AUTOR DO LIVRO O REI DO BAIÃO E A PRINCESA DO CARIRI É O ENTREVISTADO DO PROGRAMA NAS ASAS DA ASA BRANCA NESTE DOMINGO


O pesquisador e escritor Rafael Lima, autor do livro "O Rei do Baião e a Princesa do Cariri, será o entrevistado no Programa Nas Asas da Asa Branca, Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos, apresentado pelo jornalista Ney Vital.

O quadro Café Cultural recebe o escritor Rafael Lima, neste domingo (01) de outubro, a partir das 8hs. O acesso é através do link Rádio Cidade FM 95.7 Juazeiro Bahia.

O livro de Rafael Lima traz a revelação do "amor e a dedicação, olhar e paixão que Luiz Gonzaga tinha pelo Crato Ceará, terra onde nasceu o Padim Ciço". 

Rafael conta por exemplo que em  1953, Luís Gonzaga abrilhantou a Festa do Centenário do Crato, cariri cearense,  realizou show na Feira de Amostra, instalada na Praça da Sé, trazido pela Rádio Araripe, sob o comando de Wilson Machado. Em 1974, tornou-se cidadão cratense, título outorgado pela Câmara Municipal, em solenidade realizada no auditório do Sesi.

Em 1975, Luiz Gonzaga levou o Coral da Sociedade Cultural Artística do Crato (SCAC) para cantar a Quinta Missa do Vaqueiro, criada por ele, padre João Câncio e Pedro Bandeira, em Lajes, Município de Serrita, localizado no Estado de Pernambuco, em homenagem ao vaqueiro Raimundo Jacó. Luiz Gonzaga sempre valorizou a cultura e a arte cratense. O Crato foi o seu ponto de apoio nos grandes eventos promovidos por ele na região.

O Rei do Baião participou também da inauguração da Rádio Araripe, juntamente com seu pai, Januário, e seu irmão, Zé Gonzaga, bem como da Rádio Educadora do Cariri e do Gaibu Avenida. Foi sempre uma das maiores atrações artísticas da Exposição do Crato, além de seu grande divulgador. A música "Eu Vou Pro Crato", interpretada por ele, ainda hoje emociona os cratenses de todas as gerações.

"O livro de Rafael Lima é um importante instrumento de conhecimento para as novas gerações que valorizam a vida e obra de Luiz Gonzaga", destaca o jornalista Ney Vital.


Nenhum comentário

MORRE MESTRE AZUL, INTEGRANTE DA BANDA DE PIFE CABAÇAL DOS IRMÃOS ANICETO

A Associação Cultural Irmãos Aniceto (Acia) informou nas redes sociais, na manhã desta quinta-feira (28), o falecimento de Mestre Azul. A causa da morte não divulgada.

Segundo relatado por integrantes da Associação, ele participaria de uma apresentação na manhã desta quinta. Pela demora em chegar ao ponto de encontro dos demais membros da banda, parte do grupo foi até a casa dele. Ao chegar, encontraram Mestre Azul sem vida.

"É com o mais profundo pesar que noticiamos o falecimento, agora pela manhã, do Mestre Azul, como era conhecido José Vicente da Silva, integrante da banda cabaçal dos irmãos Aniceto".  ASSOCIAÇÃO CULTURAL IRMÃOS ANICETO

As informações sobre velório e enterro ainda devem ser divulgadas durante o dia. "Por momento, todo corpo diretor da Associação Cultural dos Irmãos Aniceto (Acia) está envolto nos trâmites e comunicará sobre a cerimônia de velório e enterro".

Sons, ritmos e tradição: a arte da Banda de Pife dos Irmãos Aniceto-A HISTÓRIA: O criador da Fundação Casa Grande-Memorial do Homem Kariri, em Nova Olinda-Ceará, o educador e pesquisador Alemberg Quindins costuma dizer que o Ceará é um Estado de Espírito do vento/cariri que sopra com saudade do Mar. Patativa do Assaré. Luiz Gonzaga e Padre Cícero, arqueologia e gestão cultural são fontes de vida.

Alemberg diz que a Chapada do Araripe tem uma influência nesse território desde o período cretáceo. Em torno dela, de um lado tem Luiz Gonzaga, a Pedra do Reino, de Ariano Suassuna e a Missa do Vaqueiro, Padre Cícero, Patativa do Assaré, Espedito Seleiro, toda uma cultura. O Cariri é um oásis em pleno sertão. É o solo cultural por conta de toda essa força que vem da geologia, da paleontologia, da cultura.

No Crato, Ceará, a Banda de Pife dos Irmãos Aniceto há 208 anos é uma das mais importantes formações da cultura tradicional popular no Ceará e no Brasil. Fundada em 10 de maio de 1835. A Bande de Pife dos Irmãos Anicetos continua a manter e transmitir a singular manifestação cultural que herdou de seus antepassados, revelada nas sonoridades e nos processos de construção de instrumentos musicais com origem no sertão cearense do século XIX.

A Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto se destaca na história cultural do Ceará, especialmente da região do Cariri, onde constitui uma herança ancestral da cultura brasileira. A Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto representa uma reverência profunda às raízes culturais nordestinas.

