MOVIMENTO RAULSEIXISTA MASSAROCA REALIZA HOMENAGENS AO MALUCO BELEZA NA TERÇA (02) DE NOVEMBRO

Pesquisadores, admiradores, Fãs de Raul Seixas se reúnem todos os anos no dia 02 de novembro  na Comunidade de Massaroca, distrito de Juazeiro, para um dia repleto de homenagens ao Maluco Beleza.

Movimento esse Fundado por AGENOR DOS SANTOS SEIXAS no ano de 2003, com o objetivo de manter viva a história, ideias e músicas do mestre Raulzito. O movimento atualmento continua organizado por Agenor, e seus dois amigos DJ Edpo Black e Edio Silvo, juntamente com a legião de fãs do distrito de massaroca.

'O Movimento que vem passando por gerações, e crescendo cada vez mais entre amigos que tem algo em comum, a admiração por Raul Seixas", comenta DJ Edpo, ressaltando que o "tiveram a honra de receber mensagens de apoio da Filha, amigos, músicos, autores, artistas e fãs de Raul".

"Raul Seixas tem mais do que fãs; tem uma resistência raulseixista incondicionada", declarou.

No mês de agosto, o BLOG NEY VITAL  publicou que Pesquisadores de Juazeiro e Petrolina mantém viva a memória de Raul Seixas. A biografia de Raul Seixas é permeada por muita genialidade, inovação e inconformismo com um sistema no qual não se encaixava, e sua figura ainda fascina o público, mesmo 32 anos após a sua morte.

Em 21 de agosto de 1989, Dalva Borges, secretária particular, entrou no quarto do músico para abrir a janela, como fazia todos os dias. Reparou que o lençol o cobria até a altura do peito, mas não notou nada de estranho.

Somente após iniciar suas tarefas é que a funcionária estranhou o silêncio: ora, Raul tinha o costume de acordar ao menor ruído! Assim, Dalva retornou ao quarto para checá-lo e percebeu que ele permanecia do mesmo jeito. Pressentia que teria morrido. Dalva ligou para José Roberto Romeira Abrahão, que pediu para que ela colocasse um espelho diante do nariz de Raul, para verificar se ele ainda respirava. Com a resposta negativa, Abrahão localizou Marcelo Nova e convocou o médico Luciano Stancka, que confirmou a morte. 

O alcoolismo e a diabetes, agravados pelo fato de não ter tomado a insulina na noite anterior, foram a causa da pancreatite aguda fulminante que acometeu o cantor.

Trinta e dois anos depois de sua partida, 21 de agosto de 1989, Raul Seixas segue firme nas paradas de sucesso. Para relembrar o artista, o Ecad traz um levantamento das mais tocadas do “Maluco Beleza”. Nascido em 28 de junho de 1945 em Salvador, Raul Seixas foi um artista expressivo e nada convencional. Misturou rock com ritmos nordestinos e tem até hoje uma legião de fãs. No banco de dados do Ecad, o cantor e compositor tem 316 músicas e 361 gravações cadastradas.

Um dos pesquisadores de Raul Seixas mora em Petrolina: Iranildo Moura teve a infância e adolescência vivida na beira do Rio São Francisco e teve a "satisfação de ser fotografado com o Maluco Beleza e de nos anos 70 e 80 curtir um dos mais talentosos cantores da música brasileira"

Iranildo quando criança viveu em Casa Nova, Bahia. Ali entre os 8 anos e 12 anos conta que vivia olhando os barcos, os vapores que navegavam no rio São Francisco. "Entao comecei a pintar e fazer quadros. Expressar a natureza e a vida através da pintura.. Outra mania é colecionar discos de vinil, cds", conta Iranildo.

Iranildo conta que para homenagear Raul Seixas a Ecad fez um levantamento das músicas mais tocadas e “Tente outra vez”, parceria com Paulo Coelho e Marcelo Motta, ficou à frente no ranking das mais tocadas entre 2015 e 2019. Na sequência ‘Metamorfose ambulante”, “Cowboy Fora da Lei”, “Maluco beleza” e “Gita” completam a lista das cinco primeiras colocadas.

Raul Seixas foi um artista expressivo e nada convencional. Misturou rock com ritmos nordestinos e se mantém até os dias atuais com uma legião de fãs. No banco de dados do Ecad, o cantor e compositor tem 316 músicas e 361 gravações cadastradas. 

Nos últimos cinco anos ele teve a maior parte de seus rendimentos em direitos autorais pela execução pública de suas músicas proveniente dos segmentos de rádios, TVs, shows e música ao vivo, que correspondem a quase de 85% do que foi destinado a ele.

Em Juazeiro Bahia, Jonivaldo Fernandes de Souza (Vado do PT), 63 anos,  conhecido por professor Vado, graduado em Geografia e Filosofia, é um pesquisador que mantém a vida e obra, memória e história musical de Raul Seixas vivas.

Atualmente ministrando aulas na Escola Estadual Chico Mendes no Assentamento Vale da Conquista (CETEP), localizado em Sobradinho, Bahia o professor Vado, é um colecionador e aponta que "são 10.076 anos do nascimento do Maluco Beleza".

"Sobre a obra de Raul Seixas desde os  15 anos de idade que acompanho a trajetória musical dele. Só que tem um porém há 35 anos que faço pesquisas e estudo a referida obra, mas no dia 21 de agosto de 1989, dia em que Raul Seixas pegou o seu disco voador e foi para o outro planeta, nós os simpatizantes do Raulzito criamos o Movimento RaulSeixista  de Juazeiro da Bahia", diz Vado, acrescentando que a idade de nascimento do ídolo Raul Seixas, coincide com a data de nascimento da filha dele, a caçula Ivis Lourenço.

Recentemente, os fãs compartilharam o hit O Dia Em Que A Terra Parou, destacando que a letra de 1977 tem tudo a ver com o atual momento de isolamento social provocado pela crise sanitária da pandemia da Covid 19. 

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ESTUDO APONTA PERDA DE 30 MIL HECTARES DE SUPERFÍCIE DE ÁGUA NA BACIA DO SÃO FRANCISCO

A bacia hidrográfica do Rio São Francisco perdeu, em 35 anos, mais de 30 mil hectares de superfície com água. Simulações de modelos climáticos indicam a possibilidade de uma redução das chuvas aproximada a 40%, ainda neste século. 

É o que mostra o estudo “Drought Assessment in the São Francisco River Basin Using Satellite-Basedand Ground-Based Indices” (Avaliação de Secas na Bacia do Rio São Francisco por meio de Índices Terrestres e de Satélite) publicado pelo periódico suíço Remote Sensig.

O estudo, coordenado pelo professor Humberto Barbosa, contou com as contribuições dos pesquisadores Franklin Paredes-Trejo, Jason Giovannettone, T. V. Lakshmi Kumar, Manoj Kumar Thakur, Catarina de Oliveira Buriti e Carlos Uzcátegui-Briceño, e considerou os eventos de seca extrema em termos de frequência, duração, extensão, severidade e impactos, no fluxo do rio e na umidade do solo, no período de 1980 a 2020.

Foi analisado ainda um conjunto de indicadores (índices de precipitação, evapotranspiração, umidade do solo, severidade da seca no solo e em áreas subterrâneas), baseado em dados de satélites e informações coletadas in loco. A partir desses dados, o estudo concluiu que as secas se tornaram mais frequentes e de intensidade extrema na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco nas últimas décadas.

“Fizemos uma pesquisa, que resultou no estudo, na qual definimos uma metodologia inédita para avaliar o impacto das secas na dinâmica da umidade do solo na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Nos últimos anos, toda área do rio São Francisco vem enfrentando degradação com a mudança no uso e ocupação do solo, que inclui a conversão de terras para a agricultura, em detrimento da vegetação nativa”, explicou o pesquisador Humberto Barbosa, lembrando ainda que os períodos secos são relativamente comuns no rio São Francisco. 

“Apesar disso, há uma crescente preocupação sobre a capacidade desse rio responder a eventos de secas. Isso em razão da tendência dessas secas se tornarem mais frequentes e extremas, devido aos efeitos da mudança climática”, destacou.

Com maior prevalência na região do Baixo São Francisco, historicamente as grandes secas que afetaram o rio São Francisco também apontam condições crescentes nas demais áreas da bacia, caso verificado, segundo o estudo, no Alto e Médio São Francisco. Na avaliação de secas agrícolas e hidrológicas em toda a bacia do rio São Francisco, os pesquisadores evidenciaram uma tendência maior de ocorrerem secas, na área de drenagem que abrange desde a Bahia até Minas Gerais (regiões do Médio e Alto São Francisco). “Com a mudança climática, o aumento das temperaturas e das secas recorrentes, a tendência é de maior degradação dos solos, em áreas da bacia do rio São Francisco”, pontuou Barbosa.

A avaliação dos impactos de eventos intensos de seca na bacia do rio São Francisco pode contribuir para o desenvolvimento de estratégias adequadas de adaptação e mitigação. 

“Nesse sentido, com uma participação ativa dos parlamentares, é possível reverter a atual conjuntura ambiental do Rio São Francisco. A capacidade política, nós já mostramos, em alguns momentos históricos, que temos, como a Constituição de 1988 que garantiu vários direitos socioambientais em um momento em que ainda se falava muito pouco sobre esse assunto em todo o mundo. A ECO 92 trouxe essa discussão da sustentabilidade para o Brasil, com os primeiros movimentos ambientalistas que contou com a participação política. Então, temos expectativa de que a participação do Parlamento, nos próximos anos, recupere o papel histórico de protagonismo que exerceu em um passado recente”, destacou.

O estudo sugere ainda que a proteção da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco inclui monitoramento contínuo da vegetação na bacia, sobretudo nas margens do rio, cumprimento das leis ambientais para coibir ações como desmate e queimadas, valorização das comunidades ribeirinhas, que exercem um papel importante na conservação da bacia, fomentar econegócios nas comunidades ribeirinhas, ou seja, promover a sustentabilidade com iniciativas inovadoras, que reduzam a pobreza.

