CANDIDATOS A DEPUTADO FEDERAL DE VÁRIOS PARTIDOS LANÇARAM A BANCADA DA CANNABIS (MACONHA)

Candidatos a deputado federal de vários partidos lançaram hoje uma iniciativa inédita: a Bancada da Cannabis. O objetivo é ampliar a discussão sobre a erva dentro do Congresso Nacional.

Encabeçado por Maisa Diniz, da Rede em São Paulo, o projeto ganhou adesão de outros candidatos, como Paulo Teixeira, do PT paulista, que concorre à reeleição, e André Barros, do PSOL fluminense, advogado da Marcha da Maconha. Além do apoio de candidatos de partidos progressistas, o grupo diz já estar dialogando com legendas conservadoras, como PSDB e NOVO.

A legalização da cannabis nunca foi tão urgente. Diante de um mercado criminalizado e o potencial de cura de uma planta que ajudaria milhões de pessoas no Brasil, um dos países que mais sofre de depressão e ansiedade no mundo, é imprescindível levarmos a Cannabis para o Congresso Nacional de forma definitiva”, traz uma carta publicada no site da bancada. O texto fala na regulamentação não apenas do uso medicinal, mas também dos problemas gerados pela proibição – o encarceramento em massa de jovens negros e pobres – e do potencial de negócio.

Duas semanas atrás, o assunto foi destaque em uma coluna de Carla Jimenez no Intercept – ela falou justamente sobre a falta de coragem de políticos para falarem de cannabis. “Os moralistas querem continuar com um discurso arcaico sobre a maconha, quando ela já faz parte de um debate sobre saúde, segurança e… negócios bilionários”, Jimenez escreveu.

Confira a carta assinada pelos candidatos:

O ano é 2022 e a legalização da cannabis nunca foi tão urgente. Diante de um mercado criminalizado e o potencial de cura de uma planta que ajudaria milhões de pessoas no país que mais toma Rivotril no mundo, é imprescindível levarmos a Cannabis para o Congresso Nacional de forma definitiva.

O preconceito e a desinformação são barreiras sólidas diante da desconexão entre a ciência, a tecnologia e as políticas públicas que têm sido adotadas no Brasil. A partir da experiência de países que estão na nossa frente no processo de regulamentação, como Israel, Estados Unidos e Portugal, precisamos encontrar uma solução efetiva diante da guerra às drogas.

Nós, candidatos e candidatas abaixo-assinados neste manifesto, pretendemos acabar com a hipocrisia que envolve a questão da Cannabis no Brasil, colocando as eleições de 2022 como um marco deste processo.

Não podemos mais permitir que dogmas ou a desinformação vençam o debate sobre o assunto. Há milhões de brasileiros que têm sido prejudicados todos os dias devido a esse tabu: mães de crianças autistas, cuidadores de doentes de Alzheimer e uma legião de pessoas que sofrem com sintomas de ansiedade e depressão. 

A regulamentação da cannabis, porém, precisa ir além dos fins medicinais. O Brasil convive com um ciclo trágico que gera o aprisionamento de milhões de jovens pobres, quase sempre negros, decorrentes do flagrante policial de drogas em pequenas quantidades. 

A solução canábica também vai muito além da questão de segurança pública. Os exemplos pelo mundo deixam evidente que o Brasil diariamente perde tempo neste mercado, que criará milhões de empregos e bilhões de reais em impostos para o Estado. 

Em suma, há uma série de motivos para avançar na regulamentação da cannabis. O que precisamos agora é discutir essa pauta de forma madura, racional e democrática. O trabalho feito no Parlamento até aqui tem muito mérito, mas precisamos dar maior atenção e protagonismo ao debate. A hora é agora. 

