Campanha inédita visa à preservação da fauna: Pássaro preso na gaiola não canta, pede socorro

Com o tema "Pássaro preso na gaiola não canta, pede socorro", a Secretaria do Meio Ambiente de Várzea Alegre, na região Centro-Sul do Ceará, lançou a campanha inédita no interior cearense, cujo objetivo é conscientizar estudantes a não seguir um antigo hábito cultural do sertanejo: trancafiar em viveiros e gaiolas aves silvestres da caatinga.

Mediante a repercussão positiva nas redes sociais, a ideia deve chegar logo a outros municípios cearenses. "Vamos fazer uma ampla campanha ambiental, colocar fotos de pássaros com nome científico em gaiolas que foram apreendidas", explica o secretário do Meio Ambiente de Várzea Alegre, J. Marcílio, autor da ideia. "É crime ter pássaros silvestres em cativeiro", acrescenta o titular da Pasta.

Algumas espécies estão desaparecendo do sertão. Raramente, se encontram canários da terra, caboclinho, azulão, pintassilgo, jacu, galo-de-campina, corrupião, sabiá e asa-branca. Quem percorre estradas vicinais observa jovens com gaiolas e armadilhas nas mãos em busca de apreender os pássaros.

O titular da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), Artur Bruno, aprovou a ideia, e um colega da Bahia pediu cópia do projeto para replicar em cidades baianas. 

"A repercussão está bem maior, confesso que não esperava tanto retorno assim de imediato", pontuou o prefeito de Várzea Alegre, Zé Hélder.

O fechamento dos escritórios regionais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a precariedade na fiscalização facilitam a ação predatória contra as aves silvestres no interior do Estado. Nos alpendres das casas, é comum encontrar gaiolas e pássaros presos.

"Criar aves silvestres em gaiolas é um costume antigo, que integrou a nossa cultura", observa J. Marcílio. "Precisamos contribuir para mudar essa realidade e vamos iniciar pelas crianças, adolescentes, estudantes que vão ser conscientizados". 

A campanha vai começar pela rede municipal de ensino. "Os jovens vão saber que é crime ambiental apreender pássaros silvestres e vão levar essa mensagem para os pais e avós", prevê Marcílio.

A campanha vai ganhar força a partir da abertura da Semana da Árvore, em 20 de março na cidade de Várzea Alegre. "Estamos preparando as gaiolas com fotos de pássaros, nome popular e científico e informar se estão na lista de aves ameaçadas de extinção", avisa Marcílio. "Vamos educar, conscientizar os jovens, porque os adultos que gostam de criar passarinhos em gaiolas dificilmente mudarão de ideia", avalia.

O presidente da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Nilson Diniz, evidencia a importância da campanha e disse que vai levar a ideia para outros gestores com o objetivo de que mais secretarias locais de meio ambiente abracem a causa. 

"Precisamos preservar a nossa fauna e, antes de punir, creio que o melhor caminho é a educação", diz. "É preciso ampliar o combate ao tráfico de animais silvestres".

A campanha pede que se denuncie o tráfico e tem o apoio da Polícia Ambiental, da Superintendência Estadual do Meio Ambiente e do Ibama.

As aves têm o papel de espalhar sementes na natureza, contribuindo para o reflorestamento de fruteiras e árvores nativas. 

"Os passarinhos se alimentam de frutos e fazem a semeadura no campo", observa o professor André Wirtzbiki.

"Lamentavelmente, houve uma drástica redução dos exemplares de espécies nativas, que estão se extinguindo". 

De acordo com o relatório "State of the World's Birds", divulgado em 2018 pela ONG BirdLife International, uma em cada oito espécies está ameaçada de extinção. São 1.469 aves em perigo, segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza.
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Cultura: Flávio Leandro participa dos festejos 110 anos de Patativa do Assaré

A Secretaria da Cultura de Assaré, com o apoio do Governo do Estado, realizará na próxima terça-feira, dia 5, XV Patativa do Assaré em Arte e Cultura. 

Em sua 15ª Edição, o evento trará apresentações culturais como o Encontro de Bandas de Música, o Lançamento do Livro “Histórias do Assaré”, do professor Crispim, do Kit de Cordéis, a Missa de Ação de Graças na Igreja Matriz, a abertura da Exposição “Violas”, do poeta Daniel no Memorial Patativa do Assaré, e Apresentação do poeta cantador Flávio Leandro.

Este ano, o Carnaval e o Dia da Cultura se encontram na mesma data: 5 de março. Em Assaré, o dia 5 de março é reservado para comemorar o aniversário de nascimento do imortal poeta Patativa do Assaré.


O Secretário Municipal de Cultura, Vavá Gois, afirma que, a programação do dia 5, não será adiada por hipótese alguma. 

“A solução foi fragmentar a programação, de forma que todas as instituições que participam anualmente não deixem de realizar os seus eventos. Este ano o projeto “Patativa do Assaré em Arte e Cultura” chega a sua 15ª edição e o poeta, 110 anos. Será um ano muito significativo e com uma programação que agradará a todos,” garante.

PROGRAMAÇÃO:
01 de março de 2019 – às 8h. A Escola Moacir Mota realizará o X Café Literário. Anualmente uma personalidade cultural é homenageada. A Escola Estadual Moacir Mota funciona na sede do Município. O Café Literário tem como foco o poeta Patativa do Assaré.
08 de março de 2019, “Projeto Inspiração Nordestina” na Escola Maria Isabel.
11 de março de 2019 – Projeto “Aqui Tem Coisa” na Escola Batistina Braga com participação do Projetos Sociais e Culturais de Assaré e do Instituto O Canto do Patativa às 7h30.
29 de março de 2019 – Projeto EXPOARTE na Escola Antonio Ângelo na Serra de Santana às 7h30.
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Audiência pública discute os preços dos combustíveis em Petrolina

Foi realizada nesta quarta-feira (27), na Câmara de Vereadores de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, uma audiência pública, para discutir os preços dos combustíveis na cidade. O encontro contou com as presenças representantes de associações de motoristas, mototaxistas, servidores ligados a defesa do consumidor e autoridades jurídicas, policiais e políticas.

De acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Petrolina é o é o município de Pernambuco onde os postos de combustíveis tem a maior margem de lucro na venda da gasolina. Os dados apontam que os donos de postos compram o litro da gasolina por R$3,74 e revendem por até R$4,82, um ganho de até R$1,08 por litro. O relatório também pede uma investigação sobre um possível sistema de cartel.

Quem realizou o pedido para a realização da audiência pública foi o vereador Ronaldo Canção (PTB). Segundo o edil, a motivação veio a partir das sucessivas reclamações dos moradores da cidade em relação aos valores dos combustíveis. “A sociedade, no geral, cobrava dos órgãos como a Câmara de Vereadores, uma posição referente aos preços elevados cobrados em Petrolina”, afirma Cancão.

Segundo o advogado do Sindicato da Revenda de Combustíveis do Estado de Pernambuco, Luiz Ricardo de Castro Guerra, a questão do preço é “muito pontual e muito do empresariado”.

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Desemprego volta a subir e atinge 12,7 milhões de brasileiros, diz IBGE

Após duas quedas consecutivas, o desemprego voltou a subir no país, segundo dados divulgados na manhã desta quarta-feira (27/2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desocupação no trimestre móvel encerrado em janeiro (novembro, dezembro e janeiro) subiu 0,3%, atingindo 12,7 milhões de pessoas. 

Com o resultado, o índice de desemprego passou de 11,7% no trimestre terminado em outubro para 12% até janeiro. Mais 318 mil pessoas entraram na população de pessoas que procuram vaga no mercado de trabalho. Em comparação com o mesmo trimestre de 2017, o quadro foi de estabilidade.  

Além disso, o número de subutilizados da força de trabalho continuou estável. Segundo o IBGE, faltam trabalho para 27,5 milhões de brasileiros. A taxa de subutilização atinge 24,3% da economia. Se comparada com o trimestre móvel até janeiro de 2018, houve um aumento de 0,4 ponto percentual, o que corresponde 671 mil pessoas. 

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Univasf realiza nesta quarta (27) o evento “Quem é Cego?”

Atos simples na vida de um estudante, como pegar ônibus, ler um livro e até ir ao banheiro, podem se tornar um desafio para quem tem deficiência visual. E para refletir sobre problemas de acessibilidade enfrentados pelas pessoas cegas no ambiente acadêmico, estudantes do curso de Psicologia, em parceria com o Núcleo de Práticas Sociais Inclusivas (NPSI) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), realizarão nesta quarta (27) a intervenção “Quem é Cego?”. 

As atividades serão abertas a toda a comunidade e acontecerão a partir das 8h, ao lado da rampa de acesso, no bloco de salas de aula, no Campus Sede, em Petrolina (PE).

O evento terá como tema “Compreendendo o conceito de inclusão, vivência do outro e autonomia”. Durante toda a manhã, haverá troca de experiências com atividades informativas na Tenda Braille, e o projeto Sentindo na Pele, que tem como objetivo combater preconceitos através de dinâmicas sensoriais. 

Às 10h30, será realizada uma Roda de Conversa sobre a deficiência visual, que acontecerá na sala de Núcleo Temático 3 (NT 3), com a participação do revisor de textos em braille do NPSI Milton Pereira, da psicóloga Julianna Caffe, e da estudante Thalita Evangelista.

A ideia da intervenção, organizada como atividade da disciplina de Práticas Integrativas do curso de Psicologia, surgiu depois que os discentes vivenciaram os desafios da cegueira em um minicurso promovido pelo NPSI. De acordo com a estudante Ananda Fonseca, que integra a equipe organizadora, o minicurso fez com que eles percebessem a necessidade de placas de acessibilidades em braille nas dependências da instituição e a importância da mobilização da comunidade acadêmica em relação à temática.

Segundo o servidor Milton Pereira, que tem deficiência visual, o evento será um momento para a desconstrução de preconceitos que ainda são presentes na sociedade. “Apesar de a exploração visual ser muito latente no meio social, e as pessoas terem a dependência da visão, acredita-se que sem ela não se consegue viver. Essa intervenção vem para despertar nas pessoas outras possibilidades de conviver com a deficiência”, diz.

Para Ananda Fonseca, possibilitar a troca de experiências com quem tem deficiência visual é a melhor forma para sensibilizar a comunidade.

“Decidimos utilizar a informação a nosso favor, desmistificando ideias em relação à deficiência visual e proporcionando experiências sensoriais além da visão. Para que assim, as pessoas percebam que não enxergamos apenas com os olhos. Mas com os braços, pés, boca, nariz e ouvidos”, explica. 
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Senhor do Bonfim: sanfona de luto. Morre Chiquinho da Sanfona

Morreu nesta terça-feira 26, aos 78 anos, em Salvador o sanfoneiro Chiquinho. Nascido Francisco Candido dos Santos, teve a trajetória musical batizada como Chiquinho da Sanfona.

Natural de Afogados da Ingazeira, Pernambuco, ganhou fama em Senhor do Bonfim, cidade baiana conhecida como a Capital do Forró. Seu Chiquinho era primo legitimo do Mestre Camarão.

"Seu Chiquinho" nos anos 70, aos 23 anos, frequentava o Forró de Pedro Sertanejo, pai de Oswaldinho. Em um dos programas ele tocou ao lado de Luiz Gonzaga. Naquele período o Programa de Rádio de Pedro Sertanejo era um dos líderes de audiência. Seu Chiquinho guardava as fotos dessa época considerada por ele, um período de grande aprendizados ao lado do Rei do Baião.

Devido a amizade Luiz Gonzaga costumava frequentar Senhor do Bonfim, pois era um apreciador de feiras livres. Atualmente A feira livre de Senhor do Bonfim é considerada a segunda maior do nordeste em extensão, com cerca de 1,2 Km. 

A morte de seu Chiquinho deixou consternado vários Grupos de Amigos Gonzagueanos espalhados pelo Nordeste. 

"Seu Chiquinho era um apaixonado pelas músicas de Luiz Gonzaga e em especial os festejos do mês de dezembro quando ele visitava Exu, Parque Asa Branca", aponta o cantor e compositor Raimundinho do Acordeon. 

O professor Aderaldo Luciano, paraibano, radicado no Rio de Janeiro,  diz que o sanfoneiro será lembrando com um dos seus "amigos que partiram tão cedo, em carruagens de fogo e brasa, pela estrada da eternidade, pela serenidade onde o corpo repousa e a alma avoa, pelas cordilheiras do céu, pela ferrovia imensa que sai do Planalto Central, desce pelo sertão rotundo e resplandescente e vai serpenteando até o mar". 

