de grande repercussão por todo o país e compor a trilha sonora original de filmes como: “O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto” e “A Saga do Guerreiro Alumioso”, o show acontece às 17h, na Praça Siqueira Campos, no Crato.

Um dos destaques desta edição é a inauguração do Museu Orgânico Oficina de Corrinha Mão na Massa, no dia 27/08, em Missão Velha. Este será o 10º Museu Orgânico de uma rede de fomento à tradição. A ceramista Socorro, ou Corrinha Mão na Massa, apelido que ganhou ainda criança, transformou seu dom em profissão e se orgulha da força da terra que entrelaça sua história. O projeto do Sesc Ceará, em parceria com a Fundação Casa Grande, valoriza o saber popular, transformando a casa de artistas e mestres da cultura em lugar de memória.

Desde 2017, o Sesc realiza a ação “Pensando Verde na Mostra” proporcionando discussões sobre meio ambiente e sustentabilidade. Nesta edição, o projeto acontece de 27 a 30/08, na Praça da Sé, na cidade do Crato, com trocas de mudas, exposições mediadas, oficinas e uma vivência ambiental no Museu Orgânico Casa dos Pássaros, em Potengi.

Também durante a programação, será realizada a 3ª edição do Seminário Patrimônio da Humanidade Chapada do Araripe, tendo como tema a Riqueza paleontológica da bacia geológica do Araripe. Os encontros acontecem nos dias 29 e 30 de agosto, no auditório do Geopark Araripe. Entre os participantes, estão os professores e pesquisadores Allysson Pinheiro, Edenilce Batista, Eduardo Guimarães e Patrício Melo.

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PLANO NORDESTE POTÊNCIA APONTA URGÊNCIA DE REVITALIZAÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO

Segundo dados do Plano Nordeste Potência, a bacia hidrográfica do Rio São Francisco tem 3,3 milhões de hectares a serem recuperados somente em reservas legais e áreas de preservação permanente

Considerando a necessidade de aproveitar as potencialidades das energias renováveis na região Nordeste, cada vez mais crescentes e exploradas, e garantir, ao mesmo tempo, melhorias para os pequenos proprietários e comunidades onde grandes empreendimentos de usinas eólicas, por exemplo, instalam aerogeradores, com indicadores socioambientais mensuráveis, o Plano Nordeste Potência foi oficialmente lançado.

A iniciativa que coloca, ainda, como prioridade a necessidade da revitalização da bacia do rio São Francisco e a recuperação de 3,3 milhões de hectares em áreas legais e de preservação permanente (APPs), é uma iniciativa associada ao Projeto HidroSinergia, que têm objetivos similares e une organizações não governamentais, como Instituto Climainfo, Centro Brasil no Clima (CBC), Grupo Ambientalista da Bahia (Gamba), Fundação Casa Socioambiental e Instituto Clima e Sociedade (ICS), além de uma rede de lideranças e movimentos locais.

Segundo o desenvolvedor do Lab de Economia Regenerativa do rio São Francisco e articulador do CBC, Sérgio Xavier, o Plano Nordeste Potência surgiu ainda da necessidade de impulsionar um modelo de desenvolvimento que, simultaneamente, reduza desigualdades com qualificação profissional planejada e empregos sustentáveis.

 “Para isso, é preciso envolver e fortalecer as comunidades para que elas contribuam com a regeneração e a proteção da Caatinga, criando um novo modelo de planejamento e gestão pública com visão sistêmica, unindo os estados do semiárido a partir de políticas sociais, ambientais, energéticas e econômicas interconectadas”, explicou, lembrando que a “energia solar, eólica e produção de hidrogênio verde, são, sem dúvida, uma imensa base de propulsão para uma nova economia inclusiva e de baixo carbono no Nordeste e podem gerar mais de 2 milhões de empregos verdes nos próximos cinco anos, em pequenos municípios e também no litoral”.

De acordo com relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), a concentração de gases de efeito estufa vem atingindo cada vez mais níveis recordes, fazendo com que o planeta exceda os limites críticos para evitar mudanças climáticas catastróficas e ainda segundo o Boletim de Gases de Efeito Estufa da Organização Meteorológica Mundial (OMM) em 2020, a concentração de dióxido de carbono (CO2) foi 149% superior aos níveis anteriores à industrialização, batendo outro recorde anual. Por isso, a adoção de fontes de energia limpa pode contribuir para a redução de CO2 na atmosfera. 

