PRÊMIOS E BRINDES MARCARÃO OS 25 ANOS DAS LOJAS NETO TINTAS EM NOVEMBRO

As Lojas Neto Tintas Automotivas estão em festa neste ano de 2019. O empreendimento comemora 25 anos de história e fundação na cidade de Petrolina e Juazeiro e consequentemente na região do Vale do São Francisco.

Para compartilhar a festa a loja Neto Tintas está promovendo uma grande promoção junto com seus clientes. São inúmeros sorteios de prêmios e brindes. Entre os prêmios os clientes concorrerão ao sorteio de motos no mês de novembro.

As Lojas localizadas em Petrolina (Avenida Sete de Setembro) e Juazeiro (Bairro João XXIII), tem atualmente na gerência administrativa os empresários Italo Lino, Abilio e Icaro. São 25 anos de parceria e empreendedorismo no setor de Tintas Automotivas em Geral.

'O objetivo é manter a valorização dos clientes com a máxima qualidade dos produtos, o que o faz termos maior credibilidade no mercado de pinturas automotivas na região do Vale do São Francisco e norte da Bahia", ressalta Italo.

"Acrescento o que nos foi transmitido, além do amor e paixão, vontade de trabalhar todo dia, lição administrada pelo nosso saudoso pai e uma equipe que  mantêm o ótimo atendimento e o melhor relacionamento com nossos clientes. Estamos sempre atualizados sobre as boas novidades e inovações do setor de pinturas automotivas", concluiu Italo.
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LUIZ GONZAGA: FEIRA LITERÁRIA DE EXU ACONTECE ENTRE OS DIAS 13 A 16 DE DEZEMBRO

Foi dada a largada para a primeira edição do Circuito Cultural de Pernambuco. A Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) amplia suas ações de interiorização da cultura já consolidadas - feiras e tendas literárias - e agora se espalha por 13 municípios do Estado, incluindo Recife e sua região metropolitana, Zona da Mata Sul e Norte, Agrestes Central, Meridional, Sertão do Moxotó, Araripe, Pajeú, do São Francisco. 

O objetivo é integrar literatura a outras manifestações culturais como teatro, dança, música, artes plásticas, cinema e educação, incluindo a participação de artistas locais e da população dos municípios. 

O circuito terá como homenageado o poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto - cujo centenário de nascimento ocorre em janeiro de 2020 -, e já começa em outubro, com a segunda edição da Feira Literária do Sertão (Felis), em Arcoverde, e só termina em setembro de 2020, na Tenda Literária de Surubim. 

Nesse período ele passa por Exu, Pernambuco, durante as festividades do aniversário de Luiz Gonzaga acontece a Feira Literária de Exu, previsto para os dias 13 a 16 de dezembro

"Um Estado rico de linguagens culturais tem condições de, a partir da literatura, alavancar outras oportunidades de mostrar ações culturais coligadas. Além de João Cabral de Melo Neto, que é homenageado, podemos falar do poeta pernambucano Carlos Pena Filho, que completa 90 anos de nascimento em 2019; Gilberto Freyre, que marca 120 anos; e Clarice Lispector, cuja efeméride de 100 anos de nascimento se completa em 2020", destaca o secretário de Cultura de Pernambuco, Gilberto Freyre Neto. 

Para ele, a proposta de unir as feiras literárias realizadas pela Cepe a outras linguagens espalhadas pelo nosso território demonstra a importância e a riqueza da nossa literatura. 

"A partir dela temos condições de mostrar outras camadas culturais além das que estão escritas nos livros, das mais simples às mais sofisticadas, em um ambiente que a Cepe tem o primor e a primazia de apresentar nesses circuitos culturais que tem feito, unindo a estratégia de fortalecimento das datas marcantes dos nosso calendários culturais nessas regiões, a exemplo do que é feito no Festival de Cinema de Triunfo e no Festival de Inverno de Garanhuns. É muito importante criar essa estratégia comum nesse momento de dificuldade", ressalta o secretário. 
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II SEMANA DA AGROECOLOGIA: PRODUÇÃO ORGÂNICA E SEGURANÇA ALIMENTAR ACONTECE DE 1 A 5 DE OUTUBRO NO VALE DO SÃO FRANCISCO

No período de 1 a 5 de outubro, a Rede Territorial de Agroecologia do Vale do São Francisco Baiano e Pernambucano realizará a II Edição da ‘Semana da Agroecologia: Produção Orgânica e Segurança Alimentar e Nutricional” nas cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE). 

O evento tem como objetivo promover a divulgação e ampliar o debate sobre a Agroecologia e Produção Orgânica em todo o vale do São Francisco, como forma de garantir a segurança alimentar e nutricional de produtores e consumidores.

O dia 5 será direcionado para as ‘Conexões Agroecológicas’: Educação em Agroecologia’ serão diversas discussões e debates: das 08h às 10h será  lançado o livro “Agroecologia no Semiárido” da Expressão Popular, com debate facilitado por Cícero Félix (IRPAA), Elson  de Oliveira (Sertão Agroecológico/ PPGADT/UNIVASF) e Paola Bianchini da Embrapa Semiárido. Das 10h às 12h, a Construção do ‘Tapiri de Saberes’ trará a exposição de trabalhos e vídeos sobre experiências exitosas em agroecologia e produção orgânica nos territórios Sertão do São Francisco PE/BA, que serão apresentados no XI Congresso Brasileiro de Agroecologia, de 4 a 7 de novembro em Aracajú/SE, tendo como lema “Ecologia de Saberes: ciência, cultura e arte na democratização dos sistemas agroalimentares”.

Às 14h início à Mesa Redonda I, com o tema I: ‘Educação em Agroecologia na Pedagogia da Alternância’, com Tiago Pereira da Costa (IRPAA e REFAISA); Tema II: ‘Construção do Conhecimento Agroecológico: A experiência do SASOP na região semiárida. As mesas serão mediadas pelo vice coordenador do PPGADT, Dr. Helder Ribeiro Freitas (UNIVASF).

A II Mesa Redonda será mediada pela Dra. Lucia Marisy Souza Ribeiro de Oliveira, professora do PPGADT e PPGExR da UNIVASF. Tema I ‘ Agroecologia e as Comunidades Tradicionais de Fundo de Pasto: Desafios frente ao avanço do Capital’, com Gilmar dos Santos Andrade (Tecnólogo em Agroecologia (ELAA/IFPR) e mestre em Educação do Campo (UFRP); e o Tema II ‘Núcleo de Agroecologia na promoção da troca de sabres no Sertão do São Francisco’ com Moisés Félix de Carvalho Neto (Engenheiro Agrônomo e Doutorando da UFRR).

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CRISE SAÚDE: HOSPITAL MATERNIDADE DE JUAZEIRO ENFRENTA SUPERLOTAÇÃO E DE FALTA DE ESTRUTURA

Com nove meses de gravidez, a agricultora Elielma Sacramento, 28 anos, saiu às 4h30 do povoado Salitre para a última consulta médica no Hospital Materno-Infantil antes do parto. O atendimento estava agendado para 8h, mas foi avisada que o médico só chegaria às 11h. O hospital-maternidade, que é uma referência regional, enfrenta problemas de superlotação e de estrutura para garantir um atendimento de qualidade à população.

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) ajuizou, no dia 14 de junho deste ano, uma ação civil pública, onde solicita que a Justiça determine que a prefeitura de Juazeiro realize uma reforma imediata na maternidade. Assim como requer que sejam realizadas adaptações e aquisição de equipamentos exigidos pela vigilância sanitária.

Na ação, o MP-BA diz que a unidade possui setores “que continuam apresentando problemas sérios e estruturais, notadamente a lavanderia e o Centro de Material de Esterilização (CME)”. A vigilância sanitária emitiu parecer favorável à interdição dos dois setores, devido aos riscos de infecção.

A promotora Rita de Cássia Rodrigues, que moveu a ação, afirmou que a interdição de todo o hospital somente não foi recomendada em razão da importância da unidade para a região.

