DIA 28 DE ABRIL DIA DO BIOMA CAATINGA

Em alusão a programação da 2ª Semana da Caatinga, promovida pela Prefeitura de Juazeiro, através da Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (Semaurb), um grupo de estudantes do Núcleo de Cidadania dos Adolescentes (NUCA) de Juazeiro conheceram nesta quinta-feira (27), o Centro de Conservação e Manejo da Fauna da Caatinga (Cemafauna), da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina (PE). 

A visita teve como objetivo proporcionar aos estudantes uma experiência única de aprendizado sobre a importância da preservação da Caatinga e da fauna local.

Durante a visita, os jovens puderam conhecer o trabalho realizado pelo Cemafauna, que realiza pesquisas e projetos de conservação da fauna e flora da Caatinga. Acompanhados por guias especializados, os estudantes tiveram a oportunidade de observar de perto algumas espécies da fauna local e aprenderem sobre a importância da conservação do bioma da Caatinga, que é considerado um dos mais importantes do país e abriga diversas espécies únicas.

Para Greice Kelly, mobilizadora do NUCA de Juazeiro, a visita ao Cemafauna foi uma oportunidade valiosa para que os estudantes conhecerem mais sobre o meio ambiente e se engajarem em ações de preservação. "A presença dos adolescentes no cemafauna os ajuda a refletir sobre a importância da caatinga, já que eles são parte integrante deste bioma. Ao terem conhecimento da diversidade de animais que habitam esta região, são capazes de desenvolver uma compreensão mais ampla sobre questões ambientais e climáticas que são abordadas em sala de aula, mas que muitas vezes não são possíveis de serem visualizadas na prática", afirmou.

José Lima Leão, de 15 anos, contou que ficou surpreso com a quantidade de cores, cheiros e formas que a Caatinga possui. "Meu pai trabalha com agricultura e mesmo tendo esse contato com a natureza, pra mim foi uma descoberta incrível ter visto a diversidade de plantas e animais", comentou.

Ao final da visita, os estudantes agradeceram a oportunidade de aprenderem mais sobre a preservação da Caatinga e se mostraram motivados a realizar ações de conscientização em suas comunidades.

O Nuca-Iniciativa da Fundação das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Núcleo de Cidadania de Adolescentes (NUCA) de Juazeiro (BA) é composto por adolescentes, com idades entre 12 e 18 anos, com o objetivo de discutir e fomentar a promoção de ações que assegurem direitos e oportunidades para os adolescentes. (Fonte Ascom/PMJ)

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Telio Nobre assume a reitoria da universidade Federal do Vale do São Francisco

Na tarde desta quarta-feira, 26 de abril, a Ministra de Estado da Educação em exercício, Izolda Cela, empossou o professor Telio Nobre Leite para o cargo de reitor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). 

O docente ficará à frente da Universidade no quadriênio 2023-2027. A cerimônia de posse foi realizada na sala de Atos do Ministério da Educação (MEC), em Brasília, e reforça a retomada do diálogo com as instituições e o fortalecimento da educação superior. 

O professor Telio Nobre é o primeiro reitor nomeado na atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meio de decreto publicado no Diário Oficial da União, no dia 5 de abril.  O docente foi eleito reitor da Univasf e aguardava a nomeação há três anos. A posse do novo reitor mostra a retomada da democracia, no âmbito das universidades e dos institutos federais. 

A Ministra da Educação em exercício ressaltou o simbolismo da cerimônia de posse, como forma de responsabilidade e compromisso do atual governo com os reitores das instituições federais. Izolda Cela também lembrou que um dos primeiros atos do presidente Lula foi a recepção e acolhida dos reitores das universidades e institutos federais. “Isso comunicou a importância desses que lideram as instituições de educação superior, que são um dos pilares de sustentação da sociedade, da nossa capacidade de desenvolvimento, de produção de conhecimento e sustentação da democracia”, frisou.  

A secretaria de Educação Superior, Denise Pires de Carvalho, também participou da solenidade e considerou a posse um momento de emoção para a comunidade acadêmica das universidades federais do Brasil. “O primeiro reitor empossado pelo atual MEC é de um simbolismo enorme. Espero que daqui a diante não tenhamos mais judicialização no processo de posse dos reitores eleitos democraticamente nesse País”. 

Telio Nobre lembrou o período de espera entre sua eleição até a posse e desejou um novo tempo de defesa da autonomia e da democracia nas instituições federais. “É tempo de união e reconstrução. É tempo de voltar a sonhar, é tempo de muito trabalho, de assumirmos nossas responsabilidades e reafirmar o compromisso firmado diante do processo eleito que vencemos em 2019”, reforçou. 

Assessoria de Comunicação do MEC, com informações da Univasf

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FESTAS JUNINAS SÃO RECONHECIDAS COMO MANIFESTAÇÃO CULTURAL DO BRASIL

A Lei nº 14.555, de 25 de abril de 2023, que reconhece as festas juninas como manifestação da cultura nacional, está publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (26). Ela foi sancionada nessa terça-feira (25) pelo vice-presidente da República, no exercício da Presidência, Geraldo Alckmin.

O deputado Fábio Mitidieri é o autor do projeto e a relatoria é do senador Prisco Bezerra (PDT-CE). No seu relatório, Bezerra destaca que, na Região Nordeste, as festas juninas “ganharam um vigor e uma dimensão impressionantes”, mas que elas mobilizam também pessoas do sul ao norte do país. 

O senador cita Campina Grande, na Paraíba; Caruaru, em Pernambuco; e Mossoró, no Rio Grande do Norte, como cidades onde as festas são importantes para a economia desses municípios e o turismo da região.

Segundo o Ministério do Turismo, somente no estado da Bahia, o governo espera cerca de 1,5 milhão de pessoas nas festas juninas, que movimentarão R$ 1 bilhão na economia. Em Campina Grande, estima-se R$ 400 milhões e, em Caruaru, a previsão da prefeitura é R$ 250 milhões. 

Origem-Trazidas ao Brasil pelos europeus no período colonial, as festas em homenagem aos santos Antônio, Pedro e João, realizadas no mês de junho, tornaram-se ícones da cultura nordestina, integrando a produção de comidas típicas, tradições religiosas e as danças embaladas pelo ritmo do forró. A riqueza cultural do evento é um dos fatores que levam os turistas a se renderem à festa que impulsionam a economia da região, informa o ministério. (Fonte-Agencia Brasil)



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EM MACHADO DE ASSIS, SÃO AS PERSONAGENS FEMININAS QUE TEM ALGO DE POSITIVO A MOSTRAR AOS LEITORES

ARTIGO ENIO VIEIRA: Virou um costume dizer que certos artistas são universais e atemporais. É uma visão que tenta isolar uma determinada obra em aspectos puramente estéticos e esvaziá-la das referências externas do mundo e da época em que foi produzida. Um olhar empobrecedor, dirão algumas pessoas, ou o mais correto para as artes, defendem outras. O escritor Machado de Assis é um desses objetos de disputa de interpretações, sobretudo na dúvida se é preciso conhecer o Brasil do século 19 para entendê-lo devidamente.

De tanto ser cobrado em vida, Machado deu o conhecido recado no ensaio “Instinto de nacionalidade”, publicado em 1873: “O que se deve exigir do escritor antes de tudo, é certo sentimento íntimo, que o torne homem do seu tempo e do seu país, ainda quando trate de assuntos remotos no tempo e no espaço”. E ninguém soube melhor do que ele desvendar os seres, os lugares e as coisas do Brasil. Podia falar assuntos distantes da realidade do país, mas a mensagem tinha a ver com o seu entorno carioca.

Os personagens machadianos são alegorias do Brasil imperial e da passagem para a República. Os leitores estetizantes torcem o nariz para essa leitura histórica. Mas está tudo lá nas histórias do autor. E mais interessante: as mulheres inventadas por Machado são mil vezes mais interessantes do que os homens. Elas pensam, tem saídas inteligentes para as situações, bem ao contrário deles que aparecem presos à realidade mesquinha do período – como a criação brasileira da fusão de liberalismo com escravidão.

Em seus romances e contos, Machado de Assis criou uma coleção insuperável de homens superficiais e equivocados do seu tempo e seu lugar. É uma galeria de seres ilustres que não valem um centavo, porém são admirados na sociedade que se ancora na desfaçatez. Não escapa um: Betinho acredita tolamente nas maldades de José Dias; Brás Cubas é o perverso mimado; Rubião é enganado porque não entende como funciona o Rio de Janeiro; e Simão Bacamarte enlouquece achando que os outros é que são loucos.

Como eles são os personagens centrais, pouca atenção se dá a elas nas leituras. Porém, as mulheres criadas por Machado têm o maior interesse e são reveladoras daquele universo brasileiro do século 19. Tome-se a Capitu, do romance “Dom Casmurro” (1899). Há questões mais pertinentes do que a discussão masculina sobre se ela traiu ou não o marido.  Diferentemente de obtuso Bentinho, que é o verdadeiro dissimulado e narrador traiçoeiro, ela encarna a inteligência e a modernidade do pensamento.

“Capitu, aos quatorze anos, tinha ideias atrevidas, muito menos que outras que lhe vieram depois; mas eram só atrevidas em si, na prática faziam-se hábeis, sinuosas, surdas, e alcançavam o fim proposto, não de susto, mas aos saltinhos”, nota Bentinho, que vai destruir a vida da esposa porque acredita nas maledicências dos outros. O narrador vai sendo envenenado pelas observações e invenções de José Dias, para quem Capitu tem os olhos de “cigana oblíqua e dissimulada”.

