AGROTÓXICOS PODEM AUMENTAR VULNERABILIDADE À COVID-19, DIZ RELATÓRIO INÉDITO

Com mais de 460 mil mortes, o Brasil ocupa a vice-liderança no número de óbitos por Covid-19 no mundo. Além da alta taxa de exposição ao vírus SarsCov-2, um grupo de pesquisadores acredita que o modelo de produção agrícola brasileira pode ter deixado o país mais vulnerável à doença. E o fator principal seria o uso intensivo de agrotóxico que afetam o sistema imunológico dos seres humanos os tornando mais suscetíveis a doenças infecciosas. 

A constatação está no relatório “Agronegócio e pandemia no Brasil —  uma sindemia está agravando a pandemia de COVID-19?”produzido pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) junto a rede de pesquisas internacional Ipen, obtido com exclusividade pela Agência Pública e pela Repórter Brasil.  No trabalho, assinado por nove pesquisadores de universidades do Brasil, Portugal e Dinamarca, o grupo trata a pandemia de Covid-19 como uma sindemia, um neologismo que combina as palavras “sinergia” e “pandemia”. 

“É um termo criado nos anos 90, usado quando uma doença interage com outra produzindo o agravamento do quadro clínico”, explica uma das autoras do trabalho, a médica Lia Giraldo, pesquisadora da Fiocruz e da Abrasco. Em uma sindemia, a interação entre as doenças é facilitada por condições sociais e ambientais que podem tornar uma população mais vulnerável ao seu impacto. O que ajuda a explicar, por exemplo, porque determinados países ou grupos sociais registram uma maior taxa de casos e óbitos por Covid-19. 

O relatório aponta o agronegócio como parte desse contexto. “O uso intensivo de agrotóxicos afeta o sistema imunológico, a agroindústria aumenta o risco de novas zoonoses e a produção de alimentos industrializados promove a obesidade, aumentando a vulnerabilidade à Covid-19”, diz trecho do estudo. 

O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos no mundo. E nem mesmo durante a pandemia, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ganhou o dever de avaliar os pedidos de uso de vacinas para Covid-19, o fluxo de aprovação de agroquímicos diminuiu. 

Desde 20 de março de 2020, quando foi decretado estado de calamidade pública, até o momento, 613 novos registros foram aprovados pelo Ministério da Agricultura, o Ibama e a Anvisa. Foram mais de 10 novos produtos liberados a cada semana durante a pandemia. 

Para o relatório da Abrasco, a médica e pesquisadora da Fiocruz e Abrasco Karen Friedrich fez um levantamento e analisou todas as substâncias aprovadas no governo do presidente Jair Bolsonaro. “Entre as substâncias, encontramos produtos que interferem no sistema imunológico, causam problemas hormonais, interferem em várias funções de metabolismo, diabetes, obesidade e até mesmo na defesa do organismo contra patógenos”, diz a médica.  

Agrotóxicos como a atrazina, carbamato e os organofosforados diclorvós e clorpirifós estão entre os que podem influenciar o sistema imunológico. Um trabalho de 2020 do pesquisador sulcoreano Gun-Hwi Lee encontrou diversos efeitos em várias células que tiveram contato com essas substâncias, como inibição da proliferação de células T e na produção de citocinas, que são importantes para garantir a recuperação de pacientes com Covid-19.

A atrazina é o quinto ingrediente ativo mais vendido no Brasil, com mais de 23 mil toneladas comercializadas apenas em 2019, segundo o Ibama. A substância é um herbicida, usado para controlar ervas daninhas em diversas plantações, como milho e cana-de-açúcar. 

Mas os estudos que medem a toxicidade de venenos como a atrazina ignoram uma informação importante: a mistura de agrotóxicos. Os testes feitos em animais e células por agências regulatórias, como a Anvisa, expõem as cobaias a apenas um tipo de agrotóxico por vez. Enquanto na realidade, a população é exposta a coquetel de venenos. 

A última edição do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), feito pela Anvisa, detectou alimentos vendidos nos supermercados brasileiros contendo resíduos de até 21 agrotóxicos diferentes em um único produto.  

“Essa interação das substâncias ainda é muito imprevisível. Se você tem um alimento com uma substância que tem efeito no sistema imunológico, somada a mais outra substância com o mesmo efeito, e mais outra e assim por diante, a probabilidade desse efeito se manifestar com mais força é maior”, conta Karen Friedrich. 

Tratar a Covid-19 como uma sindemia ainda é novidade no Brasil. Internacionalmente, o termo é usado desde o ano passado, e cientistas acreditam que o combate à doença deve mirar também nas comorbidades. 

Em setembro de 2020, uma das mais importantes revista científica do mundo, a The Lancet do Reino Unido, publicou um artigo onde o editor chefe, Richard Horton, disse que o vírus SarsCov-2 não atua sozinho, mas compactuando com outras doenças. Os “cúmplices” seriam as comorbidades, como a obesidade, diabetes e doenças cardíacas. 

“Precisamos separar a Covid doença do vírus SarsCov-2. A Covid começa com a infecção, mas depois evolui a um ponto que pacientes não têm mais nem o vírus no corpo, mas a doença, de forma sistêmica, já afetou o organismo. Vimos claramente que pessoas obesas, com doenças crônicas ou distúrbios imunológicos estão mais vulneráveis e suscetíveis a ter esses agravamentos”, diz a médica e pesquisadora Lia Girardo. 

“O agronegócio é parte desse contexto mórbido, por levar a um modo de produção e apropriação da natureza que torna a nossa sociedade mais vulnerável ao enfrentamento de um vírus com essas características”, diz Lia. 

O relatório ressalta ainda o avanço das produções agropecuárias em áreas de floresta, o que acaba com barreiras florestais e pode causar o surgimento de novas zoonoses de modo geral. As zoonoses são vírus e bactérias que originalmente infectavam animais, e que por alguma razão passam a atingir a espécie humana.

O terceiro ponto citado no relatório está relacionado à produção de alimentos industrializados, que promovem a obesidade, fator de risco para a Covid-19. “Em um cenário de pandemia, é ainda mais importante que o governo estimule e disponibilize mais alimentos saudáveis. Mas, ao invés disso, tivemos a disponibilidade de alimentos comprometida. Observamos aumento de preço do arroz e da soja”, explica Karen Friedrich. 

A má-nutrição tem um impacto no sistema imunológico e em muitas outras doenças crônicas. Nas últimas décadas, o padrão de subnutrição no Brasil passou por uma transformação, caindo de 11,9% para 2% entre 1997 a 2020. No entanto, no mesmo período, a obesidade aumentou de 11,9% para 22,3%. 

O Brasil seguiu uma tendência global de aumento na taxa de obesidade, impulsionado pelo consumo crescente de alimentos e bebidas com adição de açúcares, e sal, carboidratos refinados, segundo o relatório. 

Além da mudança da dieta, diversos estudos apontam a influência dos agrotóxicos no surgimento da obesidade. Os organofosforados e agrotóxicos desreguladores endócrinos (DE) podem afetar o metabolismo da glicose e dos lipídios e influenciar no desenvolvimento de obesidade e diabetes Tipo 2, segundo um estudo de 2020 de um grupo de pesquisadores da Université Toulouse, na França. 

“São vários fatores que estão interagindo e resultando em um cenário muito maior de vulnerabilidade da sociedade brasileira aos efeitos do Covid-19”, diz Friedrich.

MUITO TÓXICO: Com informações sobre registro internacional de países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e do Brics, a pesquisadora Karen Friedrich identificou que os agrotóxicos usados no Brasil já saíram há muito tempo da prateleira de outros países. 

Entre os os 400 ingredientes ativos de agrotóxicos classificados como químicos e semioquímicos e autorizados para uso agrícola no Brasil, 85,7% não tem autorização de uso na Islândia, 84,7% na Noruega, 54,49% na Suíça, 52,6% na Índia, 45,6% na Turquia, 44,4% em Israel, 43,4% na Nova Zelândia, 42,4% no Japão, 39,6% no Canadá, 38,6% na China, 35,842% no Chile, 31,6% no México, 28,6% na Austrália e 25,6% nos Estados Unidos.

Karen pesquisou também a toxicidade dos produtos. De 399 ingredientes ativos comercializados no Brasil, 120 foram relacionados a danos à saúde e ao ambiente. Considerando as substâncias para as quais estão disponíveis dados de comercialização no país, 67,2% deste volume está associado a pelo menos um dano crônico grave. (Fonte Agência Pública-jornalismo investigativo Pedro Grigori)

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VALE DO SÃO FRANCISCO COMEMORA O DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE COM PLANTIO DE MUDAS DA CAATINGA

O próximo dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, será comemorado no Vale do São Francisco com o plantio de 7 mil mudas de plantas nativas da Caatinga, o único bioma exclusivamente brasileiro.

As mudas, doadas pela Agrovale, que fica em Juazeiro - BA, serão plantadas em Petrolina - PE, às margens do Rio São Francisco, como parte do programa 'Orla Nossa - Cidades Ribeirinhas', da prefeitura do município. A proposta é recuperar a área da Orla II, que vai do Círculo Militar até o último restaurante da via beira rio.

De acordo com a coordenadora de Meio Ambiente da Agrovale, Thaisi Tavares, serão plantadas mudas como o marizeiro, ingazeiro, pau ferro, paineira, ipê roxo e caraibeira. "Espécies nativas da Caatinga mais adequadas para projetos de arborização, paisagismo, repovoamento e reflorestamento de áreas degradadas", ressaltou.

