Durval Muniz, professor em tempos de ser encantador de palavras

Jornalista Ney Vital e Professor Pós-dourado Durval Muniz
Durval Muniz de Albuquerque Júnior é de profissão historiador, o que não o impede de ser também um 'encantador' de palavras. 

Como Michelet, Durval Muniz em vez de simplesmente redigir, escreve. Escrita audaciosa, provocativa, criativa e elegante, não diria, contudo, que ele escreva com uma "linguagem de em dia-de-semana", como suplica um 'famigerado' personagem de Guimarães Rosa. Mas que ele nos conduz para o terreno 'nebuloso' e 'temerário' da arte literária, disso, não tenho dúvida. Cuidado, historiadores! Durval Muniz, tal como Foucault, é um desses 'sujeitos' perturbadores da boa ordem científica, desses que se colocam entre o sono dogmático e a vigília epistemológica 'só' para provocar a polêmica.

Vivemos um momento de desidentificação com a memória nacional e regional. O livro de Durval Muniz de Albuquerque Júnior, “A Invenção do Nordeste e outras artes” (Cortez Editora, 2006) é uma boa prova disso. O trabalho de pesquisa para a realização do doutorado em História na Unicamp, defendido em 1994 apresenta o surgimento de um recorte espacial, de um lugar imaginário e real no mapa do Brasil, que todos nós conhecemos profundamente, não importa de que maneira, mas que nunca pudemos imaginar com uma existência tão recente. 

E falar do Nordeste é inventariar os muitos estereótipos e mitos que emergiram com o próprio espaço físico reconhecido no mapa composto por alguns estados e cidades. É mobilizar todo o universo de imagens negativas e positivas, socialmente reconhecidas e consagradas, que criaram a própria idéia de Nordeste.

Um trabalho de pesquisa aprofundado que desconstrói foucaltianamente os discursos que deram visibilidade e que tornaram dizível a região nordestina. O que o livro interroga não é apenas por que o Nordeste e o nordestino são discriminados, marginalizados e estereotipados pela produção cultural do país e pelos habitantes de outras áreas, mas ele investiga por que há quase 90 anos dizemos que somos discriminados com tanta seriedade e indignação. Como, por meio de nossas práticas discursivas, reproduzimos um dispositivo de poder que nos reserva o lugar de pedintes lamurientos.

“Nós, os nordestinos, costumamos nos colocar como os constantemente derrotados, como o outro lado do poder do Sul, que nos oprime, discrimina e explora. Ora, não existe esta exterioridade às relações de poder que circulam no país, porque nós também estamos no poder, por isso devemos suspeitar que somos agentes de nossa própria discriminação, opressão ou exploração. Elas não são impostas de fora, elas passam por nós.

Longe de sermos seu outro lado, ponto de barragem, somos ponto de apoio, de flexão. A resistência que podemos exercer é dentro desta própria rede de poder, não fora dela, com seu desabamento completo”, escreveu no prefácio.

“O Nordeste é tomado, neste texto, como invenção, pela repetição regular de determinados enunciados, que são tidos como definidores de caráter da região e de seu povo, que falam de sua verdade mais interior”. As fontes utilizadas foram desde o discurso acadêmicos, passando pela publicação em jornais de artigos ligados ao campo cultural, à produção literária e poética de romanistas e poetas nordestinos ou não, até músicas, filmes, peças teatrais, que tomaram o Nordeste por tema e o constituíram como objeto de conhecimento e de arte.

Divididos em três capítulos, o primeiro, Geografia em Ruínas acompanha as transformações históricas que possibilitaram a emergência da idéia de Nordeste, desde a emergência do dispositivo das nacionalidades, passando por uma mudança na sensibilidade social em relação ao espaço, à mudança da relação entre olhar e espaço trazido pela modernidade e pela sociabilidade burguesa, urbana e de massas.

O segundo capítulo, Espaços da Saudade, aborda esta invenção regional, o surgimento do Nordeste como um novo recorte espacial no país, rompendo com a antiga dualidade Norte/Sul. A seca, o cangaço. O messianismo, as lutas de parentela pelo controle dos Estados, são temas que fundarão a própria idéia de Nordeste, uma área de poder que começa a ser demarcada, com fronteiras que servirão de trincheiras para a defesa dos privilégios ameaçados.

No terceiro capítulo, Territórios da Revolta, é abordado uma série de reelaboração da idéia de Nordeste, feitas por autores e artistas ligados ao discurso de esquerda. Nordeste gestado, a partir dos anos 30, por meio de uma operação de inversão das imagens e enunciados consagrados pela leitura conservadora e tradicionalista que dera origem à região. Obras como as de Jorge Amado, Graciliano Ramos, Portinari, João Cabral de Melo Neto produzem Nordestes vistos pelo avesso, Nordeste como região da miséria e da injustiça social. Estes Nordestes, construídos pelo avesso, ficam presos, no entanto, aos mesmos temas, imagens e enunciados consagrados e cristalizados pelos discursos tradicionalistas.
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UMIDADE DO AR EM PETROLINA É COMPARADO A REGIÕES DO DESERTO

A Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) emitiu um alerta sobre a baixa umidade do ar para esta terça feira (31) em Pernambuco. As regiões mais afetadas serão Agreste e Sertão de Pernambuco. No alerta, também foi informado sobre a presença de uma massa de ar seco, que inibe a formação de nuvens propiciando a elevação do calor.

Segundo a Apac, a baixa umidade, pode provocar complicações alérgicas e respiratórias devuido ao ressecamento das de mucosas, nariz e da pele e irritação nos olhos. Outro alerta diz respeito ao potencial de incêndios em pastagem e regiões de mata, devido ao calor.

Segundo a Apac, a umidade relativa do ar deve permanecer com números abaixo de 20% e com temperaturas ultrapassando 37º C, no período da tarde e início da noite, no Sertão. No Agreste os valores podem atingir temperaturas acima dos 34º C nos próximos dias.

De acordo com a agência, no Sertão foram registrados números abaixo de 20%. Em Serra Talhada a umidade relativa do ar chegou a 13%, 

A recomendação é evitar exercícios físicos ao ar livre nos horários de 11h e 15h. O ambiente deve ser umidificado com vaporizadores e toalhas molhadas e sempre que possível, permanecer em locais protegidos do sol, além do uso do protetor solar e ingestão de água, conforme a Apac.
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ENCONTRO NORDESTINO DE XAXADO ACONTECERÁ EM SERRA TALHADA

O Encontro Nordestino de Xaxado, chega a sua 13ª edição. O evento acontece entre os dias 01 e 05 de novembro, em Serra Talhada, Sertão do Pajeú. O Encontro, que é um dos mais importantes do interior do Estado, reúne grupos de xaxado de todo Nordeste, além de convidados do Sul e Norte. 

A programação consta de oficinas de danças, palestra sobre Patrimônio, feira de artesanatos da região, mostra de comedoria sertaneja, apresentações musicais, passeio turístico ecológico ao Sítio Passagem das Pedras (onde nasceu Lampião) e a Fazenda Pedreira (do primeiro inimigo de Lampião, Zé Saturnino) e o Baile Perfumado, no Clube da Fazenda São Miguel, com Assisão, o Encontro de Xaxado é um grande divulgador da cultura nordestina.


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FILME DOCUMENTÁRIO OS GONZAGUEANOS É DESTAQUE NO BRASIL

Gonzaguianos - um grupo de amigos que se reúne todos os anos e troca materiais, divide experiências e fala sobre a vida e obra de Luiz Gonzaga. 

