NEY VITAL SACODE O FORRÓ COM BOM JORNALISMO NA RÁDIO CIDADE

O rádio continua sendo o principal veículo de comunicação do Brasil. Aliado a rede de computadores está cada vez mais forte e líder. Na rádio Cidade AM 870, em breve também na frequencia 95.7 FM, o jornalista Ney Vital apresenta o Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos. O programa é transmitido todos os domingos,  a partir das 8hs da manhã, www.radiocidadeam870.com.br.

O Programa NAS ASAS DA ASA BRANCA VIVA LUIZ GONZAGA segue uma trilogia amparada na cultura, cidadania, ecologia e informação. "É o roteiro usado para contar a história da música brasileira a partir da voz e sanfona de Luiz Gonzaga, seus amigos, poetas, compositores", explica Ney Vital. 

O programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga é um projeto que teve início em 1990, na rádio localizada em Araruna, Paraíba. "Em agosto de 1989 Luiz Gonzaga, o  Rei do Baião fez a passagem, partiu para o sertão da eternidade e então, naquela oportunidade, o hoje professor doutor em Ciência da literatura, Aderaldo Luciano fez o convite para participar de um programa de rádio. E até hoje continuo neste bom combate". 

O programa é o encontro da família brasileira. Ney Vital não promove rituais regionalistas. O programa evoluiu para a forma de espaço reservado à cultura mais brasileira, universal, autêntica, descortinando um mar e sertões  de ritmos variados e escancarando a infinita capacidade criadora da música a partir de Luiz Gonzaga. 

É o conteúdo dessa autêntica expressão nacional que faz romper as barreiras regionais, esmagando as falsificações e deturpações do que costuma se fazer passar como patrimônio do povo brasileiro.

Também por este motivo no programa o sucesso pré-fabricado não toca e o modismo de mau gosto passa longe."Existe uma desordem , inversão de valores no jornalismo e na qualidade das músicas apresentadas no rádio", avalia Ney Vital que recebeu o titulo Amigo Gonzagueano Orgulho de Caruaru, e Troféu Luiz Gonzaga 2014 Exu e no finaal de 2020 o Título de Cidadão de Exu Pernambuco, além do Troféu Viva Dominguinhos Amizade Sincera em Garanhuns, Pernambuco.

Ney Vital usa a credibilidade e experiência de 30 anos atuando no rádio e tv. Nas filiadas do Globo TV Grande Rio e São Francisco foi um dos produtores do Globo Rural, onde exibiu reportagens sobre Missa do Vaqueiro de Serrita e festa aniversário de Luiz Gonzaga e dos 500 anos do Rio São Francisco.

Formado em Jornalismo na Paraíba e com Pós-Graduação em Ensino de Comunicação Social pela UNEB/Universidade Federal do Rio Grande do Norte faz do programa um dos primeiros colocados na audiência do Vale do São Francisco, segundo as pesquisas. 

O Programa Nas Asas da Asa Branca, ao abrir as portas à mais genuína música brasileira, cria um ambiente de amor e orgulho pela nossa gente, uma disseminação de admiração e confiança em nosso povo — experimentada por quem o sintoniza e acessa o programa.

Ney Vital usa a memória ativa e a improvisação feita de informalidade marcando o estilo dos diálogos e entrevistas do programa. Tudo é profundo. Puro sentimento. O programa Flui como uma inteligência relâmpago, certeira e  hospitaleira.

"O programa incentiva o ouvinte a buscar qualidade de vida. É um diálogo danado de arretado. As novas ferramentas da comunicação e novas tecnologias permitem ficarmos cada vez mais próximo das pessoas, através desse mundo mágico e transformador que é a sintonia via rádio", finalizou Ney Vital.

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ESPETÁCULO INFANTIL PROCURANDO LUIZ, INSPIRADO NO UNIVERSO POÉTICO DE LUIZ GONZAGA, ESTREIA DIA 03 DE JULHO

O espetáculo infantil “Procurando Luiz”, visto e aplaudido por quase 23 mil espectadores desde a sua estreia em 2014 e com o reconhecimento da crítica especializada, será apresentado ao público no mês de julho em um novo formato: on-line, respeitando os protocolos de segurança devido à pandemia de Covid-19. As sessões integram o ProAC ICMS – Programa de Ação Cultural do governo do estado de São Paulo.

A peça inspirada na obra de Luiz Gonzaga (1912-1989) será encenada no Teatro da Cia de Revista em São Paulo e transmitida de forma gratuita, ao vivo, diretamente no Canal do YouTube do espetáculo, entre os dias 03 e 25 de julho (sábados às 11h e 15h e domingo às 11h). Vale ressaltar que, no dia 31 de julho, às 19h, haverá ainda um encontro do elenco com Joquinha Gonzaga, sobrinho do Rei do Baião, nascido na mesma cidade natal do tio, Exu (PE), que debaterão sobre a trajetória deste ícone da cultura brasileira.

Procurando Luiz é uma montagem do Grupo Cena Teatral, com concepção de Roberto Haathner, direção de Gustavo Kurlat e dramaturgia de Paulo Rogério Lopes. Com elenco formado pelos atores Roberto Haathner, Bruno Perillo e Iris Yasbek, o espetáculo reúne causos, brincadeiras populares e referências ao Nordeste brasileiro, ressaltadas pelos cenários, figurinos e adereços de Marco Lima e pelo projeto de luz de Kleber Montanheiro. De forma lúdica, esses elementos são capazes de entreter não só o público infantil como espectadores de todas as idades, despertando em cada um a nostalgia, o respeito e a saudade deste grande ícone.

A montagem recebeu indicações em cinco categorias do prêmio FEMSA 2014, principal premiação de para o teatro para crianças e jovens de São Paulo: Espetáculo Jovem, Figurino, Iluminação, Trilha Sonora Adaptada e Atriz Coadjuvante.

“Encenar Procurando Luiz no formato on-line abre uma nova possibilidade de levarmos o espetáculo para a casa das pessoas não só aqui de nossa cidade, mas sim para outros estados brasileiros e até mesmo países de língua portuguesa”, avalia o ator e idealizador do espetáculo, Roberto Haathner.

Concepção – A montagem do Grupo Cena Teatral traz como temas principais a amizade e a superação, fazendo alusão à obra de Luiz Gonzaga como o voo da Asa Branca, passagens pelo sertão do Cariri e o Riacho da Brígida, além da presença constante da Lua. De maneira poética, lúdica e bem-humorada, o espetáculo mergulha no imaginário popular com canções – parte interpretada ao vivo – e referências ao Nordeste brasileiro. “A principal mensagem para o público, principalmente o infantil, é a superação do medo, a coragem, a perseverança e a amizade que norteiam toda a dramaturgia”, explica Gustavo Kurlat.

Sinopse - Luiz e João são amigos inseparáveis, que moram no sertão e vivenciam uma amizade verdadeiramente infantil, sacramentada em um pacto: independente da distância ou do tempo passado, se um dia tivessem que se separar, se reencontrariam no riacho da Brígida, no sertão do Araripe. Um dia Luiz conta a seu amigo que terá que se mudar para outro lugar em busca de melhores oportunidades de vida, pois a seca castigava tudo e todos: seguiria com sua família o rumo da Asa Branca.

O tempo passa. João recebe a triste notícia que seu amigo deixou de viver neste mundo, e decide fazer valer o pacto. Como nunca havia deixado o povoado, decide inventar uma história e diz à filha, Das Dores, que está ficando cego e só poderá se curar se ficar uma noite inteira olhando para a lua cheia. Os dois partem e no percurso ganham companhia: um moço que também diz estar em busca de algo especial e que tem uma missão a cumprir.

Cangaceiros, dragões, desafios e surpresas – como uma flor milagrosa de Acácia Amarela, que pode curar os males do corpo e da alma – surgirão nesta jornada em que medos, sonhos e superação caminham juntos. Uma jornada misteriosa e, principalmente, divertida.

SERVIÇO: PROCURANDO LUIZ ON-LINE

Temporada: de 03 a 25 de julho - sábados às 11h e 15h e domingos às 11h

Transmissão: Canal do YouTube do espetáculo

Classificação Etária: A partir de 06 anos

Duração: 55 minutos

Bate-papo com elenco e Joquinha Gonzaga: Dia 31 de julho, sábado, às 19h, pelo Canal do YouTube do espetáculo

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MÚSICAS DE ANTONIO BARROS E CECEU SÃO RECONHECIDAS PATRIMONIO CULTURAL IMATERIAL

A obra de dois grandes ícones da Música Popular Brasileira (MPB): Antônio Barros e Cecéu, está oficialmente reconhecida como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado da Paraíba. A Lei 11.900, de autoria da deputada Estela Bezerra, foi sancionada pelo governador João Azevêdo na última quinta-feira (24) – Dia de São João – e publicada na edição desta terça-feira (29/06) no Diário oficial do Estado (DOE).

Antônio Barros e Cecéu são casados na música e na vida e se apresentam desde 1971, compondo e interpretando mais de 700 obras gravadas por diversos artistas brasileiros, a exemplo de Ney Matogrosso, Elba Ramalho, Dominguinhos, Gilberto Gil, Alcione, Ivete Sangalo, Fagner, Gal Costa; além dos saudosos Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Genival Lacerda e Marinês.

De acordo com a deputada Estela Bezerra, Antônio Barros e Cecéu representam não só a musicalidade e a cultura do nosso estado. “Eles são a própria essência do povo nordestino. Suas composições atravessam as gerações como a melhor expressão da nossa gente, da nossa terra e do nosso espírito paraibano”, afirmou.

