IV SEMANA DE HUMANIDADES CAMPUS OURICURI TERÁ APRESENTAÇÃO DA ORQUESTRA SANFÔNICA DE EXU E CAMINHADA DAS SANFONAS

"A Semana de Humanidades do Campus Ouricuri, em sua quarta edição, traz como tema 'Exu nas escolas': saberes ancestrais, identidades e memórias. O evento homenageia a artista Elza Soares, que se encantou no começo deste ano, após mais de 60 anos de carreira. Considerada a voz brasileira do século XX, ela intitulou um dos seus últimos álbuns, gravado em 2018, de 'Deus é mulher'. Escancarando em suas letras problemas ligados ao machismo e à homofobia, uma das músicas do disco também trata da luta contra o racismo religioso: 'Exu nas escolas'. 

Nesta quarta-feira (30) novembro, das 16h às 18hs, acontece a Caminhada das Sanfonas, que contará com participação da Orquestra Sanfônica de Exu. 

O evento terá mediação dos professores Marcos Eugênio Gomes e professora Mayra Carmeli Maia Sales

EXU 110 ANOS Luiz Gonzaga; Em sua terceira edição, a Caminhada das Sanfonas vai acontecer no sabado, dia 10 de dezembro em Exu (PE), Sertão do Araripe e terá um significado especial neste ano. O evento, que foi criado para manter viva a memória do eterno Rei do Baião Luiz Gonzaga, vai celebrar os 110 anos do músico e homenageará desta vez o saudoso artesão Luizinho dos Couros. Além disso, também servirá para o lançamento de livros do pesquisador Paulo Vanderley.

Luizinho foi nada menos que o primeiro artesão de Gonzagão. O jornalista Leonardo Saraiva, neto de Luizinho, relata que em um domingo de 1954, Luiz Gonzaga, que estava de passagem, viu o vaqueiro Chico Ventura pelas ruas de Exu e notou, admirado, um gibão elegante de detalhes floridos. Mesmo sem conhecer o homem, o chamou: “Ei vaqueiro, venha cá. Quem foi que fez esse gibão seu?”, perguntou o Rei do Baião. “Foi um primo meu”, respondeu Chico. Gonzaga perguntou onde morava o artesão e logo pediu também para que ele levasse um fardo de couro que já tinha comprado, e foi logo se apresentando: “Aqui é Luiz Gonzaga, Rei do Baião!”.

“Chico cumpriu o pedido e entregou o fardo de couro para Luizinho, seu primo, vaqueiro e artesão de couro que aprendera o ofício com seu pai desde muito novo. Chico lhe contou a história toda. Luizinho ficou surpreso e aflito com tamanho pedido. Dias depois de Luizinho matutar sobre como faria, Gonzaga voltou a Exu e ambos trataram de tirar as suas medidas e confeccionar aquele que seria o primeiro terno de couro do rei do baião. E como todo rei, tem a sua coroa, colocada no grande chapéu de couro, um pedido de Luiz Gonzaga, que junto do gibão de vaqueiro vestia Luiz Gonzaga como rei, e Luizinho então passou a ser conhecido como Seu Luizinho dos Couros“, conta Leonardo.

Por isso a criadora do Projeto Caminhada das Sanfonas, a produtora cultural Marlla Teixeira, propõe mais uma vez aos sanfoneiros a oportunidade de mostrar o trabalho deles e, consequentemente, prestar diversas homenagens ao ‘Mestre Lua’ (como Gonzagão também era carinhosamente conhecido).

De acordo com Marlla, esta terceira edição mais uma vez destaca o setor cultural e de economia criativa de Exu. “A Caminhada das Sanfonas foi criada no ano de 2019, com o objetivo de valorizar os sanfoneiros das regiões sertanejas, promovendo a cultura gonzagueana e suas vertentes“, conta a produtora, ressaltando que é um evento gratuito.

A primeira edição reuniu mais de 100 sanfoneiros de todos os gêneros e faixas etárias, com a participação do Projeto Asa Branca – Escola de Sanfona de Exu. “Na programação de 2019, contamos com a apresentações do Grupo da Associação de Mulheres As Karolinas, desfile de Vaqueiros encourados e um lanche com comidas típicas para os participantes. Este ano 110 anos a expectativa é de mais um grande caminhada pelas ruas de Exu“, lembra Marlla.

A Caminhada das Sanfonas faz parte do primeiro evento-modelo de Feira de Economia Criativa, com exposição de artesanato, declamação de poesia, dança, apresentação cultural e artes de profissionais de Exu, com foco no trabalho manual feito nas associações, e que tenham como fonte de renda primária.

O empresário Ítalo Lino, que todos os anos participa dos festejos de aniversário de Luiz Gonzaga, define que Exu, terra de Luiz Gonzaga, é uma riqueza, um dos maiores patrimônios culturais do Brasil, que tem na sanfona infinitas formas de criações artísticas. “A sanfona é um dos instrumentos mais populares do Brasil. Este encontro é importante porque possibilita aos cidadãos um tipo de entretenimento que, ao mesmo tempo, promove e valoriza nossa cultura gonzagueana, e a homenagem a seu Luizinho dos Couros mostra o quanto a economia da região possui uma marca forte“, avalia. 

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PROJETO DE REPENTE NA ESTRADA ACONTECE NO DIA 02 DE DEZEMBRO

A Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) realiza na próxima sexta-feira (2), às 20h, mais uma edição do projeto ‘De Repente na Estrada’, desta vez no município de Itabaiana, no Agreste do estado. O show gratuito acontecerá na Praça Epitácio Pessoa e traz a dupla de repentistas paraibanos Erasmo Ferreira e João Lourenço. A apresentação fica por conta de Iponax Vila Nova, coordenador do projeto.

João Lourenço nasceu em Pilar (PB), nas terras do Engenho Corredor, mesma propriedade rural onde nasceu o romancista José Lins do Rego. Começou a cantar em 1977. Dedicou-se por sete anos ao coco e depois adotou a viola. Mudou-se para Pernambuco em 1984, quando começou a atuar em dupla com Rogério Menezes. Começou a carreira de repentista na Zona Rural e depois veio para a cidade com a intenção de se profissionalizar. Atualmente, João Lourenço reside em Caruaru (PE). É considerado, pelos amantes da cantoria, como um dos melhores poetas cantadores do Nordeste.

Erasmo Ferreira nasceu um Aroeiras (PB) e desde pequeno sinalizava a afinidade com a arte do repente e da cantoria. Percebendo o talento do filho, sua mãe logo o presenteou com o primeiro violão, instrumento comprado de um cigano que passava pela cidade. Assim, aos 15 anos, ele começou a participar de apresentações e, desde então, passou a se destacar em encontros e festivais de violeiros pela região Nordeste e por todo o país.

No começo dos anos 90, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde deu continuidade à cantoria. Tem uma constante preocupação em promover a cultura nordestina, atuando em Aroeiras, Serra Branca, São Jose do Cordeiros, entre outros municípios. Já conquistou vários prêmios em festivais de violeiros e gravou três CDs, acumulando também algumas participações em álbuns de festivais com parceiros de poesia. Atualmente, Erasmo Ferreira reside em Campina Grande, onde assumiu, em janeiro do ano passado, o cargo de presidente da Associação de Repentistas e Poetas Nordestinos (ARPN), com sede naquela cidade.

O projeto ‘De Repente na Estrada’ vem sendo realizado no formato presencial desde janeiro de 2022. O objetivo da ação itinerante é visitar uma cidade paraibana a cada mês, levando a cultura popular ao interior da Paraíba e, para isso, conta com a participação de 30 repentistas de seis estados do Nordeste: Paraíba, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão.

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19ª ROMARIA DE PAU DE COLHER ACONTECE NO DIA 13 DE DEZEMBRO COM O TEMA SOMOS POVO DA ESPERANÇA. POVO DE FÉ

No dia de Santa Luzia, terça-feira (13) de dezembro, será realizada, no município de Casa Nova (BA), será realizada a 19ª Romaria de Pau de Colher.  Com o tema “Somos Povo da Esperança. Povo de Fé", a romaria terá início às 8h, com concentração no “acampamento”, local em que na década de 1930 reuniu um movimento camponês religioso, social e político, composto por aproximadamente quatro mil pessoas.

No mesmo espaço, em janeiro de 1938, cerca de mil camponeses foram massacrados pelo Estado brasileiro.

No ano de 2018, na sombra lateral de sua casa, em meio ao sertão nordestino, Seu Militão Rodrigues da Silva pega a bengala improvisada e desenha um círculo no chão de terra. Ao lado da esfera, sinaliza com algumas batidas que ali era o local onde estava a metralhadora, amarrada a uma árvore e apontada para o acampamento. O episódio ao qual se refere, com memórias tão vivas, mesmo próximo de completar 90 anos de idade, é o massacre de cerca de mil pessoas da comunidade de Pau de Colher, ocorrido em janeiro de 1938.

Sobrevivente, Seu Militão é testemunha de um capítulo de horror da história brasileira, marcado pela violência brutal do Estado, na época sob a Ditadura Vargas, e que até hoje reverbera em traumas e preconceitos.

Há 84 anos, o arraial, localizado a 98 km da sede do município Casa Nova (BA), na divisa com os estados de Piauí e Pernambuco, chegou a reunir aproximadamente quatro mil pessoas, população maior do que a própria sede do município e cidades vizinhas, a exemplo de Petrolina (PE) e Remanso (BA). No local, debaixo de um frondoso pé de juazeiro existia uma feira e importante ponto de encontro, bastante movimentado, mas os motivos dessa grande aglomeração foram religiosos e sociais.

