MUDANÇAS CLIMÁTICAS: OS PREOCUPANTES SINAIS QUE UNEM FRIO E CALOR PELO MUNDO


A onda de frio extremo que chega ao Sul e Sudeste do Brasil nesta semana poderá fazer com que alguns brasileiros questionem se o planeta está, de fato, aquecendo. Sim, está — e há fortes indícios de que a onda de frio seja ela mesma intensificada pelas mudanças climáticas em curso.

A onda deve derrubar as temperaturas nos Estados do Sul, Sudeste e de parte do Centro-Oeste até o próximo domingo (1º/8).

Nas serras catarinense e gaúcha, as mínimas previstas são de -10ºC, com sensação térmica de até -25ºC, enquanto Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Campo Grande, São Paulo, Belo Horizonte e Vitória devem registrar as menores temperaturas do ano.

Será a segunda onda de frio intenso a atingir a região em menos de um mês. Em 30 de junho, várias cidades do Sul e Sudeste tiveram as menores temperaturas dos últimos anos — marcas que agora poderão ser batidas pela nova onda.

O frio extremo atinge o sul do Brasil enquanto, no Hemisfério Norte, vários países registram recordes de calor e de volume de chuvas.

No Canadá, os termômetros na cidade de Lytton mediram 49,6ºC no fim de junho — marca que superou em 4,6ºC a temperatura mais alta registrada no país até então.

Poucas semanas depois, chuvas muito acima dos padrões inundaram cidades na Alemanha e na China. Os eventos extremos nos três países provocaram centenas de mortes.É mais fácil entender como as mudanças climáticas favorecem recordes de calor e de chuva.

Intensificados nas últimas décadas, a queima de combustíveis fósseis (como o petróleo e o carvão) e o desmatamento ampliam a quantidade na atmosfera de gases causadores do chamado efeito estufa.

Esses gases dificultam a dispersão do calor dos raios solares que atingem o planeta, o que tende a aumentar a temperatura no globo como um todo.

Temperaturas mais altas, por sua vez, aceleram a evaporação da água, o que facilita a ocorrência de temporais.

A temperatura da Terra já subiu cerca de 1,2ºC desde o início da era industrial, e as temperaturas devem continuar aumentando a menos que os governos ao redor do mundo tomem medidas para reduzir as emissões. Porém, o aumento das temperaturas médias não quer dizer que ondas de frio não continuarão a ocorrer — nem mesmo que elas não possam se intensificar em situações específicas.

É o caso da massa polar que chega ao Brasil nesta semana, diz à BBC News Brasil o geógrafo e climatologista Francisco Eliseu Aquino, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS).

Aquino foi um dos primeiros pesquisadores a estudar as conexões climáticas entre o sul do Brasil e Península Antártica — tema de sua tese de doutorado, em 2012.

Ele diz que, ao longo do ano, massas de ar circulam em sentido horário entre as duas regiões: o sul do Brasil envia à Antártida massas de ar quente e recebe dela massas de ar frio.

Segundo Aquino, a velocidade dessa circulação se acelera conforme a mudança climática eleva a temperatura no Brasil no inverno, época do ano em que a Antártida está bem gelada por não receber qualquer insolação.

Além disso, o calor acima do habitual no sul do Brasil "perturba" o sistema de trocas, induzindo o ar quente a entrar na Antártida e abrindo o caminho para a chegada de ar frio.

Não por acaso, diz ele, exceto pelas ondas pontuais de frio de 2021, o centro-sul do Brasil tem tido um inverno mais quente que a média — o que também tem ocorrido nos últimos anos.

Na véspera da chegada desta massa polar, os termômetros em cidades como Porto Alegre e São Paulo beiravam os 30ºC. Em pleno inverno. Imagem computadorizada da última terça (27/7) mostra massa de ar quente deixando a América do Sul rumo à Antártida enquanto massa de ar frio deixa a Antártida rumo à América do Sul

Outro ponto que tende ampliar o impacto desta onda de frio, diz Aquino, é que a massa que chega ao país se resfriou ainda mais ao passar pelo mar de Weddell — uma das regiões mais geladas da Antártida.

As condições são tão propícias ao avanço da massa, diz ele, que a onda deve derrubar as temperaturas até o sul da Amazônia.

Aquino afirma que especialistas já previam há cerca de 15 anos a ocorrência dos eventos que hoje observamos no centro-sul do Brasil — incluindo ondas de frio extremo em meio a invernos quentes e secos.

"Caminhamos para um cenário de estiagens mais longas e secas no Brasil, com o desmatamento e as queimadas intensificando esses processos", ele diz.

Aquino afirma que o planeta caminha rumo aos "limiares mais perigosos possíveis" dos cenários projetados para 2030 ou 2050.

Embora o Acordo de Paris tenha estabelecido a meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC em relação aos padrões pré-industriais, ele diz que os esforços foram comprometidos pelos anos em que Donald Trump exerceu a Presidência nos EUA.

Trump retirou os EUA do acordo e estimulou setores poluentes, o que atrasou a implantação das metas mundo afora.

"O que a comunidade científica entende hoje é que com certeza vamos ultrapassar os 1,5 ou 2 graus."

Para Aquino, os eventos extremos em curso "já dão sinais de que as mudanças podem ser mais intensas do que as previstas pelos cenários mais ruins". (FONTE: BBC)

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BISPO DOM MAGNUS PARTICIPA DA MISSA 32 ANOS DE SAUDADES DE LUIZ GONZAGA, EM EXU, PERNAMBUCO

No próximo dia 02 de agosto, o cantor e sanfoneiro Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, completa 32 anos de falecimento. Este ano, mais uma vez devido o decreto de distanciamento social não terá aglomeração no Parque Asa Branca, localizado em Exu, Pernambuco, terra onde nasceu o Rei do Baião.

Todos os anos é celebrada a 'Missa da Saudade do Gonzagão". O Bispo Dom Magnus Henrique vai participar da celebração da Missa, às 8hs no domingo, 01 de agosto. Logo após a Missa acontece Renovação do Vovô Januário e logo após a Live, com o sobrinho de Luiz Gonzaga, o cantor e sanfoneiro Joquinha Gonzaga.

As homenagens ao músico acontecem no Parque Aza Branca, local onde estão o acervo, o museu e o mausoléu do artista. A missa será transmitida pelo canal youTube da ONG Parque Aza Branca, Joquinha Gonzaga Oficial e Pascom Exu PE.

A organização da Missa da Saudade é da ONG Parque Aza Branca e do Grupo Viva Gonzagão.







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PETROLINA E SALGUEIRO SEDIAM ENCONTRO DA COORDENAÇÃO DA REDE LGBT DO INTERIOR DE PERNAMBUCO

Entre os dias 29 de Julho a 1 de Agosto, Petrolina e Salgueiro, sertão do estado, receberão a coordenação da Rede LGBT do Interior de Pernambuco para o encontro semestral onde é construído todo planejamento para o segundo semestre de 2021 e também é planejado ações de advocacy e estratégias de combate às lgbtfobias na capital, região metropolitana e interior do estado. 

Em Salgueiro, acontecerá reuniões com o grupo Associação Sertão das Cores de Salgueiro - ASSERCOS, com a direção do Hospital Regional de Salgueiro e com o prefeito Marcones Libório de Sá. 

"Para nós é o fortalecimento do movimento LGBTQIA+ em Salgueiro e é o momento ideal para a abertura de um diálogo com o poder público sobre a construção de políticas públicas para nossa população LGBTQIA+, que só é enxergada em tempos de campanha política. Nós, juntas e juntos com a Rede aqui na cidade vamos dar vizibilidade a nossa luta." Ressaltou Adriana Gomes, presidente da ASSERCOS.

Já em Petrolina, acontecerá uma imersão na turística e paradisíaca Ilha do Rodeadouro, onde serão construídos os planejamentos das ações da rede, além de reuniões com lideranças e representantes de políticos do estado.

Para Alzyr Brasileiro, anfitrião e presidente do Movimento Cores, esse é um momento muito especial: "Estamos nos fortalecendo e nos preparando para um enfrentamento necessário contra tantas negações e violências que estamos passando no nosso estado, a Rede tem um papel muito importante para nós que estamos à frente dessa luta aqui no interior." Explicou Alzyr.

Rildo Veras Martins, que também faz parte da direção colegiada da Rede do Interior, complementa sobre importância de Petrolina e Salgueiro sediarem os eventos: "Serão momentos importantes para fortalecimento da militância LGBT no interior Pernambucano, bem como para montar o calendário de atuação para o segundo semestre." Afirmou.

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JOSÉ CARLOS SANTANA. PROFESSOR É UMA DAS REFERÊNCIAS NO MUNDO DO ATLETISMO

As Olimpíadas são o maior espetáculo do esporte mundial. E, se consideramos sua origem e, sobretudo, seus princípios, talvez sejam o maior espetáculo da Terra. José Carlos Santana, em 1991, aos 27 anos, o mundo esportivo destacou que o brasileiro conquistou a primeira medalha de prata nos Jogos Pan Americanos de Cuba ao completar a maratona em 2 horas 19 minutos e 29 segundos., apenas dois segundos atras do vencedor.

