LIVRO NARRATIVAS DE AREIA, AUTORA ESCRITORA E MESTRE EM LINGUÍSTICA, JANAÍNA AZEVEDO

As cidades me incomodam desde sempre, mas uma me incomoda mais do que todas. Juntem-se todas as cidades do mundo, inclusive as erguidas por alucinações com drogas ou variação de juízo, as ficções de livros religiosos ou infernais, as desaparecidas ou que aparecerão, as sonhadas nos sonhos noturnos ou matinais, as destruídas pelas forças políticas ou pela guerra, o catálogo de cá e de lá, à frente e por trás dos muros, acima e abaixo dos céus e da terra, nenhuma me incomodará mais que a cidade cujo nome, hoje, agora, me é tão difícil escrever ou pronunciar.

As histórias dessas cidades haverão de ser contadas e anotadas, revistas e ampliadas, selecionadas e inventadas por homens e mulheres que contam ou narram suas próprias histórias. Seus olhos e corpos são feridos e marcados pela luz e pelas trevas, pelo fogo e pelo gelo de seus próprios pelos. Dessa forma, no abissal ano de 1862, uma peste colérica varreu a cidade, dizimou centenas e arrastou outras centenas para o desespero. Semelhante a hoje, quando nos trancafiamos em nossos muros e tetos, abertas apenas as janelas tecnológicas, assim foram aqueles dias, relembrados por Antonio Borges, em sua sala na capital.

Talvez você queira começar a ler essas Narrativas de Areia por A Entrevista, cujo personagem síntese citei no final do parágrafo anterior. Ou talvez você já tenha iniciado a leitura e nem saiba enquanto está lendo esta nota introdutória, em sua primeira frase. Veja: há alguns anos, 1999, no auge de minhas dores mais densas, Janaína Azevedo publicava o seu livro-labirinto Marias. Aquele não era um livro de estreia, era um livro abre-alas. Compreendíamos a reunião de contos como o resultado de algum caminho já percorrido, de alguma estância existente, de uma cidade de letras que se rompia em vida, de um barracão-ateliê onde os maçaricos trabalharam com dedicação extrema.

Mesmo que você tenha lido Orquídea de Cicuta, vou repetir-lhe a máxima: ninguém deve morrer levando consigo uma história. É um imperativo da humanidade contá-las, revelá-las, introduzi-las de volta no ouvido e nos óculos dos vivos, mesmo que nas casas onde sejam lidas ou ouvidas existam mais meninos que esperança. Aliás a esperança é uma luz regente nos leitores. Enquanto eu-menino nutro minhas esperanças no texto de Janaína, assenhoro-me do seu destino de autora afinada, afiada e pronta, no auge da maturidade, carregando o peso da leveza, o fardo recheado de ilusionismos reais.

Não sei se vocês já observaram o vento assoviando onde quer e como quer. Atravessa a mata, não escolhe abrigo, desata-se na chã, redemoinha-se nas tocas, levanta as saias, descobre telhados, surrupia chapéus, faz chover de lado, arranca árvores, soterra monumentos, balança a corda da forca, fere a pele do rosto, assanha os cabelos, espalha papéis, arremessa pássaros, confecciona os argueiros, varre as narrativas, molda a areia. Não há um só homem, nem um só amor, nenhuma distância, qualquer presença ou ausência insensíveis ao vento frio. Mas Janaína o doma. Janaína o aprisiona, magia e aplicação, no timbre de sua letra, no seu espectro vogal.

As duas partes de suas Narrativas de Areia não foram apartadas pela ventania. Foram construídas, primeiro com a compra de uma casa até a demolição de outra. Depois com a reunião das almas mortas e a fera manifesta rompendo a geografia acidentada da cidade, revelando seu corpo feminino e uma cabeça de medusa para tantas significações. O caminho de Janaína tem sido o caminho da fera. Escrever e observar, deixar-se habitar no casario da tradição, observando sua demolição e reinvenção, ler e aprofundar-se na com-tradição histórica de um povoado que se sonhou metrópole e se acordou arrabalde. 

Depois de reler a obra de Janaína Azevedo, desde aquele já citado Marias, premiado e santo, até este que aqui se sopra, fica-me a certeza mais geral: passou da hora de agradecer-lhe a existência. A única letra acesa na noite brejeira, a última bela face no papel dos desterrados, como eu. Parece-me que há um grande circo armado, debaixo do qual um padre sem batina reza a missa do galo. E uma noiva dispara num choro sem fim, testemunhando as melhores histórias que se pode contar no mundo. Obrigado, Janaína, pela grandeza de reunir aqui a areia que o vento carregou vestida de poeira.

*Aderaldo Luciano-Rio de Janeiro, Mestre e doutor em Ciência da Literatura (pandemia do novo coronavírus, 2020)

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ESPECIALISTAS APONTAM CAMINHOS PARA RECUPERAR A EDUCAÇÃO DO PAÍS

Especialistