Luiz Gonzaga é uma Luz diluindo-se em cada um dos seus seguidores

Não há centenário para quem nunca morreu. Luiz Gonzaga é assim: uma entidade diluindo-se em cada um de nós, um rei encantado ditando os afazeres aos súditos fiéis, um condor eterno sobrevoando os alpes da Borborema, um lama sanfoneiro abalando os alpendres do Nepal, um banto malemolente fungando etéreas cantadas no cangote da Carolina do Norte.

Luiz Gonzaga é um rio de águas xoteadas saboreando as curvas das morenas dançadeiras, um caminhão de sons quebrando as barreiras da emoção. Muito mais a dizer, mas é melhor ouvir.

Fonte: Professor Aderaldo Luciano-doutor em Ciencia da Literatura
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Só podia ser de Pernambuco a pedagogia de Paulo Freire, do oprimido, da libertação, do compromisso, da autonomia e da solidariedade

O poeta, jornalista e escritor, Fabrício Carpinejar, se manisfestou através da sua conta no instagram contra o comentário polêmico do deputado eleito Alexandre Frota. No texto, Carpinejar reafirma a qualidade cultural e artística presentes em figura icônicas que nasceram em Pernambuco para fazer alusão de forma irônica a forma perjorativo em que Frota respondeu a um seguidor no twitter nos últimos dias.

Carpinejar é filho dos poetas Maria Carpi e Carlos Nejar  e tem mais de 324 mil seguidores no instagram. A publicação do escritor foi curtida e aclamada, em uma hora, por mais de 4.500 pessoas.

Ao postar, na última terça-feira (25), afirmando que 'o Twitter é a rede que mais tem professores, estudiosos, cientistas e lacradores culturais', Frota foi surpreendido por um comentário: 'Também tem ator pornô que não paga a pensão do filho'. De forma pejorativa, respondeu: 'só podia ser de Pernambuco’. A publicação gerou uma repercussão negativa entre os usuários da rede. 

Confira o texto na íntegra:
SÓ PODIA SER MESMO DE PERNAMBUCO
*Fabrício Carpinejar

Só podia ser de Pernambuco a poesia geométrica de João Cabral, o teatro da vida real, a morte e vida severina. Só podia ser de Pernambuco o frevo, o maracatu, o Galo da Madrugada, a alegria ecumênica. Só podia ser de Pernambuco os bonecos de Olinda, o olhar oceânico do alto das igrejas e dos muros brancos. 

Só podia ser de Pernambuco a literatura de cordel, o raciocínio rápido do repente, a magia dos violeiros. Só podia ser de Pernambuco Manuel Bandeira e a Estrela da Manhã. Só podia ser de Pernambuco Nelson Rodrigues e o seu carinho pelos vira-latas mancos. Só podia ser de Pernambuco a infância misteriosa de Clarice Lispector, a descoberta da leitura. 

Só podia ser de Pernambuco Chico Science e o movimento manguebeat. Só podia ser de Pernambuco a cerâmica de Francisco Brennand e seus 1001 dias iluminados de esculturas e azulejos. 

Só podia ser de Pernambuco o modernismo de Cícero Dias, que já dizia em sua pintura: “Eu vi o mundo... ele começava no Recife”. Só podia ser de Pernambuco a pedagogia de Paulo Freire (do oprimido, da libertação, do compromisso, da autonomia e da solidariedade). Só podia ser de Pernambuco o cinema inovador de Kleber Mendonça Filho (“O Som ao Redor” e "Aquarius") e de Cláudio Assis (“Amarelo Manga” e “Febre do Rato”). 

Só podia ser de Pernambuco a irreverência contagiante de Chacrinha. Só podia ser de Pernambuco a sociologia de Gilberto Freyre, profeta do multiculturalismo. Só podia ser de Pernambuco Vavá, o peito de aço, bicampeão mundial de futebol. Só podia ser de Pernambuco Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Só podia ser de Pernambuco o abolicionista Joaquim Nabuco.

Tem razão. Só podia ser mesmo de Pernambuco...
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Apostas para Mega da Virada podem ser feitas até segunda-feira (31)

Faltando menos de três dias para o fim do prazo de apostas, já foram registrados mais de 90 milhões de jogos na 10ª edição da Mega da Virada. O volume representa uma arrecadação superior a R$ 548 milhões.

Para concorrer ao prêmio estimado em R$ 280 milhões, apostadores ainda podem tentar a sorte até as 16h da próxima segunda-feira (31) em qualquer lotérica do país ou no Portal Loterias Online.

De acordo com a Caixa, responsável pela loteria, a probabilidade de acerto da aposta simples de seis números é de uma em 50 milhões. Já no caso da aposta de 10 números, aumenta para uma em 238 mil. O apostador também pode adquirir cotas de bolões organizados pelas lotéricas.
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Ney Vital sacode o forró com bom jornalismo na Emissora Rural

O rádio continua sendo o principal veículo de comunicação do Brasil. Aliado a rede de computadores está cada vez mais forte e potente.

Na rádio Emissora Rural, Petrolina, Pernambuco, o jornalista Ney Vital apresenta o Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga, todos os domingos,  a partir das 7hs da manhã.

O programa é transmitido também via internet www.am730.com.br e segue uma trilogia amparada na cultura, cidadania e informação. "É a forma. O roteiro concreto para contar a história da música brasileira a partir da voz e sanfona de Luiz Gonzaga e seus seguidores", explica Ney Vital. 

O programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga é um projeto que teve início em 1990, numa rádio localizada em Araruna, Paraíba. "Em agosto de 1989 Luiz Gonzaga, o  Rei do Baião fez a passagem, partiu para o sertão da eternidade e então, naquela oportunidade, o hoje professor doutor em Ciência da literatura, Aderaldo Luciano fez o convite para participar de um programa de rádio. E até hoje continuo neste bom combate". 

O programa desse pesquisador e jornalista é o encontro da família brasileira. Ney Vital não promove rituais regionalistas, a mesquinhez saudosista dos que não se encontram com o povo a não ser na lembrança. Ao contrário, seu programa evoluiu para a forma de espaço reservado à cultura mais brasileira, universal, autêntica, descortinando um mar e sertões  de ritmos variados e escancarando a infinita capacidade criadora de nosso povo. 

É o conteúdo dessa autêntica expressão nacional que faz romper as barreiras regionais, esmagando as falsificações e deturpações do que costuma se fazer passar como patrimônio do povo brasileiro.

Também por este motivo no programa o sucesso pré-fabricado não toca e o modismo de mau gosto passa longe."Existe uma desordem , inversão de valores no jornalismo e na qualidade das músicas apresentadas no rádio", avalia Ney Vital que recebeu o titulo Amigo Gonzaguiano Orgulho de Caruaru recentemente em evento realizado no Espaço Cultural Asa Branca. e o Troféu Viva Dominguinhos em Garanhuns.