Em “Quincas Borba” (1891), a personagem Sofia é a mestre nas artes da convivência social e deixa o protagonista Rubião, pobre coitado, completamente seduzido e perdido. Ele representa o comportamento antigo, superado pela modernidade da época. Ela domina bem as regras para sobreviver num mundo que passa a ser comandado por novos códigos sociais. Ao final, resta a Rubião a loucura, num misto de inocência provinciana e incompetência para lidar com as questões modernas.

Também são as mulheres nos primeiros romances de Machado que decifram o Brasil escravista a patriarcal do século 19. Elas comandam o ciclo da primeira fase dos romances “A Mão e a Luva” (1874), “Helena” (1876) e “Iaiá Garcia” (1878). Neste último, a personagem Estela escapa do destino medíocre e escolhe a profissão de professora para ter uma vida própria. Saem de cena as mocinhas inocentes do romantismo. Assim como a inteligência de Capitu, Estela traz um ponto de vista inovador.  

A riqueza das mulheres machadianas pode ser vista ainda na Sinhá Rita do conto “O caso da vara” (1891). Nessa história extraordinária, uma senhora encarna o poder da época e comanda a vida de todos que a cercam. Ela controla tudo e ameaça quem está em volta com uma vara para castigos. O susto do leitor é ver uma personagem feminina agindo da forma que se espera ver somente nos homens. Entre o riso e o choque, Sinhá Rita expõe a perversidade constitutiva da sociedade brasileira.

O Brasil de Machado é o local que perdeu o bonde da História, ao manter o trabalho escravo num mundo que já tinha trabalhadores assalariados. O autor vai estilizar em sua escrita a nova realidade que tornou a sociedade local uma aberração, em comparação aos países centrais (França, Inglaterra). O resultado é a criação de uma galeria de homens perversos e de mulheres que tentam escapar da violência cotidiana. Em Machado, são as personagens femininas quem têm algo positivo a mostrar aos leitores.

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SEMINÁRIO ON-LINE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA UMA CAATINGA SUSTENTÁVEL SERÁ REALIZADO NESTA SEXTA-FEIRA (28)

Em alusão ao Dia da Caatinga, o Projeto Rural Sustentável Caatinga (PRS Caatinga) e a Reserva da Biosfera da Caatinga, com o apoio da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), promovem nesta sexta-feira (28) o seminário on-line “Políticas Públicas para uma Caatinga Sustentável”.

A abertura do evento terá a participação da ministra de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, e da secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Ministério da Agricultura e Pecuária, Renata Bueno Miranda. O seminário, que começa a partir das 10h, terá transmissão pelo canal da TV Caatinga no YouTube.

A programação contará com três mesas redondas que irão debater as políticas públicas e agendas programáticas necessárias para o desenvolvimento sustentável da Caatinga, levando em consideração as mudanças climáticas, a conservação da biodiversidade, o combate à desertificação e a necessidade de promover a segurança alimentar, hídrica e energética do semiárido. Lucia Marisy Souza Ribeiro de Oliveira, professora do mestrado em Extensão Rural e do doutorado em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial da Univasf, participará da mesa “Ações para a Agricultura de Baixo Carbono na Caatinga”.

No final, uma carta com recomendações para a Administração Pública Federal será apresentada. O documento será enviado para o Ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Ministério da Agricultura e Pecuária e o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.

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FEIRA DE SÃO CRISTOVÃO, CENTRO LUIZ GONZAGA DE TRADIÇÕES NORDESTINAS SERÁ ENTREGUE A INICIATIVA PRIVADA

A prefeitura do Rio de Janeiro lançou um edital de concessão do Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, mais conhecido como Feira de São Cristóvão. A licitação está marcada para 25 de maio. O vencedor deverá investir R$ 97 milhões na renovação de toda a estrutura do imóvel e do seu entorno (estacionamento e praça). Ao todo, serão 82 mil metros quadrados de área revitalizada com recurso privado.

A empresa vencedora fará a gestão da Feira de São Cristóvão por 35 anos, com obrigações de manter o local exclusivamente como centro de tradições nordestinas; dar prioridade à permanência das pessoas que atuam hoje no pavilhão e fazer as intervenções por fases, para garantir o trabalho de quem vive da feira durante o período das obras, que devem durar 30 meses.

Espaço nordestino no Rio-Estabelecida desde 1982 no Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, a Feira de São Cristóvão é um pedacinho do Nordeste no Rio de Janeiro. No local, os migrantes moradores da Cidade Maravilhosa podem matar a saudade da terra natal, enquanto turistas e cariocas têm a possibilidade de conhecer um pouco da região. Quem vai ao pavilhão pode comer carne de sol, apreciar a manteiga de garrafa, além de apresentações de repentistas, literatura de cordel e muito forró.

Os primeiros movimentos começaram em 1945, quando retirantes chegavam ao Campo de São Cristóvão em caminhões, para trabalhar na construção civil. O fim da viagem e o reencontro com parentes e conterrâneos que já estavam no Rio eram comemorados com muita música e comida. Essa celebração informal deu origem à feira, que permaneceu no entorno do Campo por 58 anos.

Nos anos de 1960, foi construído, com projeto do arquiteto Sérgio Bernardes, o Pavilhão de São Cristóvão, que tinha o objetivo de abrigar exposições internacionais. Até o final dos anos 1980, o local recebeu importantes eventos, como o Salão do Automóvel e feiras industriais. Mas isso não afastou os comerciantes, e as barracas eram montadas e desmontadas todos os fins de semana.

Em 2003, o antigo pavilhão foi reformado pela prefeitura, e a feira – já legalizada desde 1982 – começou a funcionar dentro do Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas. Os trabalhadores ganharam boxes de alvenaria e cobertura, no espaço de 34 mil metros quadrados. O local possui três palcos e cinco praças com nomes de artistas e cidades nordestinas. Uma estátua em tamanho natural de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, dá as boas-vindas a quem chega.

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MAIS LIVROS: GOVERNO FEDERAL QUER RETORNAR POLÍTICAS PÚBLICAS PARA LEITURA

Fazer uma nação leitora, este é o desafio do atual governo. Em entrevista exclusiva para a Agência Brasil, o secretário de Formação, Livro e Leitura do Ministério da Cultura, Fabiano Piúba, destaca as ações de retomada das políticas para a área, assim como aponta propostas da pasta para o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). De acordo com ele, a formação leitora dos brasileiros é uma das prioridades da gestão.

“O próprio presidente Lula, no processo de campanha, trouxe muito essa pauta quando falava menos armas e mais livros, menos clubes de tiro e mais bibliotecas. Eu creio que essa política ganha um relevo desde o fato de estar numa secretaria como também em uma agenda social e política do governo federal”, afirma.

Reduzida a uma diretoria dentro da Secretaria de Economia Criativa durante o governo Bolsonaro, a pasta recupera agora um grau institucional maior, segundo Piúba. Uma das atribuições da atual Secretaria é implementar o Plano Nacional de Livro e Leitura (PNLL), de forma articulada com o Ministério da Educação. O PNLL trata de diretrizes básicas para a democratização do acesso ao livro e para o fortalecimento de sua cadeia produtiva.

“Nós estamos com um grupo técnico específico para a construção desse PNLL e uma das linhas é a implementação e a modernização de bibliotecas, tanto da rede pública como da rede escolar”, explica o secretário. 

Para Fabiano Piúba, é preciso modernizar o próprio conceito de biblioteca. “Ela deve ser vista como um dínamo cultural, conforme diz a Unesco, não como um depósito de livros”, defende.

Uma das propostas para levar essa inovação adiante é a implementação das chamadas Bibliotecas Parque, atualmente em fase de estudo. Criadas na cidade de Medellín, na Colômbia, essas bibliotecas são centros culturais que desenvolvem diversas atividades educativas e lúdicas, com forte envolvimento da comunidade.

O secretário também aponta a experiência das Bibliotecas Parque do Rio de Janeiro, inauguradas nos anos de 2010 e 2011. “A gente quer desenvolver também uma ação para as Bibliotecas Parque em áreas de periferia, em áreas de vulnerabilidade, não necessariamente nas capitais”, especifica.

Outro desafio é recuperar as bibliotecas públicas fechadas nos últimos anos. Segundo o Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais (2009), empreendido pela Fundação Getúlio Vargas, 1.152 municípios não contavam com este aparelho cultural.

“Em 2010, a gente zerou o déficit de municípios sem bibliotecas. Isso era uma meta que estava vinculada à presidência da República à época”, afirma.

Segundo a pasta, atualmente faltam bibliotecas públicas em pelo menos 991 cidades brasileiras e apenas dois estados – Amapá e Sergipe – estão contemplados em todos os municípios. A ideia agora é abrir uma linha, por meio de edital, para que os municípios apresentem seus projetos. 

Para Piúba, o fomento ao livro e à leitura deve ser pensado a partir da bibliodiversidade. Esse conceitfaz referência à diversidade da produção editorial de um país.

“Uma política de aquisição e de atualização de acervos [para bibliotecas públicas] tem que compreender essa bibliodiversidade, isto é, uma diversidade regional, de editoras, mas compreendendo também que há autores e autoras independentes, além de uma diversidade cultural e étnica”.

A proposta é que as aquisições de livros para bibliotecas públicas possam abranger obras variadas e não se concentrar apenas na produção de poucas editoras da Região Sudeste, como costumava ser feito. 