A Banda Cabaçal dos irmãos Aniceto já se apresentou duas vezes na França, em Portugal e na Espanha. No ano de 2007 a Banda recebeu a Medalha Ordem do Mérito Cultural (OMC), do Ministério da Cultura, na época entregue pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Siva e o então Ministro da Cultura Gilberto Gil

A Banda dos Irmãos Aniceto surgiu em 10 de maio de 1835, tendo como idealizador José Lourenço da Silva (pai do Mestre Antônio). Na capa dos discos, é usada a denominação “cabaçal” que decorre do fato que antigamente os tambores eram confeccionados de pele de bode estirada sobre cabaças. Outra versão diz que o nome vem um ritual dos índios Kariris, em que tocavam pifanos e queimavam Jurema-preta nas cabaças,

Os irmãos Aniceto lançaram quatro registros fonográficos: o primeiro em 1978, patrocinado pelo Ministério da Educação e Cultura; o segundo em 1999, produzido pela Cariri Discos em parceria com a Equatorial Produções; o terceiro em 2004, intitulado “Forró no Cariri”, e o quarto em 2013, intitulado “Sou Tronco, Sou Raiz”. Também lançaram um DVD, gravado em 2008, no Theatro José de Alencar, registrando a histórica apresentação da Banda Cabaçal em conjunto com a Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho.

Originária dos pés de serra e da periferia do Crato, a Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto já alcançou considerável projeção regional, nacional e européia, inclusive brilhando ao lado de Hermeto Pascoal e do Quinteto Violado. Em 1998, participou de uma temporada de um mês e quatro dias no espetáculo “Ciranda dos Homens, Carnaval dos Animais”, do coreógrafo Ivaldo Bertazzo, no Teatro do Sesc Pompéia, em São Paulo.

A mais popular banda cabaçal cearense também participou de filmes e documentários para TV. Exemplo o documentário Raiz Ancestral revela que a Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto apresenta os incríveis e performáticos músicos da família. Gerações de uma mesma família mantém a arte de tocar, dançar e representar o Cariri em uma manifestação autêntica, única e original.

Neste ano de 2023 a Banda continua em nova geração de músicos tocadores mostrando como preserva a cultura através de composições inspiradas no trabalho da roça e na observação do cotidiano da vida do sertão. As performances contam com instrumentos de sopro e percussão, como pífanos, zabumba, caixa e pratos de metal, representando toda a originalidade e chamando a atenção universalmente em todos os cantos do planeta.

A MISSÃO da Banda de Pife dos Irmãos Aniceto é de ampliar e transmitir com amor e espírito comunitário seus saberes ancestrais reinventando o Cariri, inspirando novos filhos, sobrinhos e netos que fazem a família Aniceto e a todo mundo que toca e é tocado pela cultura brasileira dos sons e ritmos do pife. 

A Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto – que já atravessou dois séculos – segue com seus ensinamentos na jornada do tempo da natureza e da cultura.

Nenhum comentário

EDITAIS DA LEI PAULO GUSTAVA SÃO DESAFIOS PARA O MINISTÉRIO DA CULTURA

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou nesta quarta-feira (27), o esforço da pasta em expandir o fomento cultural para além dos grandes polos. “Temos que desregionalizar. A visão da cultura é a nacionalização do fomento, para que, também, as outras regiões possam atender aquela produção artística local, aquele grupo de cultura, ali onde está a nossa identidade de manifestação cultural do Brasil”, disse em entrevista ao programa Bom Dia, Ministra, do Canal Gov.

Na entrevista, a ministra falou sobre iniciativas como a elaboração do Plano Nacional da Lei Aldir Blanc, de irrigação do fomento à indústria criativa em todas as cidades, e sobre os mecanismos criados para um maior controle da aplicação de recursos da Lei Rouanet, mas ressaltou, no entanto, que o maior desafio enfrentado atualmente pela pasta é para que as prefeituras lancem os editais da Lei Paulo Gustavo, embora 98% dos municípios tenham aderido ao Sistema Nacional de Cultura por meio do envio dos planos de cultura.

“Como esse tipo de fomento estava parado, nós temos conversado com gestores, em alguns lugares com mais dificuldade. Alguns estados já lançaram e nós estamos com esse diálogo aberto, buscando prover o que for preciso para que cada cidade lance os seus editais”, explicou a ministra.

A ministra também lembrou que a Lei Paulo Gustavo é um mecanismo de socorro à cultura em situações de emergência, como a que o Rio Grande do Sul enfrenta atualmente por causa das fortes chuvas na região, mas destacou que o Ministério da Cultura tem promovido debates para que sejam criados novos mecanismos específicos para socorro aos trabalhadores da cultura.

Relações bilaterais-Sobre a participação na comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, a ministra falou sobre as reuniões com lideranças culturais, como a subsecretária de Diplomacia Pública e Negócios Públicos dos Estados Unidos da América, Elizabeth Allen, em que tratou sobre os 200 anos das relações entre Brasil e Estados Unidos, que será comemorado em 2024.

Segundo a ministra Margareth Menezes, as representações internacionais voltadas à cultura têm mostrado interesse em ampliar o intercâmbio entre os países, em especial em áreas como a reparação racial, realização de festivais e ações de sustentabilidade da cultura.

A literatura brasileira, de acordo com Margareth Menezes, também despertou o interesse da ministra alemã da Cultura e Mídia, Claudia Roth. Para a ministra o interesse de tantos países na cultura brasileira significa uma retomada dessas relações e como nossa cultura é importante para o mundo.

Novo PAC-Margareth Menezes falou ainda da importância do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) ter entrado no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo a ministra, serão investidos R$ 700 milhões para a reconstrução de patrimônios históricos e culturais em todo o Brasil. “Um povo sem memória é um povo sem história”, destacou.

