FESTIVAL DE MÚSICA 100 ANOS DE RÁDIO NO BRASIL ABRE INSCRIÇÕES

Em comemoração ao centenário do rádio no país, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) promove o Festival de Música 100 anos de Rádio no Brasil, com inscrições gratuitas a partir das 18h de 1º de agosto. O objetivo é valorizar a produção de artistas nacionais e revelar obras musicais inéditas.

Para celebrar a efeméride, a Rádio MEC, a Rádio Nacional e a Rádio Nacional do Alto Solimões abrem espaço nas suas programações para cantores, compositores e instrumentistas. As gravações concorrentes devem ter identificação com o perfil musical das emissoras públicas.

Com novo formato, que contempla os eventos musicais consagrados já realizados pelas rádios geridas pela EBC, o Festival de 2022 vai premiar os vencedores em cinco categorias: música clássica, instrumental, infantil, popular e regional do Alto Solimões, restrita aos autores da região de Tabatinga (AM) e da Tríplice Fronteira.

Os interessados podem concorrer com até duas obras por categoria. A duração de cada produção deve ser de no máximo seis minutos para música popular, infantil e regional do Alto Solimões. Já as composições nas categorias música clássica e instrumental podem ter até dez minutos.

Os artistas têm até o dia 31 de agosto para garantir sua participação e devem preencher o formulário online e fazer upload do material solicitado no regulamento do Festival de Música 100 anos de Rádio no Brasil.

A seleção das músicas ganhadoras valoriza o voto popular. A participação do público por votação na internet considerada nas etapas do concurso definirá várias finalistas. A escolha das outras concorrentes fica a critério da Comissão Julgadora formada por personalidades de notório saber ou em atividade na área musical e profissionais da EBC.

O Festival de Música 100 anos de Rádio no Brasil será organizado em etapas e tem início com a abertura do período de inscrições. As três fases seguintes englobam a seleção, a divulgação e a veiculação das músicas classificadas, semifinalistas e finalistas na programação das emissoras, respectivamente, de acordo com votação popular pela internet e análise da Comissão Julgadora. Ao final, as obras vencedoras são selecionadas e anunciadas.

No primeiro momento após o término das inscrições, a Comissão Julgadora seleciona até cem músicas classificadas para a segunda etapa. O número de obras por categoria vai atender a proporcionalidade de músicas inscritas.

As produções escolhidas na fase inicial serão executadas na programação das emissoras para apreciação dos ouvintes que podem votar nas músicas de sua preferência. Os critérios da Comissão Julgadora para avaliar as obras observam a qualidade artística (música, letra, partitura e interpretação), originalidade e a qualidade da gravação.

As composições classificadas na segunda fase ainda passam por uma semifinal, também com veiculação nas rádios, até a definição das obras finalistas na quarta etapa. Esta fase reunirá selecionadas músicas por categoria, definidas por votação popular através da internet e pelos critérios da Comissão Julgadora.

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PARA CELEBRAR 33 ANOS SAUDADES DE LUIZ GONZAGA, EXU INAUGURA MUSEUS OFICINAS DO CICLO DO COURO

Para celebrar os 33 anos de saudade de Luiz Gonzaga, que morreu no dia 02 de agosto de 1989, o município de Exu, Pernambuco, inaugura na próxima terça-feira, os Museus Oficinas do Ciclo do Couro-Museu Oficina Mestre Zé Venceslau, Museu Oficina Xico Aprígio e Museu Oficina Tonho dos Couros.

A inauguração acontece no Sítio Chapada dos Gomes, às 9hs. A solenidade integra a programação dos 33 anos de saudades de Luiz Gonzaga.

Os Museus Orgânicos têm como principal premissa estabelecer um vínculo entre o legado histórico do saber dos mestres da cultura e onde inicia e reside a tradição: suas moradas, explica Isa Araújo Apolinário, Secretária de Cultura e Turismo de Exu.

"Os Museus Orgânicos tem o poder de tornar as casas dos mestres em lugares de memória e de afeto, permeados de fotografias, vestimentas, instrumentos e tudo aquilo que marca o cotidiano dos mestres. Para além dos objetos pessoais, os Museus Orgânicos mostram aos visitantes o bem mais precioso, embora intangível, que é o saber", finaliza Isa. 

CAMINHADA DA SANFONA E MISSA: Neste domingo, 31 de julho, no Parque Aza Branca acontece a Missa da Saudade, 33 anos sem Luiz Gonzaga e a Caminhada das Sanfonas, a partir das 10hs da manhã.


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GONZAGUEANOS MANTEM LEGADO DE LUIZ GONZAGA VIVO EM JUAZEIRO E PETROLINA

Em 1989, ano da morte de Luiz Gonzaga, Diego Silva de Andrade era um uma criança, 4 anos. Nascido no Distrito de Pilar, Caraíbas Metais,  o hoje empresário vai completar 37 anos. Herdou do seu saudoso pai o gosto pela música de Luiz Gonzaga.

Diego é um dos gonzagueanos que todos os anos, na data do nascimento de Luiz Gonzaga, 13 dezembro é presença na festa do Rei do Baião.

Ele coleciona um acervo de discos raros de Luiz Gonzaga. São lps, alguns raríssimos, em formato de cera e revistas. Diego possui um grande número de fotos com os nomes mais renomados da música brasileira, exemplo Gilberto Gil e Dominguinhos. O amor pela obra de Luiz Gonzaga despertou em Diego a vontade de aprender a tocar sanfona. 

"Um dos momentos mais fortes e emocionantes foi participar em 2012 dos 100 anos de nascimento de Luiz Gonzaga lá em Exu, terra onde ele nasceu. Marcou a minha vida", relata Diego. Recentemente Diego esteve realizando uma visita ao compositor Onildo Almeida que vive em Caruaru, agreste de Pernambuco, um dos mais talentosos parceiros do Rei do Baião.

Outro momento especial, de acordo com Diego foi fazer o aniversário temático para festejar o aniversário do seu primeiro filho, de 3 anos, com o tema sobre Luiz Gonzaga. "É natural buscarmos transmitir para as novas gerações o valor e importância de Luiz Gonzaga para a cultura brasileira", diz Diego.

Luiz Gonzaga (1912 - 1989) é um dos principais nomes da história da música brasileira, completará 110 anos em dezembro. E, para comemorar a data, Paulo Vanderley, que desenvolve pesquisas sobre a vida e a obra do artista, iniciou uma série de ações. Uma destas atividades é o podcast “Luiz Gonzaga - 110 anos do Nascimento”, que está disponível nas plataformas de streaming Spotify e Anchor.

Os episódios já podem ser escutados. toda quarta-feira. Diego Andrade é um dos participantes do Podcast. Paulo Vanderley diz que o objetivo do programa durante o ano é dialogar com pessoas próximas do artista e de seu trabalho. Nos conteúdos já houve conversas com Lenine, Fábio Passadisco, Breno Silveira e Chambinho. 

Em Juazeiro, para homenagear Luiz Gonzaga, existe um grupo de pessoas, que se dedica a estudar a vida e obra de Luiz Gonzaga. O Bloco O Gonzagão foi idealizado em 1996, portanto são 26 anos valorizando e preservando a memória do sanfoneiro Luiz Gonzaga. Neste dia 02 de agosto de 2018, o Grupo mais uma vez presta homenagens ao Rei do Baião. Sanfoneiros e pesquisadores formaram uma roda de sanfona para celebrar a ausência física do sanfoneiro do Riacho da Brígida.

O presidente do Bloco O Gonzagão, João Luiz, diz que é tradição todo ano,  dia 02 de agosto, a festa da saudade e no dia do nascimento especial 13 de dezembro, o grupo se unir e ir participar da Missa de Ação de Graças em Exu.  "Ouvimos música, uns trazem discos vinil antigo, até fita cassete, outros já mostram a tecnologia mais avançada que tem destaque Luiz Gonzaga. E assim mantemos viva a história de Luiz Gonzaga".

No espaço, localizado no bairro João XXIII em Juazeiro, onde funciona o ponto de Encontro dos Gonzagueanos, existe uma exposição de quadros da vida e obra de Luiz Gonzaga e toda uma gastronomia nordestina. 

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PROGRAMA NAS ASAS DA ASA BRANCA DO PRÓXIMO DOMINGO CELEBRA OS 33 ANOS DE SAUDADE DE LUIZ GONZAGA

Alemberg Quindins é Pintor, escritor, músico, socioeducador, arqueólogo e criador da Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri.

Domingo 31 de agosto de julho no Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos, às 8hs www.radiocidadeam870.com.br e Rádio FM 95.7, o Café Prosa será com Alemberg Quindins. 

Você vai saber o motivo do Estado de Espírito do vento/cariri que sopra com saudade do Mar. Patativa do Assaré. Luiz Gonzaga e Padre Cícero, arqueologia e gestão cultural são temas da conversa.