De acordo com MP-BA, por meio da assessoria de comunicação, até agora a Justiça não apreciou o pedido liminar feito pelo órgão. O último movimento processual foi um despacho determinando que a parte ré fosse citada para se manifestar no processo.

Em entrevista ao A TARDE, a secretária de saúde de Juazeiro, Fabíola Ribeiro disse que a prefeitura “está buscando parceria junto ao governo estadual para que a reforma aconteça, uma vez que a maternidade tem uma importância regional”.

A secretária destacou que são realizados, em média, 440 partos mensais na unidade. “51% dos atendimentos são pessoas que moram em Juazeiro. Os outros 49% são de usuários que moram em outros municípios da Rede Peba, formada por 53 municípios dos estados da Bahia e de Pernambuco”, informou.

Fabíola Ribeiro ressaltou que o município não tem condições financeiras de realizar sozinho a reforma. “Temos mantido esse serviço com muito esforço e responsabilidade. Somos um hospital municipal com importância regional. Não temos recursos para abraçar a reforma que está sendo solicitada. Diante disso, estamos buscando um convênio junto ao governo do estado para que possamos fazer as adequações propostas pelo MP”, concluiu.

A reportagem é Roberto Aguiar. Jornal A Tarde-Salvador


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TEMPERATURAS EM JUAZEIRO E PETROLINA PODEM CHEGAR A 38 GRAUS, APAC EMITE ALERTA DE UMINDADE BAIXA

Moradores do Sertão de Pernambuco e Bahia devem ficar atentos a um alerta de umidade baixa emitido pela Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac). 

O boletim, emitido é válido até o próximo domingo (6), afirma que a presença de uma massa de ar seco sobre a região propicia a acentuada elevação da temperatura e os valores baixos da umidades relativa do ar, que deve ficar abaixo de 15% no período da tarde. 

As temperaturas podem chegar a 38ºC.

O boletim destaca ainda os problemas à saúde causados pela baixa umidade do ar, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS): complicações alérgicas e respiratórias devido ao ressecamento de mucosas, sangramento pelo nariz, ressecamento da pele, irritação dos olhos, eletricidade estática nas pessoas e em equipamentos eletrônicos e aumento do potencial de incêndios em pastagens e florestas.

Os moradores da região devem ainda tomar cuidados como suprimir exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10h e 16h, usar soro fisiológico para olhos e narinas e evitar aglomerações em ambientes fechados. 

Ainda segundo a Apac, o tempo no Sertão nesta segunda-feira (30) deve ser parcialmente nublado a claro e sem chuva durante todo o dia. As temperaturas variam entre 18ºC e 38ºC.

Foto: CHBSF
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MUCUGÊ RECEBE A III EDIÇÃO DO FESTIVAL DE FORRÓ ENTRE 10 a 12 DE OUTUBRO

Mucugê, Bahia recebe a terceira edição do Festival de Forró da Chapada entre 10 e 12 de outubro. O período é do feriado de Nossa Senhora Aparecida e do Dia das Crianças. Idealizador e curador do evento, o cantor e compositor Targino Gondim revela que já estão confirmadas atrações como Quinteto Sanfônico do Brasil, Gel Barbosa, Marquinhos Café, Rennan Mendes e Nádia Maia, Kátia Cylene, Anastácia, Ivan Greg, Tato, Falamansa, Mestrinho, João Sereno, Eugenio Cequeira, Jurandy da Feira.

Além dos shows, o festival promove aulas de dança, de sanfona e de ritmo. “A cidade já abraçou o festival. Lá o evento já é esperado. Além de aquecer a economia da região, levamos alegria e incrementamos o fluxo turístico da região”, destaca o forrozeiro.

O criador do Festival de Forró da Chapada explica o motivo que o levou a escolher o município para sediar o evento. “Mucugê é um encanto, um paraíso da Chapada Diamantina. Um lugar com energia própria, onde eu sempre quis fazer algo. Acho que foi acertada a escolha de Mucugê para se transformar no local de comemorações dos meus aniversários.

Este é o terceiro ano que levarei amigos do forró, os maiores artistas do nosso gênero para comemorar comigo nesta grande festa”, disse um dos autores de “Esperando na janela”, nascido na cidade pernambucana de Salgueiro, tendo se mudado aos dois anos com a família para Juazeiro, na Bahia.

A ideia do festival, explica o artista, é manter o compromisso com as raízes culturais, promovendo intercâmbio musical entre todas as gerações participantes de diferentes estados brasileiros e entre músicos já consagrados, produtores, empresários, técnicos, estudiosos, comunicadores e
amantes do forró. Além da programação musical de nomes mais conhecidos do ritmo, destaca Targino Gondim, o festival dá oportunidade a novos talentos de se apresentarem. 

“Estes novos artistas vão divulgar seus trabalhos para um público mais específico e seleto, formador de opinião, proveniente de diferentes localidades do Brasil. Vamos arrastar as chinelas e ouvir muitas canções do imaginário nordestino”, pontua.

SERVIÇO
Evento: Festival de Forró da Chapada Diamantina
Data: 10 a 12 de outubro
Local: Cidade de Mucugê
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PRODUTORES DE MANGA DO VALE DO SÃO FRANCISCO ESPERAM AUMENTAR FLUXO DE EXPORTAÇÃO ATÉ O FINAL DO ANO

Saborosas, cheirosas, suculentas e mais baratas. As mangas, que estão entre as frutas mais apreciadas pelos baianos, registraram queda de até 40% nos preços nas últimas semanas na região metropolitana de Salvador. 

Na Central de Abastecimento de Simões Filho, a caixa da manga Palmer caiu de R$ 70 para R$ 45. A Tommy, que custava R$ 65 agora está sendo comercializada por R$ 40. E a Rosa, que chegava a ser vendida por R$ 105 nos últimos dias não passa mais dos R$ 80. 

A diminuição no atacado se reflete com mais força no varejo. No Mercado da Sete Portas o quilo está sendo vendido por até R$ 2, e em alguns grandes supermercados caiu para até R$ 3,50. 

E seja a Palmer, a Tommy ou as tradicionais Rosa ou Espada, elas devem continuar com as cotações reduzidas em outubro. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a tendência de queda é nacional e vários fatores estão influenciando nas reduções, principalmente o excesso de frutas no mercado.

“A oferta está mais expressiva na maior parte dos municípios produtores, as vendas mais lentas e as exportações para a Europa ainda estão abaixo do esperado. Além disso houve uma retirada maior de mangas fora do ponto ideal de maturação, o que também limitou o escoamento”, diz o relatório do Cepea. 

Nesta época a colheita está em ritmo intenso em São Paulo e no norte de Minas Gerais. Na Bahia, os principais produtores estão concentrados no Vale do São Francisco e no sudoeste do estado, na região do perímetro irrigado de Brumado. Em Livramento de Nossa Senhora, o quilo da fruta que já chegou a custar até R$ 2, não tem passado de R$ 1 faz várias semanas. E já tem até agricultor adiando a colheita.

“Quem pode está deixando no pé à espera de um melhor preço. Esperando um pouco mais para ver se melhora. Neste momento não compensa colocar no mercado interno. E vamos torcer para as exportações melhoram em Petrolina e Juazeiro”, afirma Ricardo Ribeiro, secretário de agricultura de Livramento de Nossa Senhora. 

No município existem cerca de 500 produtores de manga que mantêm pomares irrigados e direcionam mais de 95% da produção para o sudeste do país.

Já no Vale do São Francisco, responsável por 90% da manga brasileira enviada para outros países, os preços chegaram a cair mais de 10% nas últimas semanas. Os produtores rurais esperam aumentar o fluxo das exportações até o fim do ano, quando os preços poderão voltar a subir. Segundo o Cepea, as exportações estão lentas devido a concorrência com outros países produtores. No ano passado, os produtores do Vale enviaram 9 milhões de caixas da fruta para os Estados Unidos, segundo maior comprador das mangas brasileiras depois da Europa.

Muito além das mangas colhidas nas zonas urbanas, nos quintais das casas ou em pequenas chácaras da zona rural, o cultivo da fruta evoluiu muito nas últimas décadas e hoje conta com pomares comerciais cada vez mais tecnificados e produtivos.