Natural do município de Queimadas, Paraíba, Antônio Barros começou a compor na década de 1950. Após se mudar para Campina Grande, 20 anos depois, ele conhece Mary Maciel Ribeiro, a Cecéu, sua companheira de vida, e obra. O casal se mudou para o Rio de Janeiro, onde a parceria gerou canções como “Homem com H”, gravada por Ney Matogrosso; “Bate Coração”, clássico imortalizado por voz de Elba Ramalho; que fazem parte da nossa cultura musical e popular nordestina.

A lei considera “Patrimônio Cultural” todos os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, em conformidade com o art. 216 da Constituição Federal.

Além de “Homem com H” e Bate Coração”, também se destacam entre as canções mais famosas do casal os clássicos “Por Debaixo dos Panos”, “Procurando Tu”, “Forró do Poeirão”, “Forró do Xenhenhém” e “Óia Eu Aqui de Novo”.
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SÓ A PRESERVAÇÃO PODE ASSEGURAR TRADIÇÃO MILENAR DA PESCA NO RIO SÃO FRANCISCO

A pesca é uma prática de subsistência antiga que vem garantindo o sustento de gerações e gerações durante milênios. Como atividade comercial, é praticada com muita força ao longo de todo o litoral brasileiro, que se estende por mais de 8.500 km de Costa, representando elevada importância social e econômica para uma grande parcela de trabalhadores.

Com definições claras, existem além da pesca de subsistência, a pesca artesanal, praticada diretamente por pescador profissional, de forma autônoma ou em regime de economia familiar. Já a industrial é feita por pessoa física ou jurídica envolvendo pescadores profissionais. Há também a científica, com a finalidade de pesquisa científica e a pesca amadora, praticada com a finalidade de lazer ou esporte.

O problema é que a atividade está sob forte ameaça, isso porque sem a preservação das bacias hidrográficas, a vida aquática é a principal afetada. Na Bacia do rio São Francisco, um relatório elaborado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) após expedição realizada no Rio São Francisco em 2019, com o apoio do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), revelou a falta de diversidade de peixes e contaminação de espécies por metais. O estudo indicava que apenas seis tipos diferentes de peixes representavam cerca de 80% das capturas feitas no rio e, em 15 espécies avaliadas foi encontrada uma concentração alta de metais, porém dentro dos limites de tolerância para o consumo humano.

Pescadores creditam tantos problemas à ausência de ações efetivas do poder público, além de outros fatores que se somam a esse cenário alarmante, entre os quais a poluição, despejo de esgoto, construção de barramentos – usinas hidrelétricas, entre outros. “Pesco desde quando tinha oito anos de idade e até hoje a pesca sustenta minha família. Mas ao longo dos anos, a gente, que vive das águas, percebe como os problemas avançam e se tornam ainda maiores. Acho que se todos se esforçassem e se conseguíssemos diminuir a poluição do rio e dos seus afluentes, a realidade seria outra”, revela o pescador Arnaldo Alves da Silva.

De acordo com mapeamento realizado em 2020, verificou-se que, há uma década, o Brasil não faz a coleta e sistematização de dados estatísticos sobre a pesca nacional. O último boletim foi publicado em 2011. Isto significa que não existem informações precisas sobre quanto se pesca no Brasil. A Auditoria da Pesca no Brasil 2020, documento elaborado pela primeira vez pela Organização Não Governamental Oceana, mapeou os 118 principais estoques pesqueiros do país e verificou que apenas sete dispunham de avaliações atualizadas, representando 6% do total explorado comercialmente.

Mesmo sem precisão, devido à ausência de estudos na área, estima-se que a produção da pesca extrativista marinha do Brasil seja algo em torno de 500 mil toneladas anuais. Porém, já é possível afirmar que há um declínio populacional evidente nas espécies exploradas comercialmente. Entre 2010 e 2014, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) conduziu a avaliação do risco de extinção da fauna brasileira.

Os resultados dessa avaliação apontam para 1.173 espécies da fauna ameaçadas, e o grupo dos peixes continentais é o que contém maior número de espécies sob alguma categoria de ameaça (310 espécies). A lista de fauna ameaçada em 2004 (IN MMA 05/2004) revelava um total de 17 espécies de interesse comercial para pesca. Em 2014, 10 anos depois, na lista mais recente de espécies ameaçadas (Portaria MMA 445/2014), esse número saltou para 64, sendo que entre elas permaneceram as 17 previamente listadas. (Fonte-CHBSF-Juciana Cavalcante)

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PROJETO VAI BENEFICIAR COMUNIDADES CARENTES COM REUTILIZAÇÃO DE ÓLEO DE COZINHA

A Polícia Militar da Bahia, através da 75ª Companhia Independente (75ªCIPM), em parceria com o Conselho Comunitário de Segurança Pública (CONSEG/Leste) e 9º Grupamento de Bombeiros Militar de Juazeiro-BA (9GBM), está desenvolvendo o projeto 'Eco-Circular', que vai beneficiar comunidades carentes com a reutilização de óleo de cozinha.

O projeto de preservação ambiental, segundo o presidente do CONSEG/ Leste, Germano Oliveira, tem como base os conceitos da própria Economia, ciência social que estuda a produção, distribuição, e consumo de bens e serviços.

"Todo consumo deve estar pautado na redução, reutilização, reúso, economia e reciclagem; de onde vem a idéia de reutilização do óleo comestível já queimado, o popular óleo de cozinha, portanto, altamente nocivo ao meio ambiente, transformando-o em sabão líquido biodegradável, para ser distribuído a comunidades carentes", ressaltou.

De acordo com o comandante da 75ªCIPM, major José Roberto Sampaio de Sousa, toda comunidade juazeirense deve participar do projeto'Eco-Circular', principalmente as donas de casa. "Façam as doações do óleo já utilizado nas sedes das Unidades Policias de Juazeiro, que apoiam essa importante iniciativa: CPRN, 73, 74, 76CIPM, 3BPM, 9GBM, bem como na 75ªCIPM, em horário comercial".

O comandante da 75ªCIPM, destacou ainda o patrocínio da Agrovale, Sindilojas Juazeiro e Projeto Mandacaru -01. "O projeto 'Eco-Circular' cumpre a função social sob dois aspectos:  a medida em que colabora com o meio ambiente, ajuda a pessoas menos favorecidas a se protegerem contra a Covid-19; justamente num momento sensível, pelo aumento na demanda e preço do produto", concluiu. (Class Comunicação e Marketing)

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LIVE GONZAGUEAR DE QUARTA-FEIRA (30) FAZ HOMENAGEM AOS 91 ANOS DO POETA ZÉ MARCOLINO

O pesquisador e escritor Rafael Lima, autor do livro, “O Rei do Baião e a Princesa do cariri”, onde relata sobre os momentos mais marcantes vividos por Luiz Gonzaga na cidade do Crato, Ceará recebe nesta quarta-feira (30), a compositora Fátima Marcolino, filha do poeta, cantor e compositor José Marcolino.

A live acontece a partir das 19hs e na oportunidade Fátima Marcolino irá mostrar diversas curiosidades sobre a vida e obra de Zé Marcolino.

O São João 2020 e 2021 não foi fácil para nenhum nordestino. Em 1996, Bira Marcolino, compositor paraibano, escrevia junto a irmã, Fátima Marcolino, a música Siá Filiça. Mas o fato é que nenhum dos dois jamais imaginaria que ela representaria com tanta força um mês que jamais significou "vontade de chorar". Na véspera e dia de São Pedro, também haverá mais silêncio. E mais saudade.

Essas e outras histórias Fátima Marcolino conta na live Gonzaguear.

"Cadê a lenha da fogueira

Siá Filiça

Cadê o milho pra assar

Cadê aquele teu vestidinho de chita

Que tu vestia pra dançar

Cadê aquele sanfoneiro

Que eu pedia pra tocar

A canção da minha terra

Um forró de pé-de-serra

Que eu ajudava a cantar

Quando me lembro disso tudo

Siá Filiça

Me dá vontade de chorar"

A música marcou o período junino porque fez qualquer nordestino lembrar dos simbolismos que marcam essa época: o vestido de chita, o milho, a fogueira, balão e o sanfoneiro. Bira e Fátima jamais imaginariam que ela realmente fosse representar dor em algum momento.

Mas quem é Siá Filiça? Siá vem do termo "sinhá", uma espécie de abreviação. E Filiça vem de Felícia, uma senhora que morava na cidade da Prata, na Paraíba, e que todos gostavam muito de brincar com ela quando eram pequenos. Segundo Bira, ela sempre andava com uma lenha. Certo dia, ele estava com a irmã em Caruaru e pensou em "Siá Filiça", que era como chamavam Felícia, e a irmã disse que dava uma boa música.

Então começaram a escrever. Fátima Marcolino foi a autora da frase: "minha esperança ainda dorme, e eu com pena de acordar", que retrata um pouco a espera e o desejo de que a pandemia do coronavírus passe, e o São João volte a ser como era.

Quando foi escrita, muitos artistas queriam gravar a música. O primeiro foi Ezequias Rodrigues, que gravou com voz e violão. Depois veio Santanna e Ademário Coelho, da Bahia. Mas foi com O Cantador que a música fez sucesso.

Hoje, Bira tem 62 anos. Para um compositor de forró, deixar o São João morrer seria até um crime. "O São João está na veia da gente, o forró está na veia da gente. Sem São João a gente se sente fora d'água, mas não deixa de ouvir não. Eu fiz meu São João sozinho, no mato", conta.

A música foi a grande emoção da live de Santanna na véspera de São João. Quem assistiu, certamente se emocionou. Antes de cantar, disse algumas palavras: "vou me despedir de vocês com uma música... eu não vou pedir desculpa por me emocionar, porque é a emoção que move o mundo. A emoção é impressionante. Me despeço de vocês com essa canção, que é a música que melhor representa o São João este ano".

Ao fim, tirou o chapéu. Ali, estava representada a tristeza, mas também a esperança de todos se reencontrarem novamente entre público e palco, forró, xaxado e baião.

"A música foi que me escolheu, me escolheu como intérprete principal dela. Ela faz parte da minha vida. Ela foi eleita a música do São João desse ano, e o sentimento é muito grande. A gente que é sertanejo, a gente sabe o que significa uma festa junina para nós. Eu fico impressionado como a música Siá Filiça entra na vida das pessoas", relata.(Por Dani Fechine, G1 PB)

HISTÓRIA: Zé Marcolino nasceu no dia 28 de junho de 1930. Portante se vivo (fisicamente) fosse, o Poeta completaria hoje 91 anos. No mistério do universo e das Leis da Natureza o poeta é Luz.

Pela sua importância na história da música brasileira, o Poeta Zé Marcolino, merecia mais de atenção das entidades culturais. Detalhe: os responsáveis pelo setor cultural de Juazeiro e Petrolina, em geral a falta de uma Política Cultural que deveria ser matriz de desenvolvimento no Brasil, principalmente no Nordeste,  esqueceram nos últimos anos desde que Zé Marcolino "partiu para o sertão da eternidade" de valorizar os frutos produzidos pelo compositor. Zé Marcolino morou nos anos 70 em Juazeiro, onde foi comerciante. Juazeiro e Petrolina tem uma dívida com a memória de José Marcolino.

No dia 20 de setembro de 1987 a voz de José Marcolino Alves  silenciava por ocasião da morte causada de acidente de carro próximo a São José do Egito, Pernambuco. Em Sumé, na Paraíba, Zé Marcolino Venceu os obstáculos da vida simples e quando teve oportunidade mostrou ao então Rei do Baião Luiz Gonzaga, uma centena de baiões, forró e xotes, sambas de melhor qualidade.

No LP Ô Véio Macho, de 1962, Luiz Gonzaga interpretou as composições de José Marcolino: Sertão de aço, Serrote agudo, Pássaro carão, Matuto Aperriado, A Dança do Nicodemos e No Piancó. Luiz Gonzaga gravou Numa Sala de reboco, considerada uma das mais belas poesias, letras de Zé Marcolino.

A história conta que Zé Marcolino participou da turnê de divulgação do LP Veio Macho, viajando de Sul a Norte do País com Luiz Gonzaga, no entanto, a saudade da família e suas raízes sertanejas foram mais fortes. Depois de um show no Crato, Ceará,  ele tomou um ônibus até Campina Grande e de lá foi para Sumé, de onde fretou um táxi para a Prata, onde morava.

Com o sucesso de suas canções cantadas por vários artistas (Quinteto Violado, Assisão, Genival Lacerda, Ivan Ferraz, Dominguinhos, Fagner, Jorge de Altinho, Elba Ramalho, Mastruz com Leite e tantos outros nomes da música brasileira), é atualmente Zé Marcolino um dos mais talentosos compositores da música brasileira de todos os tempos.

Somente em 1983, produzido pelos integrantes do Quinteto Violado, Zé Marcolino lançou seu primeiro e único, hoje fora de catálogo, LP Sala de Reboco (pela Chantecler). Um disco que está merecendo uma reedição em CD, assim como também seu único livro, necessita uma reedição. No citado disco Véio Macho, com seis músicas de Marcolino, ele toca gongue. No LP A Triste Partida, Luiz Gonzaga gravou Cacimba Nova, Maribondo, Numa Sala de Reboco e Cantiga de Vem-vem.

Zé Marcolino morou em Juazeiro da Bahia e ficou até 1976, quando foi para Serra Talhada, Pernambuco. Inteligente, bem-humorado, observador,  Zé Marcolino tinha os versos nas veias como a caatinga do Sertão. Zé Marcolino casou com Maria do Carmo Alves no dia 30 de janeiro de 1951 com quem teve os filhos Maria de Fátima, José Anastácio, Maria Lúcia, José Ubirajara, José Walter, José Paulo e José Itagiba. Zé Paulo reside atualmente em Petrolina.

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NO SEMIÁRIDO, CONVERGÊNCIA MIDIÁTICA DRIBLA BARREIRAS LEGAIS E FAVORECE OCUPAÇÃO DA INTERNET PELAS RÁDIOS COMUNITÁRIAS

Para se conectar com sua terra natal, no estado do Piauí, o proprietário de um estabelecimento comercial em São Paulo deixa tocando nas dependências do restaurante a Rádio Matões FM, emissora comunitária do município de Pedro II, a 200 km de Teresina (PI). Isto hoje é possível porque a rádio chega ao mundo inteiro através da Internet.

Quem poderia imaginar esta realidade por volta dos anos de 1980, quando diversas emissoras comunitárias começaram a operar no Brasil, especialmente em municípios pequenos? Ao contrário, anos depois, em 1998, quando foi aprovada a Lei nº 9.612, que define como deve funcionar o sistema de radiodifusão comunitária no Brasil, o alcance das emissoras foi limitado ao raio de um quilômetro.

Basta conversar alguns minutos com dirigentes e/ou comunicadores/as populares das emissoras comunitárias ou fazer uma pesquisa rápida sobre o tema para entender as principais críticas históricas à referida lei, a exemplo do alcance e sustentabilidade financeira. 

Além disso, a convergência midiática, hoje, vivenciada na sociedade, não foi prevista na legislação vigente, sendo, portanto, necessário que esta seja revista. Isso é o que defende a Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), que, há 23 anos, luta pela mudança da lei, uma vez que a atual “dificulta a sobrevivência das rádios comunitárias, foi uma lei que fizeram pra rádio comunitária não dá certo”, aponta o presidente da Abraço, Geremias dos Santos.

A potência da comunicação radiofônica - Segundo a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), o rádio está presente em quase 90% dos lares do Brasil. “Cada vez que entra um segmento novo em comunicação, a gente imagina, o rádio vai acabar, o rádio vai desaparecer e ele permanece (…), o rádio, ele tá muito presente”, menciona o comunicador popular Antônio José dos Santos Neto, o Neto Santos, diretor de jornalismo da Rádio Matões FM.

Ele cita o aspecto da portabilidade do rádio, que em muitos casos é a companhia para quem está na cozinha, no quintal, na roça. O radialista da Rádio Comunitária Zabelê FM, de Remanso (BA), Alessandro Paes Landim, concorda: “o rádio tá em todo local, toda situação, seja casa, carro, trabalho”. Para ele, ouvir rádio não impede de fazer nenhuma outra coisa e que essa é a grande vantagem deste veículo de comunicação de massa.

Com a popularização da internet, as emissoras comunitárias hoje garantem a transmissão da programação por sites próprios, aplicativos ou plataformas como youtube e facebook. É assim que a integrante da Abraço, Rejane Barros, fala de Arapiraca (AL) para o Brasil e o mundo todo de segunda a sexta, por meio do programa “Fórum Cultural no rádio e nas redes”, transmitido ao vivo pelo Youtube.

Neste novo contexto da comunicação popular e comunitária, a interação do público só aumentou. Além do telefone que, há muitos anos, possibilita a participação dos/das ouvintes, aplicativos como o WhatsApp, comentários durante a transmissão pelas plataformas e o engajamento via redes sociais têm encurtado a distância entre essas rádios e a comunidade. Alessandro relata que a Zabelê FM constatou o aumento de ouvintes em comunidades distantes da cidade, onde o sinal da emissora não chegava, bem como fora do município, o que inclui outros estados e países.

Um serviço que muitas emissoras comunitárias têm prestado à população e à democracia é a transmissão ao vivo das sessões nas Câmaras de Vereadores/as dos municípios, como é o caso da Matões FM. Em muitos municípios, a população não faz ideia do que é discutido no Legislativo, quais os posicionamentos dos vereadores e vereadoras. “Antes da Matões fazer as transmissões, as sessões duravam dez, quinze, vinte minutos, no máximo, ou seja, não discutiam nada. Quando a emissora começou a fazer as transmissões, o mínimo que dura é uma hora”, conta o comunicador.

“As redes sociais vieram fortalecer esse processo todo”, afirma Neto Santos ao citar a diversidade de espaços virtuais hoje ocupados pela Matões FM, o que ocorre também com outras emissoras no Semiárido. Assim, as vozes que antes ficavam reprimidas pela Lei 9.612/98, agora, ecoam do Sertão ao Litoral, do Nordeste ao Sudeste, do Semiárido brasileiro até para outros países, rompem as amarras da legislação vigente e garantem a sobrevivência do rádio.

RÁDIO E PANDEMIA: O período de crescimento da pandemia no Brasil foi propício também para o aumento das fakes news (notícias falsas), o que exigiu das rádios comunitárias de fato, reforçarem o trabalho de combate à desinformação. Neto Santos explica que na Matões FM é feito todo um trabalho com a divulgação de informações oriundas de fontes seguras, apresentação do contraponto, além de campanhas educativas para que as pessoas não reproduzam fakes news.

Em Remanso, esse trabalho também tem sido realizado pela equipe da Zabelê FM e, segundo Alessandro Paes Landim, até mesmo algumas fontes oficiais, como é o caso dos governos, têm transmitido informações duvidosas ou que mudam de um dia para o outro. Os comunicadores relatam a importância da internet, especialmente nesse momento, onde podem contar com a participação de pessoas de diversos lugares, de forma online, para enriquecer os conteúdos.

O período de pandemia foi propício também para as emissoras ocuparem ainda mais o espaço virtual. Na Bahia, a Lei Aldir Blanc, que assegurou auxílio emergencial para artistas por meio de projetos culturais, possibilitou a produção de programas nas comunidades, além de vinhetas educativas, conteúdos que chegam até as/os ouvintes por meio das ondas do rádio e das demais formas de transmissão hoje adotadas pela Zabelê FM, que também demarca seu lugar nas mídias sociais como Instagram e Facebook.

A locutora da Rádio Comunitária “A voz do povo é a voz de Deus”, a alagoana Rejane Barros, após o início da pandemia da Covid-19, ganhou audiência para além de Arapiraca. “Não tem mais como fazer rádio comunitária sem internet”, afirma a comunicadora, que atua na emissora desde os 14 anos.

Dois dias da semana ela realiza o quadro “Abraço Entrevista”, onde recebe, de forma virtual, pessoas de diferentes lugares do Brasil para falar sobre temas diversos. O que antes não era experimentado, agora, mesmo no pós pandemia, fará parte do chamado “novo normal”.

Foi também de 2020 pra cá que a enfermeira Érika Formiga idealizou o Programa Minuto da Saúde, na Rádio Literária Carrapato, na comunidade Carrapato, interior do Crato (CE). Trata-se de um Rádio Poste, com 22 caixas de som transmitindo para mais de 200 pessoas residentes no povoado, além de disponibilizar os conteúdos na Web, que variam de programas ao vivo a podcasts.

A Rádio faz parte de um Ponto de Cultura existente no Carrapato desde 2013, o que reúne também biblioteca e grupo de maracatu. Animada, a profissional da saúde e comunicadora popular relata que o minuto da saúde, hoje, chega a durar mais de duas horas, levando informações diversas aos sábados.

Rádio Comunitária como espaço de formação – “O padre achava que a rádio era um universo masculino e de fato era”, conta Rejane sobre a época em que ela vivia em um orfanato em Arapiraca e começou a se interessar pela comunicação comunitária. Depois de muita insistência, deram a ela um espaço na programação para rezar o terço, “mas eu não queria só rezar, eu queria ler, passar as informações,” revela.

Ela não desistiu e hoje afirma passar mais tempo na rádio do que na própria casa. “Eu me descobri, eu tenho um lugar de fala. (...) a comunicação, e a arte também, foi muito importante, isso me empoderou. A rádio comunitária foi uma ferramenta de transformação na minha vida como um todo,” testemunha a integrante da Abraço.

A reportagem é de Erika Daiane - Ascom ASA-Articulação Semiárido

A cearense Érika Formiga também conta que a comunidade do Carrapato e quem está acessando pela internet os programas, têm tido a oportunidade de discutir vários temas, inclusive aspectos que passam despercebidos nos grandes meios de comunicação. 

Os primeiros programas Minuto da Saúde, por exemplo, provocaram o público a pensar sobre termos que se popularizam na mídia, mas, muitas vezes, não são nem compreendidos pela população, como é o caso de palavras como quarentena, lockdown e outros bastante usados no contexto da pandemia do novo coronavírus. “Lockdown no Ceará, numa linguagem local, é o ‘dendicasa’”, exemplifica Érika, ao explicar que a rádio deve ser um instrumento para facilitar o processo de comunicação, garantindo a contextualização da informação.

A parceria com instituições sociais é uma forma de contribuir com a veiculação de  conteúdo educativo na Zabelê FM, além do que é produzido pelos/as comunicadores/as populares. Alessandro destaca que a rádio divulga materiais produzidos por organizações como a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e abre espaço para sindicatos, pastorais, movimentos sociais, ONG’s que possuem programas na emissora, os quais, inclusive, já possuem um público fidelizado.

Proposições – De acordo com o presidente da Abraço, Geremias Santos, uma reformulação na Lei 9.612/98 deve assegurar financiamento público, flexibilização das possibilidades de publicidade, aumento de potência e criação de mais canais comunitários no rádio, mas até o momento o movimento segue sem respostas.

Na Bahia, tramita na Assembleia Legislativa desde 2017, o Projeto de Lei 22.453, que, se aprovado, “institui a Política Estadual de Incentivo às Rádios Comunitárias do Estado da Bahia e dá outras providências”. De autoria da deputada estadual Neusa Cadore (PT), um dos benefícios para as rádios comunitárias baianas seria a permissão para receber recursos oriundos da verba publicitária dos governos estadual e municipais.

O Brasil hoje conta com 4.700 emissoras comunitárias outorgadas, “sendo que temos cerca de 1.400 municípios brasileiros que ainda não tem uma rádio comunitária, são verdadeiros desertos de notícias. Então, essa é nossa luta, nós gostaríamos que tivesse um governo que agilizasse mais esse processo,” conclui o representante da Abraço.

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PESQUISA ANALISA PLANTA DA CAATINGA QUE PODE SER BOA PARA A MEMÓRIA

A caatinga é um bioma totalmente nacional que representa cerca de 11% do território brasileiro e está presente no Nordeste e no norte de Minas Gerais. Em uma das plantas nativas desse bioma, um grupo de cientistas identificou substâncias medicinais que podem ser boas para a memória.

O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Kirley Canuto, que coordena os estudos, conta que foi selecionada uma variedade de açucena [planta herbácea] encontrada em solo cearense, benéfica para várias doenças crônicas. 

O nome científico dessa espécie de planta com flor é Hippeastrum elegans. Na linguagem popular, além de açucena, também é conhecida como lírio, cebola-do-mato, cebola-berrante e flor-da-imperatriz. As mudas de açucena foram colhidas nas cidades de Pacatuba, que faz parte da Grande Fortaleza, e em Moraújo, a cerca de trezentos quilômetros da capital cearense.

Depois disso, foram cultivadas em canteiros da Embrapa. O pesquisador Kirley Canuto disse que estão sendo realizados testes farmacológicos e testes pré-clínicos.

O grupo pretende seguir com as análises para avaliar o desenvolvimento de novos fármacos que podem custar menos para o consumidor.

A pesquisa teve início em 2016 e contou com uma equipe multidisciplinar de 20 profissionais da Embrapa Agroindústria Tropical e das universidades Estadual e Federal do Ceará, além de estudantes universitários. 

Kirley Canuto disse, ainda, que "mudas de açucena estão sendo analisadas em testes pré-clínicos em roedores para avaliar os efeitos sobre a perda de memória."

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PROFESSOR JUAZEIRENSE MANTÉM VIVA A MEMÓRIA DA VIDA E OBRA DE RAUL SEIXAS

Raul Seixas faria 76 anos nesta segunda-feira, dia 28. E, mesmo que o cantor tenha morrido em 1989, as músicas dele ainda continuam fazendo sucesso.

Em Juazeiro, Bahia, Jonivaldo Fernandes de Souza, 63 anos,  conhecido por professor Vado, graduado em Geografia e Filosofia, é um pesquisador que mantém a vida e obra, memória e história musical de Raul Seixas vivas.

Atualmente ministrando aulas na Escola Estadual Chico Mendes no Assentamento Vale da Conquista (CETEP), localizado em Sobradinho, Bahia o professor Vado, é um colecionador e aponta que "são 10.076 anos do nascimento do Maluco Beleza".

"Sobre a obra de Raul Seixas desde os  15 anos de idade que acompanho a trajetória musical dele. Só que tem um porém há 35 anos que faço pesquisas e estudo a referida obra, mas no dia 21 de agosto de 1989, dia em que Raul Seixas pegou o seu disco voador e foi para o outro planeta, nós os simpatizantes do Raulzito criamos o Movimento RaulSeixista  de Juazeiro da Bahia", diz Vado, acrescentando que a idade de nascimento do ídolo Raul Seixas, coincide com a data de nascimento da filha dele, a caçula Ivis Lourenço.

Recentemente, os fãs compartilharam o hit O Dia Em Que A Terra Parou, destacando que a letra de 1977 tem tudo a ver com o atual momento de isolamento social provocado pela crise sanitária da pandemia da Covid 19. 
Raul Seixas nasceu em Salvador (Bahia), no dia 28 de junho de 1945. Foi o mais perspicaz observador moderno da sociedade brasileira. Mais do que qualquer outro artista, tornou-se a referência  e a essência do rock brasileiro. Em 1959, Raul Seixas fundou o Elvis Rock Club com o amigo Waldir Serrão. E, mesmo famoso, Raul continuou mostrando admiração pelo ídolo americano.

Na adolescência, Raul integrou a banda Os Relâmpagos do Rock que, posteriormente, foi batizada como The Panthers. O disco de estreia do cantor foi Raulzito e os Panteras (1968). O trabalho veio antes da carreira solo, quando ele ainda integrava o grupo Raulzito e os Panteras.

Com uma base filosófica muito forte, base essa que seria utilizada em suas letras visionárias e reflexivas, Raul Seixas, ao revelar suas influências, já começa cita um paraibano, o poeta Augusto dos Anjos: “Minha infância foi formada por, vamos dizer, um pessimismo incrível, de Augusto dos Anjos, de Kafka e Schopenhauer”, disse em entrevista ao Pasquim, na época jornal referência.

Antes de se tornar o maior nome do rock nacional de todos os tempos, Raul Seixas trabalhou como produtor em algumas gravadoras e na época, mesmo tendo apostado em grandes nomes populares, como Diana, Odair José, Jerry Adriani e outros, não deixou de pensar no conceito que pretendia usar em sua música. 

Neste “conceito”, um nome era fundamental para Raul Seixas: o do paraibano Jackson do Pandeiro, Mestre do Ritmo,  um de seus ídolos. Ao saber que Jackson do Pandeiro estava nos estúdios do Rio de Janeiro, Raul foi até ele e o convidou, e ao seu conjunto Borborema para participar da gravação de “Let me sing, let me sing”, música defendida pelo cantor baiano no VII Festival Internacional da Canção, em 1972.

Durante a década de 1970, Raul Seixas se uniu ao talento de Paulo Coelho, que hoje é mais conhecido mundialmente como escritor. A dupla compôs clássicos como Gita, Tente Outra Vez e Eu Nasci há Dez Mil Anos Atrás.

Em 1974, Raul Seixas e Paulo Coelho criaram a Sociedade Alternativa. A ideia foi baseada nos preceitos do ocultista britânico Aleister Crowley, praticamente repetindo o chamado Livro da Lei. "Faça o que tu queres, pois é tudo da lei", diz um trecho da letra do hit Sociedade Alternativa, de Raul e Paulo.

A Panela do Diabo foi o último álbum de estúdio de Raul. Gravado ao lado do cantor Marcelo Nova, o disco foi lançado em 1989 e traz os hits Carpinteiro do Universo e Pastor João e a Igreja Invisível.

Raul foi encontrado morto em 1989, vítima de uma pancreatite aguda causada pelo alcoolismo. Ele tinha 44 anos.

Em 2019, o jornalista Jotabê Medeiros lançou o livro “Raul Seixas. Não Diga Que A Canção Está Perdida”, o crítico musical relata a como Raulzito, o garoto classe média de Salvador e fã de Elvis Presley, se transformou em Raul Seixas, um dos maiores ícones da cultura pop brasileira.

Jotabê Medeiros  descreve como o jovem sonhador, depois de “passar fome por dois anos na cidade maravilhosa, conquistou as gravadoras e o grande público? E como o responsável por versos que se confundem com a contracultura dos anos 1970 foi derrotado pelas drogas e pelo alcoolismo na década seguinte, mas sem deixar de produzir hits inesquecíveis. 

O “maluco beleza” Raul Seixas não é apenas uma das maiores referências da música brasileira e o maior nome do rock nacional, tendo antecipado a fusão do rock´n´roll com os ritmos nordestinos dezenas de anos antes do surgimento do Movimento Mangue Beat. Também é autor de hits clássicos, como “Ouro de tolo”, de parcerias memoráveis e polêmicas, como a com Paulo Coelho, e compositor de diversos sucessos que ainda hoje fazem a cabeça dos apaixonados pela música brega. 

O livro “Raul Seixas: Não diga que a canção está perdida” (Todavia, 2019), de Jotabê Medeiros, narra toda essa trajetória do criador da “Sociedade Alternativa”.
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PIAUÍ É UM DOS MAIORES PRODUTORES DE MEL DE ABELHA NO BRASIL

No primeiro bimestre de 2021, o Piauí comercializou 2.285 toneladas de mel,  arrecadando pouco mais de US$ 9,8 milhões. Um crescimento de 112,4% das exportações do mel brasileiro comparado com o mesmo período do ano passado.

O volume representa 31,7% do total do mel exportado do Brasil. Os dados são da a Agrotast (ferramenta que reúne números de exportação e importação de produtos agropecuários ) e confirmados pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-PI).

Em 2020, o Estado foi observado como o segundo maior produtor de mel do país, ficando atrás apenas de Santa Catarina e os Estados Unidos continua sendo o principal destino para o mel piauiense, com 70% do volume exportado. Em seguida, estão a Alemanha, Canadá, Países Baixos, Reino Unido e Panamá.

Os municípios piauienses que mais produzem mel são Picos, Pio IX, Itainópolis e Campo Grande do Piauí.

O Superintendente Francisco das Chagas Ribeiro, coordenador do Projeto Viva o Semiárido no Piauí (PVSA), executado por meio de parceria entre o Governo do Estado e o Fundo Interamericano de Desenvolvimento Rural (FIDA), explica que este crescimento, principalmente da comercialização, acontece sempre no primeiro semestre do ano, no período das chuvas, quando a floradas estão mais intensas no semiárido.

“Produção e exportação também se destacam e este ano  a produção está bem consolidada, aumentou consideravelmente e pode ser que continue até o fim do ano”, diz Francisco das Chagas.

Para o gestor, a conquista do Piauí do primeiro lugar em exportação do produto em nível nacional tem grande  contribuição da Secretaria de Agricultura Familiar e dos agricultores familiares que são acompanhados pela SAF.

Segundo Ribeiro, só pelo PVSA foram executados 40 projetos de apicultura e investidos 12,5 milhões de reais na região do semiárido;  foram realizados  8 cursos de apicultura para jovens e formação com apoio da Secretaria do Trabalho (SETRE), bem como  realizados cursos de aperfeiçoamento  para apicultores tradicionais. Também foram construídas ou  reformadas 39 casas de mel que facilitam a entrega para entrepostos de grande porte como a Cooperativa Mista dos Apicultores da Microrregião de Simplício Mendes (COMAPI), em Simplício Mendes  e Casa Apis em Picos, que representam mais de 50% do mel do Piauí. A maioria é orgânico, certificado e com exportação para Europa e EUA.

O Coordenador do Projeto Viva o Semiárido cita como exemplo um beneficiário da comunidade Morro de Dentro, que recebeu do PVSA, caixas, casa de mel e equipamentos de produção. Na comunidade já havia apicultura, com uma produção média de 3,3 toneladas por ano e em 2020 a produção aumentou para 20 toneladas, a partir das ações do PVSA foram introduzidas novas caixas, aumentando o número de colmeias e técnicas de manejo  aumentando a produtividade.

No norte do Estado, a apicultura tem crescido bastante, com destaque para a Codevarpi, do Vale do rio Piracuruca, Associação de Apicultores, de Domingos Mourão e Apicam, de Campo Maior, os três  têm projetos de apicultura pelo Progere ( Programa de Geração de Emprego e Renda) executado pela SAF.

“Estamos comemorando e parabenizando todos os  apicultores e a expectativa é que possamos manter esta liderança no segundo semestre, contribuindo para o aumento da  produção e consumo deste alimento saudável que é o mel e que cresceu durante a pandemia pelas suas características nutritivas, já que é bom para fortalecer o sistema imunológico e respiratório e é um antibiótico natural”.

O mel também  tem seu valor nutritivo, pois contém açucares como a frutose, levulose , sem a sacarose, considerado um açúcar mais nocivo à saúde. O produto que é rico em vitaminas e sais minerais, teve aumento no seu consumo no mundo no inteiro, inclusive, no Brasil, mesmo que em menor proporção, isso fez com que o preço do mel elevasse no mercado e ajudou a favorecer a venda e com dólar em alta, a maioria vende por R$15 reais o quilograma. “A maioria fazendo um excelente negócio na comercialização do seu mel”, concluiu Ribeiro.


Na análise do gerente de vendas da COMAPI, Antônio Carlos, o clima e as quantidade de chuvas foram fatores diferenciados e que ocasionaram uma safra incomum na  região. De outubro a dezembro, a Comapi chegou a receber quase 100 toneladas de mel, número considerado muito alto para este período, inclusive, antecipando a safra de 2020.

Os município de Simplício Mendes, São João e São Raimundo Nonato têm uma produção muito forte de mel e  empresas do sul e do sudeste do país sempre compram na região. “Mas este resultado é porque este mel começou a ficar mais no Piauí e a ser exportado pelo Estado pela Comapi, Casa Apis, Wenzel em Picos e Samuel de Oeiras. Outro fato importante, segundo o gerente da Comapi, são parcerias que apoiam as associações e cooperativas, como o Sebrae e o Estado por meio da SAF/PVSA.

José Manoel Oliveira, coordenador do PVSA do Território do Vale do Guaribas, além de citar a melhoria das condições climáticas, frisa que o destaque do Piauí é fruto de um trabalho organizado coordenado pela Secretaria de Agricultura familiar, com apoio do Emater, Sebrae e Câmaras Setoriais e da grande contribuição  dos agricultores e agricultoras familiares. “Através das suas associações de pequenos produtores e produtoras e de apicultores e apicultoras têm feito um excelente trabalho como a Cooperativa de Simplício Mendes e a Casa Apis.

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O PAÍS TEM CAPACIDADE DE PRODUZIR E ALIMENTAR. NINGUÉM PRECISA PASSAR FOME NO BRASIL, AFIRMA ENGENHEIRA AGRÔNOMA CANDIDA BEATRIZ

Dá para perceber a animação da Natalina dos Santos de longe. Ela chega sorrindo, com um turbante vermelho combinando com a blusa. Natalina podia ter esperado em casa pelos alimentos entregues à população da pequena cidade localizada no sertão do Rio São Francisco.

Por ela morar em uma comunidade ribeirinha, distante do centro de Pilão Arcado (BA), os alimentos do PAA são enviados pela prefeitura até sua casa. Mas como Natalina estava ansiosa, acabou encontrando os funcionários da prefeitura na casa da vizinha. “Eu moro ali, minha filha, naquele barraquinho, você bota aí que moro sozinha, só eu e Deus”, diz Natalina.

PAA é a sigla para Programa de Aquisição de Alimentos, um programa criado em 2003, no qual o governo compra alimentos de agricultura familiar local e os entrega às pessoas em situação de insegurança alimentar.

Natalina é uma das 116,8 milhões de pessoas no Brasil que convivem com algum grau de insegurança alimentar. A falta de disponibilidade e o acesso aos alimentos atingiu em 2020, segundo o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da covid-19 no Brasil, metade da população brasileira (55,2%). Desses, 43,4 milhões (20,5% da população) não contavam com alimentos em quantidade suficiente (insegurança alimentar moderada ou grave) e 19,1 milhões (9% da população) estavam passando fome (insegurança alimentar grave).

A pesquisa, realizada em dezembro de 2020, mostrou que pessoas como Natalina - mulheres, negras, entre 50 a 64 anos, sem escolaridade, moradoras das regiões Norte e Nordeste do país e da área rural - têm mais chance de terem insegurança alimentar grave.

No Norte, 18,1% da população passa por essa situação e no Nordeste, 13,8%. Comparando com o Sul e Sudeste, as regiões Norte e Nordeste tiveram o triplo e o dobro de número de domicílios expostos à insegurança alimentar grave respectivamente.

A precarização das relações de trabalho e o aumento do desemprego também colaboram para o aumento da fome. A fome no país foi quatro vezes superior entre as pessoas com trabalho informal e seis vezes superior entre as pessoas desempregadas.

O momento emergencial fez com que mais de 800 organizações da sociedade civil apresentassem ao Governo Federal uma proposta para o fortalecimento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O governo respondeu à pressão social e liberou R$ 500 milhões para o PAA emergencial.

O agricultor Joelson Nascimento, 28, ficou sabendo que o PAA emergencial estava liberado para Pilão Arcado um dia antes de fechar o prazo de inscrição no programa. "Falaram que não tinham agricultores cadastrados e que não tinham produtos [no município]'', disse Joelson.

Por ser técnico agrícola e integrante da Associação de Técnicos em Agropecuária e Apoiadores da Agricultura da Bahia, ele estranhou a informação que deixaria a cidade baiana de fora do PAA. Afinal, o que não falta na cidade são agricultores. Pilão Arcado tem 35 mil habitantes. Aproximadamente 80% da população vive na área rural e cerca de 70% dos moradores da área rural vivem da agricultura. Apesar disso, o município tem um índice alto de insegurança alimentar. Joelson garantia: usando a produção local para alimentar quem tinha fome, daria para atender a cidade e ainda sobrava. Parecia só uma questão de falta de comunicação, então, ele mesmo resolveu o problema:

''Tive que cadastrar 21 agricultores em 24 horas. Peguei todo o processo, me responsabilizei, fiquei por minha conta'', diz Joelson.

Feito o cadastro dos agricultores, foram disponibilizados R$ 90 mil para o PAA, no município, para serem gastos entre janeiro e junho de 2021. Mas como é a primeira vez do programa em Pilão Arcado, esse processo não foi tão simples, explicou Sineide Soares, 35, assistente social da prefeitura há 11 anos. A primeira compra acabou sendo realizada só em abril e 120 pessoas foram beneficiadas.

Em abril deste ano, na primeira etapa do PAA, em Pilão Arcado, foram distribuídos 1,5 tonelada de alimentos. Para que o dinheiro do programa, destinado ao município baiano, fosse usado completamente até junho, seria preciso comprar aproximadamente 19 toneladas de alimentos dos agricultores na segunda etapa realizada na última semana de maio.

Como era o dia anterior da coleta com os agricultores, o celular da professora universitária e engenheira agrônoma Cândida Lima, 34, não parava de tocar. Ela fazia o levantamento de alimentos produzidos torcendo para chegar ao maior número possível para conseguir utilizar todo o valor obtido.

 '' [Na primeira etapa], eu pensei: 'gente, não acredito, eu tô vivendo um sonho, para tudo, o que é isso?'. A gente de fato se surpreendeu com o quanto os agricultores se dedicaram nesse processo, o quanto eles estão preparados para uma demanda muito maior. A gente limitou porque a gente tinha receio na questão da verba que tinha disponível, mas isso foi uma falta de experiência da gente'.

Rosinaldo Viana, 39, é um dos agricultores que fez a venda de alimentos para o PAA de Pilão Arcado. Quando ele tinha cinco anos, a família mudou para São Paulo para tentar uma vida melhor. "Fomos como retirantes. Meu pai participou de uma invasão e pegamos um lote. Era favela mesmo, em Diadema. Não fomos felizes, sofria muito bullying, 'paraíba, nordestino', essas coisas."

Em São Paulo, Rosinaldo trabalhou na indústria metalúrgica por 12 anos, "mas teve uma hora que eu falei: 'tenho que retornar'. Lá em São Paulo a gente está dentro da gaiola, aqui tinha liberdade."

Quando voltou para Pilão Arcado, em 2011, o agricultor desenvolveu um sistema de captação de água para conseguir produzir alimentos durante o ano todo. 

"Eu via o sofrimento da minha mãe com a bacia na cabeça.". Poucos agricultores em Pilão Arcado conseguem captar a água de um poço para a produção. A maioria produz em estruturas sazonais, em uma época do ano específica — de novembro a abril — conhecido por eles como inverno por ser o período da chuva. Pelo principal bioma de Pilão Arcado ser a caatinga, o município do semiárido nordestino é afetado por secas extremas e períodos de estiagem.

Rosinaldo acredita que o levantamento de alimentos feito pelo PAA foi importante para mostrar para a prefeitura a força dos agricultores de Pilão Arcado.

A maioria dos produtos [alimentos consumidos no município] vem de Juazeiro, Petrolina, mas poderia vir daqui. A secretaria de agricultura poderia mobilizar e fazer um mapeamento, quem são esses produtores? O primeiro ano do programa é esse, agora cabe ao poder público continuar e botar ele pra funcionar, não só o PAA, mas fazer um espaço pro próprio pessoal da cidade tá comprando dos produtores daqui também.

Os produtos dos agricultores inscritos no PAA são levados pela prefeitura para o Ginásio de Esporte no mesmo dia. Lá, a equipe da assistência social organiza as filas para distribuição.

Luciana Lino dos Santos, 40, aguarda a sua vez na fila com duas amigas. Ela trabalha na limpeza do Mercado Municipal de Pilão Arcado e mora próximo ao centro do município com seus dois filhos e uma amiga.

"É caro pra gente comprar esses alimentos. Quando eu recebo [meu salário], eu compro o que precisa para uma alimentação saudável pras crianças. Aí, na semana seguinte, a gente já não tem [dinheiro]. O pagamento só sai dia 10, então daqui [27 de maio] até lá [10 de junho], eu como o mínimo possível".

Evitar situações extremas como a de Luciana é a meta do PAA. Foram 480 famílias que receberam os alimentos da agricultura familiar na segunda entrega do PAA emergencial em Pilão Arcado. Quando a distribuição para as famílias é finalizada, Cândida e Sineide se reúnem para fazer a checagem da quantidade dos alimentos distribuídos.

Nas duas compras, feitas em abril e maio, foram 12 toneladas de alimentos distribuídos e foi gasto a metade do valor disponibilizado para Pilão Arcado, R$ 45.810,66 -- o que preocupava Cândida e Sineide.

Mas Rose Pondé -- a Superintendente de Inclusão e Segurança Alimentar da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos da Bahia --, informou que o prazo do PAA foi prorrogado. Pilão Arcado e outros municípios que não concluíram as compras do PAA emergencial estão autorizados a finalizar a compra até novembro.

"Produção a gente tem, trabalhador rural a gente tem, esse projeto é um empurrão para que a gente consiga chegar nessa meta, para que a agricultura familiar do município não seja um paliativo, para que ela seja a sustentação", diz Cândida Lima. O programa serviu para mostrar à cidade a força de seus produtores rurais. E ele deve continuar:

"A gente está finalizando o PAA emergencial, mas trabalhamos para a implementação do PAA contínuo. Eu acredito que o PAA contínuo vai trazer a possibilidade de trabalho para 1.000 agricultores, essa é minha perspectiva a longo prazo", diz Cândida.

Rose Pondé explicou que por Pilão Arcado ter um nível alto de insegurança alimentar, a perspectiva é dar continuidade ao PAA no município: "A gente vai manter no nosso cadastro como um município que necessita ter a continuidade do PAA, aí vai depender muito da liberação do orçamento para o ministério supervisor, que é o Ministério da Cidadania".

A superintendente acredita que o PAA é fundamental para reduzir a fome no Brasil: "É onde conseguimos chegar com alimento mais rápido, de forma mais justa, mais sustentável e mais adequada à realidade de cada região".

Cândida lembra que Pilão Arcado é só um exemplo do que poderia acontecer no país todo. "Em alguns municípios, o PAA não foi implementado antes porque a administração municipal simplesmente não se interessou. O nosso país tem capacidade de produzir e alimentar gente sem precisar de outros lugares. Ninguém precisa passar fome no Brasil"

GABRIELE ROZA (DATA_LABE). Foto: Clara Castel. Essa reportagem faz parte da série de publicações produzidas como resultado do programa Laboratório de Jornalismo de Soluções, da Fundação Gabo e da Solutions Journalism Network, com o apoio da Tinker Foundation, instituições que promovem o jornalismo de soluções na América Latina.

