CANTOR E SANFONEIRO MARQUINHOS CAFÉ INICIA DIA 06 DE MAIO TEMPORADA DO FORRÓ EM SALVADOR

O cantor e sanfoneiro Marquinhos Café inicia a temporada de forró em Salvador na próxima sexta-feira, 06 de maio, a partir das 20hs no  Gibão in Forró, Rua Mato Grosso, 53, bairro Pituba. Na oportunidade Marquinhos vai receber convidados no encontro Tome Forró com Café.

Marquinhos Café é presença certa em todo embalo e sentimento forrozeiro. Participou recentemente do Festival de Forró Itacaré. É presença certa no Festival Internacional da Sanfona em Juazeiro, Bahia,  no Festival de Forró de Mucugê e Festival de Forró de Andaraí e Festival de Forró de Itacaré, onde além de shows troca saberes, lecionando aulas de sanfona.

"O momento é de forró. Forró que traz alegria e paz. Vamos marcar este encontro para dançar e festejar a chegada do mês de maio, e depois junho, quando o Nordeste comemora a sua grande Festa, São João, São Pedro e Santo Antonio".

Marquinhos Café é um dos mais talentosos sanfoneiros da atualidade. Virtuoso já foi o vencedor do Festival Nacional de Forró de Itaúnas, Espírito Santo e é presença garantida do Festival Internacional do Forró-Juazeiro-Bahia.

O trabalho de Marquinhos é fruto das inúmeras horas de dedicação, anos de aprendizado dos acordes da sanfona do Mestre Camarão. Marquinhos foi um dos alunos do Mestre Camarão na Escola de “Acordeon de Ouro” (criada em 1994).

Mas, as primeiras lições aprendeu com o seu saudoso pai, "Seu Antonio", sanfoneiro, consertador e afinador de sanfona que colocava na radiola os discos de Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Trio Nordestino, Marinês e Jackson do Pandeiro para o filho escutar.

Nascido em Caruaru, Agreste de Pernambuco, Marquinhos cresceu no universo do Forró e da Música mais brasileira. Impressiona a virtualidade. Com o mesmo talento que executa um forró, xote ou baião, desfila no ritmo do jazz e blues. 

O sanfoneiro traz do Mestre Camarão e Dominguinhos, a humildade e atenção com os amigos e fãs. Todos os anos é um dos gonzagueanos que prestigia a data de nascimento de Luiz Gonzaga, em Exu, Pernambuco.

Marquinhos Café é um dos integrantes do Quinteto Sanfônico do Brasil, com os amigos e sanfoneiros Targino Gondim, Gel Barbosa, Rennan Mendes e Sebastian Silva, viaja o Brasil, tocando e concretizando que a música não tem fronteiras e em cada acorde revela o que existe de mais belo da música universal.

Entre os projetos já realizados,  Marquinhos Café, participou junto aos principais forrozeiros da coletânea Forró, Festa e São João. O CD idealizado por Flávio José com direção e produção musical deTargino Gondim conta com a participação de 29 artistas do segmento, entre eles Antonio Barros e Ceceu, homenageados no projeto.

Marquinhos Café no CD gravou todas as sanfonas e cantou uma faixa junto o Quinteto Sanfônico do Brasil.

É Marquinhos Café um músico antenado com a música mais brasileira, universal. É também produtor musical. Sanfoneiro e cantor que faz balançar um forró e agrada a mais refinada plateia da nação gonzagueana.

Nenhum comentário

CANTOR E SANFONEIRO MARQUINHOS CAFÉ INICIA TEMPORADA DE FORRÓ EM SALVADOR

O cantor e sanfoneiro Marquinhos Café inicia a temporada de forró em Salvador na próxima sexta-feira, 06 de maio, a partir das 20hs no  Gibão in Forró, Rua Mato Grosso, 53, bairro Pituba. Na oportunidade Marquinhos vai receber convidados no encontro Tome Forró com Café.

"O momento é de forró. Forró que traz alegria e paz. Vamos marcar este encontro para dançar e festejar a chegada do mês de maio, e depois junho, quando o Nordeste comemora a sua grande Festa, São João, São Pedro e Santo Antonio".

Marquinhos Café é um dos mais talentosos sanfoneiros da atualidade. Virtuoso já foi o vencedor do Festival Nacional de Forró de Itaúnas, Espírito Santo e é presença garantida do Festival Internacional do Forró-Juazeiro-Bahia.

O trabalho de Marquinhos é fruto das inúmeras horas de dedicação, anos de aprendizado dos acordes da sanfona do Mestre Camarão. Marquinhos foi um dos alunos do Mestre Camarão na Escola de “Acordeon de Ouro” (criada em 1994).

Mas, as primeiras lições aprendeu com o seu saudoso pai, "Seu Antonio", sanfoneiro, consertador e afinador de sanfona que colocava na radiola os discos de Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Trio Nordestino, Marinês e Jackson do Pandeiro para o filho escutar.

Nascido em Caruaru, Agreste de Pernambuco, Marquinhos cresceu no universo do Forró e da Música mais brasileira. Impressiona a virtualidade. Com o mesmo talento que executa um forró, xote ou baião, desfila no ritmo do jazz e blues. 

O sanfoneiro traz do Mestre Dominguinhos, a humildade e atenção com os amigos e fãs. Todos os anos é um dos gonzagueanos que prestigia a data de nascimento de Luiz Gonzaga, em Exu, Pernambuco.

Marquinhos Café é um dos integrantes do Quinteto Sanfônico do Brasil, com os amigos e sanfoneiros Targino Gondim, Gel Barbosa, Rennan Mendes e Sebastian Silva, viaja o Brasil, tocando e concretizando que a música não tem fronteiras e em cada acorde revela o que existe de mais belo da música universal.

Entre os projetos já realizados, recentemente Marquinhos Café, participou do lançamento, junto aos principais forrozeiros da coletânea Forró, Festa e São João. O CD idealizado por Flávio José com direção e produção musical de Targino Gondim conta com a participação de 29 artistas do segmento, entre eles Antonio Barros e Ceceu, homenageados no projeto.

É Marquinhos Café um músico antenado com a música mais brasileira, universal. Sanfoneiro e cantor que faz balançar um forró e agrada a mais refinada plateia da nação Gonzagueana.

Nenhum comentário

DIA NACIONAL DA CAATINGA: BIOMA OCUPA CERCA DE 11% DO TERRITÓRIO

Um bioma totalmente nacional que representa cerca de 11% do território brasileiro. A Caatinga está presente na região Nordeste e no norte de Minas Gerais. De origem tupi-guarani, caatinga significa “floresta branca”. 

Em homenagem a João Vasconcelos Sobrinho, pesquisador pioneiro em estudos ambientais, foi criado em 2003 o Dia Nacional da Caatinga, celebrado em 28 de abril.

O clima na Caatinga é tropical semiárido, com temperaturas elevadas e longos períodos de seca. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, pesquisas indicam a existência de 3,2 mil espécies de plantas, 371 de peixes, 224 de répteis, 98 de anfíbios, 183 de mamíferos e mais de 500 de aves.

Entre essas espécies, duas se destacam por estarem ameaçadas de extinção: a ararinha-azul, considerada extinta da natureza por quase duas décadas, e a arara-azul-de-lear que habita a Caatinga baiana, na região conhecida como Raso da Catarina. Outros animais como o tatu-bola, a onça-parda e o soldadinho-do-Araripe também se encontram ameaçados de extinção.

Em 2010, a Caatinga foi declarada Patrimônio Nacional. A vegetação que predomina é rasteira, com arbustos. As árvores com galhos retorcidos, formando uma vasta floresta acinzentada, são características da região. A paisagem ganha cor e muda um pouco quando chove.

O estudo O uso da terra nos biomas brasileiros mostra que o desmatamento na Caatinga, nos últimos anos, tem ocorrido devido ao consumo de lenha para fins domésticos e industriais, pastoreio e agricultura de subsistência. Ainda assim, de acordo com dados do IBGE, é o terceiro bioma mais preservado do país.

Nenhum comentário

SOCIEDADE CIVIL CELEBRA A PUBLICAÇÃO DO PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO

O Governo do Estado publicou no Diário Oficial de hoje (26), o decreto em que o governador Rui Costa aprova o Plano Estadual de Convivência com o Semiárido. Fruto de uma luta antiga da sociedade civil baiana, o plano projeta um conjunto de metas e objetivos para as ações de convivência, com previsão de recursos para os próximos 10 anos.

As ações constantes no plano podem ajudar o Estado a estruturar políticas públicas apropriadas à realidade vivida pelos mais de 7 milhões de habitantes que residem no Semiárido baiano, o qual ocupa cerca de 85% do território da Bahia.

O plano, de acordo com Cícero Felix, Coordenador da Articulação no Semiárido – ASA, “prevê os programas, projetos, ações e também orçamento para a execução das políticas que estão correlacionadas com a Política Estadual de Convivência com o Semiárido”, instituída através da Lei Nº 13.572 de 30 de agosto de 2016.