Ney Vital usa a credibilidade e experiência de 29 anos atuando no rádio e tv. Nas filiadas do Globo TV Grande Rio e São Francisco foi um dos produtores do Globo Rural, onde exibiu reportagens sobre Missa do Vaqueiro de Serrita e festa aniversário de Luiz Gonzaga e dos 500 anos do Rio São Francisco.

Formado em Jornalismo na Paraíba e com Pós-Graduação em Ensino de Comunicação Social pela UNEB/Universidade Federal do Rio Grande do Norte faz do programa um dos primeiros colocados na audiência do Vale do São Francisco, segundo as pesquisas.

O Programa Nas Asas da Asa Branca, ao abrir as portas à mais genuína música brasileira, cria um ambiente de amor e orgulho pela nossa gente, uma disseminação de admiração e confiança em nosso povo — experimentada por quem o sintoniza, dos confins do Nordeste aos nossos pampas, do Atlântico capixaba ao noroeste mato-grossense.

Ney Vital usa a memória ativa e a improvisação feita de informalidade marcando o estilo dos diálogos e entrevistas do programa. Tudo é profundo. Puro sentimento.O programa Flui como uma inteligência relâmpago, certeira e  hospitaleira.

"O programa incentiva o ouvinte a buscar qualidade de vida. É um diálogo danado de arretado. As novas ferramentas da comunicação permitem ficarmos cada vez mais próximo das pessoas, através desse mundo mágico e transformador que é a sintonia via rádio", finalizou Ney Vital.

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Polícia Rodoviária Federal inicia hoje Operação Ano Novo

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) iniciou a Operação Ano Novo. O objetivo é prevenir e reduzir a ocorrência de acidentes graves, aumentar a segurança e intensificar as ações de combate ao crime durante o período de maior movimentação nas rodovias, que segue até as 23h59 da próxima terça-feira (1º).

Haverá ainda reforço no policiamento e as equipes de plantão serão posicionadas em horários e locais de maior incidência de acidentes para garantir a segurança e a fluidez no trânsito. Seguem as dicas divulgadas pela PRF para uma viagem segura:

- Planeje sua viagem. Conheça as distâncias, os pontos de parada, se informe sobre os postos de combustíveis e restaurantes à beira da estrada.
- Viaje descansado.
- Faça revisão no seu veículo. O check-up do automóvel é fundamental, mesmo quando as distâncias percorridas são pequenas. Mantenha os faróis acesos para ver e ser visto; pneus calibrados e em bom estado; verifique as condições do limpador de para-brisas.
- Observe as placas que indicam o limite de velocidade e as condições de ultrapassagem. Respeite a sinalização e as normas do Código de Trânsito Brasileiro.
- Informe-se sobre a previsão do tempo nos lugares por onde vai passar.
- Se surgir algum problema durante a viagem, ligue para a PRF por meio do 191.

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Lampião, a personalidade de um mito, 80 anos depois

Personagem que existiu por apenas quatro décadas, Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, foi, continua e sempre será alguém sinônimo de polêmicas, analisadas a partir de vários ângulos.

Sua biografia está em mais de uma centena de livros, dezenas de filmes, cordéis, artigos científicos e se revela como um tema que não se esgota, 80 anos após o seu falecimento.

Reunindo autores e pesquisadores em suas diversas opiniões e narrativas - várias divergentes - é possível traçar um esboço de sua complexa personalidade. Tomando como ponto de partida o ano de 1915 no sítio Passagem das Pedras, pertencente a cidade de Serra Talhada, vemos um jovem inquieto, liderando os irmãos, ensaiando autonomia em relação a pacificidade do seu pai...e sedento de justiça, que se não veio do Estado, ele mesmo tomou as rédeas e comprou a briga com os vizinhos, Saturninos.

Não detalharei as suas peripécias em 16 anos como líder do cangaço - existe farta literatura para isso - mas provoco a análise de sua controversa personalidade.

Características como coragem e inteligência o tornaram um estrategista que liderou por anos a fio grupos de bandoleiros sobrevivendo nas caatingas, ambiente inóspito, carente de água e alimentos; foi a sua decisão que mudou o ângulo machista da época em 180 graus e permitiu as mulheres no cangaço, a partir de 1930, com o enlace matrimonial de Maria Gomes de Oliveira, denominada de “a rainha do cangaço”.

Nas incertezas da vida bandoleira, fica de lado o machismo, quando ele assume um relacionamento com uma jovem que já não era mais virgem. E torna-se pai, registrando sua prole com seu sobrenome. Imagino a cena do personagem por alguns momentos acolhendo sua filha, inocente criança, em seus braços. Acolhendo vida as mãos que matou a tantos inocentes também.

Momento histórico na sociologia brasileira, quando em março de 1926 o Rei do Cangaço adentra o solo bendito do Juazeiro do Norte e acontece o encontro entre os dois mitos nordestinos: Padre Cícero, perseguido pela igreja e venerado pelo seu povo, naquela altura alçado à condição de santo popular, confabula com o rei cangaceiro, que entra na cidade em trajes civis e sai de lá com uma patente de capitão, mesmo que sem validade perante o Estado brasileiro. Alimentando a vaidade, Juazeiro é cenário para fotografias em elegantes trajes de terno risca de giz, com vários parentes.

A soma de orgulho e vaidade levam Lampião a assinar, até seu último dia, o sobrenome da desejada patente: capitão Virgulino.

Atribuo a ele ter trazido o sequestro para o Nordeste, feito repetido em vários momentos, e com ênfase de junho de 1927, no fatídico episódio que deu origem ao tiroteio em Mossoró, no qual o monarca do cangaço experimenta o amargo gosto da derrota.

Foi a sua vaidade que deu face ao cangaço, quando criou seu próprio marketing pessoal, assunto inimaginável no início do século XX, imprimindo cartões de visitas com a sua própria foto. Essa vaidade adquiriu dimensões internacionais, quando matéria sobre ele estampa uma página do New York Times, nos anos 30. E atinge seu ápice quando Benjamin, o libanês ex secretário do padre Cícero - seu ídolo e venerado sacerdote - o procura e filma e fotografa em cenas do cotidiano.

Essa mesma vaidade facilitou as buscas por parte das volantes. Com retratos em mãos, o alvo agora tinha face. Seu Benjamin? Perdeu a vida na ponta de faca peixeira, e nos deixou valioso acervo de imagens. Relação com as imagens creio ter sido a razão do homicídio, embora existam outras versões. 

Cortar cabeças? Um excelente negócio, desde que não fosse a própria. Se não, vejamos: Civis poderiam ganhar recompensas em dinheiro e status; militares, promoções e patentes; cangaceiros, podiam ser anistiados! Pelo costume da época, era importante sempre ter por perto um facão bem amolado.