Enquanto a área de manga não cresce muito no Brasil, no Vale do São Francisco ela quase triplicou entre 2015 e 2018. O aumento gigantesco na oferta está sendo possível graças a um conjunto de estratégias de produção.

As técnicas envolvem, por exemplo, o uso de equipamentos com infravermelho. Ele permite medir o nível de maturação da fruta ainda no pé, para evitar a colheita tardia. O equipamento é capaz de determinar o ponto ideal de colheita para que a fruta atinja a qualidade de consumo apenas após 20 dias, quando chegar no destino final.

Outra tecnologia que fez a diferença é o tratamento hidrotérmico. A técnica foi desenvolvida há cerca de duas décadas por uma rede de pesquisa liderada pela Embrapa. Durante o tratamento, as frutas são mergulhadas em água aquecida a 46 graus por 75 ou 90 minutos. O processo mata ovos ou larvas de insetos que porventura estejam na manga, entre elas a temida mosca-das-frutas.

“Foi a solução encontrada pelo setor para entrar em mercados exigentes como o americano. O maior receio deles era que, nos oito a dez dias de transporte até lá, houvesse a possibilidade de que os frutos levassem os ovos ou as larvas da mosca”, afirma o engenheiro agrônomo José Eduardo Brandão Costa, diretor executivo da Abrafrutas. 

A técnica é utilizada por todos os 40 produtores exportadores de frutas do Vale do São Francisco, instalados nos municípios de Juazeiro, Casa Nova e Petrolina. A estratégia de tratamento através da temperatura deu tão certo que se transformou em modelo de certificado fitossanitário para outros países. A solução técnica abriu mercados para as frutas brasileiras em países como Argentina, Chile, Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão e União Europeia.

Os agricultores também adensaram as plantações. No início dos cultivos, eles plantavam no máximo 100 mangueiras por hectare. Agora existem pomares com até 1.200 pés por hectare.

Foram tecnologias como esta que permitiram à Bahia se tornar uma das maiores produtoras de manga do mundo. O segmento agrícola gera mais de 200 mil empregos diretos apenas no Vale do São Francisco. A comercialização da fruta movimentou no estado mais de R$ 422 milhões em 2018, segundo o IBGE.

Para os especialistas, o cultivo de manga vai além da simples produção de alimentos. Abrange uma cadeia produtiva extensa, com amplas consequências na economia nacional e que conseguiu atingir taxas de rentabilidade superior a 200% nos últimos anos. Em entrevista ao CORREIO, o pesquisador da Embrapa Semiárido, João Ricardo Ferreira de Lima, doutor em economia aplicada, analisa as perspectivas do segmento.

Correio da Bahia
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ORAÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO EM TEMPOS DE POUCOS RIOS

O Rio São Francisco não nasce na Serra da Canastra. Digo isso porque a correria estressante das ruas do Rio de Janeiro me oprime. Os olhos dessas crianças nuas me espetam e essa população de rua dormindo pelas calçadas me joga contra o muro. Esse Cristo economiza abraços e atende a poucos.

Só uma coisa me alenta hoje: a saudade do meu santo rio. O Rio São Francisco, o Velho Chico, Chiquinho. Escuto o murmurar de suas verdes águas: — Deixai vir a mim as criaturas... E assim foi feito. Falar de desrespeito e depredação tornou-se obsoleto. Denunciar matanças e desmatamentos resultou nulo. Orar e orar. Pedir ao santo do seu nome a sua oração.

Lá do Cristo Redentor da cidade de Pão de Açúcar, nas Alagoas, um moleque triste escutou a confissão das águas. Segundo ele, o Velho Chico dizia:

“Ó, Senhor, criador das águas, benfeitor dos peixes, escultor de barrancas e protetor de homens fazei de mim bem mais que um instrumento de tua paz. Se paz não mais tenho faz-me levar um pouquinho aos que em mim confiam. Paz para as lavadeiras que, em Própria, choram a sua fome de pão. Que, em Brejo Grande, soltam lágrimas pelos filhos mortos no sul do país. Que, em Penedo, já perderam a fé de serem tratadas como gente sã.

Onde houver o ódio dos poderosos que eu leve o amor dos pequeninos. O amor dos que cavam a terra a plantam o aipim. Dos que cavam a terra e usam-na como cama e lençol para sempre. Dos que querem terra para suas mãos, para os seus grãos, para a sua sede. O amor que não é submisso, mas escravizado. O amor que tem coragem de um dia dizer não. Coragem diante das balas e das emboscadas, das más companhias e da solidão.

Onde houver a ofensa dos governos que eu leve o perdão dos aposentados e servidores públicos. O perdão, nunca a omissão. A luta, porque perdoar não requer calar. Perdoar não quer dizer parar. Como minhas águas, tantas e tantas vezes represadas, mas nunca paradas e que, quando em minha fúria, carregam muralhas, absorvem barreiras e escandalizam Três Marias, Xingó e Paulo Afonso.

Onde houver a discórdia dos que mandam que eu leve a união dos comandados. A suprema união dos que sonham com as mudanças, dos que querem quebrar hegemonias e oligarquias. A discórdia dos reis contra a união dos plebeus. Um povo unido é força de Deus, dizia o velho bendito e sejais bendito, Senhor. A união das águas, a união das lágrimas, a união do sangue e a união dos mesmos ideais.

Onde houver a dúvida dos que fraquejam, que eu leve a fé dos que constroem seu tempo. Na adversidade, meio ao deserto e ao clima árido, a fé dos que colhem uvas e mangas em minhas margens. Dos que colhem arroz em minhas várzeas, dos que criam peixes com minhas águas em açudes feitos. A fé dos xocós lá em Poço Redondo. A fé que cria cabras nos Escuriais. Dos que colhem cajus e criam gado em Barreiras e outros cafundós.

Onde houver o erro dos governantes que eu leve a verdade de Canudos. O bom senso dos conselheiros de encontro à insanidade dos totalitários. Os canhões abrindo fendas na cidade sitiada e a verdade expondo cada vez mais a ferida da loucura na caricatura da História. O confisco da poupança e o rombo na previdência. O fim da inflação e o pão escasso, o emprego rarefeito, a dignidade estuprada em cada lar de nordestinos.

Onde houver o desespero das crianças da Candelária que eu leve a esperança das mães de Acari. E aqui, Senhor, te peço com mais fé. A dor dos deserdados, dos que perderam seus pais, filhos ou irmãos, seja de fome, doença ou assassínio, inundai-os com as águas esmeraldas da justiça. A justiça da terra e dos céus. Pintai de verde o horizonte das famílias daqueles que foram jogados mortos em minhas águas. Eles não foram poucos.

Onde houver a tristeza dos solitários que eu leve a alegria das festas de São João. Solitário eu banho muitas terras e em todas, das Gerais, do Pernambuco, das Alagoas e do Sergipe, não há tristeza ao pé da fogueira, nas núpcias entre a concertina e o repente, entre a catira e o baião.. Das festas do Divino ao Maior São João do Mundo, deixai-me levar, Senhor, o sabor de minhas águas juninas e seus fogos de artifícios.

Onde houver as trevas da ignorância que eu leve a luz do conhecimento e da sabedoria. A escuridão dos homens dementes que teimam em querer ferir-me de morte seja massacrada pela luz de um futuro negro, sem água potável, sem terra e sem ar.. Dai-me esse poder, de entrar nas mentes e nos corações, de espraiar-me pelos mil recantos dos que querem mal à nossa casinha, nossa pequena Terra. O homem sábio seja sempre sábio e contamine os povos com ensinamentos de preservação.

Ó, Senhor, dai-me vocação para consolar os que se lamentam de má sorte. Fazei-me compreender porque tanto mal há nos corações. Sobretudo, Senhor, não autorizeis que eu deixe de ser o Rio São Francisco, que há tantos anos não foge do seu leito, espalha e espelha vida em abundância. Que, embora tenha dado, quase nada recebo, que perdoando sempre, continuo sendo morto enquanto todos pensam que serei eterno.”

Foi assim que escutei e assim reproduzo.

*Fonte: Aderaldo Luciano é paraibano, nascido em Areia. Doutor em Ciência da Literatura
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REVISTA KURUMATÁ É PEIXE NA PROSA E NA POESIA, NOS SONS DAS FALAS E INSTRUMENTOS, NAS ARTES E OLHARES

A Revista Kuruma’tá é uma ideia de Aderaldo Luciano e Toinho Castro, nascida e alimentada por muita conversa ali no Largo da Carioca, apreciando os passantes e frequentadores da banca do Olivar. Tiveram a ideia e soltaram no mundo, pra fermentar. Kuruma’tá agora é peixe que nada na prosa e na poesia, nos sons da falas e instrumentos, nas artes e olhares, nas histórias. A água de Kuruma’tá é narrativa.

Kuruma’tá tem muitas vozes e muitos parceiros. Amigos, estranhos solidários, curiosos e aventureiros passarão por aqui, conosco, a cantar.

Fique de olho. Kuruma’tá tá nadando. Kuruma’tá tá danado!

Aderaldo Luciano (Editor), nascido em Areia, na Paraíba, é poeta pautado pela estética da poesia do povo. Estudioso da poesia e da música do Brasil profundo, é mestre e doutor em Ciência da Literatura, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Vive o projeto Roda de Cordel – leituras e estudos, intervenções de leitura de cordéis em escolas e comunidades rurais brasileiras. Autor dos livros O auto de Zé Limeira (Confraria do Vento, 2008), Apontamentos para uma história crítica do Cordel Brasileiro (Luzeiro/Adaga, 2012), Romance do Touro Contracordel (Adaga, 2017). Até junho de 2017 manteve uma coluna semanal no programa Sabadabadoo – A Gente Gosta de Sábado na Rádio Globo (Rio e São Paulo): o Cordel de Notícias. Agraciado com o Falcão de Ouro por sua contribuição à cultura no estado de Sergipe.

Potiguar de Pernambuco e radicado carioca! Assim define-se Toinho Castro (Editor), que nasceu em Natal, no Rio Grande do Norte, cresceu no Recife e migrou para o Rio de Janeiro aos 30 anos. Tudo em meio à uma família de poetas, músicos artistas. Além da poesia, trabalha com design gráfico, fotografia, vídeo e outras mídias; faz filmes (Viagem a Marte, Avenida Um, Vai, foguete! e outros) e espalha versos por aí. Organizou e participou da coletânea de poemas Lendário Livro, com Aderaldo Luciano, Braulio Tavares, Nonato Gurgel, Numa Ciro e Otto. Toinho também escreve no site da livraria Blooks e em 2019 começou a colaborar com a Revista Pessoa.

Colaboradores:
Adriana Nolasco escapou da medicina, com sofreguidão. tem uma produtora carambolas, muito prima de coletivos poéticos de cunho anárquico. Entre outros planos, faz filmes, cometendo em quase todas as funções, com especial apego à fornalha. Além, cutuca as letras e seus avessos, muitas vezes com vertigem no céu da boca. Adestra sombras em conluio com a sorte e garimpa flores com a mesma astúcia que encontra esbarrões. Já lavou calçadas, especulou em bolsas obtusas, traficou marfim em continentes distantes. atualmente, pensa em não pensar, com muita dificuldade.

Adriana publicou em 2018 o livro Até quase perto, pela editora Urutau. Participou da antologia ou coletânea, não sei como se diz, “As coisas q as mulheres escrevem”, organizada pela editora Desdêmona e lançada em março de 2019.

Amândio Cardoso é natural de Recife, nascido no Derby em dezembro de 1968, criado entre a Madalena e Casa Caiada, em Olinda. É luso descendente, filho de pai português e mãe pernambucana. Estudou em Olinda na infância, fez os seus estudos depois em Recife e formou-se em Publicidade pela Universidade Federal de Pernambuco. Viveu sete anos em Lisboa e três em Madrid, trabalhando em agências de publicidade nesses países. É publicitário, empresário e escreve.

Braulio Tavares, paraibano de Campina Grande, é poeta, escritor, letrista, roteirista… uma longa lista de fazeres! Tem uma também longa lista de livros publicados, sendo o mais recente Fanfic, pela editora Patuá. Destacou-se recentemente com o texto da premiada peça Suassuna – O Auto do Reino do Sol, sucesso, como se diz de público e crítica! Fica a dica: visite seu blog, Mundo Fantasmo, uma sensacional seleção dos seus textos.

Eduardo Frota é jornalista, escritor, barista, cinéfilo e ex-bonito. Escreve de texto institucional a bilhetinho de amor. Escreveu um livro de parágrafos, publicado pela Editora Jaguatirica, entitulado “Aqui jazem romances“. Escreve sobre café para diversas publicações do setor. Escreve sobre jiu-jitsu para a Gracie Mag. Escreve sobre o que faria se ganhasse na Mega-Sena: compraria uma igreja evangélica e a transformaria em um cinema.

Jaciara Rosa é mineira, gosta de mansidão, música e palavras. Vive de escrever com os pés fincados no chão e deseja flutuar um pouco, todo dia.  Jornalista pela UFJF, criou e coordena a Dedicata Cultura desde 2006, assessoria e produtora de conteúdo para redes sociais. Também estuda medicina tradicional chinesa e, vagarosamente, vai se construindo terapeuta.

Jorge LZ | Programa na Ponta da Agulha
Parceiro de primeira linha da Revista Kuruma’tá com seu programa maravilhoso, Na Ponta da agulha.
Pesquisador musical; curador do Festival Levada; DJ; idealizador do Festival BRio, do Verão Musical no Castelinho e dos programas de rádio Radar, Geleia Moderna e LapaLounge.

Lu Lessa é mineira. Tem manias. Tem arca com nomes escritos. Formação acadêmica: Direito na UFJF. Formação Artística: Parque Lage (João Magalhães, Gianguido Bonfati, Helio Eichbauer, Charles Watson – professores). Fundou o MAP – Movimento Armado de Poesia, e por ele faz oficinas em escolas públicas e intervenções urbanas. Faz exposições artísticas por aí. A mais importante delas foi uma individual no CCBB-RJ, em outubro de 2017, com curadoria do Helio Eichbauer.

Nonato Gurgel
Nasceu em Caraúbas-RN, é professor do curso de Letras da UFRRJ e autor de miniSertão (2014), Luvas na Marginália (2016) e Nonada: floração da prosa no sertão (inédito).

Numa Ciro, paraibana de Campina Grande. Poeta/letrista, atriz, performer, professora e psicanalista. NUma tem raíz na Paraíba mas também altos galhos e folhas que se espalham por aí. Cosmopolita e vibrante, sua arte faz pontes inestimáveis entre muitos e distintos mundos.

Pedro Pousada (1970) é um artista plástico com uma extensa experiência no campo de Desenho contemporâneo. Gosta de ensinar e de aprender e na sua atividade de docente e investigador universitário tem publicado artigos científicos no âmbito da teoria da arte e do cruzamento entre cultura artística contemporânea e cultura arquitetônica. Mas quando faz o que faz não pensa que seja artista e tem muitas dúvidas sobre o que isso possa significar nos dias de hoje.

Rodrigo Ribeiro é carioca e também luta com palavras como professor e pesquisador do Departamento de Filosofia da UNIRIO e do Programa de Pós-graduação em Filosofia da UFRN. É autor de “Alienações do Mundo: uma interpretação da obra de Hannah Arendt” e outros trabalhos com ênfase em Filosofia Contemporânea.

Terêncio Porto Credor lunático e lavrador quixotesco, Terêncio Porto comete em conluio com sua sombra artimanhas dotadas de asas. Constrói sendas em paragens antigas e cria runas, as quais pastoreia com suas 4 gatas de sol a sol, até que só restem gêiseres de solidões abruptas e sem step.