Também para incentivar a diversidade, a Secretaria lançou o Prêmio Carolina Maria de Jesus em abril deste ano. O edital prevê a seleção de 40 obras inéditas escritas por mulheres, destinando o valor de R$ 50 mil reais por agraciada.

“Esse edital já deu o tom do que vem por aí. Ele estabeleceu cotas importantes, 20% no mínimo para mulheres negras, 10% para mulheres indígenas, 10% para mulheres com deficiência, 5% para mulheres ciganas e 5% para mulheres quilombolas”, detalha o secretário. De acordo com ele, as políticas afirmativas também compõem as estratégias da Secretaria e seguem as diretrizes da ministra da Cultura Margareth Menezes. (Fonte Agencia Brasil)

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O CERTO É QUE O VELHO CHICO VEM PERDENDO GRANDE PERCENTUAL DE VOLUME DE ÁGUA NAS ÚLTIMAS DÉCADAS, DIZ PESQUISADOR


Desde 2020, o rio São Francisco tem vivido tempos menos difíceis devido às intensas chuvas que possibilitaram maiores volumes de água ao longo do seu leito. Em 2022 e no início deste ano a bacia esteve sob o decreto de situação de cheia, realidade bem diferente da última estiagem, considerada a pior em cem anos, e que chegou a provocar a seca da principal nascente do Velho Chico em 2014, na Serra da Canastra, em Minas Gerais.

Embora o cenário seja animador, não é possível afirmar que essas fortes chuvas possam repor o que está se perdendo de superfície de água na bacia, é o que afirma o pesquisador e coordenador da Expedição Científica do Baixo São Francisco, Emerson Soares. Segundo ele, o problema da bacia vai além da falta de chuva, tratando-se ainda do balanço hídrico, ou seja, repor o que se retira. 

“E essa equação não fecha, porque se tira mais água do que se repõe. Ademais, os rios contribuintes para formação do Velho Chico passam por problemas ambientais graves como desmatamento, assoreamento, consumo de água muitas vezes desregrado e dificuldade de gestão”, destacou Soares.

Depois da mais recente e forte estiagem, registrada entre os anos de 2012 e 2018, em 2019 houve uma pequena melhora no regime de chuvas e em 2020 a vazão do rio aumentou, ficando com média anual de 1.450 m³/s, permanecendo estável em 2021. Já em 2022 e 2023 aconteceu um aumento considerável da vazão, quando, no ano passado, houve três meses de vazões oscilando entre 2.800 e 4.200 m³/s, com mais de 30 dias na média de 4.000 m³/s. Já este ano, foram mais de 15 dias com vazões de 4.000 m³/s, devido ao período chuvoso nas cabeceiras dos afluentes do São Francisco.

Mesmo assim, a bacia do São Francisco continua inspirando sérios cuidados já que, até hoje, as obras de revitalização, quase que em sua totalidade, têm sido feitas e financiadas apenas pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Em 2014 quando a nascente do São Francisco chegou a secar, a informação era de que o volume do rio não seria afetado devido à água dos seus afluentes. No entanto, a estiagem se prolongou e atingiu a maioria dos quase 200 afluentes.

O secretário da Diretoria Colegiada do CBHSF, Almacks Luiz Silva, lembra que nos últimos anos a bacia do São Francisco tem vivenciado os impactos das mudanças climáticas e um dos resultados sentido é a mudança no padrão de cheias.

 “É preciso reforçar que as mudanças climáticas já têm afetado também a bacia do São Francisco. Antigamente, a cada 30 anos se registrava cheia, a exemplo de cheias históricas, e agora tivemos no ano passado e esse ano novamente. Isso deve ser cada vez mais recorrente, ou seja, as cidades que se acostumaram com as longas estiagens e acabaram permitindo a invasão de áreas pertencentes ao rio, precisam se adaptar às cheias e entender que o rio requer seu espaço sempre que tem maiores volumes. Além disso, o Comitê alerta que não pode ser atribuído ao rio o despejo de esgoto, restos de obras e tantos outros poluentes que assoreiam, degradam e provocam os problemas que temos visto ao longo do tempo, precisa-se de conscientização, educação ambiental, respeito ao rio, porque se perdemos o rio, não existe plano “’B’”, conclui.

Mas com a melhora no regime de chuva nos últimos anos, será que esse seria um novo padrão para a bacia? A resposta, de acordo com o professor Emerson Soares, é de que esse dado é impreciso. 

“É muito embrionário falarmos que este é um novo padrão para bacia, pois os modelos tem seus erros. Além disso, devido às mudanças climáticas a nível mundial, é muito arriscado dizermos que isso irá se manter já que o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) prevê secas mais intensas e chuvas mais torrenciais. Não sei dizer se este padrão se manterá ano que vem, na minha opinião, qualquer modelo para embasar períodos chuvosos encontrará muitos erros e terá dificuldades nesta previsão. O certo é que o Velho Chico vem perdendo um grande percentual de volume de água nas últimas décadas e não podemos confiar que o rio dará conta das atribuições de gerar energia, irrigar, abastecer municípios, entre outras, com a alta demanda imposta, além do aumento do desmatamento dos seus afluentes, mudanças climáticas e aumento da necessidade de água devido ao aumento do adensamento populacional no entorno de sua calha”, destacou.

Período úmido em 2023-De acordo com o Diretor de Operação da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF), João Henrique de Araújo Franklin Neto, o reenchimento dos reservatórios na Bacia do São Francisco, deve ocorrer no final do período úmido, ou seja, até abril. Em março de 2020 a usina hidrelétrica de Três Marias, em Minas Gerais, atingiu, depois de 11 anos, 100% de sua capacidade. Já a UHE Sobradinho na Bahia chegou ao volume máximo no ano passado, em abril de 2022, marca alcançada pela última vez em 2009, há 13 anos.

Com isso, de acordo com dados da Chesf, a região Nordeste foi, pelo terceiro ano consecutivo, exportadora de energia, sendo que no ano de 2022, a região foi exportadora em todos os meses do ano, perfazendo um valor de 3.733 MW médio no ano de exportação de energia para as demais regiões do País, correspondendo a um aumento de 37% em relação à exportação do ano de 2021.

“Essa condição de Nordeste exportador de energia é decorrente da expressiva expansão da fonte de geração eólica e solar na região, associada à melhoria das condições hidrológicas da Bacia do Rio São Francisco, tendo como consequência maior acúmulo de água no Reservatório de Sobradinho, que possibilita a utilização plena dos recursos hídricos dos reservatórios das usinas operadas pela Eletrobras Chesf nesta bacia. Atualmente, a região tem se mantido exportadora de energia para o Sistema Interligado Nacional – SIN, em virtude das condições favoráveis. Esta também é a tendência futura para o Nordeste”, afirmou o Diretor de Operação da CHESF, João Henrique. (Fonte-Assessoria de Comunicação do CBHSF/Juciana Cavalcante)

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA PARAÍBA REALIZA SIMPÓSIO CARIRI CANGAÇO SERRA DA BORBOREMA

O Cariri Cangaço com o apoio da Universidade Estadual da Paraíba, vai realizar, durante o período de 27 a 29 de abril, no Museu dos Três Padeiros, o 1º Simpósio Cariri Cangaço Serra da Borborema (Antônio Silvino).

O evento acadêmico também voltado para o público, vai abordar a trajetória cangaceiro Antônio Silvino na Paraíba, especialmente tendo a região do Compartimento da Borborema e Campina Grande, cidade onde o cangaceiro viveu seus últimos dias de vida.

Segundo o professor Julierme Wanderley, os debates que serão realizados durante o Simpósio, pretendem traçar a geografia do cangaceiro Antônio Silvino na Paraíba e Pernambuco, suas conexões com a política coronelista na região e o combate contra o banditismo rural por parte da Polícia Militar da Paraíba.

O simpósio terá a participação da UEPB, Escola Poetisa Vicentina Vital do Rego, Cariri Cangaço e GPEC.

Julierme Wanderley destaca na programação no simpósio as participações de renomados escritores e escritores, além de entidades culturais., como o escritor Dr. Bismarck Martins de Oliveira – Representante do “Grupo Paraibano de Estudos do Cangaço” (GPEC – PB); professor Julierme do Nascimento Wanderley — Representante do “Cariri Cangaço” e pesquisador da vida Cangaceira de Antônio Silvino; Tenente Narciso Dias — Representante da “Polícia Militar da Paraíba” e “Grupo Paraibano de Estudos do Cangaço” (GPEC – PB); professor José Pereira da Silva — Representando o “Museu de Arte Popular da Paraíba” (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

O simpósio ainda terá a participação do escritor João de Sousa Lima — Representante do “Instituto Histórico e Geográfico de Paulo Afonso/BA, Academia Brasileira de Letras do Cangaço e Cariri Cangaço”,  escritor Alexandre Ferreira — Representante do Instituto Histórico e Geográfico de Ingá/PB e o escritor Hesdras Sérvulo Souto de Siqueira Campos Farias — Sociólogo formado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco com pós-graduação em Ciências Sociais, História do Brasil e Jornalismo Digital.