Alemberg diz que a Chapada do Araripe tem uma influência nesse território desde o período cretáceo. Em torno dela, de um lado tem Luiz Gonzaga, a Pedra do Reino, de Ariano Suassuna e a Missa do Vaqueiro, Padre Cícero, Patativa do Assaré, Espedito Seleiro, toda uma cultura. O Cariri é um oásis em pleno sertão. É o solo cultural por conta de toda essa força que vem da geologia, da paleontologia, da cultura. Você vai entender a importância do contexto da Chapada do Araripe para o mundo.

"A Chapada é um platô central. Aqui, era o único lugar onde Lampião se ajoelhava e deixava as armas na porta. Território sagrado", diz Alemberg. 

O Memorial do Homem Kariri teve sua origem a partir das pesquisas de mitologia e etnomusicologia dos pesquisadores, músicos e produtores culturais: Alemberg Quindins e Rosiane Limaverde. 

Atualmente, a Casa Grande se consolida como ponto de memória da ancestralidade, da mitologia e da arqueologia do cariri cearense, utilizando-se da arte como ferramenta capaz de proporcionar uma imersão mais consciente destes assuntos.

Francisco Alemberg de Souza Lima, o Alemberg Quindins, é um dos criadores da Fundação Casa Grande-Memorial do Homem Kariri em 1992 com o intuito de valorizar a história do povo da região, o Vale do Cariri, e ser um centro de memória.

Em conversa com o BLOG NEY VITAL e que será transmitida no programa NAS ASAS DA ASA BRANCA-VIVA LUIZ GONZAGA E SEUS AMIGOS, na Rádio Cidade Am, Alemberg explica que a Chapada do Araripe é uma confluência de quatro Estados: Ceará, Pernambuco, Piauí e Paraíba.

"Um resumo do Nordeste. A Chapada do Araripe tem uma influência nesse território desde o período cretáceo. Em torno dela, de um lado você tem Luiz Gonzaga, a Pedra do Reino, de Ariano Suassuna e a Missa do Vaqueiro, por exemplo; de outro, do lado de cá, temos Padre Cícero, Patativa do Assaré, Espedito Seleiro, toda uma cultura".

Ainda de acordo com Alemberg a Chapada do Araripe é um platô central. "Aqui, era o único lugar onde Lampião se ajoelhava e deixava as armas na porta. Território sagrado. Portanto, o Cariri é um oásis em pleno sertão. É o solo cultural do Ceará por conta de toda essa força que vem da geologia, da paleontologia, da cultura. É onde você entende a importância do contexto da Chapada do Araripe para o mundo. Nosso manancial é esse: a cultura. A maioria dos mestres da cultura popular estão aqui. E, da forma como acontece em solo caririense, essa reunião de tanta coisa, não vamos encontrar em nenhum outro lugar do Estado".

A Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri, é uma instituição sem fins lucrativos, de utilidade pública federal. O local se tornou espaço de vivência em gestão cultural para crianças e jovens do sertão e tem como objetivos constantes no seu estatuto, pesquisar, preservar, coletar, juntar em acervo, comunicar, exibir, para fins científicos, de estudo e recreação, a cultura material e imaterial do Homem Kariri e de seu ambiente".

"Nós resgatamos a cultura local nas áreas de arqueologia, mitologia, artes e comunicação", conta Alemberg. Os alunos mantêm um canal de TV, de rádio, uma editora de gibis e um museu que conta com um rico acervo de 2.600 HQs e 1.600 títulos de clássicos do cinema. A ideia é desenvolver a capacidade de liderança das crianças a partir dos laboratórios de produção.

Arte, cultura, música e TV. Essas são apenas algumas das atividades oferecidas pela Fundação Casa Grande, em Nova Olinda, Cariri do Ceará Francisco Alemberg Quindins, músico e educador social da ONG que forma cidadãos e os transformam em protagonistas da própria história neste período de isolamento social tem participado de lives, transmissões ao vivo que tem contribuindo ainda mais para a divulgação do trabalho desenvolvido com as crianças.

No próximo mês de dezembro a Fundação vai completar 27 anos, o espaço guarda algumas artes indígenas dos primeiros habitantes da região; possui uma rádio; dispõe de uma editora de gibis, com um acervo com mais de 3 mil títulos; tem ainda um teatro; e uma banda de lata, que encanta quem visita a fundação.

Para registrar tanta coisa boa, a fundação conta com um canal virtual, a TV Casa Grande, cujo objetivo é dar voz, mostrar a arte dos moradores da região e documentar a cultura local.

O sucesso da fundação rendeu a ela o título de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e muita visibilidade para cidade de Nova Olinda, que recebe, por ano, mais de 50 mil visitantes.

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PROJETO CORDEL NO FUSCA DO POETA FALCÃO GANHA POPULARIDADE EM EXU E REGIÃO

O poeta Falcão inovou ao montar, num fusca, a itinerante idéia de divulgar o cordel pelas ruas de Exu, Pernambuco e região da Chapada do Araripe. 

Em Exu, Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga, Antônio Givaldo Taveira dos Santos, é conhecido pelo nome de Poeta Falcão.

O poeta Falcão teve a idéia de lançar o Cordel no Fusca. A proposta ganhou popularidade e hoje o cordelista é convidado para participar de palestras, oficinas em outras cidades.

Nascido no dia 21 de abril de 1969, no sítio lagoa do meio Exu Pernambuco, o poeta é casado com Maria de Jesus Soares Taveira, com a qual tem uma filha,  Sarah Taveira Soares.

"Inicialmente minha trajetória poética aos dez anos de idade. Desde pequeno ouvia as poesias de Patativa do Assaré, nos rádios de pilha, minha mãe era leitora de cordéis. Atualmente sou autor de quase trinta cordéis e três livros de poesia popular brasileira", afirma o poeta. 

Ele conta que ainda em 2019 teve a ideia de criar o Projeto Cordel no Fusca, para servir de atração turística  no Museu do Gonzagão, o qual comercializa cordéis. 

"No futuro pretendo adesivar no fusca com figuras de literatura de cordel, e  fotos do Luiz Gonzaga e Patativa do Assaré, com cores da bandeira de Pernambuco.

Nas redes sociais, Poeta Falcão recebe centenas de incentivos para realizar esse é um belo sonho. "O incentiva as crianças, jovens e adultos, a adquirir a prática da Leitura da literatura de cordel, para isso preciso angariar fundos para a concretização do projeto. Preciso de patrocinadores", finaliza o Poeta Falcão.


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ACAVASF REALIZA CAMPANHA DE DEVOLUÇÃO DE EMBALAGENS DE AGROTÓXICOS EM JUAZEIRO

Chegou a hora de devolver as embalagens vazias de agrotóxicos. Os produtores rurais são o público alvo da campanha, pois em muitos casos existe dificuldade para dar a destinação adequada às embalagens, que são altamente tóxicas. Quando as embalagens são abandonadas no campo, enterradas ou queimadas podem contaminar o solo, a água e o ar, além de colocar em risco a saúde humana e os animais.

Vários orgãos e entidades, exemplo Codevasf,  estão apoiando a Associação do Comércio Agropecuário do Vale do São Francisco (Acavasf) no recebimento itinerante de embalagens vazias de agrotóxicos.

A iniciativa faz parte de uma lei federal e busca incentivar e educar os agricultores para o cuidado com o solo fértil, contribuindo para a preservação do meio ambiente. O cronograma para devolução acontecerá entre os dias 01 de agosto e 03 de outubro.

Projeto Maniçoba NH 1, DIA 01 de agosto e NH-2 (16 de agosto); Projeto Tourão (19 de agosto); Mandacaru (22 de agosto); Salitre (12 de setembro); Curaçá NH-1, NH-2, e NH-4 (29 de setembro) e NH-3 ao lado da casa de bomba (03 de outubro), sempre em horário comercial, das 09h às 12h/ das 13h às 17h.

Entrega: Para facilitar a entrega, recomenda-se a tríplice lavagem, separação de tampas coloridas das brancas e retirada dos lacres. Após a entrega dos pequenos produtores, as embalagens são levadas para uma Central de recebimento, em Petrolina, onde passam pelo processo de classificação e prensa.






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LUIZ GONZAGA E A CULTURA BRASILEIRA

Luiz Gonzaga, através da sua música, deu origem a uma das mais significativas representações da cultura brasileira. Sua música e o baião, sua mais expressiva criação, revolucionaram o imaginário do povo brasileiro. Um universo ímpar de significações que alargou as fronteiras da nossa identidade nacional, incluindo o povo nordestino no imaginário do Brasil.

Há quem diga que o Nordeste, tal qual o compreendemos, foi uma invenção de Seu Lua. A grandeza de sua obra fez dele um dos representantes mais ilustres da cultura brasileira, pelo que dela ele soube traduzir e o que a ela soube, com sua genialidade, acrescentar.