Terêncio acaba de lançar seu primeiro livro de poesias. No bolso do peito uma bússola quebrada foi lançado pela Editora Viés e pode ser adquirido clicando aqui!
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PROJETO RAÍZES: MINISTÉRIO PÚBLICO INICIA OFICINAS DE CAPACITAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO EM PETROLINA

A cidade de Petrolina será a primeira do Estado a receber uma oficina de capacitação e sensibilização do Projeto Raízes, iniciativa estratégica capitaneada pelo Grupo de Trabalho de Enfrentamento à Discriminação Racial (GT Racismo) que tem como objetivo fortalecer os vínculos do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) com as comunidades tradicionais de Pernambuco. A oficina está marcada para o dia 30 de setembro, com atividades das 8h às 17h, no auditório do Sest/Senat de Petrolina.

Durante o turno da manhã, as atividades terão a participação dos integrantes do MPPE de toda a região (1ª e 2ª Circunscrições Ministeriais) e das lideranças quilombolas, indígenas, ciganas e de povos de terreiros. A primeira atividade consiste na apresentação do projeto e das atividades que serão desenvolvidas, o que inclui a elaboração de um cadastro atualizado dos povos tradicionais para facilitar sua interlocução com as Promotorias de Justiça locais.

Logo em seguida, a procuradora da República Polireda de Medeiros fará uma palestra de contextualização sobre a atuação do Ministério Público na defesa dos direitos fundamentais do público-alvo do projeto. A partir das 10h30, será aberto um espaço de duas horas para a escuta das comunidades tradicionais.

No período da tarde, o trabalho será focado nos membros e servidores do MPPE. Eles se reunirão para construir propostas de trabalho que contemplem as reivindicações das comunidades tradicionais e fechar os encaminhamentos.

Ainda estão previstas mais quatro oficinas regionais nas cidades de Serra Talhada (3ª e 14ª Circunscrições Ministeriais), em 23 de outubro; Garanhuns (4ª e 5ª Circunscrições), em 23 novembro; Caruaru (6ª, 7ª, 10ª e 11ª Circunscrições), com previsão para março de 2020; e Recife (incluindo as 8ª, 9ª e 13ª Circunscrições), prevista para abril de 2020.

Raízes — Com ênfase nas populações vulneráveis, o projeto pretende enfrentar as múltiplas dimensões das desigualdades decorrentes das discriminações que afetam as comunidades tradicionais, contribuindo para a conscientização, empoderamento e respeito à dignidade de seus membros, conforme assegurado pela Constituição Federal de 1988 e na esteira dos compromissos assumidos pelo Brasil em diversas Conferências Mundiais, especialmente na Declaração e Programa de Ação de Durban, adotados em 2001.

O projeto Raízes integra o Portfólio de Projetos Estratégicos do Ministério Público de Pernambuco, com foco na efetividade da legislação antirracista e afirmativa e insere-se o nos eixos Reconhecimento, Justiça e desenvolvimento para a promoção e proteção dos direitos humanos das pessoas afrodescendentes, instituídos em 2013 pela Década Internacional para Afrodescendentes (2015-2024) conforme a Resolução nº 68/237 da Assembleia Geral das Nações Unidas.

O Estado de Pernambuco possui atualmente 133 comunidades quilombolas, 16 povos indígenas e 21 comunidades ciganas, localizadas quase que exclusivamente no interior do Estado, com ênfase nas regiões do Agreste Central, Agreste meridional, Sertão do Moxotó, Sertão do Pajeú, Sertão Central, Sertão do São Francisco e Sertão de Itaparica.

Fonte: Ministério Público de Pernambuco
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MANCHAS DE ÓLEO AVANÇAM E ATINGEM 113 PONTOS EM 8 ESTADOS DO NORDESTE

A substância oleosa e escura encontrada em algumas praias do Nordeste não para de se espalhar. Já são 112 pontos em 53 municípios em 8 Estados atingidos, e os órgãos ambientais e de proteção da zona marítima continuam mobilizados para saber qual a origem desse 

O mapa com localidades afetadas no Nordeste, divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente, mostra que boa parte da extensão à beira mar entre Maranhão e Sergipe está contaminada. Dos nove Estados nordestinos, apenas a Bahia não registra a presença do óleo.

O material atinge diretamente o ecossistema das praias, prejudicando principalmente a fauna marinha. Segundo o mais recente balanço divulgado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), dez animais foram atingidos - nove tartarugas marinhas e uma ave -, dos quais seis tartarugas e uma ave morreram. Os animais foram encontrados no Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco.

As manchas começaram a ser percebidas no dia 2 de setembro e, desde então, o Ibama vem estabelecendo uma série de ações, entre elas a investigação quanto à composição da substância. O resultado conclusivo das amostras, solicitado pelo Instituto e pela Capitania dos Portos, e cuja análise foi feita pela Marinha e pela Petrobras, apontou que se trata de petróleo cru.

Ainda não foi detectada a origem e o responsável pelo vazamento do petróleo, mas uma das hipóteses levantadas pelos órgãos de proteção ambiental é que alguma embarcação tenha despejado a substância em alto mar.

Por ser uma substância tóxica, a recomendação do Ibama e das Superintendências Estaduais de Meio Ambiente é de que as pessoas evitem o banho de mar, a prática de esportes náuticos e também a pesca, bem como evitar o consumo de frutos do mar desses locais.

Fonte: Agencia Brasil
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PROGRAMA NAS ASAS DA ASA BRANCA-VIVA LUIZ GONZAGA E SEUS AMIGOS, O SACOLEJO DO FORRÓ COM BOM JORNALISMO

O rádio continua sendo o principal veículo de comunicação do Brasil. Aliado a rede de computadores está cada vez mais forte e potente. Na rádio Cidade AM 870, Petrolina, Juazeiro, Bahia, o jornalista Ney Vital apresenta o Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga, todos os domingos,  a partir das 9hs da manhã.

O programa é transmitido também via internet www.radiocidadeam870.com.br e segue uma trilogia amparada na cultura, cidadania e informação. "É a forma. O roteiro concreto para contar a história da música brasileira a partir da voz e sanfona de Luiz Gonzaga e seus seguidores", explica Ney Vital. 

O programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga é um projeto que teve início em 1990, numa rádio localizada em Araruna, Paraíba. "Em agosto de 1989 Luiz Gonzaga, o  Rei do Baião fez a passagem, partiu para o sertão da eternidade e então, naquela oportunidade, o hoje professor doutor em Ciência da literatura, Aderaldo Luciano fez o convite para participar de um programa de rádio. E até hoje continuo neste bom combate". 

O programa desse pesquisador e jornalista é o encontro da família brasileira. Ney Vital não promove rituais regionalistas, a mesquinhez saudosista dos que não se encontram com o povo a não ser na lembrança. Ao contrário, seu programa evoluiu para a forma de espaço reservado à cultura mais brasileira, universal, autêntica, descortinando um mar e sertões  de ritmos variados e escancarando a infinita capacidade criadora de nosso povo. 

É o conteúdo dessa autêntica expressão nacional que faz romper as barreiras regionais, esmagando as falsificações e deturpações do que costuma se fazer passar como patrimônio do povo brasileiro.

Também por este motivo no programa o sucesso pré-fabricado não toca e o modismo de mau gosto passa longe."Existe uma desordem , inversão de valores no jornalismo e na qualidade das músicas apresentadas no rádio", avalia Ney Vital que recebeu o titulo Amigo Gonzaguiano Orgulho de Caruaru recentemente em evento realizado no Espaço Cultural Asa Branca. e o Troféu Viva Dominguinhos em Garanhuns.

Ney Vital usa a credibilidade e experiência de 29 anos atuando no rádio e tv. Nas filiadas do Globo TV Grande Rio e São Francisco foi um dos produtores do Globo Rural, onde exibiu reportagens sobre Missa do Vaqueiro de Serrita e festa aniversário de Luiz Gonzaga e dos 500 anos do Rio São Francisco.

Formado em Jornalismo na Paraíba e com Pós-Graduação em Ensino de Comunicação Social pela UNEB/Universidade Federal do Rio Grande do Norte faz do programa um dos primeiros colocados na audiência do Vale do São Francisco, segundo as pesquisas.