Certa vez um jornalista me perguntou: quem era inimigo de Lampião e do cangaço? Todos, respondi sem titubear.

Afinal, os padres viam diminuir a frequência dos devotos nas missas, amedrontados com a violência; os coronéis eram coagidos e tinham riscos de perder patrimônio e a vida; militares tinham dever de ofício de combater os bandoleiros, a balas ou golpes de facão e baionetas; comerciantes perdiam seus estoques em saques à luz do dia; mulheres eram raptadas e estupradas constantemente; plantações queimadas e animais abatidos a tiros; jornalistas intimidados; viajantes assaltados...um rosário social que aspirava diariamente findar o movimento bandoleiro.

O homem que impunha medo aos mais simples, desafiava os mandatários, julgava e sentenciava pelas suas próprias leis, era também o mesmo que sentava e jantava na mesa do governador interventor do estado de Sergipe, Eronildes de Carvalho. É assim que o poder acontecia, longe dos olhos dos comandados pela política. Intimidando os mais simples e se curvando aos mais poderosos.
Costurava, rezava, se perfumava, versava, sentenciava vida e morte, sentia-se senhor supremo, capitão e governador do sertão nordestino.

Fazendo atos inimagináveis, foi temido, respeitado, admirado e odiado na mesma dimensão. Só não foi capaz de imaginar a astúcia dos seus algozes, e tombou pelo impacto de tiros de fuzil, vitimado pelos seus próprios crimes, vaidade e excesso de autoconfiança. A violência destruiu quem optou por ela mesma.

A sua cabeça, inteligente, corajosa, autoconfiante e vaidosa, foi separada do corpo para sempre. Testemunhas comemoraram...se teve lágrimas? Não sei.

Morreu o homem, se eternizou na história, nasceu o mito. Viva a cultura nordestina!

Fonte: Professor José Urbano
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Cemitério Lagoa da Pedra, familiares e amigos revelam a saudade da menina Beatriz

Passou o dia de Natal. Há pouco, as famílias brindavam a chegada do Menino Jesus. Distante 40 km de Juazeiro e Petrolina, no Cemitério da Lagoa da Pedra, local onde está enterrado o corpo da menina Beatriz Angelica Mota, a emoção traz o mês de dezembro de 2015 de volta.

Com exclusividade a redação do Blog, esteve no Povoado Lagoa da Pedra, no cemitério local. A realidade de quem sofre ali é bem diferente das autoridades e a maioria da população que "aguarda o ano de 2019".

A morte tem uma fala silenciosa e poderosa. Esta fala não ameaça. A morte ensina. O silêncio que a morte propõe questiona e é por isso que incomoda tanto. 

Chico Buarque diz que a "saudade é arrumar o quarto de um filho que já morreu”. No Povoado Lagoa da Pedra, uma cova com flores não tem registro escrito de um nome, identificação. O sentimento de ausência provoca o choro da aposentada Joselita Mota, Maria Helena e Valdinei Sales.

Eles contam que acompanham Lúcia Mota e Sandro Romildo, desde o sepultamento de Beatriz. Valdinei ressalta que a sua filha cresceu brincando com Beatriz. "Estive aqui no cemitério no dia do enterro. Doi na alma e no corpo a saudade".

Joselita diz que vai sempre ao cemitério acende velas e faz orações. Emocionada ressalta que a fé faz transpor o tempo. Maria Helena revela o sentimento de tristeza e indignidade ao saber que até o momento não se sabe quem assassinou Beatriz.

No Povoado Lagoa da Pedra, existe um sentimento de solidão. No Cemitério, alguns passarinhos cantam como um milagre vindo do céu. São acordes, amenizam o silêncio. A sensação de calor ultrapassa 35 graus.

Adeginaldo Mota, diz que no povoado quase todos são famílias de Lúcia e Sandro. Revela que faz parte do Grupo Somos Todos Beatriz e que passou a noite de Natal com o casal.

"Temos que buscar forças e ter esperanças no amanhã. Somos fortes e vamos continuar o bom combate em 2019. Queremos e lutamos por justiça que um dia virá", conclui Adeginaldo.

O escritor baiano, Jorge Amado, apontou em um de suas poesias “ter horror a hospitais, os frios corredores, as salas de espera, ante-salas da morte, mais ainda a cemitérios onde as flores perdem o viço, não há flor bonita em campo santo".

O Cemitério Lagoa da Pedra, é o local onde está enterrado o corpo de Beatriz Angélica Mota, assassinada há 3 anos na noite de 15 de dezembro de 2015, dentro das dependências do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina.

A dor continua gritando e grita para dentro de cada um que pede justiça. Cemitério é o Campo Santo, o espaço é permitido derramar lágrimas que lavam as feridas causadas pelo luto. Estas feridas, uma vez lavadas, sugerem-nos caminhos para o reencontro com a esperança e a alegria de viver.

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Só podia ser de Pernambuco, Luiz Gonzaga Rei do Baião

O poeta, jornalista e escritor, Fabrício Carpinejar, se manisfestou através da sua conta no instagram contra o comentário polêmico do deputado eleito Alexandre Frota. No texto, Carpinejar reafirma a qualidade cultural e artística presentes em figura icônicas que nasceram em Pernambuco para fazer alusão de forma irônica a forma perjorativo em que Frota respondeu a um seguidor no twitter nos últimos dias.

Carpinejar é filho dos poetas Maria Carpi e Carlos Nejar  e tem mais de 324 mil seguidores no instagram. A publicação do escritor foi curtida e aclamada, em uma hora, por mais de 4.500 pessoas.

Ao postar, na última terça-feira (25), afirmando que 'o Twitter é a rede que mais tem professores, estudiosos, cientistas e lacradores culturais', Frota foi surpreendido por um comentário: 'Também tem ator pornô que não paga a pensão do filho'. De forma pejorativa, respondeu: 'só podia ser de Pernambuco’. A publicação gerou uma repercussão negativa entre os usuários da rede. 

Confira o texto na íntegra:
SÓ PODIA SER MESMO DE PERNAMBUCO
*Fabrício Carpinejar

Só podia ser de Pernambuco a poesia geométrica de João Cabral, o teatro da vida real, a morte e vida severina. Só podia ser de Pernambuco o frevo, o maracatu, o Galo da Madrugada, a alegria ecumênica. Só podia ser de Pernambuco os bonecos de Olinda, o olhar oceânico do alto das igrejas e dos muros brancos. 

Só podia ser de Pernambuco a literatura de cordel, o raciocínio rápido do repente, a magia dos violeiros. Só podia ser de Pernambuco Manuel Bandeira e a Estrela da Manhã. Só podia ser de Pernambuco Nelson Rodrigues e o seu carinho pelos vira-latas mancos. Só podia ser de Pernambuco a infância misteriosa de Clarice Lispector, a descoberta da leitura. 

