JULIANA ARINI: A ESPECIALIZAÇÃO DE JORNALISTAS EM MUDANÇAS CLIMÁTICAS É CRUCIAL

Existe uma necessidade latente em formar jornalistas especializados em mudanças climáticas. A ideia é defendida pela jornalista, fotógrafa e documentarista especializada na cobertura de temas socioambientais Juliana Arini. “A especialização dos jornalistas em mudanças climáticas é crucial porque é uma realidade cada vez mais presente no nosso cotidiano”, afirmou a profissional, que é colaboradora do Infoamazonia, National Geographic Brasil e O Eco.

Juliana participou da Mesa Desafios Ambientais do Brasil, realizada na tarde da última quarta-feira (28/09). O evento faz parte do V Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo Ambiental, promovido pelo Grupo de Pesquisa em Jornalismo Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (GPJA-UFRGS). A programação contou ainda com a participação de Fernando Aristimunho, integrante do Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa e pecuarista familiar. A mediação foi do jornalista e professor Roberto Villar Belmonte.

A fala de Juliana faz contraponto a uma triste realidade do Brasil: o meio ambiente não é uma pauta constante dentro das grandes mídias tradicionais. “Esse é um tema muito reativo e que incomoda por que passa por interesses econômicos e políticos”, disse. No entanto, as mudanças climáticas são uma realidade urgente e que precisa ser pautada dentro das redações.

 “Como eles vão fazer isso sem jornalistas especializados é o grande desafio”, lamentou Juliana. Mas existe uma pequena luz no fim do túnel, que é o surgimento de veículos segmentados independentes. Para a jornalista, que mora no Mato Grosso, nesses casos, o desafio é conseguir furar a bolha.

 Juliana defende que o discurso jornalístico precisa ser mais carregado de emoção e não somente dados: “Eu estou em um estado onde tem 10 cabeças de boi por habitante e as pessoas estão indo à fila do osso. É esse discurso que as pessoas precisam ouvir”. Fernando Aristimunho concorda com Juliana ao dizer que o grande desafio do Jornalismo Ambiental no Brasil é alcançar os rincões do país. Inclusive, esse é um dos temas apresentados pela Coalizão pelo Pampa, que defende, entre outras pautas, a implementação de políticas públicas de comunicação sobre os campos nativos do bioma. 

Além de uma imprensa especializada sobre questões ambientais, a Coalizão também requer a efetivação dos processos de regularização dos territórios tradicionais, cumprimento e regulamentação da legislação ambiental vigente na proteção do bioma Pampa e a valorização das cadeias produtivas dos ecossistemas. Essas medidas decorrem da questão agrária preocupante na região. Em 2018, existiam apenas 33,6% de área de vegetação no bioma, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados também mostram que 125 mil hectares do bioma foram transformados em lavouras entre 2012 e 2018.

"A produção agrícola não respeita o zoneamento e vem avançando em áreas da vegetação campestre nativa", explicou Aristimunho. Ele também relembrou que recentemente a “lei dos agrotóxicos” do Rio Grande do Sul, Lei 7747/1982 pioneira no Brasil, foi flexibilizada pelo Pacote do Veneno, como ficou conhecido o Projeto de Lei 260/2020, sancionado em 27 de julho do ano passado.

Atualmente, há pelo menos cinco projetos de lei que alteram as regras de proteção de territórios, favorecendo a formação de latifúndios em terras públicas e minando a reforma agrária. E boa parte do Congresso Nacional não tem compromisso com o meio ambiente. "Quem comanda a Amazônia é o agronegócio", disse Juliana Arini.

Segundo a jornalista, quem assumir os governos em 2023 vai herdar demandas ambientais enormes e um orçamento apertado. “Nós estamos vivendo os maiores desafios ambientais de todos os tempos - economia, mudanças climáticas e produção de alimentos - porque todos os problemas foram agravados e todas as soluções foram descontinuadas”, afirmou.

O V ENPJA, realizado pelo Grupo de Pesquisa em Jornalismo Ambiental (UFRGS/CNPq) e pelo Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ-RS), contou com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRGS, do Curso de Jornalismo da UFSM/FW e do Curso de Jornalismo da UniRitter. As gravações de todas as mesas estão disponíveis no canal do GPJA no YouTube.

* Danielly Oliveira é estudante de Jornalismo da UniRitter e teve a supervisão do seu professor e jornalista responsável Roberto Villar Belmonte

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RIO SÃO FRANCISCO DE CORPO E ALMA É TEMA DO PROJETO BATE PAPO NESTA SEXTA-FEIRA (30)

O Grupo de Estudos e Pesquisa em Ecologia Espiritual: Integrando Natureza Humanidades e Espiritualidade promove nesta sexta-feira (30), às 17h30, o bate papo com autores (as), com a doutora Sofia Oliveira de Barros Correia.será transmitido pela plataforma teams.

O tema do encontro é Rio São Francisco de Corpo e Alma-Gestão das águas do Submédio São Francisco as múltiplas vozes do Rio. O bate papo será transmitido pela plataforma teams.

A coordenação é da professoras doutora Elis Santana e Iva Cavalcante.

A professora Sofia Oliveira é doutora em Desenvolvimento e Meio ambiente, pela UFPE e UFS, com tese intitulada "Territorialidade discursiva e acesso à água na Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco".

Sofia atualmente, desenvolve trabalho autônomo a partir de princípios e conceitos da Educação Ambiental e do Yoga Integral, atende como Terapeuta da Medicina Chinesa, também se dedicando a palestras e cursos de formação na área ambiental alinhada às Terapias Integrativas.

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EXU PERNAMBUCO E A FUTURA ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL LUIZ GONZAGA. A PEDAGOGIA DA ESPERANÇA

Luiz Gonzaga, Mestre da Sanfona, Rei do Baião despertou a consciência de gerações para as questões sociais. Foi defensor além da cultura, um visionário em relação ao ensino público, pois sempre sonhou e trabalhou para que a sua Exu, Pernambuco, terra onde nasceu, fosse lugar de ensino, pesquisa e extensão.

Luiz Gonzaga em uma de suas composições disse: crianças e adolescentes, o lugar deles é na sala de aula. Luiz Gonzaga sabia da importancia do ensino de qualidade e, principalmente, da qualificação profissional para os estudantes e as inúmeras possibilidades que a educação é capaz de construir.

Este sonho de Luiz Gonzaga, em parte em breve  será realizado com a futura inauguração da Escola Técnica Estadual (ETE), que inclusive, será mais uma homenago ao Reio do Baião, portanto a Escola Técnica Estadual Luiz Gonzaga, obra em andamento, vai garantir o futuro aos jovens sertanejos da região do Araripe.

O novo prédio do equipamento terá, aproximadamente, 5,5 mil metros quadrados (m²). O investimento com recurso do Tesouro Estadual e da União, via Fundo Estadual de Desenvolvimento da Educação (FNDE), beneficirá 1.300 estudantes das cidades ao redor de Exu, que se tornará um ponto de referência no setor educacional da região.

A nova escola faz parte do programa Brasil Profissionalizado. A estrutura contará com 12 salas de aula, seis laboratórios básicos, auditório, biblioteca, refeitório, área de convivência, quadra poliesportiva coberta e dois laboratórios para qualificações específicas.

Todos os pesquisadores de Luiz Gonzaga, revelam que Uma característica que marcou o comportamento de Luiz Gonzaga, foi a preocupação dele com a condição socioeconômica da população mais carente. Ele ia a Brasília reivindicar melhorias na área da educação,  saúde, da infraestrutura entre outras e conseguiu levar progresso neste sentido a localidades do Nordeste. 

Nos shows , fazia questão de se apresentar para o público que não tinha dinheiro para comprar ingressos. “Canto para o meu povo”, dizia Luiz Gonzaga.