A coordenadora destacou ainda que a doação é mais uma ação do projeto socioambiental 'Viveiro de Mudas Nativas', que completou 13 anos com a marca de 400 mil mudas doadas para 45 municípios dos Estados nordestinos da Bahia, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. A doação destas mudas vem ampliando a cobertura verde das cidades e contribuindo para uma maior conscientização e sustentabilidade ambiental da biodiversidade regional.

O viveiro da empresa, que é a maior produtora de açúcar, etanol e bioeletricidade e também a que mais gera empregos na Bahia, ocupa uma área de 2 hectares com mais de 70 espécies de plantas nativas da Caatinga. "Neste Dia Mundial do Meio Ambiente estamos fazendo o que mais gostamos: a preservação dos ecossistemas da Caatinga e das matas ciliares do Rio São Francisco", concluiu. FONTE: CLAS Comunicação & Marketing


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RÁDIO NACIONAL DE BRASÍLIA COMPLETA 63 ANOS

Em 31 de maio de 1958 foi inaugurada a Rádio Nacional de Brasília, a primeira de uma capital federal que nem havia sido fundada. Exatamente 63 anos depois, a emissora segue na tradicional frequência 980 AM, ensaia a expansão da programação para o FM e cresce na internet.

Além de ter parte da programação veiculada na Rádio Nacional FM (rádio fundada em 1976 e que pode ser sintonizada na frequência 96.1 FM em Brasília), a programação da Rádio Nacional de Brasília está sendo exibida na faixa 87.1 FM em São Paulo, Belo Horizonte e Recife desde o dia 7 de maio. 

Essa frequência está na chamada banda estendida FM, viabilizada com o desligamento analógico de canais de televisão, que ocupavam uma parte do espectro das rádios. Os aparelhos de rádio mais modernos já pegam a faixa estendida a partir de 76.1 MHz. 

"A maior vantagem da AM é a questão do alcance. O sinal da AM 'viaja' mais longe do que o da FM. Por outro lado, no FM a qualidade do áudio é melhor do que o áudio em AM. Isso por conta da diferença de modulação.", explica o gerente executivo de Engenharia da Empresa Brasil de Comunicação, Wagner Bastos.

Para Luciano Seixas, gerente executivo da Rádio Nacional, a expansão para a FM fará com que mais gente conheça a histórica rádio de Brasília. “A expansão representa a oportunidade de alcançar novos públicos, que estão em São Paulo, Belo Horizonte e Recife, locais onde não se tinha acesso direto à rádio pelo FM”, afirma.

Um dos novos ouvintes da Rádio Nacional de Brasília é o professor de história Eduardo Ferreira de Araújo. Morador de São Paulo, ele começou a ouvir a Nacional com a frequência no FM na capital paulista. “Eu vi em uma matéria que a Rádio Nacional iria estrear no dia 7 de maio e fiquei interessado. Ouvi e descobri que ela tem uma programação diferenciada em relação às rádios de São Paulo. A gente tem uma dimensão maior do próprio Brasil”, relata.

No Programa Eu de Cá, Você de Lá - um dos mais tradicionais da emissora, no ar desde o final da década de 1970 -, ouvintes das cidades com a nova faixa também já se manifestaram sobre a nova frequência. “Eu ouvia o programa por celular ou internet. Agora é pela 87,1 FM”, relatou o ouvinte Israel Queiroz, de Belo Horizonte.

Apesar da ida para a FM e da criação de novos públicos, Seixas ressalta que não existe qualquer previsão de a rádio deixar de ser transmitida em AM. “É importante destacar que a frequência 980 kHz tem uma potência única. Se tivéssemos operando em potência máxima, teríamos um alcance, inclusive, internacional”, aponta.

Não é só pelas ondas do rádio que a Nacional tem chegado à casa dos ouvintes. Por meio do site e do aplicativo Rádios EBC, a Nacional de Brasília também alcança internautas. Dados do Google Analytics, ferramenta de monitoramento de audiência na internet, apontam que a página do player da rádio é uma das mais acessadas no site.

Para Alessandra Esteves, gerente de Jornalismo Web da Empresa Brasil de Comunicação, o site ajuda a Nacional a romper o alcance do dial. “Precisamos considerar, também, que cada vez mais as pessoas estão inseridas nas plataformas digitais, então é um público que tende a crescer e não conhece fronteiras. Seja em Brasília ou até mesmo em outro país, é possível ouvir a programação da Nacional”, diz.

O motorista Cleidimar Nunes, da cidade de Taguatinga (TO), conta que a internet mudou a relação dele com a Rádio Nacional. “Escuto a Nacional desde que me entendo por gente. Ouvia na fazenda no radinho de pilha. Eu fui me adaptando e hoje escuto a rádio pela internet. Tem uma qualidade muito melhor. Não tem a questão de o som ficar fugindo, como no rádio”, conta.

Cleidimar também relata que a Nacional o inspirou a participar como ouvinte e até ter um programa de rádio em sua cidade. “Eu tinha muita vontade de participar. Até escrevi cartas e não enviei. Mas, com a internet, comecei a participar e neste ano enviei uma mensagem. Agora, participo direto. Tenho um programa de rádio na cidade e posso dizer que 100% da inspiração para criá-lo foi na Rádio Nacional”.

Entregar o conteúdo da rádio em diversas plataformas é a tendência para o futuro, aponta Luciano Seixas. “Através da instalação dos canais de faixa estendida, do site das Rádios EBC e do aplicativo, estamos expandido o nosso alcance junto ao público ouvinte, em todo o mundo”, completa.

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DIA NACIONAL EM DEFESA DO RIO SÃO FRANCISCO É COMEMORADO EM 03 DE JUNHO

O dia 03 de junho foi instituído pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) como o Dia Nacional em Defesa do Velho Chico. Para divulgar essa data o CBHSF lançou, em 2014, a campanha "Eu viro carranca para defender o Velho Chico". O objetivo é conscientizar a população sobre a preservação do rio e mobilizar todos pelo uso responsável dos seus recursos hídricos. 

É uma campanha exitosa, o que pode ser comprovado pelo resultado alcançado na mídia no período que antecedeu o Dia Nacional em Defesa do Rio São Francisco e na cobertura e repercussão da Campanha nos veículos de comunicação de todo o país, além da adesão voluntária de diversas ONGs, entidades governamentais, instituições, entre outros. Todo o esforço teve como consequência a conquista do primeiro lugar no Prêmio ANA 2021, na categoria SINGREH, reconhecimento que muito nos honra.

Este ano, com o mote VELHO CHICO PARA TODOS, a campanha tem como foco os usos múltiplos do Velho Chico e da necessidade de se concretizar o Pacto das Águas na bacia do São Francisco. " As águas do rio São Francisco, bem como seus reservatórios, estão vocacionadas para os usos múltiplos, e não só para a geração de energia. Queremos sinalizar, com essa campanha, que todos aqueles que se beneficiam das águas sanfranciscanas devem ter compromisso com a sua preservação e com a saúde do seu ecossistema", destaca o presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda.

Os usos múltiplos abrangem abastecimento público, agricultura, indústria, geração de energia, navegação, pesca e aquicultura, turismo e recreação, entre outros. A diversidade de setores usuários provoca uma série de impactos – positivos e negativos – entre as diferentes atividades, o que resulta em interações complexas.

Por conta de todas essas diferenças, o múltiplo uso não é uma questão consensual. Divergências e conflitos avançam à medida que aumentam a demanda e a escassez de recursos. O único consenso é que se trata de um tema que merece ser amplamente discutido pelos diferentes setores e a sociedade como um todo. Por isso, o CBH São Francisco vem elaborando estudos e realizando discussões para a concretização de um Pacto das Águas para a bacia do Velho Chico. O Pacto das Águas deve prever ações coordenadas que levem à distribuição harmônica das águas aos seus usos múltiplos, evitando conflitos e garantindo água de qualidade e em quantidade para todos.

O CBHSF continua seguindo as recomendações das autoridades de saúde, e para evitar aglomeração de pessoas, utilizará a mídia para a disseminação da campanha, por meio de podcasts, spots para rádio, VTs para veiculação em televisão e na web, além das redes sociais.  

"Este é um momento de conscientização geral para defender o rio de forma muito concreta, lutando pela restauração de suas matas ciliares, pela recarga de aquíferos, pela defesa e proteção das nascentes, contra o processo de contaminação de suas águas por agrotóxicos e pelo lançamento de esgotos", explica Anivaldo. E completa: " Devemos tirar de fato da gaveta o programa de revitalização e mobilizar todos para que os instrumentos de gestão sejam universalizados na bacia do São Francisco"

Participe da campanha e abrace essa causa! Contamos com o seu apoio!

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CINCO ANOS APÓS ASSASSINATO DE BEATRIZ PERITOS AMERICANOS FAZEM RETRATO DIGITAL DO SUSPEITO DE TER COMETIDO CRIME

Cinco anos de um assassinato brutal e o autor do crime ainda não foi identificado. A menina Beatriz Mota, de apenas 7 anos, foi morta na escola onde estudava, em Pernambuco, no Recife. 

