FUNDAÇÃO CASA JOSÉ AMÉRICO COMPLETA 40 ANOS COM EXTENSA PROGRAMAÇÃO

 

A Fundação Casa de José Américo, em João Pessoa, inicia as comemorações dos 40 anos de criação da instituição, em dezembro. Os eventos virtuais se estenderão pelo decorrer do ano de 2021, culminando em 10 de janeiro de 2022, data em que se comemora os 40 anos de inauguração do museu.

As atrações poderão ser acompanhadas pelo canal da FCJA, no YouTube, contemplando os mais diversos segmentos artístico-cultural: literatura, música, cinema, seminários, homenagens, inaugurações, entre outras atrações. Tudo isso conectado com o rico universo que compõe a vida e obra do escritor José Américo.

“Queremos destacar a importância da Fundação mas também colocá-la no caminho do futuro, realizando novas pesquisas, digitalizando e organizando o acervo, para disponibilizar ao público, planejando novas ações para os próximos anos. Tem o caráter da celebração, mas também o entrelaçamento da história da cultura paraibana e o legado de José Américo de Almeida”, detalhou o presidente da FCJA, Fernando Moura.

A criação da Fundação Casa de José Américo aconteceu no dia 10 de dezembro de 1980, com a Lei 4.195, assinada pelo então governador Tarcísio Burity, determinando como sede a casa onde o ilustre imortal paraibano viveu os últimos 22 anos de sua existência, situada na orla do Cabo Branco.

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PARA COMBATER O EXCESSO DE RUÍDO E ACELERAÇÃO TECNOLÓGICA LIVRO INDICA O SILÊNCIO COMO UMA FORMA DE EXISTÊNCIA

A viralização de notícias falsas, ou fake news, em inglês, é um dos grandes problemas dos últimos anos. A professora da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) e jornalista especializada em Comunicação Digital Pollyana Ferrari faz uma reflexão sobre os fenômenos das bolhas de informação e da rapidez com que informações falsas são compartilhadas sem checagem pelas redes sociais no livro "Como Sair das Bolhas", das editoras Educ e Armazém da Cultura, lançado na semana passada.

Para combater essa aceleração tecnológica, Pollyana propõe, em seu livro, uma relação diferente com o excesso de ruído e o silêncio como uma forma de existência. Ela recomenda o uso dos oito passos de Buda (compreensão, pensamento, fala, ação, esforço, atenção, concentração e modo de vida corretos) antes de compartilhar mensagens.

“Primeiramente, devemos reconhecer que as notícias falsas são, na verdade, uma variedade de desinformações que pode variar entre a correta utilização de dados manipulados, a utilização errada de dados verdadeiros, a incorreta utilização de dados falsos e outras combinações possíveis. A sociedade do fluxo informacional, a velocidade das redes sociais, dos aplicativos, tudo nos deixa inquietos, e a inquietude só causa prejuízos: compartilhamos o que não lemos, aceitamos a sedução como verdade, pois ela nos conforta no momento de angústia", diz trecho do livro.

Confira a entrevista com Pollyana Ferrari:

*Brasil de Fato: Como sair das bolhas? Polyanna Ferrari: Tendo uma postura de transitar, de perceber que o mundo é diferente, que as pessoas não são iguais. Eu falo no livro que a gente tem mais muros pichados e grafites do que varandas gourmets pasteurizadas, iguais. As pessoas se acostumaram nas redes sociais, se são de esquerda, não ter ninguém que pensa diferente, se são veganos, a mesma coisa. Foram limpando suas timelines e seus convívios nas redes e ficando só com quem pensa igual. E isso é muito ruim. O importante é cultivar democraticamente o debate público. Então, sair das bolhas é uma volta a você conseguir conviver.

*Voê acha que a tecnologia aumentou a propagação de fake news ou isso já existia antes?

É uma relação de escala. Sempre teve fake news. Eu relato no livro que Roma antiga tinha, mas não era nessa escala grande. Depois das redes sociais e todas essas plataformas do Google, muita gente ganhou voz. As pessoas com smartphone viraram mídia. Isso é muito bacana, mas ao mesmo tempo você tem muita gente propagando muita coisa e a checagem não fez parte dessa década. Não fomos treinados para checar. A eleição do [Donald] Trump [presidente dos Estados Unidos] mostrou para o jornalismo, para nós, um alerta de que era preciso checar as informações recebidas. As pessoas não foram educadas a checar, chega no Whatsapp e as pessoas acreditam. E não é só o jovem que propaga fake news. Então, na questão de escala, a tecnologia propaga muito mais do que antes dessas redes.

*E Você acha que seria possível diminuir a propagação das fake news?

Não compartilhando e não curtindo. Primeiro, você checa, joga no Google, tenta ver a procedência do texto, qual a fonte, quando foi publicado, se é uma coisa velha, se a foto foi manipulada. E agora também temos vídeos fakes [falsos]. Então, a gente tem que aprender socialmente a checar. É fundamental ter as agências de checagem, bots e algoritmos de checagem, mas nunca vai ter fim. Vamos pensar em eleições, 140 milhões vão votar e temos três agências de checagem (Aos Fatos, Lupa e Pública), mesmo se tivesse 6.000 agências de checagem, não iam dar conta.

Como você avalia o trabalho dessas agências?

Eu comecei em 2016 essa minha pesquisa, comecei olhando os jornais primeiro e cheguei às agências. São iniciativas fora das grandes redações muito bem-vindas. Acho que avançamos muito com as agências, os códigos de ética, os grupos de checadores. Precisamos ter mais e vão surgir mais. Acho legal, mas sempre pensar na educação de quem dissemina, senão não vai ter fim. Quantas agências de checagem precisariam ter no mundo?

Tem discussão o e silêncio no seu livro. Como aplicar isso nas redes?

Isso. Eu volto aos oito passos do Buda, técnica milenar, não numa ideia de doutrinar para religião, mas é sobre ser ético, respirar, pensar. Porque nessa velocidade que as pessoas compartilham, normalmente é porque não leem, tirando os que compartilham porque produziram e ganham dinheiro com isso. As pessoas leem só o título e passam pra frente. Os pensadores de psicologia cognitiva dizem que o cérebro precisa de três a cinco minutos, então se parar pra respirar e pensar e voltar à essa questão do silêncio, desligar o celular pra dormir. Parece dicas holísticas, mas faz todo sentido nessa pressa de compartilhar conteúdo que não está dando certo. Todo mundo virou colunista de tudo, todo mundo dá um palpite, o dedo está o tempo todo ali, as pessoas curtem até marca. A ideia do silêncio é isso, tanta evolução tecnológica e eticamente e moralmente estamos comprometidos. O Whatsapp é o maior propagador de mentiras e o grande perigo nessa eleição vai ser isso.

Sore eleição, qual a análise que você faz desse cenário?

Fake news em ano de eleição é um perigo. Gostaria de dizer que, infelizmente, acho que vai ter muita barbárie. Até porque o brasileiro está falando sobre isso só agora em 2018. Teve a eleição do Trump, quando os grandes veículos como The Washington Post e BBC falaram disso, alertaram muito sobre esse perigo, mas acho que foi no caso da Marielle [Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em março] que a gente conseguiu ver a proporção, como é rápido o desserviço do MBL [Movimento Brasil Livre]. E vão continuar agindo. Então, como a gente faz? Primeiro, desconfie de tudo. Cheque, veja se o perfil existe, quem mandou, explica para seu tio, seu pai, mãe, que compartilha fake news, e respeite o outro. Tem que ser um eterno exercício, checagem de fatos tinha que estar na grade das escolas, os professores tinham que debater, aprender a checar é aprender a conviver e ouvir outras vozes, outras opiniões.

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LIVRARIAS LANÇAM CAMPANHA PARA ATRAIR LEITORES PARA LOJAS FÍSICAS

Com números em queda desde a popularização do e-commerce, as livrarias exclusivamente físicas passaram em 2020 por outro grande dilema, a pandemia do novo coronavírus (covid-19). Com o fechamento temporário do comércio para clientes presenciais e rigorosas medidas de restrição de circulação de pessoas em centros comerciais, os estabelecimentos culturais sofreram perdas significativas.

Para tentar contornar a situação, uma iniciativa inspirada em movimentos internacionais foi adotada por um grupo de mais de 120 livrarias do país. Com o mote #TudoComeçaNaLivraria, a campanha visa resgatar o hábito e as vantagens de se folhear um livro em meio a um acervo imenso de obras, como nos tempos pré-internet.

Valorizar as livrarias como ponto de conexão entre livreiros, autores, editores, distribuidores e leitores é um dos objetivos da iniciativa, que visa ainda fortalecer livrarias físicas como vitrine para o lançamento de novos títulos. A campanha conta com apoio da Câmara Brasileira do Livro (CBL), da Associação Nacional de Livrarias (ANL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).

“Infelizmente, o Brasil tem muitas cidades sem livrarias”, disse o diretor executivo da Editora WMF Martins Fontes, Alexandre Martins Fontes, um dos coordenadores da campanha. “Uma cidade não é uma cidade sem uma livraria“, disse Martins Fontes, citando o autor inglês Neil Gaiman, responsável pela série Sandman.

Alexandre Martins Fontes disse que as livrarias se dividem em duas categorias. Há aquelas que fizeram opção de manter apenas a presença física e não ter atuação online, enquanto a outra categoria reúne livrarias físicas que também atuam pela internet.

As livrarias pertencentes à primeira categoria, que operam apenas com lojas físicas, foram obrigadas a fechar as portas. E mesmo depois que reabriram, ainda estão preocupadas com o futuro. 

“Não há no mundo livraria física que tenha um movimento equivalente àquele que tinha antes da pandemia. É inquestionável que a pandemia afetou, acima de tudo, as livrarias que optaram por esse modelo. E essas livrarias, na minha visão, são absolutamente fundamentais para a saúde da sociedade e das cidades brasileiras”, comentou Martins Fontes.