Trata-se de um registro do Encontro dos Gonzaguianos em Caruaru, que aconteceu em novembro de 2014, no Espaço Cultural Asa Branca do Agreste, situado no bairro Villa Kennedy. Assim como explica o professor orientador do documentário, Jurani Clementino, a ideia surgiu durante as atividades de uma das disciplinas que ele ministra na instituição. "Todos os anos, os nossos alunos são convidados a elaborar um trabalho semelhante, onde eles têm a oportunidade de produzir, desenvolver e editar o material, contribuindo para o desenvolvimento crítico sobre a prática profissional", observa.

Convidado a participar do encontro, Jurani Clementino afirma ter enxergado uma oportunidade de registrar o trabalho que é desenvolvido pelos Gonzaguianos, através das câmeras e da criatividade dos futuros jornalistas. "Estavam presentes pessoas como o professor Luiz Ferreira, que nos recebeu em sua casa com muito entusiasmo", complementa o professor.

Esta primeira versão do documentário está sendo lançada com 28 minutos de duração, e, além dos depoimentos de Jurani Clementino e Luiz Ferreira, carinhosamente chamado pelo grupo de ‘‘Ferreirinha'', também inclui os de outros sete Gonzaguianos: o compositor Alexandre Valença (PE), o músico Gilvan Santos (PE), o cantor e compositor Israel Filho (PE), o colecionador Antiógenes Viana (PE), o escritor Kydelmir Dantas (RN), o radialista e jornalista Ney Vital (PB) e o pesquisador Paulo Corrêa (SE).

Ao menos dez alunos do 6º período do curso participaram do processo de gravação. Os demais contribuíram com a edição.

Para o professor, o movimento que está sendo registrado pelo documentário pode ser comparado ao dos "beatlemaníanos" - os fãs do The Beatles. "As pessoas que fazem da banda britânica uma filosofia de vida. No caso dos Gonzaguianos, também trata-se de pessoas extremamente antenadas com a obra de Gonzaga e com o legado dele. É um grupo, inclusive, muito articulado", observa.

Entre eles, o cantor e compositor Israel Filho que, com muita precisão, lembra a primeira vez em que esteve com o Rei do Baião. "Foi no dia 29 de janeiro de 1979, durante a realização de um show em homenagem a ele, em Caruaru. Nos encontramos neste dia e iniciamos os primeiros contatos. Voltamos a nos encontrar algum tempo depois, em Santa Bárbara d'Oeste (SP), e dias depois estive na casa dele, no Rio de Janeiro. No dia 13 de julho de 1985, durante um show que Gonzagão estava fazendo no Forrozão, em Caruaru, ele me chamou para o palco, para me apresentar, e cantamos juntos por quase 40 minutos. Surgiu, então, uma amizade, que teve continuidade com muitas idas e vindas para Exu", detalha Israel Filho.

O cantor revela que, por sugestão da então companheira de Gonzagão, Maria Edelzuita Rabelo, os dois iriam gravar uma música. Por ironia do destino, em agosto do mesmo ano (1989), Luiz Gonzaga morreu.

Este ano o evento acontecerá no dia 11 de novembro e terá caráter nacional.
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FRANCISCO FERNANDES E A HORA MAIS SIGNIFICANTE DO RÁDIO: AVE MARIA

Em tempos de visualizar os minutos e horas em tablets, smartphones e uma tecnologia que de certa forma trava os sentimentos mais sublimes. Quando assistimos a inversão de valores morais e culturais no mundo, temos o comunicador Francisco Fernandes, através da Rádio Grande Rio Am, em Petrolina, segundos de riqueza espiritual que fortalece o corpo para as lutas diárias.

Ás 18horas, todos os dias, a voz de Luiz Gonzaga ecoa: "Quando batem ás seis horas! De joelho o sertanejo reza a sua Oração...Ave Maria"...Chico Fernandes, nome artístico faz o gesto: "Benção Mãe! Benção Pai"...Francisco proporciona a família que escuta o Rádio, uma hora de calma e reflexões que são sempre bem vindas, ainda mais, nestes tempos necessários pela conquista da Paz.

Este é um dos momentos mais significativos do Rádio. E logo me vem a mente: "Seis horas, esta é a hora do Angelus. Hora da anunciação. A humanidade esquece por um momento a sua luta inglória, deixa de lado os pensamentos pecaminosos, a perseguição desenfreada dos homens contra os próprios homens e contempla a paz da natureza, uma sombra pálida do olhar de Maria.

Nos templos, nas ruas e nos campos, as preces brotam espontâneas de todos os lares: Esta é a hora do Angelus. A hora da anunciação. Nós vos suplicamos Maria que olheis por nós, vossos filhos ingratos. Dai-nos a graça do arrependimento e a vossa benção materna, porém, mais do que nós, Maria, outros necessitam do vosso apoio, nessa hora. Os que morrem de necessidade, os que blasfemam, os que não crêem. 

Iluminai-os Virgem Santíssima...Olhai para os que perderam a fé. Protegei-os, vislumbrai-os como um relâmpago aos olhos do apóstolo Paulo. Lembrai-vos deles nessa hora, Maria e sede, para todo o sempre, louvada e bendita Ave Maria Cheia de Graças".

Benção Mãe! Benção Pai...



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CULTURA: LUCIANO PEIXINHO RECEBE TÍTULO DE CIDADÃO DE PETROLINA

Luciano Peixinho Campos, diretor de programação da TV Grande Rio Afiliada da Rede Globo recebe nesta quinta-feira (26) o título de Cidadão Petrolinense. O Título foi aprovado por unanimidade e a data da entrega marca o aniversário do homenageado. A proposta foi do vereador Gabriel Menezes.

Nas redes sociais Luciano Peixinho disse ser "este o maior sonho de qualquer pessoa que chega nessa linda e maravilhosa terra para somar. Muito obrigado a câmara de vereadores de Petrolina e em especial o poeta e vereador Gabriel Menezes autor do projeto. Viva o Sertão, viva a nossa cultura".

Luciano Peixinho é sertanejo, natural de Canudos na Bahia. Veio para Petrolina em 1990. Sempre foi encantado pela cultura brasileira, principalmente a ligada ao cancioneiro de Luiz Gonzaga.

Na justificativa o vereador conta que Luciano Ingressou na TV Grande Rio em 1991, onde adquiriu o desejo de registrar as manifestações culturais pelo sertão pernambucano e, de mostrar ao mundo, que a região não era de vacas magras e solo rachado, e sim, de crescimento e desenvolvimento social, economico, cultural e turístico.

Formado em Marketing e Propaganda e pós-graduado em Metodologia do Ensino na Educação Superior, Luciano Peixinho foi professor de Câmera e Iluminação no SENAC de Petrolina. Atualmente, é Gerente de Programação, Operações e Produção da TV Grande Rio, uma das afiliadas da Globo.

Recentemente Luciano Peixinho esteve na Europa. Na oportunidade fez a direção de um clipe com artistas brasileiros, como o cantor e ex The Voice Brasil, Del Feliz, Flávio Leandro, Elisson Castro e Fabio Carneirinho.

Um dos destaques na carreira profissional de Luciano Peixinho foi em 1999, deu início ao Grande Rio Comunidade, programa que mostrava as belezas e cultura do sertão, ao lado da repórter Mônica Carvalho, produtores Samuel Brito e Ney Vital produzindo diversos documentários que retratavam as manifestações culturais presentes no sertão de Pernambuco.

"Luciano merecidamente receberá o titulo de cidadão petrolinense por ser um apaixonado por Petrolina e região, pelos serviços prestados a cultura e ao vale do São Francisco", finalizou Gabriel Menezes.

Luciano Peixinho em 2006, ganhou o prêmio 'Rede Globo de Jornalismo', na categoria Telejornalismo Comunitário, com a exibição da série “Amor Imperfeito”, que trouxe  à tona, casos de violência contra as mulheres e, com o mesmo trabalho, recebeu no ano seguinte, o “5º Prêmio Tim Lopes”, no Rio de Janeiro, na categoria Direitos Humanos.

Luciano também recebeu o prêmio 'Destaques de Ouro 2016', que homenageia personalidades que se destacaram pela prestação de serviços em suas respectivas áreas. Teve o trabalho tambem reconhecido pelos trabalho na produção da minissérie 'Amores Roubados', gravada nos Sertões da Bahia, Alagoas e Pernambuco e, fez parte do núcleo de produção de arte de Velho Chico, novela com um dos maiores índices de audiência da emissora nos últimos anos.
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POETA CANTADOR FLÁVIO LEANDRO E 25 DE OUTUBRO DATA DE ANIVERSÁRIO

Flávio Leandro faz aniversário no dia 25 de outubro. Nascido em Bodocó, traz no destino a marca da sinceridade, sensibilidade, coragem, determinação, Fé e todo sentimento humano, dos nativos de escorpião.

Flávio Leandro Poeta cidadão do mundo traz no matulão poesia, harmonia, ritmo e melodia. Sentimento tatuado em pés de xique xique, mandacaru, música "zunindo" pura e verdadeira qual as águas do Rio São Francisco e o fole de oito baixos de Januário e 120 baixos de Luiz Gonzaga.

Em cada verso escrito e cantado na voz de Flávio Poeta Danado e Cantador sinto a história caririzeira de Zé Marcolino que imortalizou o sentido da palavra Poeta e Amizade...e assim cantou Zé Marcolino: "Num dia de reboco de casa no sertão do Nordeste é o dia da grande festa, da grande reunião. 

Existe dois tipos de de reboco: o de barro sacudido e aquele que o sujeito passa a colher de pedreiro pra ficar bem lisinha...essa é a casa do sertanejo mais caprichoso. E então o pai de família mais caprichoso só leva a filha para um lugar desses, prá se divertir e gozar do momento mais significativo.

Então prá lá me dirigi para encontrar a mulher amada...na hora da aproximação! Peguei-a na cintura, sai cortando o  chão pelo pé com ela dançando e nessa conversa de esperança a noite passou, lá vinha a madrugada, a barra quebrando, o sol nascendo acabou-se a Festa"...

É isto Flávio Leandro, eu vi, juro que vi na beira do Rio São Francisco o sorriso de Dominguinhos e Luiz Gonzaga, João do Vale e Jackson do Pandeiro, juntos a cantar Parabens Prá Você em nota que o povo sabe.

Feliz Aniversário Poeta..."aí vai ser amor pra mais de duzentos anos pelos meus planos vou fazer uma casinha...com a varanda voltada pro sol nascente...se avexe não se trabalhar ainda for o meu defeito derrubo um eito de estrelas prá te dar! Avante...e vai Frutificando...Obrigado pela tua existência Poeta Cantador Flávio Leandro.

*Ney Vital - Jornalista Pós-graduado em Ensino de Comunicação Social. 
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SAMBA DE VEIO GANHA PREMIO ARIANO SUASSUNA

Reconhecendo, valorizando e incentivando práticas de transmissão de saberes e fazeres da Cultura Popular, o Prêmio Ariano Suassuna chega a sua segunda edição. Nesta terça-feira (24), às 11h, uma cerimônia marca a entrega dos certificados dos vencedores da edição desse ano.

O prêmio se propõe a estimular a escrita dramática e revelar novos dramaturgos: esse ano, foram 68 inscrições (35 em Cultura Popular, 33 em Dramaturgia), advindas de todas as Macrorregiões do Estado, sendo motivado pelo legado de Ariano Suassuna. Do total, dez iniciativas foram premiadas: oito, no segmento de Cultura Popular, e duas, no segmento de Dramaturgia. 

Os vencedores da categoria Mestres e Mestras dos Saberes e Fazeres foram contemplados com R$ 10 mil, cada. Na categoria grupo, o valor do prêmio é de R$ 15 mil. Na área de Dramaturgia, o prêmio para o primeiro lugar é de R$ 10 mil; e R$ 7 mil para o segundo colocado.

A seleção das propostas vencedoras na área de Cultura Popular foi avalizada por uma comissão formada pelos especialistas Francisco Adriano da Costa Souza, José Bezerra de Brito Neto, Débora Fernandes Herszenhut e André Alexandre Mendes Freiras. Na área de Dramaturgia, a análise ficou por conta de Morgana Pessoa, Cristiana Gimenes e Luiz de Assis Monteiro.

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LUCAS CAMPELO E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM MUSICAL DE DOMINGUINHOS

Natural de Aracaju (Sergipe), Lucas Campelo é graduado no curso de Licenciatura em Música e mestre em Educação musical pela Universidade Federal da Bahia com o projeto intitulado de “O Processo de Aprendizagem Musical de Dominguinhos na Prática da Sanfona.”

Jovem, o músico trilha uma trajetória profissional de músico e sanfoneiro, Lucas participou de alguns grupos musicais como a Banda Forrodibuteco (2015), Xote Baião (SE) 2015 e Orquestra Sanfônica de Aracaju (SE) 2015/2016. Participou da gravação do DVD da Casaca de couro (2016), Bob Lelis e o Forró gozado (SE) 2016, Joseane de Josa (SE) 2016, Thiago Ruas (SE) 2016,  Crav&Roza (2016).

Foram dois anos de pesquisa sobre o processo de aprendizagem de Dominguinhos. Nesse período, Lucas revela ter percorrido a trajetória de autodidatismo deste, que é um dos grandes ícones da cultura nordestina, herdeiro e continuador do legado de Luiz Gonzaga. “Para entender melhor todos os processos que envolveram esse percurso marcante, entrevistei Anastácia, o filho de Dominguinhos, além de sanfoneiros e músicos que conviveram com ele, inspirado pelo documentário ‘O Milagre de Santa Luzia’”, revela.
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PROFESSOR URBANO ESCREVE: JOSÉ CONDÉ, UM CENTENÁRIO DE LITERATURA

Neste mês de outubro, Caruaru está celebrando o centenário de José Ferreira Condé, um dos seus mais populares escritores.  Filho natural desta cidade, Condé fez parte de uma família tradicional, e estendeu a sua veia literária para membros da família, a exemplo dos próprios irmãos, Elysio e João, fundadores do Jornal das Letras.  

Ao longo de sua carreira de escritor, imprimiu nas letras nacionais a marca caruaruense como nenhum outro fez. Em destaque, Terra de Caruaru, primoroso trabalho que faz narrativas sobre personagens e que tem como pano de fundo a nossa querida Princesa do Agreste.  Recentemente, o historiador Walmiré Dimeron reeditou o clássico livro, ofertando um trabalho primoroso para a área educacional, social e jornalística da região.  

Dois outros trabalhos são destaques nacionais, e migraram dos livros para a Tv e o cinema: “Um Ramo para Luísa” foi roteiro de um filme e também “Pensão Riso da Noite”, publicado em 1966, tornou se minissérie na rede Globo em 20 capítulos, no ano de 1984, com o ator Ney Latorraca e grande elenco.  Na ocasião, recebeu o título de “Rabo de Saia”.  Tempos depois, o mesmo livro teve o enredo filmado por outro canal, desta feita a Tv Cultura, que denominou “As Aventuras Amorosas de Seu Quequé”, agora interpretado pelo ator Osmar Prado. 

Ambos trabalhos audiovisuais contam a história do personagem Ezequias Lins, exímio caixeiro viajante que tem 3 esposas em 3 cidades diferentes, e uma prole de 7 filhos.A beleza dos cenários nordestinos, o cuidado com o sotaque, o figurino da época são detalhes que engradecem a referida obra literária.  Outro aspecto importante foi a homenagem feita pelo Prefeito à espoca, senhor Anastácio Rodrigues, que construiu e nominou Casa de Cultura José Condé, a primeira no interior do Estado a ser projetada para abrigar a cultura e identidade regional, com todo o capricho que ambas merecem. 

A inauguração foi no ano de 1973, como homenagem póstuma ao referido escritor que nos deixou precocemente, aos 53 anos de idade.  Naquele espaço funcionam Biblioteca, Auditório, Sala de Exposições e local para estudos.  No século XX, Anastácio é reconhecido como o gestor municipal que mais investiu para o fortalecimento e propagação da educação e cultura em Caruaru. Um exemplo a ser seguido.  

O referido gestor me disse pessoalmente que conseguiu junto ao governador da época, a doação da área hoje denominada Parque 18 de Maio, para ser transformada em um parque ambiental multicultural, a exemplo do Ibirapuera, na cidade de São Paulo.  Planos de gestores que o sucederam desviaram dessa finalidade, adaptando a área para abrigar a tradicional e secular Feira de Caruaru.     

Durante toda a semana de celebração do Centenário Condé, houve uma série de acontecimentos de iniciativa de Walmiré Dimeron, como presidente do Instituto Histórico, e o professor e doutor Edson Tavares, autor do livro “O Nome do Autor”, fruto de profunda pesquisa da vida e obra do citado personagem caruaruense.  A senhora Vera Condé, filha e herdeira do mestre literário, veio para Caruaru para tomar parte em todas as merecidas homenagens ao ilustre genitor.  Parabéns aos Condés e o nosso agradecimento pelo fortalecimento da nossa literatura, mostrando coisas de nossa gente e o valor dos nossos literários.  Viva José Condé!

Fonte: Professor José Urbano

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MARCUS ACCIOLY UM MARCO DA POESIA CONTEMPORÂNEA

Quando foi lançado, em 1971, “Nordestinados” angariou fãs renomados para o poeta pernambucano Marcus Accioly. “Poeta do povo nordestino, poeta da minha predileção”, escreveu o baiano Jorge Amado. “Grande poeta (...) Poeta - repita-se -, dentre os maiores produzidos pelo Brasil”, elogiou Gilberto Freyre. Em 2016 foi lançada a quarta edição do livro, comemorativa aos 45 anos de publicação da obra, com sessão de autógrafos e cantoria. O CD “Nordestinados - a poesia de Marcus Accioly com música de César Barreto” acompanha cada exemplar.

Na oportunidade Marcus declarou que esse foi o segundo livro lançado, o primeiro premiado pelo Recife das Humanidades e também o primeiro a ser lançado fora do Recife (no Rio, pela editora Tempo Brasileiro.

As histórias ocorrem na Mata-Seca e na Mata Úmida, nos engenhos Laureano e Jaguabara. “Se vê na Mata-Úmida/ Casas-canavieiras:/ De barro-massapê/ E folhas de palmeiras”, canta o poeta na obra que traz Agreste e Sertão. Os versos fazem parte de um mundo que els quis, contraditoriamente, preservar e destruir: preservar através do menino-particular e destruir diante do homem-plural que, à semelhança da cana-de-açúcar, vem sendo espremido de todo sangue, até seu bagaço humano, pela tradição”.

O CD, também relançado pela Bagaço, traz 12 faixas, todas compostas por Accioly e César Barreto: “Cego Aderaldo”, “Pedra sobre pedra”, “Meninos-caranguejos”, “O Sertão”, “Gemedeira”, entre outras.

“Pertencendo ao grupo de escritores e artistas nordestinos que, dos anos 1960 para cá, têm mergulhado nas raízes populares, de origem íbero-lusitana, latentes nos Romanceiros e Cancioneiros, na Literatura de Cordel e nas Cantorias, na Música, nas Gravuras e Esculturas primitivas, Marcus Accioly é dos poetas que hoje tentam recuperar a poesia em sua natureza primitiva: a palavra que nasceu do canto e se perpetua na voz popular”, escreve Nelly Novaes Coelho, ensaísta, crítica literária e professora, no prefácio de “Nordestinados”. Este livro se destaca, mais de 40 após seu lançamento, como uma das mais importantes diretrizes da poesia regional contemporânea, e não oferece só paisagem, mas o homem e sua realidade.

E neste outubro o Brasil e o mundo perdeu o Poeta...Marcus Morais Accioly, mais conhecido como Marcus Accioly, morreu neste sábado (21), aos 74 anos. Bacharel em Direito, Accioly se tornou membro da Academia Pernambucana de Letras (APL) no ano 2000, chegando a ocupar a cadeira 19, deixada por João Cabral de Melo Neto.


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TROPICÁLIA 50 ANOS: A HISTÓRIA DO MOVIMENTO QUE MARCOU A CULTURA BRASILEIRA

O movimento artístico que ficou conhecido como Tropicália completa 50 anos este mês. A apresentação das músicas Alegria, Alegria e Domingo no Parque, em 21 de outubro de 1967, durante a final do III Festival Record, marcaram o início de uma série de experimentações que levaram a uma nova forma de compreender a música brasileira. Essas inovações estéticas continuaram nos discos seguintes dos músicos Gilberto Gil e Caetano Veloso e na obra coletiva Tropicália ou Panis Et Circencis, o disco manifesto lançado no ano seguinte às apresentações no Festival da Record.

O clima tropicalista contagiou o Brasil e a efervescência se estendeu até dezembro de 1968, quando Caetano e Gil foram presos e, meses depois, obrigados a sair do país e irem para o exílio. A ditadura militar (1964-1985) acabava de iniciar sua fase mais dura, com Ato Institucional (AI) 5. A repressão não deixou passar o trabalho dos tropicalistas que, naquele momento, tinham sua máxima expressão em um programa semanal exibido na TV Tupi, emissora extinta no ano de 1980.

O pesquisador Frederico Coelho, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio) e especialista em Tropicália, diz que a Tropicália surgiu, o cenário musical do país tinha como principais expressões as canções politizadas e de protesto dos artistas da chamada Música Popular Brasileira (MPB) e o pop da Jovem Guarda, liderada por Roberto Carlos e seu iê-iê-iê, que mimetizava Beatles e Rolling Stones. Era o auge da ditadura militar.

A radicalização política no país também se expressava na música: de um lado os admiradores das canções de protesto, do outro, os fãs do iê-iê-iê. “Os tropicalistas buscavam justamente uma cena que fosse um pouco mais aberta, com menos preconceitos e mais liberdade de criação”, destacou em entrevista à Agência Brasil o escritor Carlos Calado, autor do livro Tropicália: história de uma revolução musical.

A Tropicália representou uma renovação no cenário musical do país ao investir em ritmos como o baião, bolero, marcha, música caipira, incluindo na mistura o pop e o rock. “A Tropicália era muito mais um ponto de vista crítico sobre a cena da música brasileira, sobre o repertório da música brasileira, do que propriamente uma maneira de se fazer música. Não existia uma forma tropicalista, na verdade os tropicalistas buscaram várias formas”, explica Calado.

Passados 50 anos do movimento, o autor considera que o disco Tropicália ou Panis et Circensis representa hoje seu principal legado por permanecer moderno e desafiador.“É um disco que não envelhece. Praticamente se tornou um clássico que você pode ouvir a qualquer momento e ainda se surpreender de alguma maneira”.

Para o poeta e compositor Salgado Maranhão, a Tropicália foi fruto de um momento do país e teve o papel de abrir caminhos e possibilidades no campo artístico. “A Tropicália nos deu uma modernidade e uma ousadia que não tínhamos”.

O também poeta e compositor Antônio Cícero destaca que o mais interessante no tropicalismo foi o fato de ser um movimento de vanguarda para a música popular. “Foi através da Tropicália que eu rompi com essa separação radical entre a cultura erudita e a cultura popular. Foi muito importante para o Brasil,  o Brasil, representou a liberação de todas as possibilidades para a música brasileira”.
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LUIZ GONZAGA, O DOUTOR DA ECOLOGIA

Luiz Gonzaga aprendeu que para concretizar os sonhos era preciso primeiro aprender a caminhar, correr, dançar e voar

"Quem deseja aprender a voar, deve primeiro aprender a caminhar, a correr, a escalar e a dançar. Não se aprende a voar voando". Não sei o porquê mas pensei nesta frase para argumentar o pioneirismo de Luiz Gonzaga e seus parceiros musicais em defesa do meio ambiente, numa época que não se defendia a ecologia.

Agora o Rei do Baião, Luiz Gonzaga ganha o título maior no Ensino Superior. A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) concedeu ao cantor e compositor Luiz Gonzaga o título de Doutor Honoris Causa (in memoriam), maior honraria das instituições de ensino.

Este título, nestes tempos de inversões dos valores educacionais e culturais, onde prolifera nos meios de comunicação péssima educação, gritaria, letras que incentivam desunião, invejas,  falta de amor; o título traz a oportunidade de valorizar o aprendizado e vontade própria de ser vencedor de um cidadão que não nasceu em berço de ouro e venceu todo tipo de preconceito.

Todo brasileiro sabe da condição de semi analfabeto de Luiz Gonzaga, mas cidadão que sempre sonhou em aprender e propagar o quanto é importante estudar na vida e ter um diploma universitário. O título concedido pela UFRPE é merecido e simboliza a valorização da leitura e do aprendizado. Luiz Gonzaga teve a coragem de sonhar quando tudo era proibido!

A ideia de conceder o título a Luiz Gonzaga veio do professor e pesquisador da UFRPE Severino Mendes Júnior. Ele argumento que Luiz Gonzaga foi um autêntico defensor do meio ambiente. O professor afirmou durante entrevista que pela afinidade das letras de Gonzaga com os estudos da UFRPE ele merecia o título máximo de Doutor Honoris Causa.

A proposta foi formalizada e aprovada, por meio da Resolução nº 158/2012, pelo Conselho Universitário da UFRPE. Na justificativa, a reitora da UFRPE e presidente do Conselho, Maria José de Sena, afirma que o cantor e compositor é um “autêntico representante da cultura nordestina, cujas canções envolvem ecologia e meio ambiente, enaltecendo a fauna da caatinga e referenciando a conservação da natureza”.

O Título de Doutor Honoris Causa é concedido a personalidades que tenham se distinguido pela sabedoria ou pela atuação frente a artes, ciências, filosofia, letras ou das relações com a sociedade. O título de doutor universitário proporciona a Luiz Gonzaga o mote de nós todos cantar e incentivar nossos jovens a estudarem e buscar o diploma que vai garantir liberdade. A educação é a única forma de libertação.

Afinal, o estudo de Luiz Gonzaga foi sua sanfona. E os josés, severinas e João, Antonio que não sabem tocar sanfona para ganhar o pão de cada dia?
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FORRÓ PODE SER CONSIDERADO PATRIMÔNIO IMATERIAL DO BRASIL

A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) vai discutir formas para preservar a cultura do forró, que inclui o registro do ritmo musical como patrimônio imaterial do Brasil. Foi aprovada em reunião da comissão requerimento para realização de audiência pública sobre a proposta. O debate deve ocorrer durante o Encontro Nacional dos Forrozeiros, no dia 20 de novembro, em João Pessoa (PB).

A presidente da CDR, senadora Fátima Bezerra (PT-RN), lembrou que a Unesco já concedeu o título de Patrimônio Imaterial da Humanidade ao frevo pernambucano.

"Assim como merecidamente, acertadamente, já foi feito com o frevo, nós queremos que a mesma coisa seja feita com o forró. Seria por demais oportuno que a comissão fosse até lá como forma de a gente prestigiar toda essa mobilização, porque defender o forró é defender uma das expressões mais genuínas de identidade cultural do Nordeste e do Brasil", disse.

O senador Elmano Férrer (PMDB-PI) observou que o forró faz parte de festividades tradicionais, como as festas de São João, e tem importância cultural e social.

"Eu acho que isso faz parte da nossa tradição, da nossa cultura. Eu vejo o mérito da proposta, o alcance social e cultural sobretudo", afirmou.

Para a também piauiense senadora Regina Sousa (PT-PI), o forró é um ritmo genuinamente brasileiro. "É importante a gente estar resgatando e reavivando as nossas expressões culturais. Tem um preconceito ainda muito grande com o nordestino e o forró é nacional, acho que nos une, não nos separa", frisou.

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BIBLIOTERAPIA: O CUIDADO ATRAVÉS DO LIVROS

Apoiada numa visão de Psicologia como “o cultivo da alma”, a psicóloga Tereza Roberta dedica-se a “desatar os nós do ser” por meio da Biblioterapia. A psicóloga e biblioterapeuta, única em Pernambuco com habilitação para este curso, vai apresentar os caminhos que vem percorrendo nessa área de conhecimento. Entre os dias 27 e 29 em Petrolina quando promoverá o Encontro Biblioterapia Cuidado através dos livros.

O objetivo entre outros quesitos é compreender a função terapêutica da leitura, semear e potencializar a dimensão da literatura, além de partilhar com o leitor textos utilizados em sua prática de consultório e em outras atividades de leitura que iluminam sentidos e sentimentos.

Tereza Roberta explica que a biblioterapia é a utilização da literatura como recurso terapêutico no qual a leitura pode contribuir de diversas formas desde nomear angústias, promover um espelhamento interno, ao abrir para o dálago por encontrar afinidades de idéias e sentimentos ao descobrir crenças e linguagens cristalizadas ao expandir perspectivas e possibilidades de ser. 

O mini curso terá 16 horas de duração e é a possibilidade das pessoas que se identifiquem com a riqueza da literatura de todos os lugares e tempos ampliar as buscas para quem arte é necessidade vital, um instrumento de transformação interior, de encontro consigo e com o outro. O investimento custa R$ 120 e estudantes e professores tem desconte. Outras Informações: 87(9)88681902
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NÃO VIOLÊNCIA: MÚSICA QUE EDUCA E TORNA UMA PESSOA DO BEM

A Orquestra de Câmara da Escola de Música da Rocinha, Comunidade do Rio de Janeiro, iniciou suas atividades em agosto de 2012 quando a escola começou a oferecer cursos de violino, viola, violoncelo, contrabaixo, flauta, clarinete, trompete, trompa e trombone, para jovens, inicialmente abrindo poucas vagas, mas já realizando ensaios visando às apresentações públicas.

