ESCRITOR E JUIZ ONALDO QUEIROGA, A TRAVESSIA ENTRE A DOENÇA COVID-19 E A BENÇÃO DA CURA

Onaldo Queiroga é juiz na Paraíba. Escritor de vários livros sobre a cultura da vida e obra de Luiz Gonzaga e Pinto do Acordeon. Onaldo no início do mês de maio foi internado no Hospital e urgentemente transferido para São Paulo. Diagnosticado com Covid-19 foi entubado e durante 22 dias esteve na UTI. Essa travesia entre a doença e a cura Onaldo Queiroga vai contar brevemente em um livro.

Transcrevemos aqui uma das partes mais emocionantes da história e o renascimento de Onaldo Queiroga. Confira:

EU E ISABELA, MINHA NETA.

Falando, ainda, da minha travessia no COVID-19 lembro-me bem que estava na UTI, com uma traqueostomia, sem poder falar, vivendo dias difíceis, de muita luta, com muitas alucinações, mas também com imagens que me chegavam trazendo paz, esperança e fé para continuar batalhando pela vida.

Para quem não sabe, Isabela Cavalcanti de Queiroga é minha primeira neta, de quatro anos de idade.

Por mais de seis dias, no cair da tarde, naqueles dias difíceis da UTI, passei a vivenciar a imagem de minha esposa, Márcia Queiroga, chegando para me visitar acompanhada de Onaldo Filho, sua esposa Amanda e as filhas Isabela (4 anos) e Laura (9 meses,à epoca), além de Antônio Elias de Queiroga Neto (meu segundo filho) e sua noiva Thaiane Costa, como também Onélia Maria (minha filha) e seu noivo Gustavo Miranda.

Ali permaneciam até umas 20 horas, quando se despediam. Mas todos iam embora, menos Isabela. Ela ficava ali comigo, passava a noite brincando ao redor da minha cama, conversava comigo, sorríamos e ela me transmitia carinho, paz e esperança de vida.

Depois de algumas horas, ela dizia: Vovô, eu vou dormir! Deitava numa cama vizinha a minha e ali dormia a noite inteira, como se fosse um anjo a me guardar, a me guiar naquela dolorosa travessia. Logo quando o dia amanhecia, ela acordava e falava: Vovô eu já vou para minha casa. De noite eu volto.

Foram dias vivenciando essas imagens, a presença desse anjo, que espiritualmente, inexplicavelmente, vinha durante a noite para me fazer companhia, me fortalecer e com seus gestos de carinho me conduzir pelas tortuosas veredas daquele calvário.

Depois que deixei a UTI, fui para a SEMI-UTI, onde já de posse do meu celular passei a receber vídeos pelo whatssap que meus filhos e minha esposa me enviavam. O incrível é que em alguns desses vídeos o destaque era justamente as mensagens de Isabela, onde ela falava carinhosamente comigo, da sua saudade e pedindo para que eu fosse brincar com ela, além de falar que me amava. Não conseguia acreditar no que via nos vídeos. Era uma confirmação plena do que senti vivenciando as imagens com minha netinha enquanto estava na UTI.

Posteriormente, eu já de alta hospitalar, ainda em São Paulo, recebo a visita de meu filho Onaldo Filho e sua esposa Amanda. Eles me relataram que Isabela, por vários e vários dias, sonhara que estava dormindo comigo no hospital, em uma cama vizinha a minha e dizia que eu estava melhor. 

O incrível é que Isabela fez um desenho onde eu apareço deitado em uma cama e, em outra vizinha a minha, ela aparece deitada. Esse desenho me foi entregue por Amanda.

Esse período, de minhas visões com Isabela, coincide com as noites em que ela sonhou que estava comigo no hospital. São coisas inexplicáveis, mas o fato é que aconteceu e que me fortaleceu para o enfrentamento daquela situação dolorosa que vivenciei na UTI, período de muito sofrimento, mas que, sem dúvida, a presença de Isabela, em forma de anjo, me ajudou a vencer dias extremamente difíceis de luta pela vida. Isabela, essa vitória também é sua, te amo!!!


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JUAZEIRO E OS DESAFIOS DA ARBORIZAÇÃO URBANA

"O homem toma conhecimento da sua própria personalidade quando procura unir-se o mais possível a natureza". A frase é de Teilhard de Chardin. 

Além de contar pessoas, automóveis e quilômetros de infraestrutura, as cidades hoje começam a contar árvores. As árvores urbanas, se inseridas no planejamento dos municípios, significam mais uma ferramenta de combate às mudanças climáticas. Além disso, a artificialidade e a falta de conexão com a natureza que muitas cidades apresentam estão relacionadas diretamente a diversos problemas de saúde da população.

O Rei do Baião, Luiz Gonzaga desde 2012 é Doutor Honoris Causa da Ecologia. O título é justificado por ser um "autêntico representante da cultura nordestina, cujas canções envolvem ecologia humana e meio ambiente, enaltecendo a fauna da caatinga e referenciando a conservação da natureza".

Este mês de setembro, que possui um dia dedicado árvore merece ser concluído com desafios que Juazeiro precisa discutir para os próximos anos: Arborização.

Na orla elas, as árvores estão qual a oração de São Francisco, servindo a população, ofertando sombra e renovando o ar. De acordo com o último levantamento do IBGE, os municípios brasileiros apresentam carência de áreas verdes nas zonas urbanas. O pior desempenho é das cidades médias com população de 100 mil a 200 mil habitantes: cerca de 40% das residências não têm árvores no entorno. 

A professora Cândida Beatriz Lima, graduada em engenharia Agronômica, mestrado em Ciências Agrárias e doutora em Ciências Agrárias diz que são catingueiras, jatobá, ipê roxo e juazeiro. Algumas destas árvores são jovens. Todavia algumas já com histórias que ultrapassam os 30 anos.

O funcionário público Robério Vieira, 51 anos, recorda que quando criança brincava no cais e além da beleza do rio São Francisco existia árvores na cidade e que "torce que uma política de meio ambiente esteja presente nos próximos anos na cidade".

As árvores fazem parte da nossa história, desde o descobrimento até os dias atuais. Uma importante e antiga relação é com o próprio nome do país, originário da espécie Pau-brasil (Paubrasil echinata). Outras espécies representaram importantes ciclos econômicos, como por exemplo o ciclo do Cacau (Theobroma cacao) e o ciclo da borracha (Hevea brasiliensis).

A maior e mais significativa importância das árvores é a ambiental, pois são organismos essenciais para o equilíbrio do planeta, desempenham funções vitais como o controle da temperatura, aumento da umidade do ar, maior controle das chuvas, qualidade da água dos mananciais, controle de erosão, manutenção da biodiversidade, além de produzirem frutos, sementes, madeira, resinas e outros produtos.

A presença das árvores no meio urbano é muito recente, eram vistas apenas como elementos integrantes das florestas. A arborização urbana e sua evolução teve seu início e desenvolvimento por volta do século XV na Europa, sendo que sua prática se tornou comum a partir do século XVII, através da iniciativa pioneira das cidades de Londres e Paris, com seus Squares e boulevars.

A engenheira Cândida Lima aponta que são inúmeros os benefícios da arborização urbana, os principais são: melhoria da qualidade do ar; redução dos níveis de ruído; redução das ilhas de calor; proteção/alimentação da avefauna; redução do escoamento superficial.

"As árvores são também fontes de alimentos e moradia para insetos e pássaros que contribuem com o equilíbrio ambiental', diz Cândida.  Esses benefícios estendem-se desde o conforto térmico e bem-estar psicológico dos seres humanos até a prestação de serviços ambientais indispensáveis à regulação do ecossistema.

O sucesso de um plano de arborização ocorre quando há o envolvimento do setor público, privado e a população local. E com a criação de normas que estimule a arborização de forma eficiente; a criação de programas de educação ambiental que promova o convívio harmônico da população com as árvores; e aplicação o princípio da educação ambiental, onde qualquer agressão ou intervenção deve ser avaliada, dimensionada e necessariamente compensada por medidas reparadoras na proporção direta do dano causado, ou a causar.

"A árvore não prova a doçura dos próprios frutos; o rio não bebe suas próprias ondas; as nuvens não despejam água sobre si mesmas. A força dos bons deve ser usada para benefício de todos". Provérbio hindu.
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CANTOR E COMPOSITOR TARGINO GONDIM É UM DOS INDICADOS AO PRÊMIO DA MÚSICA LATINA (Grammy Latino 2020)

Uma das maiores premiações da música latina anunciou, nesta terça-feira (29), os indicados ao Grammy Latino 2020, prêmio que avalia as gravações realizadas entre junho de 2019 e maio de 2020. O evento será em 19 de novembro em formato remoto.

Dentre os brasileiros que integram a lista de indicações, consta o cantor e compositor Targino Gondim. Em contato com a reportagem do BLOG NEY VITAL , Targino Gondim disse que concorrer ao Oscar da Música mais uma vez é algo que mostra o quanto todos os parceiros envolvidos valorizam a harmonia, o ritmo e a melodia presente em um dos melhores Álbuns de Música de Raízes em Língua Portuguesa.

“Divido essa indicação com meus parceiros que cantam comigo no álbum: Ivete Sangalo, Bell Marques, Carlinhos Brown, Zeca Baleiro, Saulo, Fágner, todos da nossa ONErpm e com todos|as fãs do meu trabalho e da minha história”, comemorou Targino.