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ECOLOGIA ESPIRITUAL: INTEGRANDO NATUREZA, HUMANIDADES E ESPIRITUALIDADES

Ecologia espiritual: Integrando natureza, humanidades e espiritualidades. O presente livro é uma ação e organização de membros do grupo de pesquisa “Ecologia Espiritual: integrando Natureza, Humanidades e Espiritualidades”, da Universidade Estadual de Feira de Santana, cadastrado no Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil (DGP), ligado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 

O livro tem por organizadores os professores Dr. Eraldo Medeiros Costa Neto (UEFS) e Dra. Elis Rejane Santana da Silva (UNEB, Campus 3), com a colaboração de diversos pesquisadores, de diferentes instituições de ensino superior, os quais vêm demonstrando interesse e ações no campo interdisciplinar da ciência, com foco na busca e compreensão da relação do universo espiritual com o universo natural, dentro da temática da ecologia espiritual. 

Aproveitamos esse momento para parabenizar tanto os organizadores quanto os demais autores dessa obra literária tão importante no atual momento que vivemos na ciência e academia, parabenizar pela determinação e ousadia em quebrar os paradigmas cartesianos e fechados da ciência tradicional, e por evidenciar que a ciência é um campo aberto e que nela podemos ter diferentes diálogos, diferentes olhares, diferentes percepções e diferentes atores sociais envolvidos. 

O livro está organizado em quatro partes: 1) Ecologia, Espiritualidades e Conservação da Natureza; 2) Ecologia Espiritual na vertente de uma Ciência Ecocentrada; 3) Conexões com os Seres Elementais; e 4) Ecologia Espiritual e Saúde Integral. Os capítulos distribuídos nessas quatro partes apresentam diferentes olhares no contexto da ecologia espiritual, com reflexões sobre possíveis caminhos a serem trilhados pelo grupo de pesquisa em Ecologia Espiritual, formado junto ao CNPq em março de 2021. 

Os autores destacam, entre outras coisas: a tentativa de extermínio da percepção da Terra como a Grande Mãe, como vetor, embora não isolado, da separação ser humano-Natureza; correntes de pensamento integrativo onde o ser humano não está apartado da Natureza, mas dela é elemento; e desafios e possíveis caminhos para que a Ecologia Espiritual auxilie na reunificação ou reconexão do ser humano com a Natureza.

Sobre a Ecologia Espiritual, podemos encontrar afirmações e explicações interessantes, como as que seguem, extraídas do livro “Ecologia Espiritual: o choro da Terra” (The Golden Sufi Center, 2013), editado por Llewellyn Vaugahn-Lee, no qual temos textos de escritores, filósofos e mestres espirituais: 

“Se é para nós restaurarmos o equilíbrio em nosso planeta, nós precisamos ir além da superfície para curar a separação entre espírito e matéria e assim contribuir em trazer o sagrado de volta à vida.” 

“A Ecologia Espiritual é uma resposta espiritual à presente crise ecológica. Este campo em desenvolvimento une ecologia com a consciência do sagrado existente na criação, firmando uma nova forma de se relacionar no mundo”.

“A Ecologia Espiritual propõe que as realidades físicas da crise ecológica que vivenciamos – desde os fenômenos de alteração climática ao consumismo exacerbado e poluição das águas, ar e solo, refletem uma realidade mais profunda, a da crise espiritual”.

Diante da importância dessa área da ciência e de toda a contribuição que a Ecologia Espiritual pode trazer para auxiliar no entendimento e busca por soluções das crises ambientais que o mundo vem passando, inclusive com impactos na vida emocional, pessoal, social, familiar e espiritual de cada pessoa, que referendamos o presente livro, o qual chega em hora muito oportuna para fazer eco e propagar essa realidade, que tem sido negligenciada por muitos. 

Precisamos nos reconectar com a natureza e salvá-la enquanto temos tempo. Essa reconexão também passa pelo respeito e proteção dos povos indígenas e populações tradicionais, os quais são os guardiões da natureza e vêm passando por diversos e complexos momentos de destruição de suas culturas e formas de viver, assim como suas conexões com a natureza.

Outro ponto a ser destacado no presente livro é seu caráter internacional, pois temos capítulos de pesquisadores de países como Argentina, Canadá, Colômbia, Equador e Estados Unidos, evidenciando que a temática da ecologia espiritual está sendo observada, discutida e desenvolvida em várias partes do mundo.

 Nesse contexto, o Brasil tem como colaborar fortemente nesse universo, em virtude da gigantesca diversidade biológica e cultural que temos em nosso país, em suas diversas regiões, com uma ampla heterogeneidade cultural, étnica, social e econômica, aliadas e relacionadas aos diferentes biomas como a Amazônia, Caatinga, Cerrado, entre outros, e em cada um deles, a presença marcante da espiritualidade com seus mitos e lendas, dos quais, muitos são relacionados com a proteção dos ecossistemas e sua biodiversidade. 

Esse livro também contribuirá com a formação acadêmica de alunos, professores e pesquisadores que se interessem pela área da Ecologia Espiritual, fortalecendo assim o contexto da mesma como uma ciência séria, e que vem para somar com resultados robustos e necessários para enfrentar os problemas atuais da sociedade. 

Termino deixando meus imensos parabéns aos organizadores e autores do livro “Ecologia Espiritual: integrando Natureza, Humanidades e Espiritualidades”, e desejo que o mesmo possa promover uma reconexão espiritual e natural de cada pessoa, cada leitor que tiver contato com o mesmo. 

Texto: Professor doutor Reinaldo Farias Paiva de Lucena-Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS

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EXPOSIÇÃO EXALTA ARTE INSPIRADA EM SÃO FRANCISCO DE ASSIS

Mais de 60 artesãos de pelo menos 17 municípios pernambucanos integram a exposição “São Francisco: O Olhar da (o) Artesã (o)”, em cartaz em Olinda, no Convento de São Francisco, entre os dias 1º e 4 de outubro.

Com visitação das 8h às 11h30 e das 14h às 16h30, a mostra pretende exaltar a arte da cultura popular, traduzida nas peças dos artistas que se inspiraram em um dos santos mais populares, São Francisco de Assis - padroeiro da natureza e dos animais,  que não valorizava apenas a figura humana como obra de Deus.

Serviço-“São Francisco: O Olhar da (o) Artesã (o), no Convento de São Francisco, Olinda

De  1º a 4 de outubro Acesso gratuito. Rua de São Francisco, 280, Carmo


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EXU, TERRA DE LUIZ GONZAGA É DESTAQUE NA MAIOR FEIRA DE TURISMO DO BRASIL

ABAV (Associação Brasileira de Agência de Viagens) que é a entidade mais representativa do turismo brasileiro,realizou a ABAV EXPO 2022, em Recife-PE, com exposição de destinos do turismo brasileiro e internacional. Exu, que integra o MAPA do Turismo brasileiro, juntamente com os municípios que englobam a região, formando a instância turística do Araripe Gonzagueano, participou da exposição, com o objetivo de realizar articulações, negócios e venda dos destinos turísticos do município.

 O Secretário Executivo de Cultura, Turismo e Desportos, Cícero Marcelino, esteve no evento, representando a cidade e enfatizou: "Exu como terra de Luiz Gonzaga, é o "abre alas" para todos os demais atrativos turístico na Região do Araripe. Estarmos presentes neste grande mercado do turismo brasileiro e mundial, negociando, articulando e vendendo nossos destinos turísticos, é um passo a frente para firmamos o nosso trabalho em rede no desenvolvimento sustentável do turismo. Participaram os municípios também de Bodocó, Moreilândia, Granito, Trindade, e Araripina, que integram a instância regional. 

Para a Secretária de Cultura, Turismo e Desportos de Exu, Isa Apolinário, o momento marca um novo ciclo de uma região fortalecida, no desenvolvimento do turismo regional, na geração de oportunidades e na inclusão das comunidades.