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O ROSTO DE LUIZ GONZAGA EM SEU BUSTO ENCOBERTO POR UMA MÁSCARA, PARECE VERTER LÁGRIMAS, ESCREVE JORNALISTA MAGNO MARTINS

Rumo ao Sertão, dei uma entradinha, há pouco, em Caruaru. Saí de coração dilacerado. Em pleno São João, festa curtida por milhares de turistas, bati de frente com um cenário de cidade fantasma. Comércio fechado, ruas desertas. O rosto de Luiz Gonzaga em seu busto encoberto por uma máscara, parecia verter lágrimas. A única lembrança do dia junino, antes fervilhante, estava nas estações de rádio tocando forrós saudosos.

Minha alma sentiu a profunda dor do trauma, da minha tristeza. Também pudera, fui presença assídua, todos os anos, no São João de Caruaru, uma das minhas cidades paixões. Sou, com orgulho e vaidade, Cidadão Honorário da terra de Vitalino. 

Bateu uma saudade da alegria contagiante de Caruaru, da sua gente hospitaleira quando se abre a cortina dos 30 dias de festejos juninos. O São João está para Caruaru como o Carnaval para o sobe e desce das ladeiras de Olinda. Saudade de cruzar com aquela multidão saltitante no Pátio do Forró, do barulho de todos os ritmos que saiam dos principais palcos ou até mesmo do forró pé de serra numa simples barraquinha.

A pandemia jogou uma nuvem de tristeza no País de Caruaru, vestiu o colorido das bandeirinhas do preto enlutado. Que Deus compreenda a nossa súplica, mas Caruaru não pode prescindir do seu São João. Tira a alma da cidade, o meio de vida de muita gente. Adormece a alegria, mata a razão de muita gente esperar o ano inteiro pelo 23 de junho.

Nunca imaginei que viesse um dia, em pleno São João, compartilhar tristeza com minha gente de Caruaru quando vivi alegria a vida inteira. Uma cidade que viveu a alegria da sua grande festa, por tantos e tantos anos, nunca reconhecerá a tristeza. 

Sai de Caruaru com o sentimento de que, se meus olhos mostrassem a minha alma, neste momento todos, ao me verem sorrir, chorariam comigo.

*Jornalista Magno Martins

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FESTEJO JUNINO MANTÉM TRADIÇÃO COM LIVES

A época mais "quente" do ano nordestino chegou e a lembrança mais viva é das grandes fogueiras de arder o rosto, as ruas repletas de bandeirolas vermelhas e amarelas e a variedade de comidas derivadas do milho – de fato tem para todos os gostos. No entanto, o atual cenário pandêmico tem impossibilitado a realização da tradicional festa junina.

Ano passado, a festa foi cancelada na esperança que o momento fosse passageiro, logo tudo voltaria ao "normal". Este ano, com apoio de tecnologias e recursos que fazem parte da realidade há um bom tempo, surgiram os movimentos das lives e outros produtos do audiovisual como forma de incentivar as produções artísticas culturais. O que parecia ser um experimento caiu no gosto popular como um dos principais meios de difusão cultural.

 Eventos como as quadrilhas juninas, conhecidas pela riqueza em detalhes e história, aderiram ao formato digital e prometem dar ao público uma prova da saudade que é comum a todos. O evento é realizado tradicionalmente durante todo o mês de junho, mas a corrida começa muito antes disso. Levando um período de seis meses da organização até estarem prontos, as juninas passam por algumas fases. Cássio Costa, que tem uma extensa trajetória como quadrilheiro, conta que "tudo começa pelo tema e, a partir disso, inicia a construção do figurino, das coreografias de entrada e saída, do cenário".

Para que o trabalho dos quadrilheiros continue, a comissão organizadora de cada quadrilha busca apoio financeiro e patrocínios. Cássio explica que, apesar do poder publico destinar parte do recurso, ainda assim não é o suficiente para suprir todas as necessidades da produção do evento. Geralmente, cada comissão promove meios de arrecadação, como por exemplo, a realização de pedágios. E assim, o produto final carrega todo o encanto e a representação de uma cultura viva e vibrante como pontua Jackson Alves, que atualmente faz parte da coordenação da Junina Encanto. "A Junina é realmente a raiz do povo pernambucano, do povo nordestino, porque sempre traz uma temática referente a algo da sua cidade, ou a gente conta uma história também, como se escrevesse um livro", esclarece.

Movidos pelo amor ao festejo, as quadrilhas juninas do vale do são Francisco criaram o Movimento Junino do Vale São Francisco (MOJUVASF). "Vamos realizar a live no dia 29 de junho, dia de São Pedro, na qual cada quadrilha terá dez minutos pra se apresentar. Terão casais reduzidos, visto que não tá podendo fazer aglomerações", conta Cassio. Além de live, as postagens de vídeos curtos nos sites de redes sociais - como a página do Instagram @mojuvasf - ganharam força no sentido de levar para tela um pedaço do São João.

Quem também aderiu ao movimento das transmissões ao vivo foi o bom e requisitado forró, que faz parte do dia a dia, mas, nessa época, é o combustível para o povo nordestino. 

Nascido em Remanso, o sanfoneiro Márcio Passos é um dos artistas a utilizar as lives para poder estar mais perto do seu público e levar as músicas que os enche de lembranças. Aos 42 anos, Márcio conta com uma longa trajetória no universo musical, começou na sanfona aos 11 anos e, desde então, nunca mais parou. 

De São Paulo à Remanso, o sanfoneiro sempre esteve nos palcos levando a alegria e a cultura de sua terra por onde passava, não é à toa que alega ter saudades do contato direto com as pessoas. Também compartilha um projeto com seu parceiro Lucílio Viana, disponíveis nas redes sociais da dupla (@marciopassos_e_lucilioviana). Apesar de sentir saudades das apresentações presenciais, Marcio reconhece a importância de ter as plataformas como meio de se conectar aos fãs, mas pontua que não vê a hora de retornar aos palcos.

Para a festa junina ficar completa, não pode faltar o "de cumê. A infinidade de comidas típicas dessa época é sempre de encher os olhos e, claro, a barriga! Do bolo de milho à paçoquita a mesa de casa está sempre cheia de gostosura para toda família.

Mas um ponto forte do comércio junino também se encontra na produção de licor artesanal. Contando com uma cartela de variedade nos sabores, os licores têm feito parte da tradição junina utilizando-se na culinária ou simplesmente a bebida do período. Licores de frutas, ervas e essências fazem o gosto do público nessa época, ainda mais pelo fato de combinarem muito bem com o clima da temporada.

Com o cancelamento das festas mais tradicionais do período, o setor reduziu a produção, ainda mais pelo aumento dos preços das matérias primas. No entanto, novamente a divulgação e comercialização nos sites de redes sociais têm ajudado os pequenos empreendedores com as vendas e divulgação de seus produtos. Segundo a juazeirense Luciana Carvalho, empreendedora autônoma na produção de licor há três anos, a produção tem se mantido "através de encomendas, divulgações e indicações de pessoas próximas". Além da produção avulsa, Luciana tem investido na distribuição para outros vendedores.

Personagens como Cássio, Jackson, Márcio e Luciana são os mesmo que constroem esse momento, que o idealizam e o executam. Mesmo em um momento tenso sobre o qual todos estão vivendo, eles e muitos outros têm feito com que o legado do São João não seja apagado e mais, estão proporcionando ao público um momento de afago nesse período. 

Assim como Jackson afirmou ao definir o trabalho das juninas como "uma engrenagem onde todo mundo tem seu papel", o São João partilha dessa mesma característica. É um trabalho em equipe onde cada personagem desempenha seu papel a fim de manter acesa chama da imensa fogueira. Então, se prepara, porque vai ter arraiá!

Reportagem de Jéssica Cardoso e Wellington Martins para Agência Multiciência.

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ÍNDIOS SÃO ATACADOS DURANTE MANIFESTAÇÃO EM BRASILIA

A repressão violenta da PM ao protesto pacifico de indígenas, no final da manhã de hoje (22), nos arredores da Câmara, em Brasília, deixou três pessoas feridas e outras dez passando mal, em virtude do gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha. 

Um jovem de 26 anos, do povo Sapará, de Roraima, foi atingido por balas de borracha no torso e bombas de efeito moral nas costas. Chegou a ser hospitalizado no Hospital de Base de Brasília. 

Segundo exames, não tem lesões internas mais graves. De acordo com o último informe médico, está com contratura muscular, muitas dores e vista embaçada. Foi liberado e agora está sob cuidados médicos no Acampamento Levante pela Terra (ALT), mobilização indígena instalada ao lado do Teatro Nacional, há três semanas.  

Uma senhora do povo Guarani Kaiowá, de Mato Grosso do Sul, foi atingida por estilhaços de bomba, tendo desmaiado durante o ataque. Ela foi resgatada pelo serviço médico móvel de urgência e foi atendida no local. No momento se encontra bem, sem maiores complicações e sem demanda de observação médica. 

O terceiro ferido, do povo Xokleng, da Região Sul, foi atingido pelo impacto de uma bomba de efeito moral, tendo sido muito exposto ao gás lacrimogêneo. Chegou ao acampamento com muita dor de cabeça e sangramento nasal. Foi atendido e, no momento, também encontra-se bem. 

Outras 10 pessoas que participavam do protesto no momento do ataque apresentaram irritações nas vias aéreas, com dificuldades para respirar, em virtude do gás lacrimogêneo. Todos foram atendidos no acampamento e agora também se encontram em bom estado. 