Na lista de indicados ainda estão Anitta, As Bahias e a Cozinha Mineira - agora intitulada de As Baías, Marcelo Jeneci, Céu, Emicida, Pabllo Vittar, Letrux, Maria Bethânia, Zeca Pagodinho, Ney Matogrosso, Elza Soares, Melim, Rapadura, Suricato e Anavitória, os porto riquenhos Ozuna e Bad Bunny e o colombiano J Balvin, o qual acumula 13 indicações, dentre elas a de Melhor álbum do ano, Melhor interpretação urbana, Melhor performance reggaeton por Morado e Loco contigo.

Confira os principais indicados ao Grammy Latino 2020:

*Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa

Veia nordestina – Mariana Aydar

Aqui está-se sossegado – Camané & Mário LaginhaAcaso casa ao vivo – Mariene De Castro e Almério

Targino sem limites – Targino Gondim

Obatalá: uma homenagem a Mãe Carmen – Grupo Ofa

Autêntica – Margareth Menezes


Melhor Canção Urban

Adicto – Tainy, Anuel AA e Ozuna

Muchacha – Gente De Zona e Becky G

Rave de Favela – MC Lan, Anitta, BEAM e Major Lazer

Rojo – J Balvin

Yo x Ti, Tu x Mi – Rosalía & Ozuna

Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa

N – Anavitória

Enquanto estamos distantes – As Bahias e a Cozinha Mineira

APKÁ! – Céu

Guaia – Marcelo Jeneci

Eu feat você - Melim


Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa

AmarElo – Emicida

Little eletric chicken heart – Ana Frango Elétrico

Letrux aos prantos – Letrux

Universo do canto falado – Rapadura

Na mão das flores – Suricato

Melhor Álbum de Samba/Pagode

Mangueira, a menina dos meus olhos – Maria Bethânia

Martinho 8.0 – Bandeira da fé: um concerto – Martinho da Vila

Samba jazz de raiz, Cláudio Jorge 70 – Cláudio Jorge

Fazenda samba – Moacyr Luz e Samba do Trabalhador

Mais feliz – Zeca Pagodinho

Melhor Álbum de Música Popular Brasileira

O amor no caos volume 2 – Zeca Baleiro

Belo Horizonte – Toninho Horta & Orquestra Fantasma

Bloco na rua (deluxe) – Ney Matogrosso

Planeta Fome – Elza Soares

Caetano Veloso & Ivan Sacerdote – Caetano Veloso & Ivan Sacerdote


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TSE LANÇA CAMPANHA CONTRA A DESINFORMAÇÃO PARA CONSCIENTIZAR ELEITORES

A  nova campanha do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a desinformação, “#EuVotoSemFake”, espera falar diretamente com o eleitor. A iniciativa, que será lançada nesta terça-feira (29), busca conscientizar os eleitores sobre o papel que eles têm na divulgação de informações verdadeiras durante as Eleições Municipais 2020 e sobre como podem se juntar à Justiça Eleitoral no combate à desinformação.

Segundo Thiago Rondon, coordenador digital de Combate à Desinformação do TSE, o principal objetivo da campanha é passar informações precisas sobre o processo eleitoral, como os cuidados sanitários para a realização do voto no dia das eleições, o funcionamento do fluxo de votação e as orientações para os eleitores em relação à apresentação de documentos, entre outras. “Tendo acesso à informação verdadeira, a população fica mais tranquila para votar e mais preparada para combater as chamadas fake news”, destaca.

As principais recomendações da campanha aos eleitores são: sigam os canais oficiais do TSE e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de seu estado; e baixem os aplicativos do TSE, como o e-Título – a versão digital do título de eleitor –, o Mesário – usado para treinar e auxiliar os mesários antes e durante as eleições – e o Pardal – criado para receber denúncias da sociedade sobre irregularidades em campanhas eleitorais.

Outro importante aliado na campanha será o assistente virtual via WhatsApp que o Tribunal lançará em breve para esclarecer diversas questões sobre o processo eleitoral. “A desinformação vem sendo acelerada pelo uso da tecnologia digital, e seu combate é uma prioridade do TSE. Com mais instrumentos, chegaremos a um maior número de pessoas. Nossa intenção é que os eleitores possam exercer sua liberdade de voto sem desinformação”, ressalta Thiago.

TSE: Thiago Rondon conta que, por meio dos aplicativos e dos canais sociais do TSE e dos Tribunais Regionais Eleitorais, também serão transmitidas informações da Justiça Eleitoral. “Cada eleitor pode colaborar, compartilhando em seus grupos de família e de amigos, informações do Tribunal sobre as Eleições 2020. O eleitor deve também ficar atento para não passar para frente notícias falsas. Para isso, é preciso prestar bastante atenção às informações que chegam até ele. Ao receber uma notícia muito urgente ou sensacionalista, é melhor pensar duas vezes antes de replicar. Checar antes de passar para frente é o melhor caminho”, recomenda Thiago.

O combate à desinformação é um dos compromissos da gestão do presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, que enfatiza a missão da Justiça Eleitoral em assegurar a democracia brasileira e a preocupação da Corte com campanhas de desinformação, de difamação e de ódio na internet.

Para o ministro, “as mídias sociais, as plataformas de internet, os veículos de imprensa e a própria sociedade são os principais atores no enfrentamento da desinformação”, uma vez que, segundo sua avaliação, a Justiça Eleitoral tem papel importante, porém residual, no enfrentamento das fake news, pois o Judiciário não tem nenhuma intenção de se tornar censor da liberdade de expressão das pessoas.

Voltado ao processo eleitoral deste ano, o TSE mantém, desde agosto de 2019, o Programa de Enfrentamento à Desinformação com Foco nas Eleições 2020. A iniciativa conta com a parceria de 52 instituições – entre partidos políticos, entidades públicas e privadas, associações de imprensa, plataformas de mídias sociais, serviços de mensagens e agências de checagem –, que se comprometeram a trabalhar com a Justiça Eleitoral para minimizar os efeitos negativos provocados pela desinformação no processo eleitoral brasileiro.

A Corte Eleitoral também mantém uma página específica na internet com diversos conteúdos sobre o tema. No site Desinformação, é possível encontrar esclarecimentos sobre informações falsas divulgadas durante as eleições envolvendo a Justiça Eleitoral, a urna eletrônica e o voto. O cidadão também tem acesso a uma série de vídeos explicativos produzidos pelo Núcleo de Rádio e TV da Assessoria de Comunicação do Tribunal.

De acordo com Thiago, o TSE está observando e monitorando atentamente todos os aprendizados, a cada campanha e a cada eleição, para que a Justiça Eleitoral seja fortalecida e o combate à desinformação seja feito de forma cada vez mais estruturada.

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AGLOMERAÇÃO, NÃO USO DE MÁSCARA E PRINCÍPIO DE INCÊNDIO MARCA EVENTO POLÍTICO EM JUAZEIRO

A campanha eleitoral começou oficialmente no último domingo (27) em todo o país e já no dois primeiros dias foram registradas aglomerações em passeatas realizadas em Juazeiro. A reportagem do BLOG NEY VITAL constatou no domingo diversas pessoas no bairro Piranga em encontro político sem máscaras e aglomerados.

Na noite de segunda (28) mais um evento com diversas pessoas sem máscara e aglomerados. Ontem, no Bairro São Geraldo, proximidades do Cetep, um evento político iniciou incêndio em área da Uneb. Segundo testemunhas ao soltar fogos um principio de incêndio aconteceu no Campus III da Uneb. O Corpo de Bombeiros precisou ser acionado.

O tenente coronel Tarcisio Ribeiro, comandante do Nono GBM destacou que a equipe foi acionada e "controlou o fogo impedindo que as chamas atingissem as residências universitárias.

Em contato com a reportagem do BLOG NEY VITAL a coordenação de campanha Suzana Ramos e Leornado Bandeira, através de nota informa sobre "o pequeno  incêndio ocorrido nas segunda-feira (28), durante a agenda dos candidatos no Bairro São Geraldo em Juazeiro. Durante uma queima de fogos de artificio, faíscas atingiram uma mata seca do Campus da Uneb, provocando o fogo numa pequena área. O candidato a vice prefeito, Leornado Bandeira, acionou imediatamente o Corpo de Bombeiros que controlou a situação, sem maiores danos. Ninguém se feriu

NOTA UNEB: O Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) e o Departamento de Ciências Humanas (DCH), Campus de Juazeiro, da Universidade do Estado da Bahia, vem por meio desta nota externar uma preocupação e alertar a sociedade para a perigosa falta de manejo com fogos de artifício durante atos públicos. Ontem, por volta das 22 horas, fomos alertados pelos seguranças da Universidade sobre um incêndio na instituição causado por fogos de artifícios durante um ato político. 

Além de toda estrutura física, com prédios históricos e que contam a história do ensino superior no Vale, nosso campus abriga também uma remanescente mata ciliar, notável por ser um dos poucos espaços de densidade verde localizado na área urbana das duas grandes cidades banhadas pelo rio São Francisco, além das residências estudantis, dos experimentos agrícolas e laboratórios. 

Felizmente o incêndio foi controlado e não houve vítimas. A nós e a sociedade em geral é imprescindível a defesa do patrimônio público, de sua memória e de seu futuro, porque é isso que a UNEB representa hoje em Juazeiro e região. 