O prefeito Raimundinho Saraiva destaca: "Investimos a cada dia no potencial turístico de Exu, especialmente de base comunitária, para o desenvolvimento socialmente justo, e geração de renda em todo o trade turístico local. Num trabalho de parceria com o SEBRAE e as prefeituras da região envolvidas, estamos nos solidificando regionalmente, no avanço do turismo do sertão.

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ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES EM JORNALISMO AMBIENTAL PROPÕE IMAGINAR FUTUROS POSSÍVEIS

O V Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo Ambiental (ENPJA) recebe convidados nacionais e internacionais para debater as questões ambientais de nosso tempo e convoca os participantes a imaginarem futuros possíveis para o jornalismo e os ambientalismos. 

O evento será realizado nestes dia 27 e 28 de setembro (terça e quarta-feira) de modo on-line. As inscrições para ouvintes são gratuitas e podem ser realizadas diretamente no site do encontro: https://www.even3.com.br/enpja2022/

Nesta edição, o ENPJA conta com quatro mesas e palestras. Neste dia 27, às 10h, a conferência Pesquisa em Jornalismo Ambiental nos EUA e América Latina abre o evento. A palestra será proferida por Bruno Takahashi, que é professor associado de Jornalismo e Comunicação Ambiental na Michigan State University e diretor de pesquisa do Centro Knight para Jornalismo Ambiental.

Pela tarde haverá a reunião das Redes de Pesquisa em Jornalismo Ambiental, com a presença confirmada de Ilza Maria Tourinho Girardi (UFRGS), Katarini Miguel (UFMS), Simão Farias Almeida (UFRR), Rachel Mourão (Michigan State University) e Luciana Miranda Costa (UFRN). A partir das 14h, os pesquisadores se reúnem para debater as principais agendas de pesquisa em Jornalismo Ambiental, com ênfase nas lacunas e avanços dos últimos anos.

Já nesta quarta-feira (28), o ENPJA apresenta a mesa Desafios ambientais do Brasil. Das 14h às 17h, Alana Keline Manchineri (Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira/Rede de comunicadores Tambores da Selva da Coordenação de Organizações Indígenas Bacia Amazônica), Juliana Arini (O Eco) e Fernando Aristimunho (Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa) apresentarão suas perspectivas para o futuro do País.

A conferência de encerramento, Desafios do jornalismo diante do desmonte ambiental e da crise climática, inicia às 19h, com a presença de Maristela Crispim. A jornalista, que acumula mais de 40 prêmios ao longo de sua carreira, é idealizadora da agência de conteúdo Eco Nordeste.

A realização é do Grupo de Pesquisa em Jornalismo Ambiental (UFRGS/CNPq) e do Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ-RS), responsáveis pela organização do evento. Ambos possuem trajetória de décadas na mobilização e formação de jornalistas para a abordagem das questões ambientais. A iniciativa conta com apoio do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRGS, do Curso de Jornalismo da UFSM/FW e do Curso de Jornalismo da Uniritter/POA.

“O Jornalismo Ambiental está passando por momentos tensos e de muita responsabilidade, pois o governo federal está em guerra contra o meio ambiente, com toda sua sociobiodiversidade. Assim, o Jornalismo com o olhar ambiental nunca foi tão importante para denunciar a destruição. Ele cumpre com seu papel de denunciar, cobrar medidas protetivas e informar aos cidadãos sobre o que está ocorrendo. Tem também um papel educativo para a construção de uma cidadania ativa. É importante que os cidadãos se percebam como natureza e aprendam a colocar a natureza como elemento fundamental para a escolha dos governantes, desde prefeitos ao presidente da República, incluindo aí os nossos representantes da Câmara dos Vereadores ao Senado”, afirma Ilza Maria Tourinho Girardi, professora titular convidada no Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

E conclui: “O ENPJA está retornado depois do recesso em função da pandemia. Vai ocorrer numa época fundamental, pois os brasileiros devem escolher um presidente que se propõe a continuar a guerra contra o meio ambiente, indígenas e quilombolas ou um que se propõe à reconstrução. É uma época de escolhermos o futuro para o jornalismo e para o ambientalismo”.

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EXPOSIÇÃO VAQUEIRAMA ESTREIA NO CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR, ENTRADA É GRATUITA


A exposição 'Vaqueirama', do fotógrafo Ricardo Prado, será aberta na Fundação Pierre Verger Galeria, Centro Histórico de Salvador, nesta quinta-feira, dia 29 de setembro, às 19h30. As fotos expostas são resultado de 12 viagens a Bom Jesus da Lapa, no oeste da Bahia, e à Floresta de Itacuruba, em Pernambuco. A entrada é gratuita.

A exposição pode ser visitada de segunda-feira a sábado, das 9h às 19h. O ensaio conta com 29 imagens de vaqueiros em suas roupas de couro, ao lado ou sobre seus cavalos, sendo retratos posados e fotos em movimento, durante as disparadas para as pegas de boi.

Denominada com a palavra que significa vaqueiros reunidos, 'Vaqueirama', conta com imagens de homens jovens e velhos, herdeiros de uma atividade que teve origem na segunda metade do século XVI, no avanço das boiadas do litoral para o sertão.

A exposição inaugura também um novo projeto da Fundação Pierre Verger, que vai abrir o espaço para trabalhos de fotógrafos baianos, já reconhecidos ou ainda com pouca visibilidade, com o objetivo de destacar seus trabalhos nos cenários local e nacional.

Serviço: O quê: Exposição Vaqueirama, do fotógrafo Ricardo Prado.

Onde: Fundação Pierre Verger Galeria, Rua da Misericórdia, 09, loja 1, Centro Histórico de Salvador.

Quando: abertura no dia 29 de setembro, às 18h30.

Visitação: de segunda à sábado, das 9h às 19h.

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A MÚSICA QUE A NATUREZA PRECISA

Há 30 anos assisti a uma palestra do Dr. Kent Redford que me deu grande emoção. Primeiro, o teor e a forma criativa de expor o conteúdo por meio de metáforas com sensibilidade e coerência.  Segundo, porque a ocasião do evento foi a fundação do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, do qual faço parte desde o início, tendo Kent como um de nossos Conselheiros por alguns anos. O evento foi em março de 1992 no auditório da ESALQ em Piracicaba, São Paulo.

Do que constava sua fala? Kent comparou a conservação da natureza e das áreas protegidas a Ulisses, na Grécia antiga, que reconhecendo sua vulnerabilidade como homem, já que não era deus, pediu para ser amarrado ao mastro de seu navio para não se deixar tentar pelo canto das sereias. Cabia a ele a responsabilidade de conduzir a embarcação com segurança ao seu destino e, tanto ele quanto sua equipe sabiam que passariam próximos a uma ilha onde viviam as sereias que seduziam por sua beleza e canto cheio de magia.

Os desafios da conservação têm sido marcados pela sedução de aparentes vantagens, hoje responsáveis pela destruição maciça da natureza, seja construção de estradas, exploração de minérios valiosos, plantio de um produto rentável em larga escala, criação de animais para o abate, ou qualquer outra atividade econômica, comuns mundo afora. As escolhas humanas vêm sobrepondo à conservação e o mundo natural encontra-se cada vez mais diminuto e menos protegido. Com isso, temos que ter mais e mais cuidados para não nos deixarmos seduzir pelo canto das sereias que se proliferam exponencialmente.

Precisamos nos lembrar que somos seres vivos integrantes de uma teia complexa de elementos que perfazem o sistema terrestre. Se nos deixarmos cair na tentação de abrirmos mão de nossos propósitos mais valiosos, dos quais a celebração da vida faz parte, cairemos no canto das sereias. Amarrem-nos, dizia Kent. Apertem mais e mais as cordas para que não avancemos nas áreas protegidas.

