RÁDIO MEC CELEBRA O DIA DA LITERATURA BRASILEIRA COM PROGRAMAÇÃO ESPECIAL

Nesta sexta-feira (01), a Rádio MEC (FM 99,3 MHz RJ e AM 800 kHz RJ e BSB) apresenta uma programação especial pelo Dia da Literatura Brasileira, com interprogramas a cada começo de hora, com diversos escritores do país, que já passaram pelos estúdios da emissora ao longo dos anos. A data marca o aniversário do escritor José de Alencar, nascido no Ceará em 1829.

A literatura, em suas mais diversas formas, sempre esteve presente na programação da Rádio MEC. Nesta sexta, a emissora apresenta, ao longo de toda programação, registros de nosso acervo com e sobre alguns expoentes das letras no Brasil. Ouça Jorge Amado, recitando trechos de "Gabriela, cravo e canela";  Érico Veríssimo, Caio Fernando Abreu e Raquel de Queiroz falando sobre o ato de escrever. E trechos de poemas, crônicas e romances de Fernando Sabino, Cecília Meireles, Clarice Lispector e Vinícius de Moraes, apresentados nas mais diferentes séries e programas. 

Lista de destaques: 
Jorge Amado - (voz do autor), gravação feita em 1961 por ocasião da posse do escritor na Academia Brasileira de Letras. Ele lê um trecho de seu Romance "Gabriela Cravo e Canela". 

Érico Veríssimo (voz do autor), entrevistado na década de 1960 por Paulo Autran para a Rádio MEC. Na ocasião ele estava terminando seu romance "O senhor embaixador." 

Fernando Sabino - confira na voz de um ator do casting da Rádio MEC um trecho do romance "O encontro marcado", uma das mais reconhecidas obras de Sabino

Caio Fernando Abreu (voz do autor) - o autor foi entrevistado na série Contistas brasileiros, produzida por Maurício Salles Vasconcelos, em 1981.

Cecília Meireles - trecho da crônica "O que se diz o que se entende" - escrito para o programa de crônicas Quadrante

Geraldo Carneiro (voz do autor) lê seu poema "O elogio das Índias Ocidentais", para a série Belas Palavras

Ferreira Gular -  Paulo César Pereio lê o poema "Traduzir-se", de Ferreira Gular. 

Raquel de Queiróz (voz da autora) - um trecho da cerimônia de posse da autora na ABL e um trecho dramatizado de seu romance "O Quinze"

Clarice Lispector -  "Uma Galinha", conto lido pelo ator Hélio Ary em um programa da série Visão da Literatura.

Vinícius de Moraes - leitura de "São demais os perigos desta vida" e trechos de músicas com poemas de Vinícius veiculados no programa Ecos de uma era, de Pedro Paulo Colin Gil. 
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SEM INTERNET E COM RENDA COMPROMETIDA, MORADORES DE BAIRROS PERIFÉRICOS DE JUAZEIRO E PETROLINA ENFRENTAM DIFICULDADES NO ISOLAMENTO SOCIAL

Nos bairros mais periféricos de Juazeiro e Petrolina, combater o coronavírus é um desafio. Da dificuldade de comunicação à falta de itens essenciais, como alimentos e água nas torneiras moradores enfrentam obstáculos diários e contam com a solidariedade para enfrentar o isolamento social.

A dona de casa Angélica Santos é avó e diz que está em isolamento social mas é muito difícil cumprir as regras "direitinho". Ela mora no bairro Tabuleiro. "Os meus netos ficam vendo apenas televisão o tempo todo. Não temos internet. Internet é muito cara. Custo de vida muito dificil".

Quem mora no bairro e não tem internet reclama que fica isolado do resto da cidade. O motivo é, justamente, a falta de comunicação. "São poucos os moradores que tem assinatura de rede de internet paga, a maioria tem no mínimo conta móvel de vinte reais mês, que acaba logo, às vezes, fica sem o serviço logo na primeira semana do mês".

Uma dos jovens conta que a oportunidade de trabalhar em home office foi perdida "Não posso pagar uma operadora. É muito complicada a situação aqui”, diz Luzia.

De acordo com Luzia é nesta hora que se percebe o quanto os serviços públicos estão longe das comunidades periféricas, afastadas do centro da cidade. "Imagino que o certo era o bairro ter sinal de uma rede de internet acessível e assim possibilitar comunicação e chance de trabalhar nesse período de pandemia. Trabalha em casa e tem entretenimento via internet aqueles que têm dinheiro e condições de pagar”, conclui Luzia.

O coordenador geral da Comissão do Conselho Popular de Petrolina, Rosalvo Antonio, ressalta que em termos de comunicação a internet passou a ser tão importante no dia a dia da comunidade o quanto ar e água é fundamental para a vida.

"O grande problema é que os moradores, as pessoas que trabalhavam e que agora estão em casa por causa da quarentena, tem enorme  carência, inclusive de  feijão, arroz para o sustento familiar. Mas difícil ainda é ter condições para pagar a internet. o que deveria ser direito assegurado pelo poder público, pelo menos para as comunidades mais carentes", afirma Rosalvo.

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CANTOR E COMPOSITOR JURANDY DA FEIRA CANTA E CONTA HISTÓRIAS NO DIA 05 DE MAIO DURANTE LIVE

"Vai ser um prazer imenso cantar e contar um pouco da minha trajetória como compositor. Vai ser muito bom interagir com vocês nesse momento que todos precisam de todos e muito mais"! Em contato com a reportagem do BLOG NEY VITAL, o cantor e compositor Jurandy da Feira, confirmou para o dia 5 de maio, terça-feira,  às 17hs, Live, a transmissão ao vivo de áudio e vídeo.

Jurandy da Feira é um dos nomes mais valiosos da música brasileira, devido a versatilidade que vai do forró ao samba e a importante contribuição para o repertório gravado, exemplo, Luiz Gonzaga.

Morador do Rio de Janeiro há mais de 40 anos, Jurandy mantém a sua essência e nunca deixa de estar bem perto do Nordeste, ao tomar em consideração suas escolhas estéticas e de repertório. Jurandy é o compositor entre outros sucessos das músicas Frutos da Terra, Nos Cafundó de Bodocó, Canto do Povo e Terra Vida Esperança. Para Jurandy da Feira, a resistência é seu alimento e é o que faz sentido para seguir no meio musical, pois somente o talento não basta. 

A história conta que Luiz Gonzaga costumava acolher em casa compositores, em quem descobrisse afinidades, e acreditasse, obviamente, no talento. Depois de avisar que seriam gravados por ele, vinha o convite para ir ao Rio de Janeiro. Jurandy teve o privilégio de ser um amigo de Luiz Gonzaga.

Jurandy Ferreira Gomes é conhecido como Jurandy da Feira, o “da Feira” foi praticamente imposto por Luiz Gonzaga. Quando começou a aparecer como artista em sua cidade natal, Tucano, no sertão da Bahia, ele era chamado de Jurandy da Viola, por causa do violão, seu instrumento desde a adolescência.

“Quando Luiz Gonzaga gravou a primeira música minha, quando fui olhar no selo do disco. Estava lá Jurandy da Feira. Fui conversar com ele. Disse que aquilo não ia pegar bem na minha cidade, porque iam pensar que eu queria ser de Feira de Santana. Ele disse que não era de Feira de Santana, mas da feira, a feira do povo, do cantador. Acabei concordando, mas até hoje eu tenho que me explicar ao povo de lá”, conta Jurandy.