A comunidade se tornou uma espécie de extensão de Caldeirão, comunidade cearense liderada pelo beato Zé Lourenço. O escritor piauiense Marcos Damasceno, autor do livro “Guerra de Pau de Colher: Massacre à sombra da ditadura Vargas”, explica que, no início, a ideia era que Pau de Colher fosse um local que selecionasse as pessoas que iriam para Caldeirão, mas, com a destruição deste em 1936, as pessoas permaneceram e os sobreviventes que seguiam Zé Lourenço se juntaram a eles.

“Então Pau de Colher se formou como uma terra sagrada, como uma terra prometida. E daqui as pessoas iam buscar alcançar as coisas do céu porque aqui faltava tudo”, comenta o escritor.  Era uma época em que imperava a injustiça social, desigualdades e opressões, marcada sobretudo pelo coronelismo. A região era esquecida pelo Estado e grande parte da população vivia em situação de extrema pobreza. A escolha de seguir o José Senhorinho, líder religioso de Pau de Colher, representava uma luta por melhores condições de vida. Pau de Colher foi um movimento camponês religioso, mas também social e político.

Em 1934, as pessoas começaram a chegar ao local, primeiro para participar das rezascom o Senhorinho, depois, para morar. Em 1937, o arraial atingiu sua maior população. Foi um “dilúvio de gente”, lembra Dona Helena Nogueira, sobrevivente da guerra. Homens, mulheres e crianças viviam em “latadas”, uma espécie de barraca feita com palha e varas, e faziam refeições coletivas. Comia “tudo na mão, não era colher não”, conta Seu Militão ao falar da alimentação no acampamento, que, segundo ele, era “um feijão véio mal cozinhado, sem tempero”.

Nem toda a população da vizinhança quis integrar o movimento religioso, o que gerou disputas, motivadas, principalmente, de acordo com Damasceno, pela postura do Joaquim Bezerra. O Quinzeiro, como era conhecido, assumiu a liderança de Pau de Colher após a morte do Senhorinho. Para o escritor, a história do movimento pode ser dividida em dois momentos, uma sob a liderança de Senhorinho, marcada pela vida em comunhão, partilha e rituais religiosos; e outro com o Quinzeiro, época de violência e brigas entre os que estavam dentro e fora do arraial. Essa distinção também é relatada em depoimentos dos moradores do local.

Para além das disputas internas, a multidão em Pau de Colher incomodou as forças políticas regionais. O período era de Ditadura Vargas, perseguição ao cangaço, e movimentos semelhantes como o próprio Caldeirão e Canudos haviam sido dizimados.

Quatro volantes policiais foram a Pau de Colher. A primeira, de São Raimundo Nonato (PI); a segunda, de Casa Nova, que matou o Senhorinho; a terceira, do Pernambuco, comanda pelo capitão Optato Gueiros e responsável pelo massacre da comunidade; e a última, do estado Piauí.

O ataque da polícia de Pernambuco ocorreu entre os dias 19 e 21 de janeiro de 1938. A população reagiu, lutou contra a força policial com as armas que tinham (cacetes feito de árvores), alguns conseguiram se esconder e fugir, mas a maioria não sobreviveu. Mais de 400 pessoas estão enterradas em uma sepultura coletiva localizada onde funcionava o acampamento. Estima-se que cerca de mil tenham morrido no massacre, atingidos pelas armas e também de fome e sede na caatinga.

“Diz minha mãe que ficou lá o campo igual melancia na pedra”, relata o lavrador Francisco do Nascimento, nascido em Pau de Colher. Ele conta que sua mãe, Dona Ângela, 92, sobrinha do Senhorinho, enquanto fugia do ataque policial com a família, viu sua irmã mais nova morrer em seus braços com um tiro na cabeça. A brutalidade da ofensiva policial foi tamanha, que Dona Gildete Justiniano, nascida no ano do massacre, e que perdeu avó e tios na guerra, diz que “até tem hora que pensa que [a guerra] é um sonho”.

Para o lavrador Gregório Manoel Rodrigues, 73, nascido na comunidade, “eles morreram tudo de injusto. A polícia não era pra ter matado aquele povo. Era pra ter pegado e ver o que eles queriam”.

INVISIBILIDADE: Quem chega na comunidade formada por cerca de 40 famílias, se depara com aqueles que têm orgulho de dizer que são “raiz e semente da história” e outros que evitam ao máximo tocar no assunto. A história da luta do povo por dignidade e pela sobrevivência diante da negação e violência do Estado foi ocultada. Prevaleceu a versão de um povo sem propósito, violento e fanático.

“Ainda hoje tem gente que tem preconceito com isso aqui, tem umas pessoas que não quer nem que falem das pessoas daquele tempo”, comenta Gregório Manoel. Por muito tempo as pessoas utilizavam o nome da comunidade no sentido pejorativo, para adjetivar negativamente outras situações. “Lá vai virar um Pau de Colher”, conta Francisco do Nascimento. “Usavam o nome daqui pra poder chocar os outros”, complementa.

O historiador e professor da Universidade de Pernambuco (UPE) Moisés de Almeida afirma que em quase todos os eventos em que ocorrem massacres há a tentativa de apagamento, de esquecimento da memória. Almeida desenvolve pesquisa sobre a narrativa dos jornais de Pernambuco sobre os movimentos sociais, entre os anos de 1896 a 1938. Segundo o historiador, a imprensa do período trata as lutas de Pau de Colher, Canudos e Caldeirão como atentados ao regime.

Para a imprensa “é uma população que se rebela contra o governo, contra o Estado e o Estado precisa neste caso agir, agir fortemente contra a população”, destaca o professor que acrescenta que “a imprensa, inclusive, vai dizer que para fera não existe outra solução que não a bala ou a faca”.

IDENTIDADE: Após 84 anos da Guerra do Pau de Colher ainda encontramos objetos da época no local do acampamento, a exemplo de balas. Não existe museu ou memorial na comunidade. A memória e a história são preservadas pelos próprios moradores, que são os responsáveis por capinar o acampamento, manter conservadas as sepulturas e guardar os objeto antigos.

À espera da construção de um museu, a família do Seu Gregório guarda como se fosse um tesouro as balas, talheres, pedaços de vidro, moedas e cachimbos encontrados. “O poder público acabou, matou o povo, eles tinham o direito de construir e entregar propovo”, afirma Gregório ao falar sobre o desejo da construção de uma estrutura física.

O Estado, que despreza a história, continua a negar o local, mas a população permanece resistindo. Desde 2003, a comunidade realiza, todos os anos, uma romaria. “É de muita importância, porque se não o lugar tava acabado. Todo mundo fala na romaria, se não tivesse a romaria ninguém falava”, diz Gregório.

Realizada junto com a Paróquia São José Operário e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a Romaria de Pau de Colher acontece sempre dezembro, no dia de Santa Luzia. “Até o ano de 2003 o pessoal tinha um trauma daqui, mas agora o pessoal tá atentando pravalorizar a história do Pau de Colher”, aponta Francisco. É também a partir desse período que tecnologias sociais chegaram, a exemplo das cisternas de captação de água de chuva para consumo humano e produção, e algumas instituições passaram a atuar na comunidade, possibilitando melhores condições de vida para população.

Entre os moradores do município de Casa Nova é comum encontrar pessoas que desconhecem a história de Pau de Colher ou que a associam apenas a uma visão negativa da comunidade. Com o objetivo de mostrar uma nova visão do movimento religioso e social, uma turma de estudantes do Colégio Antônio Honorato desenvolveu um projeto sobre a história local. Eles realizaram uma pesquisa com a comunidade escolar e descobriram que apenas 4% dos estudantes, professores e servidores do Colégio tinham conhecimento sobre a Guerra de Pau de Colher.

A partir desse dado, os estudantes foram até a comunidade, conversaram com os moradores e produziram uma série de materiais, como um álbum de fotografias, perfis de redes sociais online e um documentário. “Foi muito importante para trazer a história de Pau de Colher para que se torne patrimônio da escola, para ela ser mais conhecida, porque é uma história muito desconhecida e tem sua versão muito distorcida pela população casa-novense”, avalia a estudante do 1º ano do ensino médio Jailane Braga

Para Átila Ramon Gomes, também estudante e integrante do projeto, os materiais que eles produziram “estão sendo usados como meio para contar uma nova versão da história e mostrar realmente como que aconteceu, que não foi só o que eles pensam, mas que tem um outro lado da história”.

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NEY VITAL SACODE O FORRÓ COM BOM JORNALISMO

A audiência de rádio no Brasil vem crescendo, segundo dados do Kantar IBOPE Media. A integração entre o rádio e as plataformas digitais é uma realidade que vem ganhando corpo nos últimos anos no Brasil. Se no início da ascensão digital se falava em ouvir rádio pelo site das emissoras, hoje muitas delas já contam com aplicativos e uma série de conteúdos e promoções exclusivas para os meios digitais.

Para se ter uma ideia, segundo estudo recente do Kantar Ibope Media, 89% das pessoas escutam Rádio via mobile, pelo computador, enquanto 56% segue nos receptores convencionais, em casa ou no carro.