O Programa Nas Asas da Asa Branca, ao abrir as portas à mais genuína música brasileira, cria um ambiente de amor e orgulho pela nossa gente, uma disseminação de admiração e confiança em nosso povo — experimentada por quem o sintoniza, dos confins do Nordeste aos nossos pampas, do Atlântico capixaba ao noroeste mato-grossense.

Ney Vital usa a memória ativa e a improvisação feita de informalidade marcando o estilo dos diálogos e entrevistas do programa. Tudo é profundo. Puro sentimento.O programa Flui como uma inteligência relâmpago, certeira e  hospitaleira.

"O programa incentiva o ouvinte a buscar qualidade de vida. É um diálogo danado de arretado. As novas ferramentas da comunicação permitem ficarmos cada vez mais próximo das pessoas, através desse mundo mágico e transformador que é a sintonia via rádio", finalizou Ney Vital.
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GOVERNO BOLSONARO ESTUDA CONSTRUÇÃO DE SEIS USINAS NUCLEARES

O Gverno federal informou esta semana que estuda construir seis usinas nucleares até 2050. A informação foi dada pelo secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Reive Barros.

A construção das usinas deve ser incluída no Plano Nacional de Energia (PNE).

Em nota, o ministério destaca que o PNE está em fase final de elaboração e informa que o governo estima investir US$ 30 bilhões na construção das seis usinas.

Os novos reatores deverão produzir 6 gigawatts (GW) de energia — 1 GW em cada. Somados com a produção das usinas de Andrade 1 e 2 e também de Angra 3, prevista para ser concluída em 2026, a potência instalada na matriz nuclear poderá chegar a 9,3 GW.

“O PNE subsidia o governo federal na formulação de sua estratégia para expansão da oferta de energia no longo prazo. Já o Plano Decenal de Energia, que tem horizonte de 10 anos, é um instrumento de planejamento de curto prazo e está sendo produzido para cobrir o período 2019-2029. Neste último, vislumbra-se apenas a entrada em operação de Angra 3“, acrescenta o Ministério de Minas e Energia.

Fonte: Agencia Brasil
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É NOITE DE SÃO JOÃO E AS MENINAS DO GROTÃO, COMPOSIÇÕES DE ONILDO ALMEIDA COMPLETAM 50 ANOS ESTE ANO E FORAM INTERPRETADAS POR LUIZ GONZAGA

A gravação da música Asa Branca, o hino não oficial do Nordeste, e um dos maiores clássicos de todos os tempos, completou 72 anos. gravação, em 3 de março de 1947. A toada, que tem versões em dezenas de idiomas, inclusive em japonês e coreano, e é familiar a brasileiros de qualquer região, naquele tempo soava tão estranha que foi motivo de gozação em cima de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, pelos músicos do Regional de Canhoto, que participaram da gravação.

Para eles, Asa Branca era a mesma coisa que cantiga de cegos nordestinos, pedindo esmola na rua. Fizeram uma fila, um deles com uma vela acesa, cantando a música. O episódio foi contado por Humberto Teixeira numa célebre entrevista ao pesquisador cearense Miguel Ângelo de Azevedo, conhecido como Nirez. Assim como Juazeiro ou No Meu Pé de Serra, e várias das parcerias iniciais de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga.

Detalhe: a música Asa Branca foi gravada em 78 rotações original na faixa B. A marcha junina Vou pra Roça (Luiz Gonzaga/Zé Ferreira), na face principal do disco da época.

Este ano 2019, consultei a maior autoridade brasileira em discografia de Luiz Gonzaga, o pesquisador, José Batista Alves, que mora em Recife. José Batista confirma: em 2019 duas interpretações de Luiz Gonzaga completam 50 anos, meio século de existência. São elas, "As Meninas do Grotão" e "É noite de São João", ambas compostas por Onildo Almeida que aos 91 anos vive em Caruaru, Pernambuco e teve 21 músicas gravadas na voz de Luiz Gonzaga. 

O baião As Meninas do Grotão, de 1969, consta no LP (disco) Caminho da Roça, da RCA. Na animada letra existe referências ao sanfoneiro Zé Tatu, "veio macho numa puxada de fole".

A letra de "É Noite de São João", considerada um das mais belas interpretações do cancioneiro gonzagueano é a outra composição também de Onildo Almeida que este ano completa 50 anos. Trata-se de uma marchinha. É uma das músicas mais raras. Poucos colecionadores possuem o selo, pois não existe registro da música nas discografias consultadas.

"A noite está tão bonita o céu todo iluminado, folgueiras no chão queimando tudo tão enfeitado. É noite de São João...
Quanta alegria na alma do povo, tudo é sorriso, tudo é brincadeira, cantigas de roda, pamonha, canjica, milho verde, costumes que a gente não perde, brincar em redor da fogueira.
São João se festeja na roça, na rua, na cidade, mas o São João animado de verdade é no brejo, no mato e na ribeira. É noite de São João... 

A gravação da música Asa Branca, o hino não oficial do Nordeste, e um dos maiores clássicos de todos os tempos, completou 72 anos. gravação, em 3 de março de 1947. A toada, que tem versões em dezenas de idiomas, inclusive em japonês e coreano, e é familiar a brasileiros de qualquer região, naquele tempo soava tão estranha que foi motivo de gozação em cima de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, pelos músicos do Regional de Canhoto, que participaram da gravação.

Para eles, Asa Branca era a mesma coisa que cantiga de cegos nordestinos, pedindo esmola na rua. Fizeram uma fila, um deles com uma vela acesa, cantando a música. O episódio foi contado por Humberto Teixeira numa célebre entrevista ao pesquisador cearense Miguel Ângelo de Azevedo, conhecido como Nirez. Assim como Juazeiro ou No Meu Pé de Serra, e várias das parcerias iniciais de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga.

Detalhe: a música Asa Branca foi gravada em 78 rotações original na faixa B. A marcha junina Vou pra Roça (Luiz Gonzaga/Zé Ferreira), na face principal do disco da época.

Este ano 2019, consultei a maior autoridade brasileira em discografia de Luiz Gonzaga, o pesquisador, José Batista Alves, que mora em Recife. José Batista confirma: em 2019 duas interpretações de Luiz Gonzaga completam 50 anos, meio século de existência. São elas, "As Meninas do Grotão" e "É noite de São João", ambas compostas por Onildo Almeida que aos 91 anos vive em Caruaru, Pernambuco e teve 21 músicas gravadas na voz de Luiz Gonzaga. 

O baião As Meninas do Grotão, de 1969, consta no LP (disco) Caminho da Roça, da RCA. Na animada letra existe referências ao sanfoneiro Zé Tatu, "veio macho numa puxada de fole".

A letra de "É Noite de São João", considerada um das mais belas interpretações do cancioneiro gonzagueano é a outra composição também de Onildo Almeida que este ano completa 50 anos. Trata-se de uma marchinha. É uma das músicas mais raras. Poucos colecionadores possuem o selo, pois não existe registro da música nas discografias consultadas.

"A noite está tão bonita o céu todo iluminado, folgueiras no chão queimando tudo tão enfeitado. É noite de São João...
Quanta alegria na alma do povo, tudo é sorriso, tudo é brincadeira, cantigas de roda, pamonha, canjica, milho verde, costumes que a gente não perde, brincar em redor da fogueira.
São João se festeja na roça, na rua, na cidade, mas o São João animado de verdade é no brejo, no mato e na ribeira. É noite de São João... 

A música "Arrasta pé na Ingazeira", autoria de Severino Januário, é outra que este ano completa 50 anos da primeira gravação.

Arte: Álvaro Portugal
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ESPM REALIZA EM SÃO PAULO O 3º SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE JORNALISMO

Em parceria com a Columbia Journalism School, a ESPM realiza em São Paulo, no dia 1º de outubro, o 3º Seminário Internacional de Jornalismo. O evento é gratuito e as inscrições podem ser feitas no site da ESPM.

A palestra de abertura será feita por Ernest R. Sotomayor, diretor das iniciativas latino-americanas da Columbia Journalism School. Em seguida, Claudia Bredarioli – jornalista com vinte anos de experiência em comunicação corporativa institucional – fala sobre gestão de crises em empresas de comunicação.

