“Há um cartaz que estamos divulgando, com os números de telefones, desde antes das ararinhas serem soltas”, explica a veterinária Camile Lugarini, do ICMBio, sobre os procedimentos de monitoramento das ararinhas. Desde que a equipe perdeu o sinal de telemetria da ararinha, grupos de WhatsApp e redes sociais reforçam a divulgação do cartaz com os números.
“Foi identificado que o animal não retornou para a área de alimentação no dia 25 e desde lá equipe do ICMBio, Univasf (Universidade Federal do Vale do São Francisco), ACTP (Association for the Conservation of Threatened Parrots) e Blue Sky estão buscando sinal pela na região toda, bem como vestígios de algum tipo de predação. Se alguma pessoa tiver visto a ararinha, é importante reportar isso para o ICMBio e a Blue Sky, para que a gente localizar esse animal”, explica Ugo Eichler Vercillo, diretor-técnico do projeto Blue Sky Caatinga.
Com ocorrência apenas no sertão baiano, as populações silvestres da ararinha-azul foram dizimadas devido ao tráfico de animais e à perda de habitat. Sua sobrevivência ficou então atrelada a cativeiros no Brasil e no mundo, que garantiram a reprodução e perpetuação da espécie.
Em março de 2020, um grupo de 52 ararinhas-azuis, provenientes da instituição alemã Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP), foram enviadas ao Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha Azul e à Área de Proteção Ambiental da Ararinha-Azul. As unidades de conservação, com extensão total de 29,2 mil e 90,6 mil hectares, respectivamente, foram criadas no município de Curaçá em junho de 2018 justamente para garantir a proteção da espécie em sua volta à Caatinga.
Em julho deste ano, cinco fêmeas e três machos de ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) foram finalmente reintroduzidos na natureza. Os moradores foram visitados pelas equipes e cartazes foram previamente espalhados. Desde que as aves foram soltas, em julho, ao menos três indivíduos dispersaram e foram encontrados em menos de 72 horas, com ajuda da comunidade de Curaçá. A atual ararinha perdida é a primeira que passa mais tempo sem ser localizada.
FONTE: (O ECO-Jornalismo Ambiental- Daniele Bragança-É repórter especializada na cobertura de legislação e política ambiental. Formada em jornalismo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), desde 2018 é editora do site ((o))eco.)
0 comentários:
Postar um comentário