Agora a novidade é que peritos americanos fizeram um novo retrato digital com o rosto do suspeito de ter matado a garotinha. E isso trouxe esperança pra família de Beatriz, que reclama da lentidão da justiça.

O CASO BEATRIZ: Quem matou a menina Beatriz Angélica?  no dia 10 de dezembro vai completar seis anos do assassinato brutal da garotinha de 7 anos, que na noite do crime estava com os pais, acompanhando a festa de formatura da irmã mais velha, em um colégio particular de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Desde então, a resposta para a pergunta que inicia esse texto tem sido aguardada pelos familiares, amigos, vizinhos, imprensa… todos que, de alguma maneira, ficaram espantados com a crueldade com que a vida da criança foi interrompida.

Beatriz Angélica Mota Ferreira da Silva foi encontrada morta, dentro do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, com 42 marcas de facada no corpo. Até o momento, cinco anos depois, ninguém foi preso e a motivação do crime ainda é desconhecida. Os pais da menina, Lúcia Mota e Sandro Romilton Ferreira da Silva, além da dor de ter perdido a filha, convivem com a falta de respostas que ajudem a solucionar o crime.

“É uma dor que não tem nome. Para mim, o dia 10 de dezembro é todos os dias. Uma ferida que é cutucada todos os dias”, afirma a mãe de Beatriz.

“A dor é constante. A gente não ter uma resposta, não saber o que aconteceu, quem são os culpados. A injustiça ela também dói ”, completa o pai da menina.

A busca por justiça se tornou um mote na vida de Lúcia e Sandro. Nesses cinco anos, os pais de Beatriz participaram de várias manifestações em Petrolina, Juazeiro, cidade vizinha que fica na Bahia, e em Recife. Este ano, por causa da pandemia da Covid-19, a mãe da menina tem feito lives na rede social, para continuar chamando a atenção da sociedade para o crime. “Isso tem dado uma grande repercussão. São cinco anos, todos os dias, todos os meses, a gente gritando, lutando por justiça”.

Em 2018 e neste ano, a mãe de Beatriz concorreu aos cargos de deputada estadual e vereadora de Petrolina, pelo PSOL, mas não foi eleita. Na eleição estadual, ela teve 16.326 votos. No pleito municipal, foram 2.656 votos. Segundo Lúcia Mota, a entrada na política foi uma forma de poder ter mais força para cobrar a resolução de casos como o da filha.

“A política ela veio para ajudar, não que diretamente, porque compete à Polícia Civil de Pernambuco investigar e solucionar, mas indiretamente, em influência, de fortalecer o nosso pedido de luta, não só por Beatriz, mas por todas as ‘Beatrizes’ do estado de Pernambuco”.

Desde o início das investigações da morte de Beatriz, três pessoas foram indiciadas e um mandado de prisão foi expedido, em dezembro de 2018, contra Alisson Henrique de Carvalho Cunha. Ele é suspeito de ter apagado as imagens do circuito interno do colégio. No entanto, o pedido de prisão foi revogado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJ-PE), em setembro de 2019.

Como as investigações feitas pela Polícia Civil, segundo Lúcia e Sandro, ainda não apresentaram o retorno esperado, a família, com ajuda de doações que podem ser feitas através de uma ‘vaquinha online’, instaurou uma investigação paralela do caso, que rendeu uma denúncia na Corregedoria do Estado de Pernambuco contra um perito da Polícia Civil.

A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco informou, através de nota, que "a denúncia relativa ao perito criminal está sendo apurada pela Corregedoria Geral da SDS. Neste momento, uma outra equipe de perícia criminal está trabalhando no caso, realizando análise e buscas em equipamentos de imagens e de informática. As forças de segurança em Pernambuco estão confiantes na elucidação desse bárbaro crime".

Lúcia Mota afirmou ainda que um grupo de investigadores profissionais dos Estados Unidos se ofereceu para ajudar no caso de Beatriz, mas aguarda liberação por parte do governo de Pernambuco.

“Inicialmente, eles querem fazer um trabalho em parceria com o Estado de Pernambuco, com a Polícia Civil. Então, o consulado americano entrou em contato com a Secretaria de Segurança. Isso já tem mais de três meses e, até o momento, o Estado de Pernambuco, a Secretaria de Segurança, não deu nenhuma resposta”, diz.

Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco disse que "desconhece essa proposta de cooperação com empresa de investigações norte-americana".

As investigações sobre a morte de Beatriz estão sendo feitas em segredo de justiça. Desde o assassinato da menina, quatro delegados já estiveram no comando do caso. No ano passado, foi criada uma força-tarefa, composta por quatro delegados: Polyanne Farias, Diretora da Diresp; João Leonardo Cavalcanti, Diretor Dinter 2; Vitor Freitas, chefe da Divisão de Homicídios; e Isabella Pessoa, Desec de Petrolina. Os pais da menina dizem que estão tendo dificuldades para ter acesso ao inquérito.

“Para nossa família ter acesso ao inquérito, nós precisamos entrar até com pedido judicial. A gente sabe que essa mudança de delegado é um artifício do governo para dizer que estão fazendo alguma coisa”, diz Sandro.

Além do inquérito, o pai de Beatriz também reclama da falta de acesso aos delegados que fazem parte da força-tarefa. “Designaram uma força-tarefa, logo após a saída da doutora Polyanna Neri [delegada], composta por quatro delegados e nós não tivemos contato com eles ainda”.

"A PCPE informa que segue comprometida com as investigações do homicídio de que foi vítima a criança Beatriz Angélica Mota, havendo total empenho na elucidação do crime, inclusive com composição de uma Força Tarefa integrada por quatro delegados designados para o caso, por determinação da Chefia de Polícia. A mãe da criança foi recebida todas as vezes que buscou a Polícia Civil. A PCPE informa que não houve divisão do Inquérito Policial", afirmou a nota da Polícia Civil.

Os pais de Beatriz entraram com um pedido de federalização do caso. “O Estado de Pernambucano, a Polícia Civil de Pernambuco, não têm mais condições de solucionar o caso Beatriz. Primeiro, por falta de profissionais. Segundo, por falta de aparatos técnicos, serviços de inteligência que não existem no Estado de Pernambuco e, principalmente, por influências políticas e atos de corrupção por parte dos funcionários públicos”, afirma Lúcia Mota.

Mesmo com a demora na solução do crime, os pais de Beatriz acreditam que um dia o (s) responsável (veis) pela morte da menina serão punidos. “O tempo vai passando e a gente vai se apegando a aquele fio de esperança. Temos muita fé em Deus, somos cristãos. Tenho certeza que, no momento certo, no momento adequado, Deus vai nos conceder essa vitória”, confia Sandro.

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DORAMAR OU A ODISSEIA MARCA O RETORNO À ESCRITA DE ITAMAR VIEIRA JUNIOR

O ano de 2020 foi particularmente especial para o escritor baiano Itamar Vieira Junior. Como todos, ele enfrentou com sofreguidão a pandemia da covid praticando o isolamento social. Mas, em compensação, foi também uma temporada de sucesso, com Itamar colecionando importantes distinções pelo seu romance Torto Arado em eventos literários como a Flip. Afinal, a obra vendeu também mais de 165 mil cópias.

“Em meio a tanta turbulência, foram momentos felizes que eu não esperava”, conta ele ao Estadão, por telefone. “A julgar pela reação dos leitores, acredito que o livro atraiu por apresentar um Brasil rural, que parece algo anacrônico nos dias de hoje, mas provoca uma memória afetiva, mesmo para quem não viveu no campo.” É possível acrescentar ainda sentimentos de sofrimento e desejo de libertação.

Itamar é geógrafo e doutor em estudos étnicos e africanos pela Universidade Federal da Bahia. Com tal formação intelectual, ele constrói narrativas ao mesmo tempo sólidas e delicadas, alicerçadas por uma linguagem apurada. É o que se pode notar em Doramar ou a Odisseia (Todavia), livro com 12 contos que será lançado na semana que vem. Alguns já foram publicados esparsamente, mas cinco são inéditos.

E, novamente aqui, o escritor se apoia em personagens que impressionam pela força e legitimidade: mulheres determinadas a enfrentar todo tipo de adversidade, escravos dispostos a resgatar a dignidade à força, indígenas buscando apoio na ancestralidade e ainda a exaltação à figura do artista Arthur Bispo do Rosário, cujo manto é ponto de partida para uma narrativa sobre a marginalidade e a loucura.

A precisão que encontra para a escrita vem de uma certeza pessoal – Itamar acredita que toda boa história é precedida de uma rica experiência anterior do autor com suas personagens. “Sou um etnógrafo da imaginação – para que eu possa escrever, preciso conhecê-las bem, sua rotina, suas características. Só depois de ter adquirido um pouco desse conhecimento é que começo a escrever”, explica.

E tal vivência não necessita ser apenas espiritual – fruto de uma família em que predominam mulheres, Itamar logo descobriu os meandros do poder feminino que, embora oficialmente secundário por força da hierarquia masculina, era quem de fato tomava as decisões mais acertadas. “Elas nos transmitem uma força inabalável – perto delas, os homens são como pálidas sombras”, observa.

Itamar lembra que Salvador, onde vive, é uma cidade com população predominantemente negra, o que torna ainda mais forte a tradição afro que concede grandes poderes à mulher. “São as grandes sacerdotisas, cujo poder passa de geração a geração”, conta ele que, no exercício de sua profissão (é funcionário público), mantém contato com diversas pessoas que lhe fornecem tais impressões.