A audiência ainda está ligada ao aparelho receptor comum, mas o ouvinte também está no computador e, principalmente, no celular.O rádio continua sendo o principal veículo de comunicação do Brasil. Aliado a rede de computadores está cada vez mais forte e líder.

Na rádio Cidade AM 870 e Cidade FM 95.7, o jornalista Ney Vital apresenta o Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e Amigos.  O programa é transmitido todos os domingos,  a partir das 8hs da manhã, www.radiocidadeam870.com.br, também no instagram, YouTube.

A direção da emissora apostou na reinvenção, no projeto especial e aposta no conteúdo cultural e os resultados aparecem.

O Programa NAS ASAS DA ASA BRANCA VIVA LUIZ GONZAGA e SEUS AMIGOS segue uma trilogia amparada na cultura, cidadania e informação. “É o roteiro usado para contar a história da música brasileira a partir da voz e sanfona de Luiz Gonzaga, seus amigos e seguidores”, explica Ney Vital.

O programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga é um projeto que teve início em 1990, numa rádio localizada em Araruna, Paraíba. “Em agosto de 1989 Luiz Gonzaga, o  Rei do Baião fez a passagem, partiu para o sertão da eternidade e então, naquela oportunidade, o hoje professor doutor em Ciência da literatura, Aderaldo Luciano fez o convite para participar de um programa de rádio. E até hoje continuo neste bom combate”.

O programa é o encontro da família brasileira. Ney Vital não promove rituais regionalistas, a mesquinhez saudosista dos que não se encontram com a arte e cultural, a não ser na lembrança. Ao contrário, o programa evoluiu para a forma de espaço reservado à cultura mais brasileira, universal, autêntica, descortinando um mar e sertões  de ritmos variados e escancarando a infinita capacidade criadora dos que fazem arte no Brasil.

É o conteúdo dessa autêntica expressão nacional que faz romper as barreiras regionais, esmagando as falsificações e deturpações do que costuma se fazer passar como patrimônio cultural brasileiro.

Também por este motivo no programa o sucesso pré-fabricado não toca e o modismo de mau gosto passa longe. “Existe uma desordem , inversão de valores no jornalismo e na qualidade das músicas apresentadas no rádio”, avalia Ney Vital que recebeu o título Amigo Gonzagueano Orgulho de Caruaru, e Troféu Luiz Gonzaga 2014 Exu,  recentemente em evento realizado no Espaço Cultural Asa Branca, foi um dos agraciados com o Troféu Viva Dominguinhos em Garanhuns.

Ney Vital usa a credibilidade e experiência de 30 anos atuando no rádio e tv. Nas afiliadas do Globo TV Grande Rio e São Francisco foi um dos produtores do Globo Rural, onde exibiu reportagens sobre Missa do Vaqueiro de Serrita e festa aniversário de Luiz Gonzaga e dos 500 anos do Rio São Francisco, além de dezenas de reportagens pautadas no meio ambiente do semiárido e ecologia.

Membro da Rede Brasileira de Jornalismo e Técnico em Agroecologia, Ney Vital é Formado em Jornalismo na Paraíba e com Pós-Graduação em Ensino de Comunicação Social pela UNEB/Universidade Federal do Rio Grande do Norte faz do programa um dos primeiros colocados na audiência do Vale do São Francisco, segundo as pesquisas.

O Programa Nas Asas da Asa Branca, ao abrir as portas à mais genuína música brasileira, cria um ambiente de amor e orgulho pela nossa gente, uma disseminação de admiração e confiança em nosso povo — experimentada por quem o sintoniza, dos confins do Nordeste aos nossos pampas, do Atlântico capixaba ao noroeste mato-grossense.

Ney Vital usa a memória ativa e a improvisação feita de informalidade marcando o estilo dos diálogos e entrevistas do programa. Tudo é profundo. Puro sentimento. O programa flui como uma inteligência relâmpago, certeira e  hospitaleira.

“O programa incentiva o ouvinte a buscar qualidade de vida. É um diálogo danado de arretado. As novas ferramentas da comunicação permitem ficarmos cada vez mais próximos das pessoas, através desse mundo mágico e transformador que é a sintonia via rádio”, finalizou Ney Vital.

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NO BRASIL SÃO MAIS DE 4,2 MIL EMISSORAS DE RÁDIO FM E CERCA DE 1 MIL NA FAIXA AM

O Ministério das Comunicações homenageou ontem (23), 55 radiodifusores, emissoras, entidades e personalidades do setor em cerimônia que celebrou os 100 anos da rádio no Brasil. O evento foi promovido em parceria com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Cada um dos premiados recebeu uma medalha em bronze, confeccionada pela Casa da Moeda e pelo Ministério das Comunicações. Segundo o ministro das Comunicações, Fábio Faria, a rádio continua em expansão, mesmo com os avanços tecnológicos.

“A rádio continua voando. A iniciativa de levar os aplicativos de rádio FMs para os celulares foi fundamental para este momento. Com mais de 250 milhões de aparelhos de telefones no país com modo FM, vamos ter muito mais gente escutando rádio”, disse Faria.

Segundo o ministro, a pasta já fez mais de 1,1 mil migrações de rádios para FM. “Tivemos também o parcelamento das outorgas. Foi uma entrega de todo o time que temos no ministério e ouvindo a todas as entidades. Acredito que demos mais vida longa para este ramo que é tão importante”, disse.

Entre as emissoras premiadas estão as rádios Band FM (SP), Jovem Pan (SP), CBN (RJ), FM O Dia (RJ), Verdes Mares (Fortaleza), Itatiaia (MG), Pampa e Guaíba (RS), Clube (DF) e Rádio Nacional (EBC). Entidades como a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) e a Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert) também foram condecoradas.

Também foram homenageados os comunicadores Ratinho e Ricardo Boechat, que morreu em 2019 em um acidente de helicóptero. E condecorados o programa A Voz do Brasil, o ministro da Ciência, Tecnologia, Paulo Alvim, e a família do ex-presidente Epitácio Pessoa, que inaugurou o rádio no Brasil.

Na solenidade ocorreu também a apresentação de selos que marcam os 100 anos do rádio. Confeccionados pelos Correios, eles sintetizam a história do rádio e fazem referência à primeira transmissão ocorrida no Brasil, com a imagem de Roquette-Pinto, fundador da primeira emissora do país e considerado o pai da radiodifusão no Brasil. No total, foram confeccionados 14 mil blocos comemorativos. Num procedimento chamado de obliteração, os selos foram marcados para evitar o uso posterior.

O secretário de Radiodifusão, Maximiliano Martinhão, apresentou dados dos programas e ações executadas pelo Ministério das Comunicações. Em quase 2 anos e meio, mais de 36 mil processos foram analisados, resultando na assinatura de mais de 1,6 mil termos de adesão ao Programa Digitaliza Brasil.

Martinhão também citou a migração de mais de 1 mil rádios de AM para FM e a contemplação de 431 municípios pelo Plano Nacional de Outorgas (RadCom). Um total de 94 emissoras foram autorizadas a retransmitir a programação na Amazônia Legal – nos estados do Amazonas (62), Acre (28) e Rondônia (4).

O secretário mencionou ainda a elaboração de editais de consulta pública para rádios comerciais, a flexibilização e dispensa do horário de veiculação da Voz do Brasi, o parcelamento de outorgas vencidas e a portaria que atualiza alterações de classe dos serviços de radiodifusão.

Atualmente, o Brasil tem 642 geradoras de programação para a televisão, com cerca de 24 mil retransmissoras de TVs. São mais de 4,2 mil emissoras de rádio FM com outorgas vigentes e mais de 1 mil na faixa AM. Além disso, existem quase 5 mil rádios comunitárias em funcionamento no país.

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LUIZ GONZAGA E AS BANDAS DE PIFE DOS SERTÕES

Deus era um tocador de pife e foi soprando nele, num pife feito de taboca, que deu vida ao Homem com seu sopro fiel". A expressão, licença poética é do professor doutor em Ciência da Literatura, Aderaldo Luciano. Uma das manifestações culturais mais emblemáticas da cultura são as bandas de pífano.

No próximo dia 13 dezembro, os festejos são para o cantor e sanfoneiro Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, que completaria 110 anos anos de nascimento. Um dos momentos mais emocionantes em Exu, Pernambuco, ainda éf a presença da Banda de Pífe, comadanda pelo mestre Louro do Pife.

No livro Igreja de São João Batista Exu Pernambuco-Sesquicentário, a professora e escritora Thereza Oldam de Alencar, pesquisadora dos episódios e sentimentos que nortearam a criação, o desenvolvimento e a consolidação do território exuense, desde a época da colonização, quando a região ainda era habitada pelos índios da nação Cariri, destaca que o grupo de zabumbeiros e pifeiros pontuam historicamente os eventos em Exu.

"O grupo de pifeiros e zabumbeiros se encontra capitaneado pelo histórico Seu Louro do Pife", diz Thereza Oldam ressaltando que octagenário Lourival Neves de Souza, Louro do Pife, continua atuando, forte, persistente e dinâmico.

Em vida Luiz Gonzaga sempre destacou a presença dos pifes e a importância do instrumento na cultura brasileira. Um das músicas, Bandinha de Fé, é uma homenagem de Luiz Gonzaga aos pifeiros espalhados neste Brasil.