Precisamos proteger a natureza de nós mesmos e de nossas escolhas equivocadas, de modo a que a riqueza da vida permaneça tanto na terra quanto nas águas e no ar. O planeta nos proporcionou abundância de espécies, ecossistemas, biomas que merecem a chance de continuar sua trajetória evolutiva, com os mares salvaguardados, os rios com águas límpidas e cheios de vida, e tudo o mais que herdamos nessa nossa breve passagem por aqui. A cada tentação, amarrem-nos mais fortes e nos tirem as vendas da cegueira da ganância.

Mais recentemente, li sobre outro personagem do mundo mitológico, e achei que valia ser relembrado: Orpheu. Ao tocar sua lira, tamanha era a perfeição do som que produzia que a todos encantava. O mal e o bem se estarreciam diante de tanta beleza. Até as árvores se curvavam ao som de sua música mágica. Orfeu apaixonou-se perdidamente e perdeu seu amor cedo. Foi às profundezas sombrias tentando resgatá-la, e até lá encantou a todos que encontrou, e por isso não foi contagiado pelo mal. Acabou por perder seu amor para sempre, mas ficou a magia de sua música e sua lira se tornou uma constelação da via láctea.

O que Orfeu tem a ver com conservação? Como educadora ambiental, busco formas de encantar as pessoas com as belezas naturais que estão por toda parte. Estão dentro e fora de nós. Estão ao redor e nas alturas, no sistema cósmico a que pertencemos. Todo a intrincada teia de vida da qual dependemos e fazemos parte é de imensa beleza, sutil, delicada e por vezes agressiva, mas sempre em harmonia com um propósito maior, e por isso merecedora de nossa reverência e maravilhamento. 

Precisamos encontrar liras que sonorizem nuances de tons que sejam tão bem tocados que nos afastem das tentações de abrir mão do que realmente vale a pena. E no caminho que percorrermos, é fundamental que contagiemos a todos com esse sentimento de êxtase que a natureza é capaz de nos despertar.

Que o IPÊ e todos que buscam proteger a natureza encontrem liras à altura de Orfeu, suficientes para cumprir nosso papel de dar exemplo de que é possível viver sem destruir. É possível proteger e ajudar àqueles que desejam novos modelos de desenvolvimento integrado à vida. Nossa felicidade muito depende desse novo pensar e que nossos caminhos sejam banhados de músicas inspiradoras e não de cantos de sereias tentadoras.

Suzana Padua autora do texto é Doutora em educação ambiental, presidente do IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas, fellow da Ashoka, líder Avina e Empreendedora Social Schwab. (O)eco jornalismo é um veículo de jornalismo sem fins lucrativos fundado em 2004 que se dedica a documentar os desafios, retrocessos e avanços dos temas relacionados à conservação da natureza, biodiversidade e política ambiental no Brasil.

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BIOGRAFIA DE PEDRO AMÉRICO MOSTRA O PINTOR PARA ALÉM DO QUADRO INDEPENDÊNCIA OU MORTE

No ano do Bicentenário da Independência do Brasil, chega às mãos dos leitores um livro que promete desvendar a figura responsável pela mais icônica representação visual deste marco histórico. “Além do Ipiranga, a extraordinária vida de Pedro Américo e suas incríveis facetas” traz fatos poucos conhecidos e expõe outras facetas do pintor que criou o famoso quadro “Independência ou Morte!” em 1888.

Escrita pelo advogado paraibano Thélio Queiroz Farias, a publicação é uma coedição da Cepe Editora e da Editora A União (PB). O lançamento ocorre neste sábado, às 15h, dentro da programação da sexta edição da Feira Nordestina do Livro (Fenelivro), que ocupa a Avenida Rio Branco, no Bairro do Recife.

Com 244 páginas e diversas ilustrações, a obra é uma biografia aprofundada, que mergulha nos pormenores da vida e da obra de seu personagem central, trazendo à luz informações inéditas. Nascido na Paraíba, em 29 de abril de 1843, Pedro Américo teve notoriedade internacional, respeito da elite intelectual de sua época e admiração do povo.

O contato com a história do biografado está no caminho Thélio desde a infância. Ainda criança, costumava acompanhar o pai, o advogado Leidson Farias, que atuou profissionalmente na Comarca de Areia, cidade de origem de Pedro Américo. Durante as viagens, aproveitava para visitar a casa onde o pintor nasceu.

Em 1991, Thélio foi pela primeira vez a Florença, na Itália, onde seu conterrâneo famoso morreu. Ficou surpreso ao encontrar um busto em homenagem ao artista, algo que não existe no Brasil. “Comecei a estudar sobre a vida de Pedro Américo e descobri que o mesmo não foi só o maior pintor brasileiro do século 19, e que teve múltiplos talentos como de caricaturista, arquiteto, explorador planetário, poeta, romancista, intelectual, político, deputado federal, professor, filósofo e ecologista. Vi que eu tinha um personagem talentoso, que posso intitular de ‘Leonardo Da Vinci brasileiro'”, conta.

Para chegar a um resultado que fizesse jus ao biografado, o escritor levou cinco anos para concluir sua pesquisa. Ao longo desse tempo, Thélio fez várias visitas aos lugares por onde o pintor passou e que marcaram sua trajetória. Ele ouviu diferentes fontes e teve acesso a arquivos públicos e documentos concedidos pelos bisnetos do pintor. Com o auxílio de um médico e tomando como base os sintomas relatados em cartas, o autor chegou a descobrir a causa morte do artista. 

“Com essa pesquisa, descobri que Pedro Américo naufragou na orla da Grã-Bretanha, perdeu-se no Norte da África e quase foi devorado por um leão. Também relato a prisão de Pedro Américo em Paris, por engano, e as dificuldades que o mesmo passou, inclusive fome”, adianta.

CONHECIMENTO PARA NOVAS GERAÇÕES: A publicação conta com prefácio do professor, escritor e presidente da União Brasileira dos Escritores (UBE), Ricardo Ramos Filho, que é neto de Graciliano Ramos, além de textos do artista plástico João Câmara e do presidente da Fundação Portinari, João Cândido Portinari. O farto material imagético do livro traz algumas das mais famosas obras de Pedro Américo, como “Batalha do Avaí” (1872-77) e “Tiradentes Supliciado” (1893).

“Como ressaltou Cardoso de Oliveira, genro e primeiro biógrafo de Pedro Américo, ‘render culto aos grandes homens é um dever tão sagrado quanto o de amar a nossa Pátria’. 

Ao mergulhar na vida de Pedro Américo, naveguei por páginas fantásticas da história do Brasil, e acredito que dei minha contribuição para que as novas gerações conheçam a figura de Pedro Américo e que possam se apaixonar pelo mundo dos livros e da história”, afirma o pesquisador, que destacou a existência de um projeto de lei, ainda aguardando a aprovação do Legislativo para inscrever o nome do pintor no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.

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IRPAA LANÇA EDITAL DE SELEÇÃO PRA PROFISSIONAIS DE NÍVEL MÉDIO

O Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada - Irpaa , em conformidade com o convênio n° 246/2021, celebrado entre o Irpaa e a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), convida os profissionais interessados a manifestar seu interesse em executar a atividade de Técnico(a) em Agropecuária no âmbito das ações previstas no convênio.

Termo de referência para contratação e a solicitação de manifestação de interesse em anexo. Para esclarecimento de dúvidas, entrar em contato através do e-mail: irpaa@irpaa.org

Solicitação de Manifestação de Interesse e Termo de Referência e saiba todas as informações necessárias clique file:///C:/Users/win7/Desktop/editalIRPAA.pdf

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CORREIOS LANÇAM SELO EM HOMENAGEM À FLORA BRASILEIRA

Os Correios lançaram, nesta semana, o selo especial da Série Mercosul: Fauna e Flora – Suculentas. Segundo a empresa, o 14° selo especial anunciado destaca a relevância e a beleza dessas plantas, capazes de acumular água no caule, nas folhas e até nas raízes.