O sepultamento acontece na quarta-feira 27, em Senhor do Bonfim às 8h30.

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Casos de feminicídio põem em alerta governo e organizações civis

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, disse que está entre as prioridades da pasta a implantação de políticas de proteção e defesa dos direitos da mulher. “Não pouparemos esforços no enfrentamento da discriminação e da violência contra as mulheres, sobretudo o feminicídio e o assédio sexual”, afirmou a ministra na sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).
O aumento dos casos de feminicídio no país está no horizonte não só do governo federal, mas de organismos internacionais, como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). No início deste mês, a comissão destacou que em 2019 ao menos 126 mulheres foram mortas no Brasil. Também foram registradas 67 tentativas de feminicídio – assassinato de mulher, em razão de sua condição de gênero.
Conforme levantamento da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), a cada dez feminicídios cometidos em 23 países da América Latina e Caribe em 2017, quatro ocorreram no Brasil. Naquele ano, ao menos 2.795 mulheres foram assassinadas na região. Desse total, 1.133 foram no Brasil.
Já o Atlas da Violência 2018, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontou uma possível relação entre machismo e racismo, assinalando que a taxa de assassinatos que vitimaram mulheres negras cresceu 15,4% na década encerrada em 2016. Ao todo, a média nacional, no período, foi de 4,5 assassinatos a cada 100 mil mulheres, sendo que a de mulheres negras foi de 5,3 e a de mulheres não negras foi de 3,1.
Nadine Gasman, que representa, no Brasil, a Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), disse que a educação é o instrumento capaz de reduzir conflitos e promover igualdade. "O reconhecimento das relações de poder entre homens e mulheres nos permite entender, por exemplo, por que as mulheres estão, ao mesmo tempo, estudando e trabalhando mais e ganhando menos. É um problema estrutural”, afirmou.
Fonte: Agencia Brasil
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O rádio se mantém como um meio de grande relevância no país e alcança todas as classes sociais, diz diretor da Rede Joven Pan

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Astronauta Marcos Pontes, afirmou que o 1º  Fórum Nacional de Radiodifusão é uma oportunidade inédita de ouvir as pessoas que estão à frente das comunicações no Brasil e encontrar as melhores soluções para o setor. 

“A radiodifusão é importante para levar informação, conhecimento e também entretenimento para as pessoas”, destacou o ministro, durante a cerimônia de abertura do Fórum, neste final de semana, no auditório lotado da Universidade dos Correios, em Brasília.

O primeiro painel do Fórum de Radiodifusão abordou “O presente e o futuro da radiodifusão comercial brasileira”.

O presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Paulo Tonet, apontou como prioridades para o setor a continuidade do processo de implantação da TV digital e da migração das rádios AMs para a faixa de FM.

O presidente da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel), Márcio Novaes, destacou a força do rádio e da TV ao longo da história e disse que o setor “está empenhado em continuar trabalhando em uma rede que cubra todo o território nacional.”

Em relação à mudança da faixa AM para o FM, 1.338 emissoras pediram ao ministério para fazer a migração e  623 rádios já estão aptas para concluir o processo.

O presidente do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), Roberto Franco, mostrou dados que indicam o crescimento da audiência e do tempo de exposição à televisão no Brasil nos últimos anos. Segundo ele, o público das novas gerações utiliza várias mídias ao mesmo tempo, combinando rádio, tv e internet. 

O diretor da Rede Jovem Pan, Paulo Machado de Carvalho Neto, lembrou que o rádio se mantém como  um meio de grande relevância no país e alcança todas as classes sociais e faixas etárias. 

De acordo com ele, 18% dos usuários ouvem rádio pelo celular, que é um desafio das emissoras. Paulo Machado reforçou uma das principais reivindicações dos radiodifusores, que é a instalação ou ativação do chip FM nos aparelhos celulares, o que possibilita receber sinais de rádio sem consumir o plano de dados dos usuários.
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Ato em defesa do Rio São Francisco e em solidariedade as vítimas de Brumadinho acontece em Juazeiro

Nesta segunda-feira (25) – há um mês do rompimento da barragem I da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG) – uma mobilização marcada para Juazeiro (BA) prestará solidariedade às vítimas da tragédia. O ato público também ocorrerá em diversas capitais e cidades do país.

Em Juazeiro, a concentração será na Praça Dedé Caxias (localizada na Avenida Adolfo Viana, esquina com a Rua Oscar Ribeiro), a partir das 8h.

A manifestação seguirá em caminhada até o Vaporzinho, na Orla II, onde o ato será encerrado com um momento inter-religioso. A programação do ato também contará com apresentações culturais. O músico Fatel e a banda P1 Rappers confirmaram presença no evento.

"O ato regional em Juazeiro ,dia 25, faz parte de um processo nacional de mobilização, com atos em Minas Gerais e por toda a bacia do Rio São Francisco”, comenta o integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) Roberto Carlos Oliveira. 

A preocupação de que a lama da barragem, que contém metais pesados, chegue ao Rio São Francisco, tem mobilizado a população dos municípios de Juazeiro e Petrolina (PE).

 Representantes de universidades, órgãos públicos e da sociedade civil se reuniram para debater a situação e cobrar medidas efetivas para a preservação do rio, o que resultou na criação do Fórum Permanente de Defesa do Rio São Francisco. O bispo da Diocese de Juazeiro, Dom Carlos Alberto Breis, também manifestou, através de nota, a apreensão de que o Velho Chico seja contaminado.

O ato em solidariedade às vítimas de Brumadinho e em defesa do São Francisco é organizado por movimentos sociais e organizações populares como o MAB, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Comissão Pastoral da Terra (CPT), CPP e a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA).
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Gilvan Sales e o ideal do Museu Luiz Gonzaga e o Sertão, em Madalena, Ceará

Gilvan Sales é um visionário empreendedor e desde criança é alimentado pelo universo musical de Luiz Gonzaga.

O atual vereador Gilvan Sales, de Madalena-Ceará é um desses “gonzagueanos” que acredita na valorização da cultura e para isto tem se dedicado a preservação da memória vida e obra de Luiz Gonzaga.