O pífano (ou pife) é um tipo de flauta transversal feita em material cilíndrico (geralmente de Taboca, metal ou PVC) com 7 furos, um pra assoprar e 6 pra dedilhar, geralmente tem 3 tamanhos: “Régua Inteira”, “Três Quartos”, e “Régua Pequena”, onde quanto maior a grossura ou o tamanho do cano mais grave o som, e vice-versa.

O cantor Alceu Valença conta que Luiz Gonzaga traduzia e definia o ritmo e harmonia de sua banda dizendo: Alceu, sua música é uma banda de Pife eletrônica. 

PIFES SERTÕES: Minhas mais remotas lembranças de uma banda de pífanos levam-me às margens do Rio São Francisco, em Propriá, no Sergipe. Ali onde o calor entra pela boca do rio e desce sobre os viventes, devagar e sempre. O São Francisco foi o primeiro rio que vi de verdade. Nessa primeira vez, passei sobre ele por volta das 4 da manhã. Viajava num velho ônibus da São Geraldo que vinha de Natal, no Rio Grande do Norte, passava em Campina Grande, descia por Caruaru, se mandava para dentro das Alagoas, parava em São Miguel dos Campos seguia para Aracaju. Antes de Aracaju, deixou-me na entrada de Propriá. Não havia ninguém me esperando. Com minha mochila, caminhei a pé por mais ou menos dois quilômetros até à Rua Japaratuba, à procura da casa onde viveria por dois anos. Em lá chegando, sentei praça sob o comando de Salatiel Franciscano do Amaral.

Pois bem, desse tempo passado no Sergipe conheci todo o sertão e as cidades para baixo de Propriá. Em Brejo Grande fui batizdo nas curvas do rio. Na antiga Neópolis, atravessei para Penedo, numa balsa barulhenta com medo de ser arrastado pelas águas.Eu tinha 17 anos e vi e escutei pela primeira vez uma banda de pífano, banda cabaçal, zabumba, como queiram. A Briga do Cachorro Com a Onça e O Besouro Mangagá foram minha primeira aula. E ainda não ouvira falar da Banda de Pífanos de Caruaru. Aquilo arrebatou-me de tal forma que fiquei desarrazoado. O casamento dos pífanos, um na melodia, outro numa espécie de contracanto, a zabumba marcando num compasso diferente de tudo que eu ouvira, uma caixa malassombrada marcando um xaxeado e um par de pratos como um enxame de chuveirinhos juninos.

Nunca mais parei de ouvir esses sona. Depois encontrei com João do Pife, em Caruaru e, com seus discos debaixo do braço, fui fazer uma comparação dele com Zé da Flauta, nos discos de Alceu Valença. O pife é o sopro da vida, é o bicho escondido rosnando enfezado. Tenho certeza que Deus era um tocador de pife e foi soprando nele, num pife feito de taboca, que deu vida ao Homem com seu sopro fiel. Foi mesmo. E vou mais além em meu sonho de jeca: a trilha sonora do Universo, independente de Stephen Hawking, é a Briga do Cachorro Com A Onça!

A tradição do pife brasileiro ainda necessita de boas apreciações. Sendo um instrumento primitivamente da mata, feito a partir da taboca ou do bambu, muitas vezes do próprio talo da folha da abóbora ou do mamoeiro, o pife detém a magia elemental. Tirar o som de um instrumento, ao mesmo tempo rústico e sofisticado musicalmente, com uma escala complicada, não é nada fácil. O pife, como todo o instrumental, é caprichoso, requer tanta dedicação, tanto estudo e tanto apuro que muitos de nós que tentamos tocá-lo ficamos pelo caminho.

Minha arqueologia pessoal, como disse, encontra o pífano na infância quando a tribo de índios de João Pé-de-bolo saía no carnaval areense tocando, fatalmente, a marcha dos índios cariris. Aquele som parecia feito de bolinhas sonoras galopando, invisíveis, até nossos ouvidos. Brotaram-me a admiração e o afeto. Mas, também como falei acima, João do Pife apareceu-me um dia traduzindo uma imensa mesa de possibilidades. Das músicas folclóricas ao mais sofisticado jazz, o velho pife dava conta, dependendo do bico e das acrobacias digitais do tocador.

Independente de toda uma casta pifeira nacional, minhas raízes trazem-me sempre os quatro cavaleiros pelos quais afeiçoei-me na vida: João, Biu, Zé e Edmilsom do Pife. Para mim é o quarteto fundamental porque os primeiros que escutei detidamente tentando entender as frases, as síncopes, os dobrados, os trinados, as longas viagens e precisas estalagens. A partir daí, imaginei certa vez a imagem de Deus criando o homem e, olhando o barro inerte, entrando na mata, retirando um pedaço de taboca, lhe furando o corpo. Assoprou-lhe, dançando os dedos, e derramou a Vida do seu próprio Sopro dentro de nós.

Texto: Aderaldo Luciano-Doutor em Ciência da Literatura

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PROFESSOR DOUTOR ADERALDO LUCIANO PARTICIPA DA FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATY

A Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), Rio de Janeiro, um dos eventos mais importantes do calendário editorial e tem início nesta quarta-feira (23): depois de dois anos sem acontecer presencialmente, a FliP, em sua vigésima edição retorna excepcionalmente agora em novembro.

A Flip acontece entre os dias 23 a 27/11. Entre os temas a serem discutidos estão o futuro da Lei Cortez e do preço do livro no país, a indústria livreira como agente de inclusão e diversidade e as novidades no setor de audiolivros.

A Festa Literária de Paraty, em seus 20 anos de história, se posiciona como um laboratório de reflexão, em que encontros e atividades buscam pensar saídas para as crises contemporâneas.A Flip oferece experiência única, permeada pela literatura, cujo evento está sempre em conexão com uma manifestação cultural, que está reunida numa interlocução permanente entre as artes; além de propagar vivências focadas sobretudo na diversidade cultural.

Uma das presenças é da escritora Annie Ernaux vencedora do Prêmio Nobel de Literatura, entre outros grandes nomes. A homenageada deste ano é a educadora e escritora Maria Firmina dos Reis. 

Em defesa da cultura, origens e perspectivas da literatura de cordel o evento conta com a presença do escritor Aderaldo Luciano, doutor em Ciência da Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Aderaldo Luciano afirma que como forma poética o cordel nasceu no Recife, tendo como seu sistematizador Leandro Gomes de Barros, nascido em 1865 e que morreu em 1918. Essa defesa está publicada em seu livro Apontamentos Para uma História Crítica do Cordel Brasileiro, publicado pela Editora Luzeiro, de São Paulo.

A ideia é mostrar a força e a riqueza desse sistema poético que, como dizem os especialistas, uma coisa é o folheto, elemento meramente gráfico, outra o cordel, elemento-linguagem. A compreensão desses conceitos é essencial para acompanhar a discussão.

Outras formas de arte complementaram o cordel, como a xilogravura na confecção dos livretos. Outras beberam de sua fonte. Aderaldo lembra que quando a editora Prelúdio de São Paulo passou a publicar folhetos doou um novo formato ao cordel, com capas coloridas, papel melhor, letras trabalhadas. Ele conta que foi uma revolução. Já a Editora Luzeiro, sucessora da Prelúdio, transformou-se na maior e mais bem-sucedida editora de cordel do Brasil.

“Muitos folheteiros, como José Bernardo, culparam a Luzeiro pelo fim das folhetarias tradicionais no Nordeste. Quem produzia as capas eram grandes nomes das artes plásticas nacionais: Sérgio Lima, Eugenio Colonese, Seabra, Smaga. A Luzeiro passou a quadrinizar o cordel. Até hoje é reeditado o Pavão Misterioso em quadrinhos. No cinema, O Homem Que Virou Suco, de João Batista de Andrade, é um exemplo, usou o cordel como matéria principal. O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, é inspirado em três folhetos de cordel. A música nordestina tem a base no cordel e na cantoria. As artes plásticas e até a arquitetura seguiram temas cordelísticos. Há inclusive presença do cordel na moda. O cordel é uma ordem”, destaca.

A festa literária também conta com eventos paralelos, com opções como ioga e meditação, além de atividades para crianças na Central Flipinha.

A curadoria neste ano é coletiva e fora do eixo Rio-SP. São eles: Fernanda Bastos, jornalista gaúcha, Milena Britto, professora da UFBA, e Pedro Meira Monteiro, que é de São Paulo, professor na Universidade de Princeton.

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ROMANCE HISTÓRICO RETRATA A FRAGILIDADE HUMANA NA SANGRENTA GUERRA DE CANUDOS

Na aridez do sertão baiano, com armas em punho sob o sol escaldante, tropas avançam prontas para dizimar civis e enfrentar jagunços que têm como trunfo o conhecimento geográfico - e a capacidade de sobreviver em situação miserável. A fome, a desidratação, as feridas abertas, as privações de sono e descanso rondam ambos os lados, assim como os urubus se aglomeram ansiosos pelas sobras dos embates.

Por esse cenário inóspito, Roosevelt Colini, que assina como R. Colini, convida o leitor a uma jornada de sobrevivência no livro Entre as Chamas, Sob a Água. O romance histórico retrata a brutalidade da Guerra de Canudos, em uma terra banhada em sangue e desesperança, onde a dignidade é arrancada e a humanidade se esvai.

No meio desse massacre, que eviscerou ambos os lados, o protagonista, um jovem combatente do exército brasileiro, perde a empatia, a fé e o propósito. Acostumado às estratégias militares que forjaram os heróis nos campos de batalha, ele logo percebe o despreparo e a incompetência do exército para aquele cenário.