Jurandy revela que Luiz Gonzaga em vida, sorria e se divertia com esta história e explicava: "Eu botei assim, para lembrar o lado de cantador, de poeta de cordel em feiras livres do Interior". 

Em depoimento o rei do Baião apontava que o "talento de Jurandy é de uma riqueza muito grande, igual ao dia de feira nos sertões brasileiros."

Para o ano de 2020, Jurandy da Feira, está repleto de poesia, mesmo respeitando todas as regras de distanciamento social, motivado pela pandemia, então a forma encontrada é cantar nas plataformas digitais.

O compositor tinha 24 anos quando conheceu o Rei do Baião. Foi levado a ele por José Malta, um jornalista, e produtor dos shows de Gonzagão. 

“Fomos para Exu, para a casa de Luiz Gonzaga. Passei uma semana lá. Mas era aquela coisa. Ninguém chegava a Gonzaga. Ele é que chegava às pessoas. Era fechado, meio cismado. Foi ele que se chegou pra mim, e perguntou sobre o violão que eu havia levado comigo. Se eu tinha um violão, por que não tocava? Quis saber se eu fazia músicas. Pediu para cantar para ele. Depois me disse que queria uma música que falasse de Bodocó”. 

Passou algum tempo e Jurandy mostrou a música Nos cafundó de Bodocó, conta o compositor. O cafundó, foi porque eu achei que a cidade ficava longe de tudo. Naquela época ainda estavam asfaltando as estradas, e fui da Bahia até lá de Karmann-Ghia (carro esportivo, de dois lugares, saído de linha em 1971), a maior poeira, foi um sofrimento a viagem até o sertão pernambucano”.

Luiz Gonzaga gostou da composição e gravou Nos cafundó de Bodocó. Veio o inevitável convite para ir ao Rio de Janeiro. A música foi aprovada pelos produtores de Gonzagão na época, coincidentemente dois pernambucanos, Rildo Hora e Luiz Bandeira. 

Nos cafundó de Bodocó entrou num dos melhores álbuns de Luiz Gonzaga nos anos 70, Capim novo (1976). Lula gravaria mais outras três composições de Jurandy, que sacramentariam uma amizade que durou até o final da vida de Lua.

O baiano Jurandy da Feira, portanto, testemunhou os bons e maus momentos de Luiz Gonzaga em suas duas últimas décadas de vida: “Ele passou uma época em baixa. Várias vezes assisti a apresentações suas numa churrascaria chamada Minuano, na estrada Rio/São Paulo. Era aquele barulho de churrascaria. Mas quando ele dava o boa noite., pra começar a cantar, menino ficava quieto. Os adultos se calavam. Ficava silêncio enquanto ele cantava”.

Foi Luiz Gonzaga que levou Jurandy para gravadora, e ajudou a suas músicas serem gravadas por nomes como Trio Nordestino, Terezinha de Jesus. Atualmente Jurandy da Feira é um dos artistas mais admirados no meio da cultura brasileira e gonzagueana.

“Ele, Luiz Gonzaga, chegou a me prestigiar num show num colégio de padres em Tucano, minha terra natal. Passou a me apelidar de “minha paz”, porque quando chegava sempre desejava a ele: “Uma paz, seu Luiz”, relembra emocionado Jurandy.

Jurandy traz a poesia do ritmo da cultura brasileira na alma. É fartura de dia de Feira. Luiz Gonzaga sabia reconhecer um fiel discípulo.

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GOVERNADOR DA BAHIA DIZ NÃO TER COMO ASSEGURAR QUE NÃO HAVERÁ ATRASO DE SALÁRIO PARA SERVIDORES

O governador Rui Costa afirma que não há como garantir que os salários do funcionalismo público será pago em dia nos próximos meses. A declaração do chefe do Executivo se dá diante do cenário de incertezas em meio à pandemia do coronavírus.

"Hoje, não tem previsão de atrasar salário. Mas não tenho como saber o impacto que isso terá mas adiante. Não posso dar garantia em função da imprevisibilidade dos próximos meses", explicou o governador durante entrevista à rádio Sociedade, Salvador Bahia.

O governador chamou a atenção para o caso de Minas Gerais, onde há a previsão de atraso no pagamento dos salários dos funcionários públicos.

Na última semana, Rui Costa já havia alertado para o caso do funcionalismo público baiano. "Por causa da pandemia, a situação financeira do mundo se complicou. Por isso, oriento aos servidores públicos não contraiam dívidas a longo prazo”, disse.
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DOCUMENTÁRIO CONTA HISTÓRIA DE ZÉ LAURENTINO PARA MANTER VIVA A MEMÓRIA DO POETA

Um documentário produzido durante quatro anos foi lançado em 2020 com o objetivo de disseminar a poesia do paraibano José Laurentino da Silva e manter viva a história e a arte do poeta.  “Zé Laurentino – O Poeta do Povo” está disponível na internet e também vai ser exibido em vários festivais de cinema pelo país.

“Nós disponibilizamos o documentário de forma gratuita na internet para que as pessoas tenham acesso a um conteúdo de qualidade neste tempo de distanciamento social e possam desfrutar da história de Laurentino em suas casas”, disse o jornalista e poeta Rafael Melo. 

O DOC de mais de 20 minutos traz imagens inéditas do poeta poucos meses antes de sua partida. Nas imagens, Zé Laurentino aparece em dois momentos importantes da reta final da vida: o período em que esteve cego e a fase em que voltou a enxergar. Entre recitações e narrativas da própria história, e algumas doses de cachaça brejeira, o artista se emociona e toca o público que o acompanhou por anos.

“São imagens nunca antes exibidas que tivemos o prazer de coletar e de tratar com muito carinho e cuidado durante todo este tempo para trazer ao público de uma forma singela, serena, bonita, assim como tudo o que fazia Zé Laurentino”, disse um dos idealizadores do projeto, Sandro Branco, ativista cultural do estado do Paraná, que se encantou com o poeta no contato que teve com o paraibano em 2015.

As imagens foram captadas durante a realização do projeto “Encontro de Raízes”, nascido da parceria de artistas de Campina Grande, na Paraíba, com ativistas e artistas da associação Caracol, do estado do Paraná. “Os paranaenses perceberam o valor da poesia de Zezinho e voltaram num segundo momento do projeto e aproveitaram para gravar e extrair o máximo dele. Pouco tempo depois nasceu a ideia do documentário”, disse Rafael.

O filme que conta um pouco da história de Zé Laurentino escutou pessoas importantes na vida dele e que também tiveram influência do “poetinha”, como carinhosamente era conhecido. Braulio Tavares, Astier Basílio, Afrânio de Brito, José Laurentino Neto, Aziel Lima, Robson Borracha, Tiago Monteiro, Gabriel Diniz e Rafael Melo são alguns dos entrevistados.

José Laurentino da Silva tem centenas de poemas populares que o elevam à categoria dos grandes poetas da poesia, cabocla do Brasil. Dentre os principais poemas estão “O mal se paga com o bem”; “Existe felicidade”; “Carona de passageiro”; “Eu, a cama e Nobelina”; “Matuto no futebol”. Zé publicou vários livros e cordéis: “Sertão. Humor e poesia”; “Meus versos feitos na roça”; “Carta de matuto”; “Poesia do Sertão”; “Dois poetas, dois cantares”; “Poemas, prosas e glosas”.