A pandemia provocou uma queda média de 40% nas vendas desses estabelecimentos, em relação ao ano passado. Para muitas livrarias físicas, porém, que ficaram fechadas, as perdas atingiram 90% a 100%, disse o livreiro e editor. Muitas ainda não conseguiram retornar ao desempenho que apresentavam antes da pandemia. Fontes estimou que, atualmente, a queda nas vendas deve variar entre 20% e 25%.

Já as livrarias incluídas na segunda categoria, que além de lojas físicas também vendem online, sofreram um pouco menos. A queda nas vendas presenciais foi compensada pelo crescimento dos negócios feitos via internet. As vendas pelas lojas virtuais surpreenderam e as pessoas passaram a consumir mais livros, no mundo todo.

O que os editores perceberam, entretanto, é que as vendas online não tiveram o resultado esperado no que diz respeito aos novos títulos, aos lançamentos de livros, como acontecia nas livrarias físicas, que funcionam como ponto de encontro e de confraternização para as pessoas. “A livraria investiu no espaço físico como ponto de encontro para seus clientes”, disse Martins Fontes. “Isso mostra como a livraria física é importante como vitrine daquilo que está sendo lançado”.

Categórico, Martins Fontes afirma que “as editoras chegarão à conclusão que as livrarias físicas são fundamentais para os lançamentos”.

“Esse é o ponto que nós estamos dando ênfase nessa campanha, porque a livraria física não é só um local de encontro e de confraternização, mas ela é, acima de tudo, essa grande vitrine da indústria editorial. A importância da livraria é gigantesca”, disse.

Alexandre Martins Fontes anunciou que, no período de 11 a 13 de dezembro, as principais livrarias brasileiras farão uma grande exposição de livros novos publicados a partir de outubro no país, dando descontos especiais e fazendo promoções para os clientes. “Essa é a ideia, que a gente crie campanhas ao longo dos próximos anos, para fazer com que as pessoas se sintam convidadas para visitar as livrarias”.

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CAMPANHA ELEITORAL AJUDOU A AUMENTAR CASOS DA COVID-19 NO BRASIL, AFIRMA MÉDICO

A campanha eleitoral no Brasil pode ser apontada como vilã na alta de contaminações por coronavírus, diz o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto. Segundo ele, o movimento de políticos nas ruas pedindo votos, aliado aos planos de relaxamento da quarentena definidos pelos governos, contribuíram para que os hospitais em todo o Brasil voltassem a registrar aumento de internações.

Vecina Neto, porém, faz questão de destacar que a eleição não pode ser demonizada. "O comportamento das pessoas, o exercício da eleição não teve grande problema. Os cuidados que foram tomados foram bastante adequados. Mas a forma como foram conduzidas as campanhas eleitorais e toda permissividade, isso sim eu acho complicado", destacou ele, ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), professor da Universidade de São Paulo (USP) e colunista do Estadão.Continua depois da publicidade

*A campanha eleitoral pode ser apontada como vilã na alta de contaminações? Acho que sim, porque houve aglomeração, o é mortal. Quando se junta muita gente, facilita o trabalho do vírus e dificulta a dispersão de aerossóis. As gotículas que saem das nossas bocas se disseminam, são emitidas para outras pessoas. Como uma parte da campanha é feita no corpo a corpo, com certeza influenciou no aumento. Mas não é só isso. Houve também um relaxamento, com abertura de estabelecimentos que não deveriam abrir.

*Seria melhor termos cancelado as eleições deste ano? O comportamento das pessoas no exercício da eleição (dia da votação) não teve grande problema. Os cuidados tomados foram bastante adequados. Mas a forma como foram conduzidas as campanhas eleitorais e toda a permissividade, acho complicadas.

*Em São Paulo, a revisão do Plano São Paulo (programa estadual de reabertura econômica) foi remarcada para o dia seguinte da eleição, em 30 de novembro. Para você foi uma definição política?

É uma pergunta que já está respondida. Foi para não perder votos. Infelizmente foi o que movimentou os políticos.Continua depois da publicidade

*Os governos relaxaram demais a quarentena? Bares e restaurantes com poucas janelas e pouca ventilação não poderiam ter sido abertos. O ar-condicionado não adianta. Não há solução mágica para o vírus. O que existe é o que sabemos: a gente emite aerossóis, eles são respirados, encontram nossos olhos diretamente ou se depositam em cima de superfícies em que podemos colocar as mãos e depois levar aos olhos e boca. É dessa forma que a gente se infecta.

*Em 2021 nós enfrentaremos os mesmos problemas? Goste ou não goste, a maior parte do ano que vem será exatamente assim. Se a gente der moleza, o número de casos e de mortes vai continuar aumentando. Enquanto não conseguir ter acesso à vacina e vacinar um monte de gente, nós vamos ter problemas. Isso precisa ficar claro na cabeça das pessoas. (Correio Braziliense)

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PREVISÃO DE CHUVAS PARA O RIO SÃO FRANCISCO GERA EXPECTATIVAS PARA 2021

A previsão meteorológica para a Bacia Hidrográfica do São Francisco é de boas chuvas neste período úmido, que começou em novembro deste ano e segue até abril de 2021. Com isso, o Nordeste fica na expectativa de que sua maior barragem, a de Sobradinho, na Bahia, possa acumular volume de água similar a este ano, quando alcançou 94% de seu volume útil.

O diretor de Operação da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), João Henrique Franklin, em entrevista ao Programa na Rural FM, de Petrolina (PE), informou que o Reservatório de Sobradinho está com 54% de sua capacidade, o que é considerado bom para aguardar as próximas chuvas. “Bem diferente da situação de 2015, quando chegamos a 1% nesta época”, disse.

Ele destacou a extrema segurança da barragem de Sobradinho, atestada inclusive por órgãos externos, que está preparada para o período chuvoso. “Estamos fazendo a operação de Sobradinho com plena segurança”, disse Franklin.

O diretor explicou que a vazão atual a partir do Reservatório de Sobradinho é de 2.000 metros cúbicos por segundo (m³/s) e neste fim de semana, (28), vai ficar mais baixa, com 1.700 m³/s – este mês de novembro, já chegou a ser 2.900 m³/s. 

“O Nordeste está atualmente exportando energia elétrica para as regiões Sul e Sudeste. Como a geração eólica da Região está bastante positiva, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) pode tomar essa decisão de reduzir a produção de energia pelas hidrelétricas”, explicou.

João Henrique Franklin acrescentou que a situação, entretanto, é variável e poderá haver novo aumento de vazão dentro dos patamares operativos regulares. “Passamos muitos anos com o rio seco, agora o Rio São Francisco está reocupando sua calha”.

O diretor afirmou que a situação do Nordeste, com água em Sobradinho e possibilidades de chuvas na Bacia Hidrográfica do São Francisco é extremamente positiva e motivo de orgulho para os nordestinos poderem contribuir, significativamente, para o abastecimento energético do País.

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CIDA PEDROSA GANHA PRÊMIO O LIVRO DO ANO E DIZ QUE SOLO PARA O O VIALEJO NASCEU DAS MEMÓRIAS EM BODOCÓ, PERNAMBUCO

Foi numa viagem entre sertões, de Bodocó (Pernambuco) até Crato (Ceará), que a pernambucana Cida Pedrosa escreveu as primeiras páginas de Solo para vialejo, considerado o livro do ano, segundo o Prêmio Jabuti 2020. Na serra, escreveu dez páginas. Depois, em Petrolina (Pernambuco), encontrou a foto que é a capa da publicação, quatro personagens negros no que seria uma jazz band, e que deu origem ao conceito que permeia a obra de poesia.

 “Começou da ideia de uma diáspora dos negros e negras que viviam no sertão de Bodocó (cidade natal da autora), também desse rastro de musicalidade e as memórias coletivas”, explica.

A autora reacendeu as próprias memórias e também de lembranças de outras pessoas para contar uma história de Bodocó, mas que se relaciona com o mundo: os caminhos feitos por negros, negras e índios no sertão e essa relação com a música, principalmente, o blues. “Vou falando dessa musicalidade da negritude, que é ao mesmo tempo tão próxima e distante. O blues nasceu nos Estados Unidos na terra gelada dos campos de algodão, enquanto também está aqui nos campos de algodão numa terra árida”, comenta.

“Eu sai do Sertão para o mar, pois sou sertaneja. Esse é um livro da volta, uma migração ao contrário. Eu migro do mar para o Sertão e vou contando sobre os sons dos negros e das negras, de mim mesma. Eu me reencontro com a minha ancestralidade, com minha bisavó indígena, com o meu pai e com minha mãe, que me ensinaram a ler mesmo sem nunca terem ido para a escola”, afirmou na transmissão via YouTube. 

Chegar a essa temática tão atual não foi intencional, mas acabou acontecendo pelo fato da escritora ter buscado uma literatura afetiva, de forma a conseguir falar da “própria aldeia, de modo universal”. “O que acontece é que os fatos da minha aldeia são universais. Porque em qualquer outro lugar do mundo as pessoas podem estar vivendo algo parecido. Fiz um mergulho dentro de mim, numa busca muito pessoal, mas, ao mesmo tempo, coletiva”, define. Ela conta que percebeu a força do livro ainda quando lia trechos para os filhos, ambos poetas, o companheiro e amigos. “Fiz algumas leituras e as pessoas se emocionavam, isso foi deixando claro que eu estava no caminho certo”, lembra.

Cida Pedrosa é a primeira mulher pernambucana a vencer o prêmio. Com 57 anos, ela começou a escrever aos 14. O primeiro livro foi publicado aos 19, uma obra que ela diz “nem gostar mais”. “Com o tempo a gente vai se aprimorando, aprendendo, acredito muito no exercício amoroso da palavra”, revela. A premiação, para ela, traz um reconhecimento de uma trajetória de 10 publicações, entre elas, Claranã (2016), que chegou a ser finalista do Prêmio Oceanos de Literatura, e de um livro que a traz orgulho.