Reginaldo da Silva Gomes - Diretor em exercício do DTCS 

Edonilce da Rocha Barros - Diretora do DCH .

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SOB PROTESTOS, MINISTRO DO MEIO AMBIENTE ACABA COM PROTEÇÃO A RESTINGAS E MANGUEZAIS

 Presidido pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) aprovou, nesta segunda-feira (28), a revogação de suas resoluções 302 e 303, que estabeleciam critérios para a preservação de áreas litorâneas de manguezais e restingas, assim como áreas em torno de reservatórios de água, como mananciais urbanos.

O conselho também revogou a resolução 284, que submetia projetos de irrigação ao processo de licenciamento ambiental, e aprovou ainda uma nova resolução que permite a queima de resíduos de poluentes orgânicos persistentes -como pesticidas, inseticidas e fungicidas usados na agricultura -em fornos de produção de cimento.

As revogações contaram com aprovação ampla do colegiado, formado majoritariamente por representantes do governo federal e das associações do setor privado -as confederações nacionais da indústria (CNI) e da agricultura (CNA), que também foram proponentes das revogações.

Registraram voto contrário a todas as revogações o estado do Piauí e as duas ONGs presentes na reunião -o Instituto Internacional de Pesquisa e Responsabilidade Socioambiental Chico Mendes e a Associação Novo Encanto de Desenvolvimento Ecológico.

O estado do Rio Grande do Sul também registrou voto contrário a duas das três revogações. O secretário de meio ambiente do estado, Artur Lemos Júnior, argumentou que a norma sobre licenciamento para irrigação deveria ser alterada, e não revogada.

O secretário também defendeu que a resolução 303, que trata da proteção de áreas de manguezal e restinga, fosse alterada para se adaptar ao que foi estabelecido pelo Código Florestal, mantendo critérios específicos que não haviam sido atendidos pela legislação.

"Estamos partindo de uma guerra fiscal para uma guerra ambiental, pois em alguns estados vai ser mais restritivo e, em outros, não", pontuou Lemos, em defesa da manutenção da resolução. "Não seria mais adequado facultar aos órgãos estaduais estabelecer seus critérios técnicos, em vez de um critério genérico, que pode ser pertinente para algumas localidade e impertinente para outras?", Salles perguntou ao secretário, que devolveu um exemplo

"Nosso receio é: em estados do Nordeste, o Rio Grande do Norte principalmente, tem empreendimento eólicos quase que em cima de dunas. Aqui no Rio Grande do Sul, por sermos mais protetivos e sob a legislação vigente, entendemos que não [poderia haver a instalação]. E aí passamos a perder esses investimentos aqui no Rio Grande do Sul", respondeu.

Carlos Teodoro Irigaray, representante da Associação Novo Encanto, marcou a oposição durante a reunião em argumentações contrárias a cada revogação. Ele também criticou a ausência de consideração de aspectos técnicos nos pareceres jurídicos. "Forno de cimento é desenhado para produzir cimento, não pra queimar resíduos perigosos", pontuou.

Sem direito a voto, o Ministério Público Federal também participou da reunião. "O MPF vai ajuizar ação pra anulação das decisões aqui tomadas, que ferem a lei e os princípios constitucionais", disse a conselheira e procuradora regional da 3a região, Fátima Borghi.

Diante de críticas e pedidos de vistas durante a reunião, Salles chegou a propor o adiamento da votação, que foi recusado pela maioria.

Já na manhã desta segunda, promotores do Ministério Público reunidos pela Abrampa (Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente) enviaram ofício ao ministro Ricardo Salles contra a revogação das resoluções, apontando "vícios de ilegalidade, que desdobrariam em galopante processo de judicialização, em detrimento da segurança jurídica e em prejuízo de toda a sociedade".

"Qualquer decisão sobre a revogação de resolução do Conama deve ser precedida de participação de todos os setores envolvidos", diz o ofício, que também aponta a necessidade de estudos sobre impactos regulatórios.

A Ascema, Associação Nacional dos Servidores de Meio Ambiente, defendeu em nota o julgamento imediato de ação contra a alteração na composição do Conama, que foi impetrada pela Procuradoria Geral da República no Supremo Tribunal Federal ainda no início do ano passado.

Os servidores também defendem, alternativamente, que o Congresso aprove o projeto de decreto legislativo do deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), que susta os efeitos do decreto presidencial que instituiu as mudanças no órgão colegiado. No início do governo Bolsonaro, o Conama perdeu representação das organizações da sociedade civil e dos governos estaduais e municipais.

A Liga das Mulheres pelos Oceanos, rede formada por especialistas, publicou nota técnica contrária à revogação da resolução 303, que retira a proteção de manguezais e restingas, destacando que esses ecossistemas são "proteção natural à nossa linha de costa, servindo como anteparos para o avanço das marés e contra a erosão costeira".

A nota também afirma que as perdas de manguezais devem afetar a fauna do bioma e retirar a proteção das pradarias marinhas e dos recifes de coral, impactando as comunidades costeiras e até mesmo as atividades pesqueiras comerciais.

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DOCUMENTÁRIO NINGUÉM OBSERVA? SUFOCADOS PELA POEIRA E AMEAÇADOS PELOS GRILEIROS ESTREIA NESTA QUINTA (01)

Na próxima quinta-feira, dia 1º de outubro, às 19h, será lançado o documentário “Ninguém observa? Sufocados pela poeira e ameaçados pelos grileiros”. O filme, de Thomas Bauer, da Comissão Pastoral da Terra (CPT) Bahia, aborda os problemas socioambientais provocados pela mineradora de fosfato Galvani, assim como as tentativas de grilagem de terra no território tradicional de fundo de pasto de Angico dos Dias, em Campo Alegre de Lourdes (BA).

Em 24 minutos, o documentário apresenta relatos de moradores/as do Angico dos Dias e das comunidades vizinhas Açu, Baixãozinho, Baixão Novo e Baixão Grande, também impactadas pela mineradora Galvani. São mais de 800 famílias convivendo com uma série de impactos socioambientais, a exemplo do desmatamento, poluição do ar, doenças respiratórias, contaminação de fontes de água e do solo, e perda de animais. A produção conta com a narração da atriz Jéssica Barbosa e trilha sonora original de Eduardo Guerra.

O lançamento do documentário acontecerá em um evento online, transmitido pelo Youtube da CPT Bahia e páginas do Facebook da CPT Bahia, CPT Nacional e parceiros. Após a exibição do documentário, haverá uma roda de conversa sobre os impactos da mineração com Edinei Soares e Ediva Bastos, da comunidade Angico dos Dias; Lucas Zenha, pesquisador do GeografAR/UFBA; e Pe. Bernardo Hanke, da Paróquia de Campo Alegre de Lourdes. O cordelista Antônio Silva também participará do lançamento.

Para Edinei Soares, presidente da associação comunitária de Angico dos Dias e Açu, a produção do documentário foi uma conquista importante para a comunidade. “Vai contribuir muito pra gente poder mostrar como é a situação de uma comunidade que enfrenta os problemas da mineração e da grilagem. A gente vem lutando pra permanecer no território. O documentário é um instrumento bem importante, que vai ficar para as futuras gerações”, afirma. 

O documentário “Ninguém observa? Sufocados pela poeira e ameaçados pelo grileiro” é uma realização da CPT Bahia, Associação Comunitária de Fundo de Pasto de Angico dos Dias e Açu, e Associação Comunitária de Fundo de Pasto de Baixão Grande, Baixãozinho e Baixão Novo, com o apoio de Misereor. O teaser do documentário está disponível no YouTube. (Texto: Comunicação CPT Juazeiro/BA)

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DIA DO IDOSO: PANDEMIA, SAÚDE MENTAL E FÍSICA SÃO DESAFIOS

Antes da pandemia, a ex-bordadeira de richelieu Dirce de Souza Rodrigues, de 64 anos, ia toda semana dançar no forró do Clube da Terceira Idade, na cidade de Muriaé, interior de Minas Gerais. Ela diz que gosta muito de dançar e se manter ativa, por isso também frequenta os passeios, as atividades do clube e ainda as aulas de ginástica cerebral em uma escola especializada em cursos para melhorar as habilidades como concentração, raciocínio e memória.

“Também faço hidroginástica e caminhada, procuro evitar carboidratos, gordura e açúcar, vou aos médicos, sempre meço minha pressão. Acho que estou sabendo administrar minha vida nessa minha idade, estou achando uma etapa maravilhosa, porque eu levo uma vida ativa. Minha expectativa de vida é que, aos 90 anos, eu quero estar bem e lúcida, se Deus quiser me dar vida e oportunidade de estar nesta terra”, disse Dirce, que é viúva, mãe de um filho e avó de três netos.

Assim como Dirce, a aposentada Neusa Pereira de Souza, de 80 anos, diz que a vida mudou muito depois dos 60 anos, mas que ela tenta se manter ativa. “Vou muito na igreja, faço caminhada todo dia de manhã, e o serviço da casa, não paro, vou fazendo devagar e acho melhor. A gente tem que ter uma coisa para fazer, se você parar acho que aí fica doente, velho não pode parar não!”, brinca.