Prova disto é a dedicação para o Museu Luiz Gonzaga e o Sertão, um patrimônio que coloca a cidade de Madalena para ser uma das referências do turismo cultural e visibilidade para que os adeptos da cultura possam conhecer as referências da música interpretada por Luiz Gonzaga.

O museu LUIZ GONZAGA E O SERTÃO, será inaugurado ainda este ano (2019) e disponibilizará um vasto e precioso
acervo composto de discos de cera e vinil, CD's, livros, 
revistas, cartazes, recortes de jornal e objetos relacionados com a carreira do Rei do Baião. 

"O museu reunirá também centenas de objetos do Nordeste de outrora, muitos já em desuso, como bolandeiras, objetos de cerâmica, artesanato em couro e madeira, além de apetrechos da agricultura e da pecuária que remetem ao sertão cearense dos séculos XIX e XX", revela Gilvan ressaltando que adquiriu também aviamentos de casa de farinha e um engenho para fabricação de mel e rapadura.

“Inicialmente eu me interessava apenas pela música e passei a adquirir todos os LP's de Gonzaga, dando preferência aos originais, embora não descartasse os relançamentos. Depois disso passei a comprar discos de cera, LP's de 10 polegadas, CD's e outras mídias contendo a obra do Rei do Baião. Sertanejo que sou, filho, neto e bisneto de fazendeiros da região de Madalena e Quixeramobim, sempre me interessei por esse universo e quando nasceu a idéia de criar o museu, passei a adquirir outros objetos que reforçam essa ligação da música de Gonzaga com o sertão”, conta Gilvan Sales.

Ele relembra que, em meados da década de 1960, Luiz Gonzaga esteve em Madalena, a convite do vigário de então, Padre Gotardo Lemos, lançando o livro “O sanfoneiro do Riacho da Brígida” do escritor Sinval Sá. Padre Gotardo é autor da canção “Obrigado João Paulo II”, feita por ocasião da primeira visita do Santo Padre ao Brasil, gravada por Luiz Gonzaga em compacto RCA, no ano de 1980.

Gilvan ainda revela que Madalena é berço de grandes sanfoneiros, com destaque para as famílias Araújo (Mário, Nelson, João, Gilberto, Edmundo e Pedrinho), e Carloto (do patriarca Carloto Costa, pai de Raimundo Carloto, Valnir e seus manos), além do conhecido Zé do Norte, instrumentista respeitado e produtor de artistas consagrados, do chamado forró pé de serra.
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Senhor do Bonfim realizará I Encontro de Sanfoneiros

Será realizado em Senhor do Bonfim, o 1º Encontro de Sanfoneiros. O evento acontecerá de 25 a 27 de maio, dia que antecede o aniversário da cidade, no dia 28. 

A expectativa é que cerca de 20 sanfoneiros participem do evento. Já estão confirmados a presença de Cicinho de Assis, Marquinhos Café, Flávio Baião.

A Organização do evento é de Jailson oliveira e será uma antecipação do São João de Senhor do Bonfim, considerado um dos mais tradicionais da região.
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Não acreditava em nada de Deus. Mas quando fiz a primeira viagem ao Juazeiro Ceará, foi que eu compreendi o que era a Fé, revelou Oswaldo

“O nome do padre Cícero / ninguém jamais manchará, / porque a fé dos romeiros / viva permanecerá, / pois nos corações dos seus / foi ele um santo de Deus / é e pra sempre será.” Tema de incontáveis folhetos de cordel espalhados pelas feiras sertão afora.

Quem já ouviu falar dos preceitos ecológicos do Padre Cicero, muitos o seguem como exemplo de fé e religiosidade, mas poucos sabem que ele foi um dos primeiros defensores do meio ambiente, do bioma caatinga.


Cícero Romão Batista nasceu em Crato, Ceará no dia 24 de março de 1844. Foi ordenado no dia 30 de novembro de 1870. Celebrou a sua primeira missa em Juazeiro em 1871. No dia 11 de abril de 1872 fixou residência em Juazeiro. Padre Cícero faleceu no dia 20 de julho de 1934, na cidade de Juazeiro.


A jornalista Camila Holanda escreveu que nas entranhas do Cariri do Ceará foi emergido uma versatilidade de ícones que, entrelaçados povoam o imaginário cultural que habita a região.


Nas terras do Ceará ouvi uma das mais belas histórias. Resumo: o teatrólogo, pesquisador cultural Oswaldo Barroso, ressalta um dos mais valiosos símbolos, a vigorosa força mítica e religiosa. Oswaldo, cidadão honorário de Juazeiro do Norte, diz que a primeira vez que esteve no Cariri foi nos anos 70 e a experiência fez com que suas crenças e certezas de ateu fossem desconstruídas e reconstruídas com bases nos sentimentos das novas experiências e epifanias vividas.


"Desde o início, não acreditava em nada de Deus. Mas quando fiz a primeira viagem ao Horto do Juazeiro do Norte, foi que eu compreendi o que era Deus. Isso mudou minha vida completamente", revelou Oswaldo.


Um outra narrativa importante encontrei na mitologia dos Indios Kariris. Nela a região é tratada como sagrada, centro do mundo, onde no final dos tempos, vai abrir um portal que ligará o Cariri  para a dimensão do divino.


A estátua do Padre Cícero encontra-se no topo da Colina. Muitos romeiros percorrem a Trilha do Santo Sepulcro. A pé eles percorrem às 14 estações trajeto marcado por frases e conselhos ambientais do Padre Cícero, que já alertava naquela época para os muitos desequilíbrios ambientais e impactos da agressão humana na natureza.


Padre Cicero descreveu os preceitos ecológicos:

1) Não derrube o mato, nem mesmo um só pé de pau;
2) Não toque fogo no roçado nem na caatinga;
3) Não cace mais e deixe os bichos viverem;
4) Não crie o Boi e nem o bode solto; faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer;
5) Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar água de chuva;
6) Não plante em serra a cima, nem faça roçado em ladeira que seja muito em pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca sua riqueza;
7) Represe os riachos de 100 em 100 metros, ainda que seja com pedra solta;
8) Plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra árvore qualquer, ate que o sertão todo seja uma mata só;
9) Aprenda tirar proveito das plantas da caatinga a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar a conviver com a seca;
10) Se o sertanejo obedecer a estes preceitos a seca vai aos poucos se acabando o gado melhorando e o povo terá sempre o que comer, mas se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai virar um deserto só.