Neste ano, a escritora também escreveu um livro inspirado na pandemia de covid-19. Intitulado Estesia, a obra traz percepções em texto e imagens dos sentimentos de ver Recife modificada na quarentena. O livro foi escrito em formato de haicai e está disponível apenas em formato digital, à venda na Amazon. “É um livro em que eu escrevia e fotograva. Ando todo dia com o meu cachorro observando a cidade vazia. Ao mesmo tempo via coisas belas, mas também tinha o medo”, explica.

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NOVA VERSÃO DA MÚSICA SERENATA AGORA NA VOZ DE RAIMUNDO FAGNER E NELSON GONÇALVES

Uma nova versão de “Serenata”, clássico de Sílvio Caldas e Orestes Barbosa, ganha as plataformas digitais levada pelas vozes de Fagner e Nelson Gonçalves.

O single integra a sequência de lançamentos do artista cearense – o primeiro dele foi “Lábios que Beijei”- antecedendo o novo álbum previsto para dezembro. 

Fã de Nelson Gonçalves, Fagner se utilizou da tecnologia para impor a voz do ídolo no dueto. O novo single do seu primeiro disco pela gravadora Biscoito Fino, reúne clássicos da música popular gravados originalmente por vozes da Era do Rádio. Pixinguinha, Silvio Caldas, Cartola, Orestes Barbosa, Vinícius de Moraes e Chico Buarque, entre outros, integram a lista.

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VIII SEMINÁRIO DE EXTENSÃO RURAL EM PERNAMBUCO ACONTECE ENTRE OS DIAS 01 e 06 DEZEMBRO

 O Governo do Estado, a Secretaria de Desenvolvimento Agrário-SDA e o Instituto Agronômico de Pernambuco-IPA realizam o VIII Seminário de Extensão Rural em Pernambuco. Nesta edição, em virtude da pandemia, o evento acontecerá, excepcionalmente, em Formato Online. O VIII Seminário nos dias 01 a 06/12/2020, com transmissão pelo Canal do YouTube "IPA PERNAMBUCO" através do link: http:/www.youtube.com/ipapernambuco

O Seminário de Extensão Rural de Pernambuco foi idealizado pelo Extensionista Ruy Carlos do Rêgo Barros Ramos, e teve a sua primeira edição em 2007, em comemoração ao Dia Nacional do Extensionista Rural (6 de dezembro), tem como objetivo debater a sustentabilidade da Agricultura Familiar e homenagear os/as Extensionistas Rurais.

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III SEMANA DA AGROECOLOGIA, PRODUÇÃO ORGÂNICA E SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL PARA AGRICULTURA FAMILIAR ACONTECE NESTA QUINTA (26)

A certificação orgânica para produtos da agricultura familiar será debatida durante o segundo encontro da III Semana da Agroecologia, Produção Orgânica e Segurança Alimentar e Nutricional, que acontece nesta quinta-feira (26), às 16h, pela plataforma Meet. O evento contará com a presença de agricultores familiares, representantes de associações, pesquisadores e professores de várias instituições de ensino e pesquisa. 

A realização da Semana é uma iniciativa da Rede Territorial de Agroecologia dos Territórios do Sertão do São Francisco Baiano e Pernambucano (Rede) e do Centro Vocacional Tecnológico e Núcleo de Segurança Alimentar e Nutricional (CVT/Nusan) Sertão Agroecológico, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).

O debate tratará sobre a certificação da produção de base ecológica na agricultura familiar a partir das experiências locais de certificação orgânica e da experiência da certificação participativa dos Organismos Participativos de Conformidade (OPAC), da Rede de Agroecologia Povos da Mata, que atua na Bahia.

 Os debatedores convidados são a presidente da Associação de Produtoras e Produtores Orgânicos do Vale do São Francisco (Aprovasf), Maria Alzira Davi Barros Sant’ana; o representante da Rede Povos da Mata, Tiago Tombini Mecenas; a representante do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), Aline Thaiane Nunes Lopes; e o representante do Centro Sabiá, Davi Fantuzzi.

 A discussão será mediada pelo coordenador da Rede Territorial de Agroecologia do Sertão do São Francisco Baiano e Pernambucano, Elson de Oliveira; e pelo coordenador do Sertão Agroecológico Univasf/CNPq e professor dos Programas de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial (PPGADT) e em Extensão Rural (PPGExR), Helder Ribeiro Freitas.

De acordo com o professor Freitas, a III Semana da Agroecologia, Produção Orgânica e Segurança Alimentar e Nutricional tem o objetivo de promover a discussão sobre certificação orgânica e temáticas relacionados a essa área, assim como possibilitar a troca de conhecimentos entre experiências que envolvam as diferentes modalidades de Certificação da Produção Orgânica e Agroecológica. “Também é importante para contribuir com o avanço e as demandas das iniciativas de transição agroecológica e certificação em curso no Sertão do São Francisco Baiano e Pernambucano”, afirma.

Este ano, a Semana foi organizada em dois encontros, realizados de forma remota em virtude da pandemia de Covid-19. O primeiro dia do evento ocorreu em 12 de novembro, com o apoio da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e promoveu o debate sobre Agroecologia nas Eleições Municipais de 2020 nos municípios do Sertão do São Francisco Baiano e Pernambucano. Na ocasião, os participantes discutiram as demandas e pautas a serem promovidas e cobradas dos gestores públicos para a promoção da Agroecologia e o apoio à Agricultura Familiar nos municípios em que a Rede Territorial de Agroecologia atua.

“O primeiro debate teve como base uma ação promovida nacionalmente pela ANA, sendo orientado por pesquisa publicada em outubro deste ano intitulada ‘Municípios Agroecológicos e Políticas de Futuro’, na qual foram mapeadas mais de 700 políticas e programas municipais que apoiam a Agroecologia e a Agricultura Familiar, promovem a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) no campo e na cidade de todo Brasil”, conta Freitas. A pesquisa está disponível no site da ANA.

A Semana da Agroecologia, Produção Orgânica e Segurança Alimentar e Nutricional está na sua terceira edição e a cada ano promove atividades diversas, com o intuito de divulgar e articular ações de promoção da Agroecologia e Segurança Alimentar e Nutricional no âmbito dos Territórios Sertão do São Francisco Baiano e Pernambucano. O evento conta com a participação e apoio de várias instituições, entre os quais Irpaa, Aprovasf, Centro Sabiá e Rede de Agroecologia Povos da Mata. (Fonte: Portal Univasf)

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FÓRUM DE DESENVOLVIMENTO DO SEMIÁRIDO ACONTECE ENTRE OS DIAS 3 e 5 DEZEMBRO EM MOSSORÓ-RIO GRANDE DO NORTE

A cidade de Mossoró será palco para discussões sobre a região do semiárido brasileiro. Será nos dias 3, 4 e 5 de dezembro 2020 com a realização do Fórum de Desenvolvimento do Semiárido – Oportunidades de investimento que traz o tema: É hora de agir! Oportunidades de investimento. Parte do evento, que tem abrangência nacional, vai acontecer no Auditório Amâncio Ramalho, localizado no Campus Leste da Ufersa Mossoró.

O Fórum também foi assunto discutido na primeira reunião do Polo Regional de Planejamento, Inovação, Tecnologia e de Gestão Empresarial do Semiárido, o Prosemi, no âmbito da Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O Prosemi foi criado por meio de resolução do Conselho Universitário – Consuni – no último mês de junho.

O Prosemi tem como principal finalidade contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico do semiárido brasileiro através de iniciativas que promovam o progresso econômico, social, cultural e ambiental integrando a universidade, o setor produtivo, de serviços e demais entes federativos.

O Polo é a instância consultiva e deliberativa para o planejamento e a implementação de ações dentro da Política de Apoio ao Desenvolvimento Regional. Na Ufersa o Prosemi é formado por um conselho gestor sob a presidência da reitora, professora Ludimilla Oliveira.

“A Ufersa é protagonista no Prosemi quando assumimos a gestão já havia sido criado, porém não havia a formação oficial do Comitê Gestor. A partir de agora toda a integração que fizermos sobre ensino, pesquisa, extensão, setor produtivo, desenvolvimento de tecnologias irá passar pelo Prosemi fazendo jus ao nosso nome semiárido”, afirmou a reitora. 

O Prosemi também irá compor o campo de revitalização da Fazenda Experimental Rafael Fernandes. “Acreditamos que esse é um momento impar da nossa gestão, pois estamos trabalhando para fortalecer e fazer acontecer às ações voltadas para o semiárido” completou. Durante o Fórum será apresentando o Plano de Desenvolvimento do Semiárido que reúne 13 eixos temáticos. A Ufersa é uma das instituições parceiras na elaboração do Plano cedendo a sua estrutura para a realização das oficinas dos eixos temáticos.

Sendo referência para o agro, a Universidade criou o Prosemi como unidade de referência, podendo se integrar com outras universidades do Brasil e de fora do país como Israel, Espanha e Estados Unidos. “Hoje a Universidade é referência no setor do agronegócio assumindo o Prosemi Agro Ufersa”, afirmou o professor Luiz Soares, coordenador nacional do Plano Nacional de Desenvolvimento do Semiárido, explicando que o Prosemi Turismo ficou com a Universidade Federal de Alagoas, o Prosemi Recursos Minerais com a Universidade Federal do Ceará e, o Prosemi Pesca Oceânica com a Universidade Federal Rural de Pernambuco. 

“Essas instituições estão apoiando o Plano de Desenvolvimento do Semiárido” adiantou o professor Luiz Soares.

FÓRUM – A proposta do Fórum é de ser um ambiente de conhecimento e convergência de propostas dos diferentes agentes, públicos e privados, interessados em desenvolver ações de fomento a investimentos multissetoriais em empreendimentos que definirão um amplo programa de desenvolvimento econômico e social do semiárido nordestino.