Cícero enfatiza a importância do documento ao lembrar que o “plano decenal já está ancorado no PPA atual e deve estar ancorado nos próximos dois PPAs”, garantindo dessa maneira os recursos financeiros para colocar em prática aquilo que a sociedade civil e o Governo vêm debatendo há mais de cinco anos.

Além de garantir recursos para execução das ações, o plano tem outras finalidades fundamentais. “Com o plano publicado a sociedade civil tem uma ferramenta importante de incidência política, de poder cobrar, monitorar, avaliar a execução do plano. É através do plano que vai se efetivar a execução da Política Estadual de Convivência com o Semiárido”, pontua Felix.

A Política de Convivência com o Semiárido prevê ações que se estendem da implementação de tecnologias para captação e armazenamento d’água até a promoção da educação integral e contextualizada. Estarão envolvidas diversas secretarias, a exemplo da Secretaria de Desenvolvimento Rural – SDR que já executa projetos voltados para a Convivência com o Semiárido.

A publicação do decreto aconteceu um dia antes do lançamento do Armazém da Caatinga, um espaço de comercialização dos produtos da agricultura familiar, gerido por uma cooperativa que reúne associações, cooperativas e outros grupos produtivos. O Armazém da Caatinga é uma conquista de agricultoras/es familiares, fruto de muito trabalho, insistência e representa uma mostra de que, com políticas públicas adequadas, é possível gerar renda garantindo preservação ambiental, dignidade para o povo do campo e produção de alimentos saudáveis. (Fonte: Texto e foto: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa)

Nenhum comentário

CAMINHADA DAS SANFONAS ACONTECE NO DIA 17 DE MAIO

Seu Bilino, saudoso e afamado tocador de sanfona 8 Baixos, Pé de Bode será o nome homenageado no evento Caminhada das Sanfonas, no próximo dia 17 de maio. Moreilândia, Pernambuco, A Terra do Mel, completa 50 anos de Emancipação Política.

Nas festividades acontece a I CAMINHADA DAS SANFONAS. A produtora cultural Marlla Teixeira criadora da Caminhada das Sanfonas, desta vez no município de Moreilândia, Pernambuco, conta conta que o evento vai prestar uma homenagem ao saudoso sanfoneiro, conhecido por 'Seu Bilino", que morreu/desencarnou no dia 14 de agosto do ano passado. 

"Mestre Bilino", batizado de Antônio Felizardo Alves, nasceu em Moreilândia, Pernambuco. Em vida Seu Bilino foi afinador de sanfona de 8 Baixos, também tocava sanfona de 120 baixos. Mas era apaixonado mesmo pela arte de tocar a sanfona de 8 Baixos. Fazia questão de frisar: Sou afinador de sanfona dos 8 aos 120 baixos.

A família e amigos de Seu Bilino aguardam o evento que vai acontecer em maio, mês de anivérsário do sanfoneiro com bastante ansiedade.

João Everaldo Alvez Felizardo, é o filho casula, 41 anos, mora em Serrita, Pernambuco, Terra dos Vaqueiros e da tradiconal Missa é formado em Letras, coordenador Pedagógico e diz que o evento vai reunir sanfoneiros e pessoas admiradoras da arte de toda a região, de Serrita, Bodocó, Ouricuri e Exu. "Avalio com muito carinho esta Caminhada das Sanfonas em Moreilândia. Meu pai sempre foi uma pessoa simples, prestativa no que diz respeito a participações  culturais nas escolas e projetos envolvendo o aprendizado da sanfona. Essa é uma homenagem que vai reunir sanfoneiros de toda região", diz João Everaldo.

“A Caminhada das Sanfonas foi criada no ano de 2019, em Exu Pernambuco, com o objetivo de valorizar toda a cadeia produtiva que envolve os sanfoneiros, gerando renda e emprego nas regiões sertanejas, promovendo a Cultura Gonzagueana e suas vertentes“, conta Marlla, ressaltando que é um evento gratuito e ganha um formato itinerante. "Faremos novas Caminhadas da Sanfona com o objetivo de garantir espaços cada vez maiores para o desenvolvimento cultural, social e econômico dos Municípios", afirma Marlla.

Marlla diz que Luiz Gonzaga em vida sempre pedia para não ser esquecido: "Por isto veio a proposta de fazer da Caminhada das Sanfonas de Exu, agora em outros municipios e temos certeza que isto vai ser mais um motivo de encontro da família gonzagueana que desta vez vai marcar presença em Moreilândia no próximo mês de Maio. Aguardem  dia".

VALORIZAÇÃO DA SANFONA DOS 8 AOS 120 BAIXOS: Seu Bilino começou a tocar ainda era menino, em 1958, quando seu pai comprou uma sanfona de 8 Baixos para ele. Naquela época os forrozeiros tocavam nos casamentos, nos aniversários. “Bilino contava que o seu pai comprou uma sanfona pra eu tocar pra ganhar um dinheirinho. Nessa época o povo tocava à noite toda”.

O sanfoneiro, pesquisador Leo Rugero, aponta que a "Sanfona de 8 Baixos, Pé de Bode ou Fole de 8 Baixos, como também é chamado é um instrumento fundamental para a música nordestina e brasileira. No nordeste do Brasil, ele adquiriu características de afinação próprias que o tornaram diferente. Portanto, no nordeste ele desenvolveu um sotaque próprio, que é representativo de nossa cultura. Representa, além de uma tradição musical, um saber único".

Atualmente, a arte do tocador de sanfona de 8 baixos está ameaçada, porque seus instrumentistas não encontram mais espaço merecido nas programações de Rádio e Televisão. O Tocador de 8 Baixos é capaz de agregar uma comunidade e produzir cultura, representá-la e difundi-la, contribuindo para o fortalecimento de nossa própria identidade.

Em 2013, Seu Bilino contou para a jornalista Maria Peixoto, reportagem Um Modesto Tocador de 8 Baixos, portal Cultura de Pernambuco, que  teve dois mestres: um foi seu pai, que lhe ensinou duas coisas, uma é que “a música é pra ser tocada com carinho e amor, bem e sempre feliz”. A outra é que tem músicas que devem ser guardadas pra momentos especiais. “Meu pai dizia ‘Num toque essa música atoa não. Toque num momento especial, que você fica feliz e eu também fico”, ensina.

O outro mestre de Bilino foi Severino Januário, irmão de Luiz Gonzaga.  “Eu tocava com Severino Januário, eu considero ele meu mestre. Eu toco as músicas dele, tem gente que até chora. Hoje eu estou tocando as letras dele por causa dele. É um xote tão bom de dançar que todo mundo arrupeia os cabelos”, brincava Seu Bilino.

Ele só ficava triste com a falta de reconhecimento do seu mestre “Severino dos 8 Baixos não era mostrado na televisão. O homem tocava um 8 Baixos daquele jeito e num era mostrado. Eu fiquei meio triste, andei um tempo sem tocar”, conta o tocador que também não tem a atenção dos holofotes, apesar de seu talento merecido.

O vínculo com a família de Luiz Gonzaga começou desde cedo, Seu Bilino contava que seu pai só afinava o instrumento com Seu Januário: “Ele trazia o 8 Baixos dele porque ele era mestre, aí quando a sanfona dele quebrava.  Ele vinha pra aqui”. E, Bilino, criança, vinha dentro de um caçoá, de Serrita, sua cidade, para Exu.

Em vida Seu Bilino teve consciência de que estava cada vez mais raro ENCONTRAR pelas bandas do Araripe um tocador de 8 Baixos, “Daqui a uns 50, 100 anos quem tocar 8 Baixos vai ser chefe majoritário do mundo inteiro”, Bilino sentia prazer quando conseguia passar seu conhecimento a alguém.  “A coisa que  eu acho mais feliz no mundo é eu dar aula pra uma criança, de 8 Baixos, porque de acordeon tá cheio já de tocador”, profetizava Seu Bilino. (Fonte: redação redegn texto Ney Vital Foto Ilustrativa)

Nenhum comentário

PROFESSORES DO ESPAÇO PLURAL-UNIVASF PARTICIPAM DA INAUGURAÇÃO DO ARMAZÉM DA AGRICULTURA FAMILIAR EM JUAZEIRO, BAHIA

A partir desta quarta-feira (27), a população de Juazeiro e todo o Território de Identidade Sertão do São Francisco passam a contar com um Armazém da Agricultura Familiar. 

A inauguração aconteceu no espaço Vila Bossa Nova, às margens do Velho Chico. A equipe do Núcleo de Agroecologia-Espaço Plural da Universidade do Vale do São Francisco, participou da inauguração. Professora doutora Monica Tomé, coordenadora do PPGExR, vice coordenador professor doutor Denes Dantas, professora doutora Lúcia Marisy, estiveram prestigiando o evento.

Batizado de Armazém da Caatinga, o empreendimento é um local destinado à comercialização de produtos de cooperativas, grupos e associações rurais da região e de outros territórios da Bahia e do Brasil, produzidos por agricultores familiares. O espaço é composto por supermercado, restaurante e feira de produtos orgânicos e agroecológicos.