Rezemos com Fé! . Os sorrisos são a alegria da alma.
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Agricultores familiares não conseguem mais comercializar produtos orgânicos depois do crime ambiental de Brumadinho

Os impactos do rompimento da barragem da Vale na Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, ainda levarão tempo para ser determinados. 

Mas o abalo nos bairros rurais de Aranha, Melo Franco e Córrego do Ferreira já são visíveis. Eles não foram atingidas diretamente pela lama, mas se tornaram vilarejos fantasmas. Além dos moradores estarem “ilhados” em decorrência dos rejeitos que tomaram conta da principal estrada de acesso, agricultores agroecológicos são obrigados a parar suas produções. 

O motivo: as pessoas não querem consumir produtos de lá devido à imagem generalizada de contaminação da água e do solo do local. Alguns pequenos produtores estão abrindo o galinheiro para as aves darem um fim às hortas saudáveis que não são mais consumidas.

Criadores de tilápia foram descartados por uma produtora porque os consumidores temem que o peixe esteja contaminado. As pousadas e comércios da região vêm sofrendo o impacto devido ao medo da contaminação dos alimentos. Moradores se organizam para pedir providências.

“Não consigo vender minha tilápia porque está circulando a informação de que ninguém deve comer nada. Mas isso não é verdade e eu estou jogando peixe fora”, contou a piscicultora, moradora do Bairro Melo Franco, Maria Betânia da Silva, 47 anos. 

A última venda foi deita em 25 de janeiro. Ela tinha entregas para serem feitas no fim de fevereiro, porém, todas canceladas. A grande maioria de seus consumidores é do Centro de Brumadinho ou dos bares tradicionais de Belo Horizonte. Ela explica que a situação é crítica.

Os peixes são mantidos em três grandes tanques, porém, devido à superlotação, falta oxigênio e os eles precisam ser retirados e congelados.

“Só costumo vender peixes frescos. Agora, estou com o congelador lotado. Nem tenho mais onde colocar”, acrescentou. A piscicultora, que ainda tem 1.500 animais no aquário, sendo que desses 900 precisam ser vendidos em até 30 dias para não que não se percam, está desesperada. Angustiada, ela conta que já teve prejuízo de R$ 8 mil e afirma que não conseguirá fechar a conta que é, mensalmente, de R$ 14 mil para manter a criação. Além do mais, ela trabalha no sistema de aquaponia – produção de alimentos que combina a aquicultura com a produção de hortaliças – e o ciclo fica totalmente prejudicado.

É triste de se ver a pequena horta orgânica de alface, rúcula, couve, cebolinha, salsinha, espinafre sendo totalmente jogada para as galinhas comerem. O mesmo que ocorre com Maria Betânia, se repete com a produtora Cleuza Maia, de 59.

“Nasci e fui criada aqui. Sempre vendi minha horta na feirinha da cidade. E caiu muito o movimento. As pessoas não chegam, pela dificuldade de acesso à estrada, ou temeram comprar hortaliças que acreditam estarem contaminadas pela lama”, contou. Ela mora em Córrego do Ferreira, a cerca de 28 quilômetros do centro da cidade. 

O local era praticamente sustentando pelos turistas que iam até o Instituto Inhotim e recebia, em média, 35 mil visitantes por mês. “Você fala que é de Brumadinho, o pessoal fica horrorizado”, contou. Vale lembrar que a região do município é um importante centro de fornecimento de hortifrutigranjeiros para a Ceasa. Em 2018, a cidade forneceu 13,4 mil toneladas, equivalentes a 0,9% da oferta total do entreposto.

Fernanda Perdigão de Oliveira, de 35, representante do Comitê Popular da Zona Rural, e coordenadora da Comunidade que Sustenta Agricultura (CSA), explica que a região tem seu fornecimento de água pela nascente Mãe D’água, que vem da Serra da Moeda, sem ligação com os córregos afetados.

“Depois do crime da Vale, a comercialização ficou parada. Muitos foram atingidos diretamente pela lama e a outra parte ficou prejudicada pela ideia de que Brumadinho tem apenas somente uma fonte de água e está em um único espaço”, contou. 

Muitos fornecedores pedem um atestado de qualidade da água, porém, ela explica que é um processo que pode ser caro ou demora muito tempo. Com isso, dos 34 que fazem parte da CSA, apenas 15 ainda produzem, só para consumo próprio. 

Segundo ela, além da não haver previsão para a liberação do acesso direto à região – o desvio pode levar até 3 horas e meia –, as outras vias estão sem manutenção, pois as máquinas não chegam ao local para aparar o mato alto do caminho. Por isso, foi criado o Comitê Popular da Região Rural, que representa os distritos de Palhano, Córrego Ferreira, Quintiliano, Aranha, Suzana, Melo Franco e adjacências: “Precisamos ter voz”, acrescentou.
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Bolsonaro demite presidente da estatal de comunicação EBC após desentendimento

O presidente Jair Bolsonaro decidiu exonerar o atual presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), Luiz Antonio Ferreira, nomeado na gestão do ex-presidente Michel Temer.

A exoneração será publicada na edição de segunda-feira (25) do Diário Oficial da União. O nome indicado para substituí-lo é o do atual diretor de operações, Alexandre Henrique Graziani.

Para ser nomeado, o novo presidente ainda precisará passar pela análise do setor de inteligência do Palácio do Planalto, que faz uma triagem sobre a conduta passada do executivo.

"Haverá substituição e quem assumirá será Alexandre Henrique Graziani", disse o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros.

A demissão ocorreu após desentendimentos entre Ferreira e o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Santos Cruz, responsável pela reestruturação do conglomerado de comunicação.

Segundo a reportagem apurou, Ferreira não concordou com a política de corte de pessoal, estudada pela nova gestão, e os planos de alteração das programações das televisões e rádios.

Hoje, a empresa estatal é formada por dois canais de televisão, sete emissoras de rádio e duas agências de notícias. Ao todo, são 1.705 empregados concursados.

A ideia estudada pelo novo governo é fazer um corte de até 10% do quadro pessoal, manter apenas uma emissora de televisão, com perfil estatal, e reduzir para cinco as emissoras de rádio.