Amazônia - A ministra disse que a Região Norte é a que menos recebeu historicamente o fomento para cultura. Por isso, o Ministério da Cultura atua com o objetivo de corrigir a aplicação desse tipo de investimento no país. Segundo Margareth Menezes, este ano foram investidos R$ 26 milhões na Região Norte. “Foi o maior acontecimento da história do fomento da Lei Rouanet”.

A realização da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-30), em Belém, é para a ministra uma oportunidade de reestruturação e desenvolvimento da indústria criativa na Amazônia. Por isso, a pasta realizará a terceira edição do Minc BR, uma espécie de feira de negócios para o setor, na cidade, durante o evento, em 2025. “O último que aconteceu no Brasil teve uma geração de R$ 50 milhões em negócios”. (Agencia Brasil)

Nenhum comentário

APRENDIZAGEM NO COCO DE RODA CONSIDERA EXPERIMENTAÇÃO, RESPEITO E FLEXIBILIDADE MELÓDICA

Um dos primeiros meios de transmissão de saberes se deu a partir da oralidade, como ato de preservar histórias, tradições e estruturar uma memória coletiva. O canto e a dança também representam importantes papéis na transmissão de conhecimento. Na dissertação de mestrado de Gustavo Rosas, "Análise dos Processos Formativos e Aprendizagem do Coco de Roda da Mestre Ana Lúcia do Bairro do Amaro Branco de Olinda", o pesquisador identificou possibilidades informais de transmissões do ensino de música, como a imitação do aprendiz em relação a quem ensina. 

A pesquisa elenca o tripé experimentação, respeito e flexibilidade melódica como partes fundamentais das trocas entre a mestra, seu coco e os participantes. O trabalho, defendido em 2022 no Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi orientado pelo professor Carlos Sandroni.

O coco é uma expressão cultural de canto-dança típico da Região Nordeste do País, que pode ser brincado facilmente em épocas festivas, como São João e Carnaval. A origem exata ainda é um fator de divisão entre os pesquisadores, que concordam apenas sobre a forte influência dos povos originários e da população de negros escravizados trazidos do continente africano, além de um toque de influência das vestes portuguesas. O resultado desse convívio foi um estilo musical que se tornou típico em áreas do litoral do Nordeste, geralmente brincado com ou sem sapatos, guiado por um mestre tocador, que pode ou não utilizar instrumentos musicais para conduzir o coco de roda.

Para Rosas, "o coco é uma cultura que abrange vivências; é tocar, dançar, tem relação com a literatura. No caso de Ana Lúcia, as músicas são sobre o romantismo, a natureza, algo do dia a dia", elementos que podem ser apresentados no improviso ou serem produzidos anteriormente. Os encontros musicais promovidos no bairro do Amaro Branco, em Olinda, no Grande Recife, também promovem uma integração entre as gerações da família da mestra e a vizinhança, que costumam participar dos encontros e ensaios de coco.

O coco também tem um forte impacto no âmbito familiar, uma vez que "nasceu em uma família de pescadores e de trabalhadores rurais. Na geração de Ana Lúcia se fez presente também o trabalho de mulheres lavadeiras [para complementar a renda]. A atual geração já consegue sobreviver com algum recurso do coco, bem mais reconhecido que nas gerações anteriores", explica Rosas. 

Visando compreender a linguagem típica do processo de ensino-aprendizagem do coco de roda da mestra, Rosas utiliza, entre outras metodologias, a pesquisa etnográfica, como observador-participante. "Ana Lúcia é a forma viva de transmissão desta cultura, o que ajuda o pesquisador a se aprofundar, vivendo a experiência. Durante quase três anos, estudei o fenômeno e participei do processo formativo, ensaios, apresentações e na gravação de um CD", detalha.

O estudo compreende também que o ensino pode ser transmitido fora de um ambiente formal de música e permite uma flexibilidade entre o cantador e os brincantes. "Não posso falar do coco individualizando a melodia, letra, dança. Tudo está unido e se expressa corporalmente", pontua o pesquisador, já que entre os elementos percebidos na prática da mestra há o uso da imitação para conduzir as danças e o ritmo da música. Mas ele adverte que "não é só na repetição que a gente aprende coco. Ele tem a ver com a cultura que a gente está inserido" e com essa relação de experimentação entre o ritmo e a melodia. 

Embora a religiosidade não tenha sido o foco da análise no coco da mestra Ana Lúcia, o pesquisador destaca que tal aspecto chega a influenciar o ritmo, mas não é algo explícito para a coquista. A impressão que se destaca na observação-participante é a de que, por conta das vivências religiosas pessoais da mestra, seu coco recebe influências católicas.

CD – Ao longo do estudo, o pesquisador ainda produziu um CD como forma de registrar a personalidade e a forma do coco de roda da mestra Ana Lúcia, marcado pelo uso do corpo que direciona o uso dos instrumentos. Durante a observação do pesquisador, ele destaca que o território da dança e da transmissão da mestra promove saberes culturais, morais e experiências geracionais. Principalmente porque a mestra compartilha com ele as inspirações por trás de suas produções musicais.

Diante da flexibilidade melódica, constatada como componente do processo de aprendizagem da mestra, foi possível incorporar outros instrumentos ao coco. "Teve um segundo momento em que nós gravamos guitarras e samples eletrônicos junto com Ana Lúcia, possibilitando o surgimento que batizamos de 'cocotrônico'", explica Rosas. O intuito principal do álbum foi captar o processo formativo de aprendizagem enquanto ele era apresentado.