“Suculência é uma característica altamente associada à resiliência. Por isso, ela está tão presente em plantas que habitam regiões áridas do globo, porque a falta de água é o maior fator que impede a sobrevivência de uma planta".

Os Correios destacam que, por conta desse mecanismo, é possível encontrar suculentas habitando desde os rochedos do Rio Grande do Sul até a Floresta Amazônica.

A estimativa é de que existam mais de 12 mil espécies, distribuídas sobretudo na África, na Cordilheira dos Andes e nos desertos da América do Norte.

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SEMINÁRIO DE GESTÃO E EMPREENDEDORISMO CULTURAL SERÁ REALIZADO NO SÁBADO (24)

Gestão e Empreendedorismo prioriza a comunicação e a orientação das instituições e organizações na elaboração, implementação e avaliação de projetos de desenvolvimento territorial com base local, visando ações pró-ativas.

Com este objetivo, neste sábado, 24, a cidade de Exu, Pernambuco, recebe o poeta cearense Bráulio Bessa, que realizará uma aula palestra sobre Seminário de Gestão e Empreendedorismo Cultural, às 18 horas no Parque Aza Branca.

As entradas são limitadas. O evento faz parte do Circuito Ançu Cultural e contará com a participação de nomes da cultura da região, como Paulo Vanderlei, pesquisador, Joquinha Gonzaga (Exu-PE), Flávio Leandro (Bodocó-PE), Sarah Lopes, Cosmo Sanfoneiro e o Mestre Espedito Seleiro (Nova Olinda-CE). A realização é de Ançu Turismo, SEBRAE, SENAC e Prefeitura Municipal de Exu.

A expectativa é que O papel do município no processo de fomento, proteção e desenvolvimento da cultura seja o foco dos debates, uma vez que Exu, é o berço de Luiz Gonzaga, Mestre do Baião e Forró, e de Barbara de Alencar mulher revolucionária.

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DEFESA CIVIL ALERTA PARA BAIXA UMIDADE E CALOR ACIMA DE 36 GRAUS EM JUAZEIRO E PETROLINA

A massa de ar seco e quente que está em Petrolina, Sertão do São Francisco, além de fazer com que as temperaturas atinjam a marca dos 36ºC nos próximos dias, colocou em alerta a Defesa Civil sobre as condições da umidade relativa do ar. Durante esse período, a umidade deve variar entre 12% e 20%, aumentando os riscos de doenças respiratórias e incêndios.

Segundo o coordenador da Defesa Civil, Marcondes Inácio, neste mês, alguns cuidados devem ser redobrados para evitar complicações. "Sabemos que já começou o período de estiagem, que é a época em que o tempo fica mais seco, mais quente, e é quando os focos de incêndio aumentam. Por isso, precisamos tomar alguns cuidados com a nossa saúde, seguindo algumas precauções para manter o bem-estar", relata Marcondes.

Com o clima assim, a Defesa Civil orienta a população a tomar bastante líquido e evitar a prática de atividades físicas e exposição ao sol nas horas mais quentes do dia. Além disso, outros cuidados simples como umidificar ambientes, evitar alimentos muitos salgados ou condimentados, passar hidratante no corpo, evitar a permanência em ambientes fechados e usar soro fisiológico nas narinas e nos olhos, também podem contribuir para aliviar o desconforto.

Em caso de emergência solicite o apoio da Defesa Civil no telefone 153 ou do Corpo de Bombeiros Militar pelo 193. (Fonte: Assessora da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, Habitação e Sustentabilidade)

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CETEP SERTÃO DO FRANCISCO E SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE REALIZAM ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM JUAZEIRO, BAHIA

A Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano de Juazeiro (Semaurb) participou, nesta quarta-feira (21), da programação da IV Conferência Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, promovida pelo Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do São Francisco (Cetep), em parceria com a Universidade do Estado da Bahia (Uneb)e Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).

Dentre as ações, a equipe de educação ambiental da Semaurb desenvolveu uma atividade em comemoração ao Dia da Árvore, celebrado neste dia 21 de setembro. Os estudantes da instituição, especialmente os do curso de Agropecuária, tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais de perto algumas espécies de árvores que estão presentes no Semiárido e que compõem o bioma Caatinga, como o Umbuzeiro, o Ipê-roxo e a Craibeira.

"Como Juazeiro é uma cidade quente, a arborização é importante para amenizar a temperatura. E essa ação é interessante também para nossa escola, porque tem a ver com os cursos que envolvem a questão da plantação e preservação do meio ambiente", explicou a estudante Júlia Café.

A equipe da Semaurb distribuiu entre os estudantes 200 mudas de espécies nativas, que foram doadas pela empresa Agrovale. A ação foi elogiada pelos alunos, que também participaram do plantio de algumas mudas no estacionamento da escola.

"Eu acho que a iniciativa é muito importante tanto para a beleza da cidade, pois ajuda a conservar as áreas verdes, quanto para conscientizar as pessoas a cuidarem e terem responsabilidade com as plantas", disse a estudante Sthefany Eduarda Couto.

"A atividade de educação ambiental promovida pelo CETEP Sertão do São Francisco aconteceu com a proposta de realizarmos uma conferência ambiental com algumas turmas do curso de agropecuária, onde apresentamos três projetos que já desenvolvemos aqui na escola. A Semaurb, assim como as demais instituições que nos apoiam, são nossos parceiros nessa atividade de educação ambiental. Nós realizamos o convite e a equipe da Semaurb se propôs a estar com nossos alunos, distribuindo aqui espécies nativas da Caatinga e também participando do plantio de algumas mudas. Nós do Cetep expressamos nossos agradecimentos", expressou o professor de Geografia, José Valdo Santana Bezerra.

A participação da programação da IV Conferência Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, promovida pelo CETEP Sertão do São Francisco é mais uma ação do programa Juá Arborizado, desenvolvido pela Prefeitura de Juazeiro, através da Semaurb.

"As árvores são o maior símbolo da natureza, produzem oxigênio, aumentam a umidade do ar, evitam erosões, reduzem a temperatura e fornecem sombra e abrigo para algumas espécies de animais. Estamos hoje aqui no CETEP a convite do professor José Valdo pra mostrar para os estudantes a importância e o cuidado que devemos ter com o nosso planeta de modo geral. Neste 21 de Setembro comemoramos o Dia da Árvore e também coincide com a chegada da Primavera. Esperamos que com ações semelhantes a esta a população tenha mais consciência da importância da preservação e seu papel fundamental para a vida no planeta", frisou a educadora ambiental da Semaurb, Thalita Carvalho.

(Fonte Texto: Edísia Santos – Ascom Semaurb/ PMJ

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LEMBRANÇAS DE REMEIRO, RIO SÃO FRANCISCO

Nas memórias do tempo, de todas as memórias da infância, a que me é mais grata é a do meu rio, o São Francisco, a transbordar e desbordar as águas barrentas pra deixar nas vazantes a terra enriquecida para os ribeirinhos.

A moldura sentimental e telúrica

que não é apenas evocativa

pois jamais disse adeus a minha terra

se completa com a visão das barcas a vela

subindo a correnteza e vencendo a calmaria

com a força dos peitos rijos dos remeiros.

São os remeiros dos peitos sangrentos

remeiros sofridos

calejados na adversidade

o ânimo forte e a alma em festa

nas canções que acompanham o impulso dos remos

e nos gritos de desafio à passagem dos vapores.

O menino beiradeiro,

que chega às alturas da direção de um grande Estado e de um povo,

tem a sua frente o mesmo quadro.

Se os bons ventos nos faltarem

estarei na proa para acertar a cadência das remadas.

Remando ou varejando

não importa sangre o peito:saberemos lutar.