"O Armazém da Caatinga representa justamente o acúmulo de políticas públicas para a agricultura familiar. Aqui temos uma agricultura familiar empoderada, que se organizou em cooperativas e associações e mereceu receber esse investimento do Armazém", destaca o secretário de Desenvolvimento Rural, Jeandro Ribeiro.  

No Armazém da Caatinga estão expostos para a comercialização cerca de 600 produtos diferentes, provenientes da agricultura familiar da Bahia e de outros Estados do País. No local, é possível encontrar produtos beneficiados dos biomas Caatinga, Cerrado e Amazônia. E a expectativa é de ter cerca de 4.000 produtos diferentes, à disposição nas prateleiras.  

O Armazém é uma obra do Governo da Bahia, realizada por meio do Pró-Semiárido, projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com cofinancimento do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida). 

Sobre a importância do empreendimento, o diretor presidente da CAR, Wilson Dias, salientou que este é um grande passo para apoiar o escoamento da produção das agricultoras e dos agricultores locais.

"Nós temos procurado superar esse grande desafio de tirar nossas cooperativas e associações do isolamento para que, uma vez agrupadas, elas possam enfrentar mais adequadamente o mercado, que exige escala de entrega, exige tempo, exige produtos sendo inspecionados nas prateleiras. Então, todo esse cenário nos leva à necessidade de organizar estruturas regionais e estadual, como é o caso do Armazém da Caatinga, para que a gente tenha condição de organizar esses diferentes grupos e posicioná-los mais adequadamente no mercado".  

O diretor de programas do Fida, Hardi Vieira, destacou a importância do Armazém para a visibilidade e comercialização de produtos. "O Armazém da Agricultura Familiar sendo inaugurado hoje, nesse local de destaque aqui em Juazeiro, coloca o nosso Semiárido e a agricultura familiar em outro patamar. Geralmente, a gente tem uma visão de que a agricultura familiar ela é muito restrita para a comercialização local, para as feiras locais, para um ambiente mais comunitário, mas o armazém vai colocar os produtos da agricultura familiar em destaque e permitir que eles alcancem outros mercados, outro público. Além disso, vai aumentar a visibilidade desses produtos".  

O Armazém da Caatinga está localizado na Vila Bossa Nova, às margens do Rio São Francisco. O espaço será gerido pela Central de Cooperativas da Caatinga - Central da Caatinga. "A grande importância é que nós hoje realizamos um sonho de muitos anos. Que a gente tanto sonhava e buscava junto aos órgãos, as instituições, os parceiros do Governo do Estado. É o grande legado que fica desses governos na agricultura familiar", afirmou Adilson Ribeiro, presidente da Central da Caatinga. 

ESPAÇO PLURAL: O Espaço Plural é órgão suplementar com atribuições administrativas, e de apoio ao ensino, pesquisa e extensão, diretamente vinculado a Pró-Reitoria de Extensão da UNIVASF.

O espaço briga diferentes projetos, todos eles relacionados ao estudo, valorização e empoderamento das populações tradicionais da região, tais como, agricultores familiares, quilombolas, indígenas, povos de fundo de pasto, mulheres empreendedoras e jovens do campo, desde a sua criação desempenhou importante papel na execução da missão social da universidade, promovendo ações de inclusão social e econômica dessas populações, historicamente marginalizadas pelas políticas públicas, através de formações técnicas, tecnológicas, de desenvolvimento humano, na perspectiva do exercício da cidadania plena, como garantia de direitos constitucionais.

Entrar no Espaço Plural da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) é embarcar numa viagem através dos tempos, desde a época em que o sertão era banhado pelo mar até chegar à caatinga de hoje. Cores, animais, plantas e outras referências a essa transição figuram nas paredes, escadaria, corredores e salas do prédio principal, inteiramente renovado por uma reforma física e pela instalação de artes visuais da artista e professora Flora Assumpção, do Colegiado de Artes Visuais. 

O ESPAÇO PLURAL está situado no bairro Malhada da Areia, em Juazeiro (BA), e vinculado à Proex é sede dos Programas de Pós-Graduação em Extensão Rural (PPGExR) e em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial (PPGADT), bem como de diversos programas e projetos de extensão, como o Espaço Arte, Ciência e Cultura (EACC), a Revista Extramuros, o Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC), o Sertão Agroecológico, o Núcleo de Estudos Étnicos e Afro-Brasileiros Abdias Nascimento e Ruth de Souza  (Neafrar), o Sisteminha Embrapa: Sistema Integrado para Produção de Alimento, o Núcleo de Produção Orgânica e a Horta comunitária. 

O Espaço Plural é também o berço do Campus Juazeiro, pois sediou as atividades acadêmicas dos cursos de Engenharia, no período de 2004 a 2008.

Nenhum comentário

ENCONTRO CAATINGA, JUVENTUDE E MUDANÇAS CLIMÁTICAS ACONTECE NESTE SÁBADO (30) NA UNIVASF


Para celebrar o Dia Nacional da Caatinga, a Rede Jovem da Reserva da Biosfera da Caatinga (RBCA), por meio da Reserva da Biosfera da Caatinga (MaB/Unesco), realizará neste sábado (30) o encontro “Caatinga, Juventude e Mudanças Climáticas”. 

O evento conta com o apoio da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e será realizado no Cineteatro, no Campus Sede, em Petrolina (PE). Há 100 vagas disponíveis para todos os públicos interessados no assunto. As inscrições podem ser feitas gratuitamente até o dia do evento. Haverá transmissão ao vivo pelo canal da TV Caatinga no YouTube, a partir das 10h e durante a tarde.

O evento, que também irá marcar o primeiro encontro da Rede Jovem da Reserva da Biosfera da Caatinga (RBCA), visa apresentar a pluralidade do bioma Caatinga, o papel da juventude frente às mudanças climáticas no semiárido nordestino e sua importância para o desenvolvimento sustentável. Os interessados devem se inscrever por meio do site do evento. Haverá emissão de certificado.

A programação será composta por uma exposição de ilustrações científicas do I Congresso Nordestino de Ilustração Científica; um estande com as ações desenvolvidas pelo Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema) da Univasf e a doação de mudas nativas pela Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA), que ocorrerão das 8h às 12h, no foyer do Cineteatro. Às 10h, será realizada a abertura oficial do encontro com declamação de cordel em homenagem ao Dia da Caatinga.

Durante a tarde, serão ministradas três palestras. A primeira será com a presidente do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Caatinga (Unesco) e pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Alexandrina Sobreira, que falará sobre “Apadrinhamento da Rede de Jovens da Reserva da Biosfera da Caatinga”.

 Em seguida, a pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Bárbara França Dantas abordará o tema "Mudanças Climáticas, Cenários para o Bioma Caatinga e as Sementes". Para encerrar, o coordenador da Rede de Jovens das Reservas da Biosfera no Brasil, Leiz da Silva, irá falar sobre "A importância da Juventude Frente a Crise Climática". A programação detalhada está disponível no site do evento.

A realização do encontro “Caatinga, Juventude e Mudanças Climáticas” conta com apoio do grupo de pesquisa Laboratório de Carreiras e Desenvolvimento de Competências (LCDC), liderado pela professora do Colegiado de Administração (CADM) Alvany Santiago, e do Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema). Ana Rúbia Torres de Carvalho, membro do Bureau do Conselho da Reserva da Biosfera da Caatinga, Programa Homem e Biosfera (Unesco) e integrante do grupo de pesquisa LCDC, diz que o evento é importante também por destacar a presença dos jovens para a conservação do bioma. “É nossa expectativa que a Rede Jovem da Reserva da Biosfera da Caatinga seja uma força na conservação e no desenvolvimento sustentável do nosso bioma para a presente e as futuras gerações. Queremos contribuir para um bioma Caatinga economicamente próspero, socialmente justo e ambientalmente rico”, frisa Ana Rúbia, que é madrinha da Rede Jovem da Reserva da Biosfera da Caatinga.

Vivenciando a Caatinga – Outro evento que marca o Dia Nacional da Caatinga, celebrado em 28 de abril, terá início amanhã (27) e contará com a participação das integrantes do grupo de pesquisa Laboratório de Carreiras e Desenvolvimento de Competências (LCDC) da Univasf. 

O evento “Vivenciando a Caatinga” é promovido pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e acontece no Recife (PE), até quinta-feira (28). Com uma extensa programação, o “Vivenciando a Caatinga” será transmitido pelo canal da Fundaj no YouTube.

Haverá seis mesas de palestras e debates, que discutirão temáticas como as riquezas do bioma, sua preservação, educação contextualizada no semiárido e a economia circular. A professora Alvany Santiago participará da Mesa 3 sobre “Economia Circular no Brasil: da educação à prática”, na tarde do dia 28, a partir das 14h30, juntamente com Beatriz Luz, da Exchange 4 Change Brasil, de São Paulo. 

O debate contará com a coordenação de Ana Rúbia Torres de Carvalho, do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Caatinga, Programa Homem e Biosfera (Unesco). (Fonte: Univasf)

Nenhum comentário

COORDENADORES DO ESPAÇO PLURAL PARTICIPAM DA INAUGURAÇÃO DO ARMAZÉM DA AGRICULTURA FAMILIAR

A partir desta quarta-feira (27), a população de Juazeiro e todo o Território de Identidade Sertão do São Francisco passam a contar com um Armazém da Agricultura Familiar. 

A inauguração aconteceu nesta quarta-feira (20), no espaço Vila Bossa Nova, às margens do Velho Chico. A equipe do Núcleo de Agroecologia-Espaço Plural da Universidade do Vale do São Francisco, participou da inauguração. Professor doutora Monica Tomé, coordenadora do PPGExR, vice coordenador professor doutor Denes Dantas, professor doutora Lúcia Marisy, Pro-reitora de Extensão estiveram presentes no evento.

Batizado de Armazém da Caatinga, o empreendimento é um local destinado à comercialização de produtos de cooperativas, grupos e associações rurais da região e de outros territórios da Bahia e do Brasil, produzidos por agricultores familiares. O espaço é composto por supermercado, restaurante e feira de produtos orgânicos e agroecológicos.

A implantação do Armazém é uma estratégia do Governo da Bahia, realizada por meio do Pró-Semiárido, projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com cofinanciamento do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida).

ESPAÇO PLURAL: O Espaço Plural é órgão suplementar com atribuições administrativas, e de apoio ao ensino, pesquisa e extensão, diretamente vinculado a Pró-Reitoria de Extensão da UNIVASF.

O espaço briga diferentes projetos, todos eles relacionados ao estudo, valorização e empoderamento das populações tradicionais da região, tais como, agricultores familiares, quilombolas, indígenas, povos de fundo de pasto, mulheres empreendedoras e jovens do campo, desde a sua criação desempenhou importante papel na execução da missão social da universidade, promovendo ações de inclusão social e econômica dessas populações, historicamente marginalizadas pelas políticas públicas, através de formações técnicas, tecnológicas, de desenvolvimento humano, na perspectiva do exercício da cidadania plena, como garantia de direitos constitucionais.

Entrar no Espaço Plural da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) é embarcar numa viagem através dos tempos, desde a época em que o sertão era banhado pelo mar até chegar à caatinga de hoje. Cores, animais, plantas e outras referências a essa transição figuram nas paredes, escadaria, corredores e salas do prédio principal, inteiramente renovado por uma reforma física e pela instalação de artes visuais da artista e professora Flora Assumpção, do Colegiado de Artes Visuais. 

O ESPAÇO PLURAL está situado no bairro Malhada da Areia, em Juazeiro (BA), e vinculado à Proex é sede dos Programas de Pós-Graduação em Extensão Rural (PPGExR) e em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial (PPGADT), bem como de diversos programas e projetos de extensão, como o Espaço Arte, Ciência e Cultura (EACC), a Revista Extramuros, o Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC), o Sertão Agroecológico, o Núcleo de Estudos Étnicos e Afro-Brasileiros Abdias Nascimento e Ruth de Souza  (Neafrar), o Sisteminha Embrapa: Sistema Integrado para Produção de Alimento, o Núcleo de Produção Orgânica e a Horta comunitária. O Espaço Plural é também o berço do Campus Juazeiro, pois sediou as atividades acadêmicas dos cursos de Engenharia, no período de 2004 a 2008.

Nenhum comentário

EXPOSIÇÕES MOSTRAM RIQUEZAS DA CAATINGA E ESFORÇOS PARA RECONHECIMENTO DO BIOMA CAATINGA COMO PATRIMÔNIO NACIONAL

Exposições na Câmara dos Deputados mostram as riquezas da Caatinga, as ameaças ao ecossistema semiárido e os esforços de reconhecimento do bioma como patrimônio nacional.

Os eventos fazem parte das comemorações de 28 de abril, Dia Nacional da Caatinga – criado por meio de um decreto federal (Decreto 9.959/03).

Até esse dia, quem visitar a Câmara poderá conferir a exposição “Riquezas da Caatinga: potencialidades e possibilidades do bioma 100% brasileiro”, montada no Espaço Mário Covas com fotos e produtos da região. Entidades socioambientais também apresentam ações bem-sucedidas de produção sustentável, sobretudo por meio da agricultura familiar. A mostra expõe imagens do fotógrafo João Vital, que há mais de 30 anos retrata o semiárido. 

Os eventos são organizados pela Frente Parlamentar em Defesa da Convivência com o Semiárido. Coordenador do grupo, o deputado Carlos Veras (PT-PE) quer aproveitar a ocasião para impulsionar as potencialidades do bioma.

“Uma das nossas prioridades é transformar o bioma em patrimônio nacional para fortalecer a preservação da Caatinga, colocando-a como prioridade dos gestores públicos em todas as esferas: municipal, estadual e federal. Ela tem uma riqueza e uma diversidade cultural enorme. E econômica também”, diz.

A Câmara já analisa várias propostas (PEC 504/10 e sete apensadas) que incluem a Caatinga e o Cerrado na lista de patrimônios nacionais, como já acontece hoje com a Amazônia, a Mata Atlântica, o Pantanal, a Serra do Mar e a Zona Costeira.

No entanto, textos sobre o tema que tramitam desde 1999 (PECs 60/99 e 131/99) vêm enfrentando resistências de algumas bancadas, sobretudo aquelas ligadas ao agronegócio. Já os defensores das propostas argumentam que Caatinga e Cerrado protegidos na Constituição terão novos estímulos e políticas públicas de desenvolvimento sustentável.

BIOMA CAATINGA: Único bioma exclusivamente brasileiro, a Caatinga ocupa 11% do território nacional, sobretudo no Nordeste e no norte de Minas Gerais. Cientistas alertam que o desmatamento crônico e a ocupação desordenada aumentam os riscos de desertificação irreversível. Mesmo assim, o deputado Carlos Veras ressalta que a Caatinga resiste, conservando um rico patrimônio biológico: um terço da flora e 15% da fauna são exclusivas do bioma, ou seja, só existem naquele ecossistema semiárido.

“Há um processo de degradação do solo, fruto da ação humana, que, muitas vezes, desmata, queima e utiliza venenos. Então, também há um processo de extinção de plantas muito importantes da Caatinga. Daí o nosso objetivo de fazer essa exposição dentro da Câmara dos Deputados. A nossa Caatinga não é só solo rachado, não é só dificuldade, não é só seca. Nós temos muitas riquezas. Quando criança, o lambedor [remédio caseiro] para curar nossas gripes era feito da casca do jatobá. Então, há plantas riquíssimas, inclusive medicinais”, afirmou.

Além do jatobá, a exposição na Câmara mostra produtos à base de sisal, fibras, licuri, umbu, mel e maracujá, típicos do bioma. Hoje, cerca de 30 milhões de pessoas vivem nas cidades dominadas pela Caatinga.

A Exposição: Riquezas da Caatinga: potencialidades e possibilidades do bioma 100% brasileiro 🌵

Data: de 26 a 28 de abril

Abertura oficial: 26/04 às 18h.

Espaço Mário Covas, Anexo II, Câmara dos Deputados. Brasília/DF

Nenhum comentário

LITERATURA INDÍGENA E OS CORDEIS DA ESCRITORA E POETA AURITHA TABAJARA

A literatura indígena é rica, vasta, carregada de ensinamentos inspirados em suas origens e na tradição oral aprendida. Repassada de geração em geração. Apesar disso, livros escritos por indígenas ainda carecem de visibilidade. Escritores, poetas e pensadores dos povos originários carecem de visibilidade. Afinal, quantos autores você conhece? Ou, melhor, quantos livros escritos por indígenas você já leu?

Nesta edição do podcast DiversEM, o Estado de Minas conversou com a escritora e poeta Auritha Tabajara. Mulher indígena, lésbica e cordelista, ela é autora do livro “Coração na aldeia, pés no mundo”.

A tradição oral é extremamente marcante na cultura dos povos originários, sendo a principal fonte de conhecimento passada entre as gerações. Essa foi, inclusive, a forma com a qual Auritha teve seus primeiros contatos com as histórias, os livros e os cordéis, típicos da cultura Tabajara que ocupa o litoral cearense, de onde Auritha vem.

Minha avó é minha maior referência e a minha incentivadora de tudo. Ela não sabe ler, não sabe escrever. Ninguém da minha família, dos mais velhos, sabe. Meu avô era vaqueiro improvisador de toadas, que não estão escritas em lugar nenhum, eram coisas ancestrais”, comenta Auritha.

Aos 43 anos, a cordelista começou a escrever muito cedo. Uma das únicas mulheres indígenas na escola que frequentava, Auritha aprendeu a escrever aos 9, quando começou a traçar os rascunhos de “Coração da aldeia, pés no mundo”.

Já adulta, a escritora se mudou para São Paulo para tentar investir e crescer na carreira de cordelista. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de um terço dos quase 900 mil indígenas do país moram em áreas urbanas. Além disso, de acordo com o Grupo de Pesquisa Lesbocídio, o estado de São Paulo concentrou 20% de todas as mortes de lésbicas no Brasil entre 2014 e 2017.