José Laurentino  nasceu em 11 de abril de 1943 no sítio Antas, na cidade de Puxinanã, anteriormente poetizada em um poema famoso de Zé da Luz. Zé Laurentino cresceu em uma casa onde sempre eram realizadas cantorias de repentistas violeiros. Na fase adulta foi político (vereador) e ficou bastante conhecido pela poesia nos programas de rádio que apresentava. Zé Laurentino atuou durante muito tempo na Rádio Borborema, Rádio Cidade de Esperança, e apresentou o programa Sala de Reboco na TV Borborema ao lado do poeta Amazan. Ele também foi destaque no programa Som Brasil da Rede Globo.

Nos últimos anos de vida, depois de fazer sucesso inclusive fora do país, Laurentino ficou cego e também passou por uma fase de problemas com a bebida alcoólica. O poeta morreu em 2016 com 73 anos de idade vítima de um câncer de fígado.


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EXPORTAÇÕES DE FRUTAS BRASILEIRAS PELO MODAL AÉREO ESTÃO PRATICAMENTE PARADAS

As exportações de frutas brasileiras pelo modal aéreo estão praticamente paradas. O volume exportado por via aérea não é suficiente para lotar um avião cargueiro, e ia principalmente nos porões dos aviões de passageiros, que estão em terra para cumprir a quarentena no mundo todo. Do total exportado, cerca de 10% das frutas viajavam pelo ar, principalmente mamões, figos e goiabas, e em menor volume, uvas e mangas.
Foi o que informou o gerente técnico e de projetos da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Jorge de Souza, sobre as exportações durante a pandemia.
Segundo Souza, a demanda continua existindo e o fluxo dos embarques por via marítima está próximo da normalidade. Frutas como limões, uvas e mangas e melões seguem viagem de navio, apenas com um tempo de trânsito um pouco maior.
“Na média, a demanda permaneceu inalterada de maneira geral para todos os destinos. O que aconteceu foi que o trânsito, a logística, ficou um pouco prejudicada, pelas dificuldades das linhas marítimas. O tempo normal que era de cerca de 28 dias para o Oriente Médio agora está entre 35 e 38 dias, o que preocupa um pouco em termos de qualidade”, disse.
Souza afirmou que alguns locais como Dubai, por exemplo, são pontos de distribuição por via terrestre para países vizinhos. “Mandamos a fruta para Dubai de navio e o trânsito terrestre para outros países ficou mais demorado também porque tem toda a questão de higienização e cuidado com os funcionários, mas como um resultado geral, comparando com outros setores da economia, eu diria que a fruticultura foi muito pouco afetada”, avaliou.
No primeiro trimestre, o Brasil exportou mais de 234 mil toneladas de frutas, queda de 2% se comparado ao volume do mesmo período do ano anterior. Apesar da redução, algumas frutas apresentaram crescimento significativo, como abacates (126%), maçãs (56%) e limões (46%).
Em receita, as exportações totais somaram US$ 183 milhões, valor 8% menor em comparação aos três primeiros meses de 2019. Entre as principais frutas exportadas, houve queda no embarque de laranjas (58%), uvas (44%), mangas (23%) e melões (8%). Os dados são da Abrafrutas.
“Houve uma redução de volume e valor, caiu um pouco, mas foi por questões mercadológicas, de concorrentes, de condições climáticas – quando fica mais frio, diminui um pouco o consumo. No segundo trimestre conseguiremos avaliar melhor o impacto, mas a demanda continua, as pessoas querem continuar comendo frutas, como tem o aspecto da saúde, das vitaminas, muito importantes nesse momento”, declarou.
Souza afirmou que o novo coronavírus não está sendo uma questão seríssima no setor fruticultor, mas que há uma grande preocupação quanto à saúde do trabalhador rural.
“A exportação depende daquela fruta ser colhida, se tivermos uma questão [de contágio] muito grave no campo, aí podemos ter problema para o mundo todo e para os árabes também. Nas fazendas estamos tomando muito cuidado, no transporte com ônibus higienizados e desinfectados, com lotação de 50%, no campo estamos mantendo o distanciamento e procedimentos de higiene. Estamos tomando os cuidados necessários para isso não acontecer”, disse. (Fonte: Agência de notícias Brasil-Árabe)
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PROFISSIONAIS AUMENTAM JORNADA COM TRABALHO EM CASA USANDO PLATAFORMAS DIGITAIS

O advogado e coordenador-executivo do Procon de Juazeiro, Bahia, Ricardo Penalva recebe mensagens, telefonemas sobre solicitações, consultas, orientações, denúncias de consumidores, ligações de colegas à quase meia noite, hora de almoço e nos domingos. Desde que o distanciamento social foi decretado o trabalho dobrou. "É intenso o trabalho. Não tem dia nem hora", revela Penalva.

Uma web designer cujo quarto serve de escritório precisa acionar um alarme para se lembrar de almoçar durante a jornada de trabalho sem parar. Em outra empresa, uma funcionária com quatro filhos fica logada 13 horas por dia enquanto tenta conciliar a tarefa de cuidar deles e o trabalho.

Após mais de 30 dias experimento de trabalho em casa sem um fim à vista, quaisquer que fossem as fronteiras que restavam entre trabalho e vida pessoal desapareceram quase inteiramente. A cultura de trabalhar a qualquer hora em Juazeiro e Petrolina alcançou novos patamares. A jornada de trabalho das 8h às 12h e de 14h às 18h, ou qualquer coisa parecida, parece relíquia de outra era.

Formalidades como se desculpar por ligar ou enviar e-mails em horários inadequados são coisas do passado. Profissionais de todas as classes e níveis já sentem que têm menos tempo livre, por exemplo, do que quando "perdiam" horas no transporte para ir ao trabalho.

Profissionais se abrigaram em casa no que se pensava ser um hiato temporário. Muitos mapearam planos para preencher o tempo que gastavam no deslocamento para ter novos hobbies, como aprender um idioma, fazer cursos à distância. Parecia o começo de uma revolução do teletrabalho.

A professora, engenheira agrônoma, Candida Beatriz, mestre e doutora em Ciências Agrárias, afirma que já tinha afinidade com a tecnologia, mas não imaginava que a plataforma digital e todas as novas formas tecnológicas agora é lugar oficial de trabalho. "É estranho, sinto falta da interação direta. Mas tenho dito, que esses desafios nos fazem crescer profissionalmente e isto é muito importante, agora e para o futuro. O processo de aprendizagem é constante e temos compromisso com a qualidade do ensino", diz Candida.

O professor e jornalista Josenaldo Rodrigues, montou "o escritório de trabalho em casa". É na garagem agora que ele produz o programa de rádio,  faz contatos, assessora, participa de videoconferências.

 Pesquisas revelam, pessoas que trabalham em casa se conectam três horas, em alguns casos muito mais que 5 horas a mais por dia do que antes dos confinamentos na cidade e no estado, de acordo com dados, que rastreiam quando os usuários se conectam e desconectam do trabalho. Funcionários também voltam a se logar tarde da noite. Provedores observam picos de uso da meia-noite às 3h da madrugada que não estavam presentes antes do surto de COVID-19.
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"NÃO VAMOS PERMITIR RETORNO AS AULAS. CONTINUARÃO SUSPENSAS NA REDE ESTADUAL E MUNICIPAL", DIZ GOVERNADOR

O governador Rui Costa anunciou que nenhuma cidade da Bahia vai ter festas juninas neste ano, como medida de combate à disseminação do novo coronavírus. A informação foi divulgada na noite desta sexta-feira (28), durante o programa #PapoCorreria, transmitido nas redes sociais do governador.