O conto Alma, por exemplo, um dos mais poderosos de Doramar ou a Odisseia, o leitor acompanha a fuga de uma escrava que tem por nome o título da história. À medida que anda, ela oferece fiapos da sua trajetória e do motivo que provocou sua fuga. Ao mesmo tempo, seu vestuário vai se deteriorando e as marcas da travessia ficam cravadas em seu corpo. A prosa, além de hipnotizante, oferece um final um tanto surpreendente e que permite ao leitor entender toda a triste situação.

Itamar consegue provocar o leitor também em A Oração do Carrasco, narrativa em que o estranho cuidado com sua profissão de executor de vidas logo revela um homem preso a uma tradição familiar e que, aos poucos, o autor estende para o cotidiano de qualquer pessoa. “Eu me perguntava como seria a vida de um homem carrasco e, aos poucos, percebi que estamos cercados por eles – afinal, basta observar o que aconteceu na operação da polícia civil na comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro”, comenta o escritor, referindo-se à ação que resultou em 28 mortos.

Dessa loucura insana, é possível conhecer outra, mais produtiva, criativa e imortal em seu valor, que inspira o conto manto da apresentação, título escrito assim mesmo, com minúsculas. Como em um discurso sem fôlego (não há ponto final separando as frases), o texto apresenta a profissão de fé de Arthur Bispo do Rosário (1911-1989), homem que criou sua arte a partir de objetos cotidianos que encontrava nas instituições onde viveu internado, criando uma obra que variava entre justaposições de objetos e bordados, o que lhe rendeu reconhecimento internacional.

“Encontro mulheres em posição de poder, que assumem seu protagonismo, o que é paradoxal, pois me pergunto: como pode, em uma sociedade tão patriarcal, existir uma força tão poderosa?”, questiona-se o escritor que, obviamente, transmite essa sensação para suas histórias.

“Foi um artista fenomenal e, a partir dele, refleti sobre o que é loucura”, conta Itamar. “Aos nossos olhos de hoje, seria mesmo um homem louco? O entendimento de sua obra nos mostra as dificuldades que ainda temos para entender a diferença entre as pessoas.” Para Itamar, Bispo do Rosário deixou um trabalho de poderoso sentido épico e religioso.

“Seria um chamado de Deus para a criação de um mundo bíblico que se revela no manto, que representa o mundo onde ele mesmo é o deus.”

De fato, com seus trabalhos, Bispo do Rosário criou uma espécie de inventário do mundo para o dia do Juízo Final, quando ele se apresentaria a Deus vestindo esse manto, que representaria os homens e as demais coisas existentes. O objeto, aliás, traz bordado o nome de pessoas conhecidas, para não se esquecer de interceder junto a Deus por elas. “A história dele é uma verdadeira epifania.”

Com os contos de Doramar ou a Odisseia, Itamar reafirma sua posição de grande escritor contemporâneo, posição que obviamente o deixa lisonjeado, mas que ainda não afasta o temor vivido por aqueles que alcançam o sucesso logo na primeira obra: como repetir o êxito no trabalho seguinte?

“Essa ansiedade existe e me serve como um desafio, pois sei que ainda tenho o que dizer”, conta ele, que já rascunha um novo romance, escrito nos intervalos de sua agenda ainda apertada, fruto da bem-sucedida estreia. “Escrevo tranquilo, livre de pressão, pois estou convicto em não permitir que Torto Arado se torne uma sombra em meu projeto literário.” (Fonte: Isto É)


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UNIVASF PARTICIPA PROJETO DE PESQUISA COM USO DE PLANTAS DA CAATINGA PARA TRATAMENTO DA COVID-19

Diversas espécies de plantas da Caatinga são alvo de um estudo realizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais (Neplame) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) com o objetivo de identificar moléculas a serem testadas para o desenvolvimento de novos medicamentos para o tratamento da Covid-19. A pesquisa acontece em parceria com a Universidade de Bergen, na Noruega, por meio de um acordo de cooperação técnica.

O coordenador do Neplame e professor do Colegiado de Farmácia, Jackson Guedes, explica que o estudo integra um projeto internacional, coordenado pelo professor Torgils Fossen, da Universidade de Bergen, e envolve pesquisadores da Tanzania e da Palestina. A iniciativa visa testar produtos naturais da biodiversidade brasileira contra o SARS CoV-2, vírus causador da Covid-19. “Nós vamos selecionar moléculas de plantas do bioma Caatinga com potencial para ser utilizadas em testes de combate ao coronavírus na Universidade de Bergen”, relata Guedes.

A equipe do Neplame, formada por pesquisadores em diversos níveis (professores, técnicos, estudantes de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado), já está trabalhando no isolamento de moléculas de algumas espécies, entre elas Passiflora elegans (maracujá de estalo), Passiflora cincinnata (maracujá da Caatinga) e Annona coriacea (bruteira). Os pesquisadores se detêm sobre as folhas e as cascas das plantas de onde extraem moléculas como alcaloides, flavonoides e terpenoides para os testes.

“O objetivo é descobrir moléculas de origem natural que se mostrem eficazes no combate ao vírus e possam no futuro ser destinadas à produção de novos medicamentos para o tratamento da doença”, afirma o professor.

Guedes ressalta que há dezenas de fármacos que passaram recentemente por estudos de reposicionamento de medicamentos no mundo inteiro, mas são substâncias sintéticas, já utilizadas em medicamentos para tratar outras enfermidades. “Nosso desafio é grande. A biodiversidade da Caatinga é muito vasta e nos fornece várias moléculas que podem ser alternativas para o desenvolvimento de novos tratamentos contra a Covid-19. Vamos testar várias substâncias naturais”, observa. A expectativa é que as moléculas selecionadas sejam enviadas para a Universidade de Bergen em meados deste ano para a realização dos testes em laboratório com o uso do vírus SARS CoV-2.

O professor Jackson Guedes explica que o desenvolvimento de um novo fármaco envolve várias etapas. A primeira delas é o estudo in silico, com o uso de modelos computacionais. Em seguida, a depender dos resultados dessa primeira fase, a pesquisa passa a ser realizada in vitro e somente depois de mais essa etapa concluída passa-se ao estudo in vivo, com o uso de animais em laboratório. Em média, essas três etapas levam cerca de sete anos para serem concluídas. 

“Somente depois de todas essas etapas, são realizados os estudos com humanos. No entanto, a exemplo do que aconteceu recentemente com as vacinas, esperamos que esse tempo seja reduzido, em virtude das informações que os pesquisadores conseguiram obter nos últimos meses a respeito do vírus”, informa o docente. Ele ressalta que o estudo será registrado junto ao Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado (SisGen).

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TARGINO GONDIM CANTA MÚSICAS RELIGIOSAS NA LIVE ASCENSÃO EM CANTO

Neste momento acontece a live Ascensão em Canto, o cantor, compositor e sanfoneiro Targino Gondim apresenta um repertório exclusivo com canções religiosas católicas. A transmissão é  através do canal da Ascensão do Senhor no Youtube, no dia 29 de maio e teve início às 19 horas. 

O objetivo da live é dar aos projetos sociais e avançar nas ações para construir o prédio do Centro Comunitário Monsenhor José Hamilton.


A live está sendo transmitida direto da igreja matriz da Ascensão, situada no CAB, através do canal da Paróquia no YouTube. “Para manter nossos projetos que atendem jovens carentes, famílias de migrantes, num total de 150 pessoas e também continuar a construção da futura sede do Centro Comunitário, realizamos anualmente diversos eventos que, em função da pandemia, migraram para o âmbito digital. Tivemos que nos reinventar”, explica Padre Manoel Oliveira Filho, pároco da Ascensão do Senhor.

Nessa live, Targino apresenta canções que estão no CD Canções Divinas, que reúne músicas conhecidas nacionalmente, sendo uma delas dedicada ao Papa Francisco, feita em parceria com o compositor juazeirense Wilson Duarte. Composições como, “Hino ao Senhor do Bonfim” de Arthur de Salles/ João Antônio Wanderley, “Nossa Senhora da Conceição” de Dominguinhos/Anastácia, “Ave-Maria Sertaneja” de Júlio Ricardo, “Oração da Família”, de Padre Zezinho”, “Romaria” de Renato Teixeira”, entre outras também estarão no repertório.

Durante a apresentação é possível fazer doações para as obras do Centro Comunitário Monsenhor José Hamilton através de transferência bancária e também através do QR Code que será disponibilizado durante a live. “Contamos com a participação de todos!”, conclama o Pároco.

O Centro Comunitário Monsenhor José Hamilton surgiu do desejo de ampliação da ação pastoral da comunidade, com a implantação de um espaço onde pudesse ser promovida a inserção de crianças, jovens e adultos, bem como com o desenvolvimento de atividades que gerem emprego, renda e maior integração social. “O centro é um lugar para objetivar sonhos de solidariedade e fraternidade, um local que carrega a chama da caridade que moveu e move os cristãos há dois mil anos”, afirma o pároco, padre Manoel de Oliveira Filho.

Apesar ainda ter uma sede física, a comunidade desenvolve, através do Centro Comunitário diversas atividades de cunho social e educativo como o Programa Economia Social que tem como objetivo principal valorizar a cultura social e colaborativa bem como promover e ajudar a construção do Centro Comunitário Monsenhor José Hamilton, em Sussuarana, tendo em vista que um percentual do que é vendido na Feira se destina ao Centro Comunitário. Por causa da pandemia, essas atividades são todas realizadas pela internet através das redes sociais da paróquia.