Durante os três dias de evento serão realizados debates e apresentadas propostas que subsidiarão a formulação do Plano de Desenvolvimento do Semiárido, cujo objetivo é o aproveitamento das possibilidades econômicas da região e o alcance de metas socioeconômicas, hídricas e ambientais.

O Fórum está sendo organizado com os eixos temáticos: Recursos Hídricos, Energia, Agronegócio, Mercado, Relações Exteriores, Recurso Minerais, Turismo, Transporte e Logística, Novas Tecnologias e Inovação, Comunicação e Tecnologia da Informação, Educação/Capacitação, Meio Ambiente, e Segurança. A realização é da frente Parlamentar Mista em Prol do Semiárido e do Instituto Sagres. O Fórum de Desenvolvimento do Semiárido 2020 é aberto a toda sociedade.

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PEDE INTERVENÇÃO JUDICIAL DO HOSPITAL REGIONAL DE JUAZEIRO

Os Ministérios Públicos estadual (MP-BA) e federal (MPF) na Bahia pediram à Justiça, em ação civil pública, a decretação de intervenção judicial do Hospital Regional de Juazeiro, no norte da Bahia. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (25), pelo MP-BA

Segundo o órgão, a ação foi ajuizada pela promotora de Justiça Rita de Cássia Rodrigues e pela procuradora da República Ticiana Nogueira, em agosto, mas só foi divulgada nesta quarta, porque estava sob sigilo. O sigilo foi retirado após a Polícia Federal deflagrar no dia 19 deste mês de novembro, uma operação contra fraudes em verbas públicas da saúde na unidade de saúde.

De acordo com os órgãos federal e estadual, a ação foi despachada pela Justiça na terça-feira (24) com intimação do estado para se manifestar em um prazo de 48 horas.

A operação da PF cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, um de temporária e 16 mandados de busca e apreensão em Salvador, Castro Alves, Guanambi e Juazeiro. A ação ocorreu em razão das irregularidades no uso dos recursos públicos destinados ao hospital. Entre os presos está a diretora do Hospital Regional.

Na ação, o MP-BA e o MPF também solicitaram o afastamento definitivo da diretoria da Associação de Proteção à Maternidade e à Infância de Castro Alves (Apmica) da gestão administrativa e hospitalar da unidade, com nomeação de junta interventora.

O governo do estado ainda não se posicionou sobre essa ação, mas na segunda-feira (23) informou que a unidade seria administrada pela das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), em um período de 6 meses, até que o governo promova um novo processo de seleção definitiva para mais cinco anos da gestão.

A gestão do Hospital pela Apmica, a qual os órgãos pedem o afastamento definitivo, formalizada via contrato da organização social (OS) com a Secretaria estadual de Saúde (Sesab), é objeto de investigações que apontam para uma série de irregularidades na prestação do serviço e "evidência de desvios" da verbas federais destinadas à unidade.

Problemas graves como falta de medicamentos, atrasos salariais e a ausência de condições de trabalho, incluindo falta de EPIs para combate à Covid-19, teriam persistido durante o período da pandemia, mesmo após o aumento do repasse de verbas para enfrentamento do novo coronavírus.

As autoras da ação apontam ainda que não há transparência na prestação de contas do contrato entre o Estado e a Apmica.

Na ação, a promotora e a procuradora solicitam também que Justiça determine à junta interventora a adoção de providências para reestruturação e readequação do atendimento médico-hospitalar na unidade, assegurando a mais eficaz e adequada aplicação dos recursos públicos, enviando à Justiça relatório a cada 30 dias das atividades de gestão desenvolvidas.

Solicitam ainda que o levantamento da situação administrativa, financeira e patrimonial da entidade, com entrega de relatório em até 60 dias. 

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LUTO NO FUTEBOL: MORRE DIEGO MARADONA AOS 60 ANOS

Aos 60 anos e 26 dias, morre o jogador de futebol Diego Maradora. Campeão do mundo em 1986 e um dos maiores ídolos do futebol mundial, o ex-jogador argentino Maradona morreu nesta quarta-feira 25.

Contraditório, desafiador, engenhoso. Amigo leal e inimigo temível. Gênio e polêmico. Maradona despertou devoção por onde passou. Renasceu inúmeras vezes para protagonizar uma das trajetórias mais intensas da história do futebol.

Nascido em 30 de outubro de 1960, viveu a infância em Villa Fiorito, um bairro muito pobre da periferia de Buenos Aires, onde começou a se destacar por sua habilidade com a bola nos pés. Começou a carreira no Argentinos Juniors, com apenas 15 anos.

Depois de cinco temporadas e 116 gols em 166 partidas, Maradona se transferiu para o gigante Boca Juniors em 1981. Mas sua primeira passagem na Bombonera foi curta. Em 1982, ele foi vendido ao Barcelona na transferência mais cara do futebol àquela altura: U$ 8 milhões (U$ 21,5 milhões, em valores corrigidos).

El Diez manteve o brilho em campo. Mas as duas temporadas na Espanha não são lembradas por títulos. Sofreu com lesões, se envolveu em brigas com colegas do clube, uma hepatite e festas. Muitas celebrações e o início de um drama o assombraria por muito tempo: as drogas. O argentino deixou o Barcelona em 1984 com três títulos.

Perto de completar 24 anos, Diego chegou a Nápoles recepcionado por 70 mil torcedores no San Paolo. Era 5 de julho de 1984, e aquela apaixonada torcida via apenas o começo de uma trajetória que lhes daria títulos, alegria e orgulho para uma região discriminada na Itália.

Maradona se reencontrou no Napoli e o transformou em um dos grandes do país na época de maior glória do Campeonato Italiano. Diante da Juventus de Platini e do Milan treinador por Arrigo Sacchi e com os holandeses Van Basten, Gullit e Rijkaard.

Conquistou os dois únicos Scudettos da história do Napoli: em 1986/87 e 1989/90, este último protagonizando uma memorável dupla com o brasileiro Careca. Também levantou a Copa da Uefa – atual Liga Europa – de 1988/89, além da Copa Itália de 1986/87 e a Supercopa de 1990. É o ídolo máximo do clube.

Diego Maradora era apenas um garoto de 16 anos, que ainda surpreendia a todos pelo Argentino Juniors, quando debutou na seleção de seu país. Foi em uma vitória por 5 a 1 contra a Hungria, em amistoso. No ano seguinte, era cogitado a compor a lista de Cesar Menotti para a Copa do Mundo em seu país natal, mas ficou fora.

O primeiro Mundial de Maradona foi em 1982. Titular da Argentina na Espanha, ele disputou cinco jogos e foi expulso no duelo contra o Brasil, quando o time comandado por Telê Santana venceu por 3 a 1 e eliminou o rival. Mas tudo seria diferente quatro anos mais tarde.

No México, El Diez comandou a Argentina em seu bicampeonato. Foram seguidas atuações memoráveis. Contra a Inglaterra, nas quartas de final, Maradona foi capaz de fazer dois gols que evidenciam sua capacidade para ser gênio e polêmico ao mesmo tempo.

Ele abriu o placar com um leve toque de mão na saída do goleiro Beardsley no que deve ser o gol irregular mais famoso de todos os tempos. E fez o segundo percorrendo meio-campo e deixando para trás cinco marcadores.

O gol do século. Um gol que deu um grito de liberdade a milhões de argentinos que sofreram quatro anos antes na Guerra das Malvinas contra os mesmos ingleses.

Maradona faria mais dois gols contra a Bélgica, na semifinal, e daria o passe para o gol decisivo de Burruchaga na final contra a Alemanha. Coube ao camisa 10 erguer o bicampeonato, no que foi seu auge na carreira.

El Pibe participaria mais dois Mundiais. Esteve perto da segunda conquista consecutiva em 1990. Ele foi essencial na eliminação do Brasil, nas oitavas de final, e viu a torcida napolitana gritar seu nome e torcer pela Argentina contra a Itália na semifinal. Chorou com o vice para a Alemanha.

Em 1994, nos Estados Unidos, disputou dois jogos e fez um gol contra a Grécia. Mas se viu em uma das inúmeras polêmicas de sua vida. Após a partida contra a Nigéria, Maradona foi sorteado para o exame antidoping e testou positivo para a substância efedrina, um estimulante do sistema nervoso e cardiovascular. Foi suspenso da Copa, e a Argentina eliminada nas oitavas para a Romênia.

Maradona disputou 676 partidas e marcou 345 gols em 21 anos de carreira, entre a seleção e clubes. E por muito tempo, o vício em cocaína o acompanhou. Sua gloriosa trajetória no Napoli foi interrompida em março de 1991, quando foi suspenso por 15 meses após após exame antidoping constatar o uso da droga.

Foi o começo de um declínio. Pouco tempo depois da punição, o ídolo foi preso por porte e consumo de cocaína em Buenos Aires. Ficou uma noite detido, pagou fiança de U$ 20 mil e foi liberado.

Ele voltou aos gramados atuando pelo Sevilla (1992-1993) e de lá retornou à Argentina para uma breve passagem pelo Newell's Old Boys em 1993. Depois da Copa do Mundo de 1994 e da segunda sanção, vestiu mais uma vez a camisa do Boca, onde deixou os gramados em 25 de outubro de 1997, cinco dias antes de seu 37º aniversário.

Numa despedida memorável em 2001, dentro do estádio La Bombonera lotado, Maradona falou sobre seus vícios:

"Errei e paguei, mas o que fiz em campo não se apagou".

Maradona flertou com a máfia em Nápoles. Segundo ele, “era apenas para sua proteção”. Indomável, ele enfrentou o poder do futebol mundial, desafiou o establishment, abraçou líderes da esquerda latino-americana, fez amizade com Fidel Castro e Vladimir Putin, tatuou Che Guevara e é o ídolo de figuras lendárias do esporte universal.

Coleciona frases fortes, polêmicas e, por muitas vezes, preconceituosas. Em 2016, chegou a dizer que era vergonhoso que mulheres de jogadores falassem sobre futebol. Tatuou “perra” (cadela, em espanhol), em homenagem a uma de suas ex-namoradas.