Auritha voltou atualmente a morar em sua região, com as irmãs, que insistiam em participar da entrevista para este podcast, o que rendeu à escritora algumas interrupções e boas risadas durante nossa conversa.

Auritha viaja para dar palestras e fazer apresentações para diversos públicos indígenas e não indígenas, incluindo em universidades. Porém, apesar do prestígio, ela cobra maior reconhecimento e valorização dos saberes tradicionais por parte das instituições de ensino. “Nunca tem dinheiro para pagar uma ajuda de custo. O que a gente repassa pra comunidade é vivenciado, são coisas ancestrais, não são aprendidos em livro nenhum”, comenta.

Auritha gosta de destacar a diferença entre os conceitos que considera de o que é literatura indígena e o que é literatura indigenista. A primeira ela diz ser aquela produzida pelos próprios indígenas, enquanto a segunda é a escrita por terceiros, sejam antropólogos ou pesquisadores, sobre suas visões da cultura indígena.

Nenhum comentário

BAZAR COLAB-FEIRINHA COLABORATIVA ACONTECE NESTE SÁBADO (23) E DOMINGO (24), EM PETROLINA

O Bazar Colab-Feirinha Colaborativa acontce neste final de semana, no sábado (23) e domingo (24), a partir das 16hs, na rua Barbosa Lima, 193, na Petrolina Antiga, centro.

O evento contará com gastronomia, artesanato, acessórios, decoração, presentes, doces, moda. As atrações culturais musicais são Djs Paulo e Ewerton Tavarez.

O Bazar é uma feirinha colaborativa que busca evidenciar empreendedores e artistas do Vale do São Francisco para que possam ganhar mais visibilidade e conquistar novos e futuros clientes. 

A feirinha da Colab é sem fins lucrativos. Todo valor arrecadado na inscrição da feirinha também será revertido para a  Ong Cores/Casa cores, em Petrolina.

A ONG Cores é um movimento de defesa da cidadania do orgulho LGBT+, da cidade de Petrolina. Seu objetivo é renovar, empoderar e fortalecer a população de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e mais na região, trazendo esperança de dias melhores, com oportunidade de trabalho, arte, cultura, diversão, social e defesa de direitos dessa população. 

Nenhum comentário

GUARDIÃES DA TERRA: AGROECOLOGIA, CIÊNCIA E SABERES, UM MUNDO MELHOR É POSSÍVEL

Ninguém passa impunemente pela leitura de Baltasar Gracian: sempre se ganha em inteligência, engenho e arte. Ao assistir o filme Guardiães da Terra-Agroecologia em Evolução  lembrei desta reflexão. 

Baltasar Gracián disse: Tudo tem seu tempo e até certas manifestações mais vigorosas e originais entram em voga ou saem de moda. Mas a sabedoria tem uma vantagem: é eterna.

A frase nos mostra que desde quando a humanidade existe, há questionamentos e reflexões que sempre são atuais. Baltasar Gracián, no século XVII, já advertia que tudo que está na moda hoje, perderá seu vigor e desaparecerá, mas a sabedoria nunca acaba, é eterna.

Uma pessoa que consegue se concentrar com humildade em suas decisões e lembrar que a sabedoria lhe trará lucros “eternos”,  cuida das pessoas, da natureza, espiritualidade e também onde aplicar o dinheiro.

O filme foi exibido no auditório do CETEP-Sertão do São Francisco, aula da professora Janine Cruz, engenheira agrônoma e especialista em segurança do trabalho, na disciplina de Agroecologia e Permacultura.

A linguagem cinematográfica mistura emoção, envolvimento, enredo, ação, música, luz, movimento, mistério, desafio, suspense,  por isso mesmo apresenta ampla capacidade de comunicação.

Os filmes têm imenso potencial de aproveitamento no processo educativo, aliado de uma aula expositiva.

O cinema em sala de aula é uma metodologia valiosa. O filme Guardiães da Terra consegue contribuir para uma percepção crítica.

O filme Guardiões da Terra revela as nuances da agroecologia, que passou de “alternativo” a disciplina científica, prática agrícola e também movimento social e político. O filme provoca a reflexão sobre a evolução e o atual panorama da agroecologia no Brasil, trazendo questionamentos e alertas sobre o modelo de produção agrícola e segurança alimentar no país.

O documentário divulga a agroecologia enquanto ciência ampla e em evolução e debate questões como: segurança alimentar, acesso do homem ao campo, uso indiscriminado de agrotóxicos na agricultura, sustentabilidade e valorização das famílias camponesas.

A turma do Curso Técnico em Agroecologia teve início com 35 alunos. Apenas 03 (três), estão assistindo aulas em busca da conclusão e certificado para serem habilitados na área. Anne Louise, Josielson Araujo e Valdiney Vital Guedes.

Anne Louise, Pernambucana, 35 anos, nasceu em Belém do São Francisco, Pernambuco. "Passei parte da minha infância intercalada entre a cidade e a zona rural no interior de Orocó. O contato com a natureza e a agricultura sempre foi meu fascínio, ainda me lembro do jardim na cidade, onde eu brincava em meio ao manjericão, quebra pedra. Contava os dias para poder ir brincar na roça nas férias", conta Anne.

Josielson Araújo dos Santos, nasceu em Juazeiro, Bahia. Tem 25 anos de vivência nas Comunidades Tradicionais de Base. A Serra dos Badecas, Distrito de Pinhões foi onde ele passou a infância. Atualmente é funcionário público municipal concursado.

"Sou filho de agricultores familiares. Tenho contato direto com o semiárido e vejo na agroecologia um meio de valorizar o histórico das comunidades de base com enfase na extenção rural. Algo me chama muita atenção são as Comunidades Eclesiais de Bases e o Movimento de Mulheres e a beleza e importância os quintais agroecológicos", diz Josielson. 

E o terceiro aluno, este amigo, Ney Vital. Paraibano nascido em Areia. No próximo mês de outubro completo 54 anos. Atuo no jornalismo profissional, rádio, televisão e agora mídia digital. Jornalista há mais de 30 anos. Tenho Curso especialização em Jornalismo Ambiental promovido pelo  Deutshe Welle Akademie - Centro Educacional e de Assessoria Herbert de Sousa, DWA/CEAHS, Alemanha. Sou Membro da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental.

O filme Guardiães da Terra-Agroecologia em Evolução marcou uma certeza: a esperança de mundo melhor é possível.

Tenho dito: só a educação liberta

*Texto-jornalista Ney Vital-Pós-graduado em Ensino de Comunicação Social


Nenhum comentário

MINI DOCUMENTÁRIO BECO DA CULTURA: ENTRE MEMÓRIAS E HISTÓRIAS JÁ ESTÁ DISPONÍVEL NAS REDES SOCIAIS

Beco da Cultura, situado na Travessa Treze de Maio, em pleno centro da cidade de Petrolina- PE, na década de 1980 e 1990 foi palco para o surgimento de poetas, artistas conhecidos e desconhecidos da região. Reunindo uma variedade de vertentes culturais o BECO DA CULTURA passou a ser um espaço para o fomento do desenvolvimento artístico.

MINI DOCUMENTÁRIO BECO DA CULTURA: ENTRE MEMÓRIAS E HISTÓRIAS tem o objetivo de resgatar a memória cultural e eternizar esse movimento marcante do Vale do São Francisco.

O projeto foi contemplado pelo 2º Edital de Criação, Fruição e Difusão - Lei Aldir Blanc/2021, através da Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo de Pernambuco @culturape.

É realizado por Laila Melo Produção Cultural, Coordenação Geral de José Geraldo e apoio do GUTERIMA.

Já está disponível no canal do Guterima:

https://youtu.be/jpfgHXTaVlk 

Nenhum comentário

ENERGIA EÓLICA: A OMISSÃO E A CONVIVÊNCIA DOS ÓRGÃOS AMBIENTAIS

Nosso país possui um enorme potencial em energias renováveis, em particular a energia dos ventos (energia eólica) na região Nordeste, com a qual poderá gerar energia para as atuais e futuras gerações, e assim contribuir no enfrentamento às mudanças climáticas, com a redução da emissão de gases de efeito estufa.

Todavia o atual crescimento vertiginoso das instalações dos parques eólicos, nos estados nordestinos, e em Pernambuco em particular; está assentado em um modelo de expansão predatório, que não respeita o homem do campo e a natureza que o rodeia, assim contribuído para inúmeros conflitos e impactos socioambientais.

Os órgãos do governo federal, estadual e municipal, que deveriam zelar e proteger o ambiente e as pessoas (segundo a Constituição Federal) se omitem, e muitas vezes são coniventes com situações que privilegiam os interesses econômicos dos empreendimentos, sem levar em conta as questões socioambientais. Locais de nascentes de água, resquícios de Mata Atlântica ("ilhas"), áreas costeiras, vegetação do bioma Caatinga, brejos de altitude, têm sido ameaçados e impactados pelos "negócios do vento".

