FLORESTANDO O SEMIÁRIDO: AGRICULTURA FAMILIAR GUARIDÃ DO BIOMA CAATINGA

Programa de Aplicação de Tecnologias Apropriadas (PATAC) com Assessoria Técnico Científica do Instituto Nacional do Semiárido (INSA/MCTI), através do tecnologista Aldrin M. Perez-Marin, vem executando articuladamente, o projeto “Florestando o Semiárido: Agricultura Familiar Camponesa Guardiã da Caatinga”. 

Entre 2020 a 2022, impulsionaram importantes avanços na perspectiva da conservação da Caatinga e da recuperação de áreas degradadas no Cariri, Seridó e Curimataú Paraibano. Percebe-se que a paisagem do território tem se transformado, expressando benefícios às Famílias Agricultoras, a Floresta Caatinga e a Natureza do Semiárido, por meio da conservação das águas, dos solos, da biodiversidade e da produção de alimentos diversificados e saudáveis para as pessoas e os animais.

Cerca de 300 famílias agricultoras foram mobilizadas, com destaque para a forte participação de 301 mulheres. Participaram também 176 homens e 90 jovens, além do importante trabalho de educação para a Convivência com o Semiárido, realizado em 04 escolas do campo, com 204 crianças (entre 3 a 10 anos).

A combinação, formação e inovação na perspectiva da recuperação de áreas degradadas em processo de desertificação, ganha força e dinamismo, através das oficinas e visitas de intercâmbio, para apropriação e construção do conhecimento na perspectiva do Recaatingamento. Com a chegada das chuvas, foram intensificadas as oficinas práticas e atividades de formação, através de travessias em áreas degradadas, foram feitos diálogos sobre os processos de desertificação e a importância do reflorestamento, culminando com os mutirões para o plantio diversificado de mudas nativas e adaptadas em áreas familiares.

A vegetação da Caatinga está sendo conservada, enriquecida e recuperada. Sistemas Agroflorestais foram estruturados, principalmente nos quintais e em outros espaços produtivos, campos diversificados de forragem com cactáceas e outras espécies nativas foram implantados, ocorreram ainda a implementação de campos de sementes crioulas, perfazendo um total de 93 hectares de áreas descentralizadas reflorestadas, favorecendo o manejo sustentável da Caatinga em cerca 300 agroecossistemas. Outras iniciativas que trataram de promover ações para reverter processos de degradação do solo e preservação de cursos d’água, se deram através da implementação de 30 Barragens de Base Zero (BBZ’s).

Sendo o Semiárido um lugar onde precisamos aproveitar cada gota de água para a produção vegetal e animal sustentável e fazer avançar o saneamento rural, foram implementados 80 sistemas de tratamento e reuso de água para potencializar a conservação e uso da biodiversidade do Bioma Caatinga e a produção de alimentos no Semiárido.

Com base na Agroecologia e em conexão com a Convivência com o Semiárido, torna-se expressiva a existência de uma agricultura resiliente ao clima, que produz em harmonia com a Natureza, desenvolve práticas inovadoras de combate à desertificação e de enfrentamento das mudanças climáticas. O total de Carbono Sequestrado ao final entre 2021 e 2023 na área de abrangência do projeto foi de 1.725 toneladas, correspondendo a 6.334,24 toneladas de Dióxido de Carbono (CO2).

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UFRPE PROMOVE PALESTRA LAMPIÃO: O HOMEM E A LENDA EM SERRA TALHADA

A Universidade Federal Rural de Pernambuco, através da Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UFRPE-UAST) realizará a palestra com o tema “Lampião: o homem e a lenda” ministrada pelo escritor e produtor cultural Anildomá Willans de Souza, no dia 1º de março.

O evento faz parte do projeto de pesquisa “Cultura Pernambucana: acervo e história” do professor Fabio Mário da Silva, e acontece no Anfiteatro Padre Afonso Carvalho UAST, a partir das 19h30. Os participantes terão direito a certificado de carga horária como ouvinte.

A UFRPE-UAST está localizada na Av. Gregório Ferraz Nogueira, S/N – José Tomé de Souza Ramos. Para mais informações, os interessados podem entrar em contato pelo telefone (87) 3929.3274.

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SEMINÁRIO LUIZ GONZAGA 110 ANOS DE MEMÓRIA ACONTECE ENTRE OS DIAS 23 A 26 DE MARÇO

"A contribuição de Luiz Gonzaga na construção da Identidade Cultural do Povo do Sertão do Araripe". Este é o tema do Seminário Luiz Gonzaga 110 anos de Memória que será realizado em Exu, Pernambuco, entre os dias 23 a 26 de março. O evento vai acontecer no Parque Aza Branca e no Colégio Barbara de Alencar.

A programação completa será lançada em breve e contará com Palestras, mesas redondas, grupo de pesquisas, oficinas e cortejo cultural.

O objetivo do Seminário é manter vivas a memória e valorização da poesia e sonoridade da obra musical de Luiz Gonzaga, o eterno Rei do Baião. 

A REDEGN obteve a informação que estão já confirmados nomes como o dos mestres e doutores: Durval Muniz Albuquerque, Marcio Santos e Carlos Sordoni e o jornalista José Teles. 

O atual reitor da Universidade Regional do Cariri, Francisco do O’ de Lima Júnior, fará abertura.

Carlos Sordoni: Possui graduação em Sociologia (bacharelado) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, mestrado em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro e doutorado em Musicologia pela Universidade de Tours, França.

Marcio Matos é professor da Universidade Federal do Cariri/UFCA. Mestrado pela Universidade Regional do Cariri - URCA.  É doutor em música pelo Departamento de Musicología da Universidad Complutense de Madrid, Espanha.

Durval Muniz de Albuquerque Júnior-Possui graduação em Licenciatura Plena em História pela Universidade Estadual da Paraíba (1982), mestrado em História pela Universidade Estadual de Campinas (1988) e doutorado em História pela Universidade Estadual de Campinas (1994). Atualmente é professor permanente do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco, professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Tem experiência na área de História, com ênfase em Teoria e Filosofia da História, atuando principalmente nos seguintes temas: gênero, nordeste, masculinidade, identidade, cultura, biografia histórica e produção de subjetividade.

José Teles nasceu em Campina Grande, na Paraiba, em 1955. Mudou-se para o Recife em 1960. É jornalista, crítico de música e cronista do Jornal do Commercio desde 1980. Colabora com vários jornais e revistas, como O Pasquim, Caros Amigos, International Magazine, Bizz, General, revista Continente. É autor de vários livros, entre os quais Acordei Esta Manhã Cantando Uma Velha Canção dos Beatles (Edições Bagaço), Do Frevo ao Mangue Beat (Editora 34, SP); O Frevo Rumo à Modernidade (2008, prêmio de ensaio nos 100 Anos do Frevo, pela Prefeitura do Recife); O Frevo: De Borboleta Não é Ave a Passo de Anjo ( Bagaço); as biografias Lá Vem os Violados: Quinteto Violado 40 Anos; O Malungo Chico (sobre Chico Science); Cuma É o Nome Dele: Manezinho Araújo; Siri na Lata: 30 Anos de Anarquia, Folia e Negócios (história do Bloco Anárquico Armorial Siri na Lata), todos publicados pela Bagaço, e o livro de viagem Eu e Meu Ray-Ban, Uma Viagem. Tem também seis livros de crônicas e duas dezenas de infantojuvenis já publicados.

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UNIVASF INSCREVE PARA O CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL INTERDISCIPLINAR

Estão abertas as inscrições para o 1º Congresso Internacional de Educação Ambiental Interdisciplinar (I Cineai). O evento será realizado entre os dias 22 e 25 de novembro na Universidade Federal do Vale do São Francisco ( Univasf) e contará com palestras, exposições científicas e artísticas, minicursos, apresentações artísticas, mesas redondas, oficinas, lançamento de livros, visitas técnicas e mais de 30 grupos de trabalho.

As inscrições podem ser realizadas pelo site do evento até 20 de novembro e, presencialmente, no dia do evento. Os valores variam de acordo com a formação do participante e data da inscrição. Já os artigos devem ser submetidos até 30 de setembro.

A primeira edição do Cineai é uma iniciativa do Programa Escola Verde (PEV) e o Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental Interdisciplinar da (Univasf). O evento será realizado no Complexo Multieventos, no campus Juazeiro, na Bahia, em conjunto com o VI Congresso Brasileiro de Educação Ambiental Interdisciplinar (Cobeai) e o IX Workshop de Educação Ambiental Interdisciplinar (WEAI).

A programação completa e outras informações estão disponíveis no site https://cineai.escolaverde.org/

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VII ENCONTRO DOS EX-ALUNOS DO COLÉGIO ESTADUAL/ESCOLA DE PETROLINA ACONTECE EM MARÇO

Vai acontecer no dia 11 de março , o VII Encontro dos ex-Alunos do Colégio Estadual/Escola de Petrolina. Este ano o evento acontece na Chácara Bom Pastor, localizado na Estrada da Tapera, a partir das 10hs. 

Detalhe: O Colégio Estadual/Escola de Petrolina foi e continua sendo na memória dos ex-alunos uma referência na formação e transformação educacional de todos que lá estudaram. Exemplo, o cantor e compositor Aldy Carvalho e Humberto Barbosa e Maciel Melo, uma das maiores expressões da música brasileira. Portanto o colégio foi um celeiro de talentos e colocou outros grandes profissionais.