Ainda jovem, tornou-se um símbolo do País inteiro. Entre meados das décadas de 1940 e 1950, o baião foi o estilo musical mais tocado no Brasil. O baião é, reconhecidamente, tanto quanto o samba, uma expressão brasileira, por excelência. Em qualquer parte deste planeta. E Luiz Gonzaga, o maior ídolo da música popular brasileira. Desde então, nunca mais deixou de ser ouvido, tocado e composto.

Referência e nostalgia. Quando eu me encontrava exilado, tinha em Luiz Gonzaga a referência mais viva e contagiante do Brasil. Confesso que ouvir suas canções era um sentimento perturbador, me descolava da vida na Suécia onde eu havia encontrado acolhida, era feliz e razoavelmente integrado. Lembranças da minha infância, saudades do que havia deixado para traz, dor do exílio e banzo. Frequentemente choramingava solitário de nostalgia.

Luiz Gonzaga foi uma dádiva para nossa formação cultural em momento de grande expansão urbana. Gonzaga surgiu para o Brasil no Rio de Janeiro num momento privilegiado. A indústria do disco e a rede radiofônica já tinham a maturidade tecnológica e cultural, para entender um talento como o seu, capaz de unir o país de ponta a ponta, com alto nível de elaboração.

Luiz urbanizou sua tradição, predominantemente rural e interiorana. Como todo grande artista, foi capaz de traduzir o seu mundo, universalizando-o; capaz de absorver em seu processo criativo toda a vivência cultural dos nordestinos e torná-las objeto de admiração e de afeto para milhões de brasileiros.

O Brasil é um país tão extenso e tão diverso que precisa ser o tempo todo apresentado a si mesmo. Foi isso o que Seu Luiz fez, apresentou ao Brasil um Nordeste que o Brasil desconhecia. Um mundo cheio de novidades, dores e belezas. Poucos terão cantado tão bem quanto ele e seus parceiros os dramas do povo nordestino; mas, acima de tudo, foi a alegria de viver do nordestino que ele mais intensamente nos revelou. Muitos brasileiros aprenderam a amar e respeitar o Nordeste depois de serem cativados pela rara beleza da voz confiante de Gonzagão, e pelo seu sorriso, exprimindo uma inabalável alegria de viver.

Gonzaga surgiu como representante típico da massa cabocla do sertão. Destinado a plantar no coração da metrópole as sonoridades, os versos e a memória coletiva de um povo que nunca sonhava em ir para a cidade, e só o fazia quando o seu mundo começava a se acabar, pelo latifúndio, pela seca e falta de oportunidade. Como o então presidente Lula. Outro ilustre brasileiro oriundo dessa tragédia nordestina.

JUCA FERREIRA-Sociólogo e ex MINISTRO DA CULTURA

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CARUARU CELEBRA OS 33 ANOS DE SAUDADE DE LUIZ GONZAGA NA TERÇA-FEIRA (02) DE AGOSTO

Em homenagem aos 33 anos de saudade pela morte do "Rei do Baião", Luiz Gonzaga, Caruaru, através da Fundação de Cultura, realizará homenagem ao sanfoneiro, na próxima terça-feira (2), às 19h, no Pátio de Eventos (em frente à estátua).

Intitulada de "33 anos sem Gonzaga, Rei do Baião – Saudade, o meu remédio é cantar", a comemoração terá palestra, realizada por Djean Dantas, que contará a vida e obra do artista, além de poesias e muita música, comandada por artistas de Caruaru, sobre a regência do Maestro Mozart Vieira que farão homenagem ao Rei do Baião, cantando canções de sua autoria.

O evento é aberto ao público e quem desejar, poderá levar para o local 1kg de alimento não perecível, que será entregue para o Transforma Caruaru e instituição religiosa. "A celebração visa enaltecer a memória e o legado que Luiz Gonzaga, o Rei do Baião deixou, através de sua música, história de vida e tudo que representou para os nordestinos", afirmou o presidente da Fundação de Cultura de Caruaru, Rafael Martiniano.

Luiz Gonzaga- Luiz Gonzaga do Nascimento foi um compositor e cantor brasileiro. Também conhecido como o Rei do Baião, foi considerado uma das mais completas, importantes e criativas figuras da música popular brasileira. Nasceu em 13 de dezembro de 1912, na cidade de Exu, Pernambuco, e faleceu no dia 2 de agosto de 1989.

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O HOMEM CHEGA JÁ DESFAZ A NATUREZA...ADEUS REMANSO, CASA NOVA, SENTO SÉ, SOBRADINHO, PILÃO ARCADO

"O homem chega, já desfaz a natureza tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar/ O sertão vai virar mar dá no coração o medo que algum dia o mar também vire sertão/ O Rio São Francisco, lá pra cima da Bahia diz que dia menos dia vai subir bem devagar e passo a passo vai cumprindo a profecia do beato que dizia que o sertão ia alagar/ Vai ter barragem no salto do Sobradinho e o povo vai-se embora como medo de se afogar...Adeus Remanso, Sento Sé, Casa Nova, Sobradinho, Pilão Arcado"...

Além de trabalhar no Sistema de Comunicação na redeGn, jornalista, atualmente sou aluno do Curso em Agroecologia, apresentador e produtor do Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos, todos os domingos, na Rádio Cidade. Sou especialista em Ensino de Comunicação Social e História da Cultura. 

Gosto mesmo é de contar Histórias. Sentimentos mais humanos. Sem elas, não há uma boa canção. Todos os bons cantores e compositores deveriam contar os bastidores de suas canções. Estive em Sobradinho, Bahia. Jornalista que sou, ouvi muito mais que o lado físico sobre o uso das águas do Rio São Francisco, das pedras e ferros que construíram a Barragem da Hidroelétrica, Chesf. Lembrei das famílias afetadas e obrigadas, forçadas a deixar o seu pedaço de terra.

Neste turbilhão aprendi que sou um eterno aprendiz. E eu juro que vi, a natureza, sem mágoas ou rancor, revelando o impacto sobre o meio ambiente. Ouvi através das nuvens e das águas evaporando o som das sanfonas, pífanos e violões, o lamento, quase choro, sobre a perda da identidade, referência cultural e histórica. 

Olhando o maior lago artificial da América Latina, gritei a gratidão a Sá e Guarabyra e não sabia o que falar para as árvores e o vento que soprava, aos pássaros e cardumes de peixes.

Devo dizer que Sá e Guarabyra, são talentosos e justos, partindo do sertão de sãofranciscano de Cinamomo e Tabuleiro às peripécias nova-iorquinas de Ziriguidum Tchan;  seguindo por aventuras de estrada, como em Meu Lar É Onde Estão Meus Sapatos, aos casos de amor vividos em Nuvens D Água, Dona, Espanhola e hinos ecológicos como Paraíso Agora.

A música “Sobradinho” provocou a questão ecológica na música brasileira. Na época eles ergueram a voz contra a injustiça e olhos viram o que poucos enxergavam. São dezenas de trilhas de novelas, teses de mestrado, monografias e documentários nas redes sociais, mais de quatrocentas músicas, gravadas por eles e por cantores de três gerações da música brasileira.

Conta-se que no ano de 1977, quando Sá e Guarabyra faziam um percurso de carro pelo sertão do Vale do São Francisco, nas margens do Rio São Francisco em direção à cidade de Bom Jesus da Lapa, onde o pai, de Guarabyra vivia, caminhavam pelas ruas quando ouviram uma prosa estranha dita por mais de duas pessoas. Caminhões gigantes, como nunca vistos por ali, andavam levantando as terras de uma região vizinha.

Então seguiram para lá e viram o que jamais imaginavam. Não só os caminhões, mas também muitos homens trabalhavam para construir a represa gigante de Sobradinho, um lago 600 vezes maior do que a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, construído com águas represadas do Rio São Francisco para fazer funcionar a usina hidrelétrica de Sobradinho. Ninguém sabia disso naquela tarde em que Sá e Guarabyra tiveram a visão do sertão virando mar. Sob regime ditatorial, os jornais nada noticiavam e o projeto era tocado às escuras.

Seis cidades seriam inundadas, centenas de famílias seriam removidas e o impacto ambiental se anunciava.  

As cobranças previstas e as inimagináveis logo chegariam, como o aumento nos índices de degradação ambiental, e destruição, além do impacto na mente humana. Quantos amores deixaram de existir?

Sá & Guarabyra fizeram a primeira reportagem, poesia denunciando em música o que o mundo saberia em breve. “Adeus, Remanso, Casa Nova, Sento-Sé / Adeus, Pilão Arcado, vem o rio te engolir / Debaixo de água lá se vai a vida inteira / Por cima da cachoeira o gaiola vai, vai subir / Vai ter barragem no salto do Sobradinho / e o povo vai-se embora com medo de se afogar / O sertão vai virar mar / dá no coração / o medo que algum dia o mar também vire sertão…” 

Foi a partir do sucesso da música que o Governo Militar então começou a fazer propagandas para reverter a imagem e dizer que a iniciativa faria bem ao País.