Outra ação importante é a parceria com o Colégio Estadual Bolívar Santana, vizinho à igreja, promovendo ações sociais com os jovens e suas famílias através do coral Aponte. Mesmo sem poder ter atividades presenciais no momento, o coral continua atendendo aos jovens e suas famílias com cestas básicas e outras necessidades.

Além disso, a comunidade também promove a Pastoral do Migrante, única pastoral do Estado que acolhe os estrangeiros que vêm para Salvador em busca de uma vida melhor.

São venezuelanos, haitianos, paraguaios, uruguaios e senegaleses. Acolhimento e atenção humanizada são as prioridades desta ação que, também, ofereceu montagem de casas com o mínimo necessário para viver, encaminhamento para o mercado de trabalho, para médicos e hospitais, organização para cooperativas de trabalho, assessoria para tirar documentação e outras ações necessárias para que eles se adaptem e possam constituir vida nova em terras brasileiras e baianas.

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ATO CONTRA BOLSONARO E A FAVOR DA VACINA É REALIZADO EM PETROLINA E JUAZEIRO



Manifestantes realizaram um ato, em Juazeiro e Petrolina, neste sábado (29), contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a favor de causas como a aceleração do ritmo da vacinação, a defesa do auxílio emergencial e a valorização da educação e da saúde no país.

Em Juazeiro, no centro da cidade, foram postas cruzes para representar o número das pessoas mortas pela Covid-19.

Em Petrolina os participantes do protesto carregavam faixas e cartazes com palavras de ordem como "Fora Bolsonaro" e "Vacina Já". Faixas também lembram os mais de 450 mil mortos no país vítimas da Covid-19.

Entre os participantes estavam representantes de movimentos sociais, estudantes universitários e representantes de sindicatos e partidos.

A maioria dos manifestantes usava máscaras. (CRÉDITO FOTOS: Danilo Souza Santos)

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TV EDUCA BAHIA DESTACA NESTE FIM DE SEMANA A AGRICULTURA FAMILIAR DOS MUNICÍPIOS DE UAUÁ, CANUDOS E CURAÇÁ

A TV Educa Bahia vai apresentar, neste fim de semana, uma programação diversificada, que alia educação, cultura e aprendizagem. Durante todos os dias, a TV Aberta (canais: http://bit.ly/sintonizeEducaBahia) transmite videoaulas dos diferentes componentes curriculares e programas, em parceria com o Canal Futura, da Fundação Roberto Marinho, que prometem levar o telespectador a grandes aventuras no mundo do conhecimento.

Neste sábado (29), o programa “Quadrinhos em sala de aula” mostra as possibilidades do universo das HQs para abordagens de conteúdos didáticos através dos desenhos. No mesmo dia, a série “Alfabetismo Brasil” apresenta um cenário desafiador do letramento no país, com histórias de superação, caminhos e oportunidades para mudanças. Destaque também para o “Maratona Futura”, que exibirá uma série de aulas práticas de como se tornar um DJ, trabalho com serigrafia e a elaboração de bonecas Abayomis, símbolo de resistência negra e poder feminino que integra o vasto leque do artesanato brasileiro. 

No domingo (30), o programa “Natureza forte” mostra o episódio “Força e coragem” com a história de Denise Cardoso, primeira presidenta e uma das fundadoras da COOPERCUC -  Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá, que emprega cerca de 450 familias em 18 comunidades rurais. A cooperativa produz diversos produtos, como poupas de frutas, sucos, doces e cervejas artesanais. Também será apresentada a série “Som e prosa”,  com a história de instrumentos musicais, como tamborim, trombone, trompa, trompete e viola.  

O final de semana também traz aulas do Ensino Médio, que acontecem de 8h às 10h30 (1° ano); das 10h30 às 13h (2° ano); e das 14h50 às 17h30 (3° ano). Para os estudantes do Ensino Fundamental são transmitidas aulas da faixa "Vamos aprender". O 4 ° e 5° ano têm programação das 13h às 13h30; o 6° e 7° ano, das 13h30 às 14h10; e o 8° e 9° ano, das 14h10 às 14h50.

Disponível na TV Aberta (canais: http://bit.ly/sintonizeEducaBahia) em todos os 27 Territórios de Identidade, a TV também pode ser assistida através do portal http://educabahia.ba.gov.br. No mesmo site é possível ver qual é a programação diária da emissora, com os horários e conteúdos exibidos. A iniciativa faz parte do conjunto de ações implementadas pelo Governo do Estado para o ano letivo 2020/2021, que estão sendo realizadas de forma 100% remota, nesta primeira fase.


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DAS LEMBRANÇAS AO REENCONTRO, AS VOZES DE UM SÃO FRANCISCO QUE NÃO PARA DE MUDAR

De história em quadrinho premiada, à produção alemã que atravessou continentes para chegar ao Brasil, é surpreendente o caminho de quem é despertado a revelar histórias reais sobre o Velho Chico. A seguir, duas trajetórias bem distintas que mostram diferentes faces de um mesmo rio. Em comum, o fato de terem sido agraciadas com reconhecimentos internacionais importantes, o alerta sobre a necessidade de recuperar e conservar o rio, para mantê-lo vivo, e a lembrança de outros tempos.

Saindo de Belém do São Francisco, cidade pernambucana banhada pelo Velho Chico, cruzando todo o estado de Pernambuco e chegando a Monteiro, na Paraíba. Durante 15 dias, a jornalista e quadrinista Gabriela Güllich e o fotojornalista João Velozo percorreram mais de dois mil quilômetros para a produção da reportagem que deu vida ao livro São Francisco, narrativa visual que venceu em 2020 o festival Troféu HQMIX, o mais importante prêmio de quadrinhos da América Latina. A obra foi publicada por meio de financiamento coletivo no final de 2019.

Passando por todas as cidades do Eixo Leste da Transposição do São Francisco, a dupla reuniu informações para a construção de um projeto inovador que une quadrinhos e fotografia em uma narrativa jornalística que aborda água, seca e obra. Para isso, trazem à tona relatos de cidades banhadas pelo Rio São Francisco, fatos como a construção da Barragem de Itaparica, o exemplo de seca no Rio Pajeú e detalhes da construção do Eixo Leste da Transposição.

Natural do Agreste Pernambucano, o fotojornalista João Velozo, premiado pelo Yunghi Grant 2018 por seu trabalho cobrindo o Semiárido e as populações que lutam contra a falta de acesso à água no nordeste brasileiro, conta que a primeira vez que viu o São Francisco foi em uma excursão da escola quando tinha cerca de 14 anos.

Até hoje se lembra de como ficou abismado com o tamanho do rio que, segundo ele, parecia não ter fim.

As crianças e os adolescentes também podem se conscientizar sobre a realidade do rio e sua relevância para nossa sociedade a partir de produções lúdicas, mas carregadas de significado. Esse é o caso do livro infanto-juvenil Tio Flores, produzido originalmente em alemão com o nome Onkel Flores e agraciado com o Klima-Buchtipp, prêmio dado pela Academia Alemã de Literatura Infantojuvenil aos livros de conteúdo ambientalista.

Escrito por Eymard Toledo (site em alemão), uma mineira de Belo Horizonte que passou sua infância num contato estreito com o São Francisco e que hoje mora em Main, na Alemanha, a obra mostra o cotidiano das pessoas que vivem na região do Rio São Francisco, compara os ofícios antigos com as atividades econômicas atuais e aborda a poluição dos rios.

A ideia surgiu em 2013 quando veio ao Brasil com os filhos e visitaram um local que Eymard frequentava muito com o pai quando pequena: um clube de pesca às margens do São Francisco, próximo a cidade de Três Marias, em Minas Gerais.

Foi um choque ver que as águas do rio, que na temporada de julho costumavam ser cristalinas, estavam turvas. As margens que eram cobertas de uma mata verde e densa se transformaram, estavam devastadas e, para nossa tristeza, quase não havia peixes”

O reencontro com Seu Beijo, um grande amigo de pesca do pai que passou a vida toda naquela região, a despertou para uma realidade preocupante. “Ele contou que uma fábrica de zinco na margem oposta contribuía para essa mudança. Quando chove muito, a bacia de dejetos da empresa transborda e o rio fica vermelho, numa extensão de no mínimo 20 km, e milhares de peixes vêm à tona e morrem. Dourados, matrinchãs, mandis, surubins e outros foram facilmente pegos pelos moradores que comiam os peixes contaminados. Uma catástrofe, fiquei muito impressionada”, lamenta Eymard.

Em 2018, Tio Flores foi publicado nos Estados Unidos com o nome The Best Taylor of Pinbauê, pela Editora Seven Stories Press, e na França, pela Editora Anacaona, com o título Tonton Couture.

RIO ETERNO: E você, quando pensa na dobradinha Literatura e Rio São Francisco, o que vem à mente? A professora de Literatura do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Estado de Pernambuco, mestra em Educação, Cultura e Territórios Semiáridos, Ariane Samila Rosa é categórica ao responder: “antes de tudo poesia, depois, criação”.

