MACIEL MELO: O ECO INVISÍVEL E A ORQUESTRAÇÃO PARA A SERENATA DE DEUS

A cidade oca, e o eco do invisível extrapolando o limite dos decibéis permitidos pela lei municipal.
É a vez da revolução dos bichos. Um grilo rebelde está perturbando a ordem. São vinte e três horas, doze minutos, e não consigo dormir; os sapos fazem a orquestração para a serenata de Deus.

A grilaiada em coro, saúdam a lua cheia que hoje, está como nunca. Escuto o barulho das folhas crescendo, ouço os passos dos insetos; nunca na vida se ouviu tanto a natureza que, só está sendo interrompida na hora dos panelaços. Depois, que maravilha, que sossego, que paz, que coisa esplendorosa é a voz de Deus.

Um bando de galos já tecem o nosso amanhecer. Bem que o poeta disse: “Um galo sozinho não tece uma manhã”; ele tinha razão. A natureza por fim, resolveu dá um basta na insensatez humana, e botar ordem nessa bagunça. Todo mundo pra dentro de suas casas, já; uma voz vinda do vento ordena, e ai de quem não obedecer, pois se sair o vírus pega, se ficar o vírus some.

Então, já pra dentro de casa.
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