A programação consta de Missa de Ação de Graças que será realizada às 9hs na Igreja da Matriz. Entre as atrações deste ano estão Orlando e seus Teclados, Pedro Duarte e Linguagem Musical.

O ex-aluno e um dos organizadores do encontro, o gestor imobiliário Aldizio Barbosa, diz que são esperados "todos aqueles que participaram do bom tempo de estudantes". 

"São amigos que moram em São Paulo, Salvador, Natal, Recife, Curitiba enfim de todos os lugares desse Brasil. O mais importante é confraternizar e marcar já o próximo encontro, sempre para relembrar nossas boas histórias", diz Aldizio.

Outras informações e contatos 87 999294789.

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AUMENTO DE 40% CNPQ PUBLICA REAJUSTE DE VALORES DE BOLSAS DE PESQUISA

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) publicou, no Diário Oficial da União, desta quinta-feira (23/2), a tabela de reajustes referentes aos valores das bolsas de formação e pesquisa. A portaria, assinada pelo presidente do CNPq, Ricardo Galvão, concretiza a atualização de 40% de aumento na remuneração para acadêmicos remunerados pelo conselho científico.

Esse reajuste havia sido anunciado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na semana passada. O valor das bolsas estava congelado desde 2013. Segundo a portaria, as remunerações do CNPq atualizadas passaram a valer desde 1º de fevereiro deste ano.

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LIBERAÇÕES DE AGROTÓXICOS BATEM RECORDE EM 2022

O número de aprovações de produtos de base biológica para o controle de pragas e de doenças na agricultura vem crescendo no país. De acordo com dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2022, foram finalizadas as análises de 157 pedidos de comercialização de defensivos desse tipo, representando um aumento de 70% em relação a 2021. Segundo a agência, o crescimento pode ser considerado um marco.

A análise desses produtos é realizada de forma prioritária, sendo que o tempo médio para a conclusão das avaliações é de quatro meses. A série histórica, referente aos pedidos analisados e aprovados pela agência demonstra uma mudança de comportamento do mercado quanto à adoção dessas práticas no combate às pragas agrícolas.

O crescimento no uso de produtos biológicos — menos danosos ao meio ambiente — ocorre em meio ao debate sobre o avanço na liberação de agrotóxicos nos últimos quatro anos, durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

Segundo dados oficiais, na gestão do ex-presidente, entre 2019 e 2022, foram liberados 2.182 agrotóxicos, o maior número de registros para uma gestão presidencial desde 2003. Bolsonaro bateu outros dois recordes de liberação, sendo 98 de agrotóxicos inéditos e 366 de produtos biológicos.

Somente no ano passado, dos 652 agrotóxicos liberados, 43 eram inéditos, o que também foi um recorde na série histórica, sendo que oito foram para as indústrias e 35 para uso dos agricultores. Dentre os 35 produtos liberados aos produtores, 22 foram considerados "muito perigosos ao meio ambiente" pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Ricardo Carmona, professor da Faculdade de Agronomia na Universidade de Brasília (UnB), afirma que mais de 90% dos novos produtos registrados já estão no mercado com outro nome comercial. "O registro de novos desses produtos aumenta a competitividade e diminui o monopólio de grandes empresas, reduzindo o custo ao agricultor e, conseqüentemente, ao consumidor final, ganhando a sociedade como um todo", explica.

Para Thiago Ávila, socioambientalista e coordenador de pesquisa e de ações regenerativas do Instituto Bem Viver, os dados são alarmantes, pois quase a metade dos produtos liberados são proibidos em países europeus, e a maioria é considerada pelo Ibama como "muito perigosos ao meio ambiente".

"A política antiecológica do governo Bolsonaro foi uma verdadeira tragédia, que nós, ambientalistas, qualificamos como ecocídio, e que ainda trará graves consequências para a natureza e o povo brasileiro", afirma.

Ambientalistas advertem que a variedade de agrotóxicos usados no cultivo de alimentos no Brasil pode ter efeito danoso para as exportações, porque muitos produtos não são aceitos em determinadas regiões. A Comissão Europeia, por exemplo, adotou em 2 de fevereiro, regras que reduzem os limites permitidos para a presença em alimentos de dois agrotóxicos que provocam a redução de colônias de abelhas. A decisão também vale para produtos importados.

O uso de neonicotinóides é proibido na União Europeia desde 2018. Agora, o bloco vai proibir também a presença dos pesticidas em alimentos e ração animal importados. A nova norma passa a valer a partir de 2026 e permite um período de adequação aos países fornecedores.

Apesar de não permitir o uso em seu território, a UE continua produzindo os pesticidas para exportação. O Brasil, que tem o uso do agrotóxico liberado, é um dos principais compradores dos neonicotinóides europeus, segundo registros da Agência Europeia das Substâncias Químicas.

O aval para um novo agrotóxico no país passa por três órgãos reguladores: a Anvisa, que avalia os riscos à saúde, o Ibama, que analisa os perigos ambientais, e o Ministério da Agricultura, que analisa se ele é eficaz para matar pragas e doenças no campo. É a pasta que formaliza o registro, desde que o produto tenha sido aprovado por todos os órgãos.

Segundo o professor Carmona, mais de 20% dos novos produtos registrados (agrotóxicos) são produtos biológicos, com baixíssimo impacto ambiental e na saúde humana. "O Brasil é um dos principais países no que tange ao controle biológico de pragas agrícolas, o que é extremamente sustentável", explica.

Em contraponto segundo a tabela da Coordenação Geral de Agrotóxicos e Afins (CGAA), dos 35 novos produtos liberados para os produtores, a Anvisa classificou cinco como produto de perigo moderado para o ser humano, enquanto Ibama classificou 22 como muito perigoso ao meio ambiente. Pela classificação dos novos produtos o Ibama tende a reprovar mais os produtos do que a Anvisa.

Para Jorge Machado, pesquisador da Fiocruz-DF e médico sanitarista, "o Brasil usa agrotóxicos de maneira exagerada e descontrolada". "A população é prejudicada de várias formas: diretamente, pelas intoxicações decorrentes de acidentes que ocorrem em toda aplicação de agrotóxicos, pois existe sempre uma parte que não atinge o alvo do veneno; e indiretamente, pela perda da biodiversidade e da possibilidade de outras formas de uso agrícola no entorno das monoculturas extensivas", conclui.

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REGIÃO DO RIO GRANDE DO SUL É AFETADA EM 400 MUNICIPIOS DEVIDO A FALTA DE CHUVAS

Uma comitiva de ministros do governo federal desembarca nesta quinta-feira (23) no Rio Grande do Sul, onde vão visitar a cidade de Hulha Negra, na fronteira com o Uruguai. 

A região é uma das mais castigadas pela estiagem que afeta 400 municípios no estado pela terceira safra consecutiva. Em entrevista à Agência Brasil nesta terça-feira (21), o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, disse que dos municípios atingidos, 28 já apresentaram o seu plano de prioridades. Para atender a esses municípios foram disponibilizados R$ 6,4 milhões. 

Os recursos estão sendo utilizados para liberação de carros pipas e a compra de cestas básicas.

As maiores perdas afetam as culturas de soja e milho, ambas fundamentais para a economia do município. Também há comprometimento da produção de mel e prejuízos na pecuária de leite. Os impactos atingem pelo menos 1,2 mil propriedades rurais, sendo que mais de 800 são pequenos e estão em assentamentos.

Segundo o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), o prejuízo estimado é de quase R$ 5 milhões na pecuária de leite e de corte. Somados os danos nas lavouras, o impacto econômico ultrapassa R$ 38 milhões. Ainda segundo a Emater, somente na soja, as perdas já alcançam 40% na produção de Hulha Negra.

A expectativa é de que, durante a viagem, sejam anunciadas medidas de auxílio aos atingidos pela seca, entre elas, uma linha de crédito emergencial para pequenos e médios produtores. No início de fevereiro, uma comitiva gaúcha esteve em Brasília em busca de ajuda para o estado.

Além do ministro da Integração e do Desenvolvimento Social, também devem integrar a comitiva ao Rio Grande do Sul os ministros do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira; da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro; do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, além do presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edgar Pretto.

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DIA DE SAO JOSÉ, 19 DE MARÇO: ESPERANÇA DE CHUVAS NO SERTÃO

O Dia de São José, celebrado a cada 19 de março, presta homenagem ao padroeiro do Ceará e carrega um significado especial para o sertanejo. Trata-se de um importante marco simbólico e de um dia carregado de tradição e expectativa. A crença popular indica que, se chover até o Dia de São José, o ano será de bom “inverno”, com chuva garantindo a safra e a mesa farta. A fé no santo padroeiro se soma à esperança do agricultor, do vaqueiro, do homem do campo.

Confirmando a sabedoria popular, a ciência relaciona o 19 de março, feriado em todo o Estado, à proximidade da passagem do equinócio – o momento em que o sol, em órbita aparente vista da Terra, cruza o chamado equador celeste e incide com maior intensidade sobre as regiões localizadas próximas da linha do equador. No hemisfério sul do planeta, o equinócio de outono acontece no mês de março.