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GOVERNO FEDERAL LIBERA R$ 2,44 BILHÕES EXTRAS PARA UNIVERSIDADES

O Governo Federal anunciou, nesta quarta-feira (19), que vai alocar R$ 2,44 bilhões de reais a mais para recompor o orçamento das universidades e institutos federais de ensino. Segundo o ministro da Educação, Camilo Santana, parte dos recursos irão para a recomposição do orçamento discricionário das instituições e parte para obras. "Vamos trabalhar muito para que o presidente possa percorrer esse país e entregar várias obras importantes de melhorias para os nossos estudantes".

Os recursos foram viabilizados ainda no ano passado, quando o então gabinete de transição do presidente eleito Lula aprovou uma emenda constitucional que ampliou os gastos do governo federal para 2023.

Segundo Ricardo Marcelo Fonseca, presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), as medidas são importantes, uma vez que os institutos federais e as universidades tiveram suas contas comprometidas pelas sucessivas reduções orçamentárias nos últimos anos. "Depois de quatro anos de diminuição crescente dos nossos orçamentos, e mais do que isso, como sabemos, de ataques às universidades, que eram continuamente detratadas, no segundo semestre do ano passado vimos que 2023 seria impossível".

Segundo o ministro da Educação, Camilo Santana, as obras paradas ainda terão outro reforço. "O presidente deverá, nos próximos dias, anunciar uma ação importante: assinar uma medida provisória garantindo a retomada de toda as obras paralisadas e inacabadas da educação desse país, para que a gente possa entregar todas elas aos municípios e estados brasileiros", adiantou o ministro.

E nesta semana, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, já havia adiantado que não haverá bloqueios na área de educação este ano. (Agencia Brasil)

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CAETANO VELOSO: REVELA A HISTÓRIA DA COMPOSIÇÃO DA MÚSICA CAJUÍNA

Nascido em Teresina, capital do Piauí, Torquato Neto foi um poeta, jornalista, letrista, tropicalista e experimentador ligado à contracultura, que morreu aos 28 anos, em 1972, no Rio de Janeiro. Entre várias canções marcantes do Tropicalismo, ele compôs as canções Geleia Geral, em parceria com Gilberto Gil, e Mamãe Coragem, com Caetano Veloso.

"Existirmos: a que será que se destina? Pois quando tu me deste a rosa pequenina/ Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina do menino infeliz não se nos ilumina/ Tampouco turva-se a lágrima nordestina/Apenas a matéria vida era tão fina e éramos olharmo-nos intacta retina/ A cajuína cristalina em Teresina.

“O rapaz chorou muito aquele dia.” O rapaz era Caetano Veloso e a frase é a atribuída a "Doutor Heli", pai de Torquato Neto. Naquele dia, em Teresina, algum tempo depois da morte trágica do poeta piauiense, um encontro entre Caetano e Heli resultou em uma das canções mais conhecidas do repertório da música brasileira: Cajuína. Aos que escutam a música sem conhecer a história por trás dela, é quase impossível saber do que se trata. Mas Caetano tratou de explicar a passagem.

"Existirmos, a que será que se destina?", questiona Caetano Veloso no primeiro verso de Cajuína, clássico de sua carreira que apareceu no disco Cinema Transcendental, de 1979 e que ele mesmo admitiu, em uma entrevista no começo dos anos 2000, que é uma de suas preferidas. A resposta não vem na sequência da canção, justamente porque parece ser uma provocação que cabe ao ouvinte (ou leitor) responder.

Caetano provavelmente se fez essa pergunta também na cena que o inspirou a escrever a música, durante uma visita à casa do pai do poeta Torquato Neto, que havia se suicidado em 1972 em Teresina, no Piauí, sua terra natal.

No livro Verdade Tropical, o cantor dá a sua versão mais acabada para o episódio, contando que fora um grande amigo de Torquato nos anos 1960 e que, na época de sua morte, eles estavam um tanto afastados um do outro, o poeta tinha se tornado mais próximo do cantor e compositor Chico Buarque, que estava ao lado de Caetano quando ambos receberam a notícia de sua morte.

O poeta e escritor piauiense Paulo José Cunha escreveu há alguns anos que a ocasião da visita de Caetano ao pai de Torquato, Heli Nunes, aconteceu durante uma turnê em que o cantor desembarcou na capital do estado para um show. "Ele retornava pela primeira vez à cidade onde havia nascido um de seus principais parceiros na Tropicália e seu grande amigo", disse.

O próprio Caetano afirmou o seguinte durante o programa Altas Horas, da Rede Globo, em 2014: "Torquato era um parceiro, letrista do Tropicalismo, e ficamos muito abalados com sua morte, mas eu não chorei quando soube. Mas quando eu fui a Teresina, anos depois, e encontrei o pai do Torquato no hotel -- ele foi me procurar. Quando eu o vi, chorei muito. No final, ele ficou me consolando e me levou à casa dele. Ele estava sozinho porque a esposa dele estava hospitalizada e Torquato era filho único", começou.

"A casa dele tinha muitas fotografias do Torquato e nós ali, sozinhos, ficamos em silêncio. Ele ficava passando a mão na minha cabeça e dizendo: 'Não chore tanto'. Aí ele foi na geladeira, pegou uma garrafa de cajuína, colocou dois copos e ficamos bebendo sem falar nada. Depois ele foi no jardim, colheu uma rosa-menina e me trouxe. Cada coisa que ele fazia eu chorava mais".

Doutor. Heli, como se desejasse relembrar a beleza da vida, deu ao amigo de seu filho uma rosa-menina colhida diretamente do quintal; e também serviu cajuína, como se quisesse adocicar aquele instante. Caetano continuava a derramar lágrimas, mas não mais de tristeza ou amargura. “Era um sentimento terno e bom, amoroso, dirigido a Dr. Heli e a Torquato, à vida. Mas era intenso demais e eu chorei”, definiu Caetano.

Na cidade seguinte à turnê de Caetano pelo Nordeste, na primeira parada, ele diz ter composto a canção. Em Verdade Tropical, Caetano diz que assim que soube da morte de Torquato, sentiu uma "dureza de ânimo". "Me senti um tanto amargo e triste mas pouco sentimental", o que foi quebrado apenas quando ele foi à casa de Heli.

O poeta e letrista Torquato Neto surgiu no cenário nacional em 1967, ao lado dos compositores mais famosos do movimento que seria chamado de Tropicalismo. Com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Edu Lobo e Jards Macalé compôs canções como Geleia Real, Louvação, Marginália 2, Mamãe Coragem e Deus vos Salve esta Casa Santa. Além disso, também trabalhava como jornalista -- tinha uma coluna chamada Música Popular no jornal O Sol e outra, batizada de Geleia Real, no Última Hora. O aumento da repressão durante a ditadura militar fez com que ele se afastasse dos amigos e do trabalho e se internasse em uma clínica diante de um quadro de instabilidade mental.

Conhecido como o Anjo Torto da Tropicália, Torquato se suicidou em novembro de 1972, um dia depois do seu aniversário de 28 anos. Os amigos tinham acabado de deixar sua casa, no Rio de Janeiro, quando ele entrou no banheiro e ligou todas as torneiras de gás, morrendo asfixiado. Os jornais da época relataram que as últimas anotações encontradas em seu caderno de espiral traziam frases como "Pra mim chega" e "O amor é imperdoável", esta última atribuída justamente a Caetano Veloso. (Fonte: Livro Verdade Tropical)

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HELENA THEODORO: RÁDIO PÚBLICA NÃO TEM DONO, TEM QUE SER PLURAL

No mês em que completa o seu centenário, a Rádio MEC foi o tema central de uma audiência pública realizada na última quarta-feira (12) na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados. Durante o evento, que debateu o resgate do protagonismo da emissora e a busca pela inovação tecnológica, a radialista aposentada Helena Theodoro foi homenageada. A iniciativa reconhece as mais de três décadas que ela dedicou à Rádio MEC.

A carreira de radialista de Helena é marcada por sua múltipla formação. Natural do Rio, ela é professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com graduações em Direito e em Pedagogia, mestrado em Educação, doutorado em Filosofia e pós-doutorado em História comparada. É referência no país na pesquisa em história e cultura afro-brasileira.

Sua passagem na Rádio MEC, iniciada aos 15 anos de idade, é marcada por programas como Samba na Palma da Mão, Faixa Autoral e Origens. Ela também coordenou nacionalmente o Projeto Minerva. Instituído pelo regime militar e produzido pela Rádio MEC, era um programa radiofônico de educação a distância de transmissão obrigatória pelas demais emissoras.

Considerada a primeira emissora do país, a Rádio MEC nasceu como Rádio Sociedade, criada em 1923 por Edgard Roquette-Pinto e Henrique Morize. Doada em 1936 ao Ministério da Educação e Saúde Pública (posteriormente Ministério da Educação e Cultura - MEC), a emissora acabaria sendo rebatizada como Rádio MEC. Mais tarde, a sigla deixaria de ser uma referência à pasta, passando a significar música, educação e cultura, considerados os três pilares da sua programação.

Nessa entrevista concedida à Agência Brasil, Helena Theodoro conta detalhes da sua trajetória na Rádio MEC e discute a importância da emissora. 

Agência Brasil: Como foi sua entrada na Rádio MEC em 1958? 

Helena Theodoro: Um repórter do Diário de Notícias, chamado Pedro Jorge, tinha um projeto que ele chamava de Estudantes do Ano, onde aqueles jovens negros que se destacavam ganhavam uma fotografia no jornal para estimular os outros a estudar. Eu estava estudando no Conservatório de Música, fazendo piano e harmonia. E ele me escolheu como uma das estudantes do ano. Os meus pais eram militantes do movimento negro e eu tinha passado muito bem qualificada para o Instituto de Educação do Rio de Janeiro. Naquela época, as crianças negras não costumavam ser destaque em colégios considerados de qualidade no Rio, como era o Instituto de Educação. E eu passei em sétimo lugar. 