O livro mostra que, sem instrução acerca do comportamento dos jagunços na guerra, o pelotão é surpreendido por um “inimigo invisível”. Para sobreviver, o soldado atravessa a trincheira e passa a combater os próprios colegas, enquanto sucumbe à solidão e ao odor podre da guerra.

Afinal de contas, ainda que Canudos acabe sem que eu morra, mesmo se eu não tivesse vivido

entre os dois lados da guerra, sinto que minha vontade de fuga não é vontade de regresso,

porque não gostaria de ver mais ninguém, não gostaria de encontrar meu pai, que saberia,

no momento em que chegasse, que eu estaria destituído de ilusões e que o filho que partiu

não é o mesmo que retorna. Não é vergonha, não é culpa, não é arrependimento;

é ausência devontade de estar entre humanos,é a alma que se foi, farta do que viu.

(Entre as Chamas, Sob a Água, p. 52)

O personagem principal de Entre as Chamas, Sob a Água descreve na calada da noite os horrores que vivencia, com um pequeno lápis em papel. Para não ser descoberto, relata o drama no Arraial em francês, língua incomum aos envolvidos no conflito.

Presenciar a barbárie das degolas, as condições insalubres nos acampamentos, as dores causadas pela fome, sentir o cheiro ocre do sangue misturado a fezes, urina e suor, arrancam a civilidade do protagonista, tornando-o cada vez mais solitário e silencioso. Nesta nova realidade, ele recebe a alcunha de Chico Mudinho e passa a conviver com personagens históricos, como Antônio Conselheiro e João Abade.

Colini, autor do romance Curva do Rio, obra elogiada pela crítica e pelo público, prova que ainda existe um universo humano a ser explorado, interpretado e atualizado em relação a essa batalha histórica.

O escritor oferece uma vigorosa composição literária para marcar uma parte da história brasileira que não deve ser esquecida. A saga do jovem oficial do exército não nos deixa esquecer de homens, mulheres e crianças que tiveram a existência apagada pairando entre o fogo e as águas que afundaram Canudos.

O AUTOR: Colini é um escritor que andou fazendo outras coisas por 30 anos e que faz agora meio século de idade. Quando o vagalhão de 1968 acabava de deixar suas últimas espumas na praia e recuava com força ao mar, arrastando aquela geração de volta para as utopias irrealizadas e deixando o cheiro de maresia e AIDS na década de 1980, Colini participou da última leva do movimento estudantil não-profissionalizado. Depois, foi jornalista por dois anos na Folha de S. Paulo e então decidiu batalhar grana virando empresário. Estudou Filosofia e Ciências Sociais na USP, mas não conclui nenhum dos cursos. Escalou dois dos sete cumes mais altos dos continentes: Elbrus e Kilimanjaro. Montou uma operadora de telecomunicações, mas há três anos, delegou a gestão da empresa. Escreveu três romances e dezenas de contos. Daqui para frente, sua vida será focada na escrita.

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ARMAZÉM DA CAATINGA LANÇA LOJA VIRTUAL DE PRODUTOS DA AGRICULTURA FAMILIAR

Os produtos da agricultura familiar, comercializados no Armazém da Caatinga de Juazeiro, estarão disponíveis também na internet. Na próxima terça-feira (22), será lançada a loja virtual, que disponibilizará, inicialmente, uma média de 150 produtos diferentes para a entrega em todo o Brasil. 

A ideia é aumentar o número de itens e assegurar que mais alimentos saiam da propriedade dos agricultores e das agricultoras familiares e cheguem às mesas de muitos lares brasileiros. Na semana de lançamento, a loja ofertará promoções e frete grátis. Para quem mora nos municípios de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) as entregas serão feitas por meio de delivery.

O evento de lançamento da loja virtual deve reunir representantes da imprensa e influencers digitais do Vale do São Francisco, formadores de opinião, lideranças da agricultura familiar, comunicadores populares e jornalistas de, pelo menos, sete estados do Nordeste e de Minas Gerais.

A estratégia é parte de um conjunto de ações da Central de Cooperativas da Caatinga - Central da Caatinga, entidade que gerencia o Armazém, que visa potencializar a comercialização da produção de famílias agricultoras e assegurar que a loja virtual consiga visibilizar e despertar o consumo consciente em mais pessoas, aumentando assim a cartela de clientes.

O lançamento da loja virtual conta com o apoio do Governo do Estado da Bahia, por meio do Pró-Semiárido, projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com cofinanciamento do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida). A ação tem também a parceria do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa).

Serviço: O quê: Lançamento da loja Virtual do Armazém da Caatinga

Local: Armazém da Caatinga, vila Bossa Nova/Orla II, Juazeiro (BA)

Data: 22/11/2022

Horário: 19h 

Fonte: Assessoria de Comunicação SDR/CAR 

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FESTIVAL EDÉSIO SANTOS DA CANÇÃO CONFIRMA ATRAÇÕES: JOÃO SERENO, MACIEL MELO E OSWALDO MONTENEGRO

O Festival Edésio Santos da Canção, que acontecerá entre os dias 15 e 17 de dezembro, em Juazeiro, já tem suas atrações confirmadas. O evento, um marco histórico e cultural do município é uma realização da Prefeitura de Juazeiro através da Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes (SECULTE).

No primeiro dia de festival, será a juazeirense Andrezza Santos que fará um grande show. A cantora venceu a edição de 2018 com a melhor canção, 'Não Passarão' , além dos prêmios de 'Melhor Intérprete' e 'Júri Popular'.

Já no sábado (16), será a vez de João Sereno e Maciel Melo, com o show 'Amigos', unindo Bahia e Pernambuco numa gostosa mistura de ritmos.

A grande final, que acontece no domingo (17), será coroada pelo belíssimo show de Oswaldo Montenegro. O  cantor e compositor de canções como 'A lista' , 'Eu quero ser feliz agora' e do poema 'Metade' marcará mais um espetáculo que entrará para a história do festival Edésio Santos da Canção com um dos grandes nomes da MPB.

As inscrições seguem abertas até o dia 20 de novembro, através de banner disponível no site da prefeitura de Juazeiro.

Premiação-Entre as 12 canções escolhidas para a fase final, as três primeiras músicas colocadas, melhor intérprete, melhor canção local e o vencedor do Júri Popular receberão as seguintes premiações: 1º lugar, R$ 10,5 mil; 2º lugar, 8,5 mil; 3º lugar, R$ 6,5 mil; Melhor Música Local, R$ 3,5 mil; Melhor Intérprete, R$ 3,5 mil, Prêmio do Júri Popular, R$ 2,5 mil.

Fonte: Ascom Seculte PMJ

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DANDARA E ZUMBI DOS PALMARES, HERÓIS DO POVO NEGRO SÃO TEMAS DA CELEBRAÇÃO DA CONSCIÊNCIA NEGRA, EM FLORESTA, PERNAMBUCO

O evento Consciência Negra em Floresta, Pernambuco é realizada todo mês de novembro, por iniciativa do Instituto Cultural Raízes, que em 2009 idealizou a vivência deste momento e de 2010 em diante, transformou a celebração no maior evento de Cultura Afrobrasileira da região.

Na segunda-feira (20) com o tema Dandara e Zumbi Heróis do Povo Negro será realizada mais uma Celebração da Consciência Negra, com programação prevista para às 19hs concentração em frento ao Projeto Arte e Vida, ao lado da Igreja de São Francisco e ás 19h30 Cortejo Cultural pelas ruas do bairro do DNER.

DANDARA E ZUMBI: Dandara foi esposa de Zumbi dos Palmares, o último dos líderes do Quilombo dos Palmares, o maior dos quilombos do período colonial brasileiro. Dandara era uma guerreira negra que dominava técnicas de capoeira e lutava ao lado de homens e mulheres nas muitas batalhas geradas por ataques ao quilombo.

O Quilombo dos Palmares ficava na Serra da Barriga, na então Capitania de Pernambuco, região hoje pertencente ao município de União dos Palmares, em Alagoas. Resistiu por mais de um século e se tornou um importante símbolo da resistência do africano à escravatura.

Dandara além de participar dos embates físicos, ajudava na elaboração de estratégias para a resistência do quilombo. Também participava de atividades cotidianas, como a caça e a agricultura. No quilombo era praticada a policultura de alimentos como milho, mandioca, feijão, batata-doce, cana-de-açúcar e banana.

20 de Novembro. Dia Nacional da Consciência Negra. Zumbi dos Palmares morreu em 20 de novembro de 1695, dessa forma, o dia da consciência negra é simbolizado pela data de morte do grande líder dos Palmares.

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ALCEU VALENÇA VENCE GRAMMY LATINO COM DISCO SENHORA ESTRADA. NO REPERTÓRIO NUMA SALA DE REBOCO, DO POETA ZÉ MARCOLINO

O terceiro álbum em voz e violão do cantor e compositor pernambucano Alceu Valença, “Senhora Estrada”, disponível nas plataformas digitais de música foi o vencedor do Grammy Latino 2022. 

Em “Senhora Estrada” – disco gravado no Estúdio Tambor, no Rio de Janeiro (março de 2021), com produção de Alceu Valença e Rafael Ramos - ele percorre referências idas do artista, permeadas pelo Agreste e pelo Sertão nordestino.