"As pessoas vão levar o vírus. Não há perspectiva que, em junho, vamos ter grandes aglomerações. Espero que a gente chegue lá sob controle. Mas, mesmo que esteja sob controle, não podemos correr risco de perder o controle", concluiu o governador.

O governador também prorrogou a suspensão das atividades em todas as escolas do estado - incluindo as da rede particular - por mais 15 dias.

"Vamos adiar por mais 15 dias e, depois desse prazo, avaliar situação. Por que esse período? Porque é o período de nós recebermos os respiradores. Não podemos correr o risco de iniciar as aulas nessa situação. Vamos adiar início das aulas por mais 15 dias. Lá para o dia 18 de maio vamos avaliar. Vamos ter que reprogramar (o ano letivo). As férias de meio de ano não vai haver mais", contou.

"Vamos entrar por dezembro e janeiro para cumprir ano letivo de 2020. Aulas por internet só para manter alunos em atividade. Não temos condição de padronizar. A maioria dos alunos da Bahia são simples, muitos não têm internet em casa. Uma parcela grande da população, os estudantes moram na zona rural. Não há como pensar em substituir as aulas da internet pela aula presencial. Não queremos deixar milhares de alunos para trás. Tem cidade da Bahia em que 50% dos alunos vêm da zona rural. Isso faz com que as famílias não tenham internet. Não há como falar de substituir aula presencial por aula pela internet".

Questionado a respeito da possibilidade de retorno das aulas nas escolas particulares, Rui Costa foi categórico:

"Não vamos permitir, por enquanto, retorno as aulas. Nem estadual, nem municipal, nem particular. Não há o que se falar nesse momento de voltar as aulas", concluiu.
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DNIT CONFIRMA OFICIALMENTE A INSTALAÇÃO DE REDUTOR ELETRÔNICO DE VELOCIDADE NA PONTE PRESIDENTE DUTRA

O Núcleo de Comunicação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) confirmou oficialmente a reportagem do BLOG NEY VITAL que vai retomar a instalação de redutores eletrônicos de velocidade nas rodovias federais. Um dos pontos fiscalizados será a Ponte Presidente Dutra, divisa entre Pernambuco e Bahia, no limite Juazeiro e Petrolina.

"Estão sendo instalados redutores eletrônicos de velocidade em diversos pontos nas rodovias federais em Pernambuco, medida tomada em cumprimento de decisão judicial, entre eles a Ponte Presidente Dutra, que liga Juazeiro à Petrolina, pertencente à BR-407, onde está programado um equipamento com limite de velocidade de 50 km/h", afirmou em nota o Dnit.

O Dnit fará a instalação dos redutores eletrônicos de velocidade em diversas áreas consideradas críticas. A data da instalação na foi informada. (Fonte: Dnit)

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DIA NACIONAL DA CAATINGA É COMEMORADO NESTA TERÇA 28 DE ABRIL

O Dia Nacional da Caatinga é celebrado anualmente em 28 de abril no Brasil. Esta data foi criada com o intuito de não apenas homenagear este bioma único, 100% brasileiro mas também conscientizar as pessoas sobre a importância da sua conservação para o equilíbrio ambiental.

A caatinga engloba os seguintes estados brasileiros: Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e parte de Minas Gerais. Esta data foi oficializa através do Decreto Federal de 20 de agosto de 2003, que determina que anualmente, em 28 de abril, seja comemorado o Dia da Caatinga no país.

O dia 28 de abril foi escolhido em homenagem ao professor João Vasconcelos Sobrilho (1908 – 1989), um dos pioneiros nos estudos ambientais no Brasil.

Nos últimos anos, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) ampliou o número de unidades de conservação federais neste bioma e comemora a repatriação de 52 exemplares de ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), que retornaram ao seu lar, a caatinga baiana, em março deste ano. Essa ave estava extinta na natureza e é endêmica da região.

Com a participação do juazeirense e ex-Ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte,com o objetivo de ampliar a conservação da biodiversidade da Caatinga, o ICMBio criou três unidades de conservação federais: a Área de Proteção Ambiental (APA) Boqueirão da Onça, o Parque Nacional Boqueirão da Onça e o Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha-Azul, todas na Bahia. 

A criação da APA e do Parque Boqueirão da Onça, que juntas têm quase 9.000 km², foi fundamental na proteção das onças-pintadas. No Brasil, a onça-pintada vive em diversos biomas, mas é na Mata Atlântica e na Caatinga que a espécie está mais ameaçada, sendo considerada criticamente em perigo de extinção.

Extintas da natureza, 52 exemplares de ararinha-azul retornaram ao seu lar em março deste ano: a caatinga baiana. As aves vieram da Alemanha, por meio da organização não-governamental alemã Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP) que, em parceria com o Governo Federal, trouxe as aves para o Brasil. Elas estão no Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha-Azul, unidade de conservação federal criada em 2018 especialmente para recebê-las, antes de serem soltas na natureza.

O ICMBio tem outra unidade que protege o bioma, como a Estação Ecológica (Esec) Raso da Catarina (BA), que abriga uma área significativamente conservada do bioma Caatinga. E é nesta região do Raso da Catarina e no Boqueirão da Onça que vive outra espécie endêmica da caatinga: a arara-azul-de-lear. A espécie é categorizada como Em Perigo de extinção e está contemplada no Plano de Ação Nacional para Conservação das Aves da Caatinga, coordenado pelo Cemave. Um censo, realizado em 2018 pelo Cemave e instituições parceiras, apontou que nesta região vivem 1.700 arara-azul-lear.

São registradas para o bioma, até o momento, 3.200 espécies de plantas, 371 de peixes, 224 de répteis, 98 de anfíbios, 183 de mamíferos e 548 de aves. A Caatinga é o lar da ave com maior risco de extinção no Brasil, a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), e de outra espécie ameaçada, a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari). 

Outras aves endêmicas identificadas pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), do ICMBio, na Paraíba, são o soldadinho-do-araripe, beija-flor-de-gravata-vermelha, bico-virado-da-caatinga, tem-farinha-aí, zabelê. Na lista de animais endêmicos, há também o sapo-cururu, asa-branca, cotia, gambá, preá, veado-catingueiro, tatu-peba e o sagüi-do-nordeste, entre outros.

A região se caracteriza por apresentar clima tropical semiárido, com chuvas inferiores a 750mm anuais na maior parte do domínio e temperatura média anual em torno de 36°C. 

“As Caatingas são espaços de resiliência, poucas regiões vivem stress hídricos tão permanentes, mas as formas de vida que ali residem se relacionam com a abundância e a escassez de uma forma equilibrada, harmônica e de fruição, vivendo cada dia cada estação como se fosse única”, argumenta o analista ambiental do Cemave, em Cabedelo, na Paraíba, Elivan Souza, que vive o dia a dia na caatinga.
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TRABALHADORES DE JUAZEIRO E PETROLINA ENFRENTAM FILAS PARA RECEBER AUXÍLIO DE R$ 600 EM DINHEIRO

As filas enormes em Juazeiro e Petrolina para o pagamento em dinheiro dos R$ 600 para quem perdeu a fonte de renda por causa do novo coronavírus, mostra um cenário de desolação e angústia. 