Ela disse que, se chegar aos 90 anos, quer estar bem esperta. “Minha mãe morreu com 100 anos, e ela sempre foi esperta, não quero viver 100 anos. Mas, até os 90 anos, acho que vai dar!”, acredita a aposentada, que também é viúva, mãe de dois filhos e avó de três netos.

Dirce e Neusa fazem parte dos 28 milhões de brasileiros com mais de 60 anos, número que representa 13% da população do país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o IBGE, esse percentual tende a dobrar nas próximas décadas, segundo a Projeção da População, divulgada em 2018 pelo órgão.

Neste domingo, 27 de setembro, é comemorado no Brasil o Dia do Idoso, data criada para valorizar a vida depois dos 60 anos, uma fase em que é cada vez mais comum manter uma rotina ativa, com atividades físicas, intelectuais e de diversão, como fazem Neusa e Dirce.

Mas, é também nesse período da vida que surge uma das principais preocupações dos idosos e de seus parentes: como fica a capacidade de raciocínio, a memória e a clareza mental de quem já passou dos 60 anos.

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CANTOR E SANFONEIRO JOQUINHA GONZAGA REALIZA LIVE TEM FORRÓ EM CASA DE SOBRINHO PRA TIO NESTE SÁBADO (26)

 

O sanfoneiro e cantor Joquinha Gonzaga vai apresentar uma Live "Tem Forró em Casa de sobrinho pra tio", neste sábado (26) de setembro, às 17hs. Para acompanhar a live é preciso estar inscrito no canal YouTube Joquinha Gonzaga Oficial. A produção da Live será de Sara Gonzaga, filha e produtora do cantor.

Joquinha Gonzaga é o mais legítimo representante da arte musical de Luiz Gonzaga.  Ele é neto de Januário e sobrinho de Luiz Gonzaga. João Januário Maciel, o Joquinha Gonzaga é hoje um dos últimos descendentes vivos da família. Dos nove filhos de Santana e Januário, todos eles, ja "partiram para o Sertão da Eternidade".

Joquinha Gonzaga caminha para os 70 anos e reside atualmente em Exu, Pernambuco, no pé da serra do Araripe, como ele costuma dizer ao receber os amigos. Nesse contexto, a Live Solidária na Varanda do Rei vai proporcionar além de um encontro com os amigos, admiradores, pesquisadores da cultura mais brasileira, a oportunidade de ouvir o puxado do fole e a voz de Joquinha, com o seu canto, histórias e causos. 

No início deste ano a Câmara de Vereadores de Exu, encaminhou um projeto de apoio e solicitação do registro do cantor, compositor e sanfoneiro Joquinha Gonzaga, para ter o reconhecimento de Patrimônio Vivo da Cultura de Pernambuco.

Além de sobrinho do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, Joquinha é neto de Januário (afamado tocador de 8 Baixos) e ainda tem como tios os Mestres da Sanfona, Zé Gonzaga, Chiquinha Gonzaga (tocadora de sanfona 8 Baixos) e Severino Januário.

A justificativa para Joquinha ser reconhecido Patrimônio Vivo de Pernambuco é o valor do seu legado para as futuras gerações e a contribuição e tem o objetivo de que mantenham os saberes e fazeres da cultura da sanfona. 

Detalhe: Joquinha Gonzaga também é tocador de sanfona de 8 baixos, um instrumento quase em extinção no cenário cultural brasileiro e também por isto um dos aspectos que faz Joquinha merecedor da aprovação para assim poder se dedicar mais a aulas, oficinas e palestras sobre o tema sanfona de 8 Baixos.

Ao ser inserido oficialmente no programa Patrimônio Vivo na Política Cultural do Estado, Joquinha Gonzaga dará continuidade nas realizações de oficinas de transmissão de saberes, exposições, apresentações culturais, palestras, entre outras ações, que significam a apropriação simbólica e o uso sustentável dos recursos patrimoniais direcionados à preservação e ao desenvolvimento econômico, social e cultural brasileiro, do Estado e garantir a visibilidade de Exu, onde Luiz Gonzaga deixou um patrimônio do Parque Asa Branca, onde está o Museu Gonzagão.

Este ano, no mês de janeiro 2020, Joquinha Gonzaga participou do primeiro Festival Nacional de Música 'Canta Gonzagão’, em Exu, onde ministrou para as crianças e adolescentes do Projeto Asa Branca, uma oficina de Sanfona. Em Ouricuri, Pernambuco, também em Janeiro fez apresentação no Forró do Poeirão onde mostrou a arte de tocar sanfona de 8 Baixos, a famosa Pé de Bode.

Contato para shows de Joquinha Gonzaga: WhatsApp (87) 999955829 e (87)996770618.

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III SBHSF ACONTECERÁ ON-LINE EM DEZEMBRO E AS INSCRIÇÕES ESTÃO ABERTAS

O III Simpósio da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (SBHSF) será realizado de forma on-line, nos dias 07, 09, 11, 14, 16 e 18 de dezembro com isenção da taxa de inscrição. As apresentações serão feitas em dias alternados, por isso, o evento acontecerá em duas semanas. O prazo final para a submissão dos trabalhos foi prorrogado para o dia 30 de setembro.

“Em vista do momento de incerteza gerado pela pandemia da COVID-19, a equipe do Fórum das Instituições de Ensino e Pesquisa da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (FIENPE/BHSF) decidiu realizar o III SBHSF de forma on-line para garantirmos que o evento ocorra ainda em 2020. Vamos realizar as adequações necessárias na programação, para que consigamos promover o debate, aprendizado e atualização das informações. Como será on-line, esperamos alcançar um público ainda maior”, diz o coordenador do FIENPE, o professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Renato Garcia Rodrigues.

A conferência máster será apresentada no dia 07 de dezembro pela manhã e abordará o tema “A importância da Ciência para o futuro do Rio São Francisco”. A palestra será apresentada pelo professor aposentado da Universidade Federal de São Paulo (USP), José Galizia Tundisi, um dos maiores especialistas brasileiros em gerenciamento de recursos hídricos. Ele ajudou a solucionar crises hídricas em mais de 40 países – como Japão e Espanha – e acompanhou de perto a escassez de água em São Paulo.

Os temas estratégicos que serão trabalhados sob a perspectiva científica são relacionados com os eixos do Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (PRH SF). São eles: 1) Governança e Mobilização Social, 2) Qualidade da Água e Saneamento, 3) Quantidade de Água e Usos Múltiplos, 4) Sustentabilidade Hídrica do Semiárido, 5) Biodiversidade e Requalificação Ambiental e 6) Uso da Terra e Segurança de Barragens. A programação do evento contará com apresentações orais, palestras e mesas-redondas.

Nomes como Anivaldo de Miranda Pinto (presidente do CBHSF), Vicente Andreu Guillo (ex diretor-presidente da Agência Nacional de Águas), Emerson Soares (Universidade Federal de Alagoas), Yvonilde Medeiros (Universidade Federal da Bahia), Chang Hung Kiang (Universidade Estadual Paulista), Renato Garcia Rodrigues (Universidade Federal do Vale do São Francisco), Abelardo Montenegro (Universidade Federal de Pernambuco) já estão confirmados na programação.

Para a coordenadora do III SBHSF e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Sílvia Corrêa Oliveira, o momento é oportuno para a realização do evento. “A realização do IIISBHSF é de extrema importância já que a ciência e a pesquisa estão sendo colocadas à prova. A proposta do evento é de debater sobre soluções científicas para as questões da bacia do Velho Chico”.

O III SBHSF tem como tema “A importância da ciência para o futuro do Rio São Francisco” e é uma realização do Fórum de Pesquisadores de Instituições de Ensino Superior da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF).

Inscreva-se já! A inscrição é gratuita, porém obrigatória.

Para inscrição, submissão de trabalhos e atualização das informações acompanhe o site do sbhsf.com.br.

Mais informações: Mariana Salazar Martins – Assessora de Comunicação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) Tel: (31) 99131-7347

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RÁDIO TUPI RIO DE JANEIRO COMPLETA NESTA SEXTA 85 ANOS DE FUNDAÇÃO

Há exatos 85 anos entrava no ar a rádio mais querida e tradicional de todo o Brasil, a Super Rádio Tupi. A emissora, com trajetória pioneira e que se mistura com a história do país, comemora mais um ano de operação com tradição no entretenimento, jornalismo e esporte. 

A emissora, inaugurada em 25 de setembro de 1935, pelo jornalista Assis Chateaubriand, é uma das mais antigas rádios em operação no Brasil. A cerimônia contou com a presença do italiano Guglielmo Marconi, o inventor do rádio.

Chamada de “Cacique do ar”, a Tupi, na época instalada no bairro do Santo Cristo, na Região Central do Rio de Janeiro, participou intensamente da “Era de Ouro” do rádio brasileiro. Os mais importantes nomes da música nacional e internacional passaram pela emissora, como Dalva de Oliveira, Carmem Miranda, Dorival Caymmy, Jamelão e Nat King Cole. O auditório da Tupi era tão amplo, tinha capacidade para 1.500 pessoas, que ficou conhecido como o “Maracanã dos auditórios”. Atrações de sucesso marcaram época no auditório, como “Pausa para Meditação”, com Julio Louzada, “Calouros em Desfile”, com Ary Barroso, e “Rua da Alegria”.