Atuando na defesa permanente da bacia hidrográfica, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco vê com muita preocupação as consequências de anos de degradação do rio. 

“Todos sabem que aquela situação do aquecimento global e das mudanças climáticas que eram tão faladas na década de 1990 e início dos anos 2000 agora se concretizam. Estamos cada vez mais vendo situações acontecerem em todos os lugares do mundo por extremos climáticos, onde em alguns locais ocorrem chuvas em excesso enquanto em outros há escassez. Então é preciso otimizar os recursos naturais para que possam ser muito bem aproveitados. Por isso é tão importante a participação de todos nesse desafio que é cuidar da Bacia do São Francisco. É importante a fiscalização por parte do poder público para proteger as áreas de proteção permanente, todos têm obrigação de fiscalizar para que seja cumprida a lei”, alertou o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Maciel Oliveira.

(Fonte: Assessoria de Comunicação CBHSF: TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social 8Texto: Juciana Cavalcante. Foto: Emerson Leite)

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MULHERES PESQUISADORAS: HISTÓRIAS QUE INSPIRAM

 

No Brasil, 53% das bolsas de mestrado e doutorado e pós-doutorado são preenchidas por mulheres. Além de estarem em alta na pesquisa, no ensino, no desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação brasileiras, as mulheres também apresentam número expressivos na produção de artigos científicos. Atualmente, 72% dos materiais produzidos no Brasil são de autoria feminina.

Durante anos, muitas mulheres tiveram seus feitos profissionais ofuscados por uma história que preferia predominar o protagonismo masculino. Em áreas como ciência, tecnologia e até mesmo literatura, era comum ouvir, majoritariamente, nomes pertencentes a homens, que dividiam o pedestal do reconhecimento profissional com pouquíssimas mulheres.

Um exemplo vitorioso e destaque é a pós-doutoranda Luana Ferreira. Ela nasceu em Areia, Paraíba. Graduada em Engenheira Agronômica pelo Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba-CCA/UFPB, mestre em Agronomia pelo Programa de Pós-Graduação em Agronomia (Produção Vegetal) na Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, Campus de Santa Maria.

Luana é doutora em Agronomia pela Universidade Federal da Paraíba, com pesquisa desenvolvida na EMBRAPA – Semiárido e estágio pós-doutoral pelo Programa de Ciência e Tecnologia de Alimentos, ESALQ/USP. Atualmente é bolsista de pós-doutorado na Embrapa Semiárido, Petrolina, desenvolvendo pesquisa voltada para o armazenamento de manga em atmosfera controlada.

Luana avalia que ser pesquisadora requer dedicação, autodisciplina e acima de tudo curiosidade.

"É preciso estar aberto todos os dias para aprender, evoluir e, não ter preguiça de repetir procedimentos. A carreira de um pesquisador inicia-se na graduação com a escolha de uma linha de pesquisa de maior afinidade. Ao longo da pós-graduação as temáticas vão se afunilando e você sai um especialista em tal área. Há 11 anos a área de pós-colheita têm me permitido conhecer e estudar o metabolismo de frutos de clima tropical e temperado. Tais experiências nos permitem trabalhar para conhecer e aplicar métodos adequados de colheita, conservação e comercialização de produtos vegetais".

"Atualmente, em um projeto financiado pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE) em parceria com a Embrapa Semiárido, estamos buscando aprimorar e otimizar o uso da tecnologia de atmosfera controlada (AC) para identificar níveis de oxigênio mais eficientes para reduzir o metabolismo de mangas 'Tommy Atkins' e 'Palmer', e garantir que a manga do Vale do São Francisco chegue ao destino final com alta qualidade nos mercados consumidores. 

Não existem estudos sobre condições ideais de AC para as mangas do Vale do São Francisco e os resultados preliminares mostram que podemos melhorar muito a eficiência de uso da tecnologia para as mangas produzidas no Vale, garantindo que os frutos cheguem com alta qualidade no mercado consumidor. O armazenamento sob AC é muito utilizado comercialmente no Brasil para o armazenamento de maçãs e kiwi. Na Europa e nos EUA, a AC é a técnica mais comumente utilizada no armazenamento de frutas de caroço, como o pêssego".

"As condições recomendadas para o armazenamento em AC para manga variam bastante. Fatores como cultivar, época de cultivo e estádio de maturação influenciam diretamente nos níveis dos gases que podem ser utilizados durante o armazenamento. Alguns estudos já foram realizados nessa temática para a manga. No entanto, não existem estudos realizados com mangas produzidas nas principais safras do Vale do São Francisco para identificar níveis de gases adequados para o armazenamento, uma vez que essa região apresenta altas temperaturas e radiação solar durante boa parte do ano".

De acordo com a pós-doutora, os resultados parciais do primeiro ano de pesquisa são promissores.

BONS EXEMPLOS: No dia 1º de setembro se iniciou uma nova gestão da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE), tendo à frente a pesquisadora Maria Auxiliadora Coelho de Lima no cargo de chefe-geral.

Com base no plano de trabalho apresentado no processo de seleção, a nova chefia aponta como uma das principais diretrizes e prioridades o fortalecimento da relação da Empresa com as instituições e também com o setor produtivo, comunidades e associações.

“A Embrapa tem uma tradição de ações em parceria com o setor produtivo, e a nossa visão é tornar isso mais forte, de maneira que as linhas de pesquisa, as atuações e as áreas da nossa equipe tenham um alcance maior. Nós temos parcerias muito bem consolidadas, que serão pontes para potencializar o nosso trabalho”, destaca Auxiliadora.

Ela explica que, ¨ao estabelecer uma relação com determinado parceiro para desenvolver um trabalho em conjunto, a Embrapa tem a sua contribuição, mas o parceiro também traz seu know how, informações, sua experiência e sua demanda de problema pra gente aportar soluções, e assim conseguimos ter um impacto maior das nossas ações, destacando o nosso papel para o desenvolvimento regional¨.

Outro grande desafio apontado pela chefe-geral é atingir os diferentes estados do Semiárido brasileiro, que têm realidades distintas e, portanto, demandas variadas. A proposta é de atuação conjunta com outras instituições, como as universidades, os institutos federais, associações, empresas de assistência técnica e extensão rural e as empresas estaduais de pesquisa, entre outros e, assim, conseguir conjuntamente ter as iniciativas que atendam as várias necessidades e microrregiões do Semiárido.

“Sabemos que nossa capacidade operacional tem limitações frente a um número enorme de demandas para os diferentes perfis de produtores, assim como ocorre com outras instituições presentes na região, por isso a convergência de esforços é fundamental para que possamos ter contribuições mais abrangentes”, ressalta. Ela destaca, ainda, a importância de estabelecer as prioridades, identificando o que é mais urgente e o que é possível alcançar com mais eficiência. ¨Há temas de pesquisa decorrentes de problemas recorrentes que precisam de novas iniciativas para resolver, bem como há outros que são novos e requerem um olhar atento para os cenários que se desenham para o Semiárido¨, pontua.

Para Auxiliadora, o fortalecimento dessas parcerias também visa ampliar o potencial de divulgar as tecnologias, os requisitos para adoção, a realidade para a qual se aplica e os benefícios gerados. “Nós não podemos atingir dezenas de milhares de pessoas diretamente, mas é possível formar multiplicadores e esses multiplicadores alcançarem um número grande de produtores. Essa é uma estratégia, também, para suprir a limitação operacional em função de tamanho de equipe e, inclusive, de recursos para a realização constante de eventos”.

Ela ressalta que, em razão da pandemia, a Empresa passou pela experiência de aperfeiçoar os processos de formação on-line, tendo hoje ferramentas que permitem atingir um público grande, por meio de capacitações, treinamentos, palestras, entre outros. Considera, no entanto, que as ações presenciais também continuam sendo fundamentais, e que as estratégias podem ser diversas, conforme a realidade e o objetivo que se pretende atingir.

INOVAÇÃO: A chefe-geral destaca a necessidade de atualização e consultas regulares junto ao setor produtivo, com o objetivo principal de manter o vínculo entre o que é demandado e a contribuição da pesquisa para solucionar os problemas. Outro foco importante é identificar o impacto que essas contribuições causam.

“Precisamos fortalecer os nossos projetos de pesquisa, mas principalmente avançar no campo da inovação, uma vez que ela só existe quando o usuário incorpora uma determinada solução para um problema, e também quando ele participa do desenvolvimento dela em conjunto com a Embrapa, avaliando se realmente é esse o tipo de solução que se ajusta à sua realidade e que resolve a questão.

Auxiliadora observa que, durante muito tempo, essa foi uma limitação da atuação da Empresa, que tinha tecnologias para determinados problemas, mas que muitas vezes não chegava ao usuário. Por isso, ela aponta a necessidade de reforçar essa ponte, para que o usuário reconheça que existem tecnologias desenvolvidas para atendê-lo, para amenizar e solucionar efetivamente problemas da sua atividade produtiva, e que estão disponíveis para serem adotadas.

“O objetivo é que, ao gerar resultados, eles sejam incorporados pelos usuários para que se tenha uma melhoria econômica, mas também de competitividade da cadeia produtiva, além dos aspectos sociais, contribuindo para o desenvolvimento regional e os demais benefícios que podem vir de um resultado consistente”, observa.

Para a chefe-geral, essas interfaces são fundamentais pra ter maior clareza do que a Embrapa está realizando, mas também ter maior relevância do uso daquilo que a Empresa disponibiliza, alcançando o maior número possível de beneficiários. “Nosso papel é de uma instituição promotora de desenvolvimento social e econômico no Semiárido. A gente precisa apresentar isso como nosso grande lema e como frente para qualquer iniciativa. Então, a nossa perspectiva é deixar isso visível, tanto interna quanto externamente, para atingir o público-alvo, nas áreas do Semiárido onde podemos alcançar, e que isso seja reconhecido como contribuição”, conclui.