Sá e Guarabyra. No batismo Luiz Carlos Pereira de Sá é carioca. O baiano da dupla é Guttemberg Nery Guarabyra. Os dois tiveram suas músicas gravadas na voz de Biquini Cavadão, Elis Regina, Roupa Nova, Trio Nordestino, Gal Costa entre outros grandes artistas.

Assim ouvi e aqui reproduzo. (Texto reportagem Ney Vital - Jornalista)

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FOTOGRAFIA REVELA A PRIMEIRA FESTA DA SAUDADE COM A PRESENÇA DE LUIZ GONZAGA EM JUAZEIRO, BAHIA

Fotografias revelam histórias. Luiz Gonzaga fez a viagem para o "Sertão da Eternidade" no dia 02 de agosto de 1989. Cândido Alves Neto, no dia 26 maio de 1999 e José Antônio de Souza, 03 de agosto de 2003. Eles fazem parte desta foto clicada no ano de 1985, durante a primeira Festa da Saudade na AABB, Juazeiro Bahia.

Quantas histórias guardam essa foto registrada junto ao rei do Baião, Luiz Gonzaga, que no dia 02 de agosto vai completar 33 anos de morte.

Hildene Nunes Sento Sé de Souza, atualmente está com 78 anos. Na época esposa de José Antônio de Souza, apelidado de Jesus. A educadora Hildene hoje é aposentada. Foi professora e diretora da Escola Estadual Helena Celestino Magalhães. Escritora, inquieta, ela escreveu dois livros,  Sento Sé Uma família, uma cidade, parte 1 e 2.

Em sua casa ela guarda a história através de fotografias. Nascida em 02 de março de 1944, Hildene revela que a foto é um momento de muita alegria. "Todos queriam ser fotografados ao lado de Luiz Gonzaga, Rei do Baião. Antônio gostava muito das músicas de Luiz Gonzaga, aboios, no livro registro os versos de Vavá Machado e Marcolino, dois grandes aboiadores que fizeram homenagem para nós", diz Hildene.

Detalhe: dona Hildene foi fotografada tocando sanfona, instrumento que ela disse ter aprendido de ouvido.

O tempo e o espaço entre o ano da foto da AABB, a Festa da Saudade e este ano de 2022 marcam 37 anos. Na época Hilda Sento Sé de Souza

Carvalho, filha de Hidene e José Antonio, tinha 17 anos. "É uma recordação inesquecível. Nossa família sempre gostou de cultura e todas as fotos que mamãe guarda até hoje revela a história e provoca a certeza do futuro que será contado para as novas gerações e também pesquisadores", diz Hilda.

A jornalista Clarice Alves, 42 anos, é filha de Cândido Alves Neto, apelidado de "Pavio". Em vida Cândido Alves Neto também atuou como radialista. Foi apresentador do Programa Forró do Varandão, com a tradicional vinheta, o Pavio do Bigodão.

Clarice conta que foi pela expressividade, comunicação dinâmica do pai, ela optou pela área de jornalismo.

"Papai era muito dinâmico. Dançava, proseava muito. Adolescente, Cresci ouvindo os discos, lps da época na voz de Luiz Gonzaga. Minha memória afetiva reside neste tempo. Ouvir rádio na época de pilha. A nossa educação musical vem dele sim".

A REDEGN também fez contato com Josesam Pereira de Souza. Hoje ele tem 78 anos. "Sinto muita emoção, Guarda outras fotos até hoje e agredeço a Grande Arquiteto do Universo ter vivido este momento. Na época todos se juntaram ali para a fotografia e hoje estamos contando a história".

"Zezão", como é conhecido, mora no Distrito de Pinhões. "Lembro que pedi na festa para o Rei do Baião tocar, a música Numa Sala de Reboco e ele pediu para o sanfoneiro Mauro, fazer a introdução, o sobrinho dele, Joquinha Gonzaga também estava nesta apresentação".

A fotografia é a possibilidade de revisitar um passado feliz é sempre uma experiência prazerosa.

"A fotografia tem esse poder. Ao olhar para uma foto, riquezas de detalhes são observadas e a cena é reconstruída", diz o cantor e compositor, sanfoneiro Targino Gondim, ressaltando a importância desta reportagem, visto que em tempos de recursos digitais,facilidades de armazenamento estão ao alcance de um clique. Na internet, os tempos digitais oferecem um acervo de milhares de fotos com uma riqueza de detalhes impressionante, mas em 1985, não havia essa facilidade. Por isto o valor histórico desta fotografia", finalizou Targino.

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DE OLHO NA SAÚDE, BRASILEIRO PROCURA MAIS POR PRODUTOS ORGÂNICOS

"O grande legado que a pandemia deixou é que o orgânico cresce na mente das pessoas", explica Cobi Cruz, diretor executivo da Organis — Associação de Promoção dos Orgânicos. O consumo de produtos do tipo passou de 19% para 31%, entre os anos de 2019 e 2021, de acordo com a pesquisa "Panorama do consumo de orgânicos no Brasil 2021", realizada pela entidade, em parceria com a consultoria Brain e com a iniciativa UnirOrgânicos.

O estudo mostra que os itens orgânicos mais consumidos são os hortifrútis (75%), seguidos por grãos (12%), cereais (10%), açúcar (8%) e biscoitos (6%). Além disso, a saúde é citada por 47% dos entrevistados como o principal motivo para a compra de produtos do gênero, enquanto outros 13% dizem que o mais importante é serem livres de agrotóxicos. Para 24%, esses produtos têm melhor qualidade.

Os dados foram levantados entre produtores, varejistas e canais on-line, que renderam 987 entrevistas em todo o país, entre setembro e outubro de 2021. "O orgânico começou a aparecer, não isoladamente nas pesquisas de interesse do consumidor, muitas vezes associados a produtos frescos, por exemplo. Uma hora ele vai aparecer sozinho porque os consumidores querem ver orgânicos na prateleira", avalia Orbi.

Entretanto, a comercialização enfrenta duas barreiras, que Orbi elenca como principais. "A primeira delas é a falta de entendimento sobre o que é um produto orgânico. Por efeito, outro problema é a falta de valorização desse produto pelo não entendimento e a disposição de pagar seu preço", explica.

Assim, o consumo no Brasil está longe de alcançar um limite. "O mercado orgânico tem muito a crescer sem precisar aumentar a área de produção. O Brasil está muito longe de saturar esse mercado. O orgânico é mais do que um benefício individual, é um bem coletivo e ambiental", diz.

Outra informação levantada pela pesquisa foi quanto ao local mais acessível para a compra de orgânicos. Supermercados são os principais canais de vendas para 48% dos entrevistados, seguidos pelas feiras (47%). De acordo com Orbi, atualmente, esse é um comportamento também em fase de modernização. "Na época eram produtores que vinham do interior para vender nas feiras. Hoje, as prateleiras são também virtuais", diz.

Proprietário do mercado on-line de produtos orgânicos Pomar Brasília, que entrega por meio de delivery, o advogado Fábio Bittencourt diz que o cenário continua estimulante, mas que o fim da pandemia esfriou a demanda por "cestas básicas de orgânicos", que são entregues duas vezes por semana. Os kits custam entre R$ 120 e R$ 180, a depender dos itens escolhidos pelo cliente.

"Na pandemia entregamos entre 80 e 90 cestas semanais, mas agora chegamos a, no máximo, 45, com 12 itens, no mínimo. São até 18 produtos nela. Por essa razão, também diminuí o número de funcionários, de quatro para duas pessoas", explica Fábio, que trabalha duas vezes por semana no Pomar, sem abandonar a advocacia.

A consultora de relacionamento, Laís Martins dos Santos, é uma das que resistiu e se mantém consumindo alimentos orgânicos, comprando uma cesta básica com valores entre R$ 140 e R$ 180 por semana. "Já há algum tempo tenho preferido comprar produtos orgânicos por conta da saúde e saber que são livres de agrotóxicos", confirma.

Na cesta são quatro tipos de frutas, quatro tipos de verduras, quatro tipos de legumes e um tipo de tempero. "Leio várias coisas a respeito e também tenho a sensação que o sabor fica mais acentuado e melhor. Com a entrega em casa, consigo comer salada em todas as refeições", explica. (Fonte Correio Braziliense)

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EMPRESÁRIO JOSÉ RAMOS TRANSFORMA PROPRIEDADE RURAL EM CENTRO DE TRIAGEM DE ANIMAIS SILVESTRES

Garantir a preservação da caatinga é um dever de todos, mas a iniciativa de José Ramos vai além de um  gesto. O empresário, morador de Lagoa Grande, no Sertão de Pernambuco, transformou a propriedade que comprou em um verdadeiro paraíso para o cuidado e proteção de diversos tipos de animais.

Há 12 anos, José Ramos se tornou uma espécie de guardião da fauna e da flora da caatinga. O Centro de Triagem de Animais Silvestres criado por ele fica localizado no Sítio Garça. O local também funciona como área de soltura de animais, com o objetivo de devolver a liberdade a espécies ameaçadas de extinção.