A dramaturgia também fez história na programação com o Radioteatro. Por lá passaram atores como Paulo Gracindo, Orlando Drummond, Cordélia Santos e Silvino Neto. Outro fato importante que marcou a história da rádio foi o concurso lançado, em 1942, pelo comunicador Almirante, onde foi escolhida a versão brasileira do “Parabéns pra você”. A música é cantada até hoje em todo o país.

A Tupi sempre contou com grandes profissionais do rádio, como os comunicadores Almirante, Collid Filho e Abelardo Barbora, o Chacrinha, e Nena Martinez. Atualmente, a emissora ainda mantém em seu casting os principais comunicadores do rádio brasileiro, como Alexandre Ferreira, Antonio Carlos, Cidinha Campos, Clóvis Monteiro, Cristiano Santos, Francisco Barbosa, Garcia Duarte, Heleno Rotay, Isabele Benito, Luiz Ribeiro, Mario Belisário, Marcus Vinícius, Pedro Augusto, Roberto Canázio, Sérgio Luis, Valéria Marques e Vivi Romanelli.

Se no entretenimento a rádio sempre foi referência, no jornalismo não é diferente. A estação é conhecida por grandes marcos no radiojornalismo, como a primeira a anunciar o fim da Segunda Guerra Mundial e a produzir uma reportagem submarina. Tal feito foi realizado na Baía de Guanabara.

O programa Patrulha da Cidade lançado em 1960 pelo jornalista Afonso Soares, também é referência no jornalismo da Tupi. Ao todo, são 60 anos de história. Nomes como Samuel Correa (Samuca), Juarez de Getirana (Gegê) e Coelho Lima já comandaram a Patrulha. Hoje a atração é apresentada por Mario Belisário.

No esporte, a Tupi sempre bateu um bolão. A emissora é conhecida por realizar grandes transmissões esportivas, como o Campeonato Brasileiro de Futebol e a Copa do Mundo. Profissionais, como Ary Barroso, Oduvaldo Cozzi, João Saldanha e Chico Anysio já passaram pela rádio.

Hoje, a emissora mantém a tradição e conta com a Seleção Brasileira do Rádio, com José Carlos Araújo (Garotinho), Washington Rodrigues (Apolinho), Odilon Jr, Evaldo José, Bruno Cantarelli, Dé Aranha, Gerson Canhotinha, Rubem Leão, Gilson Ricardo, Paulo César Caju, Ricardo Moreira (Tigrão) e Wagner Menezes.

Em 85 anos, a Tupi sempre seguiu criando, inovando e se reinventando. Do AM foi para o FM, das ondas do rádio para a internet. Do Brasil para o mundo. Coincidência ou não, no aniversário da Super Rádio Tupi também é comemorado o Dia Nacional do Rádio.

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MULHERES AINDA OCUPAM POUCOS ESPAÇOS DE LIDERANÇAS NO CONGRESSO

Ser eleita é apenas o começo da trajetória – e dos desafios – para que as mulheres influenciem os espaços de decisão no Congresso Nacional. Ainda que tenham conseguido mais cadeiras na Câmara dos Deputados e no Senado Federal nas eleições de 2018, elas ainda estão longe dos cargos de poder nas duas casas legislativas: são minoria entre as lideranças partidárias, presidem somente 7 das 36 comissões permanentes do Congresso e nunca ocuparam o posto mais alto – a presidência da Câmara ou do Senado.

Quem está na presidência das duas casas tem o poder de escolher quais e quando projetos de lei serão votados, além de entrar na linha sucessória da Presidência da República. O Congresso Nacional, no entanto, nunca teve uma presidente da Câmara ou do Senado desde sua primeira assembleia, em 1826. Uma das que chegaram mais perto foi a ex-deputada e hoje senadora Rose de Freitas (PODEMOS-ES).

Em 2011, ela lançou a sua candidatura para a vice-presidência da Câmara dos Deputados e chegou ao cargo. Foi a primeira vez que uma mulher participou da mesa-diretora da casa. Nos dois anos seguintes ela se candidatou à presidência, mas conta que foi questionada pelo próprio partido. “Por que uma mulher? Não pode ser uma mulher, porque ela vai conviver com presidente da República, ministros”, conta Rose do que ouviu na época. 

E ela tinha uma resposta para esses questionamentos. “Ora, como parlamentar também faço isso. É o recado cultural que nós temos que combater dia a dia”, conta. 

Para a senadora, ainda existe uma cultura entre os líderes de partido que setoriza onde as mulheres podem ou não estar nos cargos da Câmara.”Eu diria que certos cargos podem, outros não podem. Certas relatorias podem, outras não podem, e o mesmo com as comissões. Têm uma cultura secular de que o homem é mais inteligente, é mais preparado.”

A distribuição das parlamentares nas comissões permanentes da Câmara é um retrato de onde as mulheres podem ou não estar na sociedade. Entre 25 comissões fixas da casa, apenas quatro são presididas por mulheres: a de Cultura, de Direitos da Pessoa Idosa, de Direitos da Mulher e a comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público. A primeira vez que uma deputada presidiu uma comissão permanente da Câmara foi em 1999, segundo dados do Movimento Transparência Partidária.

Líder do PSOL na Câmara dos deputados até julho, a deputada Fernanda Melchionna (RS) acredita que os partidos reproduzem a divisão sexual do trabalho. “Não é normal a falta de representação social das mulheres no parlamento. Não é normal ter mulheres só em algumas comissões de saúde, de seguridade social. Nós podemos debater tudo isso, mas também podemos falar sobre economia, constituição e justiça. Isso mostra como a questão do machismo está presente na Câmara dos Deputados e nos partidos”. 

Em 2019 as mulheres só eram maioria em uma das comissões parlamentares: na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher – em 2020 as comissões não foram formadas por conta da pandemia de coronavírus. Nas outras elas representam no máximo 40% do número total de parlamentares, segundo levantamento do Elas no Congresso, plataforma de monitoramento legislativo d’AzMina, com os dados das comissões permanentes da Câmara. 

Há comissões que sequer contavam com parlamentares mulheres em sua formação, como é o caso da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços. Quando falamos de mulheres negras, elas estão em apenas nove das 25 comissões permanentes. 

Para entender a importância disso, vamos usar como exemplo uma disputa em uma comissão especial do Congresso, em 2017, que mostra o quanto a falta de mulheres em cargos legislativos influencia como as leis serão discutidas. 

Aumentar a licença-maternidade para mães de bebês prematuros parece uma boa ideia para ampliar os direitos das mulheres. Era sobre isso que falava o texto da PEC 181, proposta de emenda constitucional que ganhou uma comissão especial na Câmara dos Deputados naquele ano. O presidente da comissão era um homem: o deputado Evandro Gussi (PV-SP). E entre os três vice-presidentes, apenas uma mulher, a então deputada Geovania de Sá Rodrigues (PSDB-SC). 

O que seria mais um passo para os direitos das mulheres, no entanto, ganhou o apelido de cavalo de tróia, quando o relator da comissão, responsável pelo texto final da PEC, acrescentou no documento que a vida começa desde a sua concepção – a maior parte da oposição ao aborto baseia-se na premissa de que o feto é um ser humano, uma pessoa, desde o momento da concepção. O texto da PEC, com o substitutivo, foi aprovado pela Comissão Especial da Câmara com 18 votos contra um na primeira sessão – a única mulher a votar foi a única que votou contra a proposta. A segunda sessão acabou suspensa após manifestação do movimento feminista.

No Senado Federal, a realidade feminina nas comissões não é muito diferente. As mulheres presidem três das 11 comissões permanentes da casa: a de Agricultura e Reforma Agrária, a de Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, e a de Comunicação e Informática. E pela primeira vez desde a redemocratização, uma mulher assumiu uma das comissões com mais poder do Senado, a de de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). A senadora Simone Tebet (MDB-MS), atual presidente dessa comissão, travou uma disputa dentro do seu partido para concorrer ao cargo. 

Isso é um retrato de outro espaço em que as mulheres estão em desigualdade: as lideranças dos partidos. São os líderes que indicam as lideranças e os membros de cada comissão, de acordo com a proporção do seu partido no total de parlamentares. Quem tem mais pessoas eleitas, ocupa mais cadeiras nas comissões e nas lideranças. É a regra de proporção partidária que está no regimento da Câmara e do Senado. 

Os critérios que as siglas usam para indicar parlamentares para comissões, relatoria de projetos e mesas diretoras, no entanto, não tem base em qualquer regimento da Câmara ou dos estatutos dos partidos.  Nesses casos, prevalecem as regras informais. “Regras informais geralmente prejudicam as mulheres. Se elas têm dificuldade de entrar nesses espaços, elas têm menos tempo para conhecer essas regras. São questões que dificultam”, explica a cientista política Daniela Leandro Rezende, da Universidade Federal de Viçosa (UFV). 

Estudos sobre as lideranças da Câmara indicam que critérios informais comuns para colocar parlamentares em cargos é o acúmulo de experiência na área em que eles estarão.

Se deputados e senadores têm curso superior na área de educação, economia, provavelmente serão indicados para comissões relacionadas a esses temas. O mesmo vale para experiências profissionais. “Mas isso varia ao longo do tempo e de comissão para comissão”, observa a professora.