José Carlos não participou de Jogos Olímpicos, mas o seu nome continua referência. Foram 41 maratonas (42km) disputadas.

O nome é referencia no mundo do atletismo e tem uma longa história de conquistas. Atleta profissional três vezes campeão da Maratona do Rio de Janeiro em 1988, 1989 e 1991, quarto colocado no Campeonato Mundial de Maratona, em Londres e medalha de prata no Pan de Cuba em 1991, vice Campeão em Estocolmo, Los Angeles  e Lisboa é uma referência quando o mundo assiste os Jogos Olímpicos de Tokio este ano.

Nascido em São Paulo. A corrida do destino o faz um apaixonado pela região Nordeste, atualmente morando no Juazeiro da Bahia, José Carlos Santana é coordenador técnico de atletas do Juazeiro (BA) e Petrolina (PE). Ganhou título de Cidadão de Alagoas e de Juazeiro. Atualmente exerce o cargo de articulador de educação física e esporte escolar da Secretaria de Educação da Bahia.

José Carlos é citado pela atleta que representa muito bem o atletismo brasileiro mundo a fora é a maratonista alagoana Marily dos Santos. Com 416 corridas de rua no currículo, sendo 26 dela maratonas, e 432 pódios, 326 deles com medalhas, duas participações em Jogos Olímpicos – o de Pequim em 2008 e o do Rio em 2016.  Primo de Marily foi José Carlos Santana, quem primeiro reparou no potencial da menina na época para o atletismo.

Este olhar de atleta ele continua exercendo com jovens e adolescentes que no futuro poderão vir a ser futuros campeões.

José Carlos Santana, além de um vitorioso pelas pistas do mundo inteiro, também é jornalista, professor de educação física, consultor para assuntos do desporto, palestrante e empresário de eventos esportivos. 

HISTÓRIA: Os primeiros escritos sobre a história pré-Moderna dos Jogos Olímpicos remontam à Grécia Antiga. Por volta do século 8 a.C., a cidade de Olímpia via Corobeu, em 776 a.C., vence a primeira prova — uma corrida, conhecida à época como drómos. 

Ali nascia a principal disputa esportiva do planeta, que ganharia novo formato em 1896, em Atenas. Nesses dois momentos, o atletismo foi o ponto de partida para o evento que conhecemos atualmente. Ao longo dos séculos de competições, vários homens e mulheres se destacaram nas pistas. 

O atletismo estreia na edição atual dos Jogos hoje, às 21h, com preliminares das provas mais curtas. Serão 10 dias consecutivos com finais diárias no Estádio Olímpico de Tóquio até 8 de agosto, data da Cerimônia de Encerramento.
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MINISTÉRIO PÚBLICO LANÇA NÚCLEO DO DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) realiza na manhã da próxima sexta-feira (30) o lançamento do Núcleo do Direito Humano à Alimentação e à Nutrição Adequadas (DHANA) Josué de Castro. O evento será realizado através de transmissão aberta pelo YouTube do Caop Cidadania, tendo como convidados/as membros e servidores do MPPE, gestores estaduais, municipais e representantes de entidades da sociedade civil que atuam na promoção da segurança alimentar e dos direitos humanos em geral. 

Durante a solenidade, o pesquisador associado do Departamento de Nutrição da UFPE e docente afiliado ao Departamento de Nutrição e Estudos sobre os Alimentos da Universidade de Syracuse, Flávio Valente, fará a exposição inaugural DHANA: conjuntura, desafios e responsabilidades institucionais. 

O novo núcleo recebeu o nome de Josué de Castro em homenagem ao pernambucano reconhecido mundialmente por sua luta contra a fome e a injustiça social e terá como objetivo construir e desenvolver estratégias institucionais, de caráter emergenciais e estruturantes, que potencializem, no âmbito da esfera pública e da sociedade civil pernambucanas, a efetivação do direito humano à alimentação e à nutrição adequada. 

Confira a programação do lançamento: 

10h30 - Abertura - procurador-geral de Justiça Paulo Augusto Freitas 

10h40 - Exposição inaugural - professor Flávio Valente (UFPE) 

11h - Diálogo com o expositor - convidados Elisabetta Rancine (UnB), Valéria Burity (Fian Brasil), Andréa David (MPMG) e Míriam Balestro (MPRS) 

11h40 - Apresentação do Núcleo DHANA Josué de Castro 

12h - Diálogo com os/as demais convidados/as 

12h20 - Encerramento

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ASSOCIAÇÃO E MOVIMENTOS SOCIAIS REPUDIAM PROPAGANDA DO GOVERNO FEDERAL: AGRICULTOR MERECE RESPEITO

A Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República apagou uma publicação feita no Twitter com a imagem de um homem armado, usada para comemorar o Dia do Agricultor. "Hoje homenageamos os agricultores brasileiros, trabalhadores que não pararam durante a crise da covid-19 e garantiram a comida na mesa de milhões de pessoas no Brasil e ao redor do mundo", dizia a publicação.

A imagem gerou muitas críticas nas redes sociais, com pessoas apontando desrespeito com os profissionais e dizendo que a imagem certa seria de uma pessoa com uma enxada.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) publicou uma nota repudiando a postura do governo federal. "Nesse Dia do Agricultor, celebrado em 28 de julho, a melhor homenagem que os agricultores e agricultoras familiares esperam é reconhecimento ao seu importante papel na produção de alimentos e no desenvolvimento do país. Em vez disso, recebemos do governo federal uma 'homenagem' totalmente desrespeitosa, com a imagem de uma pessoa no campo segurando uma espingarda", escreveram.

O Sindicato Nacional dos Peritos Federais Agrários (SindPFA) também emitiu uma nota de repúdio dizendo que a imagem usada pela Secom é vendida em bancos de imagem com a descrição de que se trata de  “silhueta de caçador carregando espingarda no ombro e observando”.

"A manifestação é uma demonstração indigna de quem tomou o lado do escravagista, do jagunço, do capitão do mato, do grileiro e do desmatador, que ignora a realidade de um país que ainda não se reconciliou com seu passado, marcado pela destinação da terra a endinheirados, marginalizando a população. É mais uma prova do desprezo sistemático por políticas afirmativas como a reforma agrária, não obstante os sérios problemas ainda enfrentados na democratização do acesso à terra, na preservação de recursos naturais e de trabalho escravo", pontuou.

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ADERALDO LUCIANO: FORRÓ É LIBERDADE

A banda paraibana Cabruêra desceu ao sul e instalou-se no Rio de Janeiro em setembro de 2001. Lá, fundou a Cabrahouse, primeiro em Copacabana, depois em Santa Teresa, tradicional bairro de artistas. Ao chegar, debutou na TVE e lançou disco no palco da resistência cultural carioca, o Teatro Rival, e assim seguiu arrebanhando um cordão de adoradores. Zé Guilherme, o Munganzé, um dos melhores percussionistas do Brasil, um dos pilares da Cabruêra, vindo aqui em casa, incitou-me a explicar a origem do termo “forró” para uma oficina de percussão no Festival de Inverno de São João del Rey, em Minas Gerais, onde a banda tocaria.

Pois bem. Discutíamos a gênese da palavra a partir de duas explicações para o que se passou a chamar de forró. A primeira está ligada à construção da malha ferroviária no interior de Pernambuco por engenheiros ingleses que, em suas horas de folga, patrocinavam pequenas rodas nas quais a liberdade, municiada pelo consumo de álcool, pontuou a descontração e a dança. Essas rodas eram “for all”, para todos, no idioma nativo dos ingleses. Daí a pronúncia aberta “forró”. Sem registro que legitime tal origem, fica-se no âmbito da lenda.

A segunda é apresentada pelo folclorista Rodrigues de Carvalho, em seu Cancioneiro do Norte de 1903, aponta uma associação entre forró e forrobodó, festa popular das pontas de rua, baile popular aberto para toda a população pobre. Câmara Cascudo registra a mesma origem fazendo um levantamento da aparição do termo desde 1833, para encontrar uma variante datada de 1952, num semanário chamado A Lanceta, sem indicação de local. O termo é forrobodança, uma espécie de dança chula popular.

Acredito que essas duas teses sejam insuficientes, mesmo porque fica difícil determinar data para surgimento de qualquer palavra. Respeitando a pesquisa, talento e autoridade dos dois folcloristas, lanço uma terceira via. Quero aproximar o termo português forró, ao termo árabe alforria, liberdade dada aos escravos. Quando um destes era alforriado a palavra “fôrro” servia-lhe de epíteto, recebendo, inclusive um par de sapatos, se para dançar, não sabemos. Elomar, em sua cantiga O Violeiro, canta “Deus fez os home e os bicho tudo fôrro...”. De forria para fôrro, de fôrro para forró, celebração da liberdade, da quebra do jugo e dos grilhões. Não é isso que o forró faz?