“O acúmulo de carbono e outros gases de efeito-estufa na atmosfera, pela queima de combustíveis fósseis, desmatamentos e outros processos degradadores, é a causa do aquecimento global que está provocando as trágicas mudanças climáticas. Portanto, eliminar a emissão desses gases, usando fontes energéticas limpas e retirar o carbono da atmosfera, com reflorestamento e outras medidas, são as maiores urgências globais. Em resumo, descarbonizar a economia é reduzir ao máximo o uso de combustíveis baseados em petróleo e carvão, reverter desmatamentos, reflorestar em larga escala e promover energia solar, eólica, biocombustíveis e processos que ajudem a reequilibrar o ciclo de carbono do planeta”, explicou Xavier. (Fonte: CBHSF: Juciana Cavalcante)

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PROCESSO DE BEATIFICAÇÃO DE PADRE CÍCERO NA IGREJA CATÓLICA FOI AUTORIZADO PELO PAPA FRANCISCO

O processo de beatificação de padre Cícero Romão Batista na igreja católica foi autorizado pelo Vaticano. A informação foi anunciada pelo bispo da diocese do Crato, Dom Magnus Henrique Lopes, durante missa realizada na manhã deste sábado (20), no Largo Capela do Socorro, em Juazeiro do Norte, no interior do Ceará.

"Queridos filhos e filhas da Diocese do Crato, romeiros de todo Brasil, é com grande alegria que eu vos comunico nesta manhã histórica que recebemos oficialmente da Santa Sé, por determinação do santo padre, o papa Francisco, uma carta do dicastério para a causa dos santos, datada do dia 24 de junho de 2022. Recebemos a autorização para a abertura do processo de beatificação do padre Cícero Romão Batista que, a partir de agora, receberá o título de servo de Deus", disse Dom Magnus Henrique Lopes durante a celebração.

Em 2015, o Vaticano atendeu ao pedido do bispo Dom Fernando Panico e reconciliou o padre Cícero Romão Batista com a igreja católica. Com a reconciliação, não havia mais impeditivos para a abertura do processo de beatificação do "santo popular".

O pedido para a autorização da beatificação de padre Cícero foi solicitado por Dom Magnus Henrique Lopes , através de uma carta entregue ao papa Francisco durante a visita ao Vaticano, em maio deste ano.

"Recorremos a vossa solicitude de pastor universal da santa igreja para pedir especial clemência para com este sacerdote católico, amado, exonerado. Esperamos que Vossa Santidade, na hora oportuna, examine, com o coração de pai e como sucessor de Pedro, este pedido ora formulado, cuja resposta é um anseio nosso e dos milhões de devotos do padre Cícero", diz um trecho da carta entregue por Dom Magnus ao papa Francisco.

O trecho foi lido pelo bispo da diocese do Crato durante o anúncio da autorização do processo de beatificação de padre Cícero. A notícia foi recebida com salva de palmas e fogos por centenas de fiéis que estavam no local.

Padre Cícero morreu em 1934 rompido com o Vaticano por envolvimento com a política e pelo polêmico “milagre da hóstia”. Segundo a crença popular, uma hóstia dada pelo padre virou sangue na boca de uma beata. Para os devotos de padre Cícero, trata-se de um milagre, mas a igreja Católica considerou o caso uma interpretação equivocada. Por conta dos "equívocos", ele foi afastado da igreja católica.

Padre Cícero Romão Batista é considerado "santo popular" para muitos fiéis católicos nordestinos. Todos os anos, as romarias em homenagem a ele atraem milhões de romeiros a Juazeiro do Norte.

BEATIFICAÇÃO: Para concluir a beatificação, o Vaticano faz inicialmente um levantamento da biografia do candidato para verificar se há algum fator na biografia que possa impedir o processo. Se nada for encontrado, a igreja emite o Nihil Obstat (nenhum impeditivo), um documento formal, redigido em latim e dirigido ao bispo indicando que o pode haver continuidade do processo.

“É a partir deste documento que o candidato à santidade passa a ser chamado Servo de Deus e tem a investigação livre para desenrolar-se até o fechamento do processo”, explica o advogado e especialista em Direito Canônico José Luís Lira.

Em seguida, será constituído um tribunal eclesiástico diocesano que vai aferir as qualidades, as virtudes e constatar toda a vida do Servo de Deus.

Após a conclusão da fase diocesana, os documentos são encaminhados para o Vaticano, onde inicia-se a fase romana. O Vaticano avalia relatos de milagres, graças e atos que possam dar status de beato a Padre Cícero.

“Uma vez constatada, ele é automaticamente declarado como ‘venerável’. Se houver um milagre consistente, nos modos que a Santa Sé exige, com laudos médicos e toda documentação cabível, é iniciada a fase de beatificação. Aprovado o milagre, o papa autoriza a beatificação. Depois de se tornar beato, é necessário outro milagre para a canonização”, conta Luís.

