LUIZA ERUNDINA, NASCIDA NA PARAÍBA É O NOME DO PSOL PARA VICE PREFEITA PELO PSOL EM SÃO PAULO

Trinta e dois anos após ser eleita pelo PT para comandar a maior cidade do país, em 1988, Luiza Erundina de Sousa, paraibana de Uiraúna, volta a disputar uma eleição para a prefeitura de São Paulo. Desta vez como candidata a vice na chapa do PSOL encabeçada pelo filósofo, professor e líder do Movimento Nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto Guilherme Boulos.

O preconceito se manifesta, segundo ela, dentro do próprio partido e também nas discussões que costumavam ser realizadas no Congresso. "As pessoas tratam a velhice como um defeito. Dizem: coitadinha."

Ela contesta a associação implícita entre juventude e "nova política". "Tem até partido chamado Novo. Mas eu nunca vi tanta cabeça velha. Não tem nova política coisa nenhuma."

Luiza Erundina se mostra cética em relação ao alcance das frentes amplas em defesa da democracia, atribuiu a eleição de Jair Bolsonaro, a quem chama de "farsante", ao baixo nível de consciência política, critica a gestão tucana em São Paulo e lamenta a tentativa de apagamento do educador Paulo Freire, que foi seu secretário da Educação. 

"O ex-ministro [Abraham Weintraub] que fugiu do Brasil, corrido, só faltava decretar o assassinato de Paulo Freire, mesmo ele morto."

A pré-candidata Luiza Erundina de 86 anos foi criada com mais 9 irmãos por artesãos de couro. Por isso, ela trabalhava quando criança para ajudar a sustentar sua grande família. Mesmo trabalhando diariamente, gostava de estudar, mas sua cidade natal não contava com o ensino básico completo. Como resultado da realidade simples de Uiraúna (Paraíba), viu-se obrigada a morar em outra cidade para poder completar seu ginásio. 

Ela formou-se em Serviço Social pela Escola de Serviço Social da Paraíba em 1966;  certamente, uma formação primordial para sua aproximação com os movimentos de esquerda. 

Durante a década de 1970,  Erundina atuou nas Ligas Camponesas de Francisco Julião Arruda de Paula, ajudando imigrantes e a periferia da cidade de São Paulo. Sua atuação rendeu um convite de Luiz Inácio Lula da Silva para participar da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) em 1980.

Dentro deste partido, conseguiu ser eleita como vereadora, deputada estadual e prefeita da cidade de São Paulo em 1989. Inclusive, já foi apontada como “a melhor prefeita de SP”, pois nunca se envolveu em escândalos de corrupção. Seu único problema com a justiça foi a devolução de R$ 350 mil a cofres públicos – a dívida surgiu por conta da impressão de cartazes em apoio à uma greve durante sua passagem na prefeitura de São Paulo.

Em 1999, foi eleita pelo PSB como deputada federal da cidade paulista e desde então mantém-se no cargo (em 2016, saiu do PSB e filiou-se ao PSOL para concorrer novamente à prefeitura de São Paulo). Segundo sua biografia oficial, a pré-candidata atua tendo como“princípio maior a justiça social e a igualdade de direitos”.

"Em 28 de janeiro vou completar 50 anos nesta cidade. Vim para cá expulsa do Nordeste pela ditadura, para trabalhar como assistente social, como vereadora, como deputada estadual, como prefeita. A minha vida foi junto com essa população. Ela tem em mim um deles a quem eles possam recorrer para pedir uma orientação, para pedir uma ajuda. Então eu posso cumprir um papel num momento crítico como o que vamos enfrentar ainda daqui para frente, com alguém que também tem muita sensibilidade. São Paulo tem uma liderança política por origem". (Fonte: Brasil de Fato, UOL e DCI)

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