O Pedro Jorge sabia que eu era ligada ao movimento dos meus pais, que batalhavam para a criação do Renascença Clube, frequentavam o Teatro Experimental do Negro do Abdias Nascimento, eram fãs e colaboradores da orquestra do maestro Abigail Moura, participavam de toda a movimentação nos anos 50 do pessoal negro no Rio de Janeiro. E aí ele me convidou para participar do programa Tarde Estudantil como pianista. Era um programa da Rádio MEC de estudantes universitários e secundaristas.

Agência Brasil: Então você começou como pianista? 

Helena Theodoro: Comecei como pianista. Mas no Instituto de Educação, a gente tinha a Associação Metropolitana de Estudantes Secundários. A gente tinha uma consciência muito grande da política nacional, a gente se empolgava com a história da reforma agrária. E eu comecei a escrever no Tangará, que era o nosso jornal dos estudantes secundaristas. Também passei a escrever para o jornal O Metropolitano, que era voltado para os estudantes universitários. 

E depois o pessoal da Rádio MEC começou a se interessar pelas minhas poesias. Eu já escrevia poesia para a Revista Ciência Popular. Eu tive uma formação muito voltada para a arte. Tive uma infância muito estimulada para o campo das artes. O meu pai me levava para todos os concertos para a juventude. Domingo era religiosamente sagrado ir à feira em Vila Isabel, mas antes ele me levava para assistir os concertos para a juventude no Theatro Municipal.

Agência Brasil: O Origens é um dos programas que marca a sua trajetória. Como ele foi pensado? 

Helena Theodoro: Em 1963, eu fui efetivamente contratada. E aí eu passei a ser técnica de Comunicação Social. Toda quinta-feira eu tinha programação, e, mais tarde, comecei a fazer os meus próprios programas. Eu comecei com o Mundo da Criança, porque eu já era professora primária e tinha feito uma série de livros nos anos 70. Quando eu me formei em Pedagogia, eu fui junto com o Frei Davi fazer um trabalho de rádio educativo com o pessoal do Mobral [Movimento Brasileiro de Alfabetização, órgão criado pela ditadura militar]. E aí a gente começa a achar brechas para atender a comunidade preta e pobre. E eu fiz o programa Mundo da Criança. Eu buscava fazer na Rádio MEC o que eu tinha feito nos meus livros infantis, mostrando para a criança a importância da natureza. Depois, tivemos uma série com o personagem Bentinho Benedito. O Luiz Carlos Saroldi, que era muito meu amigo, era da Rádio Nacional. Depois foi da Rádio JB [Jornal do Brasil]. Eu pedi a ele para criarmos uma história que falasse de um menino negro criado pela avó, que era de terreiro. E que retratasse o negro como um artista plástico e não como músico, para sair do estereótipo. Vocês não imaginam o quanto eu sofri com a Editora Bloch porque os ilustradores não queriam pintar crianças negras. E também teve a série sobre o dia a dia, onde valorizamos o lixeiro, a empregada doméstica, as pessoas que plantam e que colhem. 

Mais tarde eu passei para o programa Faixa Autoral, na medida em que eu estava muito ligada à divulgação da música preta brasileira. Depois, como eu estava muito interessada na educação, veio o Origens. Nele, coloquei no ar pessoas que não estão mais entre nós como é o caso de Lélia Gonzalez, Maria Beatriz Nascimento, Joel Rufino dos Santos e Oliveira Silveira que deu a sugestão para que o 20 de novembro fosse o Dia de Zumbi. E eu transplantei os contos do Mestre Didi, que são incríveis. Inclusive foi ele quem fez a vinheta do Origens. É ele tocando e cantando. E eu radiofonizei os contos com a equipe de radioteatro. Quem era essa equipe? Nicette Bruno, Paulo Goulart, Fernanda Montenegro e Myriam Pérsia. Vocês não imaginam a qualidade. Eles depois vão para a TV Tupi. Era uma rádio que dava visibilidade aos artistas. 

Na Rádio MEC, a gente tinha contato com os poetas. Walmir Ayala, Vinícius, todo mundo era presente na Rádio MEC. A gente tinha o programa de jazz do Paulo Santos, a gente tinha uma relação muito íntima com todo o movimento cultural. No Samba na Palma da Mão, eu levei Martinho da Vila, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Aluisio Machado e Dona Ivone Lara que gravou pela primeira vez na Rádio MEC. Todos os grandes sambistas do Rio de Janeiro passaram pelo programa. Eu tinha facilidade de convidá-los porque eu estava casada com o Nei Lopes. Eu comi feijoada feita por Clara Nunes, morram de inveja. Uma pessoa linda, maravilhosa. 

Mas olha a importância de manter a memória da Rádio MEC. Ela é o princípio de tudo. Criou muitos projetos de qualidade. Veja o nosso trabalho incrível nos anos 70 no projeto Minerva, buscando dar consciência crítica através dos programas radiofônicos que eram distribuídos para todo o Brasil. Eu fui coordenadora nacional do projeto. Fomos reconhecidos pelos ingleses.   

Esse projeto também recebeu algumas críticas e chegou a ser apelidado de “projeto me enerva”. Como você avalia essas críticas? 

O que a gente estava fazendo? A gente estava vendo a necessidade do país de crescer e pensar criticamente. A quem interessa isso? E a quem não interessa isso? 

Agência Brasil: Chegou a sofrer alguma interferência do regime militar? 

Helena Theodoro: Olha, eu fui na Alemanha e lá eu vi algo que eu quis fazer aqui. O caderno de acompanhamento de conteúdo do Projeto Minerva era vendido nas bancas pela Editora Abril. Eu queria distribuir gratuitamente pelos jornais. A ideia era que os jornais pagassem taxas menores ao governo em troca de espaço para um suplemento. Eu fui mexer com a Editora Abril. Ela ganhava muito dinheiro vendendo esses cadernos. E aí depois de um tempo me tiraram de lá. Fiquei doente. Fiquei dois meses de cama. Eu sempre amei o Projeto Minerva. 

Agência Brasil: Podemos dizer que seus programas na rádio articulam sua formação artística e política? 

Helena Theodoro: A minha vida de pianista, de professora, de militante política e de militante do movimento negro está completamente relacionada. Papai e mamãe eram sócios da orquestra do maestro Abigail Moura. Foi a primeira orquestra voltada para tradição musical africana. Ele usava instrumentos africanos. E quem eu encontro na Rádio MEC que era uma figura presente na minha vida de filha de um militante: o maestro Abigail Moura. Ele consertava os instrumentos da Rádio MEC e ensaiava a orquestra afro-brasileira lá na Rádio MEC. Então, eu fechei os meus laços de amizade com o maestro Abigail Moura e conheci uma pessoa incrível na minha vida que se chama Haroldo Costa. 

Ao mesmo tempo, a minha mãe havia passado no concurso para os Correios e Telégrafos e trabalhava como intérprete de inglês na Praça Mauá. Era vizinha do edifício A Noite, onde funcionava a Rádio Nacional. E ela faz amizade com o pessoal da Rádio Nacional. Ela conheceu um jovem que trabalhava como empregador de correspondência que ela adota como se fosse filho. E ela estimula esse menino que é o Hermínio Bello de Carvalho. Então, desde muito cedo, eu fui criando relações que estão ligadas com o movimento negro, com a música popular brasileira e com uma consciência política do nosso país. 

Agência Brasil: E como você avalia a importância do rádio para o país? 

Helena Theodoro: No rádio, você não mostra as coisas, você deixa as pessoas imaginarem. Você desenvolve a intuição. Você estimula a reflexão das pessoas. A televisão te chapa um negócio e é aquilo que você viu e acabou. Historicamente, o rádio foi fundamental para a formação do país. Dona Helza Camêu me ensinou muito cedo que o Brasil no século 19 falava tupi-guarani. E foram as rádios que criaram uma unidade em torno do idioma português em um país continental como o nosso. Principalmente a Rádio MEC e a Rádio Nacional. E a Rádio Roquette-Pinto também. 

Eu fui à Espanha, onde há grupos separatistas, como os bascos. Na Itália, há uma série de divisões linguísticas. Eu fui em vários países africanos onde não há uma unidade. Inclusive vi uma experiência muito linda no Senegal. Você sabe que lá eles falam aproximadamente sete dialetos. Então, quando a criança entra na escola, ela não se comunica da mesma maneira que a outra. E essas crianças têm um ano para aprender a falar e escrever em francês, que é a língua obrigatória do país. Eles montaram uma estratégia incrível. Reuniram professores doutores pela Sorbonne para trabalhar na alfabetização. Eles fizeram uma seleção dos contos mais populares no Senegal, que são conhecidos diferentes dialetos. Traduziram para o francês e desenvolveram teatro para essas históricas. Eu vi. As crianças vão ouvir essas histórias em francês. Só que elas conhecem essas histórias. São da sua realidade. Eu fiquei pensando: eles usam o método Paulo Freire lá e a gente não usa aqui. E uma coisa mais interessante ainda. Eles usam músicas deles. E colocam letras francesas. É um transplante que facilita a compreensão das crianças. Em um ano, eles conseguem alfabetizar. 