Os testemunhos populares na diferenciação entre as festas de São João, festa popular, marca indelével das tradições nordestinas, e Natal, tradição européia, servem de esteio para minha tese. Enquanto a festa de Natal é descrita como uma festa formal, o São João prega a liberdade, é festa livre e comunitária, não requer roupa nova, nem champanhe para comemorar. E todas as classes e raças são chamadas ao arrasta-pé, criando um valor fundamental para a miscigenação de raças e culturas, no dizer de Darcy Ribeiro, e imprescindível para a construção do humanismo, segundo Jorge Amado.

O que nos interessa, também, é a divulgação desse ritmo propagada pelo pioneiro Luiz Gonzaga, primeiro nordestino a assumir compromisso com esse suposto novo estilo musical, depois de fazer o caminho do sul. Falar de Gonzaga é repetir-se, sempre. Sua história e sua vida estão na boca do povo e dos artistas, transformado em ícone institucional na etno-musicalidade brasileira. Muito embora construindo uma realidade folclórica do Nordeste, com seus vaqueiros e cangaceiros, plantou a semente da música popular regional nordestina em todo o Brasil. Asa Branca transformando-se na bandeira, estandarte dessa visão.

Gonzaga sofre, entretanto, críticas oriundas de um outro mito: Jackson do Pandeiro. O ritmista paraibano apregoava que o baião originou-se do coco e que o feito do Rei do Baião não passava de um novo invólucro para um velho ritmo. Zé Guilherme me diz que o jornalista Rômulo Azevêdo, de Campina Grande, numa tentativa de conciliação entre os pilares formadores do forró, um paraibano e o outro pernambucano, defende o império imaginário de Parabuco, um híbrido situado entre Caruaru, a capital do forró, e Campina Grande, terra do Maior São João do Mundo. Essa, talvez seja a melhor opção, o lúdico, a criatividade, a liberdade, a alforria.

Fonte: Aderaldo Luciano-professor, doutor em Ciencias da Literatura

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PARQUE AZA BRANCA CELEBRA 32 ANOS DE SAUDADES DE LUIZ GONZAGA

No próximo dia 02 de agosto, o cantor e sanfoneiro Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, completa 32 anos de falecimento. Este ano, mais uma vez devido o decreto de distanciamento social não terá aglomeração no Parque Asa Branca, localizado em Exu, Pernambuco, terra onde nasceu o Rei do Baião.

Todos os anos é celebrada a 'Festa da Saudade do Gonzagão. As homenagens ao músico acontecem no Parque Aza Branca, local onde estão o acervo, o museu e o mausoléu do artista. 

De acordo com o presidente da Organização não Governamental (ONG) que administra o parque, Francisco Parente Júnior (Junior Parente), no domingo às 9hs será celebrada uma Missa em Ação de Graças. A missa acontece embaixo do pé de juazeiro

A missa será transmitida pelo canal de youTube da ONG Parque Aza Branca.

Administrado pela ONG Aza Branca, o espaço Parque Aza Branca segue sem faturamento. As principais fontes de receita do espaço são as vendas dos ingressos para o museu além da comercialização de artigos de couro como chapéus, livros, camisas, cds e sandálias.

O Parque Aza Branca é um patrimônio cultural do Nordeste Brasileiro. Sua função é preservar o acervo constituído pelo legado de Luiz Gonzaga – O Rei do Baião, em Exu, sua terra natal.

Esse legado foi iniciado pelo próprio Luiz Gonzaga que, retornando a Exu, teve a idéia de criar esse espaço cultural, dotando-o com objetos pessoais.

O Museu do Gonzagão traz a marca de seu caráter, cultor de raízes e nordestino assumido. Ali deixaria a melhor parte de sua história, marcada por grandes mudanças, pelejas e o sucesso conhecido de todos.


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LIVE DELAS APRESENTA SHOWS INÉDITO COM CANTORAS, COMPOSITORAS E MUSICISTAS DO VALE DO SÃO FRANCISCO

No próximo sábado (31), às 20h, acontece a Live Delas. O projeto traz o encontro de três cantoras e compositoras do Vale do São Francisco: Camila Yasmine, Joyce Guirra e Mirielle Cajuhy. Além disso, o show conta com uma banda exclusivamente formada por mulheres. Outra novidade são os encontros entre as cantoras, com duetos e trios para interpretação de canções autorais.

A ideia é potencializar a visibilidade dessas artistas, principalmente como compositoras, proporcionar o encontro inédito entre as três cantoras e incentivar outras artistas a explorarem seu talento e trabalho. A proposta do show autoral é inédita e visa destacar o talento dessas mulheres para a composição. Não por acaso, todas já participaram de festivais de música, com destaque para o Festival Edésio Santos da Canção, em sua maioria, com premiações de destaque.

O projeto é idealizado pelo Delas Produtora e tem incentivo da Lei Aldir Blanc, através do edital Culturas Identitárias, categoria Gênero, da Secretaria de Cultura, Turismo e Esporte da Prefeitura Municipal de Juazeiro.

SERVIÇO:

O que é: Live Show DELAS

Dia: 31/07 – (sábado)

Horário: 20h


Transmissão: Canal DELAS Produtora no Youtube


Mais informações: Instagram @delas_produtora

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JOIAS DA COROA, EXPRESSÃO E TÉCNICA EM COURO DE ROMILDO APRIGIO É TEMA DE LIVE NESTA QUARTA (28)

O Centro Cultural Cais do Sertão, equipamento gerido pela Secretaria de Turismo e Lazer de Pernambuco e a Empetur e localizado no Bairro do Recife, na capital pernambucana, reabre para visitação presencial nesta quinta-feira (1º), seguindo todos os protocolos de segurança contra a Covid-19. Por enquanto, a capacidade admitida é de 50 pessoas dentro do museu ao mesmo tempo.

Para esta fase de retomada, o Cais anuncia o seu funcionamento nos seguintes horários: quintas e sextas-feiras, das 10h às 16h, e aos sábados, domingos e feriados, das 11h às 17h. Quem for ao museu vai perceber que toda a área expositiva do equipamento conta com sinalização especial, com lembretes sobre higienização das mãos e o distanciamento social obrigatório de 1,5m. Durante todo o tempo da visita, o público deve permanecer de máscara.

Os ingressos para o Cais do Sertão seguem no valor regular de R$10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada), com uma novidade: é possível agora efetuar o pagamento via pix.

Programação On-line:

O fato de reabrir as portas não significa dizer que o Cais do Sertão vai relegar a segundo plano a programação on-line nas redes sociais, considerada um diferencial entre os centros culturais do País na pandemia . Ao longo do mês, o museu promete manter o alto nível de discussões e do conteúdo oferecido pelo Instagram, YouTube e Spotify.

Um dos destaques desta semana é a faixa Conexão Cais, que ganha um programa especial nesta semana. Agora aprovado pela Lei Aldir Blanc (LAB-PE), o quadro conta com entrevistas de Patrimônios Vivos de Pernambuco. Nesta quarta-feira (30), a gestora do Cais, Maria Rosa Maia, e o fotógrafo Fred Jordão, revelam a trajetória artística  do Mestre Biu, propagador no coco, rima, ciranda e embolada em Aliança, Zona da Mata Norte de Pernambuco.

Outro quadro que segue firme na programação da casa é o Papo de Museu, que promove a interlocução entre artistas, pesquisadores e gestores culturais do Estado e de todo País. Entre os convidados do mês de julho, a cantora e compositora Terezinha do Acordeon, a coquista de Olinda Mestra Ana Lúcia, a Quadrilha Pisa no Espinho, filho do artesão de couro Mestre Aprígio, Romildo Aprígio, e a contadora de histórias Mariane Bigio.

O perfil do Spotify continua a embalar e inspirar os ouvintes-internautas com a seleção de artistas locais e nacionais. Para este mês, está programado repertório dedicado às coquistas do Estado, passando pelo legado de Terezinha do Acordeon ao Cangaço cantado por mulheres. E a criançada também será contemplada com  uma seleção infantil, remetendo às férias.


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PRIMEIRO EPISÓDIO DA WEBSÉRIE MANDINGA NA BEIRA DO RIO JÁ ESTÁ DISPONÍVEL NA INTERNET

A trajetória da capoeiragem na cidade de Juazeiro-BA, das rodas de rua dos anos 60 até as configurações dos dias atuais, contada a partir das experiências e vivências dos mestres Butica, Marreta e Deca. Essa é a proposta da websérie "Mandinga na Beira do Rio", que já está com seu primeiro episódio disponível no YouTube (https://bityli.com/yeTUb) e no Instagram do Projeto Malê (@projetomale), coletivo de educação artística nascido nas cidades ribeirinhas de Juazeiro-BA e Petrolina-PE.