A reestruturação, no entanto, não será feita imediatamente. A previsão é de que ela ocorra em um prazo de dois anos, com a venda de imóveis e estúdios.

Procurado pela reportagem, Luiz Antonio disse que deixa a EBC "em processo ordinário e natural", decorrente "do exercício de cargos de confiança". Ele negou que tenha tido desavenças com Santos Cruz.

"A movimentação feita pela Secretaria de Comunicação é um processo natural, sem desentendimento de qualquer natureza", disse.

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Debate sobre causas e desdobramentos do rompimento da barragem de Brumadinho acontecerá hoje (22) na Univasf

Com o tema "Rio São Francisco: Causas e Desdobramentos do Rompimento da Barragem de Brumadinho/MG”, será realizada hoje (22) uma mesa de debates na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). O debate acontecerá das 19h às 21h, no auditório da biblioteca, no Campus Sede, em Petrolina (PE). O evento é aberto à participação de toda a comunidade.

Promovido pelo Diretório Acadêmico (DA) de Ciências Biológicas, o evento conta com apoio das Pró-Reitorias de Ensino (Proen) e de Extensão (Proex) da Univasf, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e da Frente Brasil Popular. O debate visa chamar a atenção da sociedade da região do Vale do São Francisco para as consequências do rompimento da barragem de Brumadinho. Haverá emissão de certificados aos participantes.

A mesa será composta pelo reitor da Univasf, Julianeli Tolentino de Lima, representando o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF); pelo pró-reitor de Extensão em exercício da Univasf, Nilton de Almeida; pela professora do Colegiado de Ciências Biológicas e coordenadora do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna Caatinga), Patrícia Nicola; pela professora do curso de Jornalismo em Multimeios da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) Márcia Guena; e pelo representante do MAB Roberto Oliveira.

Segundo a integrante da organização do evento, Carlaíse Freitas Gomes, a iniciativa tem o intuito de “chamar a atenção das instituições, dos estudantes e dos demais setores da universidade para debater e construir coletivamente, ações concretas que possam reverter a situação em que se encontra a bacia do São Francisco e que atinge diretamente a vida de milhares de ribeirinhos, comunidades tradicionais, como povos indígenas, quilombolas e fundo de pasto”. 

O evento integra uma agenda de mobilização nacional que vem acontecendo em solidariedade às vítimas e também em defesa do rio São Francisco.

Fonte: Ascom Univasf

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Tato, do Falamansa, conta como a música o aproximou das famílias atingidas pela Vale

Os crimes socioambientais de Mariana (MG) e Brumadinho (MG) comoveram artistas em todo o Brasil. Vocalista e compositor da banda de forró Falamansa, Ricardo Cruz, conhecido como Tato, foi um deles. Em parceria com o rapper Gabriel, o Pensador, ele escreveu a canção "Cacimba de mágoa" após o rompimento da barragem do Fundão, em novembro de 2015. A ideia era celebrar a resistência do povo brasileiro e denunciar a omissão do consórcio Samarco – pertencente à mineradora Vale – naquele vazamento.

O rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão, no último dia 25, tocou o coração de Tato mais uma vez. Em entrevista ao Brasil de Fato, o músico fala sobre a convivência com militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e analisa que é importante manter o assunto em alta, para evitar que desastres dessa natureza se repitam.

Confira na íntegra:

*Brasil de Fato: Como surgiu a ideia de compor "Cacimba de mágoa", essa canção tão sensível? Como foi o desafio de trazer à tona o sofrimento dos atingidos e atingidas pelo rompimento da barragem em Mariana?

Tato: Na verdade, é um assunto que infelizmente é propício pro momento, já que a gente acaba de passar por isso novamente, com as mesmas características, com os mesmos alertas. Enfim, tudo que a gente tentou passar nessa música "Cacimba de Mágoa". Quando escrevi, eu estava prestes a lançar um disco, e foi logo após o rompimento da barragem de Fundão, de Mariana. Eu estava muito com aquilo na cabeça – não só com a  tragédia em si, mas com essa preocupação, realmente, de que as coisas passam muito batido no país.

Poucas pessoas falam [sobre isso], principalmente no meio musical. Eu acredito que é fundamental a gente ter uma palavra sincera, honesta sobretudo, e expressar o que a gente sente, o que a gente vê, servindo de exemplo para outras pessoas.

Nessa época, eu fiquei tomado por essa necessidade de escrever. Quando eu escrevi a música, o refrão, eu já tinha mentalizado que precisaria ser dito mais. Tinha muita coisa para ser dita, e nada melhor do que o rap pra fazer isso, porque ele condensa grandes ideias em longas frases. É bacana, porque foi um meio que a gente pode juntar também, na intenção do veículo da comunicação o rap junto do forró.

Eu já conhecia o Gabriel – inclusive, eu tinha até visto uma foto dele na boca do rio Doce, onde fica a Vila de Regência, dias antes. Aí, eu pensei: é o cara certo mesmo para falar sobre isso, por já conhecer Regência, conhecer a boca do RIo, por surfar ali. Ele, na mesma semana, veio ao estúdio e a gente gravou a música.

Ela, na verdade, não é só um alerta, mas foi [escrita] com uma intenção de auxílio também. A gente fez com que todos os direitos autorais da música fossem destinados à arrecadação de verba para ajuda na área do leito do rio Doce. Então, a música serviu não só como alerta, mas também, no fim, serviu para ajudar algumas famílias ribeirinhas.

*Você teve contato com o MAB desde a tragédia anunciada de Mariana. Gostaria de saber como você avalia a participação e o trabalho dos movimentos populares na denúncia desses crimes ambientais e no apoio dos atingidos e atingidas?.

No momento em que a gente lançou essa música, eu me aproximei muito não só das pessoas, mas dos órgãos que estavam tentando auxiliar os atingidos. E, assim, eu conheci o pessoal do MAB, Aliás, não só conheci, como viraram parte do meu cotidiano. Tem grupos em que até hoje eu estou dentro, seguindo e acompanhando, e me deixa honrado de fazer parte de um grupo como o MAB.

Participam do clipe diversos artistas, como Mestrinho, Genival Lacerda. Como você enxerga o papel da música na denúncia de assuntos tão urgentes?