A poesia dos versos da música Petrolina Juazeiro, por momentos se perde, no sentimento das Marias, Anas, Socorros, Chico, João, Antônios e Severinos, os mesmos da poesia de João Cabral de Melo Neto, autor do livro Vida e Morte Severina, o Severino é um entre muitos outros, que tem o mesmo nome e o mesmo destino trágico do sertão: morrer de emboscada antes dos vinte anos, de velhice e de fome um pouco a cada dia.

A desigualdade social e a necessidade de comprar alimentos é a justificativa para os qu se expõem nas filas. Alguns enfrentam a fila desde o dia anterior. As filas são nas agências da Caixa e lotéricas.

Nas imediações da Caixa de Petrolina e Juazeiro, o cenário parece ser uma guerra. Guerra para vencer o tempo, a fila e o vírus. Homens, mulheres usam máscaras. Olhar de medo. ”Eu preciso comprar alimento, já não tem mais nada em casa. Antes eu tinha um ganha pão, sou trabalhador. Tenho filhos”, diz meu constrangido Francisco.

Para evitar filas, a Caixa escalonou pagamentos pela data de aniversário dos beneficiários que abriram a poupança social digital porque não tinham conta bancária. Mas não adianta. Ontem dia 27, e hoje terça-feira 28, o dia de saque, filas já na madrugada dão voltas no quarteirão da Caixa.

Reginaldo, vendedor ambulante diz que "ninguém dá informação e ninguém dá uma solução" e todos acabam ficando numa fila absurda sem uma solução, sem uma resposta, apenas com um "restinho de esperança".

Nest terça-feira (28), podem sacar dinheiro os aniversariantes de março e abril. Dia 29, saca quem nasceu em maio e junho. No dia 30, julho e agosto. Na semana que vem, dia 4, vão poder sacar os nascidos em setembro e outubro. E no dia 5 de maio, quem nasceu em novembro e dezembro.

A Caixa afirmou que já creditou o auxílio emergencial para mais de 39 milhões de pessoas, que adotou medidas para reduzir filas, como a abertura antecipada de agências. E reforçou que as informações sobre o cadastro e o pagamento do socorro estão disponíveis na página do banco na internet e pelo telefone 111.
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MUDANÇA NA FORMA DE ESCOLHA DE REITORES GERA CRÍTICAS NO SENADO

A mudança no rito para a eleição e nomeação dos reitores das universidades e institutos federais, prevista na Medida Provisória 914/2019, tem gerado reações de senadores. 

O texto, editado em dezembro, prevê que o presidente da República poderá não acatar o nome mais votado da lista tríplice de candidatos apresentada pela instituição.

Tradicionalmente, o reitor das universidades e institutos federais é escolhido pelo corpo de professores, alunos e funcionários das universidades, por meio de uma votação que resulta em três nomes. O mais votado dessa lista costuma ter seu nome confirmado pelo presidente, para um mandato de quatro anos. 

A MP 914, no entanto, estabelece que o presidente poderá escolher qualquer um dos três nomes apresentados, não necessariamente o mais votado.

“Precisamos entender a razão pela qual não estão sendo nomeados candidatos escolhidos pela maioria dos alunos, professores e servidores das instituições. Afinal, quem melhor para indicar um reitor do que as pessoas que estão dentro das universidades?”, questionou, pelas redes sociais, o senador Fabiano Contarato.

Na segunda-feira (20), a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal, pediu esclarecimentos ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, sobre o descumprimento dos resultados das eleições realizadas pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia no Rio Grande do Norte (IFRN) e em Santa Catarina (IFSC). O prazo para a resposta é de dez dias.

Revolta
Também pelas redes sociais, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) classificou como intervenção no IFRN a decisão de nomear como reitor alguém que não havia participado das eleições. 

O vencedor pelas urnas havia sido o professor José Arnóbio de Araújo Filho, com 48,25% dos votos, mas o nomeado foi o professor Josué de Oliveira Moreira para o cargo de reitor pro tempore (temporário) da instituição. A eleição de Arnóbio ocorreu 20 dias antes da edição da MP.

“A intervenção do Ministério da Educação no IFRN, nomeando um reitor-interventor, é um verdadeiro golpe contra estudantes, professores e servidores da instituição. É mais um ataque direto à educação de um governo que despreza a democracia”, disse o senador pelas redes sociais. 

Ele apontou a intenção do governo de aparelhar o instituto.

Em protesto contra a decisão, professores, funcionários e estudantes bloquearam a entrada do IFRN na quarta-feira (22).

Também pelas redes sociais, a senadora Zenaide Maia (Pros-RN) afirmou que a nomeação fere a democracia no lugar onde ela deve nascer: a educação. Para a senadora, a intervenção é autoritária e não tem base legal.

“O governo federal nomeou alguém que sequer concorreu ao pleito, desrespeitando uma prática democrática dos institutos federais. Uma pergunta que não quer calar: quem indicou o reitor pro tempore do IFRN?”, questionou a senadora.

A MP está na Câmara dos Deputados, onde aguarda votação. Depois, ainda terá que ser aprovada pelo Senado. 

Na consulta pública do portal e-Cidadania, mais de 600 mil cidadãos já se manifestaram sobre a medida, a maioria contra a aprovação.

Em pronunciamento feito em fevereiro, o senador Paulo Rocha (PT-PA) já havia criticado a medida. Para ele, o governo é autoritário, e implementa suas políticas por meio de medidas provisórias. 

A MP 914, segundo o senador, resume o que o presidente Jair Bolsonaro quer para a área da educação.

 "Ele não só modifica todo o critério de escolha democrática, que, ao longo de décadas, foi sendo construído, mas também a conquista, na Constituição brasileira, da autonomia que têm as universidades para gerar conhecimento, desenvolver nossas pesquisas e produzir nossos doutores, nossos mestres", criticou o senador. (Fonte: Agência Senado)

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ILUSTRAÇÕES PARA COLORIR DESTACAM O PATRIMÔNIO CULTURAL DE PERNAMBUCO

Parte do Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco, tão rico e repleto de histórias, é o tema de um e-book desenvolvido especialmente para este período de isolamento social e pensado para o público infanto-juvenil. Recheado com uma série de ilustrações para serem coloridas, o material, batizado de Desenhos para Colorir, está disponível para download gratuito. As imagens, criadas pelo ilustrador Adeildo Leite, trazem fachadas dos equipamentos culturais gerenciados pela Secult-PE/Fundarpe.

"Após selecionar as imagens, fiz os desenhos utilizando carvão. Fotografei essas imagens e organizei no PDF ao lado de imagens reais dos equipamentos para serem usadas como referência na hora de pintar", explicou Adeildo Leite.

O resultado é um arquivo com seis imagens para colorir que, além de divertir e ajudar a passar o tempo durante o isolamento social, ainda ensina mais sobre os espaços culturais que são patrimônio dos pernambucanos. Nesta edição, estão retratados Casa da Cultura, Cinema São Luiz, Museu do Estado de Pernambuco, Teatro Arraial Ariano Suassuna, Museu do Trem/Estação Central do Recife e Museu de Arte Sacra de Pernambuco. Agora, é pegar os lápis de cor e deixar a imaginação correr solta.