"Nesse primeiro episódio, intitulado 'Nascido na beira do rio', trazemos a história de Mestre Butica, que dedicou parte de sua vida à capoeiragem. Ele conta sobre o início da sua trajetória na capoeira, por volta dos anos 60, como também da experiência em ter sido o primeiro mestre em Juazeiro", conta Mayane Santos, jornalista juazeirense que assina a direção e o roteiro da websérie.

No segundo episódio - "No passo da avenida" -, Mestre Marreta fala da participação dos capoeiras no carnaval juazeirense e nos desfiles das escolas de samba, e sobre o preconceito. O processo de formalização da capoeiragem, com a inserção do movimento nas academias, é tema do episódio três, "A 'evolução' da capoeira", com Mestre Deca. Por fim, os Mestres estarão reunidos em "A força dos antigos", numa conversa sobre a atuação do poder público junto às culturas populares. Esses próximos episódios serão liberados, respectivamente, em 27, 29 e 31 de julho, sempre às 20h.

"Mandinga na beira do rio" nasceu em 2019, a partir de diálogos realizados juntos à mestres antigos do município. À época, o Projeto Malê produziu um episódio piloto sobre a história do Mestre Botica, apesar dos escassos recursos que o coletivo tinha disponível. A produção, que é inédita na região do Vale do São Francisco, visa também contribuir para o registro da memória da capoeira local, já que há uma escassez de conteúdos que registrem a historicidade do movimento.

"A oralidade se mantém presente, mas até hoje não existe nenhum material audiovisual dessas figuras e várias outras que a gente buscou pesquisar. Priorizamos a questão da idade e partimos então desses três personagens mais antigos. Com a Aldir Blanc vimos a possibilidade de dar esse ponta pé com esses três nomes, mas deixando abertura para contar outras tantas histórias oriundas desses três personagens", contou João Borges, roteirista e responsável pela pesquisa histórica da capoeira em Juazeiro.

Produzida por meio de recursos do edital Prêmio de Cultura Lei Aldir Blanc - Culturas Identitárias, de Juazeiro-BA, a websérie "Mandinga na beira do rio", além de estar disponível nas plataformas digitais, também será distribuída nas escolas municipais da cidade, em respeito a Lei 10.639, que a partir de 2003 tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, mas que ainda é alvo de violações.

PROJETO: O Malê é um coletivo de educação artística, nascido nas cidades ribeirinhas de Juazeiro-BA e Petrolina-PE, e que tem, como orientação, os fundamentos da Capoeira Angola como meio de difusão do pensamento. Antes da pandemia da covid-19, o coletivo realizava treinos semanais pelos bairros periféricos de ambas as cidades e também no Arco da Ponte, estando no município de Juazeiro também com a única roda semanal de Capoeira Angola. O projeto age em conjunto com os núcleos, que desenvolvem atividades em suas respectivas áreas com o intuito de espalhar o corpo da Capoeira Angola nas periferias, estimulando-se com estudos da espiritualidade afro-brasileira e indígena como métodos de abordagem para o enfrentamento dos dilemas do dia a dia. (FONTE: Ascom/Thiago Santos)

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FLORESTA NACIONAL DO ARARIPE COMPLETA 75 ANOS

Primeira a ser instituída no Brasil, a Floresta Nacional do Araripe, no Ceará, é o cenário perfeito para quem gosta de natureza e de se aventurar em trilhas seja para pedalar, correr ou fazer caminhada. Com ventos gelados pela manhã, principalmente nessa época do ano, nada melhor que uma bebida quente como o chá de cambuí - fruta nativa da região - para aquecer do frio antes de enfrentar as trilhas.

A floresta completou neste ano 75 anos de criação. Além de Araripe, a unidade abrange também os municípios cearenses de Santana do Cariri, Crato, Barbalha, Missão Velha e Jardim.

Conhecedor da floresta por conviver nela há mais e 40 anos, mestre Galdino sabe bem onde encontrar os ingredientes para preparar o chá que ajuda amenizar o frio da manhã dos trilheiros. "Para quem não conhece o cambuí, ele é primo legítimo da jabuticaba, só que tem uma diferença, a jabuticaba nasce no galho e essa daqui bota na ponta da folha. A gente vai fazer um chá misto da folha do cambuí com a cidreira que já está um pouco domesticada também com a nossa Flona Araripe", explica.

Quem decide fazer a trilha a pé sente com mais intensidade o ar puro e a sensação térmica caindo a medida que caminha sob a sombra das árvores ao mesmo tempo em que desfruta da paisagem. É o caso da professora universitária Rosa Medeiros, veterana dos passeios no local.

Outros pontos muito buscados por quem frequenta a floresta são os mirantes. De um deles, visitados pela reportagem é possível avistar pelo menos quatro cidades da região do Cariri.

PRESERVAÇÃO: O responsável por cuidar dos mais de 38 mil hectares de verde é o Instituto Chico Mendes de biodiversidade do qual Flávia Domingos faz parte da equipe. De acordo com ela, é sempre uma surpresa positiva quando os turistas se deparam com a beleza cênica do lugar.

"Ninguém espera, quem é de fora, encontrar uma vegetação tão exuberante, e tão magnífica aqui nessa região, então causa estranheza, mas para os que são da região já estão acostumados com essa pérola que nós temos aqui no Cariri. Ao proteger essa área, a vegetação, nós estamos melhorando o clima, está prestando uma série de serviços ambientais, e um deles é a beleza cênica, preservada, e com acesso para todas as pessoas" afirma.

A mata preservada com fontes de água cristalina que jorra o ano todo, além de cascatas só completam a beleza da floresta classificada como um verdadeiro pulmão pelo secretário adjunto do Desenvolvimento Econômico e Turismo do Crato, Manoel Pedrosa.

"Aqui tem uma fauna e uma flora muito diversificada. "É um pulmão porque, pela localização dela, aqui é o início do Cariri, o início do Ceará, os rios nascem aqui: Rio Salgado, vai para o Jaguaribe, até o norte e Fortaleza, então por conta da altitude está sempre gerando uma condição climática melhor", finaliza.

O ponto de partida para a demarcação da floresta foi a Casa Sede, construída em 1946 às margens da CE-292, rodovia que liga o Ceará a Pernambuco. A ideia inicial era que o espaço servisse de apoio para o patrimônio verde.

O chefe do Núcleo de Gestão Integrada ICMBio no Araripe, Carlos Augusto Pinheiro, destaca a evolução da Floresta Nacional ao longo dos anos e como ela foi se aperfeiçoando, deixando de ser tão somente uma casa administrativa para se tornar ponto de pesquisas e monitoramento.

“Ao longo dos anos que eles foram se estruturando, então ela passou de ser a casa do chefe, casa administrativa, para ser um ponto de pesquisa, ponto de monitoramento nosso de prevenção de combate a incêndios florestais”, afirmou.

A Floresta do Araripe é administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e faz parte do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Snuc). De acordo com especialistas a floresta possui um dos últimos redutos de Mata Atlântica do Brasil. Além disso, abriga espécies raras da fauna e flora, a exemplo do Soldadinho-do-Araripe, ave em gravíssimo risco de extinção, que sobrevive na mata úmida no sopé da floresta.

Além de promover a proteção da floresta, o ICMBio também tem a missão de promover o turismo sustentável. Em tempos de pandemia, o contato com a natureza tem sido mais procurado. A preocupação do órgão é tentar manter o distanciamento para preservar a saúde dos visitantes.

"A gente pensa que faz parte da saúde mental e física poder estar desfrutando de um espaço desses. Mas isso tem que ser feito com todos os critérios, todos os cuidados. Não é porque estamos em espaços abertos que podemos abrir mão das máscaras, porque aqui tem outras pessoas visitando o espaço. Nós temos que ter cuidado com a fauna, não sabemos os efeitos desse vírus com a fauna local", diz Flávia Domingos, analista ambiental.

G1 ce Foto: Frederico Holanda Bastos

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MUSEU LUIZ GONZAGA, DISTRITO DE DOM QUINTINO PROMOVE LIVE NO DIA 02 DE AGOSTO


"Opa Pessoal! Nós do Museu Luiz Gonzaga, Distrito de Dom Quintino, Ceará estamos fazendo uma programação em homenagem aos 32 anos de Saudade do nosso Rei do Baião. E pra isso infelizmente temos gastos e com a Pandemia o Museu está fechado, com isso estamos fazendo uma vaquinha para arrecadar dinheiro para nossa live. Você pode nos Ajudar? qualquer quantia é super bem-vinda!  A chave PIX: museudeluizgonzagacrato@gmail.com

Um cheiro no coração de todos e MUITO OBRIGADO"!

Essa é a mensagem do criador, diretor presidente do Museu Luiz Gonzaga, Pedro Lucas Feitosa, 16 anos.  A live será realizada no dia 02 de agosto, às 18hs


A história do adolescente teve início em 2013, Pedro Lucas Feitosa, então com 8 anos, voltou encantado de uma visita que fizera ao Parque Asa Branca, o Museu do Gonzagão, em Exu, Pernambuco. Ao voltar para a sua casa, no Crato (Cariri cearense), Pedro Lucas já sabia como dar vazão à admiração que nutre por Luiz Gonzaga: ele criaria um museu dedicado ao Rei do Baião, na casa em que sua falecida bisavó morava, vizinha à dele.