Assinado: Carta da Cannabis

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POVOS ANCESTRAIS DO VELHO CHICO ENSINAM A VIVER E PRODUZIR EM HARMONIA COM A NATUREZA

Povos ancestrais do Velho Chico ensinam a viver e produzir em harmonia com a natureza. Reportagem da Caravana Nordeste (Maristela Crispim), fotos Alice Sales, relata experiências de três diferentes etnias indígenas que habitam territórios do Velho Chico que buscam aliar saberes ancestrais a novas práticas para continuar vivendo e produzindo em harmonia com a natureza. A Caravana teve como objetivo divulgar o Plano Nordeste Potência, resultado de uma coalizão de quatro organizações civis brasileiras: Centro Brasil no Clima (CBC), Fundo Casa Socioambiental, Grupo Ambientalista da Bahia (Gambá) e Instituto ClimaInfo, com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS).

Confira: 

O processo colonial que deu origem ao atual município de Porto Real do Colégio (AL) remonta a meados do século XVII. Diferentes povos indígenas, Tupinambá, Caeté, Carapota, Acorane ou Aconã e Kariri habitavam a região antes da chegada de bandeirantes e jesuítas pelo “Grande Rio”, vindos da Bahia. O nome do município se originou do colégio dos jesuítas que tinha o nome de “Real”.

Atualmente, na Aldeia Indígena Kariri-Xocó, 1.300 famílias vivem numa terra de 664 hectares que margeia o Rio São Francisco e está em processo de homologação. Segundo o cacique Cícero Suíra, ainda falta a valoração das fazendas ali existentes para indenização. Da área total, 10 hectares são reservados ao ritual sagrado do Ouricuri, de 15 em 15 dias, do qual só indígenas participam. Ainda assim, a Caravana Nordeste Potência obteve uma autorização especial do pajé Júlio para visitar este território sagrado e conhecer um pouco obre suas práticas ancestrais.

As construções eram inicialmente de palha, conta o cacique. Mas não indígenas tocavam fogo em terras adjacentes e elas acabaram queimando. Daí foram reconstruídas com tijolos. Para o ritual eles precisam de três dias de purificação, sem álcool, sexo e tomando banho com determinadas plantas. Cícero Suruí nos conta que, uma vez por ano, no mês de janeiro, eles passam 15 dias no território, que tem capacidade para abrigar cerca de 4 mil pessoas e, nesta ocasião, recebem visitantes de outros povos indígenas, chegando a 7 mil pessoas. Neste território foi feito um trabalho para a regeneração da vegetação nativa com o reforço de um viveiro para reflorestamento com espécies endêmicas.

“A floresta, as nascentes e o Rio São Francisco são muito importantes para nós indígenas. Nós chamamos o Rio de Opará, que significa Rio-Mar. Mas eu não vejo os governantes fazerem nada por ele. Só desviaram, tiraram, destruíram. Se ele acabar nós acabamos também”, declara.

Um trabalho de destaque entre dos Kariri-Xocó vem sendo realizado por Idiane Crudzá. Aos 35, ela conta que teve cinco filhos e que precisou parar os estudos formais na 6ª série. Mas vem trabalhando na retomada da língua Dzubukuá Kariri Kipea, que ficou adormecida por mais de 100 anos. Utilizado só em segredo, no ritual sagrado, o idioma já está representado em memorial em Brasília.Por seu trabalho, atualmente Idiane é a segunda representante das línguas indígenas no Nordeste. Ela criou, há cinco anos, um espaço, uma escola, denominada Swbatkerá Dzidé Ayby Arãkié Yndiany Nayly KX, em homenagem a um ancestral. Presencial para crianças, com 71 alunos, e on-line para adultos, com 160 alunos de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão e Paraíba.

“Quando falamos a nossa língua, voltamos às raízes. Nossa fortaleza é nossa língua. Não é só um idioma, é uma identidade ancestral, cultural, espiritual. Por meio dela podemos nos conectar com a natureza, com a espiritualidade de nossos ancestrais. É completa e não podemos falar dela sem falar da medicina, do artesanato, dos cantos e da dança. Tudo que abrange a nossa ancestralidade está dentro da nossa língua. Quanto mais nós fortalecermos a nossa língua, mais conhecimento nós teremos”, declara a indígena.