A cultura tradicional popular espelha essa temática em um sem-número de manifestações, como o cordel, o repente, a música. Como a canção “Sinal de Inverno”, do cantor e compositor cearense Eudes Fraga, cuja letra destaca: “Esperei meu amor, esperei com muita fé, que nem um agricultor no Dia de São José / Espera pela chuva, esperei ela voltar, esperei meu amor, até a chuva chegar /

Chuva é sinal de inverno no Dia de São José / me dê um sinal, meu amor, se você ainda me quer”.

Patativa do Assaré, cearense aclamado um dos maiores poetas de todos os tempos, em todo o mundo, também percorreu as paragens simbólicas do Dia de São José, no clássico “A Triste Partida”: “Sem chuva na terra descamba janeiro, depois fevereiro e o mesmo verão / Meu Deus, meu Deus / Entonce o nortista, pensando consigo, diz “Isso é castigo, não chove mais não” / Ai, ai, ai, ai / Apela pra março, que é o mês preferido do santo querido, Sinhô São José / Meu Deus, meu Deus / Mas nada de chuva, tá tudo sem jeito, lhe foge do peito o resto da fé”.

O saudoso, Professor universitário e um dos mais respeitados pesquisadores nacionais da cultura popular tradicional, Gilmar de Carvalho, na sua obra apontava que artistas como os cearenses Francorli e José Lourenço retrataram São José em xilogravuras. 

“O Ceará escolheu São José como padroeiro ou foi o carpinteiro, marido de Maria, pai de Jesus, que veio para nos dar lições de habilidade, paciência e resignação?”, questionava. “Nosso padroeiro tem a nossa cara. Que outro santo teria tantas afinidades com nosso jeito de ser? São Francisco, talvez, não o de Assis, mas o dos sertões de Canindé”, grafou, no texto que faz menção a cearenses como o carpinteiro Carlos, de Amontada, e o “santeiro” Zumbi, de Juazeiro do Norte: “Os dois reverenciam José, por meio do trabalho. As mãos ágeis do mestre carpinteiro ou do santeiro mergulham em um tempo ancestral e cortam a madeira, material vivo, que se deixa domar e assume as formas do trabalho e da fé”.

O pesquisador ressaltava ainda que São José também é padroeiro de outros municípios cearenses, como Aquiraz, Catarina, Granja, Maracanaú, Missão Velha, Potengi, Salitre e Ubajara. “Difícil encontrar um templo, dos mais soberbos aos mais humildes, onde não esteja representada sua figura de homem sereno, o lírio aberto, e a veste. Outra versão o coloca de botas e nos remete, imediatamente, ao barroco, com sua explosão de ouro, volutas e panejamentos. Mas o São José de verdade é o da simplicidade do corte, da economia dos detalhes, o do santeiro sertanejo. Este é o padroeiro e orago de um Ceará que nunca precisou tanto dele como agora. Que chova!!!”.

A devoção a São José e a esperança de um ano de boa colheita ganham reforço anualmente com os encontros dos chamados “profetas da chuva”, sertanejos experientes, conhecidos no Interior do Estado pela interpretação dos sinais da natureza, com diferentes leituras sobre possíveis indícios de um “inverno” bom ou de um ano de seca.

O município de Quixadá, a 168 km de Fortaleza, costuma sediar um encontro de mais de 30 “profetas”, a cada começo de ano, para debate sobre a probabilidade de uma boa quadra chuvosa, a partir de sinais dados pela vegetação do sertão ou por animais como passarinhos, abelhas e formigas. Os agricultores escutam atentamente a fala dos profetas, que vêm de municípios de diferentes regiões do Estado.

As novenas, orações, simpatias, os pedidos de trabalho, fartura e chuva fazem parte do imaginário sertanejo, reforçado pela devoção a São José. O santo homenageado no Estado é também padroeiro do município de Aquiraz, a primeira capital cearense, onde fica a segunda mais antiga igreja do Ceará, a Matriz de São José de Ribamar, erguida no início do século XIX.

O equipamento cultural abriga um conjunto de objetos religiosos advindos dos vários municípios e paróquias cearenses. Esse acervo é constituído por uma diversidade de imagens de santos e de anjos, objetos das procissões religiosas, parâmetros litúrgicos, missais etc, totalizando cerca de 1.400 peças, muitas de notório valor artístico e cultural, que remetem ao barroco colonial cearense.

O Museu Sacro São José de Ribamar, localizado na Praça Cônego Araripe, município de Aquiraz, está aberto à visitação, com entrada franca, de terça a sábado, das 8h às 22h.

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UM CENTENÁRIO NOBRE PARA ANA DAS CARRANCAS - A DAMA DO BARRO

Dezoito de fevereiro de 2023. Uma  data especial para a história do artesanato de Pernambuco. Um capitulo gigante e nobre  da vida real, da vida de lutas e glórias de Ana Leopoldina dos Santos. Para Petrolina, Pernambuco e Brasil, Ana das Carrancas. É chegado o centenário da mulher icônica no horizonte da arte popular.  É falar aqui da mulher artesã e sobre a trajetória de uma  sertaneja, negra, guerreira e abençoada pela imensidão de sua fé. Ana batizada como artesã pelas águas mansas e perenes do Velho Chico. Ana devota de Nossa Senhora, e claro, de São Francisco.

Ana que bebeu da água do rio Velho Chico pela primeira vez ao lado do marido José Vicente – aquele homem que completava suas forças na arte de fazer carrancas para o mundo. Aquele homem que cego de nascença falava, cantava e ajuda a moldar suas peças com o tato das mãos e pés. O  coração falava por tudo e por amor sem tamanho, tipo aquele amor maior do mundo.

Mas e o que dizer tanto  da menina Ana  ou Aninha para os país e irmãos que certo dia numa seca braba fugiram da região do Araripe para o Piauí com a missão de escapar da escassez de água e comida.  E depois de léguas andadas sob sol à pino, aportam no também árido Piauí. E ai começa toda uma saga. Experiências em feiras populares vendendo utensílios domésticos de barro por algum tempo. Tempo depois, resolveram migrar para Petrolina. E lá no cenário e elenco familiar esta Ana já mulher.  Negra, humilde, sem grandes estudos. Ana Leopoldina, a cidadã  que fez da arte sua universidade. A mãe que criou as filhas com seu brilhante fazer artístico. 

Ana das Carrancas  foi catedrática no maior sentido de lidar com a fama e com seu trabalho que já percorreu parte do Brasil e exterior, sem ao menos saber ou dar margem para esse negócio de holofotes.

Ana que foi debatida nas escolas, que foi tema de artigos e dissertações em universidade. E tudo isso por causa de sua arte ímpar, ora plural. Suas carrancas expostas em tantas feiras de arte como a anual e internacional Fennearte (no Recife)  que até hoje lhe garante espaço de destaque pelas mãos das filhas Ângela Lima e Maria da Cruz, artistas que  dão continuidade com maestria ao legado da matriarca inclusive com novas linguagens sem deixar escapar os traços das tradicionais  carrancas de barro. Aliás, carrancas que já foram ovacionadas no suntuoso ateliê de Brennand.

Sem esconder a versatilidade e inspiração que dominava com maestria quando espalhava o barro nas mãos, lembrou que apenas sob encomenda fazia peças diferentes. Católica fervorosa como ela sempre foi, certa vez moldou duas imagens de Jesus Cristo. Lembrou que foi a primeira e única vez que fez uma arte sacra e chorou quando viu aquela "coisa linda" de Deus.

E o que dizer de sua paixão fulminante, tipo amor à primeira vista por Zé Vicente. Seu marido, companheiro, amigo e confidente. "Não tem explicação foi coisa de Deus quando mandou ele pra entrar na minha vida. Um salvou o outro", disse certa em uma entrevista para um jornal. Ana das Carrancas não economizava bons adjetivos para falar da dedicação que o companheiro lhe tinha na vida e na arte e com quem sempre conversava sobre todas as coisas, de casa e do mundo.

A ceramista não dourava sua fama. Nunca deu bolas para coisa de celebridade na arte. Recebia em seu espaço - Centro de Arte - estudantes, turistas, pesquisadores e autoridades políticas, além de visitas ilustres da arte.  Até ai seu  nome já estava consolidado par além da imprensa e catálogos de arte. Com o passar dos anos, seu nome foi abrindo novos caminhos e conquistas e não parou mais. Foi contenplada com o título de cidadã de Petrolina décadas depois, Patrimônio vivo de Pernambuco e chegou a Brasília para receber a comenda de Ordem ao Mérito Cultural ao lado de um grande elenco de artistas de diversas linguagens. Emocionada, não escondeu o choro. Ana já teve sua vida contada no perfil biográfico A Dama do Barro. A relação de amor e arte com o marido povoa as páginas digitais  de um Ebook infanto juvenil "O amor e a Arte de Ana e José". Cada homenagem é pouco, mas voloriza e eterniza a imensidão da obra artística dela.

Ana das Carrancas, ex-louceira que virou arte de grife partiu para a eternidade em 2008 por conta de consecutivos problemas de saúde.  José Vicente da mesma forma  em 2014. Os dois já se encontraram na eternidade . E o casal eternizou sua trajetória pelas quatro mãos de afeto e arte. De dois seres humanos iluminados. Pelo amor e fé que deram frutos que se multiplicam na grandeza dos olhos expressivos de Ana. E os olhos do coração de José. Já que chegamos a 18 de fevereiro de 2023, é chegado o momento de festejar o centenário de nascimento de Ana das Carrancas. 