"Aos poucos a gente foi investindo e preservando, com essa parceria com o Sistema Fauna e o Ibama, entendendo que a gente tem esse espírito conservacionista passamos a trazer animais e fazer a soltura. Então os animais vão se reproduzindo e se multiplicando e hoje está essa maravilha".

O espaço é autorizado a receber animais resgatados em ações de combate ao tráfico, entregues de forma voluntária e recolhidos em situação de risco. No estado de Pernambuco existem 22 Centros de Triagem como o de José, sendo sete deles no Sertão. Todos são autorizados pela Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH).

O Local abriga diversos animais como papagaios, jabutis, jacu, mocó e até os de maior porte, como as emas e outras espécies da fauna. O espaço amplo da reserva oferece aos animais a liberdade da natureza, como os papagaios que conseguem voar ate 30 quilômetros por dia.

Antes de chegarem ao centro, muitos animais não conheciam o gosto da liberdade, por isso precisam de tempo e monitoramento para serem devolvidos ao habitat natural. A vegetação da reserva é rica em espécies nativas da caatinga e de outros biomas e possui braúna, graviola, angico, juazeiro, aroeira, eucalipto, e mais espécies sendo replantadas.

José Ramos explica que manter toda estrutura preservada não é fácil e nem barato. Só com a alimentação dos animais são cerca de R$ 6 mil por mês, mas contribuir com a natureza é muito mais gratificante. Atualmente, segundo o empresário, é impossível saber quantos animais vivem na reserva. Só da família dos papagaios, quase 200 já foram devolvidos ao meio ambiente.

"O que a gente faz aqui eu entendo como uma conexão mais próxima dos princípios do criador. Essa é a minha maneira de me comunicar e estar mais próximas dos princípios da natureza".

" Então , quando a gente tem ações mais próximas do que o criador deixou, de alguma maneira a gente é retribuído. Então, é uma satisfação muito grande, apesar que tem custos, mas isso se faz por amor. Não se pensa e dinheiro", destaca.

A mudança no cenário da propriedade impressiona Sebastião Torres. Ele é trabalhador rural e responsável por cuidar e alimentar os animais, antes de seguir para o trabalho na roça.

"Eu coloco ração duas vezes para os animais. Quando chego aqui tem que lavar os cochos de água e colocar água limpa para os animais. Aí quando termino eu vou para a roça".

Rodeado pelos bichos na maior parte do dia, seu Sebastião conhece diversas espécies pelo nome, com a proximidade de quem cuida e convive com muito respeito e carinho.

"Aqui tem várias espécies. Todo animal tem por aqui. Tem Papagaio, Cotia, Tatu Peba, Veado, Cabeça Vermelha, Juriti, Sofrer, Passo Preto... eu passo todos os dias rodeado. A minha função é cuidar deles".


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FESTA NA MATA BRANCA: CAATINGA GANHA UMA NOVA RESERVA PARTICULAR

Há muito o que se fazer, mas iniciativas como a de Jorge Dantas, criador do Refúgio Jamacaii, apontam um dos rumos que devemos seguir.

Filho de pai e mãe do interior, Jorge Dantas é um oficial de justiça que em 2016, aos 49 anos, entrou no curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) buscando entender melhor os passarinhos, animais que sempre o encantaram. Já no curso, durante as aulas de ornitologia, o estudo das aves, ele se encontrou e fortaleceu ainda mais o encantamento por esse grupo de seres vivos, mas agora com algumas centenas de nomes científicos, cantos e padrões de coloração para decorar. 

O resultado disso é que Jorge está prestes a defender o seu trabalho de conclusão de curso, que envolve as aves da fragmentada e ameaçada Mata Atlântica do Centro de Endemismo Pernambuco, porção do bioma ao norte do rio São Francisco, incluindo o território potiguar, onde ele concentra seus esforços.

Mas foi mirando na biodiversa e semiárida Caatinga (mata branca, em tradução do tupi-guarani) que Jorge acabou de realizar seu maior sonho, a criação da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Refúgio Jamacaii. A reserva com nome de um dos pássaros mais bonitos da Caatinga, o concriz ou corrupião (Icterus jamacaii, no nome científico), está localizada justamente na região onde seu pai nasceu e cresceu, na zona rural da pequena Equador, no coração do Seridó potiguar.

 Criada pela Portaria Nº 459, de 2 de junho de 2022, do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), a mais nova RPPN da mata branca brasileira tem pouco mais de 135 hectares de vegetação de caatinga preservada ou em estágios diferentes de regeneração. “É a realização de um sonho. Espero que mais RPPNs sejam criadas para que nossa Natureza seja preservada, nossos biomas sejam preservados, a nossa existência neste Planeta seja prolongada”, comemorou Jorge ao se deparar com a publicação da portaria do ICMBio.

Quem acha que os esforços de conservação do Jorge e sua família começam só agora, com a criação da reserva, está muito enganado. Desde que comprou a área, há cinco anos, têm sido realizadas na área atividades como o controle de plantas invasoras, o plantio de árvores nativas e, especialmente, o manejo de bebedouros artificiais para dessedentação da fauna nos períodos de estiagem associado ao monitoramento por meio de câmeras automáticas. Através destes aparelhos já foram registradas mais de 12 espécies só de mamíferos terrestres nos bebedouros, incluindo tatus, raposas, tamanduás e até dois pequenos felinos ameaçados de extinção.

O gato-do-mato-pintado (Leopardus tigrinus) e o gato-mourisco (Herpailurus yagouaorundi) são a maior sensação da reserva, já que sempre aparecem mães com seus filhotes brincalhões nos registros. Mas não é só isso, o Refúgio Jamacaii já participou de ações de conservação previstas no Plano de Ação Nacional para Conservação dos Pequenos Felinos do ICMBio, através de uma campanha de vacinação de cães domésticos visando diminuir a disseminação de doenças para felinos silvestres, atividade apoiada pelo Projeto Gatos do Mato Brasil e o Tiger Cat Conservation Initiative.

Se antes o Refúgio Jamacaii já contribuía muito para a conservação da fauna e da flora da Caatinga, como RPPN sua relevância ganha outro patamar. Após criada, uma área averbada como RPPN tem como objetivo principal conservar a diversidade biológica local, permitindo apenas a pesquisa científica e a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais nos seus limites.

 Segundo Lívia Cavalcanti, ecóloga e mestranda do Programa de Pós-graduação em Ecologia da UFRN, RPPNs são hoje uma das principais ferramentas para se alcançar os objetivos de conservação, dada a alta porcentagem de terras sob propriedade privada no Brasil (e no mundo). Esse tipo de iniciativa deve ser complementar aos esforços do poder público em conservar a biodiversidade e garantir a sadia qualidade de vida da população, obrigação prevista desde a Constituição Federal de 1988. No entanto, a iniciativa particular ganha cada vez mais destaque. 

“Frente a um quadro em que se torna cada vez mais cara, complexa e demorada a criação de áreas de proteção pública, a destinação voluntária de terras particulares para implementação de áreas protegidas se tornou uma alternativa complementar necessária”, complementa Lívia, que pretende com sua pesquisa identificar fatores no cenário nacional que incentivam e ajudam na manutenção das RPPNs, e para isso está coletando repostas de proprietários de reservas particulares de todo Brasil (link do formulário). 

Essa nova unidade de conservação vem em boa hora. A Caatinga figura entre os biomas brasileiros menos protegidos por unidades de conservação criadas pelo poder público, isso é ainda mais uma realidade em estados como o Rio Grande do Norte. Por isso, pesquisadores defendem, por exemplo, que aumentar o número de áreas protegidas públicas e particulares deve ser uma ação estratégica dentro dos crescentes processos de licenciamento ambiental de empreendimentos eólicos e solares em áreas prioritárias para a conservação da Caatinga. Em se tratando de reservas particulares, a RPPN Refúgio Jamacaii é a oitava UC desta categoria no território potiguar, sendo a quinta na Caatinga. 

Mas segundo Robson Henrique Pinto da Silva, Coordenador de Meio Ambiente e Saneamento da Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte (SEMARH), esse número deve crescer em breve, já que em fevereiro deste ano foi publicado um decreto que estabelece os critérios e processos para criação de reservas particulares a nível estadual, o que deve simplificar e agilizar esse tipo de processo e beneficiar proprietários particulares interessados em destinar áreas para fins de conservação. “Como parte das ações de divulgação, está sendo organizado junto a UFRN o ‘II Seminário para Criação de Unidades de Conservação Particulares: Conservação Ambiental e perspectivas de Sustentabilidade Financeira’, o qual será realizado nos próximos dias 05 e 06 de julho”, finaliza Robson.