Catorze desses jovens talentos de diferentes comunidades do Rio de Janeiro vão realizar um sonho: se apresentar em espaços consagrados para a música clássica, na Europa. O repórter Danilo Vieira, da Rede Globo acompanhou o último ensaio antes da viagem.

O conjunto de favelas do Alemão é um dos maiores complexos da cidade, e também um dos mais violentos. “O projeto se chama ‘Ação Social pela Música do Brasil'. Já existe há 22 anos. Nós iniciamos esse projeto para educar centenas de crianças e adolescentes através da música clássica”, explica Fiorella Solares.

São ao todo 900 alunos de diferentes favelas do Rio. O projeto oferece aulas de teoria e prática musical. Os mais avançados vão para a Camerata. São jovens virtuoses aprendendo e ensinando os valores da virtude. “Tem como você vencer através da música. Tem como você ser uma pessoa do bem através da música”, afirma Renan.

A Camerata embarca pra uma série de apresentações na Europa durante esta semana.“Por exemplo, na Holanda. o grupo foi convidado pra tocar na sala dos espelhos do Concertgebouw, em Amsterdam. Essa sala é conhecida como a melhor sala de concertos do mundo”, explica Fiorella Solares .

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NETO TINTAS FOI SORRIR E COLORIR CÉUS E ESTRELAS DO SERTÃO DA ETERNIDADE

Desafinados cantávamos. Cantar para viver a arte de ser Feliz. Cantar para afirmar que Luiz Gonzaga vive! E na curva da estrada eu escutava sempre o homem/criança dizer assim: Poeta Amigo Jornalista Vitalino estamos chegando em Exu. Aumenta o som:
"Meu Araripe Meu relicário. Eu vim aqui rever meu pé de serra Beijar a minha terra Festejar seu centenário/. Sejam bem vindos os filhos de Januário/Pro Araripe festejar...Meu Araripe. Meu relicário...

E hoje na madrugada, "Eu vi a Morte, a moça Caetana, com o Manto negro, rubro e amarelo.Vi o inocente olhar, puro e perverso, e os dentes de Coral da desumana...vi asas deslumbrantes que, rufiando nas pedras do Sertão, pairavam sobre Urtigas causticantes, caules de prata, espinhos estrelados e os cachos do meu sangue iluminado". 

Eu vi, juro que vi a Moça Caetana levando Anésio Lino de Souza Neto Tintas...e ele foi com o sorriso e braços abertos. E partiu assim...Nas asas do Pensamento uma lágrima. Petrolina, Garanhuns, Barbalha-Ceará, Juazeiro do Padim Ciço, Serrita-Missa do Vaqueiro, Feira de Caruaru, Paraíba-Campina Grande, rua Indio Cariris são cidades sonhos que choram tua saudade. E o Riacho do Navio onde nós e Italo/Abilio/Icaro pareciamos meninos a brincar de atravessar pontes e cantar...e o nosso relicário-Fazenda Araripe centenário festeja. E a hora mágica quando na Igreja do Araripe às 18horas rezavamos Ave Maria.

Há dores que fazem sentido, como as dores do parto: uma vida nova está nascendo. Mas há dores que não fazem sentido nenhum...Perdoe-me Pai Criador. Morrer tem seu sentido...as escrituras sagradas afirmam que sim: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. 

É assim que Penso: Anésio Lino de Souza-Neto Tintas fez a grande viagem. Foi colorir os céus do Sertão da Eternidade e em algum lugar vai garantir mais Felicidades e sorrisos na vida dos amigos...tornar mais belo a razão de viver...e de haver estrelas...
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PROJETO SOLDADINHO DO ARARIPE LANÇA CAMPANHA PARA EVITAR EXTINÇÃO

Com o objetivo de ajudar o soldadinho-do-araripe a sair do risco de extinção, aumentando assim sua qualidade de vida, a campanha “Deixa que eu cuido”, realiza um evento de lançamento na próxima sexta-feira (13), às 20h, durante a Feira Cariri Criativo, na RFFSA, em Crato.

Símbolo do Cariri, o soldadinho-do-araripe é uma ave que se destaca pela sua beleza e canto singular, porém, essa não é a sua única particularidade. A ave compõe a lista de animais mais ameaçados do mundo. A campanha “Deixa que eu cuido”, tem o apoio do Projeto Soldadinho-do-Araripe da Aquasis, tem como principal objetivo alertar a comunidade caririense sobre o risco de extinção que o Soldadinho-do-Araripe se encontra. 

A campanha consiste em unificar empresas para preservação do meio ambiente da região. Através de parceria com as companhias de luz (ENEL) e água (SAAEC) ,as pessoas poderão realizar doações para o Projeto Soldadinho-do-Araripe a partir de uma pequena quantia adicionada à fatura das contas de água e luz.

O​ ​Soldadinho-do-Araripe Descoberto em 15 de setembro de 1996, pelos pesquisadores Galileu Coelho e Weber Girão, na fonte do Farias em Arajara, em Barbalha (CE), região Nordeste do Brasil, o soldadinho-do-araripe é a única ave que é exclusiva da região do Cariri. A ave está na Lista Internacional e Nacional de Espécies Ameaçadas na categoria “Criticamente em Perigo”. 

Para preservar a ave, foi fundado o Projeto Soldadinho-do-Araripe em 2003, liderado por Weber, com o intuito de impedir a extinção da espécie. A equipe do Projeto é responsável pelo monitoramento quantitativo e ações de intervenção no ecossistema para melhorar o habitat do soldadinho-do-araripe e conscientização da população para preservação da espécie.

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ONDE HÁ LUTA CONTRA TODA FORMA DE INJUSTIÇA, CHE GUEVARA VIVE!

Podemos pensar no mundo a partir das condições de vida que são apresentadas para nos fazermos potentes em nossos ideais e em nossos sonhos. O período histórico profundamente grave em que vivemos, em que se recolocam e aprofundam toda forma de injustiça, requer que os defensores desse estado de coisas se especializem em coagir qualquer pessoa que se rebele contra os senhores do mundo e seus interesses.

É necessário nos sacudirmos e nos livrarmos a todo momento das teias da indiferença, da resignação, da intolerância, do ódio. Somos instados a nos curvar diante da potência infame daqueles que exploram nosso povo de forma brutal e querem acreditar e nos fazer acreditar que humilham nossas lutadoras e lutadores.

Nossos inimigos, aqueles que contam seu enriquecimento diário aos milhares, aos milhões, fingem se inconformar com os problemas do mundo: “quanta incompetência e ineficiência!” - não cansam de repetir os magnatas do mundo empresarial e financeiro. Ao mesmo instante em que isso é afirmado, já abocanham mais alguns milhões na sociedade transformada em cassino. 

No jogo do mercado, aparentemente asséptico e quase neutro para alguns, os ganhos se dão em cima de mais miséria e sofrimento humano. E um dos principais desafios das classes dominantes é o de convencer sobre a aceitabilidade e o caráter privado do sofrimento socialmente determinado. “Se preocupe com você mesmo e cuide do seu sofrimento!”

Nestes dias, celebramos a morte de alguém que é símbolo de um tipo de existência que “diz” com a própria vida, e com a própria morte, que viver em conivência às injustiças e bajulando os reis da tirania, os heróis do capitalismo, é viver indignamente. 

O exemplo de Che foi acima de tudo o de mostrar que o conforto, a adequação à ordem das agradáveis sensações bem compradas, com prazeres bem postos por consumo e por status, distorcem o real sentido da existência humana. “Essa vida” nos mostrou que é possível ampararmo-nos na indignação e que podemos sempre, cotidiana e extraordinariamente, fazermos de nossa indignação potência. Assim, e só assim, a vida se confunde com o trabalho e o sentimento de transformar e estar no mundo.

Che sabia que herdamos um mundo com muita riqueza. A humanidade aprendeu a usar de várias formas de energia, a manipular e mesmo criar diferentes materiais e conhecemos muito dos ciclos naturais. Mas todas essas conquistas, frutos de toda a evolução desde os que primeiro foram tendo a possibilidade de organizar seu papel no mundo (que nem esses humanos que conhecemos por sinal eram), estão sendo malditas por um sistema que se especializa em utilizar irracionalmente a energia e tudo o que a natureza dispõe, tendo instaurado o desperdício como necessidade e a degradação do mundo como regra. Che também percebeu que a utilização e descarte das vidas humanas, em exploração, indiferença, sofrimento e morte, também foi sempre uma necessidade crescente do capitalismo.

Nesse momento, personagens políticos prepotentes, cínicos e ignorantes ganham espaço para apresentarem saídas que radicalizam a forma dominante de tratar os problemas do mundo. Os que também concordam com o status quo, mas acham que o aprofundamento do capitalismo tem de vir com estabilidade política estão desmoralizados, e não poderia ser diferente.

Diante de um impasse histórico da envergadura do que vivemos há anseio por saídas que se propõem a ir à raiz dos problemas, legitimando ou questionando com tenacidade os problemas sociais. Com o agravamento dos conflitos de classe, estão colocadas formas de violência distintas: de um lado, aqueles que querem resolver os problemas violentando ainda mais os pobres e a natureza, criando um mundo de intolerância, medo e resignação à miséria e a toda sorte de sofrimento social; de outro, estão aqueles que se dispõem a frutificar seus anseios de justiça em toda forma de luta por direito e dignidade. Estes últimos têm aprendido que desmascarar os vigaristas bilionários e todo o seu séquito é e será a atitude mais reprovável, a violência mais inadmissível existente para as classes dominantes. 

Che levou ao paroxismo a luta contra as injustiças. Compreendeu o absurdo das relações humanas de seu tempo, de nosso tempo, sugerindo e ensinando que a organização popular contra a exploração tem consequência prática e revolucionária.

Abreviar cronologicamente a vida significou para o nosso companheiro latino-americano, e símbolo de rebeldia dos povos oprimidos do mundo, preencher de vida a história. Por isso, onde há luta contra toda forma de injustiça, Che vive!

Fonte: Potiguara Lima é educador.

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CARIRI CANGAÇO TERÁ INÍCIO EM FLORESTA NESTA QUINTA-FEIRA 12

O professor sociólogo Stuart Hall, pesquisador da área de estudos sociais apontou  que a questão da identidade está sendo extensamente discutida na teoria social. Em essência os argumentos são os mais diversos e complexos. Novas identidades vem fragmentando o indivíduo moderno.

Discute-se assim a chamada  "crise de identidade". Crise vista como parte de um processo mais amplo de mudança, que está deslocando as estruturas e processos centrais das sociedades modernas e abalando os quadros de referência que davam aos indivíduos uma ancoragem estável no mundo social.

Stuart Hall dialoga também que a identidade cultural surge a partir da noção de pertecimento, associada a memória, etnias, raciais, linguísticas, religiosas e acima de tudo nacionais. Já Habermas diz que "saber do que se fala sempre ajuda; de resto, se se trata do problema de legitimidade, é preciso sabê-lo de modo particularmente exato".

A lembrança dessas frases e dos estudiosos da comunicação e da cultura, frases sábias me veio a cabeça quando da participação do evento Cariri Cangaço 2017, realizado em Exu e Serrita, Pernambuco, entre os dias 20 a 23 de julho. Conferências, visitas técnicas, debates, o diálago com referência a vida e obra de Lampião e Luiz Gonzaga marcaram a essencia do encontro.

Dessa vez o encontro está marcado para acontece no município de Floresta, Pernambuco, entre os dias 12 e 15.

Parabenizo Manoel Severo, curador do evento. Severo um defensor da cultura com capacidade de liderar uma equipe de valentes e valiosos cangaceiros da cultura. Cangaceiros culturais do bom combate. Na condição de convidado (serei sempre muito grato) impressionou-me a tarefa dos membros do Cariri Cangaço a missão de serem ousados. Ousadia de enfrentar a crise cultural e mostrar a riqueza de valores da cultura brasileira/universal.

Escutar e olhar a Cecília do Acordeon e Pedro Lucas Feitosa é saber do significado da esperança de um mundo melhor. Cecilia e Pedro Lucas são crianças que tem a identidade de sanfona.  Possuem o sentimento da terra, região. Corações tão puros e um futuro que deve ter como base os estudos e a educação para quando chegarem a maturidade e tempo adulto estarem prontos e preparados para enfrentar novos desafios em defesa da cultura. 

Manoel Severo, Conselheiros e membros do Cariri Cangaço clamam o mais alto possível pela valorização da cultura e exigem respeito ao legado histórico cultural. 

No Cariri Cangaço existe a ousadia da resistência aos valores mais nobres da cultura: o talento, o abraço e o sorriso.

Portanto, ao participar do Cariri Cangaço ninguém sai impune. Conviver com os cangaceiros da cultura é ganhar mais inteligência, engenho e arte. Eles tem a magia da valorização da memória e da cultura na alma.

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DISCOS DE VINIL, REVISTAS DE 1952 E RARIDADES CULTURAIS

Discos de Vinil, Rádios, Feira das cidades do interior. Três paixões que tenho. Coloquei aqui dois discos selos originais, raros, estes fazem parte da minha coleção de Música, vida e obra de Luiz Gonzaga. Detalhe: percebam escrita Rosil, data 10-07-1967, ele perterceu a Rosil Cavalcanti, parceiro, compositor de Luiz Gonzaga e de Jackson do Pandeiro. O que impressiona? No dia 10 de julho de 1968 Rosil Cavalcanti morreu. Percebam o valor das datas...a assinatura é exatamente um ano antes dele falecer!

Rosil Cavalcanti é o autor de centenas de clássicos da música brasileira. Sebastiana, Aquarela Nordestina, Saudade de Campina Grande, Amigo Velho, Faz Força Zé...Rosil de Assis Cavalcanti nasceu em Macaparana, Pernambuco.  Eu tive a honra de conhecer na década de 90, a viúva de Rosil, Maria das Neves-Dona Nevinha...

A capa desse disco vinil consta no livro biografia do músico pernambucano Rosil Cavalcanti. O livro “Pra Dançar e Xaxar na Paraíba: Andanças de Rosil Cavalcanti”, de  Rômulo Nóbrega e José Batista Alves, tem prefácio de Agnello Amorim.
Radialista, humorista, percussionista e compositor, Rosil Cavalcanti era radicado na Paraíba, foi autor de obras clássicas da música  brasileira, na voz de Jackson do Pandeiro, Marinês e Luiz Gonzaga, dentre outros intérpretes nacionais.

A biografia de Rosil Cavalcanti foi lançada em 2015 uma homenagem ao seu centenário de nascimento, 47 anos depois de sua morte, em 1968, aos 53 anos de idade, em Campina Grande, onde viveu a maior parte de sua vida e se projetou no Brasil.

O livro “Pra Dançar e Xaxar na Paraíba”, 444 páginas, editado pela gráfica Marcone, é enriquecido com vasta iconografia do biografado, suas fotos desde a infância, juventude, a vida de casado, em programa de rádio no papel do famoso personagem Capitão Zé Lagoa, além de imagens de Rosil com colegas de trabalho, artistas, músicos, suas caçadas e pescarias, capas e selos de discos.

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SERRA TALHADA PROMOVERÁ ENCONTRO NORDESTINO DE XAXADO

A Fundação Cultural Cabras de Lampião (Ponto de Cultura) promoverá o 13º Encontro Nordestino de Xaxado, que acontecerá entre os dias 01 a 05 de novembro, na Estação do Forró.

O evento, realizado desde 2002, é um dos mais importantes do interior do estado e reúne grupos para apresentações, além de Oficinas de danças, palestra sobre Patrimônio, feira de artesanatos da região, mostra de comedoria sertaneja, apresentações musicais, passeio turístico ecológico ao Sítio Passagem das Pedras (onde nasceu Lampião) e a Fazenda Pedreira (do primeiro inimigo de Lampião, Zé Saturnino) e o Baile Perfumado, no Clube da Fazenda São Miguel, com Assisão.

Esse ano o Encontro Nordestino de Xaxado, terá como tema, o bicentenário da Revolução Pernambucana e 120 anos de nascimento de Lampião. A Estação do Forró, principal polo de apresentações, está instalado o Museu do Cangaço, o Parque de Esculturas Ronaldo Aureliano e a Academia Serra-talhadense de Letras. 
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ANUNCIADO SARAIVA DEFENDE QUE LUIZ GONZAGA DEVERIA SER DISCIPLINA EM SALA DE AULA

Anunciado Saraiva é  um conhecedor e utilizador das mais variadas técnicas e ferramentas de desenho. Nascido em Barbalha, Ceará, porém faz questão de registrar que é criado em Exu, terra de Luiz Gonzaga.

"Comecei a criar artes há 10 anos, por diversão, e acabei me apaixonando pela cultura gonzagueana, dai passei a criar artes em seu nome, hoje, 90% de tudo que eu crio é sobre o Gonzagão e seus seguidores", conta o advogado Anunciado Saraiva.

Um dos trabalhos mais usados no universo de Luiz Gonzaga é a criação da marca, do símbolo não oficial dos 100 anos. "O processo de comunicar visualmente utilizando imagens e textos para apresentar informação utiliza de habilidades de desenho, estética, tipografia, artes visuais e diagramação", conta o advogado que  expressa o valor de Luiz Gonzaga nas horas dedicadas a cultura.

O trabalho usado por Anunciado é um processo técnico e criativo para comunicar idéias, mensagens e conceitos. Batizado e amadurecido no século 20, é hoje o design gráfico a atividade projetual mais disseminada no planeta. Com objetivos comerciais ou de fundo social.

Segundo Anunciado Saraiva, Luiz Gonzaga é um ícone da música popular brasileira, "foi ele que levou o nome e os problemas do sertão para o Brasil e para o mundo, foi ele que abriu portas para o nordeste, cantando e decantando o seu povo, o sofrimento, as súplicas, sempre cantando músicas de cunho político, criticando os nossos governantes que insistiam em manter os olhos fechados para o Nordeste".

"Quero acrescentar a falta de divulgação da cultura gonzagueana aos jovens em especial, na minha opinião, deveria haver uma disciplina na rede municipal exuense sobre a vida e obra de Luiz Gonzaga, garantindo assim que nossos jovens, que não conheceram Luiz Gonzaga, possam desfrutar um pouco da riqueza que esse nome traz", finalizou Anunciado Saraiva.
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VARZEA ALEGRE, CEARÁ: A TERRA DE JOSÉ CLEMENTINO, FRANZÉ SOUSA, JURANI E PROFESSOR CÍCERO

Varzea Alegre, Ceará, completa nesta terça-feira, 10 de outubro, 147 anos de Emancipação Política. Isto faz lembrar o saudoso José Clementino, o Parceiro de composição de Luiz Gonzaga. Zé Clementino teve a vida biografada pelo jornalista e escritor cearense Jurani Clementino. O compositor José Clementino do Nascimento conheceu o Rei do Baião na cidade do Crato, no estado do Ceará, na década de 1960. 

Varzea Alegre é a terra também de três grandes amigos e irmãos: do radialista Franzé Sousa, professor Cicero Antonio e Jurani Clementino. Franzé atualmente trabalha no sistema Som Zoom Sat de rádio e na Tv Verde Vale. Cícero um dos melhores agrônomos desse Brasil. e Jurani professor lá em Campina Grande-Paraíba. Todos comprometidos com a função social.

“Zé Clementino, o ‘matuto’ que devolveu o trono ao Rei” é o livro escrito pelo meu amigo jornalista Jurani Clementino. Jurani conta que escreveu o livro ao perceber a a participação importante de Zé Clementino na história do Rei do Baião. Até hoje, o parceiro de trabalho de Luiz Gonzaga não foi citado nas biografias e nem nas histórias contadas sobre o sanfoneiro, cantor e compositor.

“O objetivo do livro é evidenciar o compositor nas biografias de Luiz Gonzaga, por exemplo, Humberto Teixeira e Zé Dantas são citados, mas Zé Clementino não é, inclusive nas biografias de Exu”, explica o escritor. 

Na época em que conheceu Luiz Gonzaga, o compositor José Clementino ofereceu algumas composições que tinha feito, mas Gonzaga não se animou em firmar parceria com o artista cearense. Tempos depois, o cantor pediu ao compositor que fizesse uma música falando sobre os integrantes das bandas que estavam na mídia na década de 1960 e o que eles tinham em comum. Os Beatles, da Inglaterra, e a Jovem Guarda, movimento musical brasileiro, inspiraram o compositor.

Os cabelos sempre longos dos artistas dessas bandas levaram Zé Clementino a compor a música ‘Xote dos cabeludos’, que foi uma espécie de protesto de Gonzagão, que tinha sido deixado de lado naquele momento. A música faz os holofotes se voltarem para o Rei do Baião novamente.

“Depois que grava o Xote em 1967, Gonzaga volta assustadoramente a tocar nas rádios, no verão de 1968 foi a música mais tocada em todas as rádios do Brasil e traz Gonzaga de volta ao cenário midiático; foi um novo momento na vida dele”, ressalta Jurani. 

Em seguida, uma parceria é formada entre Luiz Gonzaga e Zé Clementino e o cantor grava várias músicas do compositor como ‘O jumento é nosso irmão’, ‘Apologia ao jumento’, ‘Sou do banco’ e ‘Capim Novo’, canção utilizada na abertura da novela da Rede Globo Saramandaia na primeira versão.

Jurani conta que Zé Clementino é seu parente distante, era primo da sua avô e que não encontrou dificuldades para produzir a obra. “Não tive dificuldades porque havia a necessidade de reparar o não aparecimento de Zé Clementino na vida de Gonzaga e também mostrar sua importância. A família dele me deu todo o apoio na produção da obra”, afirma o escritor.

O livro já merece uma 2º Edição...tenho dito...
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