A trajetória política das mulheres, cercada por percalços políticos maiores do que os homens, é outro aspecto que influencia o cargo que elas podem ter no legislativo, segundo Daniela. “As mulheres estão ausentes nas comissões executivas dos partidos. Têm mais dificuldade para se eleger, então o acúmulo de experiência dessas mulheres é mais difícil. Quando chegam nessa alocação, elas já são minoria e geralmente vão para essas comissões de cultura, família, e menos para as comissões como a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)”.

As lideranças de partido também participam do Conselho de Líderes, que ao lado do presidente de cada casa, decide quais são as votações do dia, com os líderes de maioria e de minoria. 

Mas de 24 lideranças de partido na Câmara dos Deputados, apenas três hoje são mulheres: Sâmia Bomfim (PSOL), Perpétua Almeida (PCdoB) e Joenia Wapichana (Rede). Além disso, a deputada professora Dorinha (DEM-DF), que é líder da bancada feminina, também tem uma cadeira no colégio de líderes. Uma mulher só foi ocupar esse cargo na Câmara em 1996, segundo dados do Movimento Transparência Partidária. No Senado, há apenas uma mulher líder: Eliziane Gama (Cidadania)

A última eleição representou um avanço para as mulheres no Congresso Nacional. Foi só em 2018 que as parlamentares saíram de 10% da casa para 15%, mas ainda estamos longe do que seria suficiente, segundo a cientista política Daniela Resende. 

“Isso significa que as mulheres estão fora de diversas comissões, isso significa que mesmo que elas se articulem e formem um consenso são apenas 15% dos deputados. Isso dificulta que elas se retirem de uma votação, todas as mulheres, tentando impedir a continuidade da pauta”.

A professora alerta que mais um desafio chegou com o aumento de mulheres no Congresso. São as parlamentares conservadoras que, muitas vezes, combatem os direitos das mulheres no legislativo. Um exemplo é a deputado Carolina de Toni (PSL-SC), que apresentou um projeto para acabar com a cota feminina de 30% do fundo partidário. Um recurso que financia campanhas eleitorais de candidatos e colaborou com o aumento de mulheres na Câmara com a eleição de 2018. 

Projetos como o da deputada do PSL demonstraram que a atuação coletiva entre mulheres parlamentares está mais complexa. “Hoje não há consenso entre as deputadas para questões que antes eram comuns entre elas, como a lei de cotas para mulheres. Você aumenta o número de mulheres, mas desmobiliza esse grupo enquanto uma categoria que tem uma identidade coletiva na Câmara dos Deputados”, explica a cientista política. 

A ação coletiva entre as mulheres é um instrumento para influenciar o processo decisório. Desde a redemocratização, a bancada feminina tem esse papel, reunindo mulheres de diferentes partidos para discutir e criar um posicionamento entre as parlamentares sobre projetos que atingem as mulheres brasileiras. Para a criação da Lei Maria da Penha, por exemplo, foi essencial essa união.

Desde 2013, a banca feminina tem um cargo no conselho de líderes da câmara, com direito a voto e voz.  Alguns assuntos como o aborto contrariam o consenso entre as deputadas, mas o embate aumentou na última legislatura. 

A ex-líder do PSOL, Fernanda Melchionna, acredita que as deputadas contra os direitos das mulheres são minoria na bancada feminina e que a ação coletiva histórica das mulheres no Congresso pode superar as poucas que tentar diminuir o poder da bancada. “Nós precisamos organizar essa força social do movimento de mulheres na sua diversidade para potencializar a luta das mulheres, não só contra retrocessos, mas pelos avanços”. 

ESPAÇOS DE  PODER: A deputada e vice-candidata à prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina (Psol-SP), apresentou uma proposta de emenda constitucional (PEC 190/2006) para que pelo menos uma mulher esteja nas mesas-diretoras da Câmara e do Senado e nas mesas das comissões das casas. O projeto foi a votação pela primeira vez em 2015 e está na fila do Senado desde 2019.

A cientista política Daniela Rezende considera que projetos como o de Erundina ampliam o espaço de poder, para que as mulheres estejam presentes nas decisões da Câmara. “Se você tem pessoas com pouco poder numérico, mas que concentram cargos (a presidência da mesa, comissões importantes), os 15% das mulheres no Congresso se multiplica. No caso brasileiro, as mulheres estão excluídas. Isso significa que em decisões importante nós não podemos deliberar”. 

A senadora Rose de Freitas vê a mudança nas pessoas atentas à falta de mulheres no parlamento. Inclusive homens que reconheçam a importância das mulheres e outros grupos na política para melhorar a qualidade da democracia. 

“Para mudar, nós precisamos trazer outros elementos, que pensem como nós lado a lado, tomando uma posição a favor da mulher. Nós não temos número para decidir uma eleição na casa, no estado, a não ser como eleitora. Isso só muda se mudar a representatividade, com consciência da importância da mulher na política”.  - Link para a matéria: https://azmina.com.br/reportagens/mulheres-lideres-no-congresso/ - 

*Letícia Ferreira e Bárbara Libório - Link para a matéria: https://azmina.com.br/reportagens/mulheres-lideres-no-congresso/ - 

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CESOL CRIA KIT PARA IDENTIFICAR PRODUTOS DA ECONOMIA SOLIDÁRIA

No território Sertão do São Francisco, os produtos dos empreendimentos atendidos pelo Centro Público de Economia Solidária (Cesol-SSF), comercializados no mercado convencional em Juazeiro, no norte da Bahia, receberam sinalizações nos estabelecimentos e nas prateleiras, com a identificação "Aqui tem Economia Solidária!".  As sinalizações visam facilitar para os clientes da região a identificação nos espaços comerciais, dos produtos oriundos da economia solidária do território.

Cada estabelecimento de comercialização recebeu um kit de divulgação contendo um mobilie comercial, um wobbler para prateleiras e um adesivo de parede. Em Juazeiro, tem crescido o interesse dos comerciantes pelos produtos da economia solidária e da agricultura familiar em mercadinhos e padarias. Os produtos têm tido uma boa aceitação pelos clientes.

De acordo com coordenadora do Cesol-SSF, Aline Craveiro, a grande dificuldade vivenciada hoje pelos empreendimentos de economia solidária é a comercialização. "Inserir esses produtos em estabelecimentos e fazer as pessoas conhecerem e consumirem essas produções oriundas de grupos, em sua grande maioria da zona rural, é um grande passo. É muito importante esse acesso a novos mercados. A economia solidária esteve presente, por muitos anos somente em feiras e eventos. Hoje, facilitar esse acesso em novos mercados, além de gerar renda para milhares de famílias, possibilita o consumo dos produtos de qualidade e com preço justo", explicou Craveiro.

Após passar pelo crivo do atendimento, criação da identidade visual e da rotulagem, produtos como queijos, geleias e geleiadas, doces, rapadura, licores são apresentados ao mercado convencional pelo agente de vendas, onde é feita a solicitação para a comercialização dos produtos nos estabelecimentos comerciais.

Para atender uma demanda de pedidos crescente e dar maior visibilidade aos produtos da Economia Solidária, o Cesol-SSF firmou parcerias em Salvador e Aracajú com a Vila Orgânica, a Casa de Dona Rosinha, da chefe de cozinha Rosa Gonçalves e Preta Flor Distribuição.

A Secretaria de Trabalho Emprego, Renda e Esporte (SETRE) possui 13 Centros Públicos de Economia Solidária em funcionamento no estado. O Cesol-SSF foi inaugurado em 2013 em Juazeiro, e oferece apoio técnico para 128 grupos em dez cidades do território Sertão do São Francisco.

Onde encontrar os nossos produtos? Empório Meu Sertão- Rua Canafístula nº 148, bairro Centenário em Juazeiro. 

Bolo da Vó- Quadra-B, Castelo Branco, Juazeiro.

Empório dos Frios- Avenida Propriá. Alto do Alencar, Juazeiro.

Vila Orgânica- Feira com funcionamento aos Sábados no estacionamento do Circo Picolino, em Patamares, no horário das 7h às 12h, em Salvador.

Startup Escoar Brasil- www.escoarbrasil.com.br

Casa de dona Rosinha- em Itapuã, Salvador.

Fonte: Ascom Cesol-SSF

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LIVE SOLIDÁRIO CORDEL E REPENTE SERÁ REALIZADA NO SÁBADO (03) DE OUTUBRO

 O poeta, cantador de viola, Valdir Lemos através do Projeto Sertão Viola e Poesia, promove no sábado (3) de outubro, às 14hs, a Live Solidário Cordel e Repente. 

A transmissão será ao vivo pela internet pelo facebook e youtube acesso: valdir lemos repentista e poeta valdir lemos. 

O objetivo da Live segundo o organizador é arrecadar fundos para manter as atividades do Projeto Cultural Sertão Viola e Poesia, ajudando as famílias dos poetas necessitados em tempos de pandemia. "

'Já que não podemos realizar apresentações artísticas presenciais solicitamos dos amigos, fãs, admiradores, apologistas, empresários, e de toda sociedade a contribuição financeira no valor que puder, o importante é contribuir para o crescimento e valorização da nossa cultura popular nordestina", diz Valdir Lemos.  

Organização: Poeta Valdir Lemos. Whatsapp: (74) 98812-9905

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WEBNÁRIO TECENDO REDES: FUNDAÇÃO CASA GRANDE E O TURISMO SUSTENTÁVEL NA CHAPADA DO ARARIPE


 O xilógrafo José Lourenço, participou na noite desta quarta-feira (23) do 5º Webinário Tecendo Redes: Fundação Casa Grande e o Turismo Responsável na Chapada do Araripe, promovido pela Casa Grande Memorial Homem do Kariri, Nova Olinda, Ceará. 