Segundo o relato dos atingidos, foi difícil se defender durante o ataque da polícia, pois não sabiam de onde vinham as bombas, e por isso, não tiveram condições de se abrigarem de forma segura durante o ataque. 

ATAQUE: Os indígenas protestavam pacificamente, no estacionamento do Anexo 2 da Câmara, contra a votação do Projeto de Lei (PL) 490/2007, quando foram reprimidos de forma violenta pela PM, com balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral. Crianças e idosos estavam entre os manifestantes. 

Eles vieram em marcha pacífica pela Esplanada dos Ministérios. Em seguida, foram atacados, a partir de uma  barricada montada pelo Batalhão de Choque, na entrada do Anexo 2. Não houve nenhuma ação ou incidente da parte dos indígenas que justificasse a reação violenta. Segundo informações, estavam no local equipes das polícias Legislativa, Militar e Batalhão de Choque, com forte aparato de repressão, inclusive um ‘caveirão’ (carro blindado da Tropa de Choque) e cavalaria. 

A marcha indígena faz parte do ALT, que está instalado ao lado do Teatro Nacional, há três semanas. Os cerca de 850 indígenas que participam da mobilização, de 48 povos diferentes de todas as regiões do Brasil, foram ao local para acompanhar a votação do projeto na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. 

O PL 490 é uma bandeira ruralista e bolsonarista e, se aprovado, na prática vai inviabilizar as demarcações, permitir a anulação de Terras Indígenas e escancará-las a empreendimentos predatórios, como garimpo, estradas e grandes hidrelétricas. De acordo com organizações indígenas e indigenistas, a proposta é inconstitucional.

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LUIZ GONZAGA, ANTONIO VICELMO, HUBERTO CABRAL E A HISTÓRIA DO CRATO CEARÁ

Luiz Gonzaga tinha grande amizade pelo Crato, Ceará. Quem atesta é o historiador e radialista Huberto Cabral, cratense e um dos estudiosos que mais guardam a memória da região do Cariri. Segundo Cabral, Luiz Gonzaga, ao deixar sua terra natal e fugir para Fortaleza, passou pelo Crato, pegou um trem na estação com destino à Fortaleza, onde serviu no quartel do 23º BC.

Quando menino, seu pai Januário vinha sempre que podia para o Crato onde comercializava seus produtos na feira, principalmente farinha. “O pai de Luiz Gonzaga estava sempre no Crato vendendo a farinha dele, fez amizades aqui e sempre que vinha trazia Luiz Gonzaga e seu irmão”, afirma. Foi nessa época, segundo o jornalista que Luiz Gonzaga certamente aprendeu a gostar do Crato.

Luiz Gonzaga participou de alguns momentos marcantes da História do Crato. Em 1946, por exemplo, ele retorna ao Crato para animar e tocar em leilões da festa de São Francisco. Maçon que era teve vários trabalhos filantrópicos desenvolvidos a favor do bem estar do povo.

Em 1950 Luiz Gonzaga e o Cego Aderaldo do Crato participam da inauguração da TV Tupi, primeira emissora de televisão da América Latina.

Em 1951 Luiz Gonzaga esteve presente à inauguração da Rádio Araripe, primeira emissora de rádio do Interior do Ceará, junto com o pai, Januário, e o irmão, Zé Gonzaga.

No ano de 1959, Luiz Gonzaga participou da inauguração da Rádio Emissora Educadora do Crato, atendendo convite do jornalista Pedro Gonçalves Norões, grande amigo do Rei do Baião.

Luiz Gonzaga participou das festas do centenário do Crato realizando show na Praça da Sé. Em 1974 recebeu o título de cidadão cratense outorgado pela Câmara Municipal em iniciativa do vereador Ivan Veloso.

Em 1987 na Expocrato o presidente da Comissão Gestora, Francisco Henrique Costa, promoveu grande show folclórico na história da exposição numa homenagem a quatro heróis do ciclo do Jumento.

"Pela primeira vez e única vez reuniram-se no palco Luiz Gonzaga, Patativa do Assaré, Padre Antonio Vieira e José Clementino que foram saudados pelo violeiro Pedro bandeira". revela Huberto Cabral.

Todavia o próprio Luiz Gonzaga dizia que o mais importante acontecimento foi a instalação da Universidade do Cariri-Urca. Durante o lançamento da Universidade Luiz Gonzaga anunciou a criação da Fundação Vovo Januário, que beneficiou os estudantes de Exu com transporte gratuito, entre Exu e Crato.

O jornalista Antonio Vicelmo diz que vários amigos e compositores nascido na região do cariri foram parceiros musicais de Luiz Gonzaga. Zé Clementino de Varzea Alegre. Hildelito Parente, Patativa do Assaré, Jose Jathai, que é o compositores de Eu vou pro Crato.

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CANTOR E COMPOSITOR JOÃO GONÇALVES, AUTOR DE SEVERINA XIQUE XIQUE, SOFRE INFARTO E MORRE NESTA SEGUNDA-FEIRA AOS 85 ANOS

O cantor e compositor João Gonçalves natural de Campina Grande, Paraiba, de 85 anos, nos deixa faltando três dias para o São João. João sofreu um infarto na madrugada desta segunda feira (21).

Um de seus sucessos do candor nascido 29 de maio de 1936, em foi Severina Xique-Xique, gravado na voz de Genival Lacerda. Outros artistas também já gravaram algumas de suas músicas, dentre eles estão Dominguinhos, Zeca Baleiro e Elba Ramalho, entre outros.

João Gonçalves, além do humor e do duplo sentido, é autor de canções em outros estilos. Espécie de hino não oficial de Campina Grande, a bela canção “Campina de outrora” é de sua autoria. É dele também “Lugar ao sol”, gravada por Dominguinhos.

Considerado o “rei do duplo sentido”, João Gonçalves teve um LP quebrado, na década de 1970, pelo apresentador de televisão, Flávio Cavalcante. O fato, ocorrido em plena ditadura, não só trouxe fama como o colocou sob os olhares dos militares. Em João Pessoa, Paraíba ao cantar na Festa das Neves, teve de se apresentar à Polícia Federal e a sua canção, “Pescaria em Boqueirão”, foi proibida.

Em 2017, a reportagem de  Astier Basilio para o site da Universidade Estadual da Bahia destacou a vida e obra de João Gonçalves. 

Confira:

Na parede ele guarda recordações e alimenta a alma para o futuro. Aos 81 anos, sendo 48 deles de carreira, João Gonçalves, mora em Campina Grande, Paraíba, é autor de clássicos da música brasileira, a exemplo de “Severina Xique Xique”, Firm Fim do Fole, Mariá, “Mate o véio”, “Galeguin dos zói azul”, sucessos na voz de Genival Lacerda. João é considerado o “rei do duplo sentido”.


Teve o talento reconhecido quando Luiz Gonzaga pediu (olha o pedido do Rei do Baião), que João fizesse umas músicas "limpinhas"-sem duplo sentido, com ritmo, melodia e harmonia, que ele gravava. João conta que fez porém já doente Luiz Gonzaga não gravou. "O destino então quiz que Dominguinhos gravasse. Dominguinhos gravou Um Lugar ao Sol. Tem reconhecimento maior. Sanfona e voz de Dominguinhos", ressalta João Gonçalves

Antes do reconhecimento João teve seu LP quebrado, na década de 1970, pelo apresentador de televisão, Flávio Cavalcante. O fato, ocorrido em plena ditadura, não só trouxe fama como o colocou sob os olhares dos militares. Em João Pessoa, ao cantar na Festa das Neves, teve de se apresentar à Polícia Federal e a sua canção, “Pescaria em Boqueirão”, foi proibida.

É de autoria de João Gonçalves, o hino não oficial de Campina Grande, a canção “Campina de outrora”. Uma vida artística a caminho dos 50 anos, doze discos de vinil, quatro CD's, DVD e mais de mil músicas gravadas sintetizam a trajetória do compositor e cantor, João Gonçalves.

A vida artística começou em 1970, quando Joacir Batista, Messias Holanda, Genival Lacerda e Trio Nordestino despertaram para o grande talento do compositor. Nesta época, um dos grandes sucessos de Genival Lacerda - "Severina xique-xique", letra de João Gonçalves, fez sucesso em todo o país, enfatizando a sua característica do duplo sentido.

João contou que teve a generosidade de ter na maioria dos seus discos a sanfona de Dominguinhos.

João Gonçalves continua sendo uma lenda entre os forrozeiros e, pela temática de suas composições, constantemente procurado pelos empresários das bandas: "Do jeito que eles querem eu não faço não. Eles gravam as antigas. Catuaba com Amendoim gravou Mariá, Severina Xique-Xique. Tem até uma música que eu fiz para Tom Oliveira que a Aviões do Forró gravou, Locadora de mulher, mas não é de letra pesada, é só engraçada (cantarola o refrão): ’Eu descobri uma locadora de mulher/ Lá tem mulher do tipo que o homem quiser’".

João Gonçalves – Nasceu em 29 de Maio de 1936 em Campina Grande – Paraíba. Desde de criança cantava e inventava parodias. Gostava de cantar qualquer estilo e ritmo. Devido problemas de saúde, conta com "lágrimas nos olhos" das boas recordações de encontrar os amigos nas mesas de bar e tomar umas e outras, aquela cachacinha com caju...

"Sinto saudades. Isto já é um bom motivo prá fazer música", diz João Gonçalves.

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