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TEU PEDIDO DE DESCULPAS MURILO É VOLÁTIL, NÃO TEM SUBSTÂNCIA E É SEM ALMA

No sábado passado fiquei feliz e terrivelmente puto. Fiquei feliz porque vi Luzinete, A Rainha da Seresta, equipada com seus mais de 60 anos, atravessar com galhardia 4 horas de live cantando e homenageando os nossos ídolos da música nacional. 

Vida longa a Luzinete, bela e poderosa, decidida, ousada, mulher nordestina, fortaleza, herdeira e sucessora de nossa ancestralidade. Sem tua presença e poder, Luzinete, estaríamos fadados à nulidade. A música romântica, loucamente chamada de brega pelas elites culturais brasileiras, mas que usa essa designação como trampolim para a transcendentalização de si mesma, tem em ti, mulher, o alicerce mais profundo.

Mas como disse, fiquei também extremamente puto. Vi o vídeo podre de preconceito, nefasto de ignorância, ensebado de agressões de Murilo Couto se referindo ao nosso poderosíssimo Assisão. Debochar de outrem para tentar fazer humor é o rés do chão de quem tenta ser humorista. A ignorância é a mãe de todos os males, já dizia Rabelais, um velho como Murilo o chamaria. 

As elites culturais, mais uma vez elas, criam esse tipo de aberração. Ainda mais quando se referem ao Nordeste. Não é a primeira vez, nem será a última, na qual a excrescência eclode mundialmente se atirando contra nós, nordestinos. Não será também a última vez na qual nos levantaremos contra esse tipo de investida.

Aí, hoje, vejo o pedido de desculpas do Murilo Couto. A emenda pior do que o soneto porque ele diz literalmente "eu pensei que fosse apenas um véi". E multiplica seu preconceito. Trata-se, Murilo, de um velho, de verdade. E todos os velhos merecem respeito, todas as pessoas merecem respeito. Mas que desgraceira de país foi parido desse ventre insidioso? Lembram daquela turminha de playboys brasilienses que tocou fogo em um índio? A desculpa: "nós pensamos que fosse apenas um mendigo." 

O Nordeste é foda, Murilo. Teu pedido de desculpas, nós sabemos, é volátil, não tem substância, tampouco alma. O veneno é o mesmo: o ódio contra os nordestinos. A Luzinete e Assisão: vocês são imensos!

*Fonte: Aderaldo Luciano é doutor e mestre em Ciência da Literatura, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, professor, poeta, escritor e músico 
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ORDEM DOS ADVOGADOS REPUDIA ATO DE DISCRIMINAÇÃO PROFERIDAS CONTRA O CANTOR ASSISÃO

Em tempos de pandemia, em que milhares de pessoas estão sofrendo com as consequências do COVID-19, fomenta-se cada vez mais a solidariedade, humanidade e empatia. Em nosso país, por exemplo, constatamos diversos artistas promovendo lives para arrecadar toneladas de alimentos ou contribuições financeiras para serem distribuídas a todos que necessitam.
No entanto, na contramão do espírito humanitário, o comediante Murilo Couto promoveu recentemente em seu canal no YouTube, uma live para emitir palavras preconceituosas contra o grande artista nascido em Serra Talhada/PE, Francisco de Assis Nogueira, mais conhecido por Assisão, que possui uma trajetória de sucesso e de respeito na música nordestina.
Aqueles que ultrapassam os limites da liberdade da expressão devem ser responsabilizados e penalizados. A OAB Caruaru rechaça qualquer tipo de comentário preconceituoso e se solidariza com o cantor, familiares, fãs e nordestinos. (Fonte: OAB Caruaru)
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DUNAS DE CASA NOVA, BAHIA, O OÁSIS DE ÁGUA DOCE NO SERTÃO

Dunas: o dicionário define como substantivo feminino plural Dunas. Montes e/ou colinas de areia que se movem de acordo com a ação do vento.

No coração dos sertanejos que conhecem as Dunas de Casa Nova é um Oásis, um paraíso Mar de água doce. O que já era bonito agora pode ser traduzido como muito mais belo e exuberante. 

Explica-se: após oito anos de escassez hídrica o Rio São Francisco dá sinais de aumento de volume de água, com a defluência (água que sai) da barragem de Sobradinho, Bahia, as Dunas de Casa Nova, Bahia, ganham um aspecto que merece o título: o Oásis do Sertão. A cheia do Rio São Francisco abençoa as dunas com mais beleza.

Desde o mês de março foi suspensa a visitação as Dunas do Velho Chico, Opará, na linguagem indígena, o Rio que é Mar. As Dunas está localizada a 58 km da sede de Casa Nova.

A professora e empresária Andréa Passos Araújo, moradora de Casa Nova, sempre foi apaixonada pelo rio São Francisco e as dunas. Andréa revela que o local não era ainda visitado, e tampouco muito conhecido e ela já vislumbrava o potencial turístico do local.

"Temos o privilégio de ter a melhor praia de água doce da região do norte da Bahia e do Vale do São Francisco", afirma Andréa ressaltando a beleza traduzida na mistura de águas cristalinas com a quase misteriosa presença da areia branca das dunas.

Andréa revela que é gratificante observar que quando os turistas chegam para conhecer as dunas, logo, todos ficam admirados com o contraste da vegetação da caatinga junto com um "mar de água doce". "É o nosso oásis do sertão. Sem falar na culinária regional da região comercializada nas barracas. Os passeios de quadriciclo e lanchas, as caminhadas, sol exuberante", diz Andréa.

De acordo com a professora, nas dunas de Casa Nova tudo é atração. Ela destaca a Ilha da Pedra, conhecida como o antigo Serrote da Cidade Velha, que foi inundada pela barragem de Sobradinho e também um ilha deserta de areia conhecida como Paraíso do Sertão.

No momento, o reservatório de Sobradinho ultrapassa 91% do seu volume útil. A Chesf avalia que Sobradinho chegará, no máximo, a 95% de sua capacidade, no início de maio.

Andréa faz planos objetivando ações que conservem o meio ambiente e provoquem uma conscientização das riquezas presentes nas dunas de Casa Nova.

"Com essa pandemia do coronavírus e a proibição  da visitação ao local, poucos tem o privilégio de contemplar o rio São Francisco neste momento de gratidão, respeito e paixão.  Quando voltarmos será realizado um trabalho de conscientização na preservação do Velho Chico, tanto com os turistas evitando jogar lixo nas margens do rio, quanto de agricultores ribeirinhos para evitar o uso de agrotóxicos no leito. Assim todos evitaram a poluição e evitaremos que aconteça o que diz a música de Sá e Guarabyra, o sertão vai virar mar, dá no coração, o medo que algum dia o mar também vire sertão", finalizou Andréa.
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MEIO AMBIENTE: PESQUISA REVELA QUE 40% DO BIOMA CAATINGA FOI DESMATADO

De acordo com dados do Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan), em Pernambuco, de um total de aproximadamente sete milhões de hectares de Caatinga  mapeados, apenas 46,89% apresenta hoje cobertura florestal, ou seja, mais da metade, 51,06%, foi convertida em áreas para usos agrícolas e pastagens. 

Nas áreas localizadas às margens de cursos hídricos, denominadas pela lei de proteção à vegetação nativa de Áreas de Preservação Permanente (APPs) onde há a obrigatoriedade de cobertura florestal em toda sua extensão,  apenas 30,3% estão cobertas por floresta. Os 64,3% restantes estão ocupados com atividades agropecuárias. 