HISTÓRICO – O coco de roda faz parte da vida da mestra Ana Lúcia desde a  infância, quando participava de shows com o seu pai. Subiu ao palco para cantar aos três anos de idade. Daí em diante, nesse processo de participação, ela aprendeu e passou a transmitir o canto-dança como forma de divulgar a cultura popular e preservar a tradição. Em um ambiente dominado por homens, a mestra conquistou seu espaço preservando uma geração de canto-dança enquanto aprimorava sua própria técnica. Com percurso dinâmico, vívido e envolvente, ela mantém acesa a tradição.  

A coquista reside no bairro do Amaro Branco, sítio histórico de Olinda, que reúne importantes figuras culturais da cidade. Seu método de ensino envolve apresentar o coco de roda para as gerações da família, vizinhança e outros brincantes, com passos ritmados e uma melodia marcante. A mestra recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, em 2020; a titulação de Notório Saber em Cultura Popular pela Universidade de Pernambuco (UPE) em parceria com a Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco, em 2021; e o título de Mestre Griô da Tradição Oral. Este último se refere à incorporação de saberes do coco de roda da mestra, que vem de uma tradição familiar de conquistas e que é celebrado por toda uma comunidade. 

Nenhum comentário

EDUCADORA MARIA SILVANETE FAZ DEFESA DO BIOMA CAATINGA E CERRADO

Defensores da agroecologia,  povos indígenas, quilombolas e de comunidades tradicionais, participaram da audiência pública sobre o Projeto de Emenda Constitucional número 504 de 2010, a PEC 504, que transforma Caatinga e Cerrado em patrimônios nacionais protegidos pela Constituição Federal.

A atividade foi realizada no âmbito da Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados, e recebeu o título oficial de “Cerrado e Caatinga entre os bens do patrimônio nacional”, trazendo como tema a importância da aprovação da PEC e seus impactos positivos para o país.

A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL/MG), autora do requerimento para a realização do encontro, iniciou a audiência com uma saudação coletiva junto a mulheres do povo Xakriabá presentes na atividade. Em sua fala de abertura, a deputada destacou a falta de políticas públicas para a proteção do Cerrado e da Caatinga, e a ameaça, pelo desmatamento, da existência da sociobiodiversidade nestas duas regiões ecológicas. “Cansamos de resistir, queremos pensar o Cerrado em pé, queremos pensar a cura da humanidade”. 

Para a deputada, a força da cura está nos saberes dos povos tradicionais, na sua relação com a terra e, principalmente, na diversidade que caracteriza os biomas. Para quem acredita que não há interdependência entre Caatinga, Cerrado, Amazônia, Mata Atlântica e outros biomas, Célia Xakriabá se posicionou de maneira enfática. “Para nós, povos tradicionais, toda monocultura mata. E o Brasil só é tão vivo por causa da nossa diversidade. A fronteira não está entre um bioma e outro, a fronteira está no racismo ambiental.”

Lourdes Laureano, da Articulação Pacari, membro da Campanha Nacional em Defesa do Cerrado e uma das componentes da mesa, relembrou que o Brasil assumiu metas ousadas em relação ao combate ao desmatamento e à emergência climática, mas não protege seus patrimônios naturais em sua totalidade. “Queremos nos tornar patrimônio nacional para garantir maior proteção aos biomas. É um reconhecimento de que o Cerrado e a Caatinga tenham a mesma importância que a Amazônia e o Pantanal, por exemplo.”

Sobre os habitantes dessas duas regiões ecológicas, Lourdes fez questão de dizer que os povos do Cerrado e da Caatinga sabem conviver com a diversidade e a adversidade, e que na transição entre os biomas vive a resistência de um povo que respeita a sociobiodiversidade. “Os monocultivos dividem e separam a integração desses ecossistemas”, afirmou, ressaltando a necessidade de integração de todos os biomas e de seus povos.

Maria Silvanete Benedito de Sousa Lermen, mulher negra, mãe de quatro filhos, educadora popular, agricultora experimentadora da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), orientadora em saúde comunitária, benzedeira de mãos postas e habitante da Serra dos Paus Dóias, no Sertão do Araripe, em Pernambuco, também defendeu em sua fala, como membro da mesa da audiência, a união entre os povos dos diferentes biomas e a necessidade de se combater a ideia de separação entre as regiões.

“A Caatinga nos ensina a importância da coletividade e da irmandade do povo para que a gente continue existindo. Trago esta fala para dizer que nós não somos povos separados. Não somos e nem nunca quisemos ser. O poder, as grandes empresas, os grandes laboratórios, as grandes mídias que não trabalham a nosso favor, as universidades que não estão ao lado do nosso povo dizem que somos povos isolados. Por isso fiquei muito feliz de ser convidada para fazer esta fala. Nesse momento convocamos todos os territórios para dizer que somos um povo só, com nossas diferenças e particularidades”, defendeu Maria Silvanete.

Lourdes Laureano e Maria Silvanete dão voz e rosto à petição pública pela aprovação da PEC 504 aberta na plataforma Change.org, e que já conta com mais de meio milhão de assinaturas. A petição é a principal ferramenta de mobilização da campanha “Cerrado e Caatinga, patrimônios do Brasil: riqueza presente, herança futura”, lançada dia 11 de setembro pela Campanha Nacional em Defesa do Cerrado e pela ASA.

O objetivo da petição é chegar a um milhão de assinaturas, a serem entregues em mãos aos e às parlamentares responsáveis pela votação da PEC 504.