GESTORA: Com quase 20 anos de atuação na Empresa, Maria Auxiliadora Coêlho de Lima tem vasta experiência em gestão, tendo sido chefe adjunta de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) da Embrapa Semiárido, no período de dezembro de 2007 a abril de 2015. Antes, foi coordenadora da equipe de pesquisadores do Núcleo Temático de Agricultura Irrigada da Unidade, de abril de 2006 a dezembro de 2007, e também coordenou as ações de P&D e Transferência de Tecnologia da rede de pesquisa em Vitivinicultura no Semiárido, de 2013 a 2018.

Nos últimos dois anos foi coordenadora do Portfólio de Fruticultura Tropical da Embrapa, que reúne todos os projetos de pesquisa voltados para a temática no âmbito da Empresa, em todo o país. Nessa oportunidade, teve importantes experiências que deverá trazer para a gestão da instituição, principalmente as priorizações de pesquisa, por meio de uma atuação de contatos e consultas a representantes do setor frutífero de vários estados brasileiros, levantando os principais problemas e demandas do setor produtivo.

Auxiliadora é graduada em Engenharia Agronômica pela Universidade do Estado da Bahia (1993), e tem mestrado e doutorado na mesma área, com especialização em Fitotecnia, ambos cursados na Universidade Federal do Ceará (1998 e 2002, respectivamente). Como pesquisadora, atua na área de agronomia, com ênfase em Fisiologia e Tecnologia Pós-Colheita.
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PROCESSO DE DESERTIFICAÇÃO DO SEMIÁRIDO AUMENTA DESAFIO DAS MULHERES VIVENDO NA REGIÃO


São elas que permanecem na terra, enfrentando a seca e a escassez de alimentos e água enquanto maridos e filhos migram; agricultoras familiares, lideranças rurais e quilombolas falam sobre o impacto das mudanças climáticas no dia a dia da vida e do trabalho.

“Aqui é a minha origem. A zona rural e o sertão são o meu lugar”. 

Nascida no distrito de Abóbora, em Juazeiro, no sertão da Bahia, Dona Maria Neves dos Santos, 52 anos, vive uma vida parecida com a de tantas outras mulheres que moram no semiárido brasileiro. Ela, que estudou até a oitava série (equivalente hoje ao nono ano do ensino fundamental), trabalha com agricultura familiar e cria animais, como galinhas, para subsistência. Mãe de sete filhos, seis deles vivos, Dona Maria mora na comunidade com o marido, Dionísio Manoel dos Santos, e a neta.

Embora reconheçam que a vida no sertão está cada vez mais difícil, as mulheres mantêm a base familiar, a agricultura de subsistência e a organização em associações ou cooperativas para conseguir produzir e aumentar a renda. A migração sazonal, diz Valquiria Lima, coordenadora da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), continua sendo opção para maridos e filhos.  As mulheres, por sua vez, permanecem nessas regiões, enfrentando a seca, falta de alimento e água.

 “Hoje, você tem a seca somada às mudanças climáticas, a pandemia de covid-19 e a interrupção de várias políticas pelo Governo Federal. Sem políticas públicas adequadas, sem proteção dessas famílias, e com o aumento das áreas de desertificação, não há outro caminho a não ser a migração. E hoje a gente pode dizer que essas famílias, de um jeito ou de outro, são migrantes do clima”, afirma a coordenadora da ASA.

Neste contexto, as associações e organizações de mulheres na região têm um papel importante ao transformar conhecimentos ancestrais e milenares, como artesanato e agricultura familiar, em uma fonte de renda e incentivo para permanecerem nos territórios. Em Muquém de São Pedro, no Cariré (CE), artesãs fundaram a Associação Macaúba de Muquém, que valoriza a arte local e gera renda para a comunidade. Você saberá mais sobre as mulheres desta comunidade na reportagem de amanhã.

DESERTIFICAÇÃO: Às vésperas da 26ª edição da Conferência das Partes (COP), que integra a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, o Brasil já sofre os efeitos das variações do clima. Segundo o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado em setembro, o país é um dos mais afetados pela desertificação e aumento da temperatura do semiárido. 

No contexto brasileiro, as mulheres são as mais atingidas em momentos de crises, principalmente climáticas, na região do semiárido, que engloba boa parte do Nordeste e o norte de Minas Gerais. A Caatinga é o ecossistema característico da maior parte da região, cobrindo os dez estados; 88% do Ceará, por exemplo, é coberto pelo bioma.

Em 2021, a COP26 acontecerá em Glasgow, na Escócia, de 31 de outubro a 12 de novembro. Na Conferência, é esperado que os países apresentem planos de redução de emissão de gases causadores do efeito estufa para deter o aumento da temperatura global de mais de 1,5ºC até o fim do século. No governo Bolsonaro, o país enfrenta descrédito internacional com desmonte da política ambiental, taxas recordes de desmatamento e retrocessos nos direitos das populações originárias.  

O relatório do IPCC reforça que o semiárido brasileiro é uma das áreas do mundo onde a alteração no clima tem provocado efeitos mais drásticos. Por conta das mudanças, a região já tem enfrentado secas mais intensas, redução das chuvas e temperaturas mais altas que as habituais e que, aliadas ao desmatamento, agravam a desertificação. Criado na ONU e integrado por 195 países, entre eles o Brasil, o IPCC é o principal órgão global responsável por determinar e organizar o conhecimento científico sobre as mudanças do clima.

Para Andrea Pacheco Pacífico, pesquisadora e coordenadora do Núcleo de pesquisa sobre Deslocados Ambientais da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), duas questões precisam ser levadas em conta quando tratamos do semiárido. A primeira são as características geográficas da região que, independentemente das mudanças climáticas, tem secas intermitentes e sazonais, com as quais as sertanejas já estão acostumadas. A segunda são os efeitos da ação humana. 

Sem políticas públicas adequadas, sem proteção dessas famílias, e com o aumento das áreas de desertificação, não há outro caminho a não ser a migração. E hoje a gente pode dizer que essas famílias, de um jeito ou de outro, são migrantes do clima.

“No início, o que tínhamos eram políticas públicas que pretendiam ‘acabar’ com o clima da região, que ficaram conhecidas como ‘indústria da seca’, em que políticos, com apoio da Igreja, usavam o discurso de acabar com a seca para se elegerem. Como isso não é possível, acabavam perpetuando esse discurso num ciclo sem fim. É muito comum”, conta ela. 

“De alguns anos para cá, o foco passou a ser mitigar os efeitos da seca para adaptar o sertanejo para viver na região com maior qualidade de vida”. 

As mudanças climáticas trazem ainda um outro elemento para o contexto, tornando mais difícil a vida no semiárido e colocando em risco a segurança alimentar e a renda da população que trabalha principalmente com agricultura familiar, artesanato e pesca. “Diferentemente da seca, temos o processo de desertificação, que não é natural e que é causado pelo ser humano, com monoculturas, queimadas e plantações. E também causam deslocamento”, afirma Pacífico. 

A Caatinga, ecossistema extremamente rico em biodiversidade, possui uma série de características que permitem sua sobrevivência, como os solos propícios à retenção de águas subterrâneas, vindas do Cerrado. Por conta dessa conectividade ecológica, a região sofre impacto direto das alterações pluviais no bioma vizinho e impacto indireto do desmatamento da Amazônia, que contribui para alteração do fluxo de chuvas do Cerrado, cujas águas escoadas para Caatinga são essenciais para manutenção do ecossistema.

13% do semiárido brasileiro passa por desertificação, processo que é considerado um dos mais sérios de degradação da terra, causado pela mudança climática e outras ações humanas. 

De acordo com estimativas do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens e Satélites (Lapis), ligado à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), divulgadas em 2019, 13% do semiárido brasileiro passa por desertificação, processo que é considerado um dos mais sérios de degradação da terra, causado pela mudança climática e outras ações humanas. 

FALTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS: Mãe solo de nove filhos, Dona Neci Batista, 77 anos, é mais um retrato das chefes de família do sertão. Nascida em São Rafael, mudou-se para a comunidade rural Morcego, uma vila de pescadores que fica a 3km da sede do município de Augusto Severo, no Rio Grande do Norte, em 1968. É lá onde vive até hoje. Ela mora sozinha e nunca foi casada no papel. Os filhos são de pais diferentes e, hoje, cada filho está em um canto do Brasil.

 “Graças a Deus meus filhos estão felizes, trabalhando. Mesmo crescendo sem pai, nunca deram trabalho e sempre foram unidos. Nunca foi fácil, mas consegui criar todos eles e ainda cuidar de mais uma que não é biológica”, conta, orgulhosa. 

Referência na comunidade, ela ajudou a fundar a Associação Comunitária de Morcego, considerada um divisor de águas para o desenvolvimento da região, em 1993. Aposentada e com os filhos já criados, Dona Neci se recusa a parar de trabalhar e continua com sua horta para subsistência e venda. Por hora, deixou de pescar e criar animais, mas pretende voltar em breve. “Eu só deixo de trabalhar quando o corpo não deixar mais”. 

Para evidenciar a situação de mulheres como Dona Neci e Dona Maria, foram analisados dados sociodemográficos do semiárido brasileiro. O foco foi na condição das mulheres dos estados com maior número de municípios no semiárido: Ceará (95%), Paraíba (85,5%) e Rio Grande do Norte (47%), de acordo com análises do Instituto Nacional do Semiárido (INSA) sobre o último censo, de 2010. Segundo os dados, enquanto existe uma proximidade percentual da população por gênero no espaço geográfico do semiárido, há uma presença muito maior de negros do que brancos, chegando a ser mais que o dobro,  como no caso do Ceará. 

