PREVISÃO DE POUCAS CHUVAS PARA O RIO SÃO FRANCISCO

A videoconferência mensal da Agência Nacional de Águas (ANA) foi realizada  no início desta semana com o intuito de discutir as condições hidrológicas da bacia do Rio São Francisco. Representantes do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentaram os relatórios mensais acerca da situação atual da bacia.

De acordo com a apresentação feita pela equipe técnica do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a ocorrência de chuvas na bacia do São Francisco foi, mais uma vez, abaixo da média em agosto. Segundo eles, a primeira metade do ano hidrológico foi deficiente em se tratando de chuva.

O superintendente de Operações e Eventos Críticos da ANA, Joaquim Gondim, disse que a antecipação de chuvas para o mês de setembro é quase que descartada. “Há um critério para definir quando a estação chuvosa está atrasada ou não e nas próximas semanas a previsão é de pouca chuva, mas em outubro teremos uma melhor expectativa”.

Um dos técnicos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou uma avaliação das condições hidrológicas e de armazenamento na bacia do rio São Francisco. Mas antes mostrou aos participantes por meio de gráficos um balanço energético do subsistema Nordeste, onde permanece o quadro de exportação de energia para as outras regiões. O técnico contou que neste mês de setembro não há grandes variações, porém em outubro já se observa um cenário melhor.

A videoconferência foi uma grande oportunidade para estudantes de mestrado da Universidade Federal da Bahia (UFBA) apresentarem seus trabalhos que têm grande relação com o rio São Francisco. O primeiro trouxe o tema “Hidrograma Ambiental – Caso do Rio São Francisco. Já o segundo foi um artigo que tratou dos “Efeitos da adoção do regime de escoamento do sistema de reservatórios do rio São Francisco para atender às demandas de água para usos múltiplos”, e o terceiro trouxe uma “Avaliação dos efeitos da operação de reservatórios na qualidade da água, considerando alterações das condições de restrição de defluência mínima.

O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Anivaldo Miranda, parabenizou os estudantes pelas abordagens dadas durante suas apresentações no que diz respeito à vida aquática e aos cursos de vazão do rio São Francisco. 

“Os trabalhos trouxeram elementos para que comecemos a buscar soluções para alguns problemas que temos de enfrentar. O ideal é conciliar um trabalho com o objetivo de manter o nível dos reservatórios no padrão mínimo e os usos múltiplos. Um ecossistema como o rio São Francisco precisa de todo cuidado necessário. O Comitê tem tomado várias iniciativas e conversou com a Sudene sobre o Plano de Recursos Hídricos. Estamos trabalhando com o Plano de Saneamento Básico junto às prefeituras para coleta e tratamento de esgotos e tentaremos executar de forma concreta a coleta de esgoto. Quem ama o Velho Chico não maltrata”, disse.

Diogo Carneiro Ribeiro Bueno Martins, engenheiro de Planejamento Hidroenergético da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), trouxe uma rápida apresentação sobre a UHE Três Marias que trata do teste de defluência zero. O teste será realizado no dia 19 de setembro e terá a duração de uma hora. O objetivo é avaliar o tempo para restabelecimento da vazão mínima de perenização do rio, avaliando os possíveis impactos socioambientais e, em especial, à ictiofauna, causados por este tipo de operação.

A videoconferência que avalia as condições hidrológicas da bacia do rio São Francisco acontece na sede da Agência Nacional de Águas, em Brasília (DF) e é transmitida para os estados da bacia. Participam dela diversos representantes relacionados às questões do Velho Chico, a exemplo do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), usuários, governo, irrigantes, entre outros. A próxima reunião está marcada para o dia 06 de outubro, a partir das 10h.

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