Há 20 anos, tudo que eu escrevo é sabendo da importância que uma letra tem na nossa sociedade, em qualquer sociedade. Desde o início, eu escrevi com esse intuito, de entender que uma letra pode fazer a diferença dentro de uma sociedade – para o bem e para o mal, infelizmente.

A gente  fala sobre alegria, sobre fé, sobre amor, sobre esperança, mas passar o bem por meio da letra inclui também falar sobre consciência ambiental, respeito ao próximo – que são necessidades básicas de uma sociedade que está tentando encontrar o seu eixo. Isso faz da música muito importante, no dia a dia das pessoas.

É claro que, para cada escolha há uma renúncia. Isso te tira um pouco daquele "top", do jeito que as pessoas escrevem hoje…

*Como você mensura o crime socioambiental de Brumadinho, em comparação com a impunidade e o descaso que observou em Mariana?

A gente alertou tanto. Na mídia, fala-se muito sobre a barragem de Fundão, a Barragem de Mariana, durante estes três anos. Mas, no "backstage", foi alertado muito sobre as outras barragens.

É momento de a gente direcionar os esforços, não só prestando as homenagens e direcionando os olhos da sociedade para o que aconteceu, mas também para o que pode acontecer. Esse sistema de barragens não é de um sistema desenvolvido, de um país que busca ser desenvolvido e se diz ser desenvolvido.

As pessoas contam vidas, como se fosse um medidor – "agora nós temos que ajudar um pouquinho, porque morreram mais pessoas".

A vida humana não é para ser medida, não há jeito de medir. Então, é complicado ver isso acontecer de novo. Mas, de qualquer forma, acredito que as pessoas estarão muito mais atentas, como eu vejo já acontecendo, na televisão, nos jornais, na internet… as pessoas já olham para outras barragens.

Fonte: Brasil de Fato
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I Seminário Cordel Patrimônio Cultural Imaterial Unesco será realizado no Crato

Entre os dias 24 e 28 de fevereiro o GeoPark Araripe e a Universidade Regional do Cariri (URCA), realizam o 1º Curso Universidade de Verão da URCA sobre Inovação, Aproveitamento de Recursos Minerais da Chapada do Araripe, Geoparques, Desenvolvimento Regional Sustentável e Estilos de Vida Saudáveis em Crato-Ce.

Estão sendo ofertadas 200 inscrições para universitários, professores e profissionais do Brasil e do exterior interessados em participar das discussões. 

Concomitante ao evento ocorrerá a 1ª Reunião da Rede Geoparques da América Latina e Caribe (Brasil, México e Uruguai) e ainda o 1º Seminário Cordel Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO– voltado para apreciar estudos deste patrimônio.

 Será uma semana repleta de atividades como seminários, workshops, painéis, oficinas e incursões em campo.

 As discussões serão encabeçadas por palestrantes reconhecidos internacionalmente, como o  Coordenador da Rede Global de Geoparques da UNESCO (UNESCO-GGN), Nickolaos Zouros;  a representante do Escritório da UNESCO no Brasil, Denise Gorfinkel e do Coordenador da Rede Latino- Americana e Caribenha de Geoparques (GeoLAC), Charles Canet.

Outras informações como prazos de submissões de trabalhos, cronograma e comitê técnico podem ser encontradas no site do evento, em http://cev.urca.br/siseventos/site/geo.
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Simulado em Jacobina treina moradores e servidores sobre o que fazer caso barragem rompa, Barragem é de rejeitos e parecida com a que rompeu em Brumadinho

Um simulado foi realizado na manhã desta sexta-feira (22), em Jacobina, no norte da Bahia, para treinar moradores e integrantes de órgãos públicos sobre o que fazer caso haja rompimento da barragem da cidade, que é de rejeitos, e parecida com a que rompeu em Brumadinho, em Minas Gerais, no dia 25 de janeiro deste ano.

Pelo menos 400 moradores de povoados próximos à barragem, além de integrantes da polícia, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e funcionários da mineradora responsável pela barragem participam do simulado.

A atividade foi realizada especialmente, com os moradores dos povoados de Canavieiras, Itapicuru, Pontilhão, Pontilhão de Canavieiras e Couro Velho.

A simulação envolvei ainda os funcionários da Yamana Gold, Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

"As barragens que têm mais alto potencial de dano são as localizadas em Jacobina (2), Santa Luz (1) e Itagibá (1), mas elas estão sendo monitoradas, inclusive presencialmente, e as empresas estão cumprindo os condicionantes impostos pela ANM", completou Lima.

A Bahia não tem registro de acidentes com barragens de rejeitos. A intensificação do monitoramento das unidades é uma medida preventiva, afirmou o gerente da ANM no estado.

Almacks Luiz Silva agente da CPT, graduado em Gestão Ambiental com especialização em Recursos Hídricos, Saneamento e Residência Agrária em Tecnologias Sociais e Sustentáveis no Semiarido, nas redes sociais aponta que a segunda barragem de rejeito de Jacobina, tem um talude (paredão) de 55 (cinquenta e cinco) metros de altura e capacidade para 13 (treze) milhões de toneladas de material e uma área de 34 (trinta e quatro) hectares.

A barragem ainda tem um potencial de 33,9 milhões de toneladas de material para ser processado. Almacks explica que risco é a função que associa a probabilidade de ocorrência de um evento indesejado com a gravidade das consequências deste evento, caso ele venha ocorrer.
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Nascidos em março e abril começam a receber abono salarial do PIS 2017

O abono salarial do Programa de Integração Social (PIS), ano-base 2017, começa a ser pago nesta quinta-feira (21) para os trabalhadores da iniciativa privada nascidos em março e abril. O crédito em conta para os correntistas da Caixa Econômica Federal foi feito na quarta-feira (20). 

De acordo com a Caixa, estão disponíveis mais de R$ 2,7 bilhões para 3,7 milhões de trabalhadores. Os servidores públicos com inscrição no Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), finais 6 e 7, também recebem o abono salarial a partir desta quinta-feira.

Os valores variam de R$ 84 a R$ 998, de acordo com o tempo trabalhado formalmente em 2017. Os pagamentos são realizados conforme o mês de nascimento do trabalhador e tiveram início em julho de 2018. Os recursos de todos beneficiários ficam disponíveis até 28 de junho de 2019.
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Ato em Defesa do Rio São Francisco e ás vítimas de Brumadinho acontecerá na segunda (25)

Na próxima segunda-feira, 25 de fevereiro, faz um mês do rompimento da barragem I da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). Como forma de prestar solidariedade às vítimas do crime ambiental e humano cometido pela maior produtora e exportada de minério de ferro do mundo, a Vale, diversos atos e manifestações serão realizados nesta data em capitais e cidades do Brasil.