O Webinário acontece até o dia 30 de setembro. O objetivo do webnário é dar voz e vez para quem, do local ao territorial, materializa a identidade cultural provocando a inclusão social e o desenvolvimento econômico por meio do turismo responsável, de base comunitária.

O propósito é contar as experiências, de como são estimulados e qualificados os negócios da cadeia produtiva do turismo e da economia criativa, a exemplo da instalação das hospedagens e a implantação de pólo gastronômico; apoio a fomentação de arranjos produtivos local; regularização de transportes alternativos; criação de operadora turística; promoção de eventos; realização de pesquisa científica e formação acadêmica e, idealização de rede de Museus Orgânicos, no território.

O Mestre da cultura José Lourenço falou sobre a Arte Popular na Chapada do Araripe. A mediação do Webnário é do bacharel e mestre Turismo, Junior Santos, Sócio-Diretor na empresa Modus Cariri e Coordenador do Teatro Violeta Arraes Engenho de Artes Cênicas na empresa Fundação Casa Grande - Memorial do Homem Kariri.

O mestre José Lourenço está há mais de trinta anos na Lira Nordestina e chegou a trabalhar com as filhas do fundador, o alagoano José Bernardo da Silva. Ele revelou que o seu objetivo continua sendo o de popularizar a arte e atender ao público que vem para as romarias de Juazeiro do Norte, assim como aos comerciantes da região, imprimindo os cordéis, santinhos e orações para as novenas.

Lira Nordestina é a histórica tipografia que transformou a cidade de Juazeiro do Norte em um dos principais centros da valorização do cordel em todo o País. Da editora, criada em 1936, saíram ilustrações que enfeitam galerias de arte e inúmeras capas de cordéis, os folhetos de poesia nordestina que são reconhecidos como patrimônio cultural brasileiro pelo IPHAN.

Atualmente, trabalham na gráfica ainda xilógrafos que detêm a arte centenária do entalhe em madeira para criar gravuras e carimbá-las em papel. Para continuar a viver deste ofício, eles formaram a Associação dos Xilógrafos e Artesãos do Cariri e criaram produtos para tornar a xilogravura acessível ao público.

Apesar das dificuldades vividas diante do distanciamento social o trabalho continua, de acordo com José Lourenço. Atualmente a Lira Nordestina é de responsabilidade da Universidade Regional do Cariri (URCA), os artesãos atendem os clientes pelas redes sociais. 

Em 1982, a Lira Nordestina foi comprada pelo Governo do Estado e, seis anos depois, incorporada à URCA. Lourenço conta que gráfica passou a ter uma importante função acadêmica e educativa, mas com a perda de convênios, os xilógrafos passaram a ter dificuldades de continuar. 

“Dez anos atrás tive a ideia de fazer uns azulejos, cerâmica com xilogravura. A gente começou a abrir a mente para novas ideias de novos produtos, foi aí que a gente começou a sobreviver com a arte da xilogravura. De repente a gente estava fazendo jogo americano, caminho de mesa, tudo introduzindo a xilo: chinelos, quadros, camisas, produtos na linha do artesanato”, lembra ele.

As produtos foram bem aceitos pelos clientes e tinham boas vendas nas feiras de artesanato e na própria sede, quando a Lira recebia a visita de estudantes e pesquisadores. Contudo, desde o início do isolamento social, a gráfica foi fechada e os eventos suspensos.

Atualmente o Instagram é o canal por onde as pessoas podem conhecer e adquirir produtos originais da Lira Nordestina. José Lourenço vai aos poucos ganhando familiaridade com as redes sociais. Desde março ele vem participando de lives. Em seu perfil @jose.lourenco.xilo, os interessados podem conversar com o artesão e fazer encomendas. 

“A gente teve que se adaptar, já era necessário e agora é a única forma de a gente tem para trabalhar e não deixar morrer a arte da xilogravura”, afirma ele.

Um dos projetos que a Lira Nordestina espera concretizar tão logo seja reaberta é a criação de um Museu do Cordel, onde serão expostas obras raras como as capas originais de cordéis de 1950 que compradas pelo próprio José Bernardo, além do maquinário original e móveis antigos. “Acredito que o museu vai ser um dos projetos mais importantes da história do cordel no Brasil, anuncia.

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FÓRUM POPULAR DE CULTURA PROMOVE LIVE COM A GESTÃO MUNICIPAL SOBRE A LEI ALDIR BLANC EM PETROLINA

O Fórum Popular de Cultura de Petrolina é uma organização política autônoma de trabalhadores/as da cultura de várias linguagens artísticas e que tem buscado o fortalecimento da classe cultural do município visando o planejamento e execução de ações para promoção, valorização e democratização da cultura.

Nesta quinta-feira, 24/09 às 19h, O Fórum promoverá mais uma live em seu canal no Youtube para tratar sobre a Lei de Emergência Cultural nº 14.017/2020, conhecida como Lei Aldir Blanc.

Na primeira conversa o FPCP teve a participação do Governo  do Estado de Pernambuco na pessoa de Tarciana Portella, Assessora de Cooperação e Redes Culturais - Secult PE; e do Conselho Estadual de Políticas Culturais – CEPC PE na pessoa de Williams Santana.

Desta vez, a conversa contará com a participação da Gestão Cultural do Município  de Petrolina, tendo como representantes o Secretário Executivo de Cultura, Cássio Lucena, o Diretor de Cultura, Marcone Melo, e o Agente Cultural – Servidor Público Efetivo, Sérgio de Sá. A mediação será feita pelos representantes do Fórum, o produtor cultural, fotógrafo e cineasta Chico Egídio; e a atriz, editora de vídeos e produtora cultural Camila Rodrigues.

Na ocasião, será debatido como o município irá executar os recursos na Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, tendo em vista que o Plano de Ação já foi aprovado pelo Ministério do Turismo, podendo ser acessado na Plataforma Mais Brasil, e o Termo de Adesão já foi assinado, possibilitando que o recurso no valor de R$ 2.262.000,00 seja repassado à Petrolina ainda este mês de setembro.

Para os/as trabalhadore/as da cultura que tiverem dúvidas sobre como acessar os recursos da lei ou mesmo sobre o cadastro municipal, podem acompanhar a conversa ao vivo e fazer suas perguntas, pois esse momento será justamente para que a classe cultural, artistas, técnicos/as e produtores culturais sejam ouvidos diretamente pela gestão. Será um espaço de diálogo, escuta e interação entre a classe de trabalhadores/as da cultura e a gestão municipal.

Para acompanhar, basta acessar o canal do Youtube do Fórum Popular de Cultura de Petrolina. A live acontecerá amanhã (quinta-feira, 24) às 19h.

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SECA AVANÇA EM PERNAMBUCO E ATINGE METADE DO TERRITÓRIO, APONTA MONITOR

Dados do Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) mostram que, em agosto, Pernambuco registrou expansão de área seca fraca - regiões de estiagem. De acordo com os índices, o aumento foi de 37,68% em julho para 54,29% no último mês. 

O Governo do Estado decretou situação de emergência por estiagem em 55 municípios do Sertão, em 11 de setembro, e mais recentemente, no último sábado (19), em mais 59 cidades do Agreste. Ou seja, atualmente há 114 dos 184 municípios pernambucanos em emergência por causa da seca.

Segundo o monitor, a expansão da seca em agosto ocorreu justamente para o Litoral Norte e Agreste, além do surgimento de seca fraca no Sertão. "Esta com impactos de curto prazo. Houve mudanças nos impactos da seca no Sertão do São Francisco e no centro do estado, que passaram de longo para curto e longo prazo. No leste, os impactos permanecem de curto e longo prazo", diz nota técnica oficial da ANA.

A situação de seca aumentou em 12 dos 19 estados acompanhados pelo monitor. Além de Pernambuco, foi registrado progesso na estiagem em Alagoas, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins. Em Pernambuco, a ANA ressalta que o grau de severidade da seca se manteve.

A redução de áreas com o fenômeno aconteceu somente na Bahia e no Espírito Santo, sendo que o Distrito Federal se manteve sem seca. Enquanto Mato Grosso do Sul manteve 100% de seu território com seca, os três estados do Sul – Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina – ainda não podem ter sua situação comparada com meses anteriores porque estreiam no Mapa do Monitor de agosto, que é o mais recente.

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PETROLINA É CIDADE PALAVRA CANTADA E DECANTADA EM VERSO E PROSA

A maior cidade do Sertão de Pernambuco, que polariza os limites da famosa Ponte Presidente Dutra com a vizinha Juazeiro(BA), chegou aos 125 anos de emancipação neste 21 de setembro de 2020. A cidade, o rio São Francisco que lhe mapeia e as histórias ribeirinhas já foram abordadas nas várias linguagens artísticas: da música às artes plásticas, cinema e literatura. No cancioneiro da MPB, poetas e compositores já decantaram Petrolina com sucesso alinhado seus versos na trilha do pertencimento, das belezas naturas e de seu povo, sempre tendo o Velho Chico como protagonista.