E digo que há várias formas de festejar: Uma delas é jamais esquecer seu nome e  sua arte navegando para além do São Francisco. Ana/José tem os nomes carimbados em música, poesia e crônica. Até em novela das 9h suas carrancas brilharam em parte do cenário. E assim a história prossegue.  Viva Ana, Viva José Vicente!  

 * Emanuel Andrade é jornalista, professor universitário e pesquisador, autor do livro A Dama do Barro

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ANAS DAS CARRANCAS COMPLETARIA 100 ANOS SE VIVA FOSSE NESTE SÁBADO (18)

A história de vida de Ana das Carrancas revela o grande poder humano de superação que o ser humano conquista ao encontrar o sentido da vida, o que pode ser buscado em pequenas coisas que podem possuir vasto valor existencial na luta pela vida. 

A história de Ana pode ser considerada um modelo para tantas pessoas em desesperança, diante de adversidades existenciais. 

Em 18 de fevereiro de 1923, em Santa Filomena, no sertão do Araripe Pernambucano, nasceu Ana Leopoldina dos Santos, que futuramente seria conhecida como Ana das Carrancas. Filha de Joaquim Inácio de Lima, agricultor, e Maria Leopoldina dos Santos, louceira. Com sete anos ela já ajudava a confeccionar utensílios domésticos, como pratos, panelas, vasos, além de figuras de animais e religiosas.

Embora o dom artístico tenha despertado desde cedo, o percurso para tornar-se a “Dama do Barro”, codinome ganho pela sua excelência na arte em modelar o barro, é marcado pela luta por sobrevivência e reconhecimento. A vida de Ana é calcada em histórias sofridas, porém acompanhadas de muita fé, trabalho e resistência. 

Ana das Carrancas teve duas filhas biológicas e uma adotiva. Duas delas, Maria da Cruz e Ângela são responsáveis pela administração da sua obra. Ambas aprenderam o ofício com a mãe e, sendo ceramistas, produzem uma releitura da obra de Ana, modelando as carrancas como itens decorativos, além de criarem mandalas, fruteiras e outros ítens. Uma parte das peças deixadas pela artesã está no Centro de Artes Ana das Carrancas, em Petrolina. Lá é possível encontrar peças, medalhas, fotos, recortes de jornal e troféus conquistados por uma história tão bonita quanto inspiradora.

CONFIRA TEXTO DA JORNALISTA ELIANE BRUM PUBLICADO EM 2008 NO JORNAL ZERO HORA-RS EM HOMENAGEM A ANA DAS CARRANCAS:

"Ana Leopoldina Santos Lima era o nome dela. Isso muito antes de o barro moldar seu destino lhe dando por amor um homem que não tinha olhos para enxergá-la. Os monstros gerados pelas mãos de Ana eram cegos como o companheiro de sua vida. Com um golpe rápido, certeiro, ela vazava os olhos de suas criaturas com a ponta de um pedaço de pau. Com Ana era assim, a desgraça virava épico". 

Ana "partiu para o sertão da eternidade" numa quarta-feira dia primeiro de outubro de 2008, aos 85 anos, a maior carranqueira do São Francisco voltou ao barro que a fez. E deixou Zé dos Barros, pela primeira vez, na escuridão.

Ela era uma mulher de solenidades. Não falava, entoava. “Minha vida é extensa...”, Era a frase com que iniciava a narrativa. Analfabeta, fazia literatura pela boca. E mesmo limitada por uma seqüência de derrames, parte dos dedos com que tocava a lama do mundo paralisados, Ana era grande. Carregava nos gestos uma largura de alma. E o rio era seu espelho em mais de um sentido. A mulher que moldava o barro do chão só pisava o reflexo do céu. 

Ana das Carrancas costumava dizer que sua arte era a síntese de seu amor por um cego que via o mundo mas não era visto por ele. Entre ela e Zé dos Barros nunca se soube quem era criador, quem era criatura. Ela já veio ao mundo retirante, na cidade pernambucana de Santa Filomena. Mas diferente de quase todos, nunca lamentou a terra estéril sob seus pés. A estirpe de mulheres da qual era continuidade moldava pratos, panelas, vasos. Ana aprendeu com a mãe, e antes dela a avó, que do barro se arranca tudo, até a vida.

Uns poucos anos depois dela, José Vicente de Barros nasceu em Jenipapo, outro canto sertanejo. Desembarcou na vida sem olhos, por culpa do amor incestuoso entre primo-irmãos. Desde cedo a ele ensinaram que “quando Deus faz uma criança sem vista é porque quer que ela sobreviva como pedinte”. Para se localizar na escuridão, desde menino ele balançava a cabeça. E nesse de lá pra cá, de cá pra lá, encontrava equilíbrio mesmo nas trevas.

Ana e Zé só cruzaram seus pés descalços quase trinta anos mais tarde. Ana tornara-se viúva desde que seu marido despencara de um pau-de-arara. Conheceu Zé pedindo esmolas na feira de Picos, Piauí. Ele balançava guizos, cantava cantigas. Mas era um cego desaforado por anos ouvindo os meninos mangando dele, pegando nele. Ana, não. Era resignada, como costumam ser as mulheres com fome e filhos para dar de comer. Ana dava comida a Zé sem que ele precisasse implorar.

.Um dia a vizinha abordou Ana na rua. “Desenteirei açúcar do meu filho para dar esmola a Zé”, queixou-se. O rosto de Ana queimou de vergonha. Tirou uma nota do bolso e retrucou: “Enteire de novo o açúcar do seu filho. Por Zé ele não vai passar fome”. Naquela noite não dormiu. Sua tristeza não coube na rede que dividia com Zé. Quando acordou, chamou o marido e anunciou: “Meu velho, nunca lhe fiz um pedido. Mas hoje lhe peço. De agora em diante, você não vai mais pedir esmola". Assustado, Zé rebateu: “Deus me fez sem vista para que eu pedisse esmola”. Ana fincou pé: “De hoje em diante sua vista é a minha. Você pisa o barro, eu faço a peça. Nós vamos levar para a feira, nós vamos ser felizes”.

Ana pegou a enxada e caminhou até as margens do São Francisco, em Petrolina. Diante da fartura de líquidos, invocou o espírito do rio: “Meu grande Nosso Senhor São Francisco. Pelo poder que ostenta, pelas águas que estão correndo, do próprio barro melhore a nossa vida”. 

Ao terminar, juntou um bolo de lama e fez, sem que até hoje saiba como, a primeira carranca. Começou levando na feira, suportando calada riso e maldades. “É tão feia quanto a dona”, cutucavam. No dia seguinte, em vez de uma, Ana levava duas. Até que caiu nas graças dos turistas e dos ricos da cidade e, de lá, suas obras ganharam o mundo. Ela então deixou de ser Ana do Cego e virou Ana das Carrancas. E ele virou Zé dos Barros.

As carrancas de Ana são diferentes de todas as outras que, desde o final do século XIX, apontaram a face horrenda na proa das barcas do São Francisco. A maioria dos carranqueiros célebres esculpe em madeira, Ana, em barro. Mas a maior singularidade são mesmo os olhos vazados. São eles que dão a expressão melancólica, contendo mais sofrimento do que ameaça, à obra de Ana. É do feminino que Ana tira sua carranca dilacerada diante da dor do mundo.

Os traços deformados das carrancas de Ana expressam, pelo avesso, a perfeição de seu amor. É este sentimento avassalador que tomava conta de Ana, anos atrás, quando ela começou a pressentir que o fio de sua vida atingia seu cumprimento. “O barro é como gente. Tem o barro ruim e o barro bom. E até o barro regular. Conhecendo o barro se conhece o mundo”, sussurrava ela. “O barro é o começo e o fim de tudo. Sem ele não sou ninguém. Foi ele que me deu o direito. Não me separo dele pra coisa nenhuma, porque eu amo aquilo que ama a mim. O barro é um caco de mim. Nas minhas veias corre sangue de barro.”

As lágrimas abriam então sulcos em sua face. Por um momento, ela assemelhava-se à sua criação. Movia o rosto em direção a Zé, que não a via com os olhos, mas era o único a abarcá-la por completo. Ana então dizia: “Não estou pedindo a morte. Mas quando eu me for, qualquer pedacinho de orelha, nariz ou olho é lembrança dele. E de mim”. 

*Zé Vicente infartou em 2014...ganhou definitivamente Luz...

Eliane Brum-Jornalista

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NA TERRA DE LUIZ GONZAGA DANÇA TEM PODER. PROJETO DANÇA NAS COMUNIDADES PROMOVE EMPODERAMENTO

Na terra onde nasceu Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, literalmente e musicalmente é comum a efervescência da diversidade cultural através da dança.  A arte na terra onde nasceu Luiz Gonzaga a palavra tem poder que transforma. Wiharley Januario (Lalá Dance) cearense de Juazeiro do Norte, mora em Exu, Pernambuco desde os 05 anos de idade.

São quase 30 anos trabalhando com arte e cultura. Tem experiência em danças de rua e danças populares, é competidor e júri de battles de breaking, festivais de dança e eventos em todo Nordeste e Brasil, faz trabalhos ministrando workshops, oficinas e cursos de danças Populares e breaking. 

Neste ano de 2023, Lala Dance, com uma parceria da prefeitura de Exu, através da Secretaria de Cultura, promove o Projeto Dança Fitness nas Comunidades. A proposta é levar a dança de forma itinerante qualidade de vida e empoderamento feminino para os bairros, distritos e povoados localizados em Exu.