Além das palestras, serão realizadas três mesas. Na primeira, ainda no período da manhã, o tema de debate são os desafios do jornalismo enquanto conteúdo e modelo de negócio. No período da tarde serão realizados dois painéis. No primeiro, o tema é “Jornalismo de Dados – o que há por trás das grandes reportagens”. O segundo é “Repensando a interatividade com o público.” Os interessados também podem fazer inscrições específicas para os painéis. Veja a programação completa:

1º/10 – 8h30 às 17h
ESPM – Rua Dr. Álvaro Alvim, 123, Vila Mariana/SP

MANHÃ
Ernest R. Sotomayor – Professor e Diretor das Iniciativas Latino-Americanas da Columbia Journalism School
João Carlos Saad – Presidente do Grupo Bandeirantes de Comunicação
Francisco Mesquita Neto – Diretor-presidente do Grupo Estado
Felipe Recondo – Sócio-fundador do JOTA
Claudia Bredarioli – Professora de Jornalismo da ESPM
Leão Serva (mediação) – Professor da ESPM e Diretor de Jornalismo da TV Cultura

PAINEL 1
Alana Rizzo – Consultora na Albright Stonebridge Group e colaboradora da The Economist Intelligence Unit no Brasil
Daniel Bramatti – Editor do Estadão Dados e do Estadão Verifica do Jornal O Estado de S.Paulo e Presidente da Abraji
Fabio Takahashi – Editor do DeltaFolha – Núcleo de Jornalismo de Dados da Folha de S.Paulo e vice-presidente da Jeduca
Antonio Rocha Filho (mediação) – Professor de Jornalismo da ESPM

PAINEL 2
Fabiola Cidral – Apresentadora da rádio CBN
Murilo Garavello – Diretor de Conteúdo do UOL
Renato Franzini – Editor-chefe do G1
Ricardo Fotios (mediação) – Professor de Jornalismo da ESPM

Fonte: Observatório da Imprensa
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AMEAÇAS E ASSASSINATOS DE JORNALISTAS, RADIALISTAS E BLOGUEIROS AUMENTAM 30% NO BRASIL, DIZ ESTUDO

Graves violações contra comunicadores, como jornalistas, radialistas e blogueiros, aumentaram cerca de 30% em 2018 se comparado com o ano anterior no Brasil, de acordo com relatório divulgado pela organização internacional Artigo 19.

Segundo o estudo “Violações à liberdade de expressão”, foram registrados 35 graves violações, sendo 26 ameaças de morte, quatro homicídios, quatro tentativas de homicídio e um sequestro no ano passado. Em 2017, a Artigo 19 registrou 27 casos.

O ano de 2018 repetiu o número registrado em 2012 e 2015, anos com a maior quantidade de casos. É a sétima vez que a organização publica esse relatório. A Artigo 19 é uma organização internacional de direitos humanos que atua na defesa e promoção da liberdade de expressão e do acesso à informação pública.

As informações apuradas no relatório dizem respeito somente às graves ocorrências. No entanto, também são monitoradas outras formas menos graves de violações, que servem de subsídio para o levantamento.

Segundo o estudo, o ano de 2018 foi internacionalmente reconhecido como violento para jornalistas. No Brasil, o perfil mais vulnerável é o do comunicador que atua em cidades pequenas, 19 casos (54%).

Os jornalistas foram os mais atingidos por graves violações em 2018, correspondendo a 17 casos (49%), sendo a maioria dos casos de ameaças de morte, em 14 ocorrências. Em segundo lugar, aparecem os radialistas, com 12 casos (34%), o maior número já registrado pela Artigo 19 de violações contra essa categoria.

Dos quatro assassinatos, dois casos foram de radialistas, um em Goiás, outro do Pará. Relatório do Ministério Público mostrou que, entre 1995 e 2018, 64 jornalistas, profissionais de imprensa e comunicadores foram mortos no exercício da profissão no Brasil.

Dos 35 comunicadores, 27 relataram ter sofrido algum tipo de violação anterior, como agressões verbais, intimidação, processos judiciais dentre outras. Dez contaram já ter recebido ameaças de morte em razão de sua atuação.

O relatório também identificou 5 casos de atentados a redações ou sedes de veículos em 2018. Em alguns casos, blogueiros e outros comunicadores trabalham em suas casas.

Em 2018, houve 11 casos de violações online, quando alguma ferramenta online serviu de meio para a veiculação de ameaça de morte, como aplicativos de mensagens, mídias sociais ou e-mails. Oito jornalistas foram alvos online. O relatório chama atenção para as subnotificações, já que muitos jornalistas não relatam essas ameaças.

Onde ocorrem as violações?
A região Nordeste segue com o maior número de graves violações, com 13 casos, seguida pelo Sudeste, 8 casos, onde está a maior parte dos veículos de comunicação do Brasil, e 7 no Norte, dentre eles dois assassinatos.

São Paulo continua como o estado com mais casos, 5, repetindo o número de 2016 e 2017. Em seguida, aparecem Bahia e Paraíba, com 4 casos cada.

Apesar de as cidades pequenas concentrarem o maior número dos casos, houve crescimento nos registros ocorridos em cidades grandes (com mais de 500 mil habitantes): de 2 para 8 violações.

Dentre as pessoas que mais cometem as violações estão políticos, policiais e agentes públicos em todos os anos levantados pelo relatório: 18 (51%) foram cometidas por agentes do estado, das quais 15 tiveram políticos por trás.

Os comunicadores são mais perseguidos após fazerem denúncias: 26 dos casos apurados (74%). A organização também chama a atenção para o alto número de casos em que os autores não se encaixam em nenhum perfil específico. “Trata-se do que uma das vítimas apontou com preocupação: a ascensão do cidadão comum como agressor. Alguns desses casos possuem um autor específico responsável pela ameaça, enquanto em outros há uma variedade de agressores”, diz o relatório.

"Outro traço dos ataques online é o ataque à figura pessoal da comunicadora ou comunicador. Dentre todos os tipos de motivação aqui listados, notamos ofensas e ataques direcionados à pessoa, não apenas ao conteúdo de sua produção. Este nível de personalização da agressão é preocupante, em especial quando a fronteira entre perfil pessoal e profissional de comunicadores em redes sociais muitas vezes não existe", completa.

A principal motivação segue sendo a realização de denúncias, o que se nota em 26 dos casos apurados (74%).

“Os casos de graves violações em 2018 demonstram dois aspectos do cenário de violência. Primeiro, se reforçam as tendências históricas de ataques de pessoas poderosas, especialmente políticos, contra comunicadores em cidades pequenas que realizam denúncias contra ações realizadas por essas pessoas. Em segundo lugar, fica evidente um cenário que já vinha se desenhando nos últimos anos: os ataques online contra comunicadores têm se intensificado e impactado a vida e o trabalho de comunicadores inclusive fora da esfera virtual, de modo que novos desafios no enfrentamento da violência são colocados”, afirma Thiago Firbida, assessor de Proteção e Segurança da Artigo 19 e responsável pelo relatório.

 Fonte: Cíntia Acayaba, G1 SP
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ARTESÃO E MESTRE DA CULTURA ESPEDITO SELEIRO É HOMENAGEADO COM O TROFÉU SEREIA DE OURO

Desde criança, Espedito Velozo de Carvalho acorda antes de o sol raiar. Aprendeu com o pai e o avô, vaqueiros e seleiros desses que despertavam às 3h da madrugada, colocavam o café no fogo e serviam à família antes de iniciar o trabalho na fazenda. Após tanger o gado, cuidavam em fazer peças de couro, atividade que o artesão começou cedo a reproduzir.

O primogênito de Raimundo Pinto de Carvalho e Maria Pastora Veloso "nasceu com uma estrela" e dela nunca se desgarrou. Prova disso é o título de mestre com o qual é reverenciado dentro e fora do Brasil, em virtude da habilidade artesanal desenvolvida nestas quase oito décadas de vida.

Natural de Arneiroz, no sertão dos Inhamuns, ainda criança mudou-se para Nova Russas, onde ficou até os 10 anos de idade. De lá, a família já crescida seguiu para Nova Olinda, no Cariri cearense. Até que no ano de 1958, em meio a uma seca que assolou o sertão, o filho mais velho, Espedito, foi tentar a vida nos cafezais paulistas.

Trabalhou por dois anos "nas terras do sul" e quando voltou para Nova Olinda, abriu uma bodega onde vendia "tudo em secos e molhados" e também a primeira sapataria, a fim de dar continuidade ao ofício ensinado pelo pai.

"Só que eu era novo demais e pensava que o mundo todinho era meu, aí comecei a brincar muito, farreei que nem um jegue e findei quebrado. Acabou o dinheiro, e a caderneta ficou cheia de conta pra receber. Se eu ia atrás de cobrar, o cara queria pagar era com briga. Aí não dava certo. Vim aqui pra dentro da rua, sem nada. Só com uma mulher buchuda", relata, referindo-se ao local que hoje é ocupado pela casa, loja, oficina e ainda pelo Museu do Ciclo do Couro, espaços construídos com o suor e a história da família.

Espedito tinha 21 anos quando conheceu a esposa, Francisca de Brito Carvalho. Da união, nasceram nove filhos, mas somente seis sobreviveram. Para enfrentar as dificuldades, o casal recorreu novamente ao couro. "Eu fazia a peça, e ela costurava na máquina ou na mão. Aqui, tinha vaqueiro por todo canto, sabe? Aí eu fazia mais era sela e as roupas de couro, que era gibão, perneira, chapéu, luva, guarda-peito. O primeiro gibão que eu fiz, eu não tinha muita prática. Botei as mangas ao contrário", conta, ao mesmo tempo que ri da própria inexperiência.

Foi nesse período que ele recebeu uma encomenda desafiadora de um cigano da região. O homem, um dos Feitosa dos Inhamuns, queria uma sela diferenciada, que o destacasse frente aos demais.

Espedito aceitou a proposta, mesmo não estando certo do que poderia oferecer. Então, lembrou das cores. Fez o couro ficar marrom a partir da interação com a planta nativa angico; preto, após imersão na lama; branco, com a cinza da catingueira; e vermelho, com a base do urucum.

"O cigano ficou satisfeito, e o povo que viu ficou todo admirado. Aí eu peguei o nome de 'Seleiro bom'. Os cabras diziam: menino, eu vou mandar Espedito Seleiro fazer uma sela pra mim, porque ô bicho que trabalha bem. É bonita a sela que ele faz", recorda, orgulhoso do próprio feito.

Em 1971, o artesão teve de lidar com a perda do pai. Trouxe para perto de si a mãe e os irmãos, e ensinou a eles, aos próprios filhos e, mais tarde, a dois dos cinco netos, o saber ancestral para garantir a todos o ganha-pão.

Nos anos 1980, porém, o mercado começou a decair, especialmente quando as funções do vaqueiro e do tropeiro foram perdendo força, e os ciganos já não circulavam como antes. Nem mesmo as feiras - Araripe, no sábado, Potengi, no domingo, e Campos Sales, na segunda - estavam dando o retorno, o que exigiu de Espedito uma renovação.

É o seguinte: eu não vou parar de trabalhar com couro, porque é o que eu aprendi na vida. E eu não vou parar por três coisas: uma porque eu preciso de dinheiro. A segunda é que eu não sei trabalhar com outro movimento e, por fim, porque eu quero manter a tradição da minha família. Vou tentar e a partir de hoje, eu vou criar um estilo meu, que aonde eu chegar, o cabra pode é não comprar, mas fica com vontade. Vou criar um modelo, que Deus vai me ajudar e vai dar certo", desabafou com a esposa Francisca.

Aproveitou uma madrugada dessas e amanheceu com os moldes feitos. As cores, que antes se restringiam às selas, passaram para as sandálias e gibões. Esboça-se ali o futuro da família de seleiros, cujo passado jamais seria esquecido, visto que a mesma matéria-prima seguiria alicerçando a tradição.

Nos anos 1990, Alemberg Quindins, idealizador da Fundação Casa Grande, com sede em Nova Olinda, abriria a porta da oficina para o universo. Encomendou a Espedito uma "sandália de Lampião". Outra pessoa a iluminar o caminho foi a socióloga e secretária de Cultura do Ceará, Violeta Arraes (1926-2008).

Depois de ganhar uma alpargata vermelha de "Maria Bonita", ela resolveu encomendar uma bolsa ao artesão. Esses dois pares de pés viajantes levaram a estética do couro por todo o Brasil e parte do mundo.

Nos anos 2000, veio o primeiro chamado para a fama. O artesão teve peças incluídas no figurino do filme "O Auto da Compadecida", do diretor Guel Arraes. Em 2005, criou calçados e acessórios para o desfile da Cavalera (Verão 2006) na São Paulo Fashion Week (SPFW), marcando sua estreia na principal vitrine de moda brasileira. Na ocasião, Espedito assistiu ao desfile sentado em lugar de destaque na passarela, ao lado da esposa, dona Francisca, e do filho, Maninho.

O reconhecimento lá fora acompanhou o desenvolvimento aqui dentro. Em 2008, foi agraciado com o título de Mestre da Cultura Tradicional Popular do Ceará, concedido pelo Governo do Estado por seus relevantes serviços prestados à cultura e à arte; em 2011, recebeu a Ordem do Mérito Cultural, conferida pela Presidência da República Federativa do Brasil, pela sua contribuição à cultura brasileira. Das Universidades Estadual e Federal do Ceará, ganhou ainda o título de notório Saber em Cultura Popular, nos anos de 2016 e 2019, respectivamente.

Como era de se esperar, o sucesso atraiu novos parceiros. Com os irmãos designers de renome internacional, Fernando e Humberto Campana, Espedito desenvolveu peças para a coleção Cangaço, a exemplo de armários, cadeiras, sofás e mesas de centro. O trabalho ganhou destaque na feira Design Miami, realizada em dezembro de 2015, nos Estados Unidos.

No mesmo ano, recebeu convites para desenvolver modelos exclusivos para as marcas cariocas Farm e Cantão. Nas visitas que os designers de moda e estilistas passaram a fazer com frequência a sua oficina em Nova Olinda, porém, o mestre sempre fez uma exigência: para fechar negócio, era preciso manter a essência das cores e os corações em arabescos, que ele havia internalizado no contato com a cultura cigana.

"A pessoa que quiser parceria comigo, tem que fazer o que eu gosto e o que eu sei. Comigo é assim. Se for para fazer um desenho baseado em você, eu não sou Espedito Seleiro. Me perdoe, mas não vou fazer o que eu não sei, trabalhar com traço de ninguém. Eu aprendi e foi Deus quem me ensinou. Eu não tive escola pra isso e eu não preciso também, o que eu faço é assim", observa.


Com essa segurança sobre a própria personalidade, o artesão protagonizou documentários, teses de mestrado, livros e cordéis; suas peças ganharam destaque em filmes, novelas e passarelas. Mais recentemente, em fevereiro deste ano, o criador também atravessou o Atlântico para apresentar suas peças na Embaixada do Brasil, em Londres; e cruzou a Marquês de Sapucaí, em março, num carro alegórico da Escola de Samba "União da Ilha do Governador", cujo enredo de 2019 era "A Peleja Poética entre Rachel e Alencar no Avarandado do Céu". Uma ala de brincantes vestidos com seu artesanato em couro também marcou a homenagem no Rio de Janeiro.

"Nunca pensei de ficar conhecido. Isso acontece de supetão, de uma vez, né? Às vezes, eu não tô nem esperando, aí acontece. Foi assim com o Troféu Sereia de Ouro", revela, sobre a comenda que receberá do Sistema Verdes Mares. "Eu acho legal pra todos nós que vamos ganhar essa homenagem. Isso dá mais valor às pessoas e tenho que agradecer a Deus e aos amigos que reconheceram, que me deram esse merecimento", afirma, certo da importância de figurar a partir de agora nesse grupo seleto de cearenses ilustres.

Fonte: Diário do Nordeste Foto: Thiago Gadelha

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