Um grupo, liderado por Idiane trabalha no fortalecimento das tradições. Parte deles recepcionou a Caravana com o Toré, uma dança ritual realizada por diversos povos indígenas, inclusive os tradicionais da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. É considerado o símbolo maior de resistência e de união entre esses povos e uma das principais tradições dos indígenas do Nordeste brasileiro e de Minas Gerais.

EM HARMONIA COM A NATUREZA: A 54 km de Porto Real do Colégio fica Feira Grande, também em Alagoas. Na comunidade Olho D´Água do Meio, vivem 170 famílias indígenas e a Associação de Jovens Produtores Indígenas Tingui-Botó, criada há quatro anos que vem promovendo uma

diversificação produtiva que procura manter um cultivo agroecológico aliada à recuperação florestal. Farinha de mandioca, inhame, batata e milho estão entre os alimentos que são direcionados ao próprio consumo da comunidade.

A criação da Associação, que já conta com 30 jovens, visa o fortalecimento da juventude indígena Tingui-Botó, que vem ocupando vários espaços em busca de melhorias que respeitem as regras e saberes da comunidade. Segundo o presidente da Associação, Eré Batista, 25, os jovens já participam de diversos conselhos. “Nossa função é manter o conhecimento tradicional e passar de geração em geração. Aqui não pensamos em retorno econômico. O objetivo é preservar e se manter”, afirma Eré.

Ele explica que o território indígena conta com 540 hectares demarcados, dos quais 90% são de vegetação nativa com nascentes que contribuem para o São Francisco. Apenas 10% são cultivados. O trabalho de reflorestamento sempre existiu, mas, com o auxílio do Fundo Casa Socioambiental, construíram um viveiro de plantas nativas e estão para construir uma casa de sementes.

Maquisuel Soares da Silva, 31, que cuida do viveiro de mudas, detalha múltiplos usos das plantas nativas, como o jenipapo e o urucum para produção de tinta e o ouricuri para colírio. “Aqui nós misturamos as espécies para evitar as pragas”, revela.

Eles também estão trabalhando a valorização da cultura por meio do artesanato, principalmente de palha do coqueiro licuri, dente de porco, madeira, pena e sementes, colhidas e trocadas com outros povos. Mas Eré Batista destaca que ainda falta incentivo à produção e um local onde expor.

Eré, que é formado em Licenciatura Intercultural Indígena, recebeu a Caravana Nordeste Potência embaixo de um pé de cajarana, símbolo de grande honra e poder do Povo Tingui-Botó que funciona como uma pequena praça onde eles costumam se reunir. Ele destaca que os povos ancestrais costumam ter uma relação diferente com a Mãe Terra: “Nós só existimos por causa da natureza. A nossa terra é produtiva, mas precisamos de incentivo”. E recita uma frese de inspiração: “A natureza é nosso guia; o cocar é nossa proteção; o arco e flecha é nossa arma; o som do maracá e o Toré, nosso grito de resistência”.

Sobre o projeto de reflorestamento, ele acrescenta: “é de fortalecimento da natureza. Em nosso ritual sagrado, precisamos estar em conexão com a natureza e esse projeto foi um incentivo para que a gente possa reflorestar as áreas degradadas porque toda área foi de fazendeiro e tinha uma degradação muito grande para plantio de pasto. Com o incentivo desse projeto também vamos plantar uma horta toda orgânica. O projeto é uma semente plantada dentro da comunidade que gerará muito fruto”.