Lalá Dance Januário. É assim que é conhecido na região. Ele é Professor da modalidade Dança Fitness-aulas exclusivas para mulheres, foi dançarino de Flávio Leandro e banda Cabas de Gonzaga. É Diretor e b.boy do grupo Sertão breaking, Coordenador do projeto sociocultural de Hip Hop Geração Mulekes, diretor ator, cantor, dançarino e coreografo da Cia de Espetáculos Luiz Gonzaga e Quadrilha Junina Luiz Gonzaga, produtor cultural é idealizador do EDACRA – Encontro de Dança , artes e Cultura da Região do Araripe - Festival Multicultural, Batalha dos Mulekes, Exu Junino – Festival de Quadrilhas e Cultura Junina eventos esses todos realizados na cidade de Exu.

Sertão Breaking é uma das sensações em Exu Pernambuco. Lalá diz que a dança é de origem do movimento cultural chamado Hip Hop hoje integra o quadro de esportes olímpicos e estará nos jogos de 2024 em Paris – França.

"Com esse poder de visibilidade torna-se uma grande ferramenta de oportunidades para crianças e adolescentes pobres sonharem em um dia ser um atleta olímpico, ou simplesmente aprender a arte da dança como muitos que passaram por nossos projetos e atualmente integram Companhias e grupos artísticos ou uma vida no meio da arte consolidada com seus trabalhos individuais, sempre com o lugar de destaque na sociedade nos setores que representam", revela Lalá. 

O grupo (Crew) Sertão Breaking tem um trabalho existente há cerca de 15 anos em Exu-PE e Região, sempre representando no cenário nacional ganhando festivais e competições de dança em todo Nordeste, produzindo e realizando umas das mais importantes etapas competitivas de breaking do nordeste.

"EDACRA, Encontro de Dança, Artes e Cultura da Região do Araripe, é realizado em Exu-PE, por isso acreditamos que precisamos de mais visibilidade e oportunidade de mostrar nosso talento e capacidade de transformação social, sem sermos segregados por ser da terra do forró ou de Luiz Gonzaga, entendendo que cada arte tem sua importância para a cultura da cidade, uma arte nunca vai tirar o espaço de outra, com esse pensamento temos a proposta de preparar nossas crianças e adolescentes através desse projeto de breaking e elementos da cultura Hip Hop para vislumbrar oportunidades e afastá-las de temas negativos de suas vidas, tentando apenas ofertar arte e cultura dando dignidade de ser e ter representatividade na sociedade mesmo pertencendo a uma classe excluída e marginalizada", explica.

Em Janeiro 2022, no espaço Farol Escola foi lançado de forma oficial o Projeto Social-Geração Mulekes que através do Hip Hop vai trabalhar nos bairros Vila Nossa Senhora Aparecida e Gonzagão na cidade de Exu-PE, instruindo crianças e adolescente carente sujeito a vulnerabilidade social, afastando-as do crime, das drogas e temas negativos da sociedade, levando-as a prática da dança, da música, do grafite e também do conhecimento, direcionando essas crianças e jovens ao caminho do bem fortalecendo as comunidades.

"Agora estamos numa etapa e passaremos a existir de forma organizada para conseguir alcançar mais mais jovens, sendo assim fazer de fato e direito que nossa voz seja ouvida. O Projeto Sociocultural Geração Mulekes, tem essa proposta de contribuir com nossos dons artísticos para a formação cidadã de crianças e adolescentes de nosso cidade, esse é nosso compromisso, já fazemos isso há décadas,  hoje estamos  mais ainda fortalecidos,  ficaremos grato com o apoio de cada um de vocês. AQUI É HIP HOP LEVADO A SÉRIO!", concluiu  Lalá Dance.

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ESPECIALISTAS DESCREVEM A RELAÇÃO ENTRE O CARNAVAL E A MÚSICA

A música e o carnaval têm uma relação simbiótica. Não há carnaval sem música, são as canções que dão o tom da folia. Samba, pagode, frevo, maracatu, axé, pagodão baiano, guitarrada, funk, hip-hop, rock e até sertanejo embalam as festas de todo o país. Todos esses gêneros participam de uma disputa não oficial pelo cargo de hit do carnaval, o sucesso que animará os blocos e as festas de rua.

Este ano, Léo Santana emplacou o grande sucesso do carnaval com a música Zona de perigo, uma batida contagiante acompanhada de um dancinha e um vídeo que viralizou nas redes sociais do cantor. A música desbancou postulantes como Lovezinho, da cantora Treyce, que bombou na plataforma TikTok. Evidenciando que a internet é uma fonte do que faz sucesso nos blocos de rua. As músicas só estarão tocando nos centros das cidades brasileiras, porque vídeos do próprio Léo Santana ou até do influencer Xurrasco 021 rodaram as redes sociais de milhões de brasileiros nos últimos dias.

Historicamente, as músicas passaram por diversos ritmos e lugares diferentes do Brasil. A Bahia teve sucessos como Faraó (divindade do Egito), de Margareth Menezes, Água Mineral, da Timbalada, Arerê, da Banda Eva, Lepo lepo, do Psirico, Tchubirabiron e Rebolation, do Parangolé. O Rio emplacou  marchinhas como Cabeleira do Zezé e Ó abre alas. Carnaval como sempre é a festa de todos, por isso a música que toca nele tem que ser para todos.

Porém, o que faz um hit de carnaval? Pensando no que faz sentido no pop, está a estrutura musical. " Um hit de carnaval precisa ter um refrão chiclete, ser dançante e envolvente. Umas referências a sexo de um jeito mais ou menos implícitas também ajuda, porque muito da brincadeira do carnaval envolve esse apelo", explica o pesquisador musical Marcelo Argôlo, que ainda pontua que o gênero musical não é o mais importante. "Agora, se vai ser um pagode, um samba-reggae, um samba, um arrocha... Isso tanto faz!", completa.

O apego emocional e com o público é talvez o grande diferencial dos sucessos de carnaval. "A música pulsa o que o povo quer. São coisas espontâneas e felizes", explica o também pesquisador musical Ricardo Cravo Albin que fala sobre ser uma essência das marchinhas. "A música de carnaval de essência sempre foi aquilo estruturado na marchinha de carnaval", acredita o especialista.

Em suma, uma música benfeita com um refrão chiclete e com o amor do público tem o poder de bombar no carnaval, se tiver dancinha é ainda melhor. Afinal, não há carnaval sem música. "Não existe carnaval sem música. A música veio antes do carnaval. O resto é a história que todos conhecem", pontua o DJ, curador e membro do bloco Aparelhinho, Rodrigo Barata. "Um hit de carnaval é refrão, suingue e cair no gosto popular", exemplifica o DJ.

Para Cravo Albin, é intrínseco a ser brasileiro o carnaval, portanto, é preciso de música para um bom festejo, para que a folia seja completa. "É impensável um carnaval sem música, seria negar-se a tendência natural do povo brasileiro. O povo dança, e,  com isso, canta para botar para fora a energia e a alegria desta grande festa", pondera o pesquisador.

A falta de música geraria uma situação inusitada, mas não inédita, pois Argôlo viveu na pele o que acredita ser impossível: um carnaval silencioso. "Eu já tive uma experiência de carnaval sem música. Foi em 2014, em Cádiz, na Espanha. Era uma multidão perambulando bêbada pelo centro histórico da cidade", lembra o jornalista. "Perdeu completamente a graça da festa", complementa o folião, que ficou traumatizado após o único carnaval fora da festa de Salvador na vida.


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CONSTRUINDO PONTES PARA O DIÁLAGO E A RECONCILIAÇÃO SERÁ TEMA DO 32 ENCONTRO DA NOVA CONSCIÊNCIA

Nesta quinta-feira, 16 de fevereiro, às 20h, começa a 32º edição do Encontro da Nova Consciência que, neste ano, tem como tema principal “Construindo pontes para o diálogo e a reconciliação”. Serão seis dias de evento com uma vasta programação transmitida nos três turnos no canal do YouTube da Nova Consciência.

Como a diversidade é uma característica do Encontro da Nova Consciência, estarão reunidos representantes religiosos, de movimentos sociais, cientistas sociais, pesquisadores, indígenas, ecologistas, ateus e agnósticos, terapeutas, xamãs, dentre outros, para dialogarem sobre o tema principal do evento e outros assuntos.

Há mais de 30 anos, Campina Grande, Paraíba, não é mais a mesma durante o período de Carnaval. A criação do Encontro da Nova Consciência, evento multicultural e de diálogo inter-religioso que reúne pessoas de diferentes áreas para compartilhar experiências e inspirar mudanças positivas, além de alterar o calendário turístico campinense, trouxe significativas melhorias econômicas para a cidade no período momesco e possibilitou ainda o surgimento de outros eventos que acontecem no mesmo período.

Por conta da pandemia da COVID-19, o Encontro da Nova Consciência vem sendo realizado no mundo digital, no canal do Youtube da ONG Nova Consciência que, em 2022, passou dos 100 mil inscritos.

Neste ano, a 32º edição do Encontro da Nova Consciência também acontece no canal do Youtube, possibilitando que pessoas de diferentes lugares do mundo tenham acesso a toda programação do evento.