Dentro da sua atuação no Sesc, ela destaca o trabalho do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Literatura (Nepel), um espaço de estudo teórico-prático sobre a obra dos escritores do Vale do São Francisco que tem como objetivo fomentar a linguagem literária do Sesc Petrolina, incentivando o estudo da literatura, assim como a produção escrita e a formação de pesquisadores na área.

O Rio São Francisco faz parte do processo criativo de vários autores do Vale do São Francisco. Alguns aproveitam dos seus elementos e de seus mitos para o enredo das narrativas, como fez a autora Socorro Lacerda ao escrever O Mistério do Sumiço do Velho Chico, um livro para crianças grandes e pequenas que reconta uma das lendas mais conhecidas da região, a da serpente na Ilha do Fogo.”

A seguir, Ariane destaca outras obras escritas sobre o rio:

Um quadro à margem do Rio São Francisco, que está no livro Vaga – Lumear do poeta Virgílio Siqueira, é dos poemas mais profundos que conhece.

No gênero Conto, recomenda o livro Olho morto amarelo, de Bruno Liberal, que ganhou em 2012 o Prêmio Pernambucano de Literatura na categoria Sertão.

Também estão na lista os escritos de Maria Izabel Muniz Figueiredo. Era uma vez… Lendas de Juazeiro e cidades ribeirinhas do Vale do São Francisco é, segundo Ariane, uma das maiores referências sobre esse universo.

Essas e outras obras cumprem, segundo ela, a importante missão de contribuir para o tecimento da memória de um rio em constante transformação.

Afinal, enquanto houver rio, mesmo que na lembrança, haverá história. (Texto: Andréia Vitório)

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ARRAIÁ ONLINE ️RECICLANDO NO VIÉS DA MÚSICA

O show da banda DUBAIA, FORRÓ NOVO SKEMA  e apresentação musical dos alunos do curso/oficina de instrumentos musicais confeccionados com material reciclável (sucatas) fazem parte da programação do evento cultural que acontece no dia 06 de junho de 2021 , a partir das 10h, na ONG AJUDAR N8, transmitido no canal do YOU TUBE da CARRANCA SONORA. 

A iniciativa marca o encerramento do projeto "RECICLANDO NO VIÉS DA MÚSICA", realizado pela Carranca Sonora Pró Artes, contemplado pelo 3º Edital de Música, do FUNCULTURA 2018/2019, com o incentivo da Fundarpe, Funcultura, Secretaria de Cultura e Governo do Estado de Pernambuco e contou com a Produção Executiva da Melodia produções, dirigida pelo músico Marcone Melo, a assessoria de imprensa da Sertão mídia, dirigida por Luciano Peixinho e arte dsiguiner de duesoluçõesintegradas diriginda por Anne Gomes.  

O Projeto, idealizado e ministrado pelo músico percussionista, instrutor e produtor cultural CLEYBSON BOLÃO. O curso/oficina tem cerca de 16 anos em Petrolina e cidades vizinhas e foi realizado em "editais" pela primeira vez, em 2015. 

Atualmente, o curso/oficina do projeto Reciclando no Viés da Música, está sendo realizado na ONG ajudar sediada no N8 Zona rural de Petrolina, teve início em outubro/2020 e sua culminância está prevista para este mês de junho de 2021. Foram ofertadas 40 vagas para crianças, adolescentes e idosos da população rural de Petrolina-PE, uma experiência inédita para o público beneficiado. 

Na prática, o curso/oficina ensinou a confeccionar instrumentos percussivos a partir de materiais recicláveis como garrafas plásticas, latas, tambores, couro, borrachas, canos pvc, entre outros. Geralmente, o público alvo é formado por jovens em situação de vulnerabilidade social, de baixa renda e pessoas com necessidades especiais.

SERVIÇO:

Evento: Show LIVE  do projeto: Reciclando no Viés Da Música.

Local: Ong ajudar n8, zona rural de Petrolina-PE.

Data: 06/06/2021.

Horário: a partir das 10h

Trasmissão You Tube: https://www.youtube.com/channel/UCp90JDmqtJ3X66RtGwFabRg

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JUAZEIRENSES MADRUGARAM NESTA SEXTA (28) PARA GARANTIR VACINA CONTRA COVID--19

Moradores de Juazeiro estão madrugando para garantir a vacina contra Covid-19. A reportagem do BLOG NEY VITAL flagrou várias pessoas formando uma fila já na madrugada desta sexta-feira (28), na entrada da  na Univasf-Universidade Federal do Vale do São Francisco. As pessoas madrugam para garantir a vacinação contra a Covid-19.

A funcionária Pública, Francisca Barbosa chegou na UNIVASF, às 3h30 e recebeu uma ficha de número 72. Detalhe: a organização é feita sem a presença da Secretaria de Saúde de Juazeiro. 

"Um voluntário fez os números em um papel e entrega para quem vai chegado. Quem me entregou a ficha disse que é uma forma de organizar a vacinação. É madrugada e já tem muita gente. Eu acho que não tem necessidade, mas como a gente fica com medo de faltar vacina, eu vim de madrugada e fiquei surpresa, pois é muita gente."

Na Univasf a vacinação hoje (28) vai começar a partir das 7h30. De acordo com as pessoas que estão na fila o objetivo de chegar de madrugada é garantir a vaga. 

Segundo o Planejamento da Prefeitura de Juazeiro, os trabalhadores da educação com 40 anos ou mais, esses profissionais serão vacinados nos dias 28 e 29 de maio, na Univasf. No dia 28/05 o horário é das 07h30 às 11h30 e das 13h30 às 16h, com a distribuição de 300 fichas, sendo 150 distribuídas pela manhã e 150 à tarde. No dia 29/05 o horário é de 08h às 12h e serão disponibilizadas 200 fichas. 

É preciso levar CPF ou RG ou Cartão SUS, comprovante de residência, contracheque do mês de março/ abril com comprovação empregatícia e lotação em Juazeiro. 

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MOVIMENTOS SOCIAIS ORGANIZAM MANIFESTAÇÃO EM PETROLINA CONTRA BOLSONARO, NESTE SÁBADO 29

No próximo sábado (29), ocorrerão manifestações em todo o Brasil contra o governo do presidente Jair Bolsonaro. As entidades estudantis União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Nacional de Pós-Graduados (Anpg) mobilizaram estudantes e a sociedade contra os cortes no orçamento da educação em 2021.

Em Petrolina, o ato "Fora Bolsonaro, Pela vida, pelo Brasil e o povo nas ruas" vai acontecer na praça da Maria Auxiliadora, no centro, às 9h.

As entidades também se mobilizam em contraposição à iminência de fechamento de universidades e institutos federais que estão sem verbas para atravessar o ano e cortes de bolsas de pesquisa. Movimentos sociais e sindicais também aderiram à data.

Para Iago Montalvão, presidente da UNE, a mobilização não significa que os manifestantes abandonarão as recomendações da ciência. "O fato é que se esse governo segue, mais vidas estão em risco e há ainda a intensificação da crise social, da fome e miséria, da qual ele não apresenta qualquer solução, ao contrário promove cortes", explica Iago.

Para Rozana Barroso, presidente da Ubes, a decisão de tomar às ruas é a via necessária para garantir o futuro de toda uma geração. Nas redes sociais, Rozana explicou que, com 20% de cortes orçamentários, institutos federais só funcionarão até setembro de 2021 e chama os estudantes para a manifestação.

Os cortes orçamentários da pesquisa e a possibilidade de milhares de pesquisadores não receberem suas bolsas, mobilizaram também os pós-graduandos para às ruas no sábado. As entidades recomendam: levar álcool em gel, usar máscara PFF2 e manter o distanciamento social.

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SANFONEIRO VENDE INSTRUMENTO PARA CONSEGUIR RECURSOS COM NOVO TRABALHO

Um instrumento de trabalho e um laço afetivo. É assim a relação do sanfoneiro baiano Jackson Fiuza, com sua sanfona. Desde os 15 anos, ele mostrou interesse pelo instrumento e aos 19 já tocava para levar alegria para as pessoas. Por causa da suspensão de shows devido à pandemia da Covid-19 e deste segundo ano sem São João, Jackson precisou se desfazer da sanfona.

O instrumento que marca as festas juninas no país, precisou ser vendido. Com o dinheiro, Jackson, que mora em Feira de Santana, investiu em uma hamburgueria. Nesta quarta-feira (26), quando é comemorado o Dia do Sanfoneiro, o artista infelizmente não tem o que celebrar e conta que a decisão da venda ocorreu devido as dificuldades financeiras causadas pela pandemia.

Casado e com uma filha ainda bebê, de apenas oito meses, ele precisou repensar a forma de ganhar dinheiro.

"Pendei e repensei, mas a última decisão foi vender [a sanfona] porque se eu pensasse demais eu não faria. Não tinha outra saída e acabei vendendo", revela.

A esperança do artista é que o negócio possa render lucros, para que além de pagar as contas, ele possa comprar o instrumento novamente.

Vitinho do Forró, de 28 anos, também tem enfrentado dificuldades por causa da suspensão de shows. Ele conta que não precisou se desfazer do instrumento, mas mesmo distante dos palcos, ele se mantém na música através de lives.

Aos 15 anos, ele saiu de casa para investir nos shows. A primeira sanfona, ele ainda lembra como adquiriu: "Dinheiro, não tinha. Comprei fiado. Paguei tudo depois", brinca.

