Ceará: Alunos usam cordel e a música para aprender sobre a Lei Maria da Penha

Os alunos de Fortaleza, Ceará, contam com uma nova maneira de aprender sobre a Lei Maria da Penha: um cordel homônimo à lei, de autoria do cearense Tião Simpatia. Tombado em 2018 como patrimônio cultural do Brasil, a literatura em cordel é utilizada pelo cearense como metodologia lúdica, com o objetivo de educar sobre o tema.

Tião Simpatia, criador do cordel e idealizador do projeto tem levado a arte para o ambiente escolar. O projeto iniciou, em Fortaleza, em novembro do ano passado, e contemplou 38 escolas até o fim do ano. Nos dois primeiros meses de 2019, o objetivo é contemplar mais 32 escolas. O evento é fruto de uma parceria entre o Instituto Maria da Penha e a Secretaria de Educação do Ceará (Seduc).

Tião revelou que a experiência, até agora, tem “superado as expectativas”. “Os alunos estão interagindo bastante, os professores também. A gente usa a arte, o cordel, a música, de uma forma que envolve todo mundo, e no final das contas, fica todo mundo animado e empolgado”, comenta Tião Simpatia.

Maria de Fátima Bezerra, diretora da Escola de Ensino Fundamental e Médio (EEFM) Luiz Gonzaga Fonseca Mota, que recebeu o projeto na última quarta-feira (6), reverbera a avaliação de Tião e considera o evento como “bom, produtivo e que deixa marcas”.

“Ele trouxe um tema muito interessante, sobretudo, para uma faixa etária de alunos que estão em processo de formação, e ele fez isso de forma lúdica, com música e cordel”, complementou Maria de Fátima.

“Nós acreditamos que esse debate começa pela educação, com a reflexão nas escolas. A gente, enquanto artista popular e militante dessa causa, tem comprovado que a arte tem um papel preponderante. E a literatura de cordel é genuinamente nordestina, daí os jovens daqui já se identificam”, complementa o cordelista.

Na escola, o público do evento foi composto por alunos que atualmente fazem o 9º ano do Ensino Fundamental. “Eles foram super receptivos, disseram que muitas coisas na escola deveriam chegar para eles desta forma lúdica, através da mediação da cultura e da arte”, revelou a diretora.

A interação com os alunos vai além da palestra e da conversa com o autor do cordel. “No projeto prevê, a distribuição do Cordel. Não é só a palestra. Os alunos ficam com o folheto da Lei Maria da Penha para que eles possam usar posteriormente, seja na escola ou na comunidade”, destaca Simpatia.

O projeto iniciou em escolas municipais de Teresina, capital do Piauí. E no fim do ano passado, chegou às escolas estaduais de Fortaleza. Atualmente, apenas as instituições da Capital são contempladas mas o plano é ampliar a quantidade de escolas atendidas.

“Já estamos conversando com a Prefeitura (de Fortaleza), através da Coordenadoria de (Políticas Públicas para) Mulheres para fazer nas escolas municipais”, comentou Tião. Além dessas, Tião revela que há planos para o Interior do estado.

“Já existe uma demanda do pessoal lá do Cariri (Crato e Juazeiro) já nos comunicou, querendo o projeto. Também há demanda na região Norte, Camocim, Granja”, complementa o artista.

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