Não se pode aceitar que o poder econômico dos grupos empresariais que estão à frente dos "negócios do vento", exerçam um total controle das decisões, em nome de prometerem "energia limpa"(?), emprego e renda. No campo verifica-se que não são cumpridas as boas práticas socioambientais, e nem levado em conta questões fundamentais relacionadas aos direitos humanos como a saúde, o bem-estar dos moradores das áreas rurais; e os direitos da natureza com sua proteção e conservação ambiental, respeitando seus limites.

Não somos contrários à energia eólica, e nem a outras fontes renováveis de energia, mas é necessária uma maior transparência nas relações que envolvem o arrendamento e compra da terra, o respeito a legislação vigente, a proteção e conservação ambiental nas fases de implantação dos empreendimentos. Importante não é somente garantir uma maior segurança energética, mas também respeitar o modo de vida das populações rurais e a saúde ambiental.

Pernambuco, assim como outros estados nordestinos, tem dado um péssimo exemplo de como não se deve proceder com relação a utilização das fontes renováveis de energia. Chegando assim a comprometer as excelentes vantagens intrínsecas destas fontes energéticas (Sol e vento).

É a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (SEMAS) que tem a missão institucional de "assegurar a realização de políticas públicas ambientais e sustentabilidade, defendendo o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e equânime, promovendo a preservação, conservação, recuperação dos ecossistemas e qualidade de vida para todas as gerações. "

A esta secretaria cabe, entre suas competências, a de executar as atribuições do Estado relativas ao licenciamento e à fiscalização ambiental. Um dos lamentáveis equívocos cometidos no processo de licenciamento ambiental para complexos eólicos ( e também usinas solares) é considerar que as fontes renováveis de energia são "limpas" (https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/576649-energia-eolica-nao-e-limpa), e assim de baixo impacto ambiental. Desta forma acabam isentando o empreendedor de apresentarem avaliações mais pormenorizadas sobre a intensidade e dimensão do impacto no meio ambiente pelo empreendimento. 

A exigência atual é o Relatório Ambiental Simplificado (RAS) para a implantação de parques eólicos. Insuficiente para atender os requisitos dos projetos eólicos.

Pesquisas e estudos realizados nos últimos anos pelas universidades públicas nordestinas (em especial a UFC, UFPE, UFCG, UFBA, UFRN), centros de pesquisas, Observatório da Energia Eólica da UFC, organizações não governamentais, dioceses, tem apontado vários impactos provocados no meio ambiente, e que afetam as pessoas que vivem próximas aos empreendimentos.

Em Pernambuco, no bioma Caatinga, é onde se localiza as pessoas mais atingidas diretamente pelos "negócios do vento". É onde vivem os agricultores familiares, e as populações originárias. Todavia, tais impactos têm uma abrangência global. Por ex., o desmatamento para instalação dos equipamentos/aerogeradores, e para a construção de estradas de acesso; afetam o aquecimento global, e assim todo o planeta.  

Recentemente por sugestão da representação da Federação dos Trabalhadores Rurais de Pernambuco (FETAPE) no Conselho Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CONSEMA/PE), foi criado um Grupo de Trabalho (GT) cujo objetivo é o de avaliar o cenário da geração eólica em Pernambuco, sob o aspecto da conservação ambiental de áreas protegidas, e a proteção das condições de vida dos trabalhadores rurais.

Lamentavelmente, houve um desvirtuamento dos objetivos do GT, transformando as reuniões em espaços para justificar tais empreendimentos sob a ótica econômica, como uma atividade essencial para a economia pernambucana. Sem ao menos levar em conta, a proposta original para criação do GT que foi o de avaliar os impactos socioambientais dos complexos eólicos instalados.

Tal situação na condução do GT, de forma unilateral, ignorando as ponderações para que os aspectos socioambientais fossem levados em conta no licenciamento e na fiscalização dos parques eólicos, motivou o envio de carta assinada por membros deste Conselho, para o Secretário Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, presidente do CONSEMA/PE, exigindo a retomada do objeto que motivou a criação do GT.

Uma das principais formas de controle ambiental e social dos impactos de empreendimentos é o licenciamento ambiental. Esta obrigatoriedade, com regras e etapas para avaliação dos estudos ambientais, que auxiliam na tomada de decisão acerca da autorização ou não de atividades impactantes, estão previstas na Resolução 01/1986 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA, 1986).

Com relação a postura da presidência do CONSEMA/PE, ao negar a ouvir e atender os movimentos sociais revela o lado autoritário, o desprezo pela ciência, e a total subserviência a outros interesses que não o do meio ambiente e o de cuidar das pessoas.

Exigimos a abertura de diálogo sobre os impactos socioambientais da instalação de parques eólicos (usinas solares). Exigimos que o poder público exerça seu papel de regular, fiscalizar e punir os excessos cometidos; que a lei seja cumprida. Exigimos respeito ao homem do campo, e seus modos de vida. Exigimos políticas públicas que venham responder às demandas desta população, assim como proteger o bioma Caatinga.

Sem dúvida exigir o Relatório de Impacto do Meio Ambiente (RIMA) e o Estudo do Impacto Ambiental (EIA), para empreendimentos de larga escala com Fontes Renováveis de Energia, é nada mais do que seguir o que a ciência ensina a partir dos fatos revelados ao longo dos últimos 10 anos, e o que a legislação determina.

Heitor Scalambrini Costa-Professor aposentado da Universidade Federal de Pernambuco


Nenhum comentário

LIÇÕES DA PANDEMIA: FIOCRUZ LANÇA E-BOOK SOBRE COVID-19 COM ESTUDOS COMPARATIVOS DE NOVE PAÍSES

Uma crise multidimensional, cujas consequências para a saúde das populações a médio e longo prazos são potencializadas pelas desigualdades e pelas situações de alta vulnerabilidade social.

 É dessa forma que três pesquisadores da Fiocruz, organizadores do e-book Políticas e Sistemas de Saúde em Tempos de Pandemia: nove países, muitas lições, classificam uma pandemia, com foco especial na emergência da Covid-19. 

Fruto da parceria entre o Observatório Covid-19 Fiocruz e a Editora Fiocruz, o livro foi lançado no início deste mês de abril e está disponível para download gratuito na plataforma SciELO Livros.   

Acesse o e-book: books.scielo.org/id/t67zr

Organizado por Cristiani Vieira Machado, Adelyne Maria Mendes Pereira e Carlos Machado de Freitas, professores da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), o volume encerra a série Informação para Ação na Covid-19, uma parceria entre o Observatório e a Editora Fiocruz. 

A obra segue a ideia central da iniciativa encabeçada pelo Observatório: reunir o conjunto de respostas, pesquisas e ações técnicas produzidas pela Fiocruz durante a pandemia, mapeando a evolução do vírus e as ações de enfrentamento.

"A resposta dos países foi bastante variada no que concerne à capacidade de adoção de medidas de contenção e mitigação e à efetividade das ações implementadas", afirmam os três pesquisadores, no texto de apresentação da coletânea. 

A pesquisa que originou o livro, intitulada Os Sistemas de Saúde no Enfrentamento à Covid-19: experiências de vigilância e atenção à saúde em perspectiva comparada, abrangeu nove países de três regiões do mundo.

 Da Ásia foram incluídas a China e a Coreia do Sul, atingidas pela Covid-19 em uma fase mais precoce. Da Europa, a segunda região no decorrer da evolução da pandemia, foram analisados os casos de Alemanha, Espanha e Reino Unido. Na região das Américas, atingida mais tardiamente, quatro países foram estudados: Argentina, Brasil, Canadá e México.

Foram pesquisadas as políticas de enfrentamento da Covid-19 em cada uma dessas nações, considerando seus contextos e características prévias de seus sistemas e coberturas de saúde, além das estratégias adotadas no âmbito da atenção e da vigilância. 

"O livro também analisa, em perspectiva comparada, esses países, buscando identificar aspectos positivos e limites, bem como extrair lições para o fortalecimento da capacidade dos sistemas nacionais de saúde no enfrentamento desta e de futuras emergências sanitárias", reflete Cristiani Machado, vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz.  


Nenhum comentário

MUSICALIDADE DO OGAN VAI ALÉM DO CANDOMBLÉ E CARECE DE MAIOR RECONHECIMENTO

Na música brasileira e universal, o toque de um tambor é facilmente identificado! Seja na bateria de uma escola de samba, onde instrumentos (tambores) de diferentes timbres, formas e sons são responsáveis pelo ritmo. 

Seja pela arte de um músico percussionista, que pode atuar em diferentes ritmos musicais, lá está o “tambor” e seus diferentes “toques”. “Por isso defendo que a musicalidade de um mestre Ogan de Candomblé é de suma importância para a música brasileira”, diz o músico e pesquisador Vítor Israel Trindade de Souza.

Ele é autor de uma pesquisa de mestrado apresentada na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP intitulada O Ogan Otum Alabê: sacerdote e músico percussionista da Nação Ketu no Ilê Axé Jagun. Sob a orientação do professor Alberto Tsuyoshi Ikeda, docente colaborador do Programa de Pós-Graduação em Música da ECA e da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Trindade analisa e destaca a importância do Ogan do Candomblé no que ele chama de um “reposicionamento necessário” dentro da música brasileira. “Além disso, o Ogan merece ser devidamente reconhecido pela cultura de um modo geral e pela sociedade como um todo”, enfatiza. E ser reconhecido numa sociedade, como defende Trindade, passa também pela profissionalização. 