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RÁDIO TEM CONDIÇÃO DE PROMOVER O DESARMAMENTO DO ESPÍRITO, ACALMAR O PENSAMENTO , DIZ ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

Estas são as Nações Unidas chamando as pessoas de todo o planeta”. Em tradução livre, estas foram as primeiras palavras transmitidas pela rádio das Nações Unidas (em inglês, United Nations Radio), no dia 13 de fevereiro de 1946.

Apesar da intenção de falar para as pessoas de todo o planeta, apenas seis países, de fato, foram alcançados pela transmissão histórica. Décadas depois, o dia 13 de fevereiro tornou-se o Dia Mundial do Rádio -  o meio de comunicação mais consumido do planeta, segundo relatórios internacionais.

A data foi proclamada pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) para falar da importância do rádio, seu alcance e como ele pode colaborar para a construção da democracia.

Desde que foi instituída, em 2011, questões como igualdade de gênero, juventude, esporte, diversidade e confiança já foram temas das edições da data, que envolvem centenas de estações de rádio de todo o mundo. Há, inclusive, uma lista com 13 ideias para que as emissoras celebrem o Dia Mundial do Rádio em suas programações.

Este ano, a proposta é discutir o rádio e a paz: "Em calamidades, pandemias, conflitos armados e guerras, o rádio traz informações privilegiadas, de segurança, e acaba, por vezes, sendo o único meio de comunicação. Estamos falando de cenários sem luz elétrica, e o rádio consegue chegar por funcionar à pilha, por exemplo. O rádio salva vidas", explica Adauto Cândido Soares, coordenador de Comunicação e Informação do Escritório da Unesco no Brasil.

Em localidades de conflito deflagrado, ou mesmo em países que atravessam situações de calamidade, as próprias Nações Unidas, por meio de suas Missões de Paz, montam estações de rádio para trazer informação segura e confiável para a população local e também como instrumento para consolidação da paz e da estabilidade. Foi assim no Haiti (rádio Minustah FM), Timor-Leste (Rádio Unmit), Costa do Marfim (rádio Onuci FM), Sudão do Sul (rádio Miraya) e na Libéria (Rádio Unmil). Neste país, por exemplo, a rádio da missão alcançava aproximadamente 75% do território da Libéria e falava para cerca de 4,5 milhões de pessoas - o que dá 80% da população.

A rádio Okapi, da República Democrática do Congo, nasceu de uma missão de paz - a Monusco, da sigla em inglês para Missão da ONU para a Estabilização na República Democrática do Congo - e está no ar desde 2002. Ela começa como um instrumento para acompanhar a pacificação no país, e acaba tornando-se fundamental para a construção da identidade do país e sua unificação. Na programação, notícias, prestação de serviço, educação, entretenimento, esportes em francês e nos dialetos locais (Swahili, Lingala, Kikongo e Tshiluba), que são acompanhados por uma audiência estimada em 24 milhões de pessoas.

E não são só locais devastados pela guerra ou pela natureza que o rádio alcança: “Na África subsaariana, um quarto da população não tem acesso à internet. Tudo é feito pelo rádio”, destaca Cândido Soares, da Unesco.

No Afeganistão, com a retomada do poder do Talibã, meninas e mulheres só conseguem continuar estudando por meio do rádio, que leva conteúdo transmitido de outros países para dentro de suas casas por meio das ondas curtas. É o que também aconteceu aqui no Brasil, quando, no período mais crítico da pandemia, crianças de regiões mais remotas do país valeram-se de radioaulas para continuar aprendendo:

A proximidade com a audiência faz com que o rádio surja como “um pilar para a prevenção de conflitos e para a construção da paz (...) e atenue divergências e/ou tensões, evitando sua escalada ou promovendo negociações com vistas à reconciliação e à reconstrução”, como reforça a Unesco.

“O rádio expressa sentimentos, informações e opiniões como um canal e como uma forma humana do pensamento e das nossas necessidades. Ele sempre se apresentou com uma possibilidade de participação do público, de interação, de contato e de criação de vínculos”, pontua Fernando Oliveira Paulino, professor da Universidade de Brasília (UnB) e presidente da Associação Latino-Americana de Investigadores da Comunicação (ALAIC).

Paulino falou à Radioagência Nacional, ainda, sobre a vocação do rádio para a mobilização social, em reportagem sobre o Dia Mundial do Rádio:

"De maneira geral, o rádio é um meio de comunicação que consegue mediar conflitos. Ele consegue tratar temas que geram desavenças, que são sensíveis, de modo a diminuir conflitos e acirrar posições", diz Adauto Cândido Soares. "O discurso de ódio ganhou muita visibilidade e se expandiu nas mídias digitais. O rádio pode ser usado para dirimir dúvidas, amenizar posições, promover o debate, trazer o contraponto. Porque o rádio tem a confiança de um público cativo, que é imenso".

“O rádio tem condição de promover o desarmamento do espírito, acalmar o pensamento. E é como foi dito na Declaração dos Estados-membros da Unesco: ‘uma vez que as guerras começam na mente dos homens, é na mente dos homens que as defesas da paz devem ser construídas’”. É o que atesta Mara Régia, jornalista e apresentadora do programa Viva Maria, da Rádio Nacional da Amazônia, que decidiu usar o rádio à serviço das mulheres.

Em 2011, em um episódio sobre os 75 anos da Rádio Nacional, o programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, contou a história e o significado do Viva Maria para as ouvintes - muitas delas ribeirinhas, que têm na Nacional da Amazônia e nas ondas curtas seu único meio de informação.

Há 42 anos no ar, o programa leva questões femininas e feministas para as ondas do rádio e coleciona, como diz a própria apresentadora, histórias de “resistência, resiliência, sororidade e solidariedade, contribuindo para o avanço da cidadania das mulheres”. E também para a promoção da autoestima de suas ouvintes: “Já ouvi mulheres que me falaram que tinham vergonha do nome. Vergonha de ser Maria. E hoje elas falam que se orgulham de ser mulher, e reconhecem na voz de uma mulher as lutas que elas precisam empreender”. (Agencia Brasil)

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CARNAVAL 2023: "O RETORNO É RENASCIMENTO. EU ADORO CARNVAL E POR ISTO ME FANTASIO", DIZ MIRELE RODRIGUES

Após dois anos sem a folia momesca em razão da pandemia, os blocos voltaram a ganhar e animar as avenidas e ruas de Petrolina. No final de semana as tradicionais prévias reuniram centenas de pessoas que pulavam e dançavam. No domingo (12), o Bloco das Cores invadiu as ruas da cidade. Com muita alegria e irreverência, o bloco fez sua estreia no circuito carnavalesco com uma mistura de ritmos que embalou os foliões com Frevo, Axé e música eletrônica. 

Já no sábado (11), era noite quando a musicalidade do Baque Opará saiu da concentração. O público, dançava e cantava ao som do maracatu. Idosos, jovens, crianças, adultos e muitas famílias acompanharam o cortejo pelo Centro da cidade. Fantasias, confetes e serpentinas deixaram as ruas ainda mais bonitas. 

Mirele Rodrigues e Renato Locio acompanharam todo o percurso do Baque Opará. "O retorno é como se fosse um renascimento, é uma ressocialização. Eu adoro carnaval e revivo a infância que não tive, então me fantasio e gosto muito de tudo isso", afirma a professora. Para Renato esse também foi um momento muito especial, "Nosso corpo necessita de tambor, o tambor nos renova. Aqui é como se fosse o star para o começo do ano".  

Ao chegar na praça 21 de Setembro a animação ficou por conta do DjWerson e do Baque Opará Banda. Márcia Andrea de Souza acompanhou toda a festa ao lado da família, todos estavam fantasiados e com a felicidade tão característica dessa época do ano. "Trazer a minha filha pra esse momento é muito especial. Antes da pandemia trouxe meu sobrinho, agora pude curtir como mãe ao lado da minha filha. Ela estava muito feliz, é ótimo mostrar um pouco mais da cultura pernambucana pra eles", completa a psicóloga.  (Fonte Ascom PMP Fotos: Deivid Menezes 

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DOMINGUINHOS VIVE: O DISCÍPULO QUE INOVOU A ARTE DO MESTRE

José Domingos de Morais, o Dominguinhos, filho de Francisco Domingos e Dona Maria de Farias, nasceu no dia 12 de fevereiro de 1941,  lá pras bandas das terras de Garanhuns, cidade serrana, no estado de Pernambuco. Seu pai, conhecido também como mestre Chicão, foi um famoso tocador e afinador de fole de oito baixos, nascendo daí uma infância ligada a um mundo musical, com certeza, um mundo de simplicidade, reflexo da região rústica e da ingenuidade das pessoas que compunham aquela realidade social.

Ícone do forró e da cultura brasileira, o cantor, compositor e sanfoneiro Dominguinhos foi nomeado herdeiro artístico de Luiz Gonzaga pelo próprio rei do baião. E, apesar de ter feito jus ao legado, Dominguinhos foi além, transitando por vertentes como bossa-nova, choro, bolero e jazz. 

O radialista e escritor José Lira, 80 anos aponta que Dominguinhos "foi em vida e continua encantando as mais variadas plateias, indo dos exigentes e aficcionados dos festivais de jazz aos dançadores de forrós pé-de-serra e que foi uma criança nordestina que trabalhou o solo agreste, ‘puxando cobra pros pés’, num dizer bem nosso, e cedo, junto com os irmãos, tocou nas portas dos hoteis, nas praças ou em festinhas populares, ao som da sanfona, do pandeiro e do melê” 

 Dominguinhos faleceu no inicio da noite de 23 de julho de 2013.

