Serrita: Fé e Mistícismo na Missa do Vaqueiro

Cada arte emociona o ser humano e maneira diferente! Literatura, pintura e escultura nos prendem por um viés racional, já a música nos fisga pelo lado emocional. Ao ouvir música penetramos no mundo das emoções, viajamos sem fronteiras.

A viagem dessa vez é o destino Serrita, Pernambuco, município próximo a Exu, terra onde nasceu Luiz Gonzaga, ali no sítio Lages, um primo do Rei do Baião, no ano de 1951, Raimundo Jacó, homem simples, sertanejo autêntico, tendo por roupa gibão, chapéu de couro tombou assassinado.

Logo os amigos abalados pela atrocidade criam a Missa do Vaqueiro. Luiz Gonzaga, Pedro Bandeira, João Cancio e João Bandeira usam a música para advertir sobre a natureza subversiva de um crime: desigualdade social, injustiça social.

Com a poesia do compositor Janduhy Finizola ao gosto do estilo e do povo desde 1971 é cantada a Missa do Vaqueiro, ato de Fé na cultuação de Raimundo Jacó. Homenagem a todos vaqueiros que ocorre sempre no terceiro sábado do mês de julho.

Serrita durante um final de semana torna-se a Capital do Vaqueiro. Forró e uma gastronomia ao sabor do milho, umbuzada, queijo e carne de sol. Aproveito e saboreio uma lapada de cachaça com caju antes da missa iniciar.

Serrita enche os olhos e coração de alegria e reflexões. O poeta cantador de Viola se faz presente ao evento e o peso dos seus mais de 80 anos ilumina com uma mágica leveza rimas e versos nos improvisos da inteligência. Vaqueiros e suas mãos calejadas, rostos enrugados pelo sol iluminam almas.

Em Serrita ouvimos sanfonas tocando alto o forró e o baião. Corpo e espírito ali em comunhão. A música do Quinteto Violado é fonte de emoção. A presença de Jesus Cristo está no pão, cuscuz, rapadura e queijo repartidos/divididos na liturgia da palavras.

Emoção! Forte Emoção é que sinto na Missa do Vaqueiro ao ouvir sanfona e violeiros:
“Quarta, quinta e sexta-feira/sábado terceiro de julho/Carro de boi e poeira/cerca, aveloz, pedregulho/Só quando o domingo passa/É que volta os viajantes aos seu locais primitivos/Deixa no caminho torto/ o chão de um vaqueiro morto úmido com lágrimas dos vivos.


Assim eu vi é assim que conto...
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Filme Os Gonzaguianos é destaque em Campina Grande Paraíba

Jornalista Ney Vital e cantor Chico Cesar
Foi lançado em Campina Grande, Paraíba, durante os festejos de juninos, o documentário “Gonzaguianos”. O evento aconteceu no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), localizado às margens do Açude Velho.

Trata-se de um vídeo documentário que fala sobre um grupo de admiradores e pesquisadores da obra do Rei do Baião, Luiz Gonzaga. O documentário foi filmado em Caruaru, em novembro de 2014. Na ocasião, foram entrevistados dez gonzaguianos: o compositor Alexandre Valença (PE); o colecionador Antiógenes Viana (PE); o músico Gilvan Neves (PE); o cantor e compositor Israel Filho (PE); o jornalista e escritor Jurani Clementino (CE); o escritor Kydelmir Dantas (RN); o poeta Luiz Ferreira (PE); o radialista e jornalista Ney Vidal (PB); o compositor Valdir Geraldo e o pesquisador Paulo Corrêa (SE).

O vídeo é resultado de um trabalho desenvolvido por um grupo de alunos do curso de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo, do Centro Universitário do Vale do Ipojuca (Unifavip), sob a orientação do professor e escritor Jurani Clementino, cearense, radicado em Campina Grande. Pelo menos dez alunos do 6º período do curso participaram do processo de gravação. Os demais contribuíram com a edição.

A ideia de documentar o trabalho dos admiradores de Luiz Gonzaga nasceu em novembro de 2014 quando os estudantes registraram em vídeo o 2º Encontro dos Gonzaguianos, em Caruaru.

Fonte: Governo da Paraíba/Universidade Estadual da Paraiba- texto Astier Basílio
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