Os dados também mostram como a ausência de políticas públicas na região impactam a qualidade de vida, acesso à saúde e renda da população sertaneja. O número de internações por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado em 2017, segundo o DATASUS, é maior no semiárido do que nas outras regiões dos três estados, chegando a triplicar na Paraíba, onde atinge principalmente a população negra. 

Ainda sobre saúde, é possível ver como a falta de políticas públicas na região afeta o acesso aos direitos sexuais e reprodutivos das meninas. Enquanto a média nacional de meninas de 15 a 17 anos que tiveram filhos é de 16%, no semiárido do Rio Grande do Norte chega a 19,5%. No Ceará, é de 19%, e na Paraíba, 18,5%.

Dona Maria Neves dos Santos, citada no início da reportagem, assim como outras mulheres do semiárido, é beneficiária de programas sociais, como o Bolsa Família. Ela destaca ser um importante complemento da sua renda. Enquanto no Brasil 67% das mulheres inscritas no Cadastro Único receberam Bolsa Família em 2017, no semiárido do Rio Grande do Norte, do Ceará e da Paraíba esse número sobe para 73%, 75% e 78,5%,  respectivamente, de acordo com o Atlas Brasil. 

Dados sobre as condições das mulheres no semiárido brasileiro existem, mas são escassos, principalmente se quisermos analisar a maneira como as mudanças climáticas impactam sua vida. Com a não realização do Censo em 2020, o estudo mais completo sobre a população nacional ainda é o Censo de 2010, que por motivos óbvios está defasado.

A lacuna na produção de conhecimento sobre as mudanças climáticas e sua influência na vida das mulheres também têm impacto no desenvolvimento de políticas públicas que possam mitigar seus efeitos. Sem dados que as subsidiem, as ações dos governos  acabam não sendo as mais indicadas e eficientes para enfrentar esses desafios. Entender as vulnerabilidades das mulheres em seus contextos sociais é crucial, pois as diversas consequências das alterações do clima, como as secas, aprofundam as desigualdades existentes.  

Além disso, segundo Andrea Pacheco Pacífico, uma questão importante é que as políticas públicas para o semiárido não são focadas no sertanejo, mas no clima e no ambiente. 

“Não se fala no ser humano. Essas pessoas têm seus direitos humanos violados, e a omissão estatal aliada à mudança climática força a migração. O Brasil precisa proteger os direitos humanos dessas pessoas. Uma das formas de fazer isso é com programas sociais, como o Bolsa Família, em que as mulheres muitas vezes são as recipientes dessas políticas públicas”, explica a pesquisadora da UEPB.

Desde a fundação da Articulação do Semiárido Brasileiro, uma das organizações mais importantes da região, em 1999, trabalha-se com a perspectiva de que não há convivência no semiárido se não houver igualdade de oportunidade entre homens e mulheres. Por isso, a articulação incentiva os processos organizacionais das mulheres na base, atuando em sindicatos, comunidades e associações. 

“É necessário dar mais visibilidade às ações já realizadas pelas mulheres na estrutura familiar, comunitária ou de convivência com o semiárido. Sempre foi nossa perspectiva, mas sabemos que é um processo muito difícil pela cultura enraizada que está no campo também, e é machista, patriarcal. Sofremos com os grandes desafios de romper com essa estrutura”, afirma Valquiria Lima. 

ACESSOO Á AGUA: O presidente Jair Bolsonaro vetou duas vezes o projeto de lei 823/2021 que previa medidas de socorro a agricultores familiares afetados pela pandemia. A proposta, que já havia sido aprovada pelo Congresso Nacional, cria o Fomento Emergencial de Inclusão Produtiva Rural, destinado a agricultores familiares que se encontram em situação de pobreza ou de extrema pobreza. O valor seria de R$ 2,5 mil por unidade familiar e, no caso de famílias comandadas por mulheres, de R$ 3 mil. 

Dona Maria dos Santos conta que a seca fez com que, em 1994, saísse do distrito de Abóbora e fosse para a cidade em busca de um trabalho melhor. O marido foi para a plantação de cana-de-açúcar; ela começou a trabalhar como doméstica. No entanto, um acidente de trabalho fez com que retornassem para a comunidade apenas quatro anos depois. Antes de ter sua cisterna, em 2017, que recebeu da ASA, ela não conseguia plantar e nem criar animais. Agora, a comunidade já tem acesso à água de uma adutora, embora ainda tenha que buscar a uma distância de 6 km de casa. 

Devido ao desmonte do programa de cisternas, equipamentos com capacidade de 16 mil litros para acumular água da chuva que, desde 2003, têm sido fundamentais para o desenvolvimento da agricultura familiar em diversas regiões do semiárido, a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) lançou em setembro deste ano a Campanha Tenho Sede, que busca levar 1 milhão de cisternas para o semiárido. 

O ritmo de financiamento federal caiu 80% nos últimos 5 anos e, no ano passado, atingiu seu índice mais baixo: apenas 30 mil construções, segundo reportagem do UOL. De acordo com a ASA, as mulheres são as maiores beneficiárias dos programas de cisternas, já que são elas as responsáveis pelos trabalhos de cuidado.

“Elas ganham tempo para pensar em outras coisas e estar em outros espaços, seja cuidar do seu quintal produtivo, ir para associação, empreender e também começar a pensar em outras dimensões da vida, como capacitação e formação”, explica Valquíria Lima.

Embora destaque a importância do programa de cisternas, Andrea Pacífico lembra que a água é um direito universal  e todos deveriam ter acesso a ela. Ao se aproveitar da falta de políticas públicas consistentes para lidar com o problema, a “indústria da seca” se alimenta ao cobrar pela água ou barganha-lá por votos. E ao tomar a dianteira para tentar resolver o problema, a sociedade civil acaba desempenhando um papel que é do Estado. 

Ao se aproveitar da falta de políticas públicas consistentes para lidar com o problema, a “indústria da seca” se alimenta ao cobrar pela água ou barganha-lá por votos. E ao tomar a dianteira para tentar resolver o problema, a sociedade civil acaba desempenhando um papel que é do Estado. 

“É muito fácil para o Estado transferir a responsabilidade para o terceiro setor. Claro que as pessoas tiveram que se juntar porque cansaram de ficar de braços abertos esperando o Estado fazer sua parte, mas o que eu defendo é educação e capacitação para ensiná-las a caminhar sozinhas”, destaca.

 “É preciso mais programas que tenham como objetivo facilitar a vida do sertanejo no semiárido, para que ele não precise sair. É necessário mitigar os efeitos da seca e dos processos de desertificação e ensinar a convivência com o sertão. A gente precisa dar visibilidade ao problema”, finaliza a pesquisadora.

(Fonte: Texto Vitória Régia da Silva e Flávia Bozza Martins-Instituto Modefica-Organização de mídia, pesquisa e educação sem fins lucrativos que atua por justiça socioambiental e climática por meio de uma perspectiva ecofeminista)

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FEIRA AGROECOLÓGICA DA EDUCAÇÃO DO CAMPO E QUILOMBOLA ACONTECE NESTA SEXTA EM PETROLINA

Nesta sexta-feira (29), Petrolina irá receber a Feira Agroecológica da Educação do Campo e Quilombola, projeto desenvolvido através da Gerência de Políticas Educacionais do Campo e Quilombola (GEPEC), da Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE). Esta é a primeira edição do projeto, que será realizado em 14 das 16 Gerências Regionais de Educação (GREs) do Estado até o fim deste ano.

A partir das 8h, agricultores e agricultoras locais, além de integrantes de movimentos sociais que fazem parte da Educação do Campo e Quilombola, estarão vendendo produtos artesanais, comidas regionais e outros itens em barracas na Praça do Bambuzinho, localizada no centro de Petrolina.

Jailson Santos, gerente da GEPEC, explicou que o conceito das feiras agroecológicas nasceu a partir do diálogo com estudantes agricultores e agricultoras, professores, comunidades e movimentos sociais do campo em cada região de Pernambuco.

 “As feiras são culminâncias dos projetos agroecológicos desenvolvidos pelos estudantes e agricultores atendidos pela EJA destinada às populações do campo. Esta é uma ação que privilegia a comercialização dos produtos da agricultura familiar e sustentável, bem como, produtos culinários e de artesanatos, que serão expostos para a venda”, contou Jailson.

Esta ação faz parte das Políticas Públicas instituídas pela SEE, direcionadas aos povos do campo de 14 Regionais de Educação, com previsão de expansão para 28 feiras na próxima edição. Vale salientar que as feiras serão realizadas em locais pré-determinados pelas GREs em parcerias com municípios em forma de colaboração, conforme calendário. 

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A 8º FEIJOADA DO JOQUINHA GONZAGA ACONTECE NO DIA 11 DEZEMBRO EM EXU, PERNAMBUCO

A 8º edição da FEIJOADA DO JOQUINHA foi confirmada para acontecer no sábado, dia 11 de dezembro. Informações pelo número 87996770618.

O cantor, compositor e sanfoneiro Joquinha Gonzaga é um últimos remanescentes da família do Rei do Baião, Luiz Gonzaga (falecido em 02 de agosto de 1989). Todas as irmãs e irmãos de Luiz Gonzaga já morreram. Da terceira geração restam João Januário, o Joquinha Gonzaga e Fausto Maciel, o Piloto.

Por este motivo também é realizado um grande encontro em Exu, Pernambuco, durante as festividades de aniversário de Luiz Gonzaga. Os Gonzagueanos que participam das festividades dos 109 anos do nascimento de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, em Exu terão um encontro a partir das 11hs. Trata-se da 8º Feijoada do Joquinha, sobrinho de Luiz Gonzaga e neto de Januário, o mais afamado tocador de 8 Baixos.

Segundo a produtora Sara Gonzaga, o local e o valor das camisas em breve serão divulgados. Para adquirir a camisa fone contato: 87996770618. Todos os anos Joquinha e Família reúnem os amigos que este ano completa 8 anos e já é tradição no calendário de aniversário de Luiz Gonzaga em Exu.