Para citar alguns de seus criadores, tomemos o filho da terra Geraldo Azevedo, como ponto de partida ao expor seu "eu lírico" para com oseu berço natal. No segundo disco de sua carreira, intitulado apenas Geraldo Azevedo(1977), em parceria com Carlos Fernando, uma das mais inspiradas e autobiográfica canções dele é "Barcarola do São Francisco", em cuja letra narra sua partida para o Rio de Janeiro, tendo Petrolina como endereço e cenário de despedida:

É a luz do sol que encandeia(...)Vento, vela a bailar/Barcarola do São Francisco/Me leve para o mar/Era um domingo de lua/Quando deixei Jatobá/Era quem sabe a esperança indo à outro lugar/Barcarola do São Francisco/Velejo agora no mar/Sem leme, mapa ou tesouro/De prata ou luar(...).

Independente de saudosismo, no início da carreira já com os pés no chamado Sul Maravilha, lançava de longe seu olhar sob o pertencimento das coisas que ficaram na sua memória fotográfica do passado e de sua origem na comunidade do Jatobá que está sempre plena e viva no filme de sua vida real.

Uma das canções mais conhecidas no país que fala de Petrolina é o xote "Petrolina e Juazeiro", gravada no final da década de 1970 pelo grupo Trio Nordestino e depois pelo autor pernambucano Jorge de Altinho que na década de 1970 morou na região. O compositor confronta de forma poética as duas cidades, buscando eliminar um possível senso de disputa e bairrismo, inserindo os dois territórios no campo das belezas naturais, como reforça na letra:

Nas margens do São Francisco nasceu a beleza e natureza ela conservou. Jesus abençoou com sua mão divina/Pra não morrer de saudade vou voltar pra Petrolina/Do outro lado do rio tem uma cidade/Que na minha mocidade visitava todo dia/Atravessava a ponte, ai que alegria/ Chegava em Juazeiro, Juazeiro da Bahia(...) Juazeiro, Petrolina/ Todas as duas eu acho uma coisa linda/Eu gosto de Juazeiro e adoro Petrolina/.

Em 1986, em um dos seus melhores discos "Mestiço é isso"(1986), Moraes Moreira em parceria com o Geraldo Azevedo, também carimbou uma canção batizada de "Petrolina e Juazeiro", usando as águas do Velho Chico como referência de batismo e unificação das cidades ribeirinhas.

"Meu barco é meu coração que vai sem mágoa/ Nas águas deixa paixão até o cais/ Beira de rio/ Pernambuco e Bahia/ Todo vapor Marinheiro pode trazer Meu amor Juazeiro/ Bela menina pode trazer meu amor Petrolina".

Filho de Petrolina radicado há mais de 30 anos em São Paulo o compositor, cantador e cordelista Aldy Carvalho, jamais quebrou seu cordão umbilical com a cidade natal. Suas temáticas sempre estão focadas no Nordeste, no Sertão e na caatinga. A ampla percepção das lembranças da infância se atualiza com o presente. Um de seus primeiros discos, o Redemoinhos, gravado em LP e depois reeditado em Cd (1999/2000), trafega pelo imaginário de temas que traduzem a amplitude de suas memórias vivas desde a infância em Petrolina. Não por acaso, ele dedicou o disco à cidade de Petrolina "O Sertão que vive em mim"

Nascido em de Santa Cruz, onde passou parte da infância, Virgílio Siqueira, radicado há décadas em Petrolina é um dos maiores poetas em atividade no Estado, com vários livros publicados e projetos independentes. Na edição de Vaga-lumear (2011), o leitor encontra Petrolina como pano de fundo no belo (trabalhado e inspirado) poema "A essência do nosso sonho", no qual expõe o homem e mulher inseridos na grandeza do sertão em que Petrolina é o cenário com beleza e energia do Velho Chico.

Do encanto do teu nome/Nosso lume se espalha pra todo canto/ Em tua chama de esperança – amor e fé/ Com bravura, luz e força – o homem brandura e acesa fibra – a mulher /Bebem a energia do rio/ Úmido manto a nos acolher em seu leito/ Para mais um desafio/ Com a certeza de vencê-lo, ativa no peito/ Brotam daqui, Petrolina/Da entranha dos húmus do teu chão/À agridoçura do sumo dos teus frutos/A essência do nosso sonho e suor/ Nossa força e suporte, por ti: nosso trabalho/ Nosso sentido mais forte, por ti: nosso amor.

Com dez anos de carreira, só em 1982 foi que Alceu Valença conquistou o grande público por conta de estouro de Tropicana do disco Cavalo de Pau. O disco tem "Rima com Rima" em que o compositor provoca: Se eu rimar rima com rima/É tangerino tangerina(...)/Pirapora Petrolina/ Pirapora o teu destino é Petrolina/ Rimando remo com rima/É rio é maré e é mar". Enfim, Petrolina continua sendo terra sempre cantada e decantada.

 Texto *Emanuel Andrade, jornalista, professor do curso de Jornalismo em Multimeios e Doutor em Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP).

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É PRIMAVERA: ÁRVORES REFORÇAM A IDÉIA DE RENOVAÇÃO E DA RESILIÊNCIA

Árvores coloridas reforçam a ideia da renovação e da resiliência. Quem não parou para admirar a beleza dos ipês no meio da correria do dia a dia? Tirar aquela tradicional foto ao lado das árvores que colorem Juazeiro e Petrolina virou marca registrada. Alguns colecionam várias fotografias de anos anteriores e não perdem uma floração, outros curtem apenas observar e há aqueles que têm a sorte de contemplar em frente de casa um jardim de ipês. 

A primavera de 2020  teve inicio às 10h31min de 22 de setembro. A reportagem do BLOG NEY VITAL flagrou a floração de alguns Ipês, acácia-amarela, craibeira em Juazeiro e Petrolina dando sinais da renovação da natureza. É primavera e hoje no sertão nas primeiras horas da madrugada o tempo foi nublado.

A tendência agora é de calor, secura e continuidade da estiagem. De acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac), com a chegada da primavera, há uma mudança no regime de chuvas e temperaturas, marcando o período de transição entre as estações chuvosa e seca, principalmente, no setor leste do estado. O sertão já se encontra na estação seca, e no final da primavera, começa a pré-estação chuvosa.

De acordo com Patrice Oliveira, gerente de meteorologia da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), os próximos três meses são os mais secos do ano.

"Não chove quase nada, principalmente no semiárido, em parte do Agreste e do Sertão. A umidade baixa muito, então nós temos sempre que estar monitorando essa umidade do ar para lançar alertas quando necessário", afirmou em entrevista ao Bom Dia Pernambuco desta terça-feira (22).

Mas nem tudo é aridez. Conforme as fotos aos poucos, os Ipês surgem. Um ponto amarelo aqui e outro ali. Admiradores dos ipês aproveitam para sair às ruas e curtir a floração.

A bióloga e mestre em ecologia Paula Ramos Sicsú explica que os ipês florescem em períodos diferentes. O primeiro a florir é o roxo, seguido do amarelo, do branco e, por último, o rosa. “É normal que eles não floresçam no mesmo período, porque isso é uma vantagem evolutiva, tanto para os polinizadores, que terão comida por mais tempo, quanto para as plantas, que, ao longo da evolução, acharam por bem o espaçamento para que garantissem a produção das estruturas reprodutoras”, destaca.

Segundo Paula, há períodos críticos, também, nos quais algumas espécies podem ser encontradas fora da época. “Às vezes, teremos amarelo ou rosa fora da época, mas, em geral, eles vêm juntos, estão síncronos. A variabilidade é algo natural”, afirma. Para a bióloga, independentemente da cor, o importante é aproveitar a beleza das árvores. 

“Particularmente, gosto bastante que cada espécie floresça em um período distinto. Assim, podemos apreciá-los com exclusividade e a beleza se alterna enquanto perdura por mais tempo. Quase como acompanhar de forma particionada a composição de um arco-íris”, completa. 

Gildo Jose da Silva, multiplicador da agroecologia, diz que outubro é o auge da florada dos ipês. Os ipês são conhecidos por caibrera (Ipê amarelo) e pau d´arco (Ipê rosa). Os ipês são caducifólias, ou seja, perdem todas as folhas que são substituídas por cachos de flores de cores intensas. São árvores de grande porte que gostam de calor e sol pleno, sendo assim, se explica a grande quantidade de ipês nas regiões de sertão, agreste e Cariri.

Além de belos os ipês são místicos, sendo usada no semiarido para procurar água no subsolo pelos adeptos da radiestesia. “Isso funciona porque todas as pessoas têm a capacidade de perceber, inconscientemente, as radiações do ambiente, como as que são produzidas pela água em movimento. Elas geram impulsos musculares que acabam se refletindo na forquilha”, afirma Sérgio Areia, presidente da Associação Brasileira de Radiestesia (Abrad).

Versos do poeta Patativa do Assaré: 

"Aquela árvore pobre e ressecada/ Pelos feios carunchos corroída/ Foi outrora, na luz da sua vida/ Qual rainha do campo, coroada/ É um velho pau-d´arco, e quem da estrada/ O contempla, sente ainda dolorida/ A sua haste parece assim erguida/ A estátua da glória já passada/ Aqui dentro do peito eu também tenho/ Infeliz coração, fiel desenho/ Do pau d´arco daquela soledade/ Com o peso dos anos abatido/ Sem prazer, sem amor e carcomido/ Dos carunchos cruéis de uma saudade".

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