Em onze faixas, o xote, o baião, a toada e o rojão dão o tom, tendo como faixas de partida as clássicas “Pau de Arara” e “Sala de Reboco” (José Marcolino), duas das canções interpretadas por Luiz Gonzaga, que ganharam versões diferenciadas (e típicas) na voz de Alceu Valença.

“Pé de Rosa” e “Xote Delicado” chegam com o toque autoral do artista pernambucano, que segue nas releituras de “Depois do Amor” e “Flor de Tangerina”. “Vai Chover”, parceria com Herbert Azzul, também ganha notoriedade do álbum.

“Coração Bobo”, “Pelas Ruas Que Andei” e “Cabelo no Pente” são (re)inventadas por Alceu no disco, que é consumado pela toada originalmente feita para a trilha do filme “A Luneta do Tempo” (2015) - escrito e dirigido pelo próprio “Bicho Maluco Beleza” de Pernambuco.

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GRAMMY LATINO 2022 NESTA QUINTA (17) TEM TARGINO GONDIM, NILTON FREITAS, ROBERTO MALVEZZI CONCORRENDO PRÊMIO COM BELO CHICO

O Grammy Latino 2022 acontece nesta quinta-feira (17). No Brasil, a premiação será transmitida a partir das 22 horas (no horário de Brasília) pelo canal TNT. A cerimônia será realizada no Michelob ULTRA Arena no Mandalay Bay, em Las Vegas, nos EUA.

Ao todo, a premiação conta com 53 categorias. Além de ser indicado na categoria Gravação do Ano, "Envolver" também aparece na lista de concorrentes de Melhor Performance de Reggaeton.

Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa tem o album "Belo Chico", com os cantores compositores Targino Gondim, Nilton Freittas, Roberto Malvezzi.

BELO CHICO: “Meu Rio de São Francisco, nesta grande turvação, vim te dar um gole d’água e pedir tua bênção!” Assim como no verso de Guimarães Rosa, adaptado por Dom Luís Cappio para um baião, temos um rio São Francisco de Bênçãos e de Turvações, um rio de grandeza peculiar, que encantou o escritor e que clama por um gole d´água, como eternizou Cappio.

São esses cenários de encantos e desencantos que o CD Belo Chico traz para o público a partir das fotografias e das vozes e acordes de Nilton Freittas, Targino Gondim e Roberto Malvezzi (Gogó). Toda essa riqueza será apresentada para o mundo, através do evento que será transmitido do Grammy 2022.

Essa é a segunda ocasião em que os autores do Belo Chico lançam um projeto em parceria. Em 2005, o trio lançou o projeto “Belo Sertão”, feito em parceria com a Articulação Semiárido Brasileiro – ASA, e outras entidades que promovem a Convivência com o Semiárido nessa região do Brasil. O Belo Sertão já incluía músicas referentes ao rio São Francisco, entretanto, os autores decidiram fazer um álbum semelhante àquele, desta vez, focado no rio São Francisco, para evidenciar a problemática pela qual passa o rio, seus potenciais e caminhos para sua preservação.

Assim nasce o Belo Chico, álbum que tem o propósito de navegar em todas as almas e corpos desse grande rio, percorrendo não apenas suas águas, mas também sua beleza, sua história, seus amores e seus problemas. O disco se propõe a ajudar a população e entes públicos a se animar, refletir, agir, caminhar e cantar na defesa da vida do Velho Chico, chamando atenção para a “preservação e consciência de uso da água do rio São Francisco (...) que é nossa veia principal, nossa artéria vital da vida dessa região e outras regiões que o rio passa”, afirma o cantor Nilton Freitas.

O rio São Francisco segue gerando muitas vidas, o que faz por natureza devido sua grandeza de 2.800 quilômetros de percurso e mais de 600 mil km2 de bacia hidrográfica, com muitas riquezas e belezas naturais, levando água a quem precisa. Por outro lado, o Velho Chico agoniza com a degradação ambiental, dentro e fora de sua bacia, que resultam em gradativa perda de volume e qualidade de suas águas e, consequentemente, perda de vitalidade. Considerando esse cenário, “através da música vamos trazer a proposta da revitalização do Rio São Francisco, que é uma coisa que os movimentos sociais defendem há muito tempo”, declara Roberto Malvezzi.

O Belo Chico é um convite a uma Convivência do ser humano em harmonia com o rio, que não se traduz apenas em leito, mas que depende do equilíbrio de toda a sua bacia hidrográfica, considerando seus potenciais e respeitando suas limitações, dialogando e contribuindo efetivamente para a promoção da Convivência com o Semiárido. “Acreditamos estar contribuindo para o desenvolvimento de uma cultura e modo de vida mais justo  na bacia do rio São Francisco e no semiárido brasileiro”, indica André Rocha, colaborador do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada - Irpaa.

O projeto Belo Chico engloba um álbum com 13 músicas, com um encarte rico em fotografias, contextualização de cada uma das canções e um cartaz. Além do CD, o Belo Chico estará nas plataformas digitais. Segundo Targino Gongim, uma das inspirações para produzir o CD nasce “do ribeirinho que utiliza as águas do rio para sobreviver da forma mais digna, do ribeirinho que exprime o seu desejo através da arte, da música, da dança, forma de caminhar, do jeito, de enxergar a vida, de enxergar nele a sua existência”.

Nesse momento crucial que atravessa o São Francisco, o entendimento é de que todas as formas de luta se fazem necessárias. A arte, particularmente a música, precisa estar presente. Desse modo, o Belo Chico também pretende subsidiar atividades lúdicas, místicas, entretenimento, construção de saberes, políticas públicas de Convivência com o clima local, bens naturais, assim como ações diversas, de organizações e movimentos sociais que atuam na defesa, proteção e busca pela revitalização da bacia do rio São Francisco.

De autoria dos músicos Targino Gondim, Nilton Freitas e Roberto Malvezzi, o CD tem produção da Toca Pra Nós Dois e realização do Irpaa e da Articulação São Francisco Vivo, com apoio do Ministério da Cooperação Alemã, por intermediação da Cáritas Alemã.

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PROJETO NO SENADO INSTITUI O DIA NACIONAL DO NORDESTINO

O país pode passar a comemorar o Dia Nacional do Nordestino. Projeto de lei nesse sentido foi apresentado pelo senador Angelo Coronel (PSD-BA). O PL 2.755/2022 que institui a data comemorativa anual no dia 8 de outubro. A data escolhida é uma homenagem ao poeta, teatrólogo, músico e compositor Catulo da Paixão Cearense. Conhecido como o Poeta do Sertão, o maranhense Catulo nasceu em 8 de outubro de 1863 em São Luís. O projeto aguarda distribuição para as comissões permanentes do Senado.

Angelo Coronel explica que a homenagem é uma resposta à discriminação e às agressões que os nordestinos sofreram após o resultado das eleições presidenciais deste ano. “Os nordestinos, apesar das dificuldades e muitas vezes dos preconceitos, mostram resiliência se estabelecendo em várias regiões do país, contribuindo para o desenvolvimento e a diversidade, por isso também se justifica a criação de uma data nacional para celebrarmos o povo e a cultura nordestinos”, afirma o autor.

De acordo com o IBGE, a região Nordeste é a segunda mais populosa do Brasil, com cerca de 58 milhões de habitantes. O Nordeste abrange 18% do território nacional é constituído por nove estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Uma lei municipal da cidade de São Paulo (Lei 14.952, de 2009) instituiu o Dia do Nordestino. Até 2019, a data foi celebrada em 8 de outubro na capital paulista. Mas, naquele ano, uma nova lei municipal (Lei 17.145, de 2019) alterou a homenagem para 2 de agosto. A data faz referência ao dia de morte do cantor, compositor e sanfoneiro Luiz Gonzaga (1912-1989). Conhecido como o Rei do Baião.

Fonte: Agência Senado

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GRUPO INVADE CENTRO DE FORMAÇÃO PAULO FREIRE DO MST-CARUARU E PICHA PARDES COM SIMBOLO NAZISTA E PALAVRAS MITO

Um grupo invadiu um centro de formação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no último sábado (12), e pichou as paredes com símbolos nazistas e a palavra 'mito' em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Além da depredação, o grupo ainda incendiou a casa de uma das coordenadoras do projeto. O caso é investigado pela polícia.

Segundo a Polícia Civil, a casa da coordenadora, que mora próximo ao centro, foi arrombada e ateada fogo. A Polícia está investigando também a pichação de um símbolo nazista e a palavra 'mito', que foram encontrados em paredes de espaço coletivo.

Testemunhas que estavam próximas ao centro, conseguiram conter as chamas do local. A casa ficou parcialmente queimada. A Polícia Civil informou que vai continuar investigando o caso para encontrar os responsáveis pelos crimes.

De acordo com o artigo 65 da Lei 9.605/98, pichação é crime ambiental e de vandalismo. Quando cometido em algum patrimônio público, pode também ser classificado como crime de dano.

A pena estipulada para quem pratica este crime é detenção de três meses a um ano, além de multa para quem pichar edificação ou monumento público.

CONFIRA NA INTEGRA CARTA ABERTA DO MST:

Na  madrugada deste Sábado (12/11), o Centro de Formação Paulo Freire, localizado no assentamento Normandia, foi atacado por um grupo de bolsonaristas, inicialmente foram vistos quatro pessoas, com camisas amarelas, aproveitaram uma festa de vaquejada, com som extremante alto, que estava ocorrendo no Parque de Vaquejada Milanny, que se localiza na frente de nosso Assentamento. As três horas da manhã, os bolsonaristas invadiram o espaço do centro  e picharam vários espaços coletivos com o símbolo da suástica nazista e o nome MITO.