Há muito o que se fazer, mas iniciativas como a de Jorge Dantas apontam um dos rumos que devemos seguir. A proteção e recuperação de áreas naturais é especialmente importante em um cenário de mudanças climáticas e avançado processo de desertificação em regiões da Caatinga, como recentemente destacado na capa de um dos jornais mais famosos do mundo, o The New York Times, que denunciou a transformação da vegetação natural em um quase deserto justamente na região Seridó do Rio Grande do Norte, onde o Refúgio Jamacaii acaba de ser criado.

 É aqui que o gesto de Jorge, iniciado pelo amor às aves e apego às suas origens, torna-se ainda mais relevante para a causa ambiental, garantindo habitat preservado e a manutenção e serviços ecológicos para os habitantes do Refúgio Jamacaii e seu entorno e inspirando outros proprietários a repetirem esse feito em outras áreas naturais da Caatinga, para assim como Jorge, carregarem consigo a consciência de devolver um pouco para a natureza o que tanto retiramos dela! (Fonte: O Eco Jornalismo Ambiental/Paulo Henrique Marinho)

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POÇO REDONDO: LAMPIÃO, MARIA BONITA E A NOITE DE AMOR EM 28 DE JULHO

Aquela noite, 28 de julho, era a noite de seus desejos. Seus corpos se amariam como nunca. Seus olhos confessavam seu amor. Havia uma necessidade de abraçar mais forte, de se beijar mais quente, de sussurrar segredos. 

O suor os unia em complexa solução salgada. Seus fluidos se misturavam cumprindo seu destino. A lua, a noite, o silêncio no campo. A terra calava-se diante de tanta cumplicidade. Nus, abraçados, juraram amor eterno, enquanto seus dedos se entrelaçavam. 

A rusticidade de suas vidas nunca invalidara seus momentos de paixão.  O cactos, a poeira da caatinga, os bichos mais estranhos, a brisa inexistente, tudo reverenciava e abençoava sua união. Naquela noite, toda a alegria do mundo invadia-lhes a aura. Até que veio a manhã e adormeceram para sempre.

Fonte: Aderaldo Luciano-professor. Doutor em Ciência da Literatura

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MESTRE DA SANFONA LUIZINHO CALIXTO DIZ QUE FESTIVAL NACIONAL DO FORRÓ DE ITAÚNAS MOSTRA PARA O BRASIL A VALORIZAÇÃO DA CULTURA

O Festival Nacional Forró de Itaúnas (Fenfit), realizado no Espírito Santo, aconteceu entre os dias 16 a 23 de julho, com mais de 50 shows entre atrações deste ano Mestrinho, Gennaro, o Trio Xamego (SP), Flávio Leandro, Dorgival Dantas, Dió Araújo,  Mariana Aydar, Banda Rastapé e o Trio Dona Zefa, comemorando 20 anos de carreira. 

O sanfoneiro, Mestre da Sanfona de 8 Baixos, Luizinho Calixto, 66 anos, através das redes sociais, disse que "o Festival é uma maravilha e ele estava em extase com o sucesso do evento".  Luizinho Calixto é o responsável pela formação, acompanhamento e orientação de centenas de jovens e adultos. E, desta experiência, nasceu o primeiro Manual de Sanfona de 8 Baixos voltado à Afinação Nordestina, método inovador idealizado por ele para a didática em sala de aula.

"O evento lotado de pessoas. Muita gente. Forró puro aqui. Desde a hora que cheguei assistimos os trios de forró, o tradicional,. Estou maravilhado. Nunca vi uma coisa tão bonita. Seria bom que os organizadores de Caruaru, Campina Grande pudessem conhecer, presenciar o que está acontecendo aqui em Itaúnas, para eles saberem o que é forró de verdade", declarou Luizinho Calixto.

O Fenfit é realizado na Vila de Itaúnas, conhecida como Capital Nacional do Forró é de Serra, atrai milhares de pessoas vindas de várias partes do Brasil e do mundo e também movimenta a economia da região.

Ao longo dos oito dias de programação, são revelados os novos talentos do forró. Ao final, os vencedores do concurso recebem uma premiação em dinheiro e participam do CD e DVD do festival.

A premiação é dividida entre 1º, 2º e 3º lugares; melhores intérprete, sanfoneiro, zabumbeiro, triangulista, melhor letra e revelações feminina e masculina.

LUIZINHO CALIXTO: Luiz Gonzaga Tavares Calisto, artisticamente conhecido como Luizinho Calixto, nasceu em Campina Grande, Paraíba, em 21 de junho de 1956. É fruto de uma família de 10 filhos, da união de Maria Tavares Calixto e João de Deus Calixto, o “Seu Dideus” (1913-1989). 

O pai de Luizinho foi um instrumentista paraibano renomado, tocador da sanfona de oito baixos. Já os irmãos mais velhos formam uma linhagem de grandes músicos (Zé Calixto, Bastinho Calixto e João Calixto).

Desde menino, Luizinho conviveu com ícones da historiografia musical brasileira. Muitos eram amigos de sua família, a exemplo de Jackson do Pandeiro, com quem, certa feita, Luizinho dividiu o palco, e Luiz Gonzaga, que lhe presenteou com uma sanfona. O primeiro álbum veio em 1975, intitulado “Vamos dançar forró”, com o qual percorreu o Brasil em turnê.

O artista vive há pelo menos 40 anos da profissão de tocador de oito baixos. Tem 12 discos gravados entre vinis e CDs. Mostrou sua arte a milhares, em países como Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha, Suíça, Argentina e Angola. Luizinho também foi o criador do Encontro de Sanfoneiros e Tocadores de Fole de Oito Baixos da UEPB. Teve participação, como instrumentista, em gravações de artistas aclamados: Sivuca, Dominguinhos, Chico César, Evaldo Gouveia, Fagner. Soma-se, ao seu currículo, parcerias com Elino Julião, Genival Lacerda, Messias Holanda, Alcymar Monteiro e Beto Barbosa; integrou, igualmente, shows de Belchior, Marinês e Nara Leão.

Luizinho Calixto É professor do Centro Artístico da UEPB desde 2013. Recentemente, a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) incluiu o nome de Luizinho no registro de Mestre das Artes – Canhoto da Paraíba – Rema/PB. Luizinho Calixto é o responsável pela formação, acompanhamento e orientação de centenas de jovens e adultos. E, desta experiência, nasceu o primeiro Manual de Sanfona de 8 Baixos voltado à Afinação Nordestina, método inovador idealizado por ele para a didática em sala de aula.

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AGRICULTORES DO SERTÃO E MOXOTÓ SÃO BENEFICIADOS COM ECOTECNOLOGIAS

O projeto "Direito à segurança alimentar e nutricional para agricultores familiares idosos do Sertão do Moxotó", surgiu por meio de uma parceria entre o Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta) e a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), iniciado em janeiro de 2022, que ajuda diretamente no direito ao envelhecimento ativo e o protagonismo de agricultores familiares idosos da área do Sertão do Moxotó, especificamente nos municípios de Ibimirim, Inajá, Betânia e Manari, em Pernambuco. 

O projeto conta com 80 participantes agricultores idosos/as, que são beneficiados com ecotecnologias, pensadas especificamente para cada um e suas necessidades. 

De acordo com Aline de Melo Correia, diretora do Serta, desde antes o Serta já desenvolve ações com idosos na microrregião, atendendo, junto com o Programa Uma Terra e Duas águas e o Programa Um Milhão de Cisternas, assessorando com técnicas e implementação de tecnologias sociais de acesso à água para produção de alimentos para o consumo humano, além do projeto Semiárido Sustentável em parceria com a Fundação Banco do Brasil, que busca promover soberania e segurança alimentar, nutricional e hídrica das famílias, além de gerar renda. 

“Esse público já vinha sendo atendido pelos projetos desenvolvidos pelo Serta, porém as ações não estavam especificamente voltados à política da pessoa idosa, e a região apresentava e apresenta a necessidade de termos projetos voltados à atender esses sujeitos. Foi essa necessidade que despertou o desejo do Serta de potencializar o trabalho que já vinha e vem sendo desenvolvido junto a esse público tão importante.”, diz Aline.

As ecotecnologias que estão sendo implantadas são o Sistema de Tratamento e Reuso de Água Domiciliar, Sistema de Cisterna com Microaspersão, Sistema de Cisterna com Sistema de Irrigação por Gotejo, Sistema Agroflorestal, Galinheiro e Horta Vertical, Fogão Ecológico E Horta Vertical e Aquaponia. Elas servem para gerar renda, autonomia e segurança para os idosos participantes do projeto. 

Para o agricultor participar do projeto, foi preciso uma parceria com a Secretária de Ação Social, o Conselho do Idoso dos municípios participantes, representantes e líderes locais. Nas reuniões de mobilização e seleção dos idosos, a equipe passa a visitar as famílias, identificar o perfil dos participantes e realizar o cadastro e diagnóstico. Em suma, os participantes devem ter idade igual ou superior a 60 anos, residentes da zona rural. Além disso, o projeto é voltado tanto para mulheres quanto para homens, tendo como princípio na seleção do público a paridade de gênero (50% mulheres idosas, 50% homens idosos). 