A luta dos remeiros, como a nossa,

é o embate dos que não perderam a fé

dos que têm esperança

dos que firmam os pés molhados nas coxias

de olhos voltados sempre para a frente.

O peito rijo que se abre em calos

se enrijece na certeza de que a união nos fará fortes

no vislumbre de novos horizontes que juntos buscaremos.

Rio acima contra a correnteza

e a alma cheia de esperança.

 

(Fonte: Nilo Coelho-ex Governador de Pernambuco)

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V ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES EM JORNALISMO AMBIENTAL ACONTECE ENTRE OS DIAS 27 E 28 SETEMBRO

O V Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo Ambiental (ENPJA) recebe convidados nacionais e internacionais para debater as questões ambientais de nosso tempo, convocando os participantes a imaginarem futuros possíveis para o jornalismo e os ambientalismos.  O evento ocorre em 27 e 28 de setembro (terça e quarta-feira) de modo online. 

As inscrições para ouvintes são gratuitas e podem ser realizadas diretamente no site do encontro: https://www.even3.com.br/enpja2022/

Nesta edição, o ENPJA contará com quatro mesas e palestras. No dia 27, às 10h, a conferência Pesquisa em Jornalismo ambiental nos EUA e América Latina abrirá o evento. A palestra será proferida por Bruno Takahashi, que é professor associado de jornalismo e comunicação ambiental na Michigan State University e diretor de pesquisa do Centro Knight para Jornalismo Ambiental.

Pela tarde haverá a reunião das Redes de Pesquisa em Jornalismo Ambiental, com a presença confirmada de Ilza Maria Tourinho Girardi (UFRGS), Katarini Miguel (UFMS), Simão Farias Almeida (UFRR), Rachel Mourão (Michigan State University) e Luciana Miranda Costa (UFRN). A partir das 14h, os pesquisadores se reúnem para debater as principais agendas de pesquisa em Jornalismo Ambiental, enfatizando as lacunas e avanços dos últimos anos.

Já na quarta-feira, dia 28, o ENPJA apresenta a mesa Desafios ambientais do Brasil. Das 14h às 17h, Alana Keline Manchineri (Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira/Rede de comunicadores Tambores da Selva da Coordenação de Organizações Indígenas Bacia Amazônica), Juliana Arini (O Eco) e Fernando Aristimunho (Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa) apresentarão suas perspectivas para o futuro do país.

A conferência de encerramento, Desafios do jornalismo diante do desmonte ambiental e da crise climática, inicia às 19h, com a presença de Maristela Crispim. A jornalista, que acumula mais de 40 prêmios ao longo de sua carreira, é idealizadora da agência de conteúdo Eco Nordeste.

A realização é do Grupo de Pesquisa em Jornalismo Ambiental (UFRGS/CNPq) e do Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ-RS), responsáveis pela organização do evento. Ambos possuem trajetória de décadas na mobilização e formação de jornalistas para a abordagem das questões ambientais. A iniciativa conta com apoio do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRGS, do Curso de Jornalismo da UFSM/FW e do Curso de Jornalismo da Uniritter/POA.

O evento é gratuito e fornece certificado de participação aos inscritos. Outras informações podem ser obtidas no site especial do evento (https://www.even3.com.br/enpja2022/) e pelas redes sociais do GPJA (https://www.instagram.com/jornalismoemeioambiente/).

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CAETANO VELOSO, LUIZ CALDAS E TARGINO GONDIM SÃO INDICADOS AO PRÊMIO GRAMMY LATINO DE MÚSICA

O anúncio dos indicados ao Grammy Latino aconteceu nesta terça-feira (20) e diversos artistas baianos estão entre os indicados. Ao todo, a premiação conta com 53 categorias e o anúncio dos vencedores acontece em 17 de novembro.

Caetano Veloso foi indicado em duas categorias: Melhor Álbum de Música Popular Brasileira e Melhor Canção em Língua Portuguesa.Baco Exu do Blues concorre na categoria Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa.

Na categoria Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa os indicados Mateus Aleluia, Luiz Caldas e Targino Gondim (com Nilton Freittas, Roberto Malvezzi), com o album BELO CHICO concorrem ao prêmio.

BELO CHICO: Os músicos e compositores Nilton Freittas, Targino Gondim e Roberto Malvezzi (Gogo), lançaram este ano o projeto "O Belo Chico – Convivência com o Rio São Francisco através da música". A produção teve como objetivo chamar a atenção para luta em defesa do Velho Chico e, através das canções, animar o povo, estimular a construção de reflexões sobre o rio e a consciência política e socio-mbiental.  

O projeto Belo Chico consiste num álbum com canções que que falam da situação do São Francisco, seu povo, suas comunidades, potencialidades, perigos e esperanças. O CD é composto por 13 músicas, sendo algumas inéditas dos autores de Belo Chico, e outras já consagradas e conhecidas, de autoria própria ou de terceiros, selecionadas pelo conteúdo das letras e pela melodia.

O CD é de cunho educativo e está sendo utilizado em atividades lúdicas, místicas, dinâmicas, entretenimento e ações diversas que envolvem a interatividade de pessoas envolvidas no processo de construção de saberes, no desenvolvimento de políticas públicas de Convivência com o Semiárido e de defesa, proteção e revitalização da bacia do rio São Francisco.

Pela sua essência e finalidade o Belo Chico foi incorporado a um projeto executado pelo Irpaa, entidade que trabalha com a defesa da Convivência com o Semiárido, que consiste em  um conjunto de técnicas, métodos e hábitos de vida compatíveis com as condições climáticas do lugar, tendo como princípios o acesso à terra, compreensão sobre o clima, acesso à água, educação contextualizada, direito à comunicação, produção de alimentos e criação de animais apropriados, empoderamento político, preservação e recuperação da biodiversidade, acesso ao saneamento, em vista ao Bem Viver no Semiárido. 

Fruto da construção coletiva de saberes e do amor pelo rio São Francisco, o Belo Chico provocou um olhar para a cena artística nacional elementos da riqueza cultural dos povos que ocupam suas margens. A produção é da Toca Pra Nós Dois , realização do Irpaa e a Articulação Popular São Francisco Vivo, com apoio do Ministério de Cooperação Alemã por intermediação da Cáritas Alemã. 

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ALVORADA FESTIVA É RETOMADA E MARCA INÍCIO DO ANIVERSÁRIO DE 127 ANOS DE PETROLINA

Mantendo a tradição no dia em que Petrolina comemora aniversário, a centenária Philarmônica 21 de Setembro despertará a partir das 5h da manhã, os moradores do centro da cidade. Com muita música e homenagens, a Alvorada saíra da 'Praça da 21', seguindo pelas principais ruas da Petrolina Antiga. 

O evento é realizado pela Prefeitura, por meio da Secretaria Executiva de Cultura e a expectativa é que dezenas de pessoas acompanhem a orquestra nas primeiras horas da manhã, dando início ao dia festivo.

O secretário executivo de Cultura, Cássio Lucena, destaca a importância cultural da alvorada no aniversário de Petrolina.

 "É um dia festivo, vamos parabenizar nossa cidade. Faz dois anos que nós não tínhamos festividades de aniversário por conta da pandemia e poder realizar a Alvorada é motivo de grande emoção. Alvorecer passeando pelo centro histórico da nossa terra escutando a Philarmônica é lembrar o nosso passado. A história de uma cidade cresce diariamente, mas também valoriza as suas raízes", disse Cássio.

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CONCERTO PARA O GONZAGÃO, FEIRA AGROECOLOGIA E CULTURAL ACONTECEM NA SEXTA-FEIRA (23), EM OURICURI

Concerto para o Gonzagão será realizado no próximo dia 23 de setembro, às 19hs, na Praça Frei Damião, em Ouricuri, Pernambuco. O evento contará com atrações Elmo Oliveira, Arlisson Tores, Vital Barbosa, Kaline Muniz e Junior Balandeira.

O evento terá apresentação do poeta Juarez Nunes e Jane do Caatinga. O evento também abre espaço para feira de agroecologia e artesanatos.

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A JUAZEIRENSE MILENA, JOÃO DO VALE, SONORIDADE DE PALAVRA BODOCÓ E CORONÉ ANTÔNIO BENTO

"Carcará pega, mata e come/ Carcará, não vai morrer de fome/ Carcará, mais coragem do que homem..." A metáfora social de Carcará, imortalizada por Maria Bethânia no lendário show "Opinião", nos anos 60, é de autoria de um poeta, compositor negro e semi analfabeto chamado João Batista do Vale,  autor de dezenas de músicas inesquecíveis que marcam a canção brasileira.

O compositor maranhense, idolatrado por Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Luiz Gonzaga, Nara Leão e outros grandes nomes da música brasileira tem um capítulo que o liga a Juazeiro Bahia e aos sertões.

Em 1977, ao ser convidado para fazer show no Projeto Pixinguinha, pela então recém-criada Funarte, o cantor e compositor maranhense João do Vale (nascido em 11 de outubro de 1934 e falecido em 6 de dezembro de 1996) pediu que a companheira de palco fosse Milena.

Tratava-se da cantora Milena, nascida em Juazeiro, Bahia,  terra de João Gilberto, dona de uma das mais belas vozes do cancioneiro brasileiro.

Milena percorreu o Brasil e soltou a voz mostrando os sucessos como Carcará (João do Vale e José Cândido, 1965), Estrela Miúda, Peba na pimenta (João do Vale, José Batista e Adelino Rivera, 1957) e Pisa na fulô (João do Vale, Silveira Junior e Ernesto Pires, 1957).

A juazeirense faleceu no ano de 2020, marcando, infelizmente a falta de valorização da cultura brasileira e seus artistas. A amizade gerou shows e programas de TV feitos por Milena com João do Vale na década de 1980. Milena ainda em vida chegou a lançar o álbum João do Vale – Muita gente desconhece.

João do Vale é ainda autor da música Na asa do vento (João do Vale e Luiz Vieira, 1956), O canto da ema (João do Vale, Ayres Viana e Alventino Cavalcanti, 1956), De Teresina a São Luiz e Coroné Antonio Bento (João do Vale e Luiz Wanderley, 1970), nesta composição é citada o nome BODOCÓ.

Uma linha de pesquisa busca evidências que João do Vale esteve visitando Juazeiro e também Bodocó e Exu, terra de Luiz Gonzaga. Detalhe: Zé Gonzaga, irmão de Luiz Gonzaga, na época deu várias oportunidades para que João do Vale, na Rádio Tupi, mostrasse as suas músicas.

O cantor e compositor Chico Buarque afirma que "João do Vale está na mesma linha de Luiz Gonzaga e a sua obra tem tanto peso e valor quanto a do rei do baião".

No ano de 2019, visitei o norte do Paraná,  caminhando pelos sertões do Paraná, lembrei de Milena e João do Vale. Lembrei de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha interpretando o baião Fogo do Paraná. 

A história conta que o Incêndio florestal no Paraná foi um grande incêndio que ocorreu na década de 1960, no século XX, no estado do Paraná, Brasil. O incêndio atingiu principalmente a região do norte pioneiro e campos gerais do Paraná além de alguns municípios da região central e norte do estado. É ainda considerado um dos maiores incêndios ocorridos no Brasil e no mundo.

Este incêndio é tema do livro “1963-O Paraná em chamas” que traz a história de um incêndio florestal que ocorreu há cinquenta anos sete anos no Paraná.   Foram 3 anos de trabalho que incluiu pesquisas em mais de 1000 documentos, entre periódicos, estudos acadêmicos, arquivos eletrônicos, relatórios governamentais além de entrevistas com jornalistas, profissionais agrônomos da época e integrantes da Defesa Civil do Paraná.

Naquela época agosto e setembro foram meses de fortes estiagem no Paraná e o estado vinha passando por um período bem seco. Como era de costume, os lavradores faziam pequenas queimadas para limpar o terreno. Com os fortes ventos, não demorou muito para o fogo avançar sem controle. Essa combinação de fatores foi o estopim para o fogo se alastrar pelo interior do Paraná.

Jornais da época mostram que imóveis, entre casas, galpões e silos, viraram cinzas. Cerca de 10 mil famílias, a grande maioria formada por trabalhadores rurais, ficaram desabrigadas. Tratores, equipamentos agrícolas e incontáveis veículos foram atingidas.

O fogo causou a morte de cerca de 300 pessoas. Entretanto, não chegaram a um consenso sobre o número de mortos, que teria sido maior, segundo os jornais da época.

Naquela época João do Vale compôs, o baião Fogo do Paraná e Luiz Gonzaga cantou:

"José Paraíba  seu Zé das Crianças foi pro Paraná cheio de esperanças.

Levou a mulher e seis barrigudinhos:  Pedro, Juca e Mané, Severino, Zefa e Toínho. No norte do Paraná todo serviço enfrentou batendo enxadas no chão mostrou que tinha valor...Dois anos de bom trabalho até cavalo comprou.

A meninada crescia, robusta e muito feliz, estudava animada. A mulher sempre dizia: Ninguém tá com pança inchada tudo igualzinho a sulista, muita saúde de bochechinhas rosadas.

Se nordestino é pesado é do ofício, o cavaco é como diz o ditado, a corda só quebra no fraco. Deus quando dá a farinha o diabo vem, rasga o saco.

Aquele fogo, maldito que o Paraná quase engole e José lutava contra ele acompanhado da prole. 

Vosmicê fique sabendo que José nunca foi mole. 

Depois de tudo perdido chegando no seu ranchinho foi conferir os meninos e estava faltando Toínho...Voltou em cima do rastro gritando pelo caminho:

Cadê Toínho...Toínho num veio. Cadê Toínho, Responde pelo amor de Deus Toinho...

 

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POETA ZÉ MARCOLINO, CANTOR E COMPOSITOR, 35 ANOS DE SAUDADES


"Quem, morrendo, deixa escrito um verso belo deixou mais ricos os céus e a terra e mais emotivamente misteriosa a razão de haver estrelas e gente". A frase de Fernando Pessoa traduz o sentimento que o poeta, compositor  Zé Marcolino vive na memória do povo brasileiro. Basta citar a música Numa Sala de Reboco que logo o talento do poeta é lembrado.

Pela sua importância na história da música brasileira, o Poeta Zé Marcolino, merecia mais de atenção das entidades culturais. Zé Marcolino morou nos anos 70 em Juazeiro, onde foi comerciante. Juazeiro e Petrolina tem uma dívida com a memória de José Marcolino.

No dia 20 de setembro de 1987 partiu para o Sertão da Eternidade. Portanto são 35 anos de saudades do Poeta, José Marcolino Alves  silenciava por ocasião da morte causada de acidente de carro próximo a São José do Egito, Pernambuco. Em Sumé, na Paraíba, Zé Marcolino nasceu no dia 28 de junho de 1930. Venceu os obstáculos da vida simples e quando teve oportunidade deixou o Rei do Baião...digamos "bestim com tamanha genialidade". 

No ano de 1962, metade do repertório do LP Ô Véio Macho, tem Luiz Gonzaga interpretando as composições que José Marcolino lhe mostrou em Sumé, Paraíba: Sertão de aço, Serrote agudo, Pássaro carão, Matuto aperriado, A Dança do Nicodemos e No Piancó. Estes seriam os  forrós de Zé Marcolino gravados  pelo Rei do Baião. Ele interpretaria várias outras, entre as quais as antológicas Numa Sala de reboco Cacimba Nova e Quero chá.

Zé Marcolino participou da turnê de divulgação do LP Veio Macho, viajando de Sul a Norte do País com Luiz Gonzaga, no entanto, a saudade da família e suas raízes sertanejas foram mais fortes. Depois de um show no Crato, Ceará,  ele tomou um ônibus até Campina Grande e de lá foi para Sumé, de onde fretou um táxi para a Prata, onde morava.

Com o sucesso de suas canções cantadas por vários artistas (Quinteto Violado, Assisão, Genival Lacerda, Ivan Ferraz, Dominguinhos, Fagner, Jorge de Altinho, Elba Ramalho, Mastruz com Leite e tantos outros nomes da música brasileira), é atualmente Zé Marcolino um dos mais talentosos compositores da música brasileira de todos os tempos.

Somente em 1983, produzido pelos integrantes do Quinteto Violado, Zé Marcolino lançou seu primeiro e único, hoje fora de catálogo, LP Sala de Reboco (pela Chantecler). Um disco que está merecendo uma reedição em CD, assim como também seu único livro, necessita uma reedição. No citado disco Véio Macho, com seis músicas de Marcolino, ele toca gongue. No LP A Triste Partida, Luiz Gonzaga gravou Cacimba Nova, Maribondo, Numa Sala de Reboco e Cantiga de Vem-vem.

Zé Marcolino morou em Juazeiro da Bahia e ficou até 1976, quando foi para Serra Talhada, Pernambuco. Inteligente, bem-humorado, observador,  Zé Marcolino tinha os versos nas veias como a caatinga do Sertão. 

Zé Marcolino casou com Maria do Carmo Alves no dia 30 de janeiro de 1951 com quem teve os filhos Maria de Fátima, José Anastácio, Maria Lúcia, José Ubirajara, José Walter, José Paulo e José Itagiba. Zé Paulo e Fátima residem atualmente em Petrolina.

Recentemente Walter Marcolino, lançou o CD ao vivo  "Pai, Filho e Neto". No trabalho consta participação da Banda Corrupio, Walter Junior, Ruy Grudi e Dany Feitosa. No CD Walter Marcolino "Pai, Filho e Neto", tem a interpretação Socorro Moreninha, Amor Divino, Rolinha Branca, Recordando o Ceará e Lata de Lixo.

Fátima é compositora. Em 1996, numa conversa com o seu irmão, cantor e compositor Bira Marcolino, escreveram a música Siá Filiça.

"Cadê a lenha da fogueira

Siá Filiça

Cadê o milho pra assar

Cadê aquele teu vestidinho de chita

Que tu vestia pra dançar

Cadê aquele sanfoneiro

Que eu pedia pra tocar

A canção da minha terra

Um forró de pé-de-serra

Que eu ajudava a cantar

Quando me lembro disso tudo

Siá Filiça

Me dá vontade de chorar"

A música marcou o período junino porque faz qualquer nordestino lembrar dos simbolismos que marcam essa época: o vestido de chita, o milho, a fogueira, balão e o sanfoneiro. Bira e Fátima jamais imaginariam que ela realmente fosse representar dor em algum momento.

Mas quem é Siá Filiça? Siá vem do termo "sinhá", uma espécie de abreviação. E Filiça vem de Felícia, uma senhora que morava na cidade da Prata, na Paraíba, e que todos gostavam muito de brincar com ela quando eram pequenos. Segundo Bira, ela sempre andava com uma lenha. Certo dia, ele estava com a irmã em Caruaru e pensou em "Siá Filiça", que era como chamavam Felícia, e a irmã disse que dava uma boa música.

Então começaram a escrever. Fátima Marcolino foi a autora da frase: "minha esperança ainda dorme, e eu com pena de acordar", que retrata um pouco a espera e o desejo de que a pandemia do coronavírus passe, e o São João volte a ser como era.

Quando foi escrita, muitos artistas queriam gravar a música. O primeiro foi Ezequias Rodrigues, que gravou com voz e violão. Depois veio Santanna e Adelmário Coelho, da Bahia. Mas foi com O Cantador que a música fez sucesso.

Hoje, Bira tem 62 anos. Para um compositor de forró, deixar o São João morrer seria até um crime. "O São João está na veia da gente, o forró está na veia da gente. Sem São João a gente se sente fora d'água, mas não deixa de ouvir não. Eu fiz meu São João sozinho, no mato", conta.

A música foi a grande emoção da live de Santanna na véspera de São João de 2020. Quem assistiu, certamente se emocionou. Antes de cantar, disse algumas palavras: "vou me despedir de vocês com uma música... eu não vou pedir desculpa por me emocionar, porque é a emoção que move o mundo. A emoção é impressionante. Me despeço de vocês com essa canção, que é a música que melhor representa o São João este ano".

Ao fim, tirou o chapéu. Ali, estava representada a tristeza, mas também a esperança de todos se reencontrarem novamente entre público e palco, forró, xaxado e baião.

"A música foi que me escolheu, me escolheu como intérprete principal dela. Ela faz parte da minha vida. Ela foi eleita a música do São Joã  e o sentimento é muito grande. A gente que é sertanejo, a gente sabe o que significa uma festa junina para nós. Eu fico impressionado como a música Siá Filiça entra na vida das pessoas", relata.

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PRÉ LANÇAMENTO DO LIVRO ONDE ESTIVER, ESTAREI-O FLAMENGO NO BRASIL E NO MUNDO ACONTECERÁ NO SÁBADO (24)

Saiu do prelo o livro que conta a história do projeto Embaixadas e Consulados da Nação Rubro-Negra do Flamengo. A obra apresenta relatos dos inúmeros personagens e toda a cronologia das ações que fizeram dessa a maior e mais extraordinária iniciativa socioesportiva no Brasil mediante parceria entre um clube de futebol e sua torcida.

Onde Estiver, Estarei - O Flamengo no Brasil e no Mundo rememora os primeiros movimentos de aproximação do Flamengo com os denominados "torcedores off-Rio", lá nos idos de 2007, até a total consolidação nos dias atuais no qual o projeto conta com cerca de 500 grupos e 55 mil integrantes representando o Mais Querido em suas cidades e países com muita paixão e responsabilidade social. O livro terá pré-lançamento neste sábado (24), às 13h, na loja Nação Rubro-Negra Petrolina, situada ao lado da academia Smart Fit, bairro Vila Eduardo.

Idealizada e escrita pelo jornalista e escritor Luiz Hélio Alves, o Poeta, que também é embaixador do Flamengo desde 2008, a obra será oficialmente lançada no dia 13 de Novembro deste ano durante o tradicional Encontro Internacional de Embaixadas e Consulados da Nação Rubro-Negra na sede social da Gávea, no Rio de Janeiro. O livro, que conta com o apoio do Flamengo através do vice-presidente da pasta Maurício Gomes de Mattos, tem depoimentos do eterno ídolo Zico, do ex-presidente Márcio Braga, além de prefácio do atual presidente do clube, Rodolfo Landim.

Um dos mais importantes capítulos da história recente do Clube de Regatas do Flamengo devidamente registrado com o objetivo de preservar a memória e o trabalho de seus valorosos colaboradores. Dos visionários e abnegados dirigentes que abraçaram a ideia com afinco, aos apaixonados torcedores espalhados pelo Brasil e pelo mundo que se dedicam ardorosa e espontaneamente por um único objetivo: tornar o Mais Querido ainda mais forte e vitorioso.

O evento contará com presenças de representantes das embaixadas Fla-Juazeiro e Fla-Petrolina, do consulado Flaternidade, das torcidas Fla-Pilar e Fla-Bonfim.Evento: Pré Lançamento livro Onde Estiver, Estarei – O Flamengo no Brasil e no Mundo

Autor: Luiz Hélio Poeta

Data: 24/09

Hora: 13h

Local: Loja Nação Rubro-Negra Petrolina (Vila Eduardo)

Preço do livro: R$ 59,90

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