Só podia ser de Pernambuco Chico Science e o movimento manguebeat. Só podia ser de Pernambuco a cerâmica de Francisco Brennand e seus 1001 dias iluminados de esculturas e azulejos. 

Só podia ser de Pernambuco o modernismo de Cícero Dias, que já dizia em sua pintura: “Eu vi o mundo... ele começava no Recife”. Só podia ser de Pernambuco a pedagogia de Paulo Freire (do oprimido, da libertação, do compromisso, da autonomia e da solidariedade). Só podia ser de Pernambuco o cinema inovador de Kleber Mendonça Filho (“O Som ao Redor” e "Aquarius") e de Cláudio Assis (“Amarelo Manga” e “Febre do Rato”). 

Só podia ser de Pernambuco a irreverência contagiante de Chacrinha. Só podia ser de Pernambuco a sociologia de Gilberto Freyre, profeta do multiculturalismo. Só podia ser de Pernambuco Vavá, o peito de aço, bicampeão mundial de futebol. Só podia ser de Pernambuco Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Só podia ser de Pernambuco o abolicionista Joaquim Nabuco.

Tem razão. Só podia ser mesmo de Pernambuco...
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Morre Miúcha aos 81 anos, ela foi casada com João Gilberto

A cantora e compositora Miúcha, de 81 anos, morreu no final da tarde de hoje (27), no Hospital Samaritano, em Botafogo, zona sul do Rio, vítima de parada cardiorrespiratória. Nascida Heloísa Maria Buarque de Hollanda, a artista passou mal em casa onde se tratava de um câncer.

Em nota, o Hospital Samaritano, em Botafogo, informou que a cantora e compositora morreu “em decorrência de um quadro de insuficiência respiratória. O hospital se solidariza com os familiares e amigos da cantora”.

Miúcha foi casada com o cantor João Gilberto, com quem tem uma filha, também cantora, Bebel Gilberto. Irmã do cantor e compositor Chico Buarque e das cantoras Ana de Hollanda e Cristina Buarque.

Nos anos de 1970, Miúcha lançou alguns dos maiores sucessos de sua carreira: Maninha (composta pelo irmão Chico Buarque em homenagem a ela), Pela luz dos olhos teus (Vinicius), Vai levando (Chico Buarque e Caetano Veloso), Samba do avião, Falando de amor (ambas de Tom Jobim) e Dinheiro em penca (Tom Jobim e Cacaso), que serviria de inspiração para o irmão Chico criar a música Para todos, título de seu disco em 1993.

A artista gravou discos e apresentou-se em palcos em vários países. O último trabalho dela foi Rosa amarela (1999), foi lançado primeiro no Japão, e inclui clássicos como Doce de coco (Jacob do Bandolim) e composições, como Assentamento (Chico Buarque).
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Luiz Gonzaga e os nomes das mulheres amada

O arquiteto Oscar Niemeyer gostava de falar sobre sua paixão pelo trabalho e pelas obras que construiu pelo país.

Uma das definições mais extraordinárias do amor ao trabalho foi ele dizer que a maior atração era a curva livre e sensual. "A curva que encontro nas montanhas. No curso sinuoso dos sentidos, nas nuvens do céu. No corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo."

"A obra de Gonzaga traz a mulher que cuidava das crianças, na Zona da Mata, no Agreste e no Sertão, da matriarca da família que exercia o mesmo respeito, a mesma mística que o senhor de engenho e proprietário da terra, mas ao mesmo tempo Gonzaga acompanha o desenvolvimento dessa mulher", explica o cantor e compositor Silvério Pessoa.

Animada para a festa e valente para a peleja. Assim é a mulher nordestina de Luiz Gonzaga, refletida em artistas como Terezinha do Acordeon, que fez de tudo para não deixar sua sanfona. "Meu pai achava estranho e o povo achava mais estranho ainda. Só que depois, eu fui fazer o que toda mocinha faz. Namorar, casar, ter sua família. Eu casei com uma pessoa que não gostava de sanfona. Eu tinha uma casa, marido, filhos e faltava alguma coisa. Meu marido não queria nem ouvir falar em sanfona".

Iolanda Dantas, viúva de Zé Dantas, falecida recentemente, contava que conheceu o Rei do Baião quando ainda namorava Zé Dantas. "Ele fazia, escrevia, se apresentava no programa de rádio e Luiz Gonzaga cantava. [...] A primeira música que ele [Zé Dantas] fez para mim foi a 'Fulô ingrata', assim como 'Sabiá', que ele também fez para mim. Luiz Gonzaga diz que 'Cintura fina' também foi para mim".

Discutindo as músicas de Gonzaga sobre as mulheres, 'Paraíba masculina' não podia ficar de fora. Mulheres que conviveram com Luiz Gonzaga e artistas analisam a música e discutem se a música é ou não machista. "Eu acho que se seu Luiz fosse vivo, não ia cantar mais assim não", acredita a cantora e compositora Bia Marinho.

A mulher presente em obras como 'Samarica parteira', que conta as aventuras para buscar a parteira, traz a tona essa figura que tanto marcou a história nordestina. "A música mostra para a gente esse respeito pela mulher parteira, o respeito por sua ancestralidade", acredita a parteira Suely Carvalho. 

Figuras como a vaqueira Maria Soneide mostram a força da mulher. "Eu comecei a amansar jegue com papai, ele me mostrava os caminhos no mato", conta Maria. "Eu acho que pareço um pouco com a Karolina com 'K' e um pouco essa mulher guerreira, batalhadora. Ela tem essa coisa da alegria, da festa, que gosta de se divertir", acredita a pesquisadora Leda Alves.

A partir deste conceito analiso o significado da Mulher no universo sempre apaixonante que encontramos nos versos cantados por Luiz Gonzaga. A música de Luiz Gonzaga cantou o Nordeste/Sertão, de todas as formas, fala de sua força para o trabalho e suas lutas, mas também fala da mulher e sua formas sensuais.

Luiz Gonzaga acariciava a sanfona, dialogava com sanfona/mulher amada...Provocava prazer percorrendo o corpo imaginado sem pressa dos 8 aos 120 baixos, dedos leves em cada nota, acorde,/acordes de tal forma que antes do fim da nota, a mulher preferida,  já se encontre em pleno êxtase...

A música "Morena Cor de Canela constitui um roteiro da mulher bonita e sensual, enumerando suas qualidades e independência, culminando num jogo plurissignificativo.

Vejamos: "Olha o jeito dela, morena cor de canela pode morrer de paixão quem olhar nos olhos dela...corpo esculturado, beleza que Deus Criou
Cabelos anelados, boca cor de jambo
ela vai envenenando qualquer homem que lhe ver
sua cintura bem fininha, afinadinha
vai descendo, enlarguecendo
nos quadris, que tentação
as suas pernas torneadas, tão bonitas
pois qualquer homem fica com ela no coração
sai da janela, caminha requebrando
a gente vai olhando, vai ficando na ilusão...
não faz assim comigo não...