PRECEITOS ECOLÓGICOS PADRE CÍCERO: Cícero Romão Batista nasceu na cidade do Crato, Ceará em 24 de março de 1844, e faleceu em Juazeiro do Norte, em 20 de julho de 1934.  Ele era conhecido como Padre Cícero, ou, mais coloquialmente, “Padim Ciço”.

Em seus preceitos ecológicos, Padre Cícero fazia os seguintes alertas:

Não derrube o mato, nem mesmo um só pé de árvore.

Não toque fogo no roçado nem na Caatinga.

Não cace mais e deixe os bichos viverem.

Não crie o boi nem o bode soltos; faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer.

Não plante em serra acima nem faça roçado em ladeira muito em pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca a sua riqueza.

Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar água de chuva.

Represe os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta.

Plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra árvore qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só.

Aprenda a tirar proveito das plantas da Caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar a conviver com a seca.

Se o sertanejo obedecer a estes preceitos, a seca vai aos poucos se acabando, o gado melhorando e o povo terá sempre o que comer.

Mas, se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai virar um deserto só.


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PADRE CÍCERO ROMÃO BATISTA A CAMINHO DE SE TRANSFORMAR EM SANTO BRASILEIRO

“O nome do padre Cícero / ninguém jamais manchará, / porque a fé dos romeiros / viva permanecerá, / pois nos corações dos seus / foi ele um santo de Deus / é e pra sempre será.” 

Este é um dos temas de incontáveis folhetos de cordel espalhados pelas feiras sertóes afora.
Quem já ouviu falar dos preceitos ecológicos do Padre Cicero, muitos o seguem como exemplo de fé e espiritualidade, mas poucos sabem que ele foi um dos primeiros defensores do meio ambiente, do bioma caatinga. 

Padre Cícero soube unir a mitologia e o poder do conhecimento dos Povos índios Kariris.

Cícero Romão Batista nasceu em Crato, Ceará no dia 24 de março de 1844. Foi ordenado no dia 30 de novembro de 1870. Celebrou a sua primeira missa em Juazeiro em 1871. No dia 11 de abril de 1872 fixou residência em Juazeiro. Padre Cícero faleceu no dia 20 de julho de 1934, na cidade de Juazeiro.

A jornalista Camila Holanda escreveu que nas entranhas do Cariri do Ceará foi emergido uma versatilidade de ícones que, entrelaçados povoam o imaginário cultural que habita a região.

Nas terras do Ceará ouvi uma das mais belas histórias. Resumo: o teatrólogo, pesquisador cultural Oswaldo Barroso, ressalta um dos mais valiosos símbolos, a vigorosa força mítica e religiosa. Oswaldo, cidadão honorário de Juazeiro do Norte, diz que a primeira vez que esteve no Cariri foi nos anos 70 e a experiência fez com que suas crenças e certezas de ateu fossem desconstruídas e reconstruídas com bases nos sentimentos das novas experiências e epifanias vividas.

"Desde o início, não acreditava em nada de Deus. Mas quando fiz a primeira viagem ao Horto do Juazeiro do Norte, foi que eu compreendi o que era Deus. Isso mudou minha vida completamente", revelou Oswaldo.

Um outra narrativa importante encontrei na mitologia dos Indios Kariris. Nela a região é tratada como sagrada, centro do mundo, onde no final dos tempos, vai abrir um portal que ligará o Cariri  para a dimensão do divino.

A estátua do Padre Cícero encontra-se no topo da Colina. Muitos romeiros percorrem a Trilha do Santo Sepulcro. A pé eles percorrem às 14 estações trajeto marcado por frases e conselhos ambientais do Padre Cícero, que já alertava naquela época para os muitos desequilíbrios ambientais e impactos da agressão humana na natureza.

Padre Cicero descreveu os preceitos ecológicos:

1) Não derrube o mato, nem mesmo um só pé de pau; 

2) Não toque fogo no roçado nem na caatinga;

3) Não cace mais e deixe os bichos viverem; 4) Não crie o Boi e nem o bode solto; faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer; 

5) Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar água de chuva;

6) Não plante em serra a cima, nem faça roçado em ladeira que seja muito em pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca sua riqueza;

7) Represe os riachos de 100 em 100 metros, ainda que seja com pedra solta;

8) Plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra árvore qualquer, ate que o sertão todo seja uma mata só;

9) Aprenda tirar proveito das plantas da caatinga a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar a conviver com a seca;

10) Se o sertanejo obedecer a estes preceitos a seca vai aos poucos se acabando o gado melhorando e o povo terá sempre o que comer, mas se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai virar um deserto só.

Rezemos com Fé! . Os sorrisos são a alegria da alma.

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