No Vale do São Francisco, o ato será em Juazeiro, com concentração na Praça Dedé Caxias (localizada na Avenida Adolfo Viana na esquina com a Rua Oscar Ribeiro), a partir das 8h.

Os/as manifestantes seguirão em caminhada até o Vaporzinho, na Orla II de Juazeiro, onde o ato será encerrado com um momento inter-religioso. A programação do ato também contará com apresentações culturais. O músico Fatel e a banda P1 Rappers confirmaram presença no evento.

O rompimento da barragem de rejeitos de Brumadinho provavelmente entrará para o ranking mundial como a tragédia que deixou mais mortes envolvendo barragens nas últimas três décadas. O número de vítimas já chega a mais de 300, entre mortos e desaparecidos. Há ainda cerca de 140 pessoas desabrigadas, que perderam familiares, amigos, casas e formas de sustento.

"O ato regional em Juazeiro dia 25 faz parte de um processo nacional de mobilização, com atos em Minas Gerais e por toda a bacia do Rio São Francisco", comenta o integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) Roberto Carlos Oliveira.

Ele complementa que além de prestar solidariedade aos atingidos/as, o ato também tem como objetivos denunciar a empresa Vale, que cometeu dois crimes em pouco mais de três anos em Minas Gerais (Brumadinho e Mariana) e defender o Rio São Francisco, que poderá ser contaminado com os rejeitos da barragem do Córrego de Feijão.

O Rio Paraopeba, por onde corre a pluma de rejeitos de Brumadinho, é um dos afluentes do Velho Chico e já está com a água inutilizável em boa parte da sua extensão.

"De certa forma a bacia do São Francisco já foi afetada, porque o Paraopeba é um afluente do Velho Chico. A nossa preocupação aqui no Vale do São Francisco é como essa contaminação ao longo da bacia pode gerar mais danos, porque pode afetar o consumo da água e também outras atividades, como a dos pescadores", destaca a integrante do Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP) Rizoneide Gomes.

A preocupação de que os rejeitos da barragem, que contêm metais pesados, cheguem ao Rio São Francisco tem mobilizado a população dos municípios de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE). 

Representantes de universidades, órgãos públicos e da sociedade civil se reuniram para debater a situação e cobrar medidas efetivas para a preservação do rio, o que resultou na criação do Fórum Permanente de Defesa do Rio São Francisco. O bispo da Diocese de Juazeiro, Dom Carlos Alberto Breis, também manifestou, através de nota, a apreensão de que o Velho Chico seja contaminado.

O Ato em solidariedade às vítimas de Brumadinho e em defesa do Rio São Francisco é organizado por movimentos sociais e organizações populares, como o MAB, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Comissão Pastoral da Terra (CPT), CPP e a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA).

Fonte: CPT
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II Curta no Araripe Mostra de Cinema será realizado entre 30 de abril a 04 de maio

O sertão do araripe vai virar uma imensa tela de cinema. O município de Exu, terra onde nasceu Barbara de Alencar e Luiz Gonzaga conta com um importante aliado para a divulgação da produção cinematográfica pernambucana. Entre os dias 30 de abril a 04 de maio acontecerá o II Curta no Araripe Mostra de Cinema.

O Evento está programado para ser realizado em Exu (dia 30 de abril, Moreilândia (01 maio), Granito (02 maio), Bodocó (3 maio) e Ouricuri (4maio). O evento prestará homenagem aos atores Lalá Dancing e Junior Baladeira.

A exibição acontece a partir das 19hs na praça da Igreja Matriz dos municípios. A entrada é livre ao público e a pipoca grátis

Um dos idealizadores do evento, o Produtor Cultural, Escritor e ex-Secretário de Cultura, Turismo e Desportos do Município de Exu, Francisco Robério Saraiva Fontes (Bibi Saraiva) – revela que o objetivo é priorizar a exibição de trabalhos pernambucanos. 
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Fórum Nacional de Radiofusão acontece nesta quinta em Brasilia

O MCTIC - Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações vai reunir os radiodifusores de todo o país para conhecer o panorama atual, identificar os principais desafios do setor, inclusive a revisão do ambiente regulatório. Até o momento, o evento tem mais de 500 inscritos de quase todos os estados.

O objetivo do Fórum é valorizar o diálogo entre o ministério e os representantes das emissoras de rádio e TV comerciais, educativas, comunitárias e consignações da união. A programação inclui painéis sobre os cenários nacional e internacional da TV aberta; o processo de implantação da TV digital no Brasil; migração das rádios AM para a faixa FM; além de um panorama sobre a radiodifusão comercial, educativa e comunitária no país.

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Astronauta Marcos Pontes, fará a abertura do evento, juntamente com o secretário de Radiodifusão, Elifas Gurgel. Entre os palestrantes, o jornalista Alexandre Garcia será um dos destaques e vai abordar o tema “Fake News - o Desafio da Comunicação Ética”. 

“Respiramos mudanças. Este encontro é de extrema importância para atualizarmos os desafios e reconhecermos as oportunidades do setor. Estou feliz com a agenda e otimista com os resultados que poderemos atingir juntos”, ressalta Marcos Pontes.

Também haverá a participação de representantes de associações de emissoras de rádio e TV do Brasil, como Abert, Abratel e Abraço, além de associações e profissionais ligados às novas tecnologias aplicadas à radiodifusão.

“Durante o evento, queremos ouvir os profissionais da radiodifusão e suas observações sobre as políticas para o setor, as questões de atendimento e como eles enxergam o futuro. Vamos discutir como o ministério pode incentivar cada vez mais a radiodifusão para que ela possa crescer, gerar emprego, renda e melhorar a qualidade de vida das pessoas”, destaca o secretário Elifas Gurgel.

Segundo ele, também serão apresentadas ações que estão sendo formuladas pelo MCTIC. “Essencialmente, vamos utilizar mais as novas tecnologias para dar mais agilidade aos processos dos radiodifusores no ministério, com ênfase na transparência total”, revela Elifas Gurgel.
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