Em 2000, o argentino sofreu um ataque cardíaco devido a uma overdose no resort uruguaio de Punta del Este. Um longo tratamento aconteceu, com idas e vindas a Havana, longe das câmeras. Pesando 100 quilos, outra crise cardíaca e respiratória o surpreendeu em 2004 em Buenos Aires e o deixou à beira da morte.

Recuperado, ele fez uma cirurgia bariátrica e perdeu 50 quilos, para retornar um ano depois como um apresentador de televisão de sucesso. Em 2007, os excessos no consumo de álcool o levaram a uma nova hospitalização, agora por hepatite. Foi internado em um hospital psiquiátrico. Saiu novamente.

Para os gramados, voltou como treinador, função que já havia tentado, sem sucesso, no Mandiyú (1994) e Racing (1995). Depois de liderar a seleção nacional, ele comandou o Al Wasl (2011-2012) dos Emirados Árabes, depois o Al Fujairah (2017-2018) e seguiu para o México, onde esteve à frente do Los Dorados de Sinaloa (2018).

Operado dos joelhos e com uma bengala, assumiu em 2019 em seu país o comando de um abatido Gimnasia y Esgrima La Plata.

Com a segurança que garantiram por terem sido suas "únicas filhas" por 25 anos, Dalma e Giannina foram o fio condutor de Maradona, mas também suas mais duras críticas. Nascidas em 1987 e 1988, sua mãe, Claudia Villafañe, era namorada de adolescência do ex-jogador. Após 24 anos eles se divorciaram e em 2020 travam um duro litígio.

O último filho a chegar foi Diego Fernando, que teve em 2013 com a ex-namorada Verónica Ojeda.

Mas Maradona adicionou descendentes nos últimos anos. Em 2014, reconheceu Jana, nascida em 1996 e filha de Valeria Sabalain, e em 2016, após 29 anos de rejeição de vínculo, reconheceu como filho Diego Junior, nascido sete meses antes de Dalma e filho da italiana Cristina Sinagra.

Em 2019, seu advogado Matías Morla afirmou que o ex-jogador tem mais três filhos em Cuba, ainda não reconhecidos.

“Faltam três para completar o time de 11, você consegue”, escreveu a filha Giannina no Instagram.

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PROJETO QUE AMPLIA A ÁREA DE ATUAÇÃO DA CODEVASF ENTRA NA PAUTA DO SENADO NESTA QUARTA (25)

O projeto de lei que inclui as bacias hidrográficas dos estados de Minas Gerais e de Roraima na área de atuação da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) está pautado para ser votado pelo Plenário do Senado nesta quarta-feira (25). 

O PL 4.203/2020, dos senadores Carlos Viana (PSD-MG) e Mecias de Jesus (Republicanos-RR), altera a lei que criou a Codevasf (Lei 6.088, de 1974) para ampliar a área de atuação da companhia. 

“No caso de Minas Gerais, parte de seu território já se encontra na área de atuação da Codevasf. Contudo, resta uma fração do estado que ainda não tem acesso às ações de revitalização, de desenvolvimento territorial e de irrigação promovidas pela companhia. Em vários casos, trata-se de regiões com reduzidos indicadores econômicos e sociais e que poderiam beneficiar-se enormemente de sua atuação. 

Da mesma forma, uma fração importante da região amazônica ainda não tem acesso aos benefícios da Codevasf. Tendo em vista as especificidades das bacias hidrográficas daquela região, talvez seja o caso de se criar, no futuro, uma Companhia de Desenvolvimento da Bacia Amazônica capaz de atuar de forma análoga à Codesvasf, porém de maneira ajustada a suas peculiaridades. 

Neste momento, contudo, nós propomos incluir as bacias hidrográficas do estado de Roraima, onde as ações de revitalização, de desenvolvimento territorial e de irrigação ainda não chegaram”, afirmam os autores na justificação do projeto de lei.

A Codevasf foi criada em 1974 e era dedicada ao Vale do Rio São Francisco em Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. 

Desde então,  incorporou áreas das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste: bacia do rio Parnaíba no PI e no MA (2000); bacia do rio Parnaíba no CE (2009); bacias dos rios Itapecuru e Mearim no MA (2010); bacia do rio Vaza-Barris em BA e SE (2017); bacias dos rios Paraíba e Mundaú (AL e PE), do rio Jequiá (AL), do rio Tocantins (GO), dos rios Munim, Turiaçu e Pericumã (MA) e do rio Gurupi (MA e PA), além das áreas restantes de AL (2017); bacias do rio Una (PE e AL), do rio Real (SE e BA) e dos rios Itapicuru e Paraguaçu (BA), a bacia Tocantins-Araguaia (incluindo áreas de MT, TO e PA), além das áreas restantes de MA e SE (2018) e as áreas das bacias do rio Araguari e do Alto Rio Pardo (MG), dos rios Jequitinhonha e Mucuri (MG e BA), além da totalidade do AP, incluindo o rio Araguari e bacias hidrográficas e litorâneas de BA, CE, RN, PB, PI e PE (2020).

No ano passado, os 45 anos de existência da Codevasf foram homenageados em sessão especial no Plenário do Senado. 

Criada em 1974, a Codevasf, antes dedicada à Bacia do Rio São Francisco, incorporou áreas das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. Veja a evolução da área, que ainda pode ser ampliada:

Lei 6.088, de 1974: Vale do Rio São Francisco em Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. (Fonte: Agência Senado)

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GOVERNO FEDERAL PLANEJA PRIVATIZAR SERVIÇOS DA TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO EM 2021

O Governo Federal planeja privatizar serviços da transposição do Rio São Francisco, como uma alternativa para que o empreendimento não seja dependente do Orçamento da União. O leilão de concessão deve ser realizado em julho de 2021. A informação foi publicada pela Folha de São Paulo.

A empresa vencedora vai cuidar da operação dos reservatórios, de estações de bombeamento e de 477 quilômetros de canais. O sistema abrange quatro Estados do Nordeste: Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.

“O nosso objetivo é garantir o suprimento hídrico. Nas secas que ocorreram no Nordeste de 2013 a 2016, os 4 Estados e o governo federal gastaram de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões em medidas emergenciais para garantir o acesso da população à água”, afirmou o diretor de programa da secretaria do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), André Arantes, em entrevista à Folha de São Paulo.

A transposição do Rio São Francisco é um grande projeto de obras de intervenção hídrica que iniciou em 2007, no governo Lula (PT). O objetivo é conectar as águas do São Francisco a rios dos quatros Estados beneficiados. A obra está 97% concluída. Segundo a publicação, a estimativa do governo é que a transposição beneficiará até 12 milhões de pessoas em 390 municípios quando a operação estiver em pleno funcionamento.

Os projetos de privatização não são relacionados às obras que não foram concluídas, mas à operação do sistema. Atualmente, o custo anual do sistema é de cerca de R$ 280 milhões.

De acordo com a Folha, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fo contratado pelo governo para a elaboração da modelagem de privatização. A conclusão dos estudos deve ser apresentada no 1º trimestre de 2021.

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IRPAA: 30 ANOS DE EXISTÊNCIA NA CONSTRUÇÃO DA PROPOSTA DE CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO

Entre os dias 23 e 27 de novembro, o Irpaa=Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada celebrará 30 anos de existência e atuação na construção da proposta de convivência com o semiárido. E para divulgar e reafirmar as principais linhas de atuação da instituição, junto à sociedade, serão realizadas atividades virtuais, através do canal do Youtube do Irpaa (TV Irpaa), recheadas de debates e discussões acerca do tema central do evento, que este ano traz no título “Irpaa 30 anos: Construindo a Convivência com o Semiárido”. Este momento contará com participações especiais de pessoas que fizeram parte da história da instituição.

No dia 23 de novembro, segunda-feira, a partir das 19h30, a celebração será iniciada com a live temática “O que é Convivência com o Semiárido e que sociedade queremos?”, com o presidente do Irpaa, Haroldo Schistek, e o sócio e agricultor, Luís Mota, mediada pela sócia Maísa Antunes. Participarão também desse momento, Mirtes Cordeiro, Dom André de Witte e Marilene Bispo, parceiros na caminhada da Convivência. 

A live pretende elucidar, ao público que estará acompanhando virtualmente, o significado do lema principal do Irpaa e salientar a busca por uma sociedade mais justa, na qual os direitos e as necessidades de povos e comunidades tradicionais que vivem no Semiárido sejam garantidos. Nesse dia, também terá apresentação musical do cantor e compositor Neudo Oliveira, além da interação constante com o público.

Já na quarta-feira, dia 25, a partir das 15h, será realizado o seminário técnico-científico com o tema “Elementos fundamentais/centrais da Convivência com o Semiárido”, através da plataforma Zoom, e com transmissão pelo Youtube. A ideia é debater questões históricas que envolvem a construção da proposta da convivência, pelo Irpaa, aqui na região: Terra e Território, com Judenilton Oliveira (Irpaa) e Gilmar Santos (CPT); Clima e Água, com André Rocha (Irpaa) e Cristina Nascimento (Asa Nacional); Produção apropriada ao Semiárido, com Moacir Santos (Irpaa) e Egnaldo Xavier (Poder público); e Comunicação e Educação no contexto do Semiárido, com Karine Pereira (Irpaa) e Ana Célia (Resab). Dentro do tema deste dia, também será discutido o atual contexto político do Brasil, que vem sendo marcado por muitos retrocessos e pela perda de direitos.

Encerrando a semana de celebração dos 30 anos do Irpaa, a live temática “Perspectivas e defesa da Convivência com o Semiárido” será realizada na sexta-feira, dia 27, a partir das 19h30. Entidades parceiras, movimentos sociais, agricultores e agricultoras farão parte desse momento, pontuando os principais entendimentos acerca da proposta da convivência, avaliando o que já foi feito ao longo dos anos e construindo novas possibilidades de atuação na sociedade, reforçando o protagonismo e o engajamento dos povos e das comunidades da região. 

No dia, também haverá música e o lançamento das cartilhas produzidas pelo Irpaa: “Experiências de Recaatingamento no Semiárido brasileiro”; “Balaio de Histórias - Entre as Caatingas e as águas: Educomunicação no Sertão do São Francisco”; e “Comunicação para a Convivência com o Semiárido”. Além do livro de autoria da Jornalista Jacira Felix, “O amor conduz a verdade”.

Para Tiago Pereira, coordenador institucional do Irpaa, a programação do evento evidencia o trabalho de construção da Convivência com o Semiárido durante três décadas, e a celebração dessa trajetória é também uma forma de renovar forças para seguir com o propósito da instituição. 

“A convivência dá conta de perceber o fator da seca e aponta essa compreensão de que é um fenômeno natural. E dá conta de tratar de questões estruturantes nessa região do semiárido, que historicamente foram negligenciadas, principalmente pela ação do estado brasileiro, como o debate de terra, território, políticas públicas, produção apropriada [...] Então, a celebração dos 30 anos é um momento de reencontro e reflexão de quão foi importante esse trabalho ao longo desses anos [...] Nós estamos num momento de muitos retrocessos, muitas perdas, e que a gente precisa retroalimentar a esperança, e esse trabalho da convivência tem ajudado as populações a viverem de forma digna em seus territórios”, afirma. (Fonte: Texto e Foto: Comunicação Irpaa)

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CERCA DE VINTE E SETE MILHÕES DE BRASILEIROS FAZEM A VIDA PULSAR NO SEMIÁRIDO

 

Quando falamos do Semiárido, estamos nos referindo a uma região que ocupa cerca 12% do território nacional (1,03 milhão de km²) e abrange 1.262 municípios brasileiros, considerando a delimitação atual divulgada em 2017 (Resolução 115, de 23 de novembro de 2017, da Sudene). 

Aproximadamente 27 milhões de brasileiros/as (12% da população brasileira) vivem na região, segundo informação divulgada pelo Ministério da Integração Nacional. Um dado interessante com relação à população do Semiárido é que encontram-se nele cerca de 81% das comunidades quilombolas de todo o Brasil.

A maior parte do Semiárido situa-se no Nordeste do país e também se estende pela parte setentrional de Minas Gerais (o Norte mineiro e o Vale do Jequitinhonha), ocupando cerca de 18% do território do estado. No Nordeste, dos seus nove estados, metade tem mais de 85% de sua área caracterizada como semiárida, sendo o Ceará o que possui a maior parte de seu território com esse perfil.

Em número de municípios, os estados com maior quantidade são Bahia (278), Paraíba (194), Piauí (185), Ceará (175), Rio Grande do Norte (147) e Pernambuco (123). O Maranhão passou a fazer parte do Semiárido Legal em 2017.

INDICADORES SOCIAIS: O Semiárido é um espaço com grande concentração de terra, da água e dos meios de comunicação, que historicamente sempre estiveram nas mãos de uma pequena elite. Essa situação gera níveis altíssimos de exclusão social e de degradação ambiental e são fatores determinantes da crise socioambiental e econômica vivida na região.

O Semiárido é um espaço com grande concentração de terra, da água e dos meios de comunicação, que historicamente sempre estiveram nas mãos de uma pequena elite.

Olhando para a divisão das terras propícias à agricultura na região, os dados são os seguintes: cerca de 1,5 milhão de famílias agricultoras (28,82% de toda a agricultura familiar brasileira) ocupam apenas 4,2% das terras agricultáveis do Semiárido. Ao passo que 1,3% dos estabelecimentos rurais com mais de 1 mil hectares, conhecidos como latifúndios, detêm 38% das terras.

Mais da metade (59,1%) dos brasileiros em situação de extrema pobreza estão no Nordeste. Destes, mais da metade (52,5%) vivem em áreas rurais da região. Olhando para a faixa etária, 4 em cada 10 pessoas extremamente pobres têm entre 0 e 14 anos (IBGE, 2010).

Em 60,09% dos municípios do Semiárido, com mais de nove milhões de habitantes, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) varia de Muito Baixo a Baixo. O IDH leva em consideração indicadores de longevidade, educação e renda. Todos os municípios do Semiárido apresentaram IDHM inferior ao do Brasil (0,727).

As contradições e injustiças sociais que permeiam a região podem ser percebidas inclusive no acesso à renda, que reflete também uma forte desigualdade de gênero. Segundo dados do IBGE (Censo Demográfico 2000), metade da população no Semiárido, ou mais de oito milhões de pessoas, não possui renda monetária ou tem como única fonte de rendimento os benefícios governamentais, a maioria (59,5%) são mulheres. 

Os que dispõem de até um salário mínimo mensal somam mais de cinco milhões de pessoas (31,4%), sendo 47% mulheres. Enquanto isso, apenas 5,5% dispõe de uma renda entre dois a cinco salários mínimos, a maioria (67%) homens, e dos 0,15% com renda acima de 30 salários mínimos apenas 18% são mulheres.

O índice de Gini, que mede o nível de desigualdade a partir da renda, está acima de 0,60 para mais de 32% dos municípios do Semiárido, demonstrativo de uma elevada concentração da renda na região.

CARACTERÍSTICAS: O atual clima do Semiárido se instalou entre 8 e 10.000 anos atrás e o comportamento das chuvas é documentado pelos viajantes desde a época do Império. Comparado com outras regiões semiáridas do mundo, onde chove entre 80 a 250mm por ano, o Semiárido brasileiro é o mais chuvoso do planeta. Nele, cai do céu, em média, de 200 a 800mm anuais. Uma precipitação pluviométrica concentrada em poucos meses do ano e distribuída de forma irregular em todo semiárido.

Comparado com outras regiões semiáridas do mundo, onde chove entre 80 a 250mm por ano, o Semiárido brasileiro é o mais chuvoso do planeta. Nele, cai do céu, em média, de 200 a 800mm anuais.

Como é natural das regiões semiáridas, esse volume de chuva é menor do que o índice de evaporação que, no Semiárido brasileiro, é de 3.000mm por ano. Isso provoca um déficit hídrico desafiador para quem vive da agricultura e da criação de animais na região. 

Esse desafio tem sido enfrentado pelas famílias agricultoras através do armazenamento de água da chuva em tecnologias sociais diversas. A água acumulada serve tanto para consumo humano, quanto para uso na agricultura e criação animal. Por isso, a primeira tecnologia implantada na região – a cisterna de placa de cimento - representa um marco na busca da soberania hídrica e alimentar no Semiárido brasileiro.

Tanto a ausência ou escassez das chuvas, quanto a sua alta variabilidade espacial e temporal são responsáveis pela ocorrência das secas - um fenômeno natural e cíclico nesta região. Outro fator de influência é a pequena profundidade do solo, que reduz a capacidade de absorção da água da chuva. A presença de solos cristalinos na maior parte da região limita o abastecimento dos aquíferos subterrâneos. Estima-se que mais de 90% da chuva não são aproveitadas devido à sua evaporação e ao seu escoamento superficial.

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CHESF ALERTA PARA A IMPORTÂNCIA DA NÃO OCUPAÇÃO DE ÁREAS RIBEIRINHAS SITUADAS NA CALHA PRINCIPAL DO RIO SÃO FRANCISCO

De acordo com o comunicado, a defluência média diária da Usina Hidrelétrica de Sobradinho será reduzida para a faixa de 2.600 m³/s, tendo em vista a recuperação do armazenamento do reservatório Luiz Gonzaga para valor superior a 30% do seu volume útil.

Já a defluência média da UHE Xingó permanecerá na faixa de 2.300m³/s, podendo ser elevada para 2.900m³/s, a depender da necessidade de atendimento ao Sistema Interligado Nacional – SIN. A elevação ocorrerá de forma gradual e será comunicada através de SMS aos números cadastrados no sistema de informação da CHESF.

A CHESF destaca a importância da não ocupação de áreas ribeirinhas situadas na calha principal do Rio.

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PAPA LEMBRA URGENCIA DE PROMOVER UMA NOVA MENTALIDADE ECONÔMICA

O papa Francisco defendeu neste sábado (21) em um encontro virtual com jovens empresários de diversos países a "urgência" de se apostar em uma "nova mentalidade econômica" que permita ajudar os "negligenciados", os pobres e os excluídos.

Em uma mensagem em vídeo transmitida à tarde aos participantes do congresso, o pontífice argentino assegurou que: "O futuro é o momento especial em que nos sentimos convocados a reconhecer a urgência e a beleza do desafio que se apresenta. Um tempo que nos lembra que não estamos condenados a modelos econômicos (...) e na busca por políticas públicas afins que ignorem seu custo humano, social e ambiental".

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SÃO PAULO EXPOSIÇÃO CELEBRA ANIVERSÁRIO DO REI DO RITMO JACKSON DO PANDEIRO

A exposição "Jackson é Pop", que encantou visitantes do Museu de Arte Popular da Paraíba, em Campina Grande, acaba de chegar a São Paulo. Celebrando o centenário de Jackson do Pandeiro (1919-1982), a mostra fica até o dia 13 de dezembro no Centro Cultural Santo Amaro (zona sul de São Paulo) e tem entrada gratuita.

São exibidos discos, fotos, uma linha do tempo, manuscritos de músicas --incluindo algumas canções censuradas durante a ditadura no Brasil-- e, claro, um pandeiro usado pelo próprio Rei do Ritmo.

"Jackson falou sobre muitas coisas contemporâneas há 60 anos. Falou sobre transexualidade, igualdade de gênero e até corrupção no futebol já na década de 1960. Um artista muito vanguardista. A mostra é um encontro da obra de Jackson com seu povo", diz Sandrinho Dupan, pesquisador de cultura nordestina e um dos curadores da exposição, em entrevista ao Agora.

A curadoria também é assinada por Fernando Moura, biógrafo de Jackson. "Esse acervo faz parte de uma pesquisa que já dura 25 anos e é resultado desses anos de trabalho com família, amigos e pesquisadores. Divulgar Jackson é divulgar a cultura e a música brasileira. Ele é a essência disso", afirma Moura.

Com 435 músicas registradas oficialmente em 30 anos de carreira, Jackson do Pandeiro é dono de sucessos como "Cantiga do Sapo", "Meu Enxoval", "Sebastiana", "O Canto da Ema", "Cremilda" e "Chiclete com Banana".

Além da mostra, que oferece visitas guiadas, o evento conta com oficinas de cordel, pandeiro e dança. Para o encerramento da exposição, em 13 de dezembro, está previsto um show da pernambucana Anastácia. A Rainha do Forró promete cantar clássicos e contar sobre sua vivência com Jackson do Pandeiro.

"O Jackson, com seu balanço peculiar e sua sabedoria, é uma das principais referências da música nordestina e eu acho muito importante que vejam o seu legado", diz Anastácia.O uso de máscara é obrigatório e há álcool em gel disponível em vários pontos do espaço.

Serviço: 'Jackson é Pop - Centenário do Jackson do Pandeiro' 

De terça. a domingo., das 10h às 17h. No Centro Cultural Santo Amaro (av. João Dias, 822). 

Tel. (11) 95901-5155. 

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AGÊNCIA PERNAMBUCANA DE ÁGUAS E CLIMA EMITE AVISO DE CHUVA NO SERTÃO E ÁREA DA BAHIA

A Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) emitiu um aviso meteorológico que indica a possibilidade de chuva com intensidade moderada a forte no Sertão de Pernambuco, neste sábado (21).

A previsão também é válida para o Sertão do São Francisco, que inclui ainda uma área da Bahia.

Segundo a Apac, o motivo é a influência do sistema Vórtice Ciclônico de altos níveis, que causam nebulosidade e podem provocar chuvas em todo o Sertão.

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VEIA NORDESTINA GANHA O PRÊMIO LATINO: O MELHOR ÁLBUM DE MÚSICAS DE RAÍZES EM LÍNGUA PORTUGUESA

O Melhor Álbum de Músicas de Raízes em Língua Portuguesa Veia Nordestina, da cantora Mariana Aydar foi a vencedora do Grammy Latino da música. Aqui Está-se Sossegado - Camané & Mário Laginha. Acaso Casa Ao Vivo - Mariene De Castro e Almério. Targino Sem Limites DE Targino Gondim E Obatalá - uma Homenagem a Mãe Carmen - Grupo Ofa eram os concorrentes.

"Na veia nordestina, eu tenho a minha visão / Carrego emprestada a força do sertão...", é assim que a cantora e compositora paulistana, Mariana Aydar, resgata sua história com a música nordestina, tendo como protagonista o forró, recomeçando o que nunca teve fim.

Nessa paixão pulsa “Veia Nordestina” (Natura Musical), projeto que foi lançado ao longo de 2019 dividido por EPs que formam um disco, produzido por Marcio Arantes, e um minidocumentário dividido em quatro episódios que abordam temas do universo forrozeiro, dirigido por Dellani Lima e Joaquim Castro, parceiro de Mariana na direção do documentário Dominguinhos (2014).

O disco “Veia Nordestina" com 12 faixas que misturam ritmos como xote, pagodão, arrocha, frevo, galope, kuduro e rastapé, este é o quinto álbum de estúdio de Mariana e o primeiro dedicado integralmente à cultura nordestina.

Passando pelas festas populares brasileiras como o Carnaval e o São João, o disco traz experiências sensoriais que transportam quem ouve para o universo multicultural do nosso país, como acontece em "Se Pendura", "São João do Carneirinho" e "Forró do ET", essa com a participação da madrinha de Mariana no forró, Elba Ramalho. 

O disco apresenta músicas que mostram a força e liberdade de escolha das mulheres, quebrando pensamentos machistas e patriarcais e elevando o empoderamento feminino como um dos temas principais. Em "Triste, Louca ou Má", regravação da banda Francisco, El Hombre, Mariana escolheu a amiga e grande inspiração ativista, Maria Gadú, para dividir os vocais e em "Condução", Mariana canta sobre a mulher que conduz na dança da vida. 

Questionar o público sobre o atual momento vivido no Brasil e no mundo, contestar o retrocesso que nos rodeia, dizer sim à diversidade em todas suas formas, tons e gêneros, também são temas presentes em Veia Nordestina em músicas como "Na Boca do Povo", na mistura envolvente de samba com forró. 

O sentimento mais transformado em música no mundo, a sofrência, está presente em vários momentos do disco. Ela aparece em músicas como "Represa", um xote chorado na regravação pop do clássico de Accioly Neto, "Espumas ao Vento", e em algumas mais animadas, que misturam o sofrer com o sorrir, como "Xilique", um forró sambeado da vertente de Jackson do Pandeiro, composta por Mariana em parceria com Jorge de Altinho e o arrocha "Venha Ver", de autoria de Anastácia, uma das maiores compositoras de forró do país, e Liane. 

Quero traduzir o meu forró, a minha maneira de ver o gênero reinventando, instigando, trazendo elementos contemporâneos, guitarras psicodélicas e a eletricidade da MPC sem perder a alma pé de serra do clássico power trio forrozeiro: zabumba, triângulo e sanfona”, explica Mariana. 

"Os temas deste projeto são muito de dentro do meu sertão, todo mundo tem o seu próprio sertão: suas tristezas, seus lamentos, suas questões. Onde quer que a gente esteja, não importa a região do Brasil e do mundo, a gente se encontra nesse sertão de dentro.", conclui Mariana. 

Veia Nordestina ressignifica esse sertão, da mulher independente que conduz na dança e na vida e para tratar as principais questões do mundo moderno, transformando a tristeza em alegria, como o forró sabe bem fazer.

O disco termina com um agradecimento ao mestre e amigo Dominguinhos com a emocionante "Para Dominguinhos", onde Mariana colocou em música tudo aquilo que queria dizer para ele mas não conseguiu em vida. Um sertão inundado de saudade e gratidão. A elegante sanfona de Mestrinho dá o tom de despedida do disco.

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CHESF REALIZA SIMULADO DE SEGURANÇA NA BARRAGEM DE SOBRADINHO

Todas as usinas da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) instaladas na Bacia Hidrográfica do rio São Francisco realizaram, este ano, o Simulado de Abandono de Área com Cenário de Segurança de Barragem. Hoje (19), foi a vez da Hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia, promover o treinamento, que contou com cerca de 100 pessoas, entre empregados, trabalhadores de empresas contratadas e aquelas que atuam como acessantes na subestação local.

Além do público citado, como o empreendimento possui uma eclusa, operada pelo DNIT, e por passar uma rodovia estadual (BA-316) na crista da barragem, onde se localizam postos da Vigilância Sanitária e Polícia Militar, a Chesf envolveu e teve o apoio das equipes dessas instituições no simulado. O ponto de encontro externo para o cenário proposto foi na BA-210, em direção ao município de Sento Sé.

“Todos os que atuam nas áreas da Chesf passam por treinamentos de segurança e é fundamental que estejamos todos atentos, mesmo para os cenários mais improváveis. Trabalhamos com segurança e buscando sempre a excelência”, destacou o gerente do Departamento de Operação Regional de Sobradinho, Raniere Farias.

“Esse novo treinamento, contemplando agora o cenário de emergência em barragens, está sendo inserido na nossa rotina de procedimentos relacionados à Segurança de Barragens. Vem para nos qualificar e transmitir ainda mais segurança para as equipes que atuam na operação e manutenção da usina e as que se envolvem diretamente com a segurança de barragens”, declarou Herbert Pereira, gerente da Divisão de Manutenção Civil e Segurança de Barragens de Sobradinho.

As próximas usinas a realizarem os simulados serão Boa Esperança (PI), Funil (BA) e Pedra (BA), e todas acontecerão até o final deste mês de novembro. (*FONTE: Chesf - Foto: Carlos José)

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MARINGÁ: FESTIVAL AFRO-BRASILEIRO NESTA SEXTA (20) TEM PARTICIPAÇÃO DO CANTOR E COMPOSITOR CHICO CESAR

 Em Maringá, Paraná, o Festival Afro-brasileiro segue com programação até sábado, 21. A organização é da Secretaria Municipal de Cultura.

O evento começou no dia 16 de novembro e o tema é “Culturas negras importam”. Devido à Covid-19, tudo ocorre pela internet. A ação é gratuita. Nesta 12ª edição, a organização tem usado termos afros para definir as atividades. As mesas/rodas são chamadas de “xirê”.

Neste sexta-feira, 20, o cantor e compositor Chico César participa. Mais informações estão no site da prefeitura. O endereço é o maringa.pr.gov.br. A semana pode ser conferida no canal no Youtube da Secretaria Municipal de Cultura de Maringá.

O festival relaciona tradição, religião, cultura de rua, política, questões sociais, entre outros. Maringá tem uma ampla atuação e atividades envolvendo questões afros. Além dos órgãos municipais de diferentes secretarias, existem iniciativas como grupos de maracatu, Gerência de Igualdade Racial da OAB, ONGs, Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, coletivos, entre outros. 

"Nossa cultura e nossa arte pressupõe engajamento político e enfrentamento a todas as violências materiais e simbólicas. Nosso trabalho é ocupar a cidade com nossos corpos e crenças. Falar quem somos e determinar um espaço para nossa existência plena", considera a historiadora, produtora cultural e batuqueira, Laís Fialho, 28 anos. 

Ela é coordenadora do Maracatu Baque Mulher Maringá e Maracatu Roda do Encanto que formam o grupo Pé de Laranjeira e o Coletivo Yalodê-Bada. 

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EP TARGINO GONDIM SEM LIMITES CONCORRE AO PRÊMIO GRAMMY LATINO DA MÚSICA NESTA QUINTA (19)

Com performances de artistas como Marc Anthony, Ricky Martin, Fito Páez, e José Luis Perales, Miami recebe nesta quinta-feira (19) os prêmios Grammy Latino, em uma cerimônia parcialmente on-line.

A premiação do Grammy Latino acontece pela primeira vez on-line e transmitido ao mundo todo. O compositor, cantor e sanfoneiro Targino Gondim foi indicado com o álbum "Targino sem limites". O prêmio avalia todas as gravações musicais em espanhol e português, que aconteceram entre junho de 2019 e maio de 2020. 

O EP TARGINO SEM LIMITES concorre na categoria melhor álbum de música de raízes em língua portuguesa e traz grandes nomes da música brasileira. "Fico muito feliz de ter estes amigos do meu lado. Cada um colocou um pouco de si, da sua verdade, o que gerou um trabalho incrível", disse Gondim. Lembrando que Targino Gondim já ganhou o Grammy Latino de melhor música com "Esperando na janela" há 19 anos, canção eternizada na voz de Gilberto Gil.

"Culpa do meu coração" é o título da música gravada com Ivete Sangalo. Com Saulo o sanfoneiro gravou "Simplesmente Assim", composta por Targino Gondim e Otoniel Gondim, seu irmão que faleceu este mês. Já com Bell Marques apresenta "As Mangas do Nosso Amor", composta por Targino e Carlinhos Brown. "Achei que a melodia é muito próxima ao balanço de Bell. Por isso o convidei e ele aceitou logo, o que me deixou muito feliz", disse.

Lá Fora Tá Chovendo é a canção gravada por Targino Gondim com participação de Zeca Baleiro. A canção foi composta por Targino, Zeca e Carlinhos Brown. Targino e Carlinhos Brown cantam juntos Até Ficar Neném, uma marchinha junina tipicamente nordestina, composta por ambos.

Targino sem limites é classificado pelo sanfoneiro como World Music. "Neste projeto, mostro meu gosto musical, meu relacionamento e parcerias com amigos queridos de estilos musicais. Mostrou a força da nossa música, da nossa sanfona, da nossa gente", destaca. Todo o EP fala de amor e traz a brasilidade do xote e do forró com muita sanfona.

O objetivo principal do Grammy Latino é reconhecer a qualidade artística e técnica, e não a vendagem ou a posição nas listas de mais executadas no rádio. Tanto os indicados quanto os ganhadores são eleitos por votos de membros qualificados da Academia. São reconhecidas gravações lançadas em qualquer lugar do mundo, com a única condição de serem gravadas em português ou espanhol. Os membros da Academia Latina estão radicados em mais de 30 países.

Sanfoneiro, cantor e compositor, é hoje um dos maiores representantes da música brasileira. Vencedor do Grammy Latino com a música "Esperando Na Janela" (Targino Gondim, Manuca Almeida e Raimundinho do Acordeon), Troféu Caymmi e Prêmio da Música Brasileira. Participou de filmes como Eu,Tu, Eles, Gonzaga de Pai Pra Filho, Viva São João e a minissérie da TV Globo Amores Roubados. Apresentou programas de TV para o Canal Futura: O Tom da Caatinga, Sou Forró, Sou São João. Lançou discos e tornou-se uma das maiores atrações das festas juninas de todo o Brasil.

Atualmente, além dos inúmeros shows de forró durante todo o ano, o artista é criador e curador de 04 importantes festivais no estado baiano: Festival Internacional da Sanfona, Festival de Forró de Itacaré, Festival de Forró da Chapada e o Conecta Chapada, além de consultorias e palestras culturais e motivacionais. Ele segue sua luta pela visibilidade do Nordeste, seu povo, e suas riquezas, conquistando o carinho do país inteiro.

A festa televisionada, na qual se entregam os principais prêmios, começa às 20h locais desta quinta-feira (22h em Brasília), após um programa de entrevistas que começa uma hora antes, devido à ausência do tapete vermelho.

 

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BAHIA: HOSPITAL REGIONAL DE JUAZEIRO É ALVO DE OPERAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (19) uma operação para desarticular esquema de fraude em licitações e desvio de recursos públicos destinados ao Hospital Regional de Juazeiro (HRJ), no norte da Bahia. A ação cumpre mandados nos municípios de Salvador, Castro Alves, Guanambi e Juazeiro.

De acordo com a Polícia Federal, responsável pela Operação Metástase, que conta com o apoio da Controladoria-Geral da União, são cinco mandados de prisão preventiva, um mandado de prisão temporária e 16 de busca e apreensão. Entre os locais onde estão sendo cumpridos os mandados, está a sede da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

Em nota, a Procuradoria Geral do Estado da Bahia (PGE) informou que acompanha o cumprimento do mandado de busca e apreensão na sede da Sesab, de documentos relacionados ao Hospital Regional de Juazeiro e às instituições IBDAH e APMI. "A orientação é a de garantir o fiel cumprimento da decisão judicial, considerando que o Estado da Bahia é o maior interessado nos esclarecimentos dos fatos", diz a nota.

Segundo a PF, na casa de um dos alvos dos mandados, foram encontrados mais de R$ 275 mil e US$ 1.400. Não foi divulgado o endereço onde o dinheiro foi achado, entretanto a PF afirmou que foi em Salvador.

As investigações apontam que a organização criminosa investigada fraudou licitações públicas e passou a dominar a gestão de inúmeras unidades da rede estadual de saúde, sob gestão indireta, por intermédio de diferentes Organizações Sociais de Saúde (OSS). Essas organizações são controladas por um mesmo grupo empresarial, quase sempre registradas em nome de "laranjas".

A PF detalha ainda que essas instituições gestoras das unidades de saúde passaram a contratar empresas de fachada, ligadas ao mesmo grupo, de forma direcionada e com superfaturamento, por meio das quais os recursos públicos destinados à administração hospitalar eram escoados, sem que muitos dos serviços fossem efetivamente prestados ou os produtos fossem fornecidos.

A polícia identificou que parte dessas empresas são de consultoria, assessoria contábil e empresarial, comunicação social, além de escritórios de advocacia.

Durante as investigações, que tiveram início em junho deste ano, foram acompanhadas diversas situações no Hospital Regional de Juazeiro, como a falta de medicamentos, de insumos e equipamentos, atraso no pagamento de salários, dentre outras, gerando uma situação de transtorno aos pacientes. A polícia informou que a unidade de saúde passou a receber quase R$ 1 milhão a mais em razão da pandemia de Covid-19.

O nome da operação, Metástase, faz alusão à corrupção, uma espécie de câncer que atinge a nossa sociedade. (Foto: Polícia Federal)

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EMBRAPA ALERTA SOBRE SURTO DE DOENÇA COM ALTO ÍNDICE DE MORTALIDADE EM CAPRINOS E OVINOS CRIADOS NA CAATINGA

A Embrapa Semiárido (Petrolina, PE) tem registrado, nos últimos meses, a ocorrência de diversos casos de enterotoxemia em caprinos e ovinos criados em áreas de Caatinga no Vale do São Francisco. A doença é a mais importante clostridiose dessas espécies, por isso a Empresa faz um alerta aos criadores da região, visto que a enfermidade tem alto índice de mortalidade.

A doença é causada por uma toxina chamada épsilon, produzida pela bactéria Clostridium perfringens Tipo D no trato gastrintestinal dos animais, acarretando um quadro de infecção aguda.

De acordo com a médica veterinária e pesquisadora responsável pelo Laboratório de Sanidade Animal (LSA) da Embrapa Semiárido, Josir Laine Veschi, vários fatores estão associados à  ocorrência da enterotoxemia em caprinos e ovinos, tais como as mudanças bruscas na alimentação, dietas muito ricas em carboidratos, situações estressantes, ou ainda a ocorrência de diversos outros fatores, ainda não totalmente esclarecidos.

Ela explica que, nesse período de início das chuvas na região, a vegetação da Caatinga está em fase de rebrota e nascimento de novas plantas, que são muito atrativas para os animais por serem mais saborosas e nutritivas. Assim, ocorre uma mudança brusca na alimentação dos mesmos. “Desta forma, a bactéria (C. perfringens), que já estava vivendo como habitante comum do intestino dos animais, sem qualquer prejuízo, se prolifera de maneira exagerada e produz elevadas quantidades da toxina épsilon, provocando a doença.

CONTROLE: Os principais sinais da enterotoxemia são neurológicos, com desordens motoras, dificuldade para permanecer em estação e andar, cabeça e pescoço voltados para trás, movimentos de pedalagem, ranger dos dentes e pupilas dilatadas. Os animais também podem apresentar eliminação de espuma pelo nariz e boca, dor abdominal intensa e quadros de diarreia.

A enfermidade, no entanto, é de difícil diagnóstico, exigindo equipe técnica especializada, equipamentos sofisticados e técnicas laboratoriais diferenciadas. O tratamento não surte efeito, devido à intensidade e à rápida evolução do quadro clínico. Daí a importância das medidas preventivas.

De acordo com Josir Laine, o principal aspecto para a proteção do rebanho é que todos os animais recebam a vacina polivalente com elevado poder imunogênico contra as clostridioses. Ela deve conter, na sua formulação, alta concentração do toxóide épsilon, e ser utilizada seguindo esquema recomendado por veterinário.

Além disso, outras medidas também são de grande importância para diminuir o surgimento  da doença: “A introdução dos animais nas áreas de Caatinga com rebrota deve ser realizada pausadamente, os carboidratos devem ser incluídos gradativamente na alimentação, assim como o desmame e introdução dos animais jovens na pastagem devem ser realizados de maneira gradativa”, orienta a veterinária.

A pesquisadora reforça, ainda, que a doença não é contagiosa, portanto, não é transmitida de um animal doente para um sadio, nem tampouco para humanos, ou seja, não é considerada uma zoonose. Também não interfere na qualidade dos produtos (carne, leite e derivados), trazendo somente um impacto econômico para os sistemas de produção, em razão da mortalidade dos animais infectados. (Fonte: Ascom Embrapa)

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