“A PEC já está pronta para ser votada, não se pode mais adiar. Se as violências [dos desmatamentos] não adiam, nós não podemos também adiar a solução”, disse a deputada Célia Xakriabá ao final da audiência, sinalizando o compromisso de articulação interna para levar a pauta às demais lideranças parlamentares. “Para que seja aprovada a PEC 504, vamos nos debruçar com todos os líderes de bancada, estaremos engajados nas próximas semanas nessas conversas articuladas juntamente com o presidente da Casa [Artur Lira]. Esse projeto não pode mais ser esperado, e precisamos pautar e aprovar nesse plenário. Incluir o Cerrado e a Caatinga como patrimônios nacionais é uma reparação histórica.”

A mesa da audiência pública ainda foi composta por Paulo Pedro de Carvalho, da ASA; Ro’otsitsina Juruna, do povo Xavante; Alexandre Pires, diretor do Departamento de Combate à Desertificação da Secretaria Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável, do Ministério do Meio Ambiente; Maria de Lourdes Nascimento, presidente da Rede Cerrado; e Silvio Porto, Diretor-Executivo de Política Agrícola e Informações da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Marcaram presença na audiência as deputadas federais Dandara Tonantzin (PT/MG) e Erika Kokay (PT/DF), e os deputados federais Fernando Mineiro (PT/RN) e Túlio Gadêlha (REDE/PE).

Nenhum comentário

ÍCONE DAS ARTES DE JUAZEIRO E VALE DO SÃO FRANCISCO LANÇA LIVRO SOBRE DANÇA E EDUCAÇÃO

Na região do Vale do São Francisco, o dia 08 de outubro jogará uma importante luz sobre o segmento da dança: o lançamento do livro “Dança e Campo Educacional: uma história construída no semiárido baiano”, assinada pelo multiartista Geraldo Pontes, com 45 anos dedicados às artes do ensino-aprendizado da dança clássica e da contemporânea, bem como ao concurso “ Victor ou Victória” e, ainda, à educação através de projetos sociais com crianças em situação de vulnerabilidade, na região. Aberto ao público, o lançamento será na Biblioteca da UNEB, às 18 h, em Juazeiro, Bahia.

No livro, Geraldo Pontes sintetiza seu itinerário: um artista juazeirense que encontrou na dança a forma de expressar criatividade e corporeidade, por caminhos pioneiros no Sertão do São Francisco, na década de 70.  Tempo no qual um corpo masculino se interessar pelo ballet significava preconceito, paradigma quebrado por Geraldo.

Resumo do livro-Além das vivências, dos conceitos, dos depoimentos de alunos e professores do autor do livro e de diversos artistas da Região do São Francisco, “Dança No Campo Educacional: uma história construída no semiárido baiano” traz um acervo fotográfico da Escola de Ballet Geraldo Pontes, nos últimos 45 anos, no território. Reúne também imagens do concurso “Victor ou Victória”, outro projeto do autor, que promove a identidade e autoestima da comunidade lgbtqiap+.

Geraldo Pontes é licenciado em dança pela UFBA e licenciado em pedagogia com especialização em Psicopedagogia e em Dança Educacional e Artes Cênicas. Atualmente, é Mestre em Educação, Cultura e Territórios Semiáridos no PPGESA da UNEB. “Dança e Campo Educacional: uma história construída no semiárido baiano” é resultado da dissertação do autor, apresentada ao Programa de Pós-graduação Mestrado em Educação, Cultura e Territórios Semiáridos PPGESA. 

O projeto teve a orientação do Professor Doutor Josenilton Vieira.


Nenhum comentário

POETA E CANTADOR PETROLINENSE ALDY CARVALHO LANÇA O ROMANCE O CAVALEIRO DAS LÉGUAS

O poeta, cantador, violonista e cordelista petrolinense Aldy Carvalho realizou no sábado(23) o lançamento nacional de sua mais nova obra literária - o romance catingueiro e poético 'O cavaleiro das Léguas", pela editora Nova Alexandria, com momento poético-musical. 

O lançamento ocorrereu no espaço cultural da Vila Monumento, em São Paulo, com poket-show que terá a participação  do poeta João Gomes de Sá, Marisa Serrano  e o violoncelista Jorge Lucas. Até  o final do ano o poeta deverá autografar  o livro em sua terra natal e região. Em novembro, a obra será lançada na Flip- Feira Literária de Paraty(RJ)

Com "O Cavaleiro das Léguas", Aldy estabelece um rigor literário-magistral em sua multifacetada obra que passeia por diversas linguagens para além da música e literatura. Nesta obra,  o autor  atravessa os horizontes  do cordel, do conto maravilhoso, da fábula, da crônica e do romance na condição da criatividade aberta ao endossar sua criatividade conectada com a intertextualidade.

Como observa o educador e ensaísta Ely Verissimo na apresentação da obra, a narrativa de Aldy  é uma misto "alegoria ética , metafórica tanto da unidade e do equilíbrio  do individuo , reconectado  com sua energia psíquica feminina, quanto do equilíbrio do mundo, reconectando à Justiça" .

"O cavaleiro das Léguas", ainda segundo  Ely,  combate  as formas arcaicas de vida, do modo que "as virtudes cavalheirescas já não  se contam mais em batalhas  e torneios  contra outro oponente , mas, no combate  de vida  ou morte contra o reducionismo que a vida  cotidiana engendra, rebaixando o ser  em face aos seus descréditos  tanto no amor  quando nos valores  mais elevados da espécie humana".

Ao longo de 35 páginas, a narrativa – que dá cena a um cavaleiro e uma donzela que travam  um duelo verbal – a obra ganha o auxílio luxuoso das ilustrações do artista visual paraense radicado em Fortaleza(CE), Rafael Limaverde. Cada traço, traduz com perfeição a força dos versos que se constrói nas entrelinhas do romance. 