Você também foi, por três anos, jurada do Prêmio Nacional Jornalista Abdias do Nascimento, criado pela Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira) do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro. Como foi essa experiência? 

É um trabalho incrível de premiar jornalistas que realmente contam para a gente a verdade da vida. Eu acho absolutamente necessário, porque eu acho que a grande responsável do atraso brasileiro é a mídia. A gente tem uma mídia que valoriza a mentira. 

Agência Brasil: A Rádio MEC é vinculada hoje à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), fundada em 2007 dentro de um esforço de estruturação do campo público da comunicação. Como você avalia esse processo? 

Helena Theodoro: Esse debate é básico. Não pode deixar nas mãos de interesses particulares algo que é de interesse público. Você vê o que o Twitter está fazendo. Estão permitindo até compartilhamento de ameaças de ataque às escolas. É comandado por um homem que tem trilhões de dólares. Há uma falta de ética. Desde sempre eu aprendi que o teu limite acaba onde começa o limite do outro. É preciso parar e pensar. Ouvir e escutar. A rádio nos permite isso. E a rádio pública não tem dono. Ela é de todos. A partir do momento que ela tem conhecimento dessa sua característica, ela não vai ser uma rádio que vai te levar para uma dada religião, que vai te levar para um dado partido. Ela não pode ser esse tipo de rádio. Ela tem que ser diversa. Ela tem que ser plural. Ela tem que ser democrática.

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NO DUETO COM GERALDO AZEVEDO, VERA DE MARIA MAGA CANTA COM O VENTRE, OMO PROMETEU O VELHO CHICO

O professor mestre e doutor em Ciência da Literatura, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Aderaldo Luciano destaca que  "Vera de Maria Maga canta com o ventre, como prometeu o Velho Chico",

Confira 

Nós, os nordestinos, temos essa tradição musical provinda dos centros da terra, dos veios de água raros ou profusos, dos barbatões indomesticáveis, dos imensos lajedos e suas orações mineradas, da poeira fina perfurada pelos espinhos, de Canudos, nossa inexpugnável Macondo milenar. Uma linha melódica por fora da pauta aprisionando os modos europeus, a curva harmônica libertando o modo autóctone. Dessa marca de fogo e brasa nasceram nossos sonhos rítmicos. E, desses, os cometas riscando de luz o céu sertanejo.

O Rio São Francisco é a síntese manancial de nossas canções. Em algum lugar de suas margens, bebeu de suas águas santas Vera de Maria Maga. Essa mulher, pés enraizados no chão de nossa magia, tornou-se em Deusa Seresteira. Intensas, as águas franciscanas conversaram profundamente com seu ventre. Aninharam-se sob a Lua Cheia, emaranharam-se sob a Lua Nova e, numa palhoça forrada de humildade e fé, de trabalho e respeito, protegida pela aura da ancestralidade, Vera de Maria Maga cantou pela primeira vez.

Durante as audições do The Voice + de 2022, o Brasil pode descobrir essa mulher curando suas dores ao rasgar seu peito sob canções do povo. Vera de Maria Maga, campeã daquela temporada, vinha vestida de noiva, dando um passo de cada vez, rumo ao altar da consagração. Aplicando diligentemente os ensinamentos de seus técnicos, ciente do aprendizado, desabrochava sua voz de Poder e Carisma. Todos pudemos ver a Energia luminosa lhe envolvendo a alma, lhe adoçando o olhar, lhe acarinhando, lhe minorando as dores.

Agora, quando ouço Vera de Maria Maga, em dueto com Geraldo Azevedo, alinhavando a melodia de Chorando e Cantando, mergulho feliz e solerte, contente e solene, sem asas, só braços, mergulho para as águas de sua voz alta e avançada. É um cometa trazendo Luz para a noite imensa do sertão profundo. Uma segunda Lua, maior que a primeira, de fogo e quentura. Vera de Maria Maga canta com o ventre, como prometeu o Velho Chico. Vera de Maria Maga nos coloca para dormir, enquanto acende nossa fogueira interior. Vera de Maria Maga faz acontecer o Milagre de nossa existência.

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ENCONTRO DEBATE O JORNALISMO AMBIENTAL NO BRASIL ACONTECERÁ ENTRE OS DIAS 27 E 28 DE SETEMBRO

O jornalismo ambiental já é considerado no Brasil uma área de especialização do fazer jornalístico. Afinal, se tomarmos como principal marco inaugural para a atenção da imprensa às questões ambientais a Conferência RIO 92, já são 30 anos de estrada, com a incorporação das pautas ambientais em veículos de imprensa e o surgimento de um ecossistema de veículos independentes que pautam as temáticas ambientais.

E para pensar o futuro e desafios do jornalismo ambiental, uma das organizações mais antigas da área, o Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ/RS), fundado em 1990, realiza o 5o Encontro Nacional de Pesquisadores de Jornalismo Ambiental, único evento no Brasil que reúne pesquisadores dedicados aos estudos de jornalismo e ambiente.

“A ideia do evento é pensar que futuros são possíveis para o ambientalismo e o jornalismo, dentro de uma ideia de estruturação numa era pós-Bolsonaro, da reconstrução da pauta ambiental no país, de legislação, relação com povos originários e com a própria imprensa”, explica Ilza Maria Tourinho Girardi, líder do Grupo de Pesquisa em Jornalismo Ambiental (UFRGS/CNPq) que co-organiza o evento. A pesquisadora explica também que o encontro começou a ser realizado em 2007, dentro do Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, como uma mostra científica.

Entre os dias 27 e 28 de setembro, jornalistas e ambientalistas convidados irão debater temas como o desmonte ambiental no Brasil, o papel das redes de pesquisas e até uma perspectiva latino-america da academia.

“A finalidade é criar um referencial teórico para a cobertura jornalística”, afirma Ilze, “no Brasil, a disciplina de Jornalismo Ambiental ainda não é obrigatória nos cursos de graduação mas, embora meio ambiente seja um tema transversal, a disciplina é muito importante na formação destes estudantes e esses encontros podem trazer para a academia, cursos e coordenadores o alerta sobre essa necessidade. Mas é fundamental ter uma pressão para que isso mude”. A programação do encontro conta com a presença de quinze pesquisadores e jornalistas, distribuídos em 4 mesas temáticas que ocorrerão ao longo dos dois dias de evento.

As inscrições para o encontro são gratuitas e podem ser feitas através deste link-https://www.even3.com.br/enpja2022/.  

A iniciativa conta com apoio do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRGS, do Curso de Jornalismo da UFSM/FW e do Curso de Jornalismo da Uniritter/POA.

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BALANÇO SOBRE COMBATE A CRIMES AMBIENTAIS É DIVULGADO PELO ICMBIO

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) divulgou um balanço de operações deflagradas em todas as regiões do país, com o objetivo de combater crimes ambientais praticados em unidades de conservação. Entre os ilícitos que são alvo das operações estão desmatamento e ocupações irregulares, além de caça e pesca ilegais.

Parque Nacional do Grande Sertão Veredas-Uma das operações deflagradas pelo instituto foi entre os dias 17 e 26 de março no Parque Nacional do Grande Sertão Veredas, localizado na divisa dos estados de Minas Gerais e Bahia. A operação teve como foco o combate à caça de animais e à criação irregular de gado nos limites do parque.

Segundo o ICMBio, foram apreendidas armas de fogo sem registro e munição. Atos de infração foram lavrados contra os suspeitos – alguns tendo em posse animais abatidos e congelados, prontos para consumo. “Dois suspeitos foram conduzidos para a delegacia de Polícia Civil da cidade mineira de Buritis em uma das etapas da fiscalização”, informou o instituto.

No extremo norte do parque, dois suspeitos foram detidos e levados à delegacia de Polícia Civil da cidade de Santa Maria da Vitória, na Bahia. “Além disso, houve um autuado por desmatamento, construção irregular e introdução de espécies no ambiente”, acrescentou.

Chapada dos Veadeiros-No Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, o ICMBio flagrou construções irregulares em uma ocupação, bem como a criação de búfalos e outros animais e extrações irregulares de palha de Indaiá. Foram também encontrados “apetrechos de pesca” nos limites do parque.

Os fiscais apreenderam e destruíram o material no local. Além disso, as ocupações foram “descontinuadas no interior do parque, e autos de infração, ordens de demolição, embargos e apreensões foram aplicados”, informou o instituto.

“Todos os registros são incompatíveis com o propósito da unidade, que está na categoria de proteção integral”, complementou o ICMBio.

Chapada das Mesas-Três pessoas foram presas em flagrante por transportar e comercializar madeira ilegalmente no Parque Nacional da Chapada das Mesas, localizado no Maranhão.

Os agentes que participaram da Operação Chapada Limpa VII lavraram autos e emitiram duas notificações “para retirar uma construção não autorizada na margem do rio limítrofe ao parque”. De acordo com o ICMBio, os ilícitos ambientais cometidos no parque podem resultar em multas que, somadas, passam de R$ 200 mil.

“O objetivo da operação foi combater a extração e comércio de madeira retirada ilegalmente, ocupações irregulares e pesca ilegal dentro da unidade de conservação”, acrescentou.

Tumucumaque e Floresta Nacional-Dois autos de infração foram emitidos pelos fiscais do ICMBio no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e na Floresta Nacional do Amapá, entre os dias 3 e 6 de abril. Todos foram punidos por porte de itens usados para caça ilegal.

A Operação Semana Santa foi deflagrada com o objetivo de combater a caça e a pesca ilegal nas duas unidades – ilícitos que, segundo o instituto, aumentam em períodos próximos à Semana Santa, quando aumenta o consumo de pescado.

O material apreendido na operação, que contou com o apoio do Batalhão Ambiental da Polícia Militar, foi encaminhado à Polícia Federal.

Reserva Biológica Abufari-No período de 15 de março a 10 de abril, a Operação Migração III, realizada na Reserva Biológica Abufari, no Amazonas, fiscalizou o interior da unidade de conservação e também embarcações que percorriam o Rio Purus.

Dois autos de infração e um termo de apreensão foram lavrados na área terrestre, e mais de 6 quilos de peixes, apreendidos nas embarcações. Mais de R$ 275 em multas foram aplicados e os peixes foram doados a duas instituições sem fins lucrativos do município de Tapauá.

Os fiscais vistoriaram também “áreas com potencial desmatamento”, tendo por base dados obtidos por satélite. Além disso, promoveram, com a população local, uma atividade de conscientização sobre pesca irregular.

Lagoa do Peixe-No Parque Nacional da Lagoa do Peixe, as ações implementadas pelo ICMBio foram de vigilância diária, de “pontos onde param aves de vida livre”, a fim de identificar possíveis casos de gripe aviária.

“Dessa forma, é possível avaliar a saúde das aves frequentando a região e adotar medidas, se necessário”, justificou o instituto, ao informar que o parque segue “todas as normas recomendadas” desde os primeiros alertas sobre o risco de ingresso da gripe aviária na região.

O ICMBio informa que, fora da época da migração de aves, a vigilância costumava ser feita mensalmente. Durante o período das aves presentes, a vigilância é semanal.

“No entanto, a vigilância tem ocorrido de forma diária, com equipe em campo, para identificar desde o princípio possíveis focos. Até o momento, nenhum caso de gripe aviária foi registrado no parque”, acrescentou. (Agencia Brasil)

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TRADICIONAL NO SÃO JOÃO DE CARUARU, ALCYMAR MONTEIRO FICA DE FORA DO EVENTO 2023

Nome tradicional na grade artística do São João de Caruaru, o cantor Alcymar Monteiro está fora da programação deste ano. Ele se manifestou nas redes sociais lamentando a situação.

O artista diz não ter recebido contato oficial da Fundação de Cultura de Caruaru, o que inviabilizou a participação no evento, considerado o "maior e melhor São João do Mundo".

A manifestação aconteceu nessa terça-feira (11), data em que a prefeitura da cidade divulgou as atrações que farão parte da festa, que terá 65 dias de programação.

"Gostaríamos de deixar claro que sempre tivemos um grande carinho pelo público de Caruaru e por essa festa que foi tão tradicional", ressalta o comunicado publicado nas redes sociais.

No último ano, Alcymar Monteiro a se apresentou no palco principal da festa no primeiro domingo de junho. O artista também participou do evento em 2019, antes da pandemia da Covid-19, e integrou a programação da festa em anos anteriores.

Além dele, o cantor Jorge de Altinho, que afirmou em 2022 ter sido "esquecido" do São João de Caruaru, também publicou um comunicado em que informa que não vai participar da festa este ano.
 
O cantor disse ter compromisso em outro estado na data proposta pela prefeitura. "Não foi possível adequar a agenda de shows para nossa apresentação", publicou.

Na lista de artistas que vão se apresentar no palco principal do São João de Caruaru em 2023, estão diversos cantores nacionais e de diferentes gêneros, a exemplo de Ivete Sangalo, Bell Marques, Aline Barros, Leo Santana, Simone Mendes e João Gomes.

Também integram a programação Elba Ramalho, Dorgival Dantas, Limão com Mel, Santanna, Fulô de Mandacaru, Nattan, Xand Avião, Raphaela Santos, Gusttavo Lima, Wesley Safadão, entre outros artistas.

Confira íntegra da nota públicada por Alcymar Monteiro:
"É com tristeza que informo que não estaremos presentes no São João de Caruaru deste ano.
Infelizmente, não houve nenhum contato oficial entre a Fundação de Cultura de Caruaru e nossa produção, o que inviabilizou a nossa participação no evento.
Gostaríamos de deixar claro que sempre tivemos um grande carinho pelo público de Caruaru e por essa festa que foi tão tradicional.
Esperamos que, em breve, possamos voltar a nos reencontrar em Caruaru.
Desejamos a todos um excelente São João".
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XICO SÁ: DORES DA RODOVIÁRIA E O DIA DE IR EMBORA

Mãe, ainda me lembro quando tu colocaste a rede no fundo da mala, mala de couro, forrada com brim cáqui, e perguntaste, tentando sorrir no prumo da estrada: “Filho, será que na capital tem armador nas paredes?”

Naquela noite eu partiria para o Recife, que conhecia apenas de fotos e do mar de histórias trazidos pelos amigos. Lembro de uma penca de fotografias em especial, que ilustrava uma bolsa de plástico que usava para carregar meus livros e cadernos. Lá estavam as pontes do centro, casario da Aurora ao fundo, lá estava a sede da Sudene, símbolo de grandeza naquele apagar dos anos 1970, lá estava o Colosso do Arruda, o estádio do Santa…

Quando o ônibus gemeu as dores da partida, aquela zoada inesquecível que carregamos para todo o sempre, tu me olhaste firme, e eu segurei as lágrimas tão-somente para dizer que já era um homem, que era chegada a hora de ganhar o mundo, pé na estrada, o mundo estrangeiro que conhecia somente pelo rádio, meu vício desde pequeno, no rádio em que ouvia os Beatles, as resenhas e as transmissões esportivas, além de todo um sortimento de novidades daqui e de fora.

Lembro que naquele dia, mãe, ouvimos juntos o horóscopo de Omar Cardoso, na rádio Educadora do Crato (ou teria sido na Progresso de Juazeiro?). Que falava dos novos rumos do signo de Libra. Você disse: “Tá vendo, meu filho, você será muito feliz bem longe”.

A voz de Omar Cardoso e o seu mantra ecoava no juízo: “Todos os dias, sob todos os pontos de vista, vou cada vez melhor!”

Foi o dia mais curto de toda a existência. O almoço chegou correndo, a merenda da tarde passou voando… e quando dei fé estava diante da placa Crato/Recife, Viação Princesa do Agreste.

Todo choro que segurei na tua frente, mãe, foi derramado em todas as léguas seguintes. Mal chegou em Barbalha eu já estava com os dois lenços de pano –outro cuidado seu com o rebento- molhados. Em Missão Velha, uma moça bonita, uma estudante que voltava de férias, me confortou: “É para o seu bem, foi assim também comigo”.

Quando chegou em Salgueiro, além dos lenços e da camisa nova -xadrezinho da marca Guararapes-, o livro Angústia, de Graciliano Ramos, um dos motivos da minha vontade de conhecer a vida, também já estava encharcado.

E assim foi a viagem toda. Com direito a soluços, que acordaram a velhinha que ia ao meu lado, quando o ônibus chegou ao amanhecer no Recife.

Arrastei a mala pelo bairro de São José e procurei a pensão mais econômica.

Sim, mãe, tem armador de rede, escrevi na primeira carta. Naquele tempo não se usava, em famílias sem muito dinheiro, o telefone. Era tudo na base do “espero que esta te encontre com saúde”, como a gente escrevia na formalidade das missivas.

É mãe, neste teu dia, que está quase chegando a hora, quero lembrar que a coisa que mais me comoveu foi tua coragem, que eu até achava, cá entre nós, que fosse dureza além da conta d´alma. Até falei, um dia no divã, sobre o assunto, como se eu quisesse que naquela despedida o sertão virasse o teu mar de pranto.

Eis que recentemente me contaste como foi duro, que tudo não passava de um jeito para não fazer que eu desistisse de ganhar a rodagem. Aí me lembrei de uma sabedoria que citava nas cartas e bilhetes, quando eu esmorecia um pouco na sobrevivência da cidade grande: “Saudade não bota panela no fogo”. E ainda reforçava: “Saudade não cozinha feijão, coragem, filho, coragem”.

Em nome das mães de todos os meninos e meninas que partiram, dona Maria do Socorro, quero te deixar beijos e flores.

Sim, mãe, agora já sabes que somos de uma família de homens chorões, são 18h40 de um sábado, e eu choro um pouco, como fazia no fundo daquela rede colorida que puseste no fundo da mala, chorava tanto nos sótãos das pensões do Recife  que os chinelos amanheciam boiando no quarto, como se quisessem tomar o caminho de volta para casa.

*Fonte Crônica de Xico de Sa  escrita em 2005.

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RESPEITEM A SANFONA DE 8 BAIXOS, O PÉ DE BODE DA MÚSICA BRASILEIRA

“A verdadeira sanfona é aquele instrumento menor, de oito baixos, onde abrindo o fole é uma nota e fechando é outra, ensinada de pai para filho, conhecido no interior do nordeste como pé-de-bode ou concertina, e no sul como gaita-ponto”. (Oswaldinho do Acordeon)

Pouco sabemos a respeito de Seu Januário, pai de Luiz Gonzaga e “vovô do baião”. José Januário dos Santos nasceu em Floresta, sertão de Pernambuco, no dia 25 de setembro de 1888, ano da Abolição da Escravatura. Alguns dizem que Januário não teria nascido em Floresta, mas em algum outro município dos arredores. Também não se sabe, ao certo, em que ano Januário chegou à Fazenda Araripe, nas terras pertences ao Coronel Manuel Aires de Alencar, filho de Gauder Maximiliano Alencar de Araripe, o Barão de Exu. 

Pelo que conta a história oral, esta palavra homônima do orixá africano, é uma corruptela de Ansú (?), grupo indígena que habitava a Serra do Araripe. Daí o nome daquele latifúndio pertencente ao Barão ter sido posteriormente batizado de Exu.

Januário trabalhava como agricultor e na confecção de couro. Não se sabe como Januário teria aprendido a tocar e afinar sanfona de oito baixos. Teria sido sozinho, isolado no sertão pernambucano? Alguns dizem que ele teria conhecido um mascate judeu na Chapada do Araripe.

Nas recordações de infância de Luiz Gonzaga, seu pai aparece como um sanfoneiro respeitado das redondezas. De forma mítica, Januário é apontado como o pioneiro da sanfona nordestina. Com certeza, haviam outros sanfoneiros, com seus solos de sanfona que talvez tenham sido levados para sempre no vento que sopra nas catingas, a espera de que alguma fotografia ou lembrança familiar seja encontrada para que a história possa ser reescrita. 

Se sabemos algo mais sobre Januário, isso se deve à Luiz Gonzaga. Graças às letras e narrativas de Gonzaga, conhecemos tão bem certos personagens e detalhes daquela região que muito provavelmente estariam esquecidos, ou, ao menos, escondidos por trás da espessa mato do cerrado.

A atuação profissional de Januário no contexto fonográfico foi errática, tendo ocorrido em 1955, na gravadora RCA-Victor, quando gravou dois discos de 78 rotações, acompanhado de sua prole. No selo dos discos, o velho sanfoneiro era apresentado como “Januário, seus filhos e sua sanfona de oito baixos”. Nestas gravações, podemos ouvir a “sanfona abençoada”, tal como se refere Luiz Gonzaga no xote “Januário vai tocar”. 

A letra autobiográfica, discursa sobre o papel social do sanfoneiro nos bailes interioranos e reforça a relação deste instrumento com o passado rural e as populações menos favorecidas economicamente: “a cidade te acha ruim, mas eu não acho".

Ai, ai, sanfona de oito baixos,

Do tempo que eu tocava na beira do riacho.

Ai, ai, sanfona de oito baixos,

A cidade te acha ruim, mas eu não acho

Lá na Taboca, no Baixio, lá no Granito,

Quando um cabra dá o grito: - Januário vai tocar!

Acaba feira, acaba jogo, acaba tudo,

Zé Carvalho Carrancudo tira a cota pra dançar.

Outra música gravada por Januário é o solo instrumental “Calango do Irineu”, que pode nos revelar um pouco da técnica e do estilo pessoal de Januário. Neste baião, está presente a 7a menor da escala maior, tão característica da música trazida por Luiz Gonzaga. Também estão as 3as paralelas e consecutivas, segundo o maestro Guerra-Peixe, uma reminiscência do gymel, uma técnica de harmonização medieval surgida na Inglaterra tão presente na música brasileira. Acima de tudo, nesta música encontramos aquele “tempero” que torna peculiar o estilo nordestino de tocar sanfona, que é facilmente perceptível ao primeiro toque, embora difícil de ser descrito em palavras.

Alguns anos antes, em 1950, Januário seria apresentado ao grande público, através do disco e do rádio, por seu filho, Luiz Gonzaga e o parceiro Humberto Teixeira, com o xote “Respeita Januário”. Numa narrativa metalingüística, Gonzaga descreve seu deslocamento de Exu, foragido de uma briga, da qual foi ameaçado de morte, e a longa epopéia que culmina com o retorno ao berço natal, já consagrado como Rei do Baião no Rio de Janeiro, então capital do Brasil. 

Escrito com tinturas épicas de uma saga nordestina, o relato de Gonzaga tornou-se maior e mais real do que a história literal, onde personagens ganham vida em diálogos que teriam sido inventados, mas que acabaram tomando vida própria e se eternizando de forma mítica na imaginação popular. Muito provavelmente, pela primeira vez, na história da canção popular urbana, se versava sobre a sanfona de oito baixos e o papel social do sanfoneiro no sertão nordestino. Outro aspecto salientado pela letra desta canção é a relação de constante recusa e desafio entre pai e filho que permeia a transmissão da herança cultural, que não é ensinada, mas é aprendida.

No ano de 1952, Luiz Gonzaga reuniu seu pai e seus irmãos, formando o conjunto “Os Sete Gonzagas”, que realizou apresentações inesquecíveis nas rádios Tupi, Tamoio e Nacional. Por sorte, estas gravações foram registradas em áudio, e podemos ouvir as performance de Januário ao vivo.

No entanto, Januário poderia ser aquele personagem da letra de Gilberto Gil para a melodia “Lamento Sertanejo” de Dominguinhos. Avesso à cidade grande, “por ser de lá do sertão, lá do roçado, lá do interior do mato, da catinga e do roçado”. Januário não se adaptou ao sitio dos Gonzaga em Santa Cruz da Serra, no Rio de Janeiro. Preferiu voltar a Serra do Araripe, entre a catinga e o roçado, na lavoura, tocando sanfona de oito baixos na beira do riacho.

A atuação profissional em música foi breve e fugaz, sua herança valorizada e transmitida através dos filhos; Luiz Gonzaga, Zé Gonzaga, Severino Januário e Chiquinha Gonzaga. Através deles, a música do velho Januário foi ressignificada ao contexto fonográfico, se entranhando na alma nordestina, como se fizesse parte da paisagem sertaneja, traduzindo em contornos melódicos a poética do sertão.

Januário veio a falecer aos 90 anos, em 11 de junho de 1978, em Exu. Salve Januário, pai de Luiz Gonzaga e pioneiro da sanfona de oito baixos na região Nordeste.

Fonte: Leo Rugero. Bacharel em violão clássico pelo Conservatório Brasileiro de Música e Mestre em Musicologia pela Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Léo Rugero, é hoje uma referência no Brasil quando o assunto é sanfona de oito baixos

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PERNAMBUCO EM VERSOS-CONQUISTAS E MUNICÍPIOS É LIVRO DO POETA LUIZ FERREIRA

O poeta Luiz Ferreira, 77 anos, aproveitou os dois anos que precisou seguir as regras sanitárias e ficar em casa, o isolamento social,  período que usou para escrever o livro que tem o título de "Pernambuco em Versos-Conquistas e Municípios. 

O livro destaca os 187 municípios de Pernambuco valorizando o patrimônio cultural e histórico das cidades. 

O pré-lançamento do livro aconteceu lançado dezembro 2022 durante as festividades dos 110 anos de Luiz Gonzaga, na IV Semana Viva Gonzaga, em Caruaru.

Uma nova edição será lançada neste ano de 2023. 

"No início da pandemia covid-19 fiquei muito triste, mas não podia desanimar. Então resolvi fazer o livro. Nele cito os municípios pernambucanos, os amigos, poetas, compositores, pessoas que fazem cultura e arte, envolvidos na vida e obra de Luiz Gonzaga", explica Luiz Ferreira.

Luiz Ferreira nasceu na zona rural de Caruaru, no Agreste Pernambuco. Caruaru possui o título de Capital do Forró. Luiz Ferreira é o idealizador, fundador e diretor presidente do Espaço Cultural Asa Branca do Agreste, considerada a verdadeira Academia Gonzagueana. Neste local todo mês de novembro acontece o grande encontro com os estudiosos e pesquisadores, especialistas da vida e obra de Luiz Gonzaga, os gonzagueanos, como também são conhecidos.

Todo ano é entregue o troféu ‘Luiz Gonzaga – Orgulho de Caruaru’, criado em 2012. O Grande Encontro Nacional dos Gonzagueanos de Caruaru tem o objetivo de manter viva a memória de Luiz Gonzaga. O grupo de amigos se reúne todos os anos e trocam idéias, experiências e falam sobre a vida e obra do Rei do Baião.

O Encontro dos Gonzagueanos é realizando anualmente desde 2012, sempre na segunda semana de Novembro sendo coordenado pelo diretor do Espaço Cultural e promovida pelo Fã Clube de Gonzagão do Nordeste. Assim como tem o apoio do Lions Vila Kennedy.

HISTÓRIA: No ano de 2014, a coordenação do Curso de Jornalismo do Centro Universitário do Vale do Ipujuca-Caruaru-PE, promoveu, A Semana do Jornalista. Na programação além de palestras com jornalistas da TV Globo e Sistema Jornal do Commecio, contou com o lançamento do documentário-filme Os Gonzagueanos.

Para manter viva a memória de Luiz Gonzaga, um grupo de amigos se reúne todos os anos e trocam materiais, experiências, dividem experiências e falam sobre a vida e obra do Rei do Baião - são os chamados Gonzagueanos. Com o objetivo de registrar essa iniciativa, alunos do curso de Jornalismo desenvolveram um documentário sobre os Gonzagueanos. 

O grupo Gonzagueanos reúne um amplo conhecimento da obra e das parcerias do Rei do Baião, num esforço de manter vivo o trabalho de Luiz Gonzaga. O Espaço Cultural Asa Branca do Agreste, situado no bairro Kennedy, é um exemplo do que essa paixão pelo artista é capaz. O espaço foi criado por Luiz Ferreira, um dos gonzagueanos, a partir da coleção que guardava em um cômodo de sua casa.

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