Para quem viajou pelo país fazendo shows solo e em bandas, o cenário está bastante complicado, mas ele disse que segue com o sonho de levar música ao público.

"Não imagino ser um pop star. Penso em levar alegria para o povo. Esse é meu sonho e eu vivo esse sonho", ressalta.

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FAZENDA HUMAYTÁ: O LUAR DO SERTÃO NASCENDO POR TRÁS DA SERRA

 

“Luar do Sertão” é uma toada, um clássico atemporal da Música Brasileira. Composta pelo poeta e letrista Catulo da Paixão Cearense e pelo violonista João Pernambuco. Detalhe: João Pernambuco nasceu em Jatobá, hoje conhecida por Petrolândia e é um dos criadores da escola brasileira de violão. Infelizmente até hoje não tem o reconhecimento que merece.

Durante anos, o comunicador Almirante usou a letra como prefixo, a música Luar do Sertão, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro.  A música, vista por muitos como o segundo hino do país, tamanha sua popularidade, ficou marcada pela interpretação de grandes nomes da Música Popular Brasileira, entre os quais Luiz Gonzaga, Maria Bethânia e Milton Nascimento. 

João Pernambuco foi homenageado em maio de 1983 com o primeiro LP que reuniu exclusivamente obras suas, “João Pernambuco 100 Anos” na interpretação do pianista Antônio Adolfo e do grupo carioca Nó em Pingo D’água. 

"Luar do Sertão" esteve presente na trilha sonora do filme "Os Dois Filhos de Francisco" (2005)  na voz da dupla sertaneja Zezé Di Camargo & Luciano, e na novela "Tieta" (1989) interpretada por Roberta Miranda.

Companheiro de Pixinguinha e do compositor Donga no Grupo Caxangá e, posteriormente, em Os Oito Batutas, dois dos conjuntos mais populares do Rio de Janeiro no início da década de 20, o poeta alegava que ele construíra a melodia, a partir de um fragmento de Beethoven.

João Pernambuco era um compositor intuitivo que, mesmo analfabeto nas letras e nas partituras, deixou composições de impressionante complexidade. Entusiasta de seus chorinhos, Heitor Villa-Lobos admitia ser influenciado por eles em seu próprio trabalho e costumava dizer para os amigos: “Bach não se envergonharia de assinar seus estudos para violão.”

João Pernambuco tecia harmonias muito ricas e extensas, como na brilhante Interrogando, que leva o ouvinte a uma viagem por surpreendentes modulações harmônicas. Já em Sentindo, transpõe uma estrutura de tango para o clima do choro, valorizando uma melodia pungente e de grande beleza. Seu universo é complexo, mas sua música arrebata o ouvinte ao primeiro acorde.

Em “João Pernambuco 100 Anos”, essa riqueza melódica é realçada por bons arranjos, que detalham as sutilezas harmônicas do compositor com instrumentos como a flauta e o violão de sete cordas. Assim, a linha melódica se desdobra, ganha mais corpo e, naturalmente, torna-se acessível a ouvintes pouco habituados à música instrumental.

Luar do Sertão permanece na memória coletiva do povo brasileiro e ganhou muitas versões desde a sua primeira gravação, com Eduardo das Neves, em 1914. No livro A Canção no Tempo (1901-1957), Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello esclarecem que, se a letra sem dúvida é de Catulo da Paixão Cearense, a melodia muito provavelmente deriva de um tema folclórico chamado “É do Maitá” ou “Meu Engenho é do Humaitá”, recolhido e transformado por João Pernambuco. 

A foto aqui foi clicada na Fazenda Humaytá, Curaçá Bahia, pelo poeta, cantor e compositor Luiz do Humaytá.

Não há, ó gente, oh não

Luar como esse do sertão...

Não há, ó gente, oh não

Luar como esse do sertão...

Oh, que saudades do luar da minha terra

Prateando lá na serra

Folhas secas pelo chão

Esse luar cá da cidade tão escuro

Não tem aquela saudade

Do luar lá do sertão

Se a lua nasce por detrás da verde mata

Mais parece um sol de prata

Prateando a solidão

A gente pega na viola que ponteia

A canção é a lua cheia

A nos nascer no coração

Coisa mais bela neste mundo não existe

Do que ouvir-se um galo triste

No sertão se faz luar

Parece até que a alma da lua é que descanta

Escondeu-se na garganta

Desse galo a soluçar

A gente fria dessa terra sem poesia

Não faz caso dessa lua

Nem se importa com o luar

Enquanto a onça lá detrás da capoeira

Leva uma hora inteira

Vendo a lua a meditar

Ai quem me dera que eu morresse lá na serra

Abraçado à minha terra

E dormindo de uma vez

Ser enterrado numa grota pequenina

Onde à tarde a sururina

Chora a sua viuvez

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CAIS DO SERTÃO EXALTA IDENTIDADE VOCAL DE LUIZ GONZAGA E JACKSON DO PANDEIRO NESTA QUINTA (27)

Faltando menos de um mês para o feriado de São João, o Centro Cultural Cais do Sertão encerra as atividades virtuais de maio exaltando os músicos locais e nacionais. Na live desta semana do quadro Conexão Cais, o músico-educador do museu, Diogo do Monte, debate "A identidade Vocal de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro em performance".

O bate-papo conta com a participação do mestre em Etnomusicologia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Deneil Laranjeira, e será transmitido via Instagram @caisdosertao, nesta quinta-feira (27), às 20h. Posteriormente, a live ficará disponível para reprodução na rede social do museu.

"Em sua trajetória pelos estudos de música no âmbito Nordeste, Deneil tem muito a nos ensinar sobre técnica vocal e performatividade. Por esse viés, será possível analisar com mais afinco o trabalho desempenhado por grandes artistas da nossa música, a exemplo de Gonzagão e Jackson do Pandeiro", pontua Diogo.

O Conexão Cais é um quadro quinzenal e online dedicado ao estudo e reflexão da produção cultural, sociedade e legados artísticos. Ao longo de mais de um ano em atividades no Instagram do Cais do Sertão, o programa já trouxe uma infinidade de artistas, músicos e pensadores. 

Desta vez, Deneil Laranjeira, na sua vasta experiência como músico instrumentista, arranjador e compositor, apresentará aos internautas os processos interpretativos e as performances de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. A conversa visa constatar as semelhanças e dessemelhanças dos caminhos estéticos que cada um dos artistas seguiu.

Além das lives, o internauta pode navegar na cultura local por meio das playlists temáticas agregadas ao Spotify do Cais. Há seleções para todos os gostos: desde repertórios dedicadas ao Rei do Baião, como "Luiz Gonzaga", "Gonzaga em Outras Vozes" e "O Sertão cantado por Gonzaga", a listas com sucessos de músicos da cena local, a exemplo de Cristina Amaral e Quinteto Violado. Destaque para as homenagens ao Recife, como a lista "Saudade do Recife", proposta por Johnny Hooker, além de um tributo a Naná Vasconcelos.

O Cais do Sertão é um equipamento administrado pela Empetur e segue fechado para visitação presencial, em respeito às medidas de controle ao novo coronavírus determinadas pelo Governo de Pernambuco.

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ENCONTRO TERRITORIAL SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL ACONTECE NESTA QUINTA (27)

Dialogar sobre experiências de segurança alimentar e nutricional nos municípios que compõe o Território Sertão do São Francisco é o objetivo do “Encontro Territorial Segurança Alimentar e Nutricional” realizado de forma virtual nesta quinta-feira (27), a partir das 8h30, com transmissão pelo canal TV Irpaa no YouTube.

A fome no Brasil vem aumentando, e a pandemia tornou mais grave a situação. Segundo o Inquérito Nacional Sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19, pesquisa realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), em dezembro de 2020, aponta que 55% da população brasileira passam por algum grau de insegurança alimentar e que 9% da população passa fome e, consequentemente, risco de desnutrição.

No Nordeste, 7,7 milhões de pessoas estão em estado de fome severa, situação que se agrava na zona rural. Estima-se que no Semiárido mais de 3 milhões de pessoas se encontram em situação de insegurança alimentar. Diante desse contexto, discutir sobre as ações que os municípios estão tomando para combater a fome se torna extremamente necessário.

Nesse sentido, o colaborador do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), Moacir Santos, ressalta que a intenção deste momento é “juntar os municípios, gestores e sociedade civil e pensar a situação da fome no território e as medidas que já estão sendo tomadas e quais ações ainda podem ser incorporadas para combater a fome no território”.

O Encontro é promovido pelo Colegiado do Território Sertão do São Francisco através da Câmara Técnica de Segurança Alimentar e Nutricional.

Serviço:

O quê? Encontro Territorial Segurança Alimentar e Nutricional

Quando? Quinta-feira, 27 de maio, das 8h30 às 12h.

Onde? https://www.youtube.com/watch?v=PTZFOyAab7Y

Texto: Educação e Comunicação Irpaa / Imagem: divulgação 

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DIA SANFONEIRO: ORQUESTRA SANFÔNICA PRESTA HOMENAGEM A SIVUCA

No primeiro ano em que será celebrado o Dia Nacional do Sanfoneiro, a Associação Cultural Balaio Nordeste e o Fórum Nacional do Forró de Raiz promoverão shows especiais nesta quarta-feira (26), às 20h, no canal do Festival no YouTube, com Glória Gadelha e a Orquestra Sanfônica Balaio Nordeste, que irão homenagear Sivuca e todos os sanfoneiros.