É a pura valorização da mulher. Já em "Vem Morena", Luiz Gonzaga na composição de Zé Dantas dispensa comentários: 
"Vem, morena, pros meus braços
Vem, morena, vem dançar
Quero ver tu requebrando
Quero ver tu requebrar
Quero ver tu remexendo
No Resfulego” da sanfona
“Inté” que o sol raiar
Esse teu fungado quente
Bem no pé do meu pescoço
Arrepia o corpo da gente
Faz o “véio” ficar moço
E o coração de repente
Bota o sangue em “arvoroço”

Esse teu suor salgado
É gostoso e tem sabor
Pois o teu corpo suado
Com esse cheiro de “fulô”
Tem um gosto temperado
Dos tempero do amor
Vem, morena, pros meus braços"...
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Acordes do Campestre: o som que ecoa da sanfona estimula sonhos e alimenta esperanças

Em São Raimundo Nonato, Piauí, Serra da Capivara, o galo que canta anuncia o novo amanhã. O som que ecoa da sanfona estimula sonhos e alimenta esperanças. 

Um projeto cultural criado em 2011 pelo empreendedor musical Salvador Nunes e pelo seu filho Sandro Dias ensina a arte de tocar instrumentos a dezenas de crianças, jovens e adultos. O projeto tem o nome de “Acordes do Campestre”.

Sandro Dias, conhecido na região como Sandrinho do Acordeom, aprendeu tocar sanfona aos 13 anos, quando ainda morava com os pais na vizinha cidade de Dom Inocêncio, Piauí. Apaixonado pela música, ele resolveu, com o incentivo do pai, transmitir o conhecimento aos jovens que tivessem interesse. Atualmente Sandro coordena do projeto que ensina música voluntariamente.

Além da sanfona, o projeto também ensina flauta, baixo, violão, triângulo, zabumba e bateria. Qualquer jovem da cidade ou da região pode participar e existe apenas uma única exigência: “A criança precisa estar matriculada em uma escola”, lembra Sandrinho.

O projeto tem formalização jurídica e ganhou o nome de Associação Cultural Acordes do Campestre.

"Nosso objetivo não é apenas ensinar a tocar um instrumento, a meta é formar cidadãos. Nós usamos a música para fazer deles cidadãos de bem". 
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Bolsonaro diz que ainda em janeiro beneficiará o Nordeste com dessalinização de água

O presidente da República eleito, Jair Bolsonaro, disse nesta terça-feira (25) que fará parcerias com Israel para beneficiar o Nordeste com projetos de dessalinização de água. 

Por meio de seu perfil no Twitter, Bolsonaro afirmou que o futuro ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, visitará em janeiro instalações de dessalinização, plantações e o escritório de patentes no país do Oriente Médio.

Ainda em janeiro, espera-se que seja implantada no Nordeste brasileiro uma instalação piloto para tirar água salobra de poços, dessalinizar, armazenar e distribuir para a agricultura familiar da região.

“Também estudamos junto ao embaixador de Israel e empresa especializada testar tecnologia que produz água a partir da umidade do ar em escolas e hospitais da região. Poderemos, inclusive, negociar a instalação de fábrica no Nordeste para venda desses equipamentos”, escreveu no Twitter.
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Contas de começo de ano podem até triplicar os gastos do mês de janeiro

IPTU, IPVA, matrícula escolar... Apesar de ser sempre igual, as contas de começo de ano tendem a tirar o sono de muita gente.

Na prática, essas despesas sazonais podem até triplicar os gastos das famílias e, por isso, especialistas solicitam cautela e organização na hora de pagar os boletos. A recomendação é evitar entrar em janeiro numa ciranda de dívida que pode colocar a perder a organização financeira para todo o ano.

Um levantamento da ONG Bem Gasto realizado a pedido do jornal O Estado de S. Paulo com cinco famílias de diferentes perfis, mostra o peso do começo do ano no bolso do brasileiro. Curiosamente, o único entrevistado que não prevê estourar o orçamento de janeiro, um casal na faixa dos 35 anos, tem justamente o menor poder aquisitivo da amostragem.

Com renda mensal de R$ 6 mil, eles vão gastar R$ 4.150 em janeiro e guardar o restante para despesas futuras com o filho, que nascerá até abril. O segredo para isso, segundo Francisca Quitéria da Silva Rodrigues, é reduzir o consumo, anotar todas as despesas e sempre reservar algum dinheiro para investimentos.
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Na Caatinga, o Museu da Natureza renasce das cinzas

Na área mais selvagem da Caatinga, zona rural do município de Coronel José Dias, no Piauí, foi inaugurado este mês, o Museu da Natureza.

Realizada pela Fundação Museu do Homem Americano na zona de entorno do Parque Nacional da Serra da Capivara, Patrimônio Cultural da Humanidade, o empreendimento científico e cultural pretende estimular também o incipiente turismo na região.

Em quase todas as culturas antigas sobreviveu, de uma forma ou de outra, o simbolismo da Fénix: a ave que renasce das suas próprias cinzas. Analisando a história das últimas quatro décadas na Caatinga do Parque Nacional da Serra da Capivara, no sertão piauiense, a metáfora parece resistir aos milênios, ainda mais quando desvendamos, como numa escavação arqueológica, camada por camada, a história contemporânea da pesquisadora Niéde Guidon.

Aparentemente a narrativa da Fénix surge na mitologia grega, que se refere a uma ave lendária, mas a lenda também foi passada de geração em geração pelos egípcios e até mesmo pelos chineses, com uma mensagem determinante: a esperança nunca acaba e podemos sempre, mesmo dos destroços, renascer. 

Impossível não fazer uma analogia entre mitologia e ciência tendo como referência uma pesquisadora de 85 anos, com exatamente a metade da sua vida dedicada aos estudos no interior do Brasil. Suas descobertas mexeram com a comunidade científica e suscitam novas questões sobre a antiguidade do homem americano.

Quando a máquina federal burocrata, insensível, enferrujada com as suas engrenagens travadas pela corrupção alimenta a crise mais aguda já vivida pelo Parque Nacional da Serra da Capivara, deixando a professora Guidon dentro de um buraco – não aquele das escavações arqueológicas, mas um poço sem fundo quase afogada pela falta de recursos e apoio para proteção, manutenção e conservação dessa reserva ambiental exemplar – ela surpreende e, como nas lendas, faz surgir do solo árido e arenoso uma obra fantástica: o Museu da Natureza.

A determinação de Niéde em criar um novo museu foi transportada para o papel pela arquiteta Elizabete Buco, que já tinha sua marca na região com o planejamento de passarelas de acesso aos sítios arqueológicos no Parque Nacional da Serra da Capivara e a confecção do projeto do Centro Cultural Sérgio Motta, onde estão os laboratórios da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), entidade científica de renome internacional.