Além disso, os bolsonaristas arrombaram e incendiaram a casa de moradia da coordenadora do centro. Com o fogo, a militância que mantém o Centro, foram alertados e conseguiram ainda apagar o incêndio. A casa entretanto foi parcialmente queimada, principalmente as camas, telhados e os pertences.

Não é a primeira vez que o Centro de Formação Paulo Freire é atacado, em 2019, no primeiro ano do Governo de Bolsonaro, moveram uma ação de despejo contra nosso espaço que felizmente foi barrado por uma extensa rede de solidariedade vinda do Brasil e de outros lugares do mundo. Desde então o processo ficou parado, aguardando procedimento do INCRA que , em função da Pandemia ainda não foram realizadas. Esperamos resolver de forma definitivamente, tão logo o novo governo federal tome posse.

Lamentamos muito, ter que fazer este informe, já que saímos de uma jornada eleitoral polarizada e acirrada.  O Brasil e o povo brasileiro clamava por atitudes e empenho para resgatar a, democracia, os preceitos constitucionais do estado democrático de direito e uma postura enérgica contra a fome, contra a violência, contra o ódio e contra todo o tipo de preconceito. Os bolsonaristas foram derrotados nas eleições,  mas uma minoria, movida pela intolerância, preconceito e ódio de classe, de raça e gênero, não aceitaram os resultados da democracia e estão querendo nos impor um terceiro turno.

Felizmente desta vez, ninguém se feriu, os danos materiais a gente resolve, mas fica mais uma vez a lição, de que não podemos “baixar a guarda”. Temos que manter a alerta para proteger nossas estruturas e garantir a posse de Lula no primeiro de janeiro. Até lá, alerta máxima. Cuidar e proteger nossas estruturas e nossas lideranças, contra a ira do ódio e do preconceito e da intolerância, dos grupos fascistas.

Contra todo o tipo de ódio e intolerância, venceremos!

Abraços MST

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ROLANDO BOLDRIM, OS SERTÕES, A VIOLA E DEUS

O cantor, compositor e apresentador Rolando Boldrin – que morreu no dia 9 passado, aos 86 anos – foi uma forte inspiração para a criação, em 2004, do curso de graduação em Viola Caipira oferecido pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP. 

“Nós sempre acompanhamos o trabalho de divulgação da cultura caipira do Boldrin, e isso teve influência direta quando decidimos organizar o curso”, afirma o professor Rubens Russomanno Ricciardi, do Departamento de Música da FFCLRP.

Para Ricciardi, a atuação de Rolando Boldrin como apresentador de programas de televisão representou uma “renascença” da viola caipira no Brasil. 

Em programas como Som Brasil, transmitido pela Rede Globo de Televisão de 1981 a 1984, e Senhor Brasil, no ar desde 2005 até sua morte, Boldrin recebeu os mais diferentes artistas ligados à cultura caipira, de todas as regiões do País, ampliando a visibilidade dessa cultura. “Ele foi um dos protagonistas desse movimento e sempre nos influenciou muito”, destaca Ricciardi. 

O professor ressalta, porém, que o curso de Viola Caipira da FFCLRP é muito diferente do que o apresentador fazia. “Boldrin se preocupava em preservar uma cultura, era um conservador. Nós, na Universidade, vamos muito além da mera divulgação e preservação”, diz Ricciardi. “Nós integramos a viola caipira na orquestra, fazemos um trabalho experimental. Boldrin não era experimental”, acrescenta o professor, que é o maestro titular da USP Filarmônica, orquestra ligada à FFCLRP.

Mesmo não sendo experimental, Boldrin tinha originalidade. O compositor José Gustavo Julião de Camargo, maestro assistente da USP Filarmônica e apresentador do programa Revoredo, da Rádio USP – dedicado à viola caipira instrumental -, destaca a qualidade do cancioneiro de Rolando Boldrin, autor de 20 canções que abordam principalmente o ambiente campestre, a vida simples e o interior brasileiro. Entre essas canções estão Coração de Violeiro, Seresta, Minha Viola e Vide Vida Marvada, seu grande sucesso. “Não é um cancioneiro extenso, mas é de uma qualidade tremenda”, avalia Camargo. “As suas canções têm melodias que são quase faladas, diferentes das músicas típicas do interior, que são mais melódicas, mais cantadas.”

Nascido em 22 de outubro de 1936 na cidade de São Joaquim da Barra, no interior paulista, Rolando Boldrin começou sua carreira artística como ator. Entre 1960 e 1980, ele trabalhou em 37 novelas transmitidas pelas emissoras de televisão Record, Tupi, Excelsior e Bandeirantes, atuando ao lado de atores como Laura Cardoso, Irene Ravache e Lima Duarte. No cinema, teve participação em cinco filmes – dos quais o último foi O Filme da Minha Vida, de 2017, dirigido por Selton Mello. Entre 1963 e 2019, lançou 56 discos e CDs. Além de Som Brasil e Senhor Brasil, apresentou os programas Estação Brasil, na TV Gazeta (1995 e 1996), Empório Brasil, no SBT (1989-1990), e Empório Brasileiro, na Rede Bandeirantes (1984-1986).

Jornal da USP Texto: Roberto C. G. Castro

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LULA, PRESIDENTE ELEITO DIZ QUE TORCEDORES NÃO PODEM TER VERGONHA DE USAR CAMISA DO BRASIL

Durante sua primeira visita ao Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um apelo às pessoas que protestam contra o resultado das eleições. Lula pediu para que os manifestantes voltem para casa e "não sejam violentos" com quem pensa diferente.

— A minoria que está na rua pedindo, não sabem nem o que pedem. Eu, se pudesse dizer para essas pessoas, (diria) 'voltem para casa, democracia é isso'. Um ganha e outro perde. Um ri e outro chora. É assim em qualquer esporte, política, quantas vezes eu chorei por ter perdido. Quantas vezes cheguei em casa achando que tudo tinha acabado para mim. Se vocês estiverem ouvindo pela internet: voltem para casa, não sejam violentos com crianças, com quem pensa diferente, vamos respeitar quem não é igual a gente. Quem não pensa como nós, quem não gosta da música e do candidato que gostamos. A democracia é isso. É viver democraticamente na diversidade. Não peço para ninguém gostar de mim, só peço para pessoas respeitarem resultado eleitoral porque nós vencemos as eleições — afirmou Lula em discurso no auditório do CCBB.

Na plateia, estavam senadores e deputados da base aliada do futuro governo. No fim do discurso, Lula lembrou que, durante a Copa do Mundo - começa em 20 de novembro -, as pessoas não podem ter vergonha de usar a camisa da Seleção Brasileira:

— Um aviso importante para vocês. A Copa do Mundo começa daqui a pouco e a gente não tem que ter vergonha de vestir a nossa camisa verde e amarela. O verde amarelo não é de candidato, não é de um partido. O verde amarelo são as cores de 213 milhões habitantes desse país. Portanto, vocês vão me ver com a camisa verde amarela.

O presidente eleito chegou à Brasília na terça-feira (8) para cumprir uma série de agendas e encontrar presidentes de Poderes. Nesta quarta-feira (9), Lula afirmou que as Forças Armadas não poderiam ter sido envolvidas pelo presidente da República em um processo de investigação das urnas eletrônicas e chamou a situação de “humilhante”.

O presidente-eleito se referia ao relatório de fiscalização produzido pelos militares sobre as urnas. Segundo o documento, não há fraude nem irregularidades no processo.

— Ainda tem na frente de quartéis gente inconformada com resultado do processo eleitoral. Por conta das mentiras — afirmou Lula, completando: — Ontem aconteceu algo humilhante e deplorável para as Forças Armadas, um presidente da República, não tinha direito de envolver as Forças Armadas pra fazer comissão pra investigar urnas

Em seu discurso, Lula não poupou críticas ao presidente Jair Bolsonaro ao falar sobre os ataques feitos pelo atual chefe do Executivo ao sistema eleitoral. O petista afirmou que Bolsonaro tem “dívida com o povo brasileiro” e que visitou às instituições para dizer que agora haverá “paz” na Praça dos Três Poderes.

— Presidente Bolsonaro tem dívida com povo brasileiro, peça desculpa pela quantidade de mentira que falou — afirmou Lula enquanto falava, principalmente, dos ataques feitos por Bolsonaro ao sistema eleitoral— Vim visitar às instituições pra dizer que a partir de agora vocês vão ter paz

Lula também disse que Bolsonaro deveria pedir desculpa publicamente aos militares.

— Não sei se o presidente está doente. Ele deveria vir a TV pedir desculpa às Forças Armadas. As forças armadas foram humilhadas apresentando relatório que não diz nada, nada! Daquilo que tanto tempo ele acusou. Um presidente não pode mentir, não é aceitável — afirmou Lula.

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GAL COSTA E ROLAND BOLDRIM AGORA SÃO ENCANTADOS

Morreu hoje (9), aos 86 anos de idade, o ator, cantor, compositor e apresentador de TV Rolando Boldrin. A informação foi confirmada pela Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura de São Paulo, onde Boldrin apresentou o programa Sr. Brasil por 17 anos.

A causa da morte não foi revelada. O velório do artista ocorrerá na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). O horário ainda não está confirmado.