A história virou realidade no distrito de Dom Quintino, a 26 km do centro do Crato,  Ceará, onde Pedro Lucas, montou o museu para contar a história de Luiz Gonzaga. O garoto teve inspiração de outros lugares artísticos. "Eu vi muita gente que queria conhecer a história dele, Luiz Gonzaga, logo vislumbrei criar um ponto turístico e eu criei o museu".

Segundo o avô, Antônio Feitosa, aos 5 anos o menino começou a ouvir as músicas de Luiz Gonzaga e se inspirou. A maior parte dos artigos do museu veio de doações de terceiros. "Eu postava na internet, o pessoal foi vendo e doando", diz o idealizador do museu.

A paixão pela música de Luiz Gonzaga foi concretizada quando numa festa de São João na escola, Pedro Lucas escutou “Numa Sala de Reboco”, letra de Zé Marcolino e ter gostado tanto da música que passou a cantá-la frequentemente. Uma tia dele viu o gosto pela música e presenteou-o com um CD de Luiz Gonzaga.

Atualmente, o Museu Luiz Gonzaga, está localizado na rua Rua Alto da Antena, no Distrito de Dom Quintino. O espaço já foi visitado por nomes como Chambinho do Acordeon, Targino Gondim e o pesquisador Paulo Vanderley, pesquisador da vida e obra de Luiz Gonzaga.

O Museu eúne objetos que recriam a época em que Gonzagão viveu. Pedro Lucas antes da pandemia guiava as visitas no local, contando a história de cada objeto do museu, função que divide com o primo, Caio Éverton. Além de vinis do artista, o museu exibe sanfonas, ferramentas de trabalho e utensílios, partes do universo cantado por Luiz Gonzaga.

Por toda a história é que Pedro Lucas, solicita aos amigos mais um incentivo. Para o futuro ele que ser um museólogo.

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É DOMINGUINHOS O MAIOR SANFONEIRO DO UNIVERSO

 

“Armaria, mãinha! Nãn! Quem é esse neném deitado em minha manjedourazinha?”

— É Dominguinhos, meu filho. O maior sanfoneiro do Universo. Fale baixo, Joshua, que ele precisa descansar. Fez uma viagem longa, está enfadado. Vá brincar com seus novos amigos, esse anjinhos que chegaram ainda há pouco da Palestina e das favelas pacificadas do Rio de Janeiro para a visita do Papa.

Nem bem falou Nossa Senhora, toda zelosa pelo sono do recém-chegado, e ouviu-se uma voz de trovão. Não era Deus.

— Acorda, seu Dominguinhos! Oxente! Amofinou-se, o homem? Acorda, seu Dominguinhos, que eu, Sivuca, Jackson do Pandeiro, Marinês e João do Vale queremos fazer um fuá com vosmicê.

Não era Deus. Era Luiz Gonzaga, quase Deus, já levantando o manto azul que Nossa Senhora havia colocado delicadamente sobre o corpo e a alma calma do sanfoneiro de Garanhuns, de Pernambuco, do Brasil, do Universo. E Nossa Senhora não teve nem tempo nem jeito de segurar os forrozeiros comandados pelo Rei do Baião, já tudo no pé da porta querendo dar as boas-vindas e tocar música boa com ele. E foi assim que Dominguinhos ressuscitou logo no primeiro dia. Pegou uma sanfona novinha trazida por Santa Luzia e está tocando e cantando com seus parceiros. A semana no céu agora não tem segunda, terça, quarta, quinta, sexta nem sábado. Todo dia é Dominguinhos. Dominguinhos vive, viva Osvaldinho do Acordeon! Dominguinhos vive, viva Camarão! Dominguinhos vive, viva Richard Galliano! Viva todos os sanfoneiros do mundo!

O mais universal dos acordeonistas vinha adoentado já há alguns anos, mas era só poder sair do hospital e já caía na estrada, ele mesmo dirigindo a caminhonete, revezando-se com um motorista. Gostava de dirigir, tinha medo de avião. E conhecia bem as estradas do Brasil. Era alguém estar perdido nas imensidões do Brasil e ligava pra ele. Bastava dizer onde estava e ele ensinava o melhor caminho para chegar. Uma espécie de Google Maps da música brasileira. Percorreu muito o nosso país. Primeiro com Luiz Gonzaga. Depois com Anastácia, Gilberto Gil, Gal Costa, fazendo o seu próprio trabalho solo.

Quando não estava na estrada, ou nos hospitais dos últimos tempos, enfiava-se em estúdios, onde quer que estivesse, para gravar, fazer participações em discos de iniciantes, desconhecidos, parceiros, gentes de outros estilos. Gostava de se misturar, de levar sua musicalidade única a todos os lugares, todos os sons, todos os sentidos. Talvez por isso mesmo tenha contagiado imensamente a música brasileira e influenciado praticamente todos os sanfoneiros seus contemporâneos e os que vieram depois dele. Se bem que, para ele, o tempo não parecia assim dividido em antes, durante e depois. Era como se vivesse num contínuo. Tudo sendo durante, como agora.

O acordeonista francês Richard Galliano chora de emoção no filme “Paraíba meu amor”, do diretor franco-suíço Bernard Robert-Charrue, ao encontrar-se pela primeira vez com Dominguinhos. Sempre que vinha ao Brasil, procurava os discos do sanfoneiro pernambucano em lojas e sebos. Era um ídolo, uma referência. No período em que Dominguinhos esteve enfermo, quando o hospital já não mais o devolveu para a amada estrada e aos estúdios, Richard Galliano fez uma música pra ele, uma linda melodia. 

Enquanto dormia Dominguinhos inspirou muitos outros artistas daqui e de alhures a compor pra ele, inspirados nele, canções de ninar, canções de acordar. Mas dessa vez ele só foi mesmo acordar no outro mundo, sob o manto azul da Santa, com a voz de trovão de Gonzagão e os resmungos do Menino Jesus por causa do empréstimo de sua manjedoura.

Dominguinhos vive, viva Dominguinhos!

(Texto: Francisco Cesar Gonçalves-Chico Cesar-cantor e compositor)

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MISSA VAQUEIRO SERRITA. A CULTURA VIVE NA FÉ TRABALHO E ESPERANÇAS

Compreender que a história vem se tecendo com a força da própria vida. E por isto, disse o cantador Virgilio Siqueira, daí não ser possível guardar na própria alma a transbordante força de uma causa. Daí não ser possível retornar, afinal, a gente nem sabe ao certo se de fato partiu algum dia...

“Tengo/legotengo/lengotengo/lengotengo … O vaqueiro nordestino/morre sem deixar tostão/o seu nome é esquecido/ nas quebradas do Sertão ...” Os versos ecoam pelo lugar, realçados pelo trote dos animais e o balançar natural dos chocalhos trazidos pelos donos, todos em silêncio. É música. É arte.

Cada arte emociona o ser humano e maneira diferente! Literatura, pintura e escultura nos prendem por um viés racional, já a música nos fisga pelo lado emocional. Ao ouvir música penetramos no mundo das emoções, viajamos sem fronteiras.

A viagem dessa vez é o destino Serrita, Pernambuco, município próximo a Exu, terra onde nasceu Luiz Gonzaga, ali no sítio Lages, um primo do Rei do Baião, no ano de 1951, Raimundo Jacó, homem simples, sertanejo autêntico, tendo por roupa gibão, chapéu de couro tombou assassinado.

Realizada anualmente sempre no quarto domingo do mês de julho, a Missa do Vaqueiro tem em suas origens uma história que foi consagrada na voz de Luiz Gonzaga e criada com os amigos Padre João Câncio e Pedro Bandeira, violeiro e o único que vive e participa da Missa. Pedro Bandeira atualmente mora em Juazeiro do Norte, Ceará.

Este ano a Missa do Vaqueiro de Serrita completa 50 anos. As celebrações serão virtuais devido ao decreto de pandemia que não permite aglomerações.

A música composta por Nelson Barbalho, ainda ecoa nos sertões brasileiros: Raimundo Jacó, um vaqueiro habilidoso na arte de aboiar. Reza a lenda que seu canto atraía o gado, mas atraía também a inveja de seus colegas de profissão, fato que culminou em sua morte numa emboscada. O fiel companheiro do vaqueiro na aboiada, um cachorro, velou o corpo do dono dia e noite, até morrer de fome e sede.