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CARTA ABERTA EM DEFESA DA CULTURA GONZAGUEANA E ENGENHO DA ARTE

Missa do Vaqueiro descaracterizada. Missa Saudade Luiz Gonzaga ainda sem data para o padre e palco para os artistas cantarem a saudade junto como os apreciadores do forró e baião. Quais os caminhos para a valorização da cultura brasileira.

Identidade Cultural no mundo globalizado é fator de atração turística e desenvolvimento econômico e social. Nesta definição, viemos através de Carta Aberta, alertar,  aqui ao atual Governo do Estado de Pernambuco e todos pré-candidatos ao Governo do Estado, Senado, Deputados que não esqueçam Exu, Pernambuco na data Dia Nacional do Forró.

Nesse sentido é inacreditável, mas já era para haver uma consolidação no Calendário do Governo do Estado como a data 13 de dezembro, dia nascimento de Luiz Gonzaga, o Mestre da Sanfona, primordial para a cultura e o movimento da economia da região e o convívio com a seca.

É preciso dizer, refletir  que estamos bem próximos da semana 13 de dezembro, data do aniversário de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião e ainda não se tem um diálogo sobre a programação da Semana Gonzagueana de Cultura, em Exu, berço do sanfoneiro e local onde  Dominguinhos tocou pela última vez.

Parodiando a linguagem Patativa do Assaré, poeta voz também dos gonzagueanos espalhados por todo este Brasil, especial Pernambuco e demais Estados que compõe o Nordeste, “Já passamos setembro, estamos em outubro e cadê as falas em favor da cultura e da indústria da sanfona, triângulo e zabumba, discursos em defesa do compromisso com a cultura e arte”.

Em 2022, dia 13 de dezembro, o Brasil comemora 110 anos de nascimento de Luiz Gonzaga. Nos últimos dois anos, literalmente,  devido a pandemia e as regras de isolamento social Covid-19, a sanfona silenciou.

Mas a pergunta é: e o futuro da cultura gonzagueana? E o Festival Viva Dominguinhos que era realizado em Garanhuns? E os Festivais de Violeiros? e a Missa do Poeta Zé Marcolino, e a Missa do Vaqueiro Serrita? Neste sábado, 23 de julho, são nove anos de morte de Dominguinhos e quais as celebrações Pernambuco e o Nordeste promove?

A falta de uma política cultural no Brasil faz questionar pelo Memorial Pedro Bandeira, Juazeiro do Norte? e Memorial Sivuca? Quais são as novas tecnologias em defesa do patrimônio cultural ? Qual é a política cultural em andamento?

Percebam como temos perguntas! Qual o motivo da cultura continuar a ser tratada como algo secundário? A necessidade de distribuição mais democrática dos recursos para a cultura continua desafiando os modelos que deveriam buscar menos desigualdade social.

Em nome de Dominguinhos e Luiz Gonzaga “tá” na hora de consolidar no calendário o mês de dezembro em Exu e em cada município que a cultura garanta emprego e renda.

Exemplo, Exu tem que ser visto pelo Governo Federal e Estado como lugar histórico cultural. É urgentíssimo  mais valorização para o setor cultural gonzagueano.

Ney Vital – Jornalista-Apresentador do Programa Rádio-Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos (Juazeiro/Petrolina)

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IRMÃ E SOBRINHO DO PADRE JOÃO CÂNCIO, CRIADOR DA MISSA DO VAQUEIRO DE SERRITA MORAM EM PETROLINA

A Missa do Vaqueiro, na cidade de Serrita, este ano em sua 52° edição, a festa traz o sagrado e o profano, preservando assim as tradições, a cultura e a fé do povo sertanejo. Este ano completa 33 anos de morte do Padre João Câncio. Ele juntamente com Luiz Gonzaga e o poeta Pedro Bandeira idealizaram e criaram a Missa do Vaqueiro de Serrita, Pernambuco.

Em Petrolina a reportagem do BLOG NEY VITAL, com exclusividade, encontrou parte da história que deve ser contada, e está no sangue (DNA) dos fatos que se tornaram páginas que as novas gerações precisam conhecer. Trata-se da irmã de João Cancio, dona Maria Helena Santos Costa e de Fabricio Alex Santos Costa, sobrinho. 

Eles moram em Petrolina e são testemunhas do tempo vivido por um João, que se tornou, Padre, casou e se tornou quase lenda nos sertões. Padre João Câncio foi o fundador da Pastoral dos Vaqueiros.

Detalhe: na capa do disco LP 1988, Missa do Vaqueiro,  consta Fabricio presente no altar em Serrita durante a última participação de Luiz Gonzaga na missa. Entre os celebrantes estava o bispo emérito de Petrolina, Dom Paulo Cardoso. Uma autêntica e histórica reunião de vaqueiros contada através de canções que homenageiam e retratam a coragem, a força e a fé do homem sertanejo. É assim que pode ser definida a Missa do Vaqueiro. 

Todavia, nascida em 30 de abril de 1946, Maria Helena vai logo afirmando: "História que tem muitas páginas que precisam ainda ser contadas", ri Helena, no vigor da alegria e da memória que guarda os fatos. Na família ela é a única mulher. Além de Maria Helena vivem Daniel, Antonio e Avelino. Luiz já faleceu. "João me chamava de "Neguinha".

"Lembro quando meu irmão resolveu ser Padre e entrar no seminário. Foi uma surpresa. Tenho lembranças da primeira Missa do Vaqueiro de Serrita e das conversas entre Luiz Gonzaga e meu irmão. Eles queriam justiça pela morte do vaqueiro Raimundo Jacó, assassinado. Com o passar do tempo tudo foi se modificando, esquecendo o lado cultural, o protesto e de fé da missa", revela, Maria Helena.

Enquanto foi Padre, João foi da ala progressista ligada a igreja. Atuante na região João Cancio contribui para fortalecer o nome do sertão. "Infelizmente vim tomar conhecimento que escreveram a biografia dele pelas redes sociais, não consultaram a família".

Fabricio faz referência que ao contrário do que ocorre agora durante as homenagens do 30 anos de morte do Padre João, a biografia escrita pelo jornalista Machado Freire, com o título, João Cancio-a saga do Padre Vaqueiro, esta sim, o autor manteve contato com a família. "Uma das ideias do meu tio era que durante a semana da Missa do Vaqueiro fosse realizado seminário, palestras para fortalecer e valorizar cada vez mais o lado cultural e da história", conta Fabricio.

Maria Helena revela que o seu irmão João Cancio exerceu também  a função de diretor do Colégio Dom Bosco de Petrolina e do Colégio Barbara de Alencar, em Exu, Pernambuco.

Os restos mortais do Padre João Cancio encontra-se no Cemitério Campos das Flores, em Petrolina.

A Missa do Vaqueiro, um dos maiores eventos culturais dos Sertões, tem sua origem na história de Raimundo Jacó, um vaqueiro habilidoso que, segundo a história, foi assassinado numa emboscada por um desafeto da profissão. 

A história de coragem se transformou num mito do Sertão e três anos após o trágico fim, sua vida foi definitivamente consagrada pelo canto e voz  de Luiz Gonzaga. 

O Rei do Baião, que era primo de Jacó, transformou a música “A Morte do Vaqueiro” numa das mais conhecidas e emocionantes canções brasileiras. Os versos da música foram feitos em 1957 por Nelson Barbalho durante uma conversa com Luiz Gonzaga, que lhe contou sua vontade de prestar uma homenagem ao primo e a dificuldade por sempre se emocionar quando pensava na história. 

Por volta de 1974, Luiz Gonzaga solicitou ao amigo Janduhy Finizola, em frente a centenas de vaqueiros, que criasse uma música especialmente para a missa. Nem um pouco intimidado, Janduhy declarou que não faria uma, mas sim todas as músicas, todas seguindo a estruturas dos ritos da igreja, tendo sempre como protagonistas o vaqueiro e a religião.

Nos anos 70  todas as composições foram gravadas, com a liberação do Rei do Baião e Janduhy, e então Quinteto Violado, que estava em início de carreira, grava. "Tenho história para contar o ano inteiro", finalizou dona Maria Helena.


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FESTIVAL LITERÁRIO DO SERTÃO DO SÃO FRANCISCO BATE RECORDE DE PARTICIPANTES

O terceiro dia do Festival Literário do Sertão do São Francisco, FliSertão, foi um sucesso de público. De acordo com os organizadores, mais de 20 mil pessoas prestigiaram as atividades desenvolvidas na última quinta-feira(21), principalmente, no polo do Centro de Convenções, além da programação no Parque Josepha Coelho e eventos satélites na cidade e zona rural. Unidos pela certeza de que a literatura pode, sim, mudar a vida das pessoas, a Prefeitura de Petrolina, por meio da secretaria de Educação, Cultura e Esportes e Andelivros, pretende através do Festival, incentivar e promover o gosto pela leitura e pela arte de toda a comunidade.