“Ogan já é uma profissão devidamente reconhecida pelo Ministério do Trabalho. Assim, um mestre Ogan pode atuar, além da música, em diversos campos, como na educação e na cultura, por exemplo”, destaca o pesquisador ao Jornal da USP.

OGAN CIDADÃ: A trajetória de Trindade como Ogan é um dos motivos pelo qual ele passou a empreender seu estudo. Há cerca de 30 anos, durante visita a uma casa de Candomblé, o músico foi, como ele diz, “designado pelo santo” a exercer a atividade de Ogan. E assim o fez na Casa de Candomblé Ilê Axé Jagun, onde cumpriu e seguiu todos os rituais necessários para se tornar um Ogan e, ao mesmo tempo, exercendo suas atividades de músico profissional e arte-educador.

Além do reconhecimento da musicalidade do Ogan dentro da música brasileira, Trindade também mostra em sua pesquisa o quanto o trabalho de um Ogan está ligado à educação, principalmente no que diz respeito à Lei 10.639/03 de diretrizes da educação.

Mas, além de sua própria trajetória, Trindade resolveu descrever em sua pesquisa a trajetória de um outro Ogan da mesma casa, chamado “Otum Alabê” William Eduardo dos Santos, conhecido como Opotum Bicudo. 

“De certa forma, pude acompanhar o trabalho dele enquanto Ogan da casa e sua dificuldade para ganhar seu sustento”, conta Trindade. Ele ressalta que um Ogan na casa de Candomblé é o responsável por quase tudo, desde manutenções diversas das instalações até a sua principal função que é tocar e comandar os rituais. “O Ogan Otum Alabê é um sacerdote e um músico que se tornou profissional, porque na maioria das vezes ele vive exclusivamente do que recebe como honorários por seus serviços no tambor”, descreve o pesquisador. Mas nem sempre tais honorários são suficientes.

Além da trajetória de William Eduardo dos Santos, Trindade apresenta em sua pesquisa um recorte sobre a Nação Ketu, uma das nações referenciais do culto aos Orixás. Como relata Trindade em seu estudo, “o Ogan Otum Alabê, ou William Eduardo dos Santos, é o principal Ogan da Casa do Candomblé. Ele é o ‘faz-tudo’ no mundo da Nação Ketu. É o que conhece os preceitos de iniciação com todos os detalhes que o ritual exige, como as cantigas, os movimentos pertencentes a cada Orixá e as muitas outras importantes funções no cotidiano da Religião dos Orixás.”

NA EDUCAÇÃO: Além do reconhecimento da musicalidade do Ogan dentro da música brasileira, Trindade também mostra no estudo o quanto o trabalho de um Ogan está ligado à educação, principalmente no que diz respeito à Lei 10.639/03 de diretrizes da educação, que inclui no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da presença da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Africana” nas disciplinas dos ensinos fundamental e médio.

Todo o meu trabalho se direciona à cultura afro-brasileira, e é impossível falar de música afrodescendente sem falar do Ogan, seja ele de qualquer nação ou religiosidade, como os músicos cubanos ou do reggae jamaicano ou haitiano que tem as mesmas raízes", descreve Trindade.

“O meu trabalho mostra que a atividade do Ogan pode ser inserida na educação”, enfatiza o pesquisador. O próprio trabalho de Trindade, por exemplo, se fortaleceu por intermédio de projetos desenvolvidos na cidade de Embu das Artes, em São Paulo, em que foram atendidos mais de mil professores que tiveram acesso a ferramentas de aplicação da lei. “É onde surgia o trabalho do Ogan, por exemplo”, cita o músico, lembrando que nesses projetos houve participação de sua mãe, Raquel Trindade, e de seu filho, Marcelo Tomé.

DA TRADIÇÃO: O papel do Ogan, como conta Trindade, surge com a fundação, no início do século 19, de uma casa de Candomblé no bairro da Barroquinha, na cidade de Salvador, Bahia. “A casa foi fundada por três mulheres que frequentavam uma comunidade católica chamada Ordem da Irmandade da Boa Morte. As africanas Adetá ou Iá Detá, Iá Calá, Iá Nassô”, relata, destacando que, por ser um culto mais direcionado às mulheres, foi criado o cargo de Ogan. “Afinal, os homens teriam de ter uma função.”

Um Ogan, como descreve o pesquisador, geralmente nasce espiritualmente como abian (iniciante no Candomblé) e cresce como “homem tambor”. Ele vive o cotidiano do Candomblé, come a comida da casa desde criança: o acarajé, o acará, o omalá ou o caruru fazem parte do seu menu trivial. “Quando ele assume seu cargo na Casa, é um homem que tem todas as referências de um militar de alta patente e muito condecorado ou, mesmo, de um mestre ou doutor em sua profissão”, explica Trindade.

TRADIÇÃO POPULAR: O pesquisador e músico Vitor Trindade se considera um Ogan “tardio”, pois se iniciou na atividade por volta dos 30 anos. “Em geral, a maioria dos Ogans está na função desde pequeno, como é o caso de William”, diz. Além de músico e arte-educador, Trindade dirige o Teatro Popular Solano Trindade, localizado na cidade de Embu, na Grande São Paulo. Filho de Raquel Trindade, escritora, artista plástica e folclorista, Vitor Trindade é neto de Solano Trindade (pai de Raquel), que também foi poeta, folclorista, pintor, ator, teatrólogo, cineasta e militante do Movimento Negro.

Enquanto músico, Trindade já gravou sete discos: Ayrá Otá, Vitor da Trindade e Carlos Caçapava (2000, São Paulo), Revista do Samba (2001, Alemanha), Outras Bossas (2003, Alemanha), Revista Bixiga Oficina do Samba (2005, São Paulo), Hortensia du Samba (França, 2011), Samba do Revista (2011, São Paulo), Ossé, Vitor da Trindade (2015, São Paulo). Trindade orgulha-se em ressaltar que sua pesquisa é o “primeiro projeto de música negra na ECA”. Ele também é autor do livro Oganilu, O Caminho do Alabê, publicado em 2019 de forma independente. 

Mais informações: e-mail vitordatrindade@lwmail.com.br
Nenhum comentário

ÉRICA FORMIGA E SAMUEL PEREIRA VALORIZAM A FORÇA DO RÁDIO ATRAVÉS DO PROGRAMA MINUTO MAIS SAÚDE

O  rádio passa por uma profunda transformação diante do avanço do áudio digital. Apesar das mudanças sofridas, ele preserva um conjunto de características que o torna capaz de absorver e explorar uma série de inovações.

Para Washington Olivetto, publicitário tanto o rádio quanto o podcast - que se popularizou nos últimos anos - possuem capacidade singular de lidar com a instantaneidade e a imaginação do público se comparado aos demais meios de comunicação:

"O rádio continua vanguarda por ter duas características imbatíveis: a instantaneidade e a capacidade de mexer com a imaginação das pessoas. Esse tipo de imaginação o rádio sempre vai ter e o podcast também. E isso bem produzido tem tudo para ser cada vez mais sucesso, seja para os anunciantes que apostaram nisso, seja para as agências que precisam de prestígio para trabalho criativo".

Exemplo dessa afirmação é o Programa de Rádio Minuto Mais Saúde, que em 2022, continua sendo apresentado na Rádio Literária Carrapato, localizado no Crato Ceará.  O Programa Minuto+Saúde é transmitido todos os sábados, às 15hs com apresentação e produção de Samuel Nascimento e Erika Formiga Sousa.

Erika é graduada em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade Estadual da Paraíba, especializada em Saúde Pública, Saúde da Família, Enfermagem do Trabalho, Educação em Enfermagem e Vigilância em Saúde. Samuel Nascimento é coordenador da Rádio Literária Carrapato e atual presidente da Associação Comunitária  do Sítio Belo Horizonte (Sítio Carrapato).

O programa Minuto+Saúde tem conteúdo e foco na saúde coletiva. A programação envolve uma rede de colaboradores e parceiros como a Rede Humanizasus, Fiocruz Brasília, Movimento SUS NAS RUAS.

"O programa é dividido em três blocos. Foi criado para aproximar a equipe de saúde através do repasse de informações sobre saúde, arte e cultura. O programa traz um conceito de saúde ampliado. E nesse diálogo ouvimos os saberes científicos e populares, valorizando a cultura estabelecendo redes colaborativas na troca de conhecimentos e também como um ato político transformador, unindo vários lugares, conectando pessoas, fortalecendo o Sistema Único de Saúde-SUS em defesa da vida.", explica Erika.

O programa é um forte aliado e instrumento de divulgação e produção de temas relacionados ao Sistema Único de Saúde. O Programa tem parceria também com a Rádio Universitária Paulo Freire. A Rádio Paulo Freire (AM 820 KHz), Recife Pernambuco é uma emissora que atua como rádio-escola e extensão universitária, balizada pelas ideias do seu fundador Paulo Freire, Patrono da Educação brasileira, pautada no valor da cidadania.

