CINCO ANOS APÓS ASSASSINATO DE BEATRIZ PERITOS AMERICANOS FAZEM RETRATO DIGITAL DO SUSPEITO DE TER COMETIDO CRIME

Cinco anos de um assassinato brutal e o autor do crime ainda não foi identificado. A menina Beatriz Mota, de apenas 7 anos, foi morta na escola onde estudava, em Pernambuco, no Recife. 

Agora a novidade é que peritos americanos fizeram um novo retrato digital com o rosto do suspeito de ter matado a garotinha. E isso trouxe esperança pra família de Beatriz, que reclama da lentidão da justiça.

O CASO BEATRIZ: Quem matou a menina Beatriz Angélica?  no dia 10 de dezembro vai completar seis anos do assassinato brutal da garotinha de 7 anos, que na noite do crime estava com os pais, acompanhando a festa de formatura da irmã mais velha, em um colégio particular de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Desde então, a resposta para a pergunta que inicia esse texto tem sido aguardada pelos familiares, amigos, vizinhos, imprensa… todos que, de alguma maneira, ficaram espantados com a crueldade com que a vida da criança foi interrompida.

Beatriz Angélica Mota Ferreira da Silva foi encontrada morta, dentro do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, com 42 marcas de facada no corpo. Até o momento, cinco anos depois, ninguém foi preso e a motivação do crime ainda é desconhecida. Os pais da menina, Lúcia Mota e Sandro Romilton Ferreira da Silva, além da dor de ter perdido a filha, convivem com a falta de respostas que ajudem a solucionar o crime.

“É uma dor que não tem nome. Para mim, o dia 10 de dezembro é todos os dias. Uma ferida que é cutucada todos os dias”, afirma a mãe de Beatriz.

“A dor é constante. A gente não ter uma resposta, não saber o que aconteceu, quem são os culpados. A injustiça ela também dói ”, completa o pai da menina.

A busca por justiça se tornou um mote na vida de Lúcia e Sandro. Nesses cinco anos, os pais de Beatriz participaram de várias manifestações em Petrolina, Juazeiro, cidade vizinha que fica na Bahia, e em Recife. Este ano, por causa da pandemia da Covid-19, a mãe da menina tem feito lives na rede social, para continuar chamando a atenção da sociedade para o crime. “Isso tem dado uma grande repercussão. São cinco anos, todos os dias, todos os meses, a gente gritando, lutando por justiça”.

Em 2018 e neste ano, a mãe de Beatriz concorreu aos cargos de deputada estadual e vereadora de Petrolina, pelo PSOL, mas não foi eleita. Na eleição estadual, ela teve 16.326 votos. No pleito municipal, foram 2.656 votos. Segundo Lúcia Mota, a entrada na política foi uma forma de poder ter mais força para cobrar a resolução de casos como o da filha.

“A política ela veio para ajudar, não que diretamente, porque compete à Polícia Civil de Pernambuco investigar e solucionar, mas indiretamente, em influência, de fortalecer o nosso pedido de luta, não só por Beatriz, mas por todas as ‘Beatrizes’ do estado de Pernambuco”.

Desde o início das investigações da morte de Beatriz, três pessoas foram indiciadas e um mandado de prisão foi expedido, em dezembro de 2018, contra Alisson Henrique de Carvalho Cunha. Ele é suspeito de ter apagado as imagens do circuito interno do colégio. No entanto, o pedido de prisão foi revogado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJ-PE), em setembro de 2019.

Como as investigações feitas pela Polícia Civil, segundo Lúcia e Sandro, ainda não apresentaram o retorno esperado, a família, com ajuda de doações que podem ser feitas através de uma ‘vaquinha online’, instaurou uma investigação paralela do caso, que rendeu uma denúncia na Corregedoria do Estado de Pernambuco contra um perito da Polícia Civil.

A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco informou, através de nota, que "a denúncia relativa ao perito criminal está sendo apurada pela Corregedoria Geral da SDS. Neste momento, uma outra equipe de perícia criminal está trabalhando no caso, realizando análise e buscas em equipamentos de imagens e de informática. As forças de segurança em Pernambuco estão confiantes na elucidação desse bárbaro crime".

Lúcia Mota afirmou ainda que um grupo de investigadores profissionais dos Estados Unidos se ofereceu para ajudar no caso de Beatriz, mas aguarda liberação por parte do governo de Pernambuco.

“Inicialmente, eles querem fazer um trabalho em parceria com o Estado de Pernambuco, com a Polícia Civil. Então, o consulado americano entrou em contato com a Secretaria de Segurança. Isso já tem mais de três meses e, até o momento, o Estado de Pernambuco, a Secretaria de Segurança, não deu nenhuma resposta”, diz.

Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco disse que "desconhece essa proposta de cooperação com empresa de investigações norte-americana".

As investigações sobre a morte de Beatriz estão sendo feitas em segredo de justiça. Desde o assassinato da menina, quatro delegados já estiveram no comando do caso. No ano passado, foi criada uma força-tarefa, composta por quatro delegados: Polyanne Farias, Diretora da Diresp; João Leonardo Cavalcanti, Diretor Dinter 2; Vitor Freitas, chefe da Divisão de Homicídios; e Isabella Pessoa, Desec de Petrolina. Os pais da menina dizem que estão tendo dificuldades para ter acesso ao inquérito.

“Para nossa família ter acesso ao inquérito, nós precisamos entrar até com pedido judicial. A gente sabe que essa mudança de delegado é um artifício do governo para dizer que estão fazendo alguma coisa”, diz Sandro.

Além do inquérito, o pai de Beatriz também reclama da falta de acesso aos delegados que fazem parte da força-tarefa. “Designaram uma força-tarefa, logo após a saída da doutora Polyanna Neri [delegada], composta por quatro delegados e nós não tivemos contato com eles ainda”.

"A PCPE informa que segue comprometida com as investigações do homicídio de que foi vítima a criança Beatriz Angélica Mota, havendo total empenho na elucidação do crime, inclusive com composição de uma Força Tarefa integrada por quatro delegados designados para o caso, por determinação da Chefia de Polícia. A mãe da criança foi recebida todas as vezes que buscou a Polícia Civil. A PCPE informa que não houve divisão do Inquérito Policial", afirmou a nota da Polícia Civil.

Os pais de Beatriz entraram com um pedido de federalização do caso. “O Estado de Pernambucano, a Polícia Civil de Pernambuco, não têm mais condições de solucionar o caso Beatriz. Primeiro, por falta de profissionais. Segundo, por falta de aparatos técnicos, serviços de inteligência que não existem no Estado de Pernambuco e, principalmente, por influências políticas e atos de corrupção por parte dos funcionários públicos”, afirma Lúcia Mota.

Mesmo com a demora na solução do crime, os pais de Beatriz acreditam que um dia o (s) responsável (veis) pela morte da menina serão punidos. “O tempo vai passando e a gente vai se apegando a aquele fio de esperança. Temos muita fé em Deus, somos cristãos. Tenho certeza que, no momento certo, no momento adequado, Deus vai nos conceder essa vitória”, confia Sandro.

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