ENERGIA DO SOL NA ALDEIA: Distante 236 km de Feira Grande (AL), está Jatobá (PE), onde localiza-se uma das aldeias do Povo Pankararu na região, território demarcado nos anos 1940 que só em 2018 foi desapropriado. O vice-cacique Sarapó Pankararu, que é coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), conta que foi um processo doloroso para todas as partes que, aos poucos, vão reconstruindo suas histórias. O território é de aproximadamente 8.100 hectares, onde vivem cerca de sete mil indígenas.

“O nosso povo teve várias lutas. Essa última, pela conquista do nosso território, iniciou em 1940 com a primeira demarcação das nossas terras. Não conseguimos regularizar totalmente porque tinha posseiros, 1.300 famílias de não indígenas. Só em 2018 conseguimos aqui no município de Jatobá. Mas a nossa terra está entre Jatobá, Petrolândia e Tacaratu. Depois de 78 anos de luta, de várias gerações que fizeram esse enfrentamento, conquistamos parte do nosso território. Hoje estamos aqui tentando fazer o nosso plantio, criar, seguir a nossa vida, preservar a natureza porque pegamos um local de terra frágil, desmatado”, relata.

Ele também enumera outros impactos ao longo do tempo, como a perda de espaços sagrados, de acesso ao rio, redução na variedade de peixes, muitos extintos por não conseguirem seguir o curso natural: “Nós somos um povo da beira do rio, que vivia do rio. Nossas práticas eram na beira do rio. Perdemos o acesso ao rio pela construção da usina hidrelétrica na nossa cachoeira, fomos expulsos de lá e tivemos que vir para as serras. Hoje, para ter acesso ao rio e à pesca, temos que pedir licença. A beira do rio todinha foi loteada e não tem nenhum indígena que tenha um lote de terra lá. Tem uma comunidade aqui que está lutando para ver se se tem um espaço. Estão morando lá agora, mas na briga, na luta. Fora o São Francisco, tem o Moxotó. Vamos pescar lá, mas todo o rio tem dono”.

Alexandre Pankararu, assessor de Comunicação da Apoinme, reafirma que o Povo Pankararu já vem sofrendo grandes impactos com grandes empreendimentos desde os anos 1980 para produção de energia hídrica que também é uma energia renovável por ser produzida pela água, com a construção da Usina de Itaparica, depois renomeada Luiz Gonzaga, localizada em Petrolândia, na divisa com a Bahia: “Ela causou tanto um impacto ambiental como espiritual irreversível porque inundaram a Cachoeira de Itaparica, onde enterrávamos nossos antepassados, onde fazíamos nossos rituais. É uma parte da nossa história que ficou debaixo d’água”.

O grupo indígena dedica atenção à transição energética com justiça socioambiental crítica ao modelo de implantação das energias renováveis porque é diretamente atingido por um complexo de energia eólica e solar (primeiro híbrido do Brasil), localizado em Tacaratu, a 50 metros do Território Pankararu.

Alexandre explica: “Há cerca de sete anos nós sofremos outro impacto com a grande obra do primeiro parque híbrido de energia eólica e solar a 50 metros do território entre Serras Pankararu, onde eles desmataram uma grande área. Acabou o caroá, do qual fazíamos nossas vestimentas para os nossos rituais, mais um impacto cultural e espiritual para nós. Então não entendemos que essa forma de captação e de distribuição de energia seja uma energia limpa. É diferente desse processo que nós estamos fazendo no Museu Solar, que está produzindo energia limpa. Porque usamos telhados solares num local que já está construído. Não vamos desmatar. Não vamos degradar o meio ambiente, não vamos queimar nada, inundar nada. Vamos usar espaços que já estão em pé para produzir essa energia limpa e renovável”.

Uma pequena casa antiga da aldeia em Jatobá será o ponto de partida para a construção do segundo Museu Casa Solar dos Pankararu, uma extensão do projeto lançado na Aldeia de Tacaratu, que apresenta o primeiro fornecimento de energia solar autônoma daquela comunidade indígena. O objetivo é que seja também um espaço de convivência e de recepção de turistas. “Nós já temos um museu, escola e a casa de memória lá na Aldeia Brejo dos Padres, em Tacaratu. Aqui vai ter muita visita por conta do histórico de luta”, afirma o vice-cacique Sarapó.