O levantamento faz parte da primeira fase do projeto O Papel da Restauração Ecológica na Sustentabilidade da Caatinga, realizado em parceria com o Laboratório de Ecologia Aplicada da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e com professores e pesquisadores convidados de diversas Universidades.

Considerando um total de 60 milhões de hectares distribuídos entre os estados do Nordeste e a região Norte de Minas Gerais, cerca de 40% do bioma foi desmatado e é ocupado por  agricultura e pastagens, e cerca de 20% está em processo ou suscetível à desertificação. O estudo aponta ainda que 37,97% do bioma é ocupado por atividades que têm como destaque as pastagens, e 59,4% dessas áreas são de floresta, enquanto o restante dos territórios está dividido em outros usos. 

Já em relação às APPs ao longo de toda área mapeada, o estudo demonstra que apenas 50,3% têm cobertura vegetal, enquanto 43,23% estão ocupadas com atividades agropecuárias ilegais. A ausência de vegetação nessas áreas promove um impacto negativo, inclusive às populações humanas do bioma, pois a vegetação assegura a qualidade dos rios, ajudando a reter sedimentos e minimizando os danos causados às calhas, além de ajudar na melhoria da qualidade e disponibilidade hídrica ao longo do ano na região.

“Esses dados são preocupantes e denotam a importância de criarmos mais unidades de conservação para preservar o que ainda existe e, além disso, estimular as atividades de restauração”, afirma o coordenador de Projetos do Cepan, Joaquim Freitas. 

À medida que as fronteiras de desertificação avançam, pressionam a população a situações extremas, podendo chegar até à necessidade de relocação. Segundo os dados do Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC), a Caatinga é um dos biomas a serem mais afetados pelos efeitos nocivos das mudanças climáticas no mundo. Ainda segundo o órgão, é possível que em cerca de 50 anos, já se inicie um quadro de refugiados do clima.

 “Esse cenário em que você tem os efeitos prejudiciais das mudanças climáticas agindo no bioma e uma pressão sobre os recursos naturais aliados a um cenário de desmatamento, que está em avanço na região, demanda urgentemente políticas públicas para a sua resolução”, destaca.

Na Caatinga, especialmente, as questões sociais e ambientais se confundem, devido à vulnerabilidade social do bioma. “Quando falamos na Caatinga, estamos nos referindo ao ecossistema semiárido mais populoso do planeta. São cerca de 27 milhões de pessoas morando nessas áreas que, muitas vezes, fazem parte das regiões mais pobres do Brasil e mais carentes de todos os tipos de recursos” reforça.

 Nessa direção, a análise utilizou a diretriz Nexus, que trabalha os eixos de sustentabilidade hídrica, alimentar e energética, que ajuda a  identificar regiões onde as atividades de restauração florestal podem trazer benefícios para estas temáticas, estendendo-os à população do bioma.

“Os dados são importantíssimos para que atestemos a intrínseca relação entre as atividades de restauração florestal para a garantia da segurança hídrica, energética e alimentar, abordagem fundamental para a garantia de ações executivas de recuperação de áreas degradadas no contexto social do Semiárido brasileiro, defende Severino Ribeiro, diretor-Presidente do Cepan”.

A equipe da UFPE, liderada pelo professor Felipe Melo, vai prosseguir o estudo realizando a validação dos dados coletados junto a atores sociais. Em seguida, será feita uma análise de custos e precificação do cenário necessário para restaurar o bioma. O documento servirá como base para permitir a discussão em diversos níveis, a fim de que haja a aplicação de políticas públicas voltadas a recuperar a Caatinga.

“A ideia desse projeto é trazer os primeiros experimentos e modelos de reparação para que tenhamos uma base conceitual e saibamos como efetivamente fazer o trabalho com baixo custo. Ao final, além do documento norteador de políticas públicas, teremos um documento científico e técnico que vai nortear todas as atividades, mostrando as oportunidades identificadas e desafios a serem vencidos”, finaliza Freitas. (Fonte: Diário de Pernambuco)
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CANTOR E COMPOSITOR ASSISÃO É INSULTADO E GANHA APOIO DE AMIGOS E FÃS

O apresentador Murilo Couto, que integra a equipe do programa The Noite, do Sistema Brasileiro de Televisão, causou indignação na internet ao comparar o cantor serra-talhadense Assisão a um cachorro, bêbado, drogado, velho e zumbi.

Em um vídeo publicado no Instagram, ontem sábado (25), Couto insultou o músico pernambucano ao dizer que ele “parece um cachorro”. “Olha esse velho, cara. É uma mistura de Reginaldo Rossi com Valderrama, Jesus Cristo e um mendigo. Mano, que diabo é isso? Parece um cachorro!”, disparou o humorista.

Dezenas de cantores a exemplo de Jorge de Altinho, Alcimar Monteiro, Flávio Leandro publicaram mensagem de apoio a Assisão e pediram respeito ao cantor. A cantora Elba Ramalho gravou um videio e declarou ser Assisão um dos maiores nomes da música brasileira.

Assisão é responsável pelos maiores sucessos na voz do Trio Nordestino, a exemplo de Forró Pesado.

O insulto surgiu quando Assisão chegou a fazer uma live, no último dia 17, por um bom objetivo: arrecadar mantimentos e ajudar pessoas desassistidas em razão da pandemia causada pelo novo coronavírus.


Em sua conta oficial, no Instagram, Assisão publicou uma foto, no dia 22, celebrando as doações do público: “Alô forrozeiros, estou aqui com coração cheio de gratidão, recebendo as doações resultado da nossa live! A todos os nossos familiares, fãs, amigos e empresas, que fizeram as doações, muito obrigado!”

Assisão prometeu realizar uma segunda Live. A data ainda será confirmada.

O deputado Sebastião Oliveira declarou que além de Assisão, o humorista faltou com respeito com seus admiradores, familiares, amigos e pernambucanos, principalmente os sertanejos, que são reconhecidos pela sua raça, honestidade e força.

"Achando pouco, Murilo Couto, ao chamar ironicamente Assisão de velho, mostrou que é um ser humano que não tem o menor apreço com as pessoas de mais idade, que são justamente as que precisam de mais atenção e carinho de nossa parte. Murilo Couto, saiba que Assisão não está sozinho. Estou solidário ao meu conterrâneo e ídolo, para o que for necessário. Saiba também que Assisão é um patrimônio da cultura pernambucana. Reconhecer o erro dignifica. Retrate-se publicamente. É mínimo que esperamos de você.

A deputada federal Marília Arraes (PT-PE) quem se solidariza com o músico de Serra Talhada disse "Assisão é um dos patrimônios do povo pernambucano". Desrespeitar Assisão é agredir a nossa cultura e o nosso povo. #RespeiteAssisao”, escreveu em uma rede social, repudiando a atitude do comediante Murilo Couto.

"Como sertanejo pernambucano, acompanho desde a minha adolescência, o músico, compositor e cantor, Assisão de Serra Talhada. Assisão, senhor comediante, não é apenas um compositor e cantor Assisão faz parte do patrimônio histórico e cultural de Pernambuco e do Brasil.

Suas palavras de desrespeito a Assisão feriram e agrediram a nossa cultura e o nosso povo, pernambucano e brasileiro.

Senhor Murilo Couto, respeite Assisão, respeite Pernambuco, respeite o Brasil, que assim, o senhor também será respeitado." Deputado Gonzaga Patriota

“Falta de respeito com um artista que tem mais de 50 anos de carreira e mais de 700 composições. Serra Talhada-PE tem orgulho de ter o Rei do Forró como filho”, repreendeu o internauta Ranielly Batista.

Francisco de Assis Nogueira, Assisão, nasceu no dia 05 de maio de 1941 na Fazenda Escadinha, município de Serra Talhada, Pernambuco. Já aos 11 anos de idade começou suas atividades artísticas como compositor. Embora não tenha nenhuma formação em música, pois nunca frequentou nenhuma escola de música, é exímio compositor, tendo sido chamado por Dominguinhos de “o maior sanfoneiro de boca do Nordeste”, tal sua versatilidade em compor sem ter conhecimento musical. 

O início de suas atividades profissionais como cantor começou com o lançamento de um compacto e até o presente momento já gravou vários discos. Seus maiores sucessos, no entanto, aconteceram nos anos de 1987, 1988 e 1989. No trabalho de 1987 foram vendidas cerca de 210 mil cópias. Em 1988 foram 180 mil cópias e em 1989, 190 mil cópias. 

Somente nestes anos foram quase 600 mil cópias vendidos de seus trabalhos em todo país, o que lhe concedeu três discos de ouro consecutivos, além do título de “rei do forró”. Suas músicas são tocadas em todas as regiões do país. Com a agenda sempre completa, Assisão é um dos artistas mais requisitados do Nordeste. Já compôs mais de 800 músicas, destas mais de 200 já foram gravadas, por ele e por muitos outros artistas, entre estes Elba Ramalho que gravou Eu quero meu Amor.

"Um infeliz falou do meu querido Assisão nascido lá no sertão
que faz meu povo feliz com seu sotaque raiz
representando o Nordeste de alegria se veste
Pra cantar como um concriz quem falou dele esquece

Que é cego quem não conhece acultura do seu pais" (Jorge de Altinho)

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JURANDY DA FEIRA PREPARA LIVE PARA ENTRETER AMIGOS E FÃS DA MÚSICA BRASILEIRA

Em contato com a reportagem do BLOG NEY VITAL, o cantor e compositor Jurandy da Feira informou que vai realizar uma live. A data e hora ainda não foi confirmado pelo poeta considerado um dos nomes mais importantes da música brasileira, devido a versatilidade que vai do forró ao samba.

Morador do Rio de Janeiro há mais de 40 anos, Jurandy mantém a sua essência e nunca deixa de estar bem perto do Nordeste, ao tomar em consideração suas escolhas estéticas e de repertório. Jurandy é o compositor entre outros sucessos das músicas Frutos da Terra, Nos Cafundó de Bodocó, Canto do Povo, além de Terra Vida Esperança. Para Jurandy da Feira, a resistência é seu alimento e é o que faz sentido para seguir no meio musical, pois somente o talento não basta. 

A história conta que Luiz Gonzaga costumava acolher em casa compositores, em quem descobrisse afinidades, e acreditasse, obviamente, no talento. Depois de avisar que seriam gravados por ele, vinha o convite para ir ao Rio de Janeiro. Jurandy teve o privilégio de ser um amigo de Luiz Gonzaga.

Jurandy Ferreira Gomes é conhecido como Jurandy da Feira, o “da Feira” foi praticamente imposto por Luiz Gonzaga. Quando começou a aparecer como artista em sua cidade natal, Tucano, no sertão da Bahia, ele era chamado de Jurandy da Viola, por causa do violão, seu instrumento desde a adolescência.

“Quando Luiz Gonzaga gravou a primeira música minha, quando fui olhar no selo do disco. Estava lá Jurandy da Feira. Fui conversar com ele. Disse que aquilo não ia pegar bem na minha cidade, porque iam pensar que eu queria ser de Feira de Santana. Ele disse que não era de Feira de Santana, mas da feira, a feira do povo, do cantador. Acabei concordando, mas até hoje eu tenho que me explicar ao povo de lá”, conta Jurandy.

Jurandy revela que Luiz Gonzaga em vida, sorria e se divertia com esta história e explicava: "Eu botei assim, para lembrar o lado de cantador, de poeta de cordel em feiras livres do Interior". 

Em depoimento o rei do Baião apontava que o "talento de Jurandy é de uma riqueza muito grande, igual ao dia de feira nos sertões brasileiros."

Para o ano de 2020, Jurandy da Feira, está repleto de poesia, mesmo respeitando todas as regras de distanciamento social, motivado pela pandemia, então a forma encontrada é cantar nas plataformas digitais.

O compositor tinha 24 anos quando conheceu o Rei do Baião. Foi levado a ele por José Malta, um jornalista, e produtor dos shows de Gonzagão. 

“Fomos para Exu, para a casa de Luiz Gonzaga. Passei uma semana lá. Mas era aquela coisa. Ninguém chegava a Gonzaga. Ele é que chegava às pessoas. Era fechado, meio cismado. Foi ele que se chegou pra mim, e perguntou sobre o violão que eu havia levado comigo. Se eu tinha um violão, por que não tocava? Quis saber se eu fazia músicas. Pediu para cantar para ele. Depois me disse que queria uma música que falasse de Bodocó”. 

Passou algum tempo e Jurandy mostrou a música Nos cafundó de Bodocó, conta o compositor. O cafundó, foi porque eu achei que a cidade ficava longe de tudo. Naquela época ainda estavam asfaltando as estradas, e fui da Bahia até lá de Karmann-Ghia (carro esportivo, de dois lugares, saído de linha em 1971), a maior poeira, foi um sofrimento a viagem até o sertão pernambucano”.

Luiz Gonzaga gostou da composição e gravou Nos cafundó de Bodocó. Veio o inevitável convite para ir ao Rio de Janeiro. A música foi aprovada pelos produtores de Gonzagão na época, coincidentemente dois pernambucanos, Rildo Hora e Luiz Bandeira. 

Nos cafundó de Bodocó entrou num dos melhores álbuns de Luiz Gonzaga nos anos 70, Capim novo (1976). Lula gravaria mais outras três composições de Jurandy, que sacramentariam uma amizade que durou até o final da vida de Lua.

O baiano Jurandy da Feira, portanto, testemunhou os bons e maus momentos de Luiz Gonzaga em suas duas últimas décadas de vida: “Ele passou uma época em baixa. Várias vezes assisti a apresentações suas numa churrascaria chamada Minuano, na estrada Rio/São Paulo. Era aquele barulho de churrascaria. Mas quando ele dava o boa noite., pra começar a cantar, menino ficava quieto. Os adultos se calavam. Ficava silêncio enquanto ele cantava”.

Foi Luiz Gonzaga que levou Jurandy para gravadora, e ajudou a suas músicas serem gravadas por nomes como Trio Nordestino, Terezinha de Jesus. Atualmente Jurandy da Feira é um dos artistas mais admirados no meio da cultura brasileira e gonzagueana.

“Ele, Luiz Gonzaga, chegou a me prestigiar num show num colégio de padres em Tucano, minha terra natal. Passou a me apelidar de “minha paz”, porque quando chegava sempre desejava a ele: “Uma paz, seu Luiz”, relembra emocionado Jurandy.

Jurandy traz a poesia do ritmo da cultura brasileira na alma. É fartura de dia de Feira. Luiz Gonzaga sabia reconhecer um fiel discípulo.
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