A Rádio Literária Carrapato é um Ponto de Cultura e tem como objetivo promover conteúdos que priorizam a valorização do ser humano e desenvolvimento social, evitando ao máximo músicas com apologias chulas, drogas, preconceito ou violência em geral. A Rádio Literária Carrapato é um patrimônio que dá voz e vez a toda a comunidade e ouvintes. 

HISTÓRIA: O Jornal Brasil de Fato destacou que o Sítio Belo Horizonte (Carrapato), localizado no município de Crato, Ceará funciona desde fevereiro de 2019, a Rádio Literária Carrapato, iniciativa realizada a partir de um ponto de cultura instalado na comunidade. O Carrapato é conhecido por ser base cultural da região, mantendo um grupo de tradição cultural como o Maracatu Nação Uinu-Erê. 

A rádio funciona 24 horas via web rádio funcionando também com transmissão local por caixas de som distribuídas pela comunidade, contando com programação própria e retransmissões. 

“A programa da Rádio Literária Carrapato é bem diversificada. Temos música, promoções, ligações da comunidade que interage pedindo música, incentivo à leitura e programas especiais que fazemos dentro da rádio”, relata Samuel Nascimento. A locução é feita de forma voluntária por moradores da comunidade, que doam um pouco do seu tempo para fazer parte da construção coletiva da rádio. 

“A gente busca incentivar, dentro da rádio, valorizar o empreendedorismo da comunidade, fazendo a divulgação das produções que são feitas por aqui e acolhendo sempre as demandas que chegam até nós”, diz Samuel.

Para Aline Oliveira, ligada ao Setor de comunicação de Movimentos Sociais, a comunicação popular se preocupa em passar a mensagem de forma clara para a população, e que, em tempos de pandemia, é importante que o ouvinte consiga entender toda a informação divulgada. 

"No período em que estamos vivendo, a gente não pode ficar sem acesso à informação, então temos feito uma força tarefa de garantir que a comunicação chegue para todos, uma comunicação em que todos possam participar, dialogar, tirar dúvidas". Ainda de acordo com Oliveira, o fato das rádios serem construídas pelos próprios moradores ajuda no envolvimento das comunidades.

Confira programação http://radioliterariacarrapato.xyz

Nenhum comentário

FESTA DO UMBU REÚNE MÚSICA, POESIA, CINEMA EM PARNAMIRIM, PERNAMBUCO ENTRE OS DIAS 16 E 17 DE ABRIL

Parnamirim, no Sertão Central, a 570 quilômetros de Recife - PE, vai celebrar a Semana Santa deste ano louvando a árvore sagrada do Sertão, o Umbuzeiro. Com uma programação que reúne música, poesia, cinema, artesanato e folclore, a 7ª edição da Festa do Umbu, acontece gratuitamente, de forma voluntária e colaborativa, neste sábado (16) e domingo (17), na fazenda Floresta, a 60 quilômetros da sede do município.

O movimento no Espaço Cultural Umbu Bom, começa no sábado a partir das 19h, com a exibição do filme 'Na Quadrada das Água Perdidas', dos diretores Wagner Miranda e Marcos Carvalho, com a participação do ator Matheus Nachtergaele.Em seguida, o público vai conferir uma sequência de rítmos - rock, pop, MPB, xote e muito forró, com os shows musicais de Ivan Junior, Neudo Oliveira, As Severinas e Jorge do Acordeon.

No domingo, a programação começa mais cedo, às 10h, com uma das mais belas manifestações do folclore nordestino, o reisado. Depois da apresentação dos Reis de Congo da ilha de São Félix, em Orocó - PE,  a pedida é dar uma volta na  feirinha de artesanato, dançar um pouco com a Cia de dança Na Pisada do Sertão, de Terra Nova - PE e voltear com o Maracatu Baque Virado de Salgueiro - PE. E completando o movimento deste domingo de Páscoa cultural, tem ainda a exibição do filme Semi Úmido, dirigido por Luisa Melo e Vinícius Forain, a sonoridade  da artista parnamirinense Sol Ferreira,  a poesia e a musicalidade dos shows  de Maciel Melo e Flávio Leandro.

A festa do Umbu é uma iniciativa do fotógrafo Lídio Parente, que depois de 20 anos vivendo no Rio de Janeiro, retornou para sua cidade natal na busca de uma vida baseada na agroecologia, na agricultura familiar sustentável e na convivência com o semiárido. 

"Nosso propósito é reforçar a importância da preservação do Umbuzeiro e suas potencialidades enquanto geração de vida e renda, além do resgate e valorização das manifestações populares e tradicionais dos povos da Caatinga", ressaltou. 

O idealizador do evento enfatizou ainda que as atrações da Festa do Umbu são todas voluntárias e participam em respeito à causa. Esta sétima edição está contando com o apoio da Prefeitura de Parnamirim, @ribeiradafloresta, Grupo M.Granja, Secretaria de Turismo de Orocó e Clas Comunicação e Marketing.

Nenhum comentário

JONNEZ BEZERRA: NA TERRA DE LUIZ GONZAGA A TRAJETÓRIA DO MENINO APRENDIZ DE MÚSICA AO MULTI-INSTRUMENTISTA

"Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia". Travessia... A última frase do livro do escritor João Guimarães Rosa é seguida com o símbolo do infinito, onde o começo e o fim se entrelaçam…"O sertão é do tamanho do mundo."

A música é uma das ferramentas de transformação social. Na prosa de Guimarães Rosa existe música. Na terra do Rei do Baião, Jonnez Bezerra é cantor e músico nascido em Exu, Pernambuco. O nome é uma homenagem do pai José e mãe Inês: Jonnez. Jonnez é literatura e música. É ritmo e harmonia.

Autodidata, Jonnez é um dos frutos da primeira turma do Projeto Asa Branca, criado em 2 de março de 2000, pelo então promotor de Justiça, Francisco Dirceu Barros. “O doutor Francisco era um apaixonado pela cultura gonzagueana, e foi dele a ideia da Fundação Gonzagão. O objetivo até hoje é prestar atendimento a crianças e adolescentes, especialmente as carentes, utilizando a arte e a poesia de Luiz Gonzaga para sua promoção social".

No Documentário Milagre de Santa Luzia, durante a fala do cantor e compositor Joquinha Gonzaga, aparece o então menino Cosmo e Jonnez. Hoje dois profissionais da música.

Milagre de Santa Luzia é uma viagem pelo Brasil que toca sanfona conduzida por Dominguinhos, hoje encantado. Entre encontros acompanhados de muita música e reunindo depoimentos dos mais representativos sanfoneiros brasileiros, o filme faz um mapeamento cultural das diferentes regiões do país onde a sanfona se estabeleceu. A película guarda preciosos registros de importantes personalidades da música popular brasileira, como o poeta Patativa do Assaré, Sivuca e Mário Zan, falecidos pouco tempo depois de sua participação no filme. 

Neste período de pandemia e isolamento social, o músico Jonnez se Reinventou. Este ano 2022 durante as celebrações dos 110  anos de nascimento de Luiz Gonzaga, o multiinstrumentista é um dos mais otimistas.

Estudante do curso de Direito, na Urca, Crato, Ceará,  Jonnez Bezerra revela a paixão e diversidade musical. Ele destaca o potencial turístico e cultural de Exu, Pernambuco. 

O BLOG NEY VITAL visitou, no Sítio Mangueira, o Projeto Soltando Vidas-Conservação de Animais Silvestres-SOS Sertão.

Entre o silêncio da natureza e o canto de galos de campinas, asa branca, acauã e canários, os empresários Raimundo Ondes, Eduardo Ferreira e Francisco, conhecido como "Chio das Mangueiras", mantém, entre os Sítios Genipapo e Mangueira um dos espaços mais exuberantes da ecologia brasileira, em especial da Chapada do Araripe, território exaltado e cantado por Luiz Gonzaga.

Jonnez, virtualíssimo, é cantor, toca sanfona, flauta, violino e teclado entre outros instrumentos. "Nasci e já fui ouvindo música. Meu pai e avô tocavam e é certo que isto influenciou e mais a inspiração das músicas de Luiz Gonzaga", conta Jonnez.

Jonnez trabalha na formação de crianças e jovens no aprendizado musical através do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). Ele é professor no SCFV, onde todo o trabalho é desenvolvido buscando ampliar trocas culturais e de vivências, desenvolvendo o sentimento de pertencimento e de identidade cultural, fortalecendo vínculos familiares e incentivando a socialização e a convivência comunitária de crianças e adolescentes em risco de vulnerabilidade social.

Atualmente cerca de 80 crianças e adolescentes da cidade de Exu são assistidas pela prestação de serviço e entre eles o aprendizado de teoria e pratica musical. “A música é muito importante. Ela é uma forma da gente estimular a garotada e auxiliar na busca de um futuro melhor. A educação é libertadora e pode contribuir com a garantia de um futuro mais digno. Luiz Gonzaga é a prova deste ambiente de possibilidades culturais”, declarou Jonnez.

Um comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial