Jornalista e escritora, a autora disse que o objetivo principal da obra intitulada “Bonita - Maria do Capitão” é relembrar a história da avó, nascida Maria Gomes de Oliveira, e que se tornou Maria Bonita.
"A gente estava devendo à minha avó a história dela, porque ela era sempre coadjuvante. E eu disse ‘Não, tem que mudar essa história’, afinal de contas, a mulher tem um papel muito importante no cangaço”, disse.
O grupo foi morto em julho de 1938, e o livro também traz os oitenta anos do episódio em que Lampião, Maria Bonita e os demais cangaceiros foram surpreendidos pela polícia da época, conhecida como ‘volantes’, e mortos na fazenda Angicos, em Sergipe.
Vera Ferreira relatou que buscou trazer no livro relatos do convívio que teve com pessoas que compuseram o cangaço, e por meio de pesquisas que fez para recontar a história.
“A gente conviveu com esses cangaceiros, com pessoas que conviveram com eles, com irmãs, parentes, tias-avós minhas, então a gente passa de uma maneira que as pessoas tem que entender que a história é recente, vai fazer 84 anos agora em julho, aconteceu ontem”, explicou.
A autora detalha no livro que durante o período de pesquisa encontrou casos interessantes sobre a relação do sertanejo com o cangaço, mas que tentava que a condição de neta não interferisse nos levantamentos de informações.
“Nós estivemos em Floresta, uma região que tem um dos maiores perseguidores do meu avô, um volante que tinha a foto do meu avô da parede. Toda vez que eu pesquisava, eu nunca me apresentava como neta deles. Não era medo e vergonha, ao contrário, eu tenho muito orgulho de ser neta deles. Só que não queria comprometer a pesquisa”.
Vera relatou que chamou a atenção a admiração que as pessoas no sertão, inclusive os ‘inimigos’ do cangaço, tinham com relação a Lampião.
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