Apresentações culturais, peças teatrais, exposições de Arte Terapia, recitais, lançamento de livros de autores locais, com a presença e conversa entre o público e os escritores, exibição de curtas, oficinas, contação de história e feira de livros, movimentaram o evento em seu terceiro dia de programação.

 A feira foi aberta ao público às 9h e, ao longo do dia, alunos, professores e os petrolinenses curtiram todas as atrações e novidades do festival. Um dos momentos mais esperados do evento foram as palestras com o ambientalista Vitor Flores e do ator e dramaturgo, Rodrigo França, que foram centradas na conscientização ambiental e cultural da sociedade.

 Encerrando a terceira noite de forma mais que especial, Santanna - o Cantador, que reúne uma extensa bagagem na música, mais precisamente no forró, apresentou um grande show, aliando forró à literatura, em uma apresentação que lotou o Centro de Convenções, conquistando o público presente. "É uma grande honra participar de um evento literário como este, principalmente em nosso sertão. Uma grande festa em Petrolina, que está atraindo muitos amantes da leitura e de outras linguagens culturais", destacou Santanna. 

O Flisertão está reunindo mais de 42 estandes de editoras e livrarias, local onde os estudantes e professores da Rede municipal estão trocando seu bônus-livro. Nesta sexta-feira (22), quarto dia do FliSertão, destaca-se na programação as palestras com Dr. Felicidade, às 16h, e com a sexóloga Laura Muller, às 19h, no polo do Centro de Convenções. Já no Parque Josepha Coelho acontecerão, atividades de recreação e culturais para o público infantil.

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TARGINO GONDIM, DOMINGUINHOS, ANSELMO GOMES E A SOMBRA DO JUAZEIRO

Targino Gondim. No último dia 20 de julho, Dia do Amigo. No carro a voz de Dominguinhos e Renato Teixeira cantando a música Amizade Sincera. A amizade com Targino Gondim me presentou, proporcionou conhecer o professor, poeta e advogado Anselmo Gomes. 

Anselmo Gomes, já "partiu", desencarnou, viajou para o sertão da eternidade. É habitante de uma nova morada". Mas a alegria, as boas palavras, ações e pensamentos seguem...

Muitas vezes, lá em Exu, Pernambuco, na Varanda do Rei do Baião, Anselmo dialogava: Targino Gondim possui os segredos e nuances da noite estrelada. Cheio de sabedoria aprendeu com "Seu Targino", Luiz Gonzaga e Dominguinhos e bebeu na fonte dos vaqueiros cantadores de viola e por isto  sabe divisar o Cruzeiro do Sul do Sete Estrelo. Este sentimento poético, revelador encontramos em Zé Marcolino, Humberto Teixeira, Zé Dantas. 

Anselmo foi um dos primeiros parceiros na arte de compor com Targino Gondim, Targino no início da trajetória musical. Então, lembrei das músicas de Targino Gondim que gosto de todas. Principalmente das inéditas, ainda não conhecidas do público. Tenho o privilégio de ser amigo desse sanfoneiro e sei que os próximos anos é mais sucesso, novas músicas. Muita música boa no matulão.

Mas quero aqui confessar que meu sentimento bate mais forte quando escuto Na Sombra do Juazeiro, composição de Anselmo Gomes que Targino Gondim gravou e que Dominguinhos numa tarde ao pôr do sol lá em Exu, terra de Luiz Gonzaga revelou ser bonita demais.

Na Sombra do Juazeiro, é tema de saudade, amores, é expressão de sonho, desejo e angústia. Na canção a natureza é solidária até no sofrimento.

Vejamos:

"No meu pé de serra na sombra do juazeiro eu passo o dia inteiro pra ver ela passar mas ela não vem e eu fico esperando sozinho, lamentando aguardando por meu bem/.

E toda quinta-feira lá tem arrasta pé, Vixe, como tem mulher e tanta brincadeira vai amanhecendo o dia e eu fico esperando sozinho, matutando mas não vem quem eu queria/.

Oh tanta malvadeza faça isso comigo não se tens tanta certeza que é teu meu coração na próxima quinta-feira passe logo bem cedinho estou louco por teus carinhos e pra dançar um forrozão...

É por isto que Na Sombra do Juazeiro é minha preferida pois embala, encanta, vibra o sentimento. É um mistério que emudece. Targino Gondim e Anselmo Gomes foram contagiados aqui no ritmo, melodia e harmonia e fizeram uma música mais brasileira, tipo exportação, materializando o real sentido da palavra cultura.

Na Sombra do Juazeiro é o desenho cósmico da natureza-homem-mulher, expressão no choro solitário de dor na união dos destinos. É o juazeiro simbolo de resistência.

Que Santa Cecília protetora da música, ilumine Targino Gondim e a sua sanfona...

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PAPA DIZ QUE CLIMA EXTREMO É VOZ DE ANGÚSTIA DA TERRA, MÃE NATUREZA

O papa Francisco pediu hoje (21), no Vaticano, aos líderes mundiais que prestem atenção ao "coro de gritos de angústia" da Terra, decorrente das mudanças climáticas, condições climáticas extremas e perda de biodiversidade.

Em uma mensagem para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, ele solicitou às nações que enfrentem as mudanças climáticas com a mesma atenção de desafios globais como guerras e crises de saúde, dizendo que o aquecimento global prejudica mais as populações pobres e indígenas.

Francisco afirmou que os países ricos têm uma "dívida ecológica" porque são eles que causaram a maior poluição ambiental nos últimos dois séculos, prejudicando o ritmo da natureza.

"Tragicamente, essa doce canção é acompanhada por um grito de angústia. Ou melhor ainda: um coro de gritos de angústia. Em primeiro lugar, é nossa irmã, mãe Terra, que grita. Vítima de nossos excessos consumistas, ela chora e implora que acabemos com nossos abusos e com a destruição dela", escreveu.

Serviços de emergência têm atuado contra incêndios florestais em partes do sul da Europa em meio a ondas de calor brutais nesta semana, provocando alertas de que a luta contra as mudanças climáticas precisa ser intensificada.

O apelo ocorre alguns dias antes de o papa partir para uma viagem ao Canadá, onde se reunirá com indígenas em Iqaluit, no ártico canadense, que faz parte da região de aquecimento mais rápido da América do Norte.

"Expostos à crise climática, os pobres sentem ainda mais gravemente o impacto da seca, inundações, furacões e ondas de calor cada vez mais intensas e frequentes", disse o papa.

Ele acrescentou que, "da mesma forma, nossos irmãos e irmãs dos povos indígenas estão clamando. Devido a interesses econômicos predatórios, suas terras ancestrais estão sendo invadidas e devastadas por todos os lados, provocando um grito que sobe aos céus."


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RADIALISTA EDENEVALDO ALVES RECEBE MEDALHA SENADOR NILO COELHO NESTA QUARTA-FEIRA (20)

São 57 anos de vida e destes, 40 , dedicados à comunicação no Vale do São Francisco. Edenevaldo Alves recebe a Medalha Senador Nilo Coelho, nesta quarta-feira (20), como reconhecimento pelo seu trabalho em todos esses anos.

A honraria foi criada através da Lei Municipal 868, de 19 de agosto de 1999. É outorgada pelo Poder Executivo Municipal como gesto de justiça e reconhecimento àqueles que prestaram ou prestam relevantes serviços a Petrolina (PE).

O comunicador José Edenevaldo Alves iniciou sua carreira como radialista em 1982, na Rádio Grande Rio AM e trabalhou nos principais meios de comunicação do Vale, como a Emissora Rural, onde começou o “Programa Edenevaldo Alves”, em 1997. Em 25 anos, o programa continua líder em audiência até os dias atuais, pela Rádio Petrolina FM. No virtual, comanda o blog que leva seu nome e há sete anos leva informação com credibilidade à população.

Edenevaldo é casado com Suzana Borges Medrado Alves e pai de Monalisa, Maria Fernanda e André. Possui graduação em secretariado executivo e é pós graduado em Gestão de Pessoas pela Facape.

“Como filho dessa terra, nascido no hospital Dom Malan e apaixonado por Petrolina, me sinto hoje como se fosse uma criança que ganhasse seu primeiro brinquedo, vocês nem imaginam o orgulho que estou em receber tamanha honraria! Obrigado a todos que fazem o poder público municipal, o prefeito Simão Durando e quero compartilhar essa homenagem com minha família, todos que fazem minha família, meus ouvintes queridos do rádio, leitores do blog e claro meus seguidores do Instagram e em especial minha mulher Suzana, minhas filhas Monalisa e Maria Fernanda e meu filho André. Quero ainda registrar minha gratidão a Deus, porque nada disso seria possível sem a Sua permissão”, agradeceu.

A entrega da medalha Senador Nilo Coelho acontece nesta quarta-feira (20), a partir das 19h, na Câmara de Vereadores de Petrolina.

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