EMPRESÁRIO JOSÉ RAMOS TRANSFORMA PROPRIEDADE RURAL EM CENTRO DE TRIAGEM DE ANIMAIS SILVESTRES

Garantir a preservação da caatinga é um dever de todos, mas a iniciativa de José Ramos vai além de um  gesto. O empresário, morador de Lagoa Grande, no Sertão de Pernambuco, transformou a propriedade que comprou em um verdadeiro paraíso para o cuidado e proteção de diversos tipos de animais.

Há 12 anos, José Ramos se tornou uma espécie de guardião da fauna e da flora da caatinga. O Centro de Triagem de Animais Silvestres criado por ele fica localizado no Sítio Garça. O local também funciona como área de soltura de animais, com o objetivo de devolver a liberdade a espécies ameaçadas de extinção.

"Aos poucos a gente foi investindo e preservando, com essa parceria com o Sistema Fauna e o Ibama, entendendo que a gente tem esse espírito conservacionista passamos a trazer animais e fazer a soltura. Então os animais vão se reproduzindo e se multiplicando e hoje está essa maravilha".

O espaço é autorizado a receber animais resgatados em ações de combate ao tráfico, entregues de forma voluntária e recolhidos em situação de risco. No estado de Pernambuco existem 22 Centros de Triagem como o de José, sendo sete deles no Sertão. Todos são autorizados pela Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH).

O Local abriga diversos animais como papagaios, jabutis, jacu, mocó e até os de maior porte, como as emas e outras espécies da fauna. O espaço amplo da reserva oferece aos animais a liberdade da natureza, como os papagaios que conseguem voar ate 30 quilômetros por dia.

Antes de chegarem ao centro, muitos animais não conheciam o gosto da liberdade, por isso precisam de tempo e monitoramento para serem devolvidos ao habitat natural. A vegetação da reserva é rica em espécies nativas da caatinga e de outros biomas e possui braúna, graviola, angico, juazeiro, aroeira, eucalipto, e mais espécies sendo replantadas.

José Ramos explica que manter toda estrutura preservada não é fácil e nem barato. Só com a alimentação dos animais são cerca de R$ 6 mil por mês, mas contribuir com a natureza é muito mais gratificante. Atualmente, segundo o empresário, é impossível saber quantos animais vivem na reserva. Só da família dos papagaios, quase 200 já foram devolvidos ao meio ambiente.

"O que a gente faz aqui eu entendo como uma conexão mais próxima dos princípios do criador. Essa é a minha maneira de me comunicar e estar mais próximas dos princípios da natureza".

" Então , quando a gente tem ações mais próximas do que o criador deixou, de alguma maneira a gente é retribuído. Então, é uma satisfação muito grande, apesar que tem custos, mas isso se faz por amor. Não se pensa e dinheiro", destaca.

A mudança no cenário da propriedade impressiona Sebastião Torres. Ele é trabalhador rural e responsável por cuidar e alimentar os animais, antes de seguir para o trabalho na roça.

"Eu coloco ração duas vezes para os animais. Quando chego aqui tem que lavar os cochos de água e colocar água limpa para os animais. Aí quando termino eu vou para a roça".

Rodeado pelos bichos na maior parte do dia, seu Sebastião conhece diversas espécies pelo nome, com a proximidade de quem cuida e convive com muito respeito e carinho.

"Aqui tem várias espécies. Todo animal tem por aqui. Tem Papagaio, Cotia, Tatu Peba, Veado, Cabeça Vermelha, Juriti, Sofrer, Passo Preto... eu passo todos os dias rodeado. A minha função é cuidar deles".


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