Joquinha Gonzaga é o mais legítimo representante da arte de Luiz Gonzaga. A festa de aniversário de Luiz Gonzaga acontecerá entre os dias 10 e 13 de dezembro 2019 em Exu.

A feijoada nasceu da necessidade de um lugar para marcar o encontro dos fãs, pesquisadores e admiradores de Luiz Gonzaga que chegam de todos os lugares do Brasil para festejar a data de aniversário de Luiz Gonzaga.

“Sempre estou contando histórias, músicas de meu tio, músicas minhas, dos meus colegas. Valorizo a tradição que representa o que existe de melhor na música brasileira. Este ano são 109 anos, a caminho dos 110 anos. É o forró, o xote, o baião e é assim que eu faço sempre, não fujo disso. Eu procuro sempre conversar com o público que tem uma admiração à minha família, Luiz Gonzaga, Zé Gonzaga, Daniel Gonzaga, Gonzaguinha. Esse é o meu estilo musical, o encontro que faço para o povo”, diz Joquinha.

João Januário Maciel,o Joquinha Gonzaga, nasceu em 01 de abril de 1952. Joquinha nome artístico dado pelo Rei do Baião. Joquinha é filho de Muniz, segundo Luiz Gonzaga irmã que herdou o dom de rezar muito.

Joquinha aos 12 anos ganhou uma sanfona de oito baixos, pé de bode.  Viajou o Nordeste e boa parte do Brasil ao lado de Luiz Gonzaga. Ganhou gosto pelo instrumento e hoje é puxador de Sanfona, 120 baixos. (Texto: jornalista Ney Vital).

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I FESTIVAL DE CANTORIA E CANTADORES PROSSEGUE NESTA QUINTA E SEXTA-FEIRA

Depois de duas noites com muita poesia e música, prossegue nesta quinta-feira (28), no espaço Céu das Águas, no bairro Rio Corrente, a primeira edição do Festival de Cantoria e Cantadores de Petrolina.

Transmitido no formato online pelo canal do Youtube da Sincronia Filmes 4k, o encontro começa às 19h50, com os versos e acordes musicais do baiano de Vitória da Conquista, Álisson Menezes.Depois, os artistas Gean Ramos, de Jatobá - PE e Paulinho Pedra Azul (Pedra Azul - MG), mostram um repertório de canções próprias e clássicos conhecidos da música nordestina. Entre uma e outra participação, o público também poderá conferir uma série de Intervenções musicais e poéticas com o cantor e compositor Maviael Melo, que assina a curadoria do evento.

Na sexta-feira (29), a quarta e última noite do I Festival de Cantoria e Cantadores de Petrolina, começa às 19h50, com a apresentação do cantor, compositor e produtor do Festival, Marcone Melo. E encerrando o grande encontro, duas vozes femininas dão o tom do folclore nordestino e sonoridades contemporâneas: a cantora petrolinense, Camila Yasmine e a mineira de Itanhandu - MG, Ceumar,cantora e compositora que vai mostrar referências de violeiros e um repertório próprio.

Desde a abertura, na última terça-feira (26), passaram pelo  Festival nomes representativos do cenário artístico nacional a exemplo de  Maciel Melo (Iguaraci - PE), Nilton Freitas (Uauá - BA), Mariano Carvalho (Salgueiro - PE), João Sereno (Juazeiro - BA), e Ivan Greg (Petrolina).

O I Festival de Cantoria e Cantadores tem realização e produção executiva da Melodia Produções e conta com incentivo cultural da Fundarpe e da Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco (Secult-PE), através da sua aprovação no 3º Edital Funcultura de Música 2018/2019.

( Fonte CLAS Comunicação & Marketing)

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LUIZ DO HUMAYTÁ INICIA PROJETO SOM NA CAATINGA

O cantor, compositor, poeta Luiz do Humaytá inicia o Projeto Som na Caatinga. Com a participação especial do sanfoneiro Cicinho de Assis. No sábado (6) de novembro, a partir das 11hs, a primeira apresentação acontece na Fazenda Jaquinicó (Casa de Gerôncio) e no domingo (7) na Fazenda Bom Socorro (Casa de Luiz).

Outra novidade é a ampliação do trabalho do cantor que agora pode ser encontrado no canal youTube e spotify.

Este ano Luiz do Humaytá completou, em junho de 2021, 10 anos de vida profissional na música. Iniciou sua trajetória em 2011, ao criar a banda Forró Avulso em Salvador. Com essa banda, tocou na noite soteropolitana por 5 anos e também fez apresentações em outros estados, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Em 2016, iniciou carreira solo e se mudou para o sertão baiano, onde mora atualmente.

Neste ano de 2021, lançou o oitavo CD da carreira, o álbum Boemia Cult, em que interpreta grandes sucessos já consagrados da música romântica, além de alguns bregas clássicos.

O poeta, que mora na Fazenda Humaytá em Curaçá da Bahia, tem o nome de batismo de Luiz Carlos Forbrig. Quando foi para o sertão, passou a ser chamado de Luiz do Humaytá, contemplando, assim, esta peculiaridade, típica do sertanejo, de incorporar um adjetivo de identificação aos nomes.

O cantador é natural de Jabuticaba Velha, pequeno distrito de Palmeira das Missões, no interior do Rio Grande do Sul. Com os pais Anoly e Guilhermina, aprendeu a veia musical: a mãe era puxadeira dos cantos religiosos na igreja católica e o pai, tocador de gaita de boca.

DISCOGRAFIA CDs

2012 ‡ Acústico

2014 ‡ Pé de Chão

2015 ‡ Luiz do Humaytá Canta Músicas Gaúchas

2016 ‡ Luiz do Humaytá e Forró Avulso – 5 Anos de Estrada

2017 ‡ Luiz do Humaytá Avulso

2019 ‡ Decanto o Sertão

2020 ‡ Luiz do Humaytá ao Vivo

2021 ‡ Boemia Cult

71 98869-4488 74 99914-8813 Luiz do Humaytá luizdohumayta@gmail.com

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PREFEITURA DE JUAZEIRO REALIZA FISCALIZAÇÃO NO DISTRITO DE MANIÇOBA APÓS RECEBER DENÚNCIA DE POSSÍVEL CRIME AMBIENTAL

A equipe de fiscalização e monitoramento ambiental da Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (Semaurb) de Juazeiro realizou nesta semana, uma operação no distrito de Maniçoba, zona rural da cidade, em parceria com o Sistema de Água e Saneamento Ambiental (SAAE) e a Agência de Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Pecuária (ADEAP).

A Semaurb recebeu uma denúncia de que na região de Maniçoba estaria acontecendo um crime ambiental. A fiscalização ocorreu para verificar a mortandade de peixes, possivelmente por contaminação do Riacho do Poção, que estaria sendo provocada por uma grande fazenda da região.  

Foram coletadas amostras de água em diferentes pontos do Riacho do Poção, e levadas para análise laboratorial, para tentar identificar a presença de possíveis produtos químicos contaminantes. 

Penalidade: De acordo com o artigo 54, da Lei 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais): "Causar poluição de qualquer natureza em níveis que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: Pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa". 

De acordo com o parágrafo 2º da mesma lei, a pena para esse tipo de crime pode ser aumentada para reclusão, de um a cinco anos, se o crime: "I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana; II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população; III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade; IV - dificultar ou impedir o uso público das praias; V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos".

A Prefeitura de Juazeiro continuará a acompanhar de perto essa situação e tentar identificar os responsáveis pelos danos ao meio ambiente. "Essa ação realizada pela Prefeitura, em um trabalho conjunto entre Semaurb, SAAE e ADEAP é importantíssimo. As amostras de água foram levadas para análise, estamos aguardando sair o resultado para buscar identificar os responsáveis por esse dano à natureza e, posteriormente, tomar outras providências cabíveis, de acordo com a Lei de Crimes Ambientais", informou o diretor de Fiscalização Ambiental, Hudson Duarte.

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PESQUISA DE PROFESSOR DA UNEB JUAZEIRO PODE AJUDAR PLANTAS A SOBREVIVEREM NA SECA

Com as recentes mudanças climáticas que acometem todo o planeta, somado à realidade de queimadas e degradação de espaços naturais como a região da Amazônia, um cientista baiano, preocupado com o futuro da humanidade, realiza um estudo para tornar a vegetação mais resistente aos solos, cada dia mais inférteis. 

Quando concluído, o trabalho promete soluções para que plantas possam crescer em regiões que sofrem com a seca, entre as quais está o semiárido baiano.

A mente por trás deste projeto, Adailson Feitoza, professor e coordenador do curso engenharia de bioprocessos e biotecnologia, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em Juazeiro, afirma que a inspiração surgiu dos dados alarmantes que apontam aumento na variabilidade de chuva e seca até 2050, o que pode, dentre outras coisas, prejudicar a produção agrícola. Para Adailson, umas das maneiras de reverter este cenário é investindo no plantio de mais árvores, entretanto, surge o questionamento: como manter produtividade agrícola em solo árido?

A partir desta questão, que intriga diversos pesquisadores, Adailson pensou numa proposta de estimular micro-organismos que habitam ao redor, e partes do tecido interno, de plantas típicas da caatinga, para fornecer os nutrientes necessários a diversas espécies. Essa técnica pode auxiliar a vegetação a tolerar as condições climáticas nocivas de uma determinada região.

Com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e investimentos internos da própria Universidade, a pesquisa teve origem no bioma caatinga e se desenvolveu na Estação Ecológica Raso da Catarina, área considerada uma das mais quentes e com menor índice pluviométrico da Bahia. “Estamos investigando bactérias nativas da caatinga, que sejam tolerantes a condições de seca, como déficit hídrico, salinidade e temperatura elevadas, e que auxiliem o desenvolvimento de culturas como milho, feijão, tomate, em condições consideradas desfavoráveis para o seu desenvolvimento”, explicou.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), até 2030 quase metade da população mundial sofrerá com a escassez de água. No futuro, o pesquisador espera encontrar um conjunto de bactérias que possam ser transformadas em um produto comercial e ajude a reparar os danos causados pelas mudanças climáticas consequentes da degradação do meio ambiente.