Seu pai também conhecido como Mestre Chicão, foi um famoso tocador e afinador de sanfona de 8 Baixos, nascendo daí uma infância ligada ao mundo musical com certeza, um mundo de simplicidade, reflexo da região rústica e da simplicidade que compunha aquela realidade social.

A vida de Dominguinhos veio sofrer mudanças de rumo quando aos 9 anos conhece Luiz Gonzaga. Aos 13 vai para a cidade do Rio de Janeiro (na época Capital Política do País) e recebe do Rei do Baião uma sanfona de presente. A partir daí as coisas foram acontecendo num ritmo surpreendente, quer na vida particular, quer na vida musical, pois o próprio artista confessou que não tinha grandes projetos para o futuro, tocante ao saber artístico.

Luiz Gonzaga sempre lembrou a Dominguinhos certo compromisso com nossas raízes. Seu Luiz conhecia de perto a potencialidade do afilhado e por isso temia que o filho do mestre Chicão enveredasse por outro caminho diferente da semente plantada lá pelos anos quarenta.

Explica-se: o grande centro urbano dera condições ao menino Dominguinhos de vivenciar uma situação musical onde despontavam nomes famosos que participaram da Época Ouro do Rádio Brasileiro. E ainda jovem, 18 anos, já estava o nosso sanfoneiro aos microfones celebres das Rádio Nacional, Mayrink Veiga e Tupi do Rio de Janeiro.

A virtuosidade ostentada por Dominguinhos é certo que ocorreu por duas vertentes: primeiro pelo talento que latejava dentro de si e veio explodir no momento certo; segundo, pela experiência de viver ao lado de grandes instrumentistas como Orlando Silveira, Chiquinho do Acordeon e outros nomes da música popular brasileira.

Então Pedro Sertanejo, pai de Osvaldinho, prestigiou esse talento, abrindo as portas de sua gravadora para o primeiro disco, em 1964.

Quem teve a felicidade de conhecer de perto o trabalho de Dominguinhos, como também a grande figura humana que ele é (foi), descobrirá logo de início seu traço característico: A humildade. Humildade que o leva a passar um bom espaço de tempo sentado num desprestigiado tamborete, em cima de um caminhão, dedilhando a sanfona para si, à espera de que o som seja consertado para uma apresentação numa periferia ou humildemente na postura do gesto, envergando um "Smoking"para receber mais um Prêmio Sharp, considerado o Oscar, no palco do Teatro Copacabana, no Rio.

O escritor Braulio Tavares diz que Dominguinhos tinha "o poder multiplicador do gênio". "Um grande artista não cria consumidores, cria discípulos e futuros mestres. Dominguinhos foi discípulo de Luiz Gonzaga e inovou a arte do mestre. Essa é a diferença entre o artista que cria e o que se apropria".

Eis o perfil desse artista nordestino, de falava cadenciada como uma toada romântica e de olhar triste; de mansidão que conquista no primeiro aperto de mão e de voz quente quando canta e toca um forró bem balançado.

Em 2002, o músico foi o vencedor do Grammy Latino, com o CD Chegando de Mansinho. Cinco anos depois, voltou a gravar e recebeu o Prêmio TIM (2007) como melhor Cantor Regional, com o disco Conterrâneos 2006. No ano seguinte, concorreu ao 8º Grammy Latino, com o mesmo álbum, na categoria Melhor Disco Regional. Lançou também um álbum, em dueto com o virtuose do violão Yamandu Costa. Em 2008, foi o grande homenageado do Prêmio Tim de Música Brasileira. Em 2010, venceu o Prêmio Shell de Música e, em 2012, um ano antes de sua morte, conquistou o Grammy Latino de Melhor Álbum Brasileiro de Raiz, com o CD e DVD Iluminado.

Em 2012 Dominguinhos foi homenageado em Petrolina, recebeu o Troféu Asa Branca. Dominguinhos lembrou episódios de sua carreira e definiu: " agora é que fico mais emocionado quando escuto os baiões. Tudo é mais bonito"...


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ALAN CLEBER: A GRANDEZA DE INTERPRETAR A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA BREGA NA HISTÓRIA DA CULTURA BRASILEIRA

Nascido em Juazeiro, Bahia, no dia 03 de fevereiro. Não é por acaso que Alan Cleber traz a energia musical no corpo e na alma.  Alan Cleber conta que o impulso da carreira artística começou no teatro, na época dos grandes festivais de Juazeiro. "No primeiro festival Edésio Santos da Canção eu fui convidado para interpretar apenas uma música. Foi uma canção de Cássio Lucena que se chama “A travessia do Mar Vermelho”. 

Ali, ele ganhou o primeiro lugar de melhor intérprete. E interpretar é uma das grandezas de Alan Cleber. No repertório Maria Bethania, Roberto Carlos, Ney Matogrosso...do forró ao tropicalismo, do frevo ao maracatu. É Alan Cleber um vendaval, no melhor sentido de inventar o ritmo da vida na paz do cantar. É um rio caudaloso de talento musical e presença de palco.

Um dos shows mais expressivos de Alan  Cleber é  "Foi tudo culpa do Amor". 

Neste inicio de 2023 Alan Cleber retomou este espetáculo. Aliás, desde que vi este espetáculo pela primeira, onde ele mostra um dos melhores lados da Música Brasileira e quebra preconceitos, lembro do jornalista e historiador Paulo Cesar de Araújo.  Paulo César é também o autor da biografia “proibida” do “Rei” Roberto Carlos – leitura obrigatória para quem conseguir encontrar algum exemplar do livro censurado. Paulo pesquisou durante sete anos a história da chamada música brega entre 1968 e 1978 – os anos de chumbo da ditadura militar no Brasil. 

O livro mostra que os cantores Odair José, Benito Di Paula, Diana Pequeno, Barto Galeno, Evaldo Braga, Fernando Mendes, Agnaldo Timóteo foram ignorados por estudos e pesquisas sobre o período e marginalizados na história cultural do país. É preciso saber: os cantores (chamados) bregas, embalavam as massas, foram quase tão vitimados pela censura quanto Chico Buarque, Caetano Veloso. Foram massacrados pela industria cultural. No livro Eu Não Sou Cachorro, Não, título extraído de um grande sucesso de Waldick Soriano, o historiador tenta fazer justiça a esses ídolos populares.

Odair José, por exemplo, teve  música proibida por ter sido lançada quando o governo fazia programas de incentivo ao controle de natalidade entre as populações pobres, apesar da posição católica contrária ao uso de anticoncepcionais. Para os censores, a canção de Odair José representava uma conclamação à desobediência civil e uma referência explícita à sexualidade.

'A maioria dos trabalhos sobre música brasileira trata da tradição, como o folclore nordestino, e da modernidade, como o tropicalismo', diz o escritor. 'O brega não é nem uma coisa, nem outra. Caiu no limbo. 'A idéia é mostrar que os bregas também tiveram importância na história de nossa cultura'.

Então tenho dito: viva a Alan Cleber...Tudo foi e é por culpa do amor...Viva a música brasileira!

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NÍVEL DA AGUA DO RIO SÃO FRANCISCO COMEÇA A BAIXAR

As águas do Rio São Francisco começam a reduzir. ​A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Eletrobras Chesf) informou essa semana a programação de redução de vazão nos reservatórios das usinas hidrelétricas de Sobradinho (BA).

A defluência (água que sai) média diária (m³/s) nesta sexta-feira (10) é de 2.500 metros cúbicos por segundo. A previsão que no dia 11, (sábado) atinja 2.000 metros cúbicos por segundo.

A redução gradativa ocorre diante da diminuição das chuvas na Bacia do Rio São Francisco e da necessidade de seguir a curva do volume de espera do reservatório de Sobradinho para o período.

Com o Rio São Francisco baixando o nível, os Comerciantes de um dos maiores pontos turísticos de Juazeiro, a Ilha do Rodeadouro, começam a ter "a situação voltando ao normal,  por causa do aumento da vazão da barragem do Sobradinho causado pela cheia no rio São Francisco vários pontos ficaram inundados.

Membros da Associação de Barqueiros do Rodeadouro afirmam que o nível da água baixou e agora é retomar os trabalhos.

A Associação possui 4 embarcacões e durante a cheia não havia ponto de segurança para desembarque.

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MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES AMPLIA OFERTA DE RÁDIOS COMUNITÁRIAS

Ampliar a participação popular e democratizar o acesso à informação são duas metas latentes do Ministério das Comunicações. Por isso, uma das primeiras ações da Pasta em 2023 foi lançar três editais para a seleção do serviço de Rádio Comunitária (RADCOM). Os certames abriram oportunidade para municípios em todos os nove estados do Nordeste: Bahia (22), Rio Grande do Norte (13), Maranhão (12), Ceará (12), Pernambuco (11), Piauí (11), Paraíba (6), Alagoas (3) e Sergipe (2). É a oportunidade de fundações e associações sem fins lucrativos manifestarem interesse em atuar por meio de uma estação de rádio comunitária em Frequência Modulada (FM).