Buco assina agora o projeto do Museu da Natureza em conjunto com a conceituada empresa de arquitetura A. Dell’Agnese Arquitetos Associados. Moldado com aço, concreto, alvenaria e vidros, o museu incorpora organicamente em seu interior uma rampa helicoidal no sentido ascendente para apresentar a evolução dos eventos geológicos e paleontológicos desde as origens da região até os dias atuais.

De um lado, protegido pela Caatinga selvagem, oito meses seca e apenas quatro exuberantemente verde, com as suas árvores retorcidas e entrelaçadas, plantas urticantes, cactos espinhentos, e do outro, cercado por um complexo de cânions e desfiladeiros coloridos, a obra se destaca em um terreno elevado, escolhido pessoalmente por Niéde Guidon, dando origem a um prédio de 4 mil metros quadrados, único no País. “Não há outro edifício circular e em espiral construído com estrutura metálica. Somente no exterior existem alguns exemplos com essa forma”, explicou o arquiteto Luiz Eugenio Ciampi em entrevista para o portal AECweb, site de arquitetura, engenharia e construção.

O novo espaço de ciência, cultura e incentivo ao turismo possui 12 salas de exposição, sob a responsabilidade da conceituada empresa Magnestocópio, liderada pelo visionário Marcello Dantas com trabalho reconhecido por instituições como a Society of Environmental Graphic Design de Washington (EUA) e com a coordenação de montagem de Sérgio Santos, que deslocou para o sertão do Piauí um “batalhão” de premiados artistas, pesquisadores, técnicos e profissionais especializados nas mais inovadoras e modernas tecnologias museológicas.

Entre os temas das salas do museu estão: início da matéria, tectônica de placas, água, suco de dinossauros, gelo infinito, a primeira transformação, desfile animal, animais pintados, caatinga, voo livre, animais noturnos e a próxima mudança. Na reta final de montagem da exposição para a inauguração na última terça-feira, 18 de dezembro, fica evidente um espetáculo que deve encantar do simples sertanejo morador da zona de entorno do parque ao turista mais viajado.

Todo o projeto, da sua concepção aos menores detalhes científicos, foram monitorados pela equipe multidisciplinar da Fumdham, criada sob a liderança de Niéde Guidon, Anne-Marie Pessis, Gabriela Martin e outros pesquisadores no começo da década de 1990. Naquele período, a uruguaia Rosa Trakalo tornou-se uma das assistentes mais próximas de Guidon, e coube a ela a gestão do projeto do Museu da Natureza – inclusive a captação dos recursos junto ao BNDES, que investiu R$ 13,7 milhões não reembolsáveis nesse empreendimento vizinho ao Parque Nacional da Serra da Capivara.

Infelizmente, o incêndio devastador no Museu Nacional no Rio de Janeiro, que queimou parte do nosso patrimônio e manchou a imagem do Brasil no exterior, precisa servir de alerta fazendo com que o Museu da Natureza, na zona rural do pequeno município de Coronel José Dias, se materialize com a responsabilidade de representar o País e mostrar de forma séria e economicamente viável como cuidar do patrimônio cultural e natural tendo como foco a perpetuação do conhecimento para as novas gerações de forma segura e sustentável.

Conta a lenda que a Fénix era um pássaro de penas douradas e brilhantes com uma força descomunal, capaz de transportar um elefante, embora ela própria não fosse maior do que uma águia. Com o legado do Museu da Natureza para as atuais e futuras gerações, Niéde Guidon se mostra ágil e poderosa como a ave da mitologia e torna-se um importante símbolo da imortalidade e do renascimento.

Fonte: André Pessoa, de Coronel José Dias (PI) Centro de Estudos da Sustentabilidade
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Procissão das Sanfonas emociona São Raimundo Nonato; crianças garantem a valorização do legado gonzagueano

O tradicional evento que homenageia Luiz Gonzaga e tem o objetivo de valorizar a cultura brasileira a partir da sanfona aconteceu neste final de semana em São Raimundo Nonato, Piauí.

A quarta edição aconteceu no dia 22 de dezembro. O Festival Orquestra de Sanfona e a Procissão das Sanfonas pretende reunir todos os anos reúne sanfoneiros, artistas, amantes do baião, fãs de Gonzagão e um grande público que sai da Praça dos Estudantes e é abençoada na frente da Matriz. 

Este ano, ao final da procissão, os sanfoneiros cantaram às 18hs a música Ave Maria Sertaneja. O evento contou com o apoio da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf).

"Além da exposição das sanfonas também aconteceu o lançamento do DVD de Paloma Nunes e o desafio agora é garantir apoio para que o evento já tradicional na região e Nordeste possa acontecer em 2019", disse o sanfoneiro e fundador do Projeto Acordes do Campestre.

“Temos que buscar parceiros que entendam que é importante incentivar esses tipo de projeto, que vai além da música. Esses projetos salvam pessoas, salva o futuro de algumas crianças”, finaliza Sandrinho.
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As agências bancárias abrem nesta segunda-feira (24), véspera do Natal

Nos estados com horário igual ao de Brasília, o período de funcionamento será das 9h às 11h. Estados com 1 ou 2 horas de diferença em relação à Brasília, o atendimento será das 8h às 10h (9h às 11h ou 10h às 12h, em Brasília). Se a diferença for de 3 horas, as agências abrem das 7h às 9h (10h às 12h, em Brasília).

O próximo dia 28 será o último dia útil do ano para atendimento ao público, com expediente normal para a realização de todas as operações bancárias. Já no dia 31 de dezembro (segunda-feira), as instituições financeiras não abrem para atendimento.

A população poderá utilizar os canais alternativos de atendimento bancário, como mobile e internet banking, caixas eletrônicos, banco por telefone e correspondentes para fazer transações financeiras.

Os carnês e contas de consumo (como água, energia, telefone e etc) vencidos no feriado poderão ser pagos sem acréscimo no dia útil seguinte. Normalmente, os tributos já estão com as datas ajustadas ao calendário de feriados, sejam federais, estaduais ou municipais.

Os clientes também podem agendar os pagamentos das contas de consumo ou pagá-las (as que têm código de barras) nos próprios caixas automáticos. Já os boletos bancários de clientes cadastrados como sacados eletrônicos poderão ser agendados ou pagos por meio do DDA (Débito Direto Autorizado).
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Procissão da Sanfona acontece neste sábado 22 em São Raimundo Nonato Piauí

Sábado (22), acontece em São Raimundo Nonato, Piauí, mais uma edição do festival da “Orquestra Sanfônica do Sertão e Procissão de Sanfona”, evento este que reúne centenas de sanfoneiros do Piauí e dos estados vizinhos.

O Festival será realizado na Avenida dos Estudantes, a partir das 14hs. Na programação consta às 16hs a tradicional Procissão das Sanfonas, apresentação do Grupo de Violão Acordes do Campestre e Paloma Nunes e convidados lançando Cd.

Ás 22hs Orquestra Sanfônica do Sertão e Convidados e o encerramento do festival com Epitácio Pessoa do Ceará e convidados.

Durante o evento haverá exposição artesanatos e oficinas de manutenção e captação de sanfona.

O fundador da Associação Acordes do Campestre, Sandrinho do Acordeon, destaca que o projeto surgiu para contribuir com a educação e cultura das crianças carentes do bairro Campestre.
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Mega-Sena sorteia hoje prêmio de R$ 50 milhões

No último concurso deste ano, antes da Mega da Virada, a Mega-Sena sorteia nesta quinta-feira (20) o prêmio de R$ 50 milhões. O concurso 2.109 será realizado a partir das 20h (horário de Brasília) no Caminhão da Sorte, estacionado na Praça João Luiz da Silva em Conselheiro Pena, em Minas Gerais.

Segundo a Caixa, o dinheiro do prêmio é suficiente para adquirir um jatinho particular no valor de R$ 25 milhões e 12 apartamentos de luxo, mobiliados, com carro na garagem. Caso aplicado na poupança, o valor renderia R$ 185 mil mensais.
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Jackson do Pandeiro, o rei do ritmo terá ano cultural em homenagens aos 100 anos de nascimento

Ao lado de Luiz Gonzaga e Dominguinhos, Sivuca e João do Vale, Jackson do Pandeiro, também conhecido como rei do ritmo, pertence ao panteão de artistas que fizeram o forró pé-de-serra ecoar em todo o Brasil na metade do último século.

“Vá de Jackson do Pandeiro”, diz Chico Buarque na canção em que cita artistas marcantes em sua vida. Entre os inúmeros músicos que Jackson influenciou, estão Gilberto Gil, Alceu Valença, Elba Ramalho e Zé Ramalho. 

Sebastiana, A mulher do Aníbal, Forró em limoeiro, Um a um, 17 na corrente estão entre os primeiros e grandes sucesso de Jackson nos anos 1950, que veria a música regional cair no gosto popular diante da chegada da jovem guarda.

Em homenagem ao centenário de Jackson do Pandeiro, comemorado no ano que vem, o Governo da Paraíba instituiu o ano de 2019 como sendo o “Ano Cultural Jackson do Pandeiro”.

Conforme o decreto, a Secretaria de Estado da Educação deve realizar, durante todo o ano, atividades culturais e socioeducativas no âmbito escolar, mobilizando alunos, professores, servidores e a comunidade circunvizinha da escola em homenagens e produção cultural acerca da vida e obra de Jackson do Pandeiro.

As atividades devem primar pela interdisciplinaridade, sem prejuízo do conteúdo regular, cabendo à direção da escola, se necessário, adotar providências para compatibilizar a carga horária.

Ainda de acordo com o decreto, os eventos promovidos pelo Estado, como shows, concertos, seminários, festivais, salões de artesanato e exposições, sempre que conveniente, deverá ser oportunizado ao público conhecer a obra de Jackson do Pandeiro.

Também é previsto no decreto que as ações de divulgação dos órgãos e secretarias estaduais na mídia devem, sempre que possível, fazer referência ao ano cultural; bem como os espaços ou sistemas destinados ao uso coletivo geridos por instituições públicas estaduais, devem possibilitar a divulgação da vida e obra do cantor.

Se estivesse vivo, Jackson do Pandeiro completaria 100 anos em 2019. José Gomes Filho, o Jackson do Pandeiro, nasceu em Alagoa Grande em 31 de agosto de 1919, e passou boa parte da vida em Campina Grande. Começou a admirar a música por meio da mãe dele, a cantadora de coco Flora Maia, que colocou o filho para tocar zabumba aos sete anos.

Ganhou o apelido de Jackson inspirado em um personagem americano de filme de faroeste, do qual era fã. O artista trabalhou em rádios de Campina Grande, João Pessoa e Recife, quando começou a receber atenção da mídia e ficou conhecido como o homem orquestra pelo domínio da percussão.

Seu primeiro sucesso, “Sebastiana”, na década de 1950, o lançou para o Brasil e para o mundo. Jackson chegou a fazer duetos e parcerias com nomes como Luiz Gonzaga, Edgar Ferreira e Rosil Cavalcanti e ganhou o título de Rei do Ritmo.

Jackson do Pandeiro morreu de embolia pulmonar e cerebral em 10 de julho de 1982, aos 62 anos, em Brasília.
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Luiz Gonzaga, o grande mestre da revolução musical brasileira de todos os tempos

Na última quinta-feira, 13 de dezembro, a cidade de Exu, Pernambuco, a 78 km de Juazeiro do Norte, Ceará comemorou o nascimento do filho mais ilustre do município e da cultura brasileira.

O  Dia Nacional do Forró, dia de Santa Luzia, É o dia do nascimento de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Para nós, que estamos na senda nordestina, nas trincheiras culturais da raiz forrozeira, nas linhas de enfrentamento contra a máquina de terraplanagem global, procurando o regional como marca distintiva e, por isso mesmo, universal, é dia de celebração.

Se vivo, Luiz Gonzaga completaria 106 anos de idade. Com uma carreira sem a presença das redes sociais, no site de busca Google, o sanfoneiro aparece em mais de 18 milhões de páginas. Em 2018, a voz do pernambucano é presente nos aplicativos de música Spotify e Deezer.

O Nordeste continuaria existindo caso Luiz Gonzaga não tivesse aterrissado por lá há cem anos. Teria a mesma paisagem, os mesmos problemas. Seria o mesmo complexo de gentes e regiões. Comportaria os mesmos cenários de pedras e areias, plantas e rios, mares e florestas, caatingas e sertões.

Mas faltaria muito para adornar-lhe a alma. Sem Gonzaga quase seríamos sonâmbulos. Ele, mais que ninguém, brindou-nos com uma moldura indelével, uma corrente sonora diferente, recheada de suspiros, ritmos coronários, estalidos metálicos. A isso resolveu chamar de BAIÃO.

Luiz Gonzaga plantou a sanfona entre nós, estampou a zabumba em nossos corpos, trancafiou-nos dentro de um triângulo e imortalizou-nos no registro de sua voz. Dentro do seu matulão convivemos, bichos e coisas, aves e paisagens. Pela manhã, do seu chapéu, saltaram galos anunciando o dia, sabiás acalentando as horas, acauãs premeditando as tristezas, assuns-pretos assobiando as dores, vens-vens prenunciando amores.

O seu peito abrigava o canto dolente e retorno dos vaqueiros mortos e a pabulagem dos boiadeiros vivos. As ladainhas e os benditos aninhavam-se por ali buscando eternidade. Viva Luiz Gonzaga do Nascimento!

Fonte: *Aderaldo Luciano professor doutor em Ciencia da Literatura
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Encontro de Saberes da Caatinga 2019 acontecerá em Exu, Pernambuco

Acontecerá nos dias 18 a 27 de janeiro de 2019, a 3ª edição do Encontro Saberes e Práticas da Caatinga: Raizeiro(a)s, Benzedeiro(a)s e parteiras, na Chapada do Araripe, Pernambuco.

O encontro será realizado em Exu, Pernambuco. O Encontro tem como objetivo promover a troca de saberes entre os raizeiros(as), benzedeiros(as) e parteiras da região da Chapada do Araripe contribuindo para o fortalecimento do papel cultural da sabedoria tradicional nos processos de cuidado e cura.

As inscrições para o evento serão realizadas até o dia 10 de dezembro de 2018. Poderão ser realizadas pessoalmente nos seguintes locais: Sindicato de Trabalhadores Rurais do Exu, ONG Caatinga - Ouricuri, Budega Cultural no Exu e ACB no Crato Ceará. 

As pessoas interessadas em realizar a inscrição online deverão preencher o formulário com seus dados pessoais e indicar posteriormente a modalidade de participação no evento, atentando-se para o valor a ser pago via depósito, na conta: Banco do Brasil; Conta: Ana Vartan Ribeiro de Alencar Ulisses; Agência: 1059-6; Conta Poupança: 12.791-4; Variação 01. 

O comprovante de depósito deverá ser enviado por email (saberesdacaatinga@gmail.com), até o dia 10 de dezembro de 2018.

Serão ofertadas oficinas sobre Quiropraxia, Bioenergética, Argiloterapia, Shiatsu, Introdução a cosméticos naturais, Agrofloresta Sintrópica, Essências do feminino (Aromaterapia na saúde da mulher), Saponificação, Meditação, Extração de óleos, Enema, Primeiros socorros com óleos essenciais, Extração de óleos, Alimentação viva e Biocontrução. 
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Exu e a falta de apoio e recursos públicos ao evento mais importante do Forró no Mundo

Um desabafo Gonzagueano! Em mais um ano tivemos a honra de celebrar em Exú - PE o aniversário do maior mito da cultura popular nordestina, Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.

O ato de celebrar mais uma Festa do Gonzagão muito nos orgulha, porém pelo terceiro ano custeamos 100% das despesas do próprio bolso. Isso mesmo, ônibus, combustível, 23 profissionais, material técnico, iluminação, painel de led, pirotecnia, etc. 

Fazemos isso em respeito ao nosso maior ídolo, Luiz Gonzaga, e aos milhares de gonzagueanos que estão todos os anos na festa. 

Gente das mais diversas partes do planeta vem prestigiar o evento e celebrar o aniversário do nosso mito nordestino. Meu desabafo e tristeza se dão em duas vertentes: 

Primeiro, a falta de apoio e recursos públicos ao evento mais importante do Forró no Mundo. Na Festa não celebramos apenas o aniversário de Gonzaga, mas também o Dia Nacional do Forró. Alô gestores, vamos dar uma atenção em 2019!

Segundo, aos artistas da cultura popular, em especial aos do segmento FORRÓ. Através da arte, obra e legado de Luiz Gonzaga, todos forrozeiros trabalham o ano inteiro. Muito me entristece ver tanta gente usando um discurso de seguidor e defensor da obra e do legado de Luiz Gonzaga, no Brasil e no Mundo, mas que na prática não lembram de reservar 01 dia do ano para celebração de nossa cultura Gonzagueana.

Temos 365 dias do ano para ganhar dinheiro com nosso trabalho, mas deixo meu desabafo com o intuito de tocar o coração dos colegas artistas do segmento, para 2019. Mesmo que não venha com sua banda, venha você artista, sua presença aumenta cada vez mais o público e a renda em prol do Parque.

O Parque Aza Branca vive totalmente de doações. A área necessita de limpeza diária e manutenção constante. Temos lá o mausoléu do nosso Rei do Baião, além do Museu com todos prêmios e homenagens, palcos para shows, a casa onde residiu com toda sua história, e a pousada para receber turistas. A casa museu está com o primeiro andar interditado por riscos de desabar. Todo esse patrimônio e história de Gonzaga estão sofrendo com a falta de recursos.

O que me deixa feliz é ver os milhares e milhões de seguidores do nosso Rei do Baião se manifestando positivamente, bem como alguns amigos e irmãos forrozeiros que todos anos estão lá, a exemplo de Flávio Baião, Targino Gondim, Flávio Leandro, Joquinha Gonzaga, Jorge de Altinho, Fábio Carneirinho, Waldonys, dentre outros maravilhosos artistas que contribuem voluntariamente com a festa todos os anos, como faz a Fulô de Mandacaru nos últimos 03 anos.

O texto ficou longo, porém necessário para refletir sobre a importância de sair do discurso e ir à prática do verdadeiro sentido do legado de Gonzagão. Um dos artistas populares que mais apadrinhou e ajudou diversos artistas, pessoas e comunidades onde passou ao longo da sua vida.
Viva Gonzagão!!!

Viva o Forró!!!

Armandinho do Acordeon
(Banda Fulô de Mandacaru)
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Isolda Bourdot, compositora de Roberto Carlos, sofre infarto e morre aos 61

Isolda Bourdot, conhecida como "a compositora do Rei", por ser a autora de "Outra Vez", um dos maiores sucessos de Roberto Carlos, morreu aos 61 anos. Segundo seu perfil no Facebook, ela sofreu um infarto na noite de domingo (16).

A compositora participou de vários festivais de música nos quais Milton Carlos, seu irmão, interpretava músicas de autoria da dupla. O primeiro grande sucesso de Isolda e Milton Carlos aconteceu em 1973, quando Roberto Carlos ouviu a música "Amigos, Amigos" e resolveu gravá-la.

Outras composições da parceria foram sucesso na voz de Roberto Carlos, como "Jogo de Damas", "Elas por Elas", "Um Jeito Estúpido de te Amar" e "Pelo Avesso", e na de intérpretes como Wando, Ângela Maria e Agnaldo Rayol.

Em 1976, a dupla teve fim com o acidente automobilístico que matou Milton Carlos.

O grande sucesso de Isolda veio com "Outra Vez". "Gravei essa canção numa fita entre outras e entreguei para Roberto Carlos", afirmou ela em depoimento em seu site.

"'Outra vez' é uma canção que nunca mais me abandonou. Ela já fez parte de trilhas para novelas, foi gravada pela maioria dos nossos intérpretes, instrumentada ou cantada nas mais diferentes interpretações e arranjos, ganhou muitos prêmios, inclusive o de música do ano e eu sei que sempre vai me acompanhar", completou. O velório está marcado para terça (18), a partir das 10h, no cemitério São Pedro, em São Paulo.
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