Para a experimentação do estudo são utilizadas plantas endêmicas desta região, com microbioma específico e características relevantes para a tolerância à seca. O impacto científico proporcionado por este estudo pode gerar uma nova tecnologia, permitindo que produtores de áreas onde há pouca demanda hídrica consigam manter sua produtividade e com isso gerar lucro e renda. “A tecnologia será voltada para micro e pequenos produtores e também para os que produzem em larga escala”.

(FONTE: Essa publicação integra a série de reportagens Bahia Faz Ciência, da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb)

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PRODUTORES DO SEMIÁRIDO BAIANO APRENDEM COMO MELHORAR PRODUTIVIDADE DE CAPRINOS E OVINOS

Iniciativas simples de manejo sanitário e nutricional são algumas das ações que estão sendo adotadas pelos criadores(as) de caprinos e ovinos do Semiárido da Bahia, para melhorar a produtividade do rebanho. 

Isso porque, após receberem assessoramento técnico especializado, eles e elas estão tendo a oportunidade de ver na prática como a adoção de técnicas baratas podem fazer a diferença na hora de comercializar os animais.  

Um bom exemplo disso é a iniciativa da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), por meio do edital Aliança Produtiva, que está sendo executado na região, em parceria com a Central de Comercialização das Cooperativas da Caatinga (Central da Caatinga), e envolve diretamente famílias agricultoras beneficiadas pelos projetos Pró-Semiárido e Bahia Produtiva. 

Além do assessoramento técnico, dentre as atividades realizadas pela equipe para assegurar a troca de saberes entre as famílias, desenvolvimentos das capacidades, inovação e formação dos(as) criadores(as) estão as visitas de intercâmbio. Nesse sentido, a comunidade Brejão da Caatinga, no município de Campo Formoso, foi o cenário da visita de intercâmbio, que reuniu cerca de 32 pessoas entre produtores/as e técnicos(as), no último dia 05 de outubro. 

Durante o intercâmbio, os(as) participantes puderam conferir diversas práticas, como a escolha de reprodutores, crias e carneiros para terminação, estação de monta, importância da suplementação animal, estação de monta, além de verificar quais os tipos de forragens mais adaptados e adequados às suas realidades. 

"Os produtores viram que tem como criar com pouco, gastando pouco e com instalações simples", explicou o técnico Paulo Henrique, que organizou e acompanhou a realização da atividade. Para a técnica em desenvolvimento produtivo do Pró-Semiárido, Telma Magalhães, a ação só ressalta como iniciativas pequenas como essa podem mudar a realidade das famílias que agora, com uma produção que é facilmente absorvida pelo mercado, podem melhorar a renda e a qualidade de vida.  

"Trata-se de uma iniciativa sobre um novo arranjo significativo e potencial de combate à pobreza. Nessa atividade, os participantes puderam dialogar sobre técnicas de manejo semiconfinado e confinado do rebanho, estratégias de alimentação, sanidade animal e novas tecnologias, voltadas para a melhoria da produção de cordeiros e cabritos. O objetivo é viabilizar uma melhor organização produtiva, além de promover o aumento de renda a partir do fornecimento continuado de animais com padrão e qualidade ideais exigidos pelo mercado", explica Telma Magalhães. 

O edital Aliança Produtiva envolve, diretamente, produtores e produtoras de 28 comunidades rurais dos municípios de Itiúba, Monte Santo, Uauá, Casa Nova, Campo Formoso, Jaguarari, Andorinha e Juazeiro. O grupo é acompanhado por 10 técnicos e técnicas que fazem assessoria técnica especializada para assegurar a boa produtividade dos animais e facilitar a comercialização dentro das exigências dos abatedouros e do mercado. 

O Pró-Semiárido e o Bahia Produtiva são projetos executados pela CAR, empresa pública ligada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). O Pró-Semiárido é cofinanciado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) e o Bahia Produtiva, pelo Banco Mundial. 

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IRPAA: FORMAÇÃO DE EDUCOM É REALIZADA COM ESTUDANTES DE SOBRADINHO

Educomunicação como prática libertadora, discussão sobre como a mídia aborda o Semiárido, importância da comunicação popular e comunitária, além de teoria e prática sobre fotografia e produção audiovisual foram alguns temas debatidos durante a oficina de Educomunicação realizada com estudantes da Escola Familiar Agrícola de Sobradinho (EFAS).

 A oficina teve como objetivo estimular os estudantes a utilizarem a Educom para defender seus direitos e os direitos de suas comunidades.

Sobre os conteúdos ministrados durante a oficina, a estudante Emily Gonçalves destaca que foi muito relevante aprender sobre como produzir conteúdo para as mídias sociais e como o monopólio de conteúdo acontece. Além disso, a estudante ressalta a importância de se comunicar. 

“Quando a gente não se comunica, o que a gente sabe não é passado, e o que a gente não sabe, não é aprendido. Se eu não falo com o outro, se eu não passo o que eu sei para o outro, ele não vai saber o meu ponto de vista (...) Então, a comunicação vem para mostrar o que é dito sobre tal tema e para mostrar a realidade de certo lugar, como o nosso Semiárido”, opina Emily.

A imagem parcial que a mídia geralmente mostra do Semiárido foi questionada pela estudante, Débora da Silva. “Ela [a mídia] só mostra a parte da estiagem, não mostra parte da chuva, não mostra a captação de água da chuva, não mostra as técnicas que hoje em dia são utilizadas para se conviver com o Semiárido”. Em consonância com a posição de Débora, o estudante Guilherme Cardoso expõe que a mídia deveria conhecer o Semiárido, conhecer a sua riqueza, a cultura e costumes para assim poder divulgar a região como ela realmente é.

O estudante César Souza, que gostou de aprender sobre as técnicas para produção de fotografia e vídeo, como luz e enquadramento, também fala sobre como a mídia mostra o Semiárido. “A gente vê uma imagem na televisão de um solo rachado, animais morrendo, pessoas passando fome, passando necessidade, mas na verdade não é simplesmente assim. A gente tem uma biodiversidade imensa, a gente tem a Caatinga, nosso bioma que é maravilhoso, tanto na sua fauna, quanto na sua flora (...) a gente tem também uma cultura muito linda (...) E a gente sabe que no Semiárido não falta água, falta justiça”, aponta o estudante.

A partir da experiência que vivenciou, César também destaca que pretende compartilhar com sua comunidade os conhecimentos que adquiriu. 

“Às vezes, as pessoas não têm essa oportunidade que eu estou tendo, aí vão se tornando pessoas alienadas. Acham que a vida é só aquilo que estão vendo na televisão ou no rádio. É importante eu estar levando isso para minha família, para minha comunidade e falar que eles têm que lutar pelos seus direitos, que têm que mostrar a realidade de vida deles e fortalecer ainda mais esse Semiárido maravilhoso que a gente vive”, afirma.

Assim, com a consciência de que a mídia apresenta um discurso distorcido sobre a região semiárida e com os conhecimentos adquiridos na oficina, os estudantes também podem divulgar nas mídias sociais, por exemplo, através de fotografias e vídeos, a verdadeira imagem do Semiárido, colaborando para a construção de uma nova representação deste lugar.

A oficina facilitada pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa) teve como maior parte do público as/os adolescentes estudantes da EFA de Sobradinho. As produções fotográficas e audiovisuais realizadas durante a oficina mostram belezas e possibilidades de Convivência com o Semiárido e serão apresentadas no I Workshop Nacional sobre Agroka’atinga no Semiárido Brasileiro, que acontecerá de forma virtual entre os dias 10 e 13 de novembro, através do canal TV EFA no YouTube. (FONTE: Texto e foto: Eixo Educação e Comunicação)

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ALDEIA VELHO CHICO CONVIDA A REENCANTAR A VIDA

“O Agora nos Espera: é preciso reencantar a vida!”. É com este tema que evoca a arte como resistência na construção de dias melhores, que o Sesc Petrolina vai realizar de 31 de outubro a 13 de novembro, a 17ª edição da Aldeia do Velho Chico – Festival de Artes do Vale do São Francisco. 

O evento tem a parceria da Prefeitura Municipal e contará com oficinas, espetáculos de dança, teatro, música e performances online e presencias em espaços de Petrolina e Juazeiro (BA).

Importante projeto multicultural, a Aldeia é um desdobramento do Palco Giratório, maior projeto de artes cênicas em circulação no país, e contará com a participação de artistas regionais e nacionais. Este ano, a programação está mais extensa ao agregar o projeto a Aldeia Vale Dançar, já que o festival não foi realizado no primeiro semestre por causa da pandemia da Covid-19.

A abertura do Festival será no domingo (31/10). Das 10h às 16h, no parque aquático do Sesc, o Sesc Lazer ganhará roupagem especial e terá como atração musical Temir (Petrolina-PE). Às 16h, na orla da cidade, o público poderá assistir ao Reisado da Mata de São José (Orocó-PE) e à performance “Guardiões do Velho Chico”, com Eliza Oliver, Elielci Barros, Tássio Tavares, Ramon Souza, Julia Gondim, Salem Michele, Zezinho Lécter, Pedro Cresley e Pedro Lacerda (Petrolina/PE - Juazeiro/BA).

A partir das 18h, o cortejo de barcos, tendo à frente o Barco Nilo Brasileiro, navega pelas águas do Rio São Francisco, com Afoxé Filhos de Zaze (Juazeiro/BA) e Samba de Véio da Ilha do Massangano (Petrolina/PE).

Na segunda-feira, 1º de novembro, a programação começará logo cedo, a partir das 9h, com o Aldeia Podcast, que trata o programa “Deixe de Pantim” e convidados (Petrolina/PE). Às 18h, no Muro da Galeria de Artes Ana das Carrancas, será apresentado o Painel Visualidades da Aldeia, com Netão Ribeiro (Petrolina/PE), Lys Valentim (Petrolina/PE) e Pincelada Nômade (Natal/RN - São Paulo/SP) e lançamento do Catálogo da Exposição "Carina, Isso Não é Coisa de Mulher!", de Carina Lacerda (Petrolina/PE). Às 19h, no canal do Sesc Pernambuco no Youtube, o público poderá assistir ao projeto Amplitudes Visuais "Carina, Isso Não é Coisa de Mulher!" - Mediação Filmada (Petrolina/PE). Às 20h, no Teatro Dona Amélia, será apresentado o espetáculo “Andanças: Minha Origem Sagrada”, com Artistas Independentes (Petrolina/PE).

Ainda na segunda-feira, a partir das 21h, a programação migrará para a cidade baiana de Juazeiro, no Espaço Filhos de Zaze, onde a Cia de Dança do Sesc Petrolina apresentará o espetáculo Aterrágua. Em seguida, o Afoxé Filhos de Zaze (Juazeiro/BA) se apresentará com o seu ijexá. Às 23h, a cantora Nara Couto (Salvador/BA) subirá ao palco para encerrar a noite.

Até o dia 13 de novembro, diversas atrações se revezarão na Aldeia, que contará com espetáculos musicais no Teatro Dona Amélia, como o cantor Almir Rouche (Recife-PE), no dia 8 de novembro, às 20h, e a cantora Fabiana Cozza (São Paulo -SP), que se apresentará às 20h, no dia 13. Além dela, o último dia do festival contará com performances, dança, apresentações musicais e o tradicional Mercado Cultural. A programação completa da Aldeia do Velho Chico pode ser conferida no site do Sesc Pernambuco (www.sescpe.org.br). O festival conta com o apoio da TV Grande Rio e JB Hotel.

Serviço: Aldeia do Velho Chico

Data: de 31 de outubro a 13 de novembro         

Locais: Teatro Dona Amélia (Sesc Petrolina), Centro Cultural Filhos de Zaze (Juazeiro), Casa Cores e Ilha do Massangano

 Oficinas: R$ 40 (Inteira) e R$ 20 (Meia)

 Ingressos: Espetáculos no Teatro Dona Amélia - R$ 30 (Inteira) e R$ 15 (Meia); Shows Fabiana Cozza e Almir Rouche - R$ 60 (Inteira) e R$ 30 (Meia); Passaporte Ilha do Massangano (Transporte + Travessia) R$ 40 (Inteira) e R$ 20 (Meia); Passaporte Centro Cultural Filhos de Zaze (Transporte) - R$ 20 (Inteira) e R$ 10 (Meia); Casa Cores - R$ 20 (Inteira) e R$ 10 (Meia); Sesc Lazer  - R$ 6 (Inteira) e R$ 3 (Meia)

 * As ações em espaços alternativos serão gratuitas

Mais informações: (87) 3866-7454


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HOMENAGEM AOS 75 ANOS DO CANTOR BELCHIOR ACONTECE NESTA TERÇA (26)

Nesta terça-feira (26), o cantor que marcou a história da música brasileira, Belchior, completaria 75 anos. Em homenagem a essa data marcante, o Itaú Cultural dedicará uma postagem ao músico.

Com o tema “ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”, retirado da canção Homem de sorte, a postagem destaca o legado de Belchior e por meio de depoimentos de personalidades da família do artista, da música e do jornalismo cultural responde a pergunta: como não morrer no ano que vem?

Entre as pessoas convidadas para fazerem depoimentos inéditos estão a filha do compositor, Vannick Belchior; o jornalista responsável pela biografia do músico, Jotabê Medeiros; Ana Cañas, que recentemente lançou álbum de releituras de Belchior; e o filósofo Jair Barboza. Falas de carinho e saudad do ícone que morreu em abril de 2017

Além dos depoimentos próprios que passam pela resposta da pergunta e chegam a importância de Belchior para cada convidado, eles também escolhem as músicas favoritas do cantor. As canções estão disponíveis em uma playlist exclusiva no perfil do Itaú Cultural. Um verbete sobre o cantor também será novamente compartilhado junto com a homenagem.

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COMEÇA TERÇA-FEIRA (26) O FESTIVAL DE CANTORIA E CANTADORES EM FORMATO ON LINE

Com a participação confirmada de mais de 12 artistas, entre nomes nacionais e talentos nordestinos, começa nesta terça-feira (26) e vai até o dia 29, o I Festival de Cantoria e Cantadores. Transmitido pelo canal do Youtube da Sincronia Filmes, a partir das 19h30, o encontro online vai promover também uma série de bate-papos musicados e palestras, em formato hibrido, para os alunos das escolas públicas de Petrolina – PE.
De acordo com os curadores do evento, Maviael e Marcone Melo, o festival será um grande encontro da música autoral e da diversidade de estilos e ritmos.

Vão se apresentar durante os quatro dias os cantores e compositores Maciel Melo (Iguaraci - PE), Ceumar (São Paulo - SP), Camila Yasmine (Petrolina - PE), Nilton Freitas (Uauá-BA), Mariano Carvalho (Salgueiro-PE), Paulinho Pedra Azul (Pedra Azul-MG), Álisson Menezes (Vitória da Conquista-BA), João Sereno (Juazeiro-BA), Gean Ramos (Jatobá-PE), Ivan Greg (Petrolina), além dos curadores, Marcone Melo (Petrolina - PE) e Maviael Melo (Salvador – BA).

O I Festival de Cantoria e Cantadores tem realização e produção executiva da Melodia Produções e conta com incentivo cultural da Fundarpe e da Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco (Secult-PE), através da sua aprovação no 3º Edital Funcultura de Música 2018/2019.
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99% DOS ESTUDOS ATRIBUEM AUMENTO DA TEMPERATURA GLOBAL A ATIVIDADES HUMANAS

Às vésperas da Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26) que começa no sábado 30 em Glasgow, um artigo publicado na revista Environmental Research Letters não deixa dúvidas sobre o motivo de o planeta estar sofrendo um aumento de temperatura a uma velocidade sem precedentes.

 É a ação humana que está por trás das alterações no clima e no tempo, constataram os autores, da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. Ao avaliar 88.125 estudos relacionados ao tema, os especialistas descobriram que 99% deles apontam causas antropogênicas para o fenômeno.

Em 2013, a mesma equipe realizou um estudo com essa metodologia, verificando que 97% das pesquisas sobre mudanças climáticas, publicadas entre 1991 e 2012, apontavam as atividades humanas, como principal motor do aumento de temperatura e das consequências disso. Agora, a equipe de Cornell se concentrou nas publicações entre 2012 a novembro de 2020, mostrando que, mais do que nunca, as causas antropogênicas são um consenso científico.

“É fundamental reconhecer o papel principal das emissões de gases de efeito estufa para que possamos mobilizar rapidamente novas soluções, uma vez que já estamos testemunhando em tempo real os impactos devastadores dos desastres relacionados ao clima sobre as empresas, as pessoas e a economia”, disse, em nota, Benjamin Houlton, Reitor da Faculdade de Agricultura e Ciências da Vida em Cornell e coautor do estudo.

 Em agosto, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, formado por cientistas independentes de todo o mundo, já havia alertado, em relatório, que as atividades humanas estão por trás do aumento da temperatura e, consequentemente, de inundações, secas, elevação do nível do mar e derretimento de geleiras, entre outros.

“Estamos virtualmente certos de que o consenso está bem acima de 99% agora, e que é praticamente caso encerrado para qualquer debate público significativo sobre o fato de a mudança climática ser causada pelo homem”, afirma Mark Lynas, pesquisador da Universidade de Cornell e primeiro autor do artigo.

Para o estudo, os especialistas começaram com uma amostra aleatória de 3 mil pesquisas do conjunto de dados de 88.125 artigos climáticos, em inglês, publicados entre 2012 e 2020. Eles constataram que apenas quatro eram céticos em relação às causas antropogênicas das mudanças no clima. 

“Nós sabíamos que uma visão cética seria muito pequena em termos de ocorrência, mas pensamos que ainda deveria haver mais do que quatro em 88 mil”, diz Lynas. Se o resultado de 97% do estudo de 2013 ainda deixou alguma dúvida sobre o consenso científico sobre a influência humana no clima, as descobertas atuais vão ainda mais longe para dissipar qualquer incerteza, afirma o principal autor. “Essa deve ser a última palavra.”

FAKENEWS: Contudo, se entre os cientistas as causas antropocêntricas das mudanças climáticas são consenso, o mesmo não acontece entre leigos. Seja em mensagens nas redes sociais ou mesmo em falas de políticos, Lynas destaca que ainda há muita informação e notícias deliberadamente falsas. Em 2016, o Pew Research Center, um think tank sobre opinião pública, descobriu que apenas 27% dos adultos norte-americanos acreditam que “quase todos” os cientistas concordam que a mudança climática se deve à atividade humana.

Uma pesquisa Gallup de 2021 também nos EUA mostrou que, nos últimos anos, houve uma intensificação no debate entre políticos norte-americanos sobre as causas do aumento da temperatura serem as atividades humanas, com os mais conservadores tendendo a defender que, na realidade, seriam fenômenos naturais. “Para entender onde existe um consenso, você tem que ser capaz de quantificá-lo”, destaca Lynas. “Isso significa pesquisar a literatura de forma coerente e não arbitrária, a fim de evitar escolher artigos a dedo, que muitas vezes é a forma como esses argumentos são apresentados na esfera pública.”

Nigel Arnell, professor de Ciência do Sistema Climático da Universidade de Reading, no Reino Unido, e um dos autores do relatório do IPCC, destaca que não há mais espaço para ceticismo em relação às causas das mudanças climáticas, diante da robusta produção científica consensual sobre a relação entre atividades como queima de combustíveis fósseis e aumento de temperatura.