A Casa de Memória Tronco Velho, em Tacaratu, não é abastecida por uma rede elétrica estável e havia perdido diversos aparelhos necessários para sua organização interna. O painel solar autônomo proporciona uma estabilidade energética para o funcionamento integral da casa, que também funciona como sede principal da organização indígena.

Ao falar em energia, o vice-cacique Sarapó reafirma que, para ser verdadeiramente limpa, não pode provocar mais desmatamento e que uma solução é a utilização dos telhados: “Estamos trazendo o Centro de Formação e o museu para essa aldeia. Ele não vai gerar impacto nenhum porque nós já temos o local e a energia que é do Sol. É Deus quem dá energia durante o ano todo. Aqui é reconhecido pelo Estado de Pernambuco como a potência da energia renovável, a energia da água, pela Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga, energia solar, energia eólica. Nós estamos numa região beneficiada por isso, por ter essas energias. Só que não somos beneficiados ainda. Nós temos energia hidrelétrica na nossa comunidade, mas passamos três meses sem ter fornecimento.”

E finaliza: “quando falta energia eles não vêm arrumar porque não pagamos ainda. Eles não regularizaram. Não é um problema nosso. Eles colocaram na justiça e estamos esperando quando é que vai ter um acordo, até porque eles também passam com a rede de transmissão dentro do nosso território. O desmatamento teve todo um impacto e eles nunca resolveram isso”.

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PRIMEIRA EDIÇÃO DO ACORDEUM FESTIVAL ACONTECE NO CRATO TÊNIS CLUBE

A primeira edição do “Acordeum Festival”, realiza no Crato Tênis Clube será encerrado neste sábado (17). O evento, que nasceu com a proposta de fomentar a cultura nordestina e evidenciar a história da sanfona, terá apresentações musicais, concurso nacional de sanfoneiros – com premiação para os 3 primeiros colocados – e ainda workshops.

Dentre grandes artistas que se apresentarão no festival estão Fábio Carneirinho, Pedrinho do Acordeon, Raphael Belo Xote, Nonato Lima e Junu Freire, além da banda Os Muringa. “O Cariri é uma região riquíssima de tradições e diversidades culturais, que dialogam através de suas expressões artísticas. O nosso festival traz esse reconhecimento da música popular nordestina por meio da sanfona, um instrumento que está enraizado na nossa história”, explica a diretora geral do evento e idealizadora do projeto, Nanda Araújo.

Na competição de sanfona, os selecionados receberão premiações em dinheiro no valor de R$ 6.000,00 para o primeiro colocado, R$ 4.000,00 o segundo e R$ 2.000,00 para quem ficar em terceiro lugar. Para se inscrever no concurso, é necessário acessar o link, ler o regulamento, preencher o formulário e enviar o documento junto com um vídeo do artista tocando o instrumento para o e-mail acordeum@gmail.com.br

Os shows e o concurso de sanfona acontecerão nos dias 16 e 17, no Crato Tênis Clube, que fica na Rua Cel. Antônio Luiz, nº 1397-1259, bairro Pimenta. A oficina “A sanfona nordestina e seus sotaques”, que será ministrada pelo músico Nonato Lima, ocorrerá no dia 17, às 15h, na Vila da Música, na Avenida José Horácio Pequeno, 1335-1367, bairro Belmonte.

Já a oficina “Transformando vidas com a música”, facilitada pelo Pedrinho do Acordeon, acontece no dia 16, às 11h, na Escola de Educação Profissional Governador Virgílio Távora, que fica na Rua Pergentino Silva, S/N, bairro Seminário. Mais informações pelo instagram @acordeumfest.

Confira a programação

Sexta (16/09) 11h – Oficina “Transformando vidas com a música”, com o músico Pedrinho do Acordeon

18h – Concurso de sanfoneiros

19h30 – Show de Pedrinho do Acordeon

21h30 – Show de Junu Freire

23h – Show de Fábio Carneirinho

Sábado (17/09)

15h – Oficina “A sanfona nordestina e seus sotaques”, com o músico Nonato Lima

18h – Concurso de sanfoneiros (final)

19h30 – Show de Raphael Belo Xote

21h30 – Show da banda Os Muringa

23h – Resultado do concurso de sanfoneiros

23h30 – Show de Nonato Lima e banda

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MUSEU FONOGRÁFICO LUIZ GONZAGA DE CAMPINA GRANDE, PARAÍBA FECHA AS PORTAS. PESQUISADORES LAMENTAM FALTA DE APOIO

"Numa terra em que a verdadeira cultura é tratada como adereço, um pedaço importante da história que se vai pouco vai significar pois com ela já segue aceleradamente o outrora Maior Sao João do Mundo que exclui a essência da festa quando cede aos encantos da linha comercial, atropelando arte, cultura, artistas e história. Meu apreço e reconhecimento ao trabalho de José Nobre que merece todos os méritos por manter acesa a alma e a obra de Luiz Gonzaga" (Fred Ozanan).

"Após mais de 30 anos divulgando a Missão Gonzaguiana - o forró, xote, xaxado e baião - o MUSEU FONOGRÁFICO LUIZ GONZAGA e seu criador e mantenedor ZÉ NOBRE se cansaram da falta de apoio dos órgãos governamentais que deveriam apoiarem a Cultura de Campina Grande, do Nordeste e do Brasil" (Kydelmir Dantas).

Pelas redes sociais dezenas de mensagens lamentam que o Museu Fonográfico Luiz Gonzaga de Campina Grande, Paraíba,  fechou as portas. A informação é que a falta de apoio governamental inviabilizou o projeto do professor e pesquisador Zé Nobre, que manteve até este ano de forma particular o andamento do Museu, referência para os estudiosos da cultura musical brasileira.

A riqueza da vida cultural de uma cidade, muitas vezes medida apenas pela intensidade de seu show business e pelo sucesso dos seus eventos artísticos, deve ou deveria incluir, também, a sua vida literária, onde, mais que o brilho fugaz, se busca construir a memória e a permanência. 

Destaco aqui o valor do professor e pesquisador José Nobre, nascido em Currais Novos, no Rio Grande do Norte. Zé Nobre tem a trajetória vivida em Campina Grande, Paraíba. Ele é o criador, fundador do Museu Fonográfico Luiz Gonzaga de Campina Grande. Um espaço que privilegia a arte mais bela: a musical. 

José Nobre reuniu ao longo dos últimos 35 anos uma produção constante, uma obra musical múltipla, de expressão e riqueza singulares. 

Zé Nobre conta que o Museu reúne mais de 6 mil discos. No Museu consta monografias, artigos, jornais e mais as centenas de livros lançados sobre a vida e obra de Luiz Gonzaga. São teses de mestrados e doutorados. Os visitantes tem a visão na entrada do museu de 3 estátuas em granito pesando em média 700kg.

O Museu Fonográfico Luiz Gonzaga de Campina Grande, Paraíba, representa a oportunidade de quem o visita de ampliar as possibilidades educacionais que o fator do conhecimento proporciona.

Campina Grande, diga-se, já foi considerada a cidade onde se realizava os maiores festejos juninos do país, o Maior São João do Mundo. Infelizmente hoje os festejos estão desqualificados, vendidos a industria cultural, no palco já não inclui a boa música na programação.

Mas toda reação tem reação. O tempo dirá aos gestores públicos de Campina Grande Paraíba qual o caminho da cultura e identidade que melhor trará progresso ao município...

Daí, cresce a importância do Museu Fonográfico Luiz Gonzaga de Campina Grande. Afinal, a história conta que Campina Grande sempre dedicou um carinho especial a Luiz Gonzaga, inclusive, o Rei do Baião recebeu o  Título de Cidadão Campinense em 1972, propositura do então vereador Manoel Joaquim Barbosa.

No Museu, Todos os objetos expostos foram adquiridos por José Nobre com recursos financeiros próprios. O espaço já foi considerado o maior museu fonográfico a abrigar a obra de Luiz Gonzaga– superando, inclusive, o Museu do Baião instalado em Exu, terra natal do do Rei do Baião.

O mais importante é a união e incentivo a todos os Museus, espaços de saudades, memória, presente e futuro; local de preservação e divulgação do talento dos músicos brasileiros.

A Zé Nobre nossa gratidão...

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GISELLY NOGUEIRA, A GIZEL, O MEIO AMBIENTE, ARTE ACRILICANATUR

O termo arte vem da palavra latina ars, que significa "talento", "saber fazer". Para o filósofo grego Aristóteles, a arte imita a natureza (mímesis), mas também, por vezes, a completa. Segundo Aristóteles, a arte está na origem da atividade artística a propensão natural do ser humano a imitar.

Em Exu, Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga, mestre da Sanfona e de Barbara de Alencar, mulher revolucionária a definição de arte, tem um nome: Giselly Nogueira. No mundo da arte ela assina como GiNogueira. "Meu apelido é Luna Gizel e pretendo assinar minhas obras somente por Gizel", revela GiNogueira que tem 35 anos e trabalha com artes há mais de 23 anos.

De acordo com relatos de sua mãe, Gizel, começou a desenhar aos 3 anos de idade, extremamente curiosa e apaixonada pelos gibis da Turma da Mônica, a alegria das músicas interpretadas por  Luíz Gonzaga, evoluções da ciência e sempre novas descobertas.

"As maiores inspirações em minha vida de início sempre foi a minha mãe em sua mente versátil, Maurício de Souza, Leonardo Da'Vinci, Luíz Gonzaga. Mas no geral minhas inspirações são momentâneas, que vão desde um simples morador de ruas até a genialidade dos físicos e químicos", revela Gizel, ressaltando que como pesquisadora vive fazendo testes e mais testes para criar técnicas que corroborem com a sustentabilidade e valorização do meio ambiente e ecologia. 

Uma das técnicas aprovadas nas suas observações e testes deu o nome de Acrilicanatur: acrílica ( o acrílico que vem do lixo retirado do meio ambiente e materiais comerciáveis) e natur ( natureza na língua yorubá, a luta por liberdade dos afrodescendentes desde a colonização no Brasil até agora). 

"Criei esta técnica logo após ter iniciado os estudos com alquimia aos 16 anos de idade", conta Gizel.

Neste mês de setembro, quando o municipio de Exu, completou 115 anos de emancipação política, um dos trabalhos que merece destaque foi a releitura sobre a história da bandeira da cidade.

"Quanto a bandeira de Exu, esta foi uma de minhas melhores obras, foi uma encomenda feita pela escola São Vicente de Paula aqui de Exu atraves do professor Maiadson Vieira que também é um pesquisador. Meu irmão Davi Wesley que também é desenhista me ajudou a compor esta releitura", explica Gizel.

A técnica usada foi a aquarela feita com acrílica sob tecido oxford, a vestimenta foi modificada segundo relatos dos próprios índios parentes dos Exuences os índios Kariris. Segundo, conta a a história, o povos originários, devido ao pequeno número de aves na região do Araripe os índios usavam palhas em suas vestes e não penas, o modelo de cocar com penas coloridas é proveniente dos índios norte-americanos que em algumas regiões do Brasil as tribos usam penas, porém na região em que vivemos de agreste e sertões, cerrado as aves são em menor número. 