Ao todo, os editais contemplam 216 municípios de 23 estados brasileiros. "Fortalecer os mecanismos de participação social e a própria radiodifusão comunitária estão entre as nossas prioridades", destacou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Até o ano passado, 237 municípios ainda não possuíam uma entidade sequer autorizada a prestar o serviço. "Iremos analisar as inscrições recebidas em todos os editais e, se não forem suficientes, lançaremos o Plano Nacional de Outorgas (PNO) 2023 com mais oportunidade para os municípios contarem com este serviço, que é de grande importância para as comunidades", garantiu. As outorgas concedidas pelo MCom para RADCOM têm validade de 10 anos, sem direito de exclusividade.

SELEÇÃO -- Para participar da seleção, as fundações ou associações deverão enviar a documentação nos moldes do edital e preencher o formulário eletrônico disponível no Portal de Serviços do Governo Federal. Qualquer pessoa física poderá enviar requerimento em nome da entidade interessada, bastando anexar os documentos necessários para comprovar que possui poderes para representá-la. A documentação será analisada pela Secretaria de Comunicação Social Eletrônica após o término do prazo indicado. Todo o processo é eletrônico.

RADCOM -- O serviço de Rádio Comunitária foi criado para dar oportunidade à difusão de ideias, elementos de cultura, tradições e hábitos sociais da comunidade; oferecer mecanismos à formação e integração da comunidade, estimulando o lazer, a cultura e o convívio social; prestar serviços de utilidade pública, integrando-se aos serviços de defesa civil, sempre que necessário; contribuir para o aperfeiçoamento profissional nas áreas de atuação dos jornalistas e radialistas, em conformidade com a legislação profissional vigente; e permitir a capacitação dos cidadãos no exercício do direito de expressão da forma mais acessível possível.

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MÚSICA NESSA ESTRADA DA VIDA, COMPOSIÇÃO DE VALDI GERALDO E APARECIDO JOSÉ A CAMINHO DOS 40 ANOS

O caminho que liga Exu, Pernambuco, Terra de Luiz Gonzaga ao Crato, Ceará, lugar onde nasceu Padre Cícero é a via das escolhas, das encruzilhadas, da fé, território das forças dos ancestrais, trabalho e dons. As paisagens agem e ardem em eco. 

Quais mãos trabalharam na confecção desse origami? Nesta planície sem fim de cores e sons nasceu, Valdi Geraldo Teixeira, o Neguinho do Forró, morador de Exu, cidadão do mundo.

Sempre é bom lembrar: o grande balaio musical de Luiz Gonzaga tem um exuense. A cada viagem que fazia pela região Nordeste Luiz Gonzaga "descobria", encontrava um compositor. Em Caruaru: Onildo Almeida. Rio Grande do Norte o Janduhy Finizola. Paraíba, José Marcolino, Antonio Barros. Em Pesqueira, Nelson Valença. Campina Grande, Rosil Cavalcanti. Arcoverde João Silva. No Rio de Janeiro encontrou o parceiro Humberto Teixeira, nascido em Iguatu, Ceará. José Clementino, em Varzea Alegre. Zé Dantas, em Pernambuco, para citar alguns destes poetas parceiros que deram Luz a obra e vida do Rei do Baião.

E pertinho dele, ali na curva da Chapada do Araripe, em Exu, na sua terra, Valdi Geraldo, o Neguinho do Forró. Músico, compositor de quem Luiz Gonzaga gravou a música "Nessa Estrada da Vida" em 1984 no disco (LP), Danado de Bom. Neguinho do Forró é um desses talentosos compositores que contribui com o reinado de Luiz Gonzaga. 

Valdi Geraldo é compositor do sucesso da música Nessa Estrada Vida, em parceria com Aparecido José. São 39 anos dessa gravação. Um dos sucessos gravados na voz de Luiz Gonzaga e que até hoje é referência o cancioneiro da música brasileira. Nessa Estrada da Vida é uma das canções mais regravadas até os dias atuais.

A história conta que ao ouvir a música Luiz Gonzaga teve paixão de primeira. Tarimbado, o Lua, sabia quando estava diante de uma riqueza musical, viu que melodia, ritmo e harmonia são frutos do seu Reinado. Gravou.

Hoje "Nessa Estrada da Vida" é uma das músicas mais interpretadas no cancioneiro brasileiro. Recebeu regravações de Dominguinhos, Jorge de Altinho, Waldonis, fiéis seguidores e discípulos do Rei do Baião.

Detalhe: o disco "Danado de bom" vendeu mais de um Milhão de cópias, contou com a participação de Elba Ramalho na faixa "Sanfoninha choradeira" (João Silva) e Luiz Gonzaga ganha o Disco de Ouro considerado no mundo musical um dos mais belos trabalhos de um artista brasileiro.


Com a morte de Luiz Gonzaga, em agosto de 1989, foi também em Valdi Geraldo que o Gonzaguinha, o poeta da resistência, que por centenas de vezes caminhou nas estradas, visitando lugares e construindo sonhos no pé da serra do Araripe pensando em concretizar o projeto do Parque Asa Branca, Museu Gonzagão. 

Desde 1999, quando conheci, Valdi Geraldo em Exu, tenho o maior respeito e admiração por este artista. Homem de Bem. Alma de cantador. Ele, não vive comercialmente da música. É funcionário do Ministério da Saúde. Na época produzimos uma reportagem para a TV Grande Rio/Afiliada Globo destacando a obra e vida do Neguinho do Forró. As imagens foram do produtor Luciano Peixinho.

Em 2012, Neguinho do Forró, lançou um CD, Alegria e Beleza do Sertão, uma das composições mais belas da música brasileira, que se junta a lavra criativa do poeta. Valdi Geraldo cultiva a simplicidade, ou seja, sabe tratar o povo, que tanto Luiz Gonzaga pedia para não esquecer, e valorizar o seu pedaço de terra se fazendo universal.

Valdi Geraldo está marcado para a eternidade e o Brasil poderia ainda em Vida ser mais grato pela trajetória desse cantor e compositor. Caruaru, Pernambuco, através do pesquisador Luiz Ferreira souberam valorizar o artista e ele, em 2014, recebeu o título troféu Orgulho de Caruaru, através do Espaço Cultural Asa Branca do Agreste.

Luiz Gonzaga é citado por todos os compositores como um mestre na arte de sanfonizar as canções. Sanfonizar é um termo criado pelo próprio Luiz Gonzaga. O pesquisador José Teles, afirma que a maioria dos seus parceiros de Luiz Gonzaga não escondem que cederam parceria para o Rei do Baião, porém, geralmente, suavizam a revelação com um argumento: ninguém interpretaria a composição igual a ele. Ou ressaltam o talento de Gonzagão para “sanfonizar” as composições – ou seja, como usava seus dons de arranjador para enriquecê-las.

Nessa Estrada da Vida segue o poeta compositor Valdi Geraldo, o Neguinho do Forró. Poeta dos bons que caminham na Luz da Chapada do Araripe. Assim ouvi e aqui reproduzo

Jornalista Ney Vital 



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GRUPO CABRAS DE LAMPIÃO LEVA XAXADO PARA A ESCOLA DE SAMBA DE SÃO PAULO

O Xaxado vai tomar conta do Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, no próximo dia 18. A Escola Mancha Verde, atual campeã do carnaval paulistano, traz para a passarela do samba o enredo: "Oxente – Sou xaxado, sou Nordeste, sou Brasil". E, Serra Talhada, sertão do Pajeú, vai estar presente através do grupo de Xaxado Cabras de Lampião.

Integrantes do Cabras de Lampião estão ensaiando a todo vapor para mostrar que também têm samba no pé, e que o enredo da Escola já está na ponta da língua dos participantes. Durante o desfile, o grupo estará em um carro alegórico projetando para o mundo a história e a tradição cultural do Nordeste, com recorte para Serra Talhada, capital do Xaxado e terra do famoso cangaceiro Lampião.

A presidente da Fundação Cabras de Lampião, Cleonice Maria, comemora a participação do grupo. " É um momento apoteótico para nosso trabalho, pois não se trata de um trabalho inventado agora, é uma longa estrada que continuamos percorrendo e mantendo acesa a chama da cultura nordestina. Ela explica ainda que a originalidade e a autenticidade dos Cabras de Lampião vão se misturar com as alegorias e criatividade da Mancha Verde, resultando num mega-espetáculo encantador".

Grupo Cabras de Lampião - O Grupo de Xaxado Cabras de Lampião foi fundado em 1995 para manter viva a história de Lampião, tendo como ponto de partida o xaxado e tornou-se um dos maiores divulgadores desta dança criada pelos bandoleiros do sertão. É uma trupe de artistas sertanejos - exatamente da cidade onde nasceu Virgolino Ferreira da Silva - o Lampião.

O Grupo de Xaxado Cabras de Lampião trouxe os cangaceiros para frente das luzes e o Cangaço se transformou num show de arte, com uma nova e revolucionária imagem do Rei do Cangaço. É um grupo que conduz o espectador a um mergulho no mundo mágico e místico do sertão. O Cabras de Lampião já se apresentou em todas as regiões do Brasil e no exterior, em festivais nacionais e internacionais.

O grupo tem escola de xaxado, mantém o Museu do Cangaço e o Sítio Passagem das Pedras - onde nasceu Lampião. Também realiza espetáculos de dança e eventos de caráter artístico e cultural. Ainda desenvolve um trabalho de inclusão social, através da cultura, com aulas de dança para mais de 100 crianças e adolescentes.

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