“O último relatório do IPCC confirma que as atividades humanas mudaram nosso clima e levaram a ondas de calor, inundações, secas e incêndios florestais mais frequentes que vimos recentemente. A evidência é incontestável”, diz.

Para Arnell, a confirmação de que o homem está por trás das catástrofes climáticas é essencial para que da COP 26 saiam metas que realmente possam mudar o curso do aquecimento global. “É necessário intensificar nossos esforços coletivos para nos adaptarmos às mudanças climáticas e aumentar a resiliência a desastres climáticos mais frequentes e extremos no futuro. Eventos recentes mostraram que todos estamos expostos a grandes riscos.”

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: Uma pesquisa internacional, liderada pela Universidade Vrije, de Bruxelas mostra que as mudanças globais nas temperaturas lacustres e nas coberturas de gelo não são devidas à variabilidade natural do clima e só podem ser explicadas por emissões maciças de gases de efeito estufa desde a Revolução Industrial. O estudo foi publicado na revista Nature Geosciences.

A equipe também previu o que pode acontecer, futuramente, em diferentes cenários. Em um quadro de baixa emissão, estima-se que o aquecimento médio dos lagos se estabilize em 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, e a duração da cobertura de gelo seja 14 dias mais curta. Em um mundo de alta emissão, essas mudanças podem levar a um aumento de 4° C e 46 dias a menos de gelo.

“A temperatura e a cobertura de gelo são fundamentais para os ecossistemas lacustres”, diz Luke Grant, principal autor do estudo. “Como os impactos deverão continuar a aumentar no futuro, corremos o risco de danificar seriamente os ecossistemas de lagos, incluindo a qualidade da água e as populações de espécies de peixes nativas. Isso seria desastroso para as muitas maneiras pelas quais as comunidades locais dependem dos lagos, desde o abastecimento de água potável até a pesca.”

A equipe ddesenvolveu várias simulações de computador com modelos lacustres em escala global. Depois de construir esse banco de dados, os cientistas aplicaram uma metodologia descrita pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Determinado o impacto histórico das mudanças climáticas nos lagos, eles constataram que é altamente improvável que as tendências nas temperaturas desses ambientes e na cobertura de gelo nas últimas décadas possam ser explicadas apenas pela variabilidade natural do clima.

Além disso, os pesquisadores encontraram semelhanças inequívocas entre as mudanças observadas em lagos e as simulações em um clima influenciado pelas emissões de gases de efeito estufa. “Essa é uma evidência muito convincente de que as mudanças climáticas causadas pelos humanos já afetaram os lagos”, diz Grant. “Se conseguirmos reduzir drasticamente nossas emissões nas próximas décadas, poderemos evitar as piores consequências para os lagos em todo o mundo”, acredita.

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RODA DE DIÁLOGO TEM PARTICIPAÇÃO DE LEONARDO BOFF E DIZ NÃO A USINA NUCLEAR COM USO DAS ÁGUAS DO RIO SÃO FRANCISCO

A roda de diálogo Jornada Antinuclear realizada pela Diocese de Floresta Pernambuco, através das Pastorais Sociais e da Pascom Diocesana, em parceria com o Instituto Cultural Raízes e o CIMI-Conselho Indigenista Missionário contou nesta terça-feira (19), contou com a presença Teólogo, Filósofo e Escritor Leonardo Boff, do Monge, Teólogo e Escritor Marcelo Barros e do Bispo Diocesano de Floresta, Dom Gabriel Marchesi, Bispo Referencial para as CEBS, pela CNBB e Paulo Ricardo (Comunidade Bremen)

O encontro virtural exibido pelo canal facebook, teve como tema, em  Defesa da Vida / Contra os projetos de morte.  Leonardo Boff fez uma reflexão sobre o momento atual da Mãe Terra e injetou vontade de transformar o mundo para melhor e disse não a Usina Nuclear com uso das águas do Rio São Francisco.

"Devemos sempre defender a vida", declarou.

As boas vindas ao palestrante foram dadas pelo bispo Dom Gabriel Marchesi e a mediação da conversa foi do educador Libânio Francisco.

Durante a conversa também contextualizou que o novo coronavírus veio da sistemática agressão dos seres humanos à natureza, do antropocentrismo. “Os animais perderam o habitus. Há 300 mil a um milhão de vírus na natureza, nos animais e nas plantas. A espécie humana ocupou 83% da natureza, ocupamos destruindo e agredindo a natureza”, ressaltou, lembrando que o desequilíbrio ecológico colabora para a mutação e a disseminação de novos vírus.

Leonardo Boff destacou que a Terra é um super organismo vivo e que os seres humanos vêm em um crescente processo de poder como dominação da natureza, que nos trouxe vantagens como os antibióticos que prolongaram a vida dos idosos, diminuíram a mortalidade das crianças e tecnologias que trazem benefícios como os encontros virtuais: “Mas criou uma máquina de morte que pode nos destruir de 15 formas diferentes por armas químicas, nucleares e biológicas”.

Ele trouxe alertas do criador do termo biodiversidade: de que cem mil espécies de seres vivos são mortas a cada ano e um milhão de seres vivos estão em alto risco de desaparecer. “Devido a alto industrialismo que tomou conta do mundo, ou mudamos ou colocamos o sistema Terra em risco. O ser humano se tornou o satã da Terra”.

Além de documentos e pesquisas da área ambiental, Boff trouxe reflexões de vários estudiosos e teóricos e destacou as últimas encíclicas do Papa Francisco, que não foram dirigidas apenas aos cristãos, mas a toda a humanidade. O documento papal aborda a necessidade de contrapor à lógica da dominação uma ação de fraternidade.  

“Vamos cuidar da Mãe Terra. Os rios precisam das matas ciliares. As bases físico-químicas estão tão ameaçadas que ou nos salvamos todos ou ninguém se salva. Há sombras vastas que pesam sobre o planeta. Os conflitos mundiais que temos são uma Guerra Mundial em prestação. O mundo moderno se construiu como a dominação do mundo, mas não podemos continuar assim. Proponho o sonho que antecipa possibilidades reais que podem acontecer, o sonho tem a função de equilibrar a vida psíquica”, resumiu.

Boff ressalta que é possível ter uma economia de mercado, mas não podemos ter uma sociedade de mercado, onde tudo tem preço até as relações humanas. O verbo cuidar é algo central na obra de Boff e ele ressaltou que isto deve ser visto como a essência humana. “Precisamos refazer o pacto Terra e Humanidade, nos considerarmos os guardiões da Terra. É preciso incorporar uma responsabilidade ecológica. O planeta finito não suporta um projeto de crescimento infinito”.

O conferencista falou que devemos caminhar para a biocivilização, entendendo que somos parte da Terra e não os seus dominadores. 

“Santo Agostinho nos fala das três virtudes: o amor, a fé e a esperança. A indignação e a coragem são as irmãs da esperança. Temos de nos indignar contra esta necropolítica e ter a coragem de dar passos para mudar esta realidade. No Brasil ainda não chegamos a este ponto”.

“Este confinamento social tem um sentido para pensarmos qual o sentido da vida, Deus é o apaixonado amante da vida e vai nos ajudar a tomar um salto de consciência. Caminhemos cantando, que os problemas não nos tirem a alegria da esperança, ela terá a última palavra”, finalizou Leonardo Boff. 

 

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SERTÃO MÍDIA: GRAVAÇÕES DE GUERREIROS DO SOL INICIAM EM SERRA TALHADA, PERNAMBUCO

 "Novidades vem por ai! Depois da Super Série AMORES ROUBADOS sigo  participando da produção da nova obra  dos escritores George Moura e Sergio Goldenberg nos Estados de Pernambuco, Alagoas e Bahia. George e Sergio voltam aos Sertões pra escrever  "GUERREIROS DO SOL"

Com essa publicação nas redes sociais, o produtor Luciano Peixinho definiu mais um trabalho que terá exibição em todo o território brasileiro. Desta vez, com George Moura e Sergio Goldenberg mirando o novo projeto para o Globoplay, segundo noticiou o jornal O Globo. 

Trata-se da série Guerreiros do Sol, inspirada na história de amor entre Lampião e Maria Bonita, um clássico do nordeste brasileiro.

A produção será ambientada entre as décadas de 1920 e 1930. A ideia, ainda, é que a história seja contada a partir de uma perspectiva feminina.

Outras produções também contou com essa característica como O Canto da Sereia (2013) e Amores Roubados (2014). Guerreiros do Sol ainda não tem previsão da data de série na plataforma de streaming. 

O município de Serra Talhada, no Sertão do Pajeú, está sendo cenário para a gravação da série Guerreiros do Sol, local Luciano Peixinho postou fotos, numa delas com o cantor e compositor Assisão.

Segundo a produtora Sertão Mídia, a viagem começa em Serra Talhada, com os escritores George Moura e Sergio Goldenberg, que já escreveram várias obras no Sertão pernambucano. A série será produzida nos estados de Pernambuco, Bahia e Alagoas.


Sérgio Goldenberg e George Moura são Criadores de sucessos como Amores Roubados (2014) e Onde Nascem os Fortes (2018).

De acordo com informações da jornalista Patrícia Kogut, em sua coluna no impresso O Globo, Guerreiros do Sol, série inspirada na história de amor entre Lampião, conhecido como o rei do cangaço nordestino, e de sua companheira Maria Bonita será destinada ao Globoplay.

Esses dois personagens históricos, Lampião e Maria Bonina, vale lembrar, já tiveram sua saga retratada anteriormente pelo plim-plim – em Lampião e Maria Bonita (1982), minissérie de oito episódios escrita por Aguinaldo Silva e Doc Comparato. Na ocasião, Nelson Xavier e Tânia Alves se encarregaram de dar vida aos papéis principais.


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