No desenho da bandeira o milho representa a colheita através do trabalho duro e conhecimento dos ancestrais quanto a epoca de plantio sob as dificuldades climáticas da região. A índia segurando a lança representa a força feminina que luta como igual junto ao homem. 

"O horizonte com o sol nascente remete a esperança de dias melhores, da evolução espiritual e moral de cada ser humano, o desbravar dos mistérios da vida que nasce todos os dias sob a serra, nos lembrando que é mais uma chance de lutar pelo que acreditamos", diz Gizel.

No próximo mês de dezembro é data das festividades dos 110 anos do nascimento de Luiz Gonzaga. De acordo com Gizel, o "sentimento é de saudades de quem só conheci a história e ainda estou a conhecer mais sobre estes heróis da história de Exu Pernambuco para o Brasil e o mundo. O coração gigante do Rei do Baião que tanto fez e ainda faz pelo sertão, a força e coragem de uma mulher que poderia ter sido eleita presidente do Brasil, a heroína Bárbara de Alencar, é uma honra pertencer a um lugar que ainda desperta tantas outras personalidades e suas histórias de exemplo".

Nascida em Exu, Giselly Nogueira, GiNogueira, Gizel é a razão de haver luz no universo da arte e defesa do meio ambiente, possui na arte um reflexo do ser humano e representa a sua condição social e essência de ser uma livre pensante.

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JORNALISTA SE EMOCIONA COM VÍDEO DE APOIADOR DO PL HUMILHANDO MULHER

O jornalista Reinaldo Azevedo se emocionou ao comentar o vídeo que viralizou nas redes neste final de semana em que aparece um bolsonarista humilhando uma mulher necessitada. Ao comentar o vídeo no programa O É da Coisa da Band News, Azevedo disse que a situação o entristece.

"Sabe o que mais me entristece vendo isso? A mulher sorrindo. O riso do constrangimento. Da falta de poder. O riso de quem não tem nada. Ela não foi agressiva. Ela não foi dura. Ela não foi nada. Era só um ritual de humilhação. Isso é escravidão", declarou o jornalista.

Em um vídeo que circula nas redes sociais, um homem questiona uma mulher se ela é "Bolsonaro ou Lula?". Quando a senhora responde que irá votar no candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele responde que é a última marmita que ela recebe e fala para ela ir pedir para o ex-presidente Lula. Incrédula, a mulher perguntou, entre risos constrangidos, se aquilo era verdade.

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A 35 MISSA DO POETA EM MEMÓRIA DE ZÉ MARCOLINO ACONTECE DIA 17 SETEMBRO

A Associação dos Poetas e Prosadores de Tabira (APPTA) divulgou a programação oficial da 35ª Missa do Poeta em memória do poeta e compositor “Zé Marcolino”. O evento promovido em parceria com o Governo de Pernambuco e a Prefeitura de Tabira ocorre de 15 a 17 de setembro.

O Sarau das Tradições abre a programação no dia 15. Haverá apresentação da Banda de Pífano Frei Damião e lançamento do livro “Memórias de um motorista de turnês” de Paulo André Pires. A banda Sertão Biocultural também se apresenta.

No dia 16, será realizada a 26ª Mesa de Glosas do Pajeú. Estarão presentes poetas e glosadores de Tabira, Itapetim, Afogados da Ingazeira, Tuparetama, Iguaracy, Ingazeira, Brejinho, Serra Talhada, Solidão, Triunfo, São José do Egito e Carnaíba. O tenor Igor Alves fará participação.

A programação encerra no dia 17, quando ocorre a Missa do Poeta. A celebração será presidida pelo padre Cicero e homenageará a poetisa Fátima Marcolino e o poeta Bira Marcolino. Após a missa, haverá shows com As Severinas, Petrúcio Amorim e Bira Marcolino.

Zé Marcolino faleceu no dia 20 de setembro de 1987, nas proximidades de Afogados da Ingazeira, em acidente de carro.

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