Nascido em São Joaquim da Barra (SP), em 1936, Boldrin foi ator de filmes premiados, de novelas de grande audiência e compositor, cantor, apresentador e grande contador de causos. Atuou em mais de 30 novelas, como O Direito de Nascer; As Pupilas do Senhor Reitor; Os Deuses Estão Mortos; Quero Viver; Mulheres de Areia; Os Inocentes; A Viagem; O Profeta; Roda de Fogo; Cara a Cara; Cavalo Amarelo e Os Imigrantes.

Com seus programas de televisão, Boldrin tornou-se uma figura emblemática da cultura popular brasileira. Apresentou os programas Som Brasil, na Rede Globo; Empório Brasileiro, na TV Bandeirantes; e Empório Brasil, no SBT. Na TV Cultura, esteve à frente do Sr. Brasil desde 2005.

GAL COSTA: Consagrada como uma das maiores vozes do Brasil, a cantora Gal Costa morreu aos 77 anos. A informação foi confirmada na manhã de hoje (9) pela assessoria de imprensa, que não divulgou detalhes sobre a causa do falecimento.

Gal Costa nasceu em Salvador em 1945, batizada de Maria das Graças Penna Burgos, segundo o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, que conta de forma detalhada sua trajetória premiada na música nacional. 

Fã de bossa nova desde a adolescência, Gal fez seu primeiro show em 1964, na inauguração do Teatro Vila Velha, na capital baiana, já ao lado de nomes que lhe fariam companhia ao longo da carreira, como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil e Tom Zé. 

Seu primeiro LP, Domingo, foi gravado em 1967, ao lado de Caetano Veloso e com produção de Dori Caymmi. Quando seu primeiro álbum individual foi lançado, em 1969, Gal já havia gravado sucessos icônicos de sua carreira, como Divino Maravilhoso, apresentado no IV Festival de Música Popular Brasileira, e Baby, que fez parte do LP Tropicália. 

Com uma carreira de interpretações inesquecíveis, a cantora também marcou época quando, em 1975, gravou Modinha para Gabriela, para ser o tema da novela Gabriela, da TV Globo. No ano seguinte, Gal se uniu a Maria Bethânia, Gilberto Gil e Caetano Veloso para formar Os Doces Bárbaros, grupo que reuniu multidões em seus shows. 

Ao longo dos mais de 50 anos de carreira, Gal Costa marcou com sua voz composições de grandes nomes da música brasileira, como Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, Festa do Interior, de Abel Silva e Moraes Moreira, Sonho meu, de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho, Pérola Negra, de Luís Melodia, e Chuva de Prata, de Ed Wilson e Ronaldo Basto.

O governador da Bahia, Rui Costa, se manifestou lamentando profundamente a morte da cantora e decretou luto oficial de três dias no estado. "Com sua partida, perdemos uma das mais potentes vozes da nossa música, eternizada em interpretações que cantam a Bahia e o Brasil para todo o mundo", disse. 

O prefeito de Salvador, Bruno Reis, também postou nas redes sociais, pedindo que "Deus conforte seus familiares e fãs nesse momento de profunda dor". "Perdemos uma das vozes mais lindas e representativas da música brasileira. Gal Costa é trilha sonora de vários momentos da vida de milhares de brasileiros. Seu jeito único de interpretar as canções está para sempre eternizado em nossos corações".

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COM ELEIÇÃO DE LULA, BRASIL VOLTA À CENA DAS DISCUSSÕES CLIMÁTICAS

A dois meses do início de seu terceiro mandato, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva confirmou sua participação na 27ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas a convite do presidente do Egito Abdul Fatah Khalil Al-Sisi. 

O evento discutirá temas sensíveis ao cumprimento dos compromissos assumidos no Acordo de Paris em 2015, como adaptação e mitigação, além de questões inconclusivas na COP26, especialmente o financiamento climático para enfrentamento de crises decorrentes das mudanças climáticas.

O momento marca o retorno do Brasil às grandes discussões multilaterais. Nos últimos quatro anos de governo Bolsonaro, o Brasil foi alvo de severas críticas, feitas sobretudo pelos países desenvolvidos, em razão do desmatamento recorde na região da Amazônia e do afrouxamento da fiscalização e do cumprimento da legislação ambiental brasileira. 

Em 2019, Noruega e Alemanha suspenderam contribuições do Fundo Amazônia após o presidente manter os valores paralisados e afirmar que os países deveriam usar os recursos para reflorestar o próprio país. No mesmo ano, o Brasil desistiu de sediar a COP25 alegando restrições orçamentárias. Em abril de 2020, o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sugeriu “passar a boiada”, enquanto todas as atenções estavam voltadas para a covid-19. Além disso, a participação do sucessor de Salles, Joaquim Leite, na COP26, que ocorreu no ano passado, foi marcada pela apresentação de dados falsos e por seu discurso que vinculava florestas à pobreza.

O panorama ambiental do Brasil no governo Bolsonaro é totalmente destoante da sólida política externa ambiental que fora construída pelo Brasil desde o surgimento da questão no cenário internacional, na década de 1970. Historicamente, o País atuou em direção à promoção do desenvolvimento sustentável, tendo sido palco de dois importantes eventos, a Rio-92 e a Rio+20, além de assumir compromissos voluntários de redução de emissões e coordenar os países em desenvolvimento no âmbito das discussões com países desenvolvidos sobre quais seriam os principais responsáveis pelos custos dos compromissos assumidos.

Frequentemente citada nos discursos do presidente eleito durante a campanha, a pauta ambiental pode ser o pontapé inicial da reinserção do Brasil no cenário das negociações multilaterais. Lula, momentos depois de confirmada sua eleição, declarou que “o Brasil está pronto para retomar o seu protagonismo na luta contra a crise climática, protegendo todos os nossos biomas, sobretudo a floresta amazônica”. Em resposta, os mandatários de vários países sinalizaram ao Brasil o interesse em retomar a cooperação na questão climática, fazendo assim um contraponto ao recente isolamento que o Brasil experimentou nos últimos quatro anos.

O relatório do IPCC, órgão técnico-científico das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas, publicado neste ano, indica que, apesar da queda nas taxas de crescimento das emissões de gases de efeito estufa, os esforços ainda estão longe do necessário para se atingir os objetivos estabelecidos no Acordo de Paris. A questão climática, que já tinha grande relevância, nos últimos anos, passou a ocupar a centralidade nas discussões internacionais, haja vista as catástrofes ambientais em curso e a necessidade de convergência entre os países para redução das emissões.

 Nesse sentido, com a eleição de Lula, o Brasil volta a assumir um papel estratégico no debate da política ambiental no mundo, não só pela importância da Amazônia para o equilíbrio do clima, mas pelas habilidades de negociação do petista. Lula já demonstrou ter na prática, entre 2003-2010, uma forte liderança internacional, e agora anuncia, mesmo antes de receber a faixa presidencial, o cumprimento de um de seus compromissos de campanha: fazer o Brasil ser novamente respeitado no mundo.

Por Camila Oliveira Santana, mestranda na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP

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GONZAGUEANO TOINHO DA ONÇA MOSTRA FOTO RARA DOS 70 ANOS DE LUIZ GONZAGA EM EXU

Antônio de Oliveira Ramos, conhecido por Toinho da Onça, possui a justa homenagem quando ganhou o Titulo de Cidadão de Exu, Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga. Nascido em Santa Cruz do Capibaribe, em março de 1944, é um apaixonado pela vida e obra de Luiz Gonzaga.

A história de amor pelo cancioneiro gonzagueano aconteceu quando nos anos 50 estava na feira acompanhado pelo seu pai e viu o livro da autoria de Zé Praxedes, o poeta Vaqueiro. O livro foi edidato no ano de 1952,  Luiz Gonzaga e outras poesias.

Em 1957, ano do Centenário de Caruaru, Toinho assistiu a apresentação de Luiz Gonzaga, Onildo Almeida, na capital do Agreste. O novo cidadão de Exu, revela que nesta oportunidade Luiz Gonzaga estava acompanhado de seu pai, o tocador de 8 baixos, Januário. 

Com a profissão de caminhoneiro, Toinho da Onça, agendava viagens que desse para assitir shows de Luiz Gonzaga, assim teve o privilégio de contemplar nos palcos e andanças de Luiz Gonzaga cerca de 50 shows em várias cidades brasileiras.

Toinho mantem em Santa Cruz do Capibaribe, em sua casa um acervo da vida e obra de Luiz Gonzaga, coleção de discos raros. Um dos mais raros é o LP Sanfona do Povo, pois este ganhou a assinatura do Rei do Baião. 

"Assisti os últimos shows de Luiz Gonzaga, cansado e sentado numa cadeira de rodas. Último Show em Caruaru Homenagem realizada pela a Luiz Gonzaga. Foi uma despedida dolorosa", revela Toinho.

Todos os anos Toinho da Onça visita Exu, e este ano vai marcar definitivamente a Vida de Viajante, quando se torna oficialmente filho de Exu, com  o merecido título de Cidadania.

Neste ano, 2022, quando o Brasil festeja no dia 13 de dezembro, os 110 anos do nascimento de Luiz Gonzaga, uma foto rara chama a atenção. Trata-se de uma foto do ano 1982, Luiz Gonzaga, festejando os seus 70 anos. A cena fotografada mostra Luiz Gonzaga em cima de uma caminhonete marca chevrolet. 

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