A história de coragem se transformou num mito do Sertão e três anos após o trágico fim, sua vida foi imortalizada pelo canto de Luiz Gonzaga. O Rei do Baião, que era primo de Jacó, transformou “A Morte do Vaqueiro” numa das mais conhecidas e emocionantes canções brasileiras. Luiz Gonzaga queria mais. Dessa forma, ele se juntou a João Câncio dos Santos, na época padre que ao ver a pobreza e as injustiças sociais cometidas contra os sertanejos passou a pregar a palavra de Deus vestido de gibão, para fazer do caso do vaqueiro Raimundo Jacó o mote para o ofício do trabalho e para a celebração da coragem.

Assim, em 1970, o Sítio Lajes, em Serrita, onde o corpo de Raimundo Jacó foi encontrado, recebe a primeira Missa do Vaqueiro. De acordo com a tradição, o início da celebração é dado com uma procissão de mil vaqueiros a cavalo, que levam, em honras a Raimundo Jacó, oferendas, como chapéu de couro, chicotes e berrantes, ao altar de pedra rústica em formato de ferradura. 

A missa, uma verdadeira romaria de renovação da fé, acontece sempre ao ar livre. A Missa do Vaqueiro enche os olhos e coração de alegria e reflexões. O poeta cantador de Viola, Pedro Bandeira se faz presente ao evento e o peso dos seus mais de 80 anos ilumina com uma mágica leveza rimas e versos nos improvisos da inteligência. Vaqueiros e suas mãos calejadas, rostos enrugados pelo sol iluminam almas.

Em Serrita ouvimos sanfonas tocando alto o forró e o baião. Corpo e espírito ali em comunhão. A música do Quinteto Violado, composto por Janduhy Filizola é fonte de emoção. A presença de Jesus Cristo está no pão, cuscuz, rapadura e queijo repartidos/divididos na liturgia da palavras.

Emoção! Forte Emoção é que sinto na Missa do Vaqueiro ao ouvir sanfona e violeiros:

“Quarta, quinta e sexta-feira/sábado terceiro de julho/Carro de boi e poeira/cerca, aveloz, pedregulho/Só quando o domingo passa/É que volta os viajantes aos seu locais primitivos/Deixa no caminho torto/ o chão de um vaqueiro morto úmido com lágrimas dos vivos.

E aqui um assunto místico: quando o gado passa diante do mourão onde se matou uma rês, ou está esticado um couro, é comum o gado bater as patas dianteiras no chão e chorar o sentimento pelo “irmao” morto. O boi derrama lágrimas e dá mugidos em tons graves e agudos, como só acontece nos sertões do Nordeste!

Assim eu escutei e aqui reproduzo...

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PROJETO DE LEI PROÍBE PLANTIO DE ÁRVORE NIM EM BOM JESUS DA LAPA, BAHIA

Um projeto chamou a atenção no municipio de Bom Jesus da Lapa, Bahia. A Câmara de vereadores aprovou lei que proíbe o cultivo da árvore Nim e ainda dispõe sobre “a proibição do plantio, cultivo, transporte e produção da espécie Nim, na área urbana e rural".

O projeto foi justificado através dos estudos científicos que apontam o efeito inseticida dessa espécie tem alto impacto sobre o equilíbrio ecológico local, principalmente na comunidade das abelhas. 

"Além disso descaracteriza o nosso bioma da Caatinga. Adote uma árvore natural do nosso bioma", diz projeto do vereador Leonel Cardoso, ressaltando que o Nim é muito mais prejudicial que benéfico e que o municipio deve realizar uma campanha de conscientização junto a população.

O engenheiro agrônomo, Lúcio Flávio Magalhães Cezar, atual Secretário Meio Ambiente, em contato com o BLOG NEY VITAL, disse que uma Cartilha está sendo elaborada e que o trabalho de diálogo junto a comunidade busca o resultado positivo para o meio ambiente.

Segundo o secretário, a opção para a substituição será lenta e gradual do Nim se dará a médio e longo prazo através do fornecimento de espécies nativas do bioma. Terá prioridade e será disponibilizada pela Secretaria do Meio Ambiente, como: Ipê do Brasil (cores variadas), Sibipiruna, Pau ferro, Pata de Vaca, Canafístula, Jacarandá (praças), Quaresmeira, Oiti (canteiros e praças), entre outras que não afetam construções e calçadas. Plantas ornamentais serão introduzidas e às plantas ornamentais em cores variadas darão um toque de beleza e leveza a cidade.

A arvore “nim” (nome científico: Azadirachta indica A. Juss.) é uma espécie exótica, originária da sul da Ásia. Na Índia, é bastante utilizada por adeptos da fitoterapia por possuir propriedades farmacológicas. A planta foi introduzida no Brasil na década de 1980, com o intuito de trabalhar como um pesticida em lavouras, mas se tornou uma planta com alto poder degradante. Tem sido bastante usada, especialmente na região do Vale do São Francisco no paisagismo urbano de ruas e calçadas.

Estudos científicos revelam que a árvore nim, representa uma ameaça. Ela tem se adaptado muito bem ao clima semiárido, respondendo bem até quando não recebe água regularmente. Isto se deve ao fato da árvore conseguir acessar a água do solo, com suas raízes profundas. Possui crescimento relativamente rápido, fornecendo sombra  com poucos meses após o plantio. O crescimento rápido têm convencido cada vez mais os moradores a plantarem o nim em suas calçadas.

Um dos principais problemas causados pelo nim é o efeito de seu principal princípio ativo: a Azadiractina. É uma substância comprovadamente inseticida. Possui ainda efeitos sobre a reprodução de insetos nativos, inibindo sua a reprodução. Particularmente, as abelhas nativas, que são de extrema importância na polinização e se adaptaram ao longo de milhões de anos a polinizarem as espécies vegetais nativas estão sendo dizimadas pela presença do nim.

Ano passado a reportagem do BLOG NEY VITAL, destacou que professora, engenheira agrônoma, Candida Beatriz, mestre e doutora em CiêncIas Agrárias e o alerta para os riscos, um dos principais: "não plantar Nim quando existe produção de mel de abelhas". A doutora aponta que o Nim pode prejudicar a polinização. 

Um dos maiores cuidados apontado pela doutora Candida é que o cultivo da espécie e sua proliferação podem provocar prejuízos a outras espécies vegetais e até animais, uma vez que possui também propriedades repelentes. "Tudo em excesso traz seus riscos e perigos. Portanto, o plantio em excesso da árvore Nim também pode causar inúmeros prejuízos", relata Candida.

Pesquisadores numa linha mais radical acusam que a ação do plantio agrava ainda mais o processo de desertificação no Nordeste e principalemte na Região do Semiarido. 

Evelline Lanzillotti, Biologa da Universidade Estadual do Ceará diz que proliferação da Especie no Estado trará grandes prejuízos ao meio ambiente e ao bioma em um futuro próximo, com base em cinco justificativas: "a espécie nim se alimenta dos microrganismos da terra, é repelente natural de proporções desastrosas para a fauna e a flora, tem poder extraordinário de reprodução que já está sem controle, é árvore invasora que já ocasiona danos na região."

Amplamente utilizada como alternativa para a arborização urbana e rural, a espécie foi dissiminada em vários municípios do Nordeste e agora, por ser extremamente invasora começa a preocupar ambientalistas. A preocupação é no sentido de evitar a proliferação, em vista dos danos ambientais já verificados na região. 

No início do ano 2000, Aveline Lanzillotti, bióloga que realizou pesquisas acerca da invasão de plantas exóticas quando atuava como professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece) na região dos Inhamuns, também chancela que o Nim assim como outras espécies (algaroba, sempreverde, entre outras) estão em quantidade excessiva na caatinga e invadem o bioma, competem com as nossas espécies e ganham cada vez mais espaço. 

"O Nim Propagam-se rápido e tem fácil poder de adaptação. Já podemos afirmar que o bioma caatinga está descaracterizado, especialmente no que se refere à flora", alerta da pesquisadora da Uece", declarou Eveline.

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TODOS OS DOMINGOS 8H PROGRAMA NAS ASAS DA ASA BRANCA-VIVA LUIZ GONZAGA E SEUS AMIGOS


Todos os domingos 8hs. www.radiocidadeam870.com.br

PROGRAMA NAS ASAS DA ASA BRANCA-VIVA LUIZ GONZAGA E SEUS AMIGOS: A cultura e a arte são notícia. A educação para a arte e a arte na educação. Estilos e ritmos musicais. Toda a diversidade e a riqueza da cultura. O Brasil e suas expressões de identidade nas ondas do Rádio. Rádio Cidade FM 95.7
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PROGRAMA RÁDIO A VOZ DO BRASIL COMPLETA 86 ANOS

Há 86 anos A Voz do Brasil entra nos lares dos brasileiros. O programa já teve vários nomes e acompanhou o mandato de 23 presidentes, a Segunda Guerra Mundial, a descida do homem à Lua, várias Copas do Mundo e a morte de importantes nomes do cenário nacional.

Funcionário mais antigo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) na equipe de A Voz do Brasil, Erivaldo Santos, conhecido como Leleco, lembra que, nesses 20 anos, o programa passou por muitas mudanças tecnológicas de formatos e conteúdo. 

"Acompanhei a mudança da transmissão analógica para a digital e isso aconteceu na Voz também: saímos da operação com cartucho para o touch screen", revela. Ele lembra a mudança de formato: antes o programa tinha apenas as notícias do Executivo e Legislativo. Hoje comporta Judiciário também. Mas a principal transformação, com certeza, foi na forma de dar a notícia. 

"Ela deixou de ser menos oficial e burocrata e passou a ser mais contextualizada, mais próxima da linguagem informal, como é o propósito do rádio", diz. Ele destacou também o esforço de se noticiar as políticas e ações com impacto na vida do cidadão.

Responsável por todo o conteúdo que vai ao ar, o editor-chefe do programa, Eduardo Biaginni, explica melhor essa missão de A Voz do Brasil. "A ideia do que vai ao ar, basicamente, é tentar levar aos ouvintes os impactos que as ações e programas do governo têm no dia a dia deles. Como as ações pensadas e realizadas nos gabinetes aqui de Brasília são refletidas lá na ponta. 

A partir disso, são desenvolvidas as pautas que vão ao ar. E o enfoque é sempre esse, de serviço, de como as pessoas podem ter acesso ou serem beneficiadas pelas ações do governo", diz.  Segundo ele, o programa tem hoje um público muito amplo que vai desde moradores de grandes capitais, cidades pequenas, zona rural e até ribeirinhos.

Biaginni acredita no papel que A Voz do Brasil tem como canal direto de comunicação do governo com a população brasileira reportando assuntos e serviços que raramente o público teria acesso em emissoras de rádio comerciais.

Jornalistas concursados da EBC, Gabriela Mendes e Nasi Brum são os apresentadores que hoje dão voz ao programa A Voz do Brasil. Ela está na empresa há 16 anos, e há quatro atua como locutora do programa, sendo que antes já trabalhava como editora. 

"Para mim, é uma honra e um orgulho ser a voz feminina do programa de rádio mais antigo do país. Chegamos a locais onde nenhum outro meio de comunicação chega e conseguimos falar com as pessoas nos lugares mais remotos do Brasil.", diz.  Segundo ela, A Voz do Brasil leva ao cidadão as notícias do governo que impactam na vida dele e que "na maioria das vezes, essas pessoas só ficam sabendo de programas e políticas públicas a que elas têm direito por meio da Voz", diz.

Funcionário da EBC há 35 anos, Nasi Brum está na apresentação de A Voz do Brasil há cinco. De acordo com o apresentador, A Voz tem o papel de mostrar ao cidadão como são aplicados os recursos públicos. "São políticas públicas e serviços que muitas vezes o cidadão nem sabia que existiam para melhorar a vida dele", diz.


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CICLISMO GANHA DESTAQUE COM AUMENTO DE ADEPTOS EM BUSCA DE SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA

Ciclismo: para os adeptos são inúmeros benefícios, desde a condição do próprio emagrecimento, até na melhora do condicionamento cardiorrespiratório, ganho de massa muscular, melhora da autoestima, melhora da saúde geral, do índice de triglicérides e colesterol, diminuição da pressão arterial e redução do quadro glicêmico.

A bicicleta tem ganhado as ruas e cada vez mais adeptos de trilhas realizadas na zona rural das cidades Outros começaram a usar bicicletas como meio de transporte alternativo. Todos apontam o quanto é possível uma vida mais saudável a partir da prática de exercícios físicos e ciclismo.

Em Juazeiro e Petrolina tem sido comum ciclistas nas ruas e avenidas. Na pandemia da Covid-19, o número de interessados em padalar aumentou. São vários os novos grupos de trilhas e passeios em bicicletas. Com o fechamento de academias em cumprimento às medidas restritivas, muitas pessoas passaram a adotar o ciclismo como forma de atividade física e lazer.

Em João Pessoa, Paraíba, muito antes da pandemia, o graduado em Ciências Contábeis, Rogério Emanuel Paiva Barbosa, 38 anos, se apaixonou pela prática do ciclismo. Ex-fumante, pesava cerca de 116 quilos. Com esforço e determinação hoje, Rogério está com 83 quilos, faz trilhas, passeios e percursos para ciclistas avançados. A meta de Rogério ainda este ano é participar de competições esportivas que reúne ciclistas de vários estados do Nordeste.

A procura de Rogério foi pela saúde, fugir do estresse e a sensação de liberdade, pois o ciclismo é uma atividade ao ar livre com sol, sem necessidade de estar em contato próximo ou direto com risco de contaminação.

O empresário Josevaldo Silva, também em busca de melhorar a saúde fez do ciclismo uma atividade física e diz que o esporte tem conquistado espaço, principalmente durante a pandemia do novo coronavírus. "Benefícios para a saúde, com a prática de exercícios físicos, e para o meio ambiente estão também entre os pontos que favorecem a busca pelo esporte", avalia Josevaldo.

Em Petrolina, a movimentação de bicicletas nas ruas ganhou inclusive faixas, espaços que contribuem com a mobilidade urbana. Uma das trilhas preferidas em Petrolina é ir para o Serrote do Urubu.

Na avaliação do infectologista e professor, Fernando Bellíssimo Rodrigues, a busca pelo ciclismo foi uma boa alternativa. É um “excelente exercício para ser feito durante a pandemia”, já que, normalmente, é realizado ao ar livre e de maneira individual. Mas, adianta Bellíssimo, mesmo que “seja feito de maneira coletiva, a possibilidade de transmissão dessa doença (covid-19) ao ar livre é muito remota”. 

O professor lembra ainda que o benefício de andar de bicicleta alcança o meio ambiente, evitando a queima de combustíveis fósseis, responsáveis pelo aumento da “concentração de CO2 na atmosfera e o aquecimento global”.

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CRIANÇA EM EXU VALORIZA BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS ARTESANAIS

Numa época de alto consumo e preferência pelos produtos eletrônicos, internet, quando o assunto é a cultura e aprendizado das  crianças e pré-adolescentes, a era digital parece afastar, cada vez mais, o público infantil do mundo artesanal. 

Mas muitas crianças ainda investem na construção, valorização e divulgação de brinquedos artesanais.

Na terra de Luiz Gonzaga, mestre da sanfona e Barbara de Alencar, mulher revolucionária, a aluna Iasmin Felipe Gonçalves, 10 anos, estudante do 5°ano do Ensino Fundamental 1, Escola Municipal Josefa Cândida de Jesus, deu um exemplo de cultura e confeccionou uma casa de boneca e pensou nos mínimos detalhes durante a realização de um Concurso promovido pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente-COMDICA, em parceria com a Prefeitura Municipal de Exu, Pernambuco. 

"É a prova que lugar de aluno é na escola. Iasmin ficou em primeiro lugar na categoria vídeo, na categoria sobre o resgate de brinquedos e brincadeiras. A aluna fez repensar um mundo melhor, menos poluído e mais saudável para todos. Assim, a opção de valorizar os brinquedos artesanais ganhou destaque nessa corrida contra games, celulares de última geração e outras novidades high-tech", disse a gestora da escola, professora Aline Justino, membro do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

O concurso aconteceu para a vivência do Dia Nacional do Combate ao Trabalho Infantil que tem a proposta de mobilizar a sociedade contra o trabalho infantil. 

A cada ano um novo tema é proposto servindo de base para a respectiva campanha de sensibilização e mobilização da população, que é realizada no intuito de erradicar, da forma mais célere possível, todas as formas de trabalho infantil.

De acordo com a Meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda da ONU, o trabalho infantil deve deixar de existir até 2025.

A aluna ganhou de prêmio um Kit Escola completo. Iasmin Felipe Gonçalves mora distante da escola e amigos estão propondo um meio dela ganhar uma bicicleta para ter maior mobilidade de ir até a escola.

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MISSA DO VAQUEIRO DE SERRITA CELEBRA 51 ANOS EM JULHO DE FORMA VIRTUAL

A tradicional Missa do Vaqueiro de Serrita vai celebrar a sua 51ª edição de forma online pelo segundo ano, devido à pandemia de Covid-19. A celebração acontecerá no domingo (25), às 9h.

 A transmissão será de forma simultânea no canal oficial da Missa do Vaqueiro no YouTube (www.youtube.com/MissadoVaqueiro) e pelo Instagram (@missa_do_vaqueiro).

De acordo com a organização, a missa será transmitida do Parque do Vaqueiro, Sítio Lages, em Serrita, no interior de Pernambuco. Os organizadores informarm que o evento não terá a presença de público, mas contará com a participação de "um número simbólico de vaqueiros". A quantidade de vaqueiros que estarão presentes não foi divulgada.  

A celebração será presidida por Dom Magnus Henrique, Bispo da Diocese de Salgueiro, e cantada por artistas como Josildo Sá, João Cláudio Moreno, Flávio Leandro, Targino Gondim, Coral Aboios de Serrita, Aboiadores Chico Justino, Cicero Mendes e pelos violeiros Geraldo Amâncio e Guilherme Nobre.

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PRODUÇÃO DE IOGURTE DE LEITE DE CABRA GERA RENDA PARA FAMÍLIAS DE CURAÇÁ, BAHIA

Com sabor marcante e alto valor nutritivo, o leite de cabra tem ganhado espaço na mesa de consumidores de todo o país. O produto é rico em cálcio, que garante a saúde dos ossos, além de agir diretamente no combate a anemia. Atentos a esses benefícios e com o propósito de agregar valor à caprinocultura da região, produtoras e produtores do distrito de Poço de Fora, no município de Curaçá, no interior da Bahia, desenvolveram um novo produto: o iogurte de leite de cabra. 

Morango e abacaxi são os principais sabores da bebida produzida pela Cooperativa Poçoforense Sabor do Sertão (Coopof), empreendimento atendido pelo Centro Público de Economia Solidária Sertão do São Francisco (Cesol-SSF), que tem atraído a atenção e a curiosidade de clientes em todo o estado. Além do iogurte, a Coopof também trabalha com a produção de queijo coalho, ricota temperada de alho, cebola, coentro e hortelã; e o creme de queijo. 

Para a produção realizada semanalmente, é necessário em média 500 litros de leite e os produtos abastecem os mercados de cidades da região. Presidente da Coopof, Eugênia Ribeiro que a ideia de produzir o iogurte surgiu da necessidade de agregar valor ao produto na região semiárida e que a bebida tem tido uma boa aceitação no mercado. "Além de ser um produto de qualidade, é pouco produzido na região e pode ser consumido por todos, desde criança a idosos que não tenham intolerância a qualquer nutriente presente na composição", explicou Ribeiro. 

Benefícios para a saúde - O leite de cabra é considerado uma excelente opção para quem deseja ter uma alimentação saudável, explica o tecnólogo em alimentos e agente socioprodutivo do Cesol-SSF, Edigar Mendes.  "O leite de cabra é mais facilmente digerido, pois as partículas de gordura são menores quando comparadas às do leite de vaca. A bebida também é rica em vitamina A, auxiliando na melhoria da saúde da pele", pontuou Mendes.  

Engenheira agrônoma aposentada, Maria José Galdino da Silva (71) é uma das clientes assíduas do iogurte de leite de cabra da Coopof. Ela adquire a bebida na loja de Economia Solidária Empório Meu Sertão.  "Eu sou adepta ao leite de cabra e o iogurte tem ajudando na redução dos problemas de ressecamento intestinal. É um produto muito gostoso que não pode faltar em minha casa", afirmou Galdino.   

Histórico - De acordo com, Eugênia Ribeiro, a Coopof conta com 20 cooperados e nasceu em 2018, a partir da iniciativa de produtores locais, que organizavam na comunidade de Poço de Fora e região exposições, feiras de caprinos e ovinos e torneio leiteiros. 

A construção da sede contou com o apoio da Mineração Caraíba, que após avaliar o potencial de produção do grupo, durante cursos e reuniões realizadas na comunidade, investiu na construção do laticínio Sabor do Sertão. "As famílias que estão trabalhando no laticínio já têm uma renda garantida. Todo mês, elas sabem que podem contar com aquele valor e a tendência é que a produção aumente ainda mais", destacou Ribeiro. 

Assistência técnica do Cesol - Iniciativa vinculada à Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Estado da Bahia (SETRE), o Cesol-SSF oferece assistência técnica a 128 empreendimentos do território Sertão do São Francisco, auxiliando na melhoria dos produtos, na construção da identidade visual, no marketing e propaganda e na ampliação dos mercados. 

"O Cesol é o nosso braço direito e tem nos dado apoio desde o início da associação. Com a cooperativa, a atenção tem sido ainda maior, na divulgação dos nossos produtos, acompanhamento e assistência técnica, contribuindo para o crescimento", finalizou a cooperada Eugênia Ribeiro.  (Fonte: Assessoria Cesol-SSF)

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EM BREVE: BOEMIA CULT NOVO TRABALHO DO CANTOR E POETA LUIZ DO HUMAYTÁ

O cantor e compositor, o poeta Luiz do Humaytá está finalizando o seu mais recente trabalho: Boemia Cult.

O que vai chamar a atenção neste novo cd é a completa alegria, descontração, apologia de uma vida boêmia sem preocupações, repleta de amores cantados em cada verso das músicas interpretadas por Luiz do Humaytá.

Estudioso da música brasileira o cantor fez uma seleção que guarda ainda "em segredo", mas adianta que todos as canções é uma homenagem a todos os boêmios e boêmias que tem a identidade do amor, da poesia que toca na alma dos amantes da noite.

Morando em Curaçá, Bahia, na localidade chamada Fazenda Humaytá, Luiz ainda este ano tem a expectativa de lançar o CD, se as regras de isolamento social permitirem devido a pandemia.

A história conta que em novembro de 2010, Luiz formou a Banda Forró Avulso, com o desafio de fazer o forró e valorização da música brasileira: a gaita de boca no lugar da sanfona e o cajon no lugar da zabumba. Com este grupo fez carreira em Salvador tocando na noite baiana por seis anos.

A discografia CDs: 

2012 - CD ACÚSTICO. 2014 – CD PÉ DE CHÃO

2015 – LUIZ DO HUMAYTÁ CANTA MÚSICAS GAÚCHAS

2015 –FORRÓ AVULSO e LUIZ DO HUMAYTÁ - 5 ANOS DE ESTRADA

2017 – LUIZ DO HUMAYTÁ AVULSO

2019 – DECANTO O SERTÃO

2020 - CD GRAVADO AO VIVO NO TEATRO EM CURAÇA.

2021 - BOEMIA CULT

Luiz do Humaytá continua unindo em 2021 o empreendedorismo, a agricultura, a música e a poesia. É a travessia que une a paixão pelos ritmos, referência a Luiz Gonzaga, compositores da música brasileira, boemia, aos sertões, a caatinga.

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A FLOR E O MILITANTE

As plantas forjam sua descendência, preparando com paciência o botão depois a flor, de onde saem as sementes e se espalham como gente. Presa ao galho a flor serve às abelhas, que procuram através de seu quartel a matéria para fazer o mel; por isso se deixa penetrar, sem medo de se machucar.

Saciadas, as abelhas vão embora. Levam a doçura repartida para manter a vida da colmeia.

Voltam noutro dia para completar a ceia.

A flor em seu balanço fica para cumprir o destino sem descanso: perfumar o ambiente e fazer no silêncio aparecer cada semente. Bela missão é essa de servir: exalar perfume e produzir.

O militante não é a abelha que vai de flor em flor, mas a própria flor que atrai para si a responsabilidade, de responder a cada uma com doçura e verdade que, lutar e vencer é saber perfumar de amor à humanidade. Envolver cada pessoa num grande abraço e, depois, andar juntos os outros passos.

Para avisar as abelhas, a flor, usa o perfume e sua cor; sinais que orientam também o lutador.

Passado os dias à flor madura e satisfeita, deixa murchar as pétalas de seu brilho, para fazer nascer de si os próprios filhos. E como uma caverna que abre suas portas, deixa sair contentes as sementes que transparecem mortas.

Mas é engano. A semente quer o tempo de germinação para, em silencio levantar-se lentamente do chão; imitar a sua espécie com as cores; crescer e também se encher de flores.

A planta da semente busca entrar por cada fresta, puxada pelo sol, ajuda a construir e a expandir a floresta.

Militantes: mulheres e homens em cada ação fazem-se a si próprios e a organização. Tem ela o jeito de seus passos, o carinho de seus gestos e a acolhida de seus braços. Confundem-se em suas identidades, quê, ao não poder vê-los a sociedade, procura seu perfume em cada marca de saudade.

Militante, é aquele que se comporta como a flor exuberante, não como as estrelas que brilham mas estão muito distantes. Flor é como gente, nasce em toda parte, e por saber o seu lugar, transforma-se em semente. Estrela não! Nasce uma vez só e vive de seu brilho, sem nunca poder dizer que teve um filho.

A flor perfuma o jardim e a mesa do auditório. Murcha de pressa na sala do escritório. Se não houver cuidado, o ar ali ventila mais pesado e a flor perde o encanto e a alegria. Como o perfume é um tanto destemido, quer espaço para circular e se livrar da poeira da burocracia.

As flores se multiplicam com o vento. Por que não crescem em quantidade nos acampamentos e assentamentos? Será por causa da fumaça ou por que o brilho das estrelas inibe o seu crescimento?

É no formar da flor que com a militância se encontra a semelhança. Quanto mais flor, mais perfume, mais semente. Quanto mais gente, mais força e mais esperança.

Ademar Bogo- Doutorado em Filosofia pela Universidade Federal da Bahia - UFBA, Mestrado em Filosofia na Universidade Federal da Bahia - UFBA, Licenciatura em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia

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