Na ocasião, será realizado o lançamento da segunda edição do Festival São João na Rede, um festival em que só na Paraíba terá mais de 60 atrações, do Litoral ao Sertão do estado.

O dia 26 de maio foi instituído como o Dia Nacional do Sanfoneiro em abril deste ano e a data foi escolhida por ser o dia do nascimento do músico paraibano, Severino Dias de Oliveira, o Sivuca.

Viúva e parceira musical de grandes sucessos de Sivuca, estará acompanhada do músico Lucas Carvalho, carinhosamente apelidado pelos amigos de “Sivuquinha”, devido à paixão, reverência e dedicação que sempre dispensou para estudar as obras do grande mestre. Juntos, farão uma homenagem com músicas de Sivuca e também de Glória, relembrando a parceria de sucesso na vida e na música.

Formada em medicina, a compositora concluiu seus estudos em música na Universidade de Columbia, em Nova Iorque (EUA) e nesta apresentação, dará ao público a oportunidade rara de vê-la cantando novamente, relembrando o período entre 1984 e 1991, quando fez excursões musicais no Brasil e exterior, quase sempre ao lado de seu marido, Sivuca. Imperdível.

A Orquestra surgiu da necessidade de inovação no cenário musical e hoje difunde a cultura nordestina e particularmente a paraibana por onde passa. Com arranjos próprios e produção musical do maestro Lucílio e de alguns músicos participantes, a Orquestra vem se firmando como um dos produtos culturais mais genuínos e expressivos da música nordestina.

A Orquestra Sanfônica Balaio Nordeste propõe uma noite mágica, levando ao público um concerto onde serão interpretadas canções de grandes nomes da música nordestina, levando a cultura nordestina através da música, valorizando, resgatando valores e homenageando grandes nomes da Sanfona e do Forró.

Os festejos online deste ano começam na Paraíba, mas assim como na primeira edição, o Festival terá apresentações em outros estados brasileiros. A edição paraibana este ano, tem parceria com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e da Prefeitura Municipal de João Pessoa, por meio da Funjope.

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DIA DO SANFONEIRO FESTEJA DATA DO NASCIMENTO DE SIVUCA, O MESTRE DO SOM

Dia do Sanfoneiro. Hoje (26) é o dia a ser celebrado anualmente, em todo o território nacional. A data marca o nascimento de Sivuca, que é natural da cidade de Itabaiana, no Brejo da Paraíba. Além de compositor e arranjador, Sivuca é um mestre da sanfona, instrumento do qual é um dos principais divulgadores na música nacional e internacional.

Sivuca fez sucesso pelo país com seus arranjos que disseminaram a cultura pelo mundo. Ao lado de sua esposa e também cantora, Glória Gadelha, compôs um de seus maiores sucessos, “Feira de Mangaio”, eternizada na voz de Clara Nunes. Sivuca morreu, aos 76 anos, em 2006, vítima de um câncer de laringe, o qual se tratava desde 2004.

Sivuca completaria 91 anos neste 26 de maio, mas continua marcado na memória de todos que compõem a música brasileira. Está vivo, principalmente, por meio de músicos que fizeram eternizar o ronco do fole da sanfona do mestre Sivuca.

Na Paraíba, a influência não poderia vir, se não, por meio do forró e da família. Lucy Alves, multi-instrumentista, nutre uma relação com os instrumentos musicais desde criança, quando por volta dos 4 anos começou a participar da Orquestra Infantil da Paraíba. Foi instrumentista antes de descobrir a voz potente, doce e uma grande aliada em tudo que Lucy quer traduzir por meio da música.

“Eu fui fortemente influenciada pelos meus pais, pela minha família. Tenho tios que tocam sanfona e meu bisavô também já tocava a sanfona de 8 baixos. Tá no sangue. Mas resolvi colocar a bichinha no peito quando formamos o grupo musical ‘Clã Brasil’ e precisava de sanfoneiro. Como já tinha tocado piano quando criança e o grupo era formado por mim, minhas irmãs, pai, mãe, Fabiane e Francisco Neto (ambos filhos do maestro Chiquito), resolvi tocar o instrumento. E me apaixonei. Com a sanfona dá pra fazer de um tudo musicalmente”, relata Lucy.

Mas seguir em um caminho marcado por muitos homens, nem sempre é fácil se inserir como uma linha fora da curva. Questionam o peso do instrumento, o motivo de não tocar outro instrumento, o exótico da “mulher sanfoneira”, mas pouco sobre a qualidade instrumentista. Mas foi assim que Lucy Alves ganhou o Brasil quando apareceu em rede nacional, no programa The Voice Brasil, com a sanfona caindo pelos ombros. A voz que se misturava com o ritmo da sanfona era melodia para esquentar o coração do nordestino. Acabou encantando além da região.

“Já houve um tempo onde mulheres tinham aulas de piano e sanfona nas escolas, internatos… Era algo prendado e até de classe para uma mulher ’bacana’. Mas esse protagonismo de mulheres em grandes palcos e liderando bandas e trabalhos musicais com sua concertina eu vejo ficar cada vez mais forte no agora. É um símbolo de força, beleza e mais uma conquista para nós, instrumentistas”, revela Lucy.

Para fugir da comparação com os sanfoneiros, Lucy Alves escolheu acreditar em si mesma. Com o apoio da família, que nunca deixou de reafirmar a importância e competência do Clã inteiro enquanto musicistas, Lucy foi longe. “Paraíba se orgulha de sua cultura e de seus baluartes”, declara a artista.

“Num mundo ainda machista e patriarcal nós mulheres tocarmos sanfona é muito potente porque amplia um mundo musical e cultural de nossa região ainda muito dominado por homens. Não é fácil carregar e sustentar um instrumento tão bonito, mas tão pesado e que muitas vezes, por termos um físico mais frágil, nos machuca”, desabafa.

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ENCONTRO DA ESCOLA DE FORMAÇÃO DA JUVENTUDE RURAL DEBATE A AGROECOLOGIA E O PROTAGONISMO DOS JOVENS DO CAMPO

Uma ciência interdisciplinar, um movimento de transformação social e uma agricultura ecológica de base sustentável. Falar e fazer agroecologia não pode ser algo restrito apenas a uma forma de produção, é muito mais complexo e diverso, envolvendo todas as relações de trabalho e convivência. Essa foi a principal mensagem do 5º Encontro da Escola de Formação da Juventude Rural, realizado na noite do dia 17 de maio.

Os agrônomos do Serviço de Assessoria a Organizações Populares Rurais (SASOP) Adão José e Victor Maciel e a técnica em agroecologia do território de fundo de pasto de Areia Grande em Casa Nova (BA) Paula Oliveira foram os/as convidados/as para partilhar suas experiências com jovens de diversas comunidades dos municípios da Diocese de Juazeiro (BA).

A jovem Paula Oliveira destacou que a agroecologia vai além da alimentação saudável. Muita gente acaba confundindo uma produção orgânica (sem insumos químicos) com a agroecológica, por exemplo.

 "Não é apenas produzir sem agrotóxicos, a agroecologia promove a economia solidária, tá ligada à cultura, ao modo de viver da comunidade. Eu tenho um canteiro agroecológico, eu e minha mãe produzimos, principalmente para nossa mesa, depois para os vizinhos e depois pra venda", comentou a técnica em agroecologia. Paula, além de estar no dia a dia no campo, também se dedica à divulgação da produção agroecológica através da página @sitio.cacimba_do_meio nas redes sociais.

Por ir além do processo de produzir um alimento e levar em consideração tudo que está dentro dos agroecossistemas (ex: terra, plantas, animais, pessoas, relações sociais, etc.) a agroecologia também pode ser vista como um movimento, afirmou o engenheiro agrônomo Adão José.

 "A agroecologia também analisa se você não feriu o direito de alguém (homens, mulheres, jovens...)  durante o processo de produção. Quando há oposição a algo que está destruindo, não só os seres animais e vegetais, mas culturas, populações, isso também é fazer agroecologia, porque a agroecologia é o equilíbrio de tudo", ressaltou. Adão José ainda chamou a atenção para o fato de que a agroecologia está ligada às realidades locais.

 "O fundo de pasto é uma forma sábia que as populações dessa região encontraram de fazer a agroecologia, mantendo a caatinga em pé e tirando o sustento dali", acrescentou.

Já o agrônomo Victor Maciel fez um breve relato sobre o surgimento da agroecologia enquanto ciência na década 1980, em contraponto à chamada "revolução verde", processo de mecanização no campo que resultou na destruição de parte da biodiversidade dos biomas brasileiros e expulsão de povos e comunidades camponesas de seus territórios. Victor também destacou o papel das pautas da juventude dentro do movimento agroecológico.

 "A agroecologia defende o protagonismo da juventude, que os/as jovens tenham a sua participação na produção, no gerenciamento, das decisões dos agroecossistemas. Que eles possam ter seu espaço para produzir, comercializar produtos, debater e participar", pontuou o agrônomo.

O último encontro dessa turma da Escola de Formação da Juventude Rural acontecerá no próximo sábado (29) e contará com a participação do assessor das Pastorais Sociais Roberto Malvezzi (Gogó) e o integrante da Coordenação Nacional da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) Elias Neto. A temática abordada será espiritualidade e juventude.

*Texto: Comunicação CPT Juazeiro/BA 

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