O Cavaleiro das Léguas transita por um diálogo plural, fazendo a ponte entre o imaginário medieval a desembocar como um rio caudaloso nas entranhas do Nordeste, lugar recorrente  de fala do cantador Aldy Carvalho. Em alguma passagem dos diálogos, o leitor vai perceber instantes de filosofia nos diálogos de seus personagens: "A vida é feita em pedaços/Aos poucos vamos colando/ A recolagem nos dói/ E dá trabalho ir montando/ Em busca  da completude/ É que seguimos tentado. Na última página o leitor ainda pode apreciar a partitura  musical de O Cavaleiro das Léguas. (Fonte texto jornalista Cinara Marques)

Nenhum comentário

LULA AFIRMA QUE MUDANÇA CLIMÁTICA E DESIGUALDADE SÃO PRINCIPAIS DESAFIOS GLOBAIS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta terça-feira (19), que o combate às mudanças climáticas e à desigualdade são os principais desafios a serem vencidos pelos líderes mundiais. Ao abrir o debate de chefes de Estado da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, ele lembrou da primeira vez que participou do evento, em 2003.

“Volto hoje para dizer que mantenho minha inabalável confiança na humanidade. Naquela época, o mundo ainda não havia se dado conta da gravidade da crise climática. Hoje, ela bate às nossas portas, destrói nossas casas, nossas cidades, nossos países, mata e impõe perda e sofrimento aos nossos irmãos, sobretudo aos mais pobres”, disse Lula. 

Ele expressou condolências às vítimas do terremoto no Marrocos e das tempestades que atingiram a Líbia e o estado do Rio Grande do Sul, no Brasil.

Segundo o presidente, para vencer as desigualdades, é preciso vencer a resignação e a falta vontade política daqueles que governam o mundo. 

“A fome, tema central da minha fala neste Parlamento mundial 20 anos atrás, atinge hoje 735 milhões de seres humanos que vão dormir esta noite sem saber se terão o que comer amanhã. O mundo está cada vez mais desigual. Os dez maiores bilionários têm mais riqueza que os 40% mais pobres da humanidade”, acrescentou.

Este ano, o tema do debate geral é “Reconstruir a confiança e reacender a solidariedade global: acelerando ações para a Agenda 2030 e seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável rumo à paz, prosperidade, ao progresso e à sustentabilidade para todos”. No debate geral, os chefes dos Estados-membros da ONU são convidados a discursar em uma oportunidade para apontar suas visões e preocupações diante do sistema multilateral. 

Cabe ao governo brasileiro fazer o primeiro discurso da Assembleia Geral das Nações Unidas, seguido do presidente dos Estados Unidos. Essa tradição vem desde os princípios da organização, no fim dos anos 1940. 

Esta é a oitava vez que o presidente Lula abre o debate dos chefes de Estado. Ao longo de seus dois mandatos anteriores, ele participou do evento todos os anos entre 2003 e 2009. Em 2010, foi representado pelo então ministro das Relações Exteriores e atual assessor especial da Presidência, Celso Amorim. 

O presidente desembarcou em Nova York na noite do último sábado (16), onde participou de reuniões com empresários e autoridades estrangeiras. Amanhã (20), ele se encontrará com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky. Lula será recebido ainda pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com quem lançará uma iniciativa global para promoção do trabalho decente. 
Nenhum comentário

RÁDIO NACIONAL DO RIO DE JANEIRO COMPLETA 87 ANOS

A Rádio Nacional do Rio de Janeiro, a emissora mais antiga da Rede Nacional de Rádio, completa 87 anos de atividade nesta terça-feira (12). Ao longo do dia, haverá comemoração especial de aniversário, das 8h às 18h30, marcada por ajustes nas faixas da programação e inauguração do novo estúdio.

Entre as atrações, está a participação do compositor Michael Sullivan no programa É Tudo Brasil, às 16h. Já o Especial 87 anos receberá as cantoras Nina Wirtt e Mona Vilardo, que farão um tributo a grandes cantoras de rádio, como Marlene – conhecida como a rainha do rádio. Além disso, serão anunciados os novos horários e vinhetas dos programas No Mundo da Bola e Repórter Nacional.

Para o gerente-executivo de Rádios, Thiago Regotto, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro representa um modelo que a Nacional construiu na época de ouro do rádio e que mexeu com o modo como os brasileiros consomem o conteúdo radiofônico. “Ela influenciou, inclusive, a forma de se fazer televisão no país. Este aniversário representa 87 anos de uma rádio que o Brasil gosta de fazer e de ouvir”.

Época de ouro do rádio-Reconhecida como referência na programação plural e popular, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro entrou no ar em 12 de setembro de 1936. No dia da inauguração, a transmissão teve início às 21 horas, com a voz marcante de Celso Guimarães, que anunciou: “Alô, Alô Brasil! Aqui fala a Rádio Nacional do Rio de Janeiro!”. Em seguida, entraram os acordes do “Luar do Sertão”. Esse era o sinal quando a Rádio Nacional saía do ar diariamente às 2 horas da madrugada e retornava com a programação matinal às seis horas.

Nos áureos tempos do rádio, a Nacional foi a maior emissora da América Latina. Foi líder nos programas de auditório com César de Alencar, que abrilhantava as tardes de sábado, e com a briga entre os fã-clubes das cantoras Marlene e Emilinha Borba. Eles disputavam aos gritos a entrada em cena das duas rivais nas apresentações no auditório. Os grupos ficavam separados e o fã que descumprisse as regras era colocado para fora do auditório pelos seguranças, atentos a toda a movimentação da plateia. A rivalidade era apenas entre os admiradores de cada cantora. Nos bastidores, Marlene e Emilinha se davam muito bem.

A Rádio Nacional tinha quatro orquestras operando e as rádio novelas que marcaram época, como “O Direito de Nascer” e “Em busca da felicidade”, que paravam o país inteiro. O mesmo acontecia nas edições do Repórter Esso, quando o locutor Heron Domingues anunciava na abertura: “Aqui fala o Repórter Esso, testemunha ocular da história”. Programas como “Jerônimo, o Herói do Sertão” e “As Aventuras do Anjo” também marcaram época.

Outro programa histórico com todo o corpo de rádio teatro foi a “Vida de Cristo, levada ao ar na Sexta-Feira da Paixão. Escrita por Giuseppe Ghiaroni foi ao pela primeira vez em 27 de março de 1959. O programa tinha mais de três horas de duração e contava o martírio até a morte de Jesus Cristo. Tudo isso era feito ao vivo, com a sonoplastia que marcava as passagens de cada momento de Jesus Cristo e seus apóstolos, até a traição de Judas Iscariotes, que levaram ao julgamento por um tribunal de exceção, até a pregação na cruz e à morte de Jesus Cristo.

Os programas de auditório também receberam artistas como LUIZ GONZAGA Cauby Peixoto, Ângela Maria, Ary Barroso, Silvio Caldas, Nora Ney, Adelaide Chiozzo, Orlando Silva, Dalva de Oliveira, Elizeth Cardoso, Lamartine Babo e Francisco Alves, o Rei da Voz, entre tantos outros talentos que fizeram sucesso nas ondas da Rádio Nacional, antiga PRE-8, em 980khz.

Mais tarde, a frequência da Rádio Nacional passou para 1.130khz Isso porque a Rádio Nacional de Brasília passou a operar na frequência de 980khz, com uma programação voltada para a Amazônia Legal. Uma antena de 600 quilowatts passou a operar voltada para a Amazônia para apresentar a programação que saía de Brasília. Isso foi possível, a partir de 1976, quando foi criada a Radiobrás, uma empresa do Ministério das Comunicações que englobou todas as emissoras federais do país.

Desde 2008, a emissora passou a ser integrante da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), onde mantém sua programação popular, cidadã, musical, noticiosa e plural.

Nenhum comentário

GRITO DOS EXCLUÍDOS DIZ QUE MOVIMENTOS DE BASE NÃO ESTÃO ADORMECIDOS

Integrantes do 29º Grito dos Excluídos e das Excluídas fizeram nesta quinta-feira (7), em São Paulo, uma caminhada por reivindicações. A ação durou cerca de uma hora e meia e reuniu grande número de pessoas, inclusive crianças, ocorrendo sem problemas ou interrupções. Eles pediram que o governo federal pare de ceder espaço em ministérios ao centrão (conjunto de partidos políticos que não se identificam necessariamente com o governo ou com a oposição) .

Eles se reuniram por volta do meio-dia no Monumento às Bandeiras, nas proximidades da Assembleia Legislativa e do Parque Ibirapuera para encerrar o ato. Várias faixas foram estendidas com frases como: "Independência sem direitos não é independência, é morte". Antes de começar a caminhada, uma liderança do movimento afirmou que os movimentos de base não estão adormecidos.

O ato contou com a presença de políticos, entre eles o deputado estadual Eduardo Suplicy (PT). O parlamentar leu uma uma carta, que disse ter enviado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aproveitando a viagem dele à Índia para participar da Cúpula do G20. Em seguida, os grupos que participaram da manifestação também divulgaram o teor da carta que reúne suas reivindicações. 

Em discurso durante a marcha, outra liderança fez críticas ao governo estadual, de Tarcísio de Freitas. Uma das reclamações dizia respeito ao próprio percurso dos manifestantes, que, este ano, não puderam transitar pela Avenida Paulista, o que daria mais visibilidade ao protesto. Após ordem do governo paulista, houve mudança no itinerário e, por isso, desviaram pelas ruas Dr. Rafael de Barros, Tutoia, Brigadeiro Luís Antônio e Marechal Estênio A. Lima, até chegar ao local de destino.

Em alguns momentos, os manifestantes foram alvo de provocações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Moradores de prédios agitaram bandeiras do Brasil, ao que os participantes do ato responderam com palavras de ordem, como "Arreia, arreia, arreia, arreia, arreia. O povo está na rua e Bolsonaro na cadeia".

Quadra após quadra, policiais militares mantiveram a vigilância sobre os manifestantes. Os agentes formaram um cordão nas calçadas, empunhando escudos.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública esclareceu que o policiamento foi reforçado na Avenida Paulista e na Praça Oswaldo Cruz, por meio das equipes da Força Tática, do Comando de Choque e dos batalhões de Ações Especiais. Os policiais fizeram o patrulhamento tanto a pé quanto em motocicletas e viaturas para garantir a segurança. As equipes do Comando de Policiamento de Trânsito também atuaram, em apoio à Companhia de Engenharia de Tráfego, para assegurar o fluxo viário. Além disso, a Base Comunitária Móvel foi posicionada na Praça Oswaldo Cruz para adequar melhor o espaço a fim de proteger os manifestantes.

Nenhum comentário

GOVERNO FEDERAL QUER JUSTIÇA CLIMÁTICA NO DEBATE AMBIENTAL

 Governo quer justiça climática no centro do Quatro ministras participaram, nesta segunda-feira (4), da oficina Justiça Climática: Um Novo Caminho para a Adaptação no Brasil: a ministra do meio ambiente, Marina Silva; a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara; a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; e a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. O tema da oficina, Justiça Climática, resume boa parte das medidas relacionadas ao meio ambiente que vêm sendo defendidas pelo Brasil.

Para a ministra do Meio Ambiente, o encontro representa o marco inicial das discussões para a elaboração da Estratégia Nacional de Adaptação à Mudança do Clima. “Ou seja, o marco inicial das discussões para a estratégia do nosso plano nacional para enfrentamento da mudança do clima”, disse a ministra Marina Silva ao abrir o encontro na sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Brasília.

“A ideia de Justiça climática e, principalmente, de racismo ambiental ainda não é reconhecida internacionalmente, mas o Brasil está adotando essa linguagem, esse princípio, nas políticas internas, mesmo não sendo ainda uma convenção internacional.”

A ideia de Justiça climática parte do princípio de que os impactos das mudanças climáticas atingem de forma e intensidade diferentes grupos sociais distintos. (Agencia Brasil)

Nenhum comentário

QUASE 99% DOS ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS TEM INGREDIENTES NOCIVOS

Quase 99% dos alimentos ultraprocessados comercializados no Brasil têm alto teor de sódio, gorduras, açúcares ou aditivos para realçar cor e sabor, aponta um estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (USP).

Esses ingredientes estão presentes na quase totalidade de biscoitos, margarinas, bolos e tortas, achocolatados, bebidas lácteas e sorvetes, além de frios e embutidos e bebidas gaseificadas como os refrigerantes. Também são encontrados em refeições prontas, pizza, lasanha, pastelaria e outras bebidas açucaradas. A pesquisa avaliou quase 10 mil alimentos e bebidas das principais redes de supermercados de São Paulo e Salvador.

A professora associada do Departamento de Nutrição Aplicada e do Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde do Instituto de Nutrição da Uerj, Daniela Canella, uma das autoras do estudo, alerta para a relação do consumo desses alimentos com o desenvolvimento de doenças crônicas.

“Eles estão associados a uma série de doenças crônicas e à obesidade, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, alguns tipos de câncer. Esse resultado de composição dos ultraprocessados reforça esses achados de relação de consumo desses alimentos e doenças crônicas. Por isso, os resultados são alarmantes”, disse a pesquisadora.

Daniela Canella defende que, além da indicação obrigatória para alimentos com alto teor de sódio, açúcar e gorduras, seria importante informar o indicativo de aditivos, que são os corantes, aromatizantes, emulsificantes, que alteram a cor, textura e aroma dos alimentos. Dessa forma, os consumidores poderiam identificar com mais facilidade os ultraprocessados e tomar a decisão sobre comprá-los ou não.

“Além da informação no rótulo, que a partir de outubro deste ano, passa a ser obrigatória para ‘alto em açúcar, gordura e sódio’, se os rótulos também tivessem a informação de que contêm aditivos com características cosméticas, facilitaria para que os consumidores pudessem identificar com mais facilidade o que são ultraprocessados”, afirmou a professora.

A pesquisadora destacou que os resultados da pesquisa são importantes para auxiliar as políticas públicas, como a proibição de alimentos ultraprocessados em cantinas escolares e outras agendas regulatórias, como a publicidade de alimentos. (Agencia Brasil)

Nenhum comentário

IBRAM RECONHECE CASA DE FARINHA DO CARIRI COMO PONTO DE MEMÓRIA

Recentemente o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) reconheceu o coletivo cultural Espaço Cultural e Casa de Farinha Mestre José Gomes do Baixio do Muquém - Distrito Baixio das Palmeiras do Crato, representado pelo seu gestor cultural Assis Nicolau, como Ponto de Memória, a partir dos critérios estabelecidos pela Portaria do Ibram no 579, de 29 de julho de 2021.

Esta certificação, comprova sobretudo que o coletivo cultural - Ponto de Memória, Espaço Cultural e Casa de Farinha Mestre José Gomes em Crato (CE), "desenvolve programas, projetos e ações dentro do campo de museologia social, pautada na gestão participativa e no vínculo com a comunidade e seu território, visando à identificação, registro, pesquisa e promoção do patrimônio material e imaterial, contribuindo para o reconhecimento e valorização da memória social brasileira".

A ocupação da Casa de Farinha Mestre Zé Gomes se dá por meio da realização de diversas ações articuladas em rede com diversas instituições locais (interna e externa) onde acontecem: a) farinhada tradicional, b) academia popular de Danças Culturais para as mulheres; c) Projeto Phyplant: Oficina Prática de manipulação e Produção de Produtos Fitoterápicos; d) Rodas de conversas; e) Colônia de férias para as crianças da comunidade; f) Visitas guiadas para a realização de estudos/pesquisas por parte das escolas da rede municipal, estaduais e para acadêmicos das Universidades Federais e Estaduais. Além de outras ações que poderão ser acompanhadas pelas redes sociais (instagram e facebook). 

O referido Ponto de Memória ao ser reconhecido tem na sua história de Fundação o ano de 1953. Por si só, calculando já somam 70 anos de história. A Associação Comunitária dos Agricultores Familiar Sagrada Família do Baixio do Muquém em parceria com a comunidade e com os familiares do Mestre Zé Gomes, trabalha arduamente para garantir a preservação desse legado que é um patrimônio histórico de muita resistência.

Fonte: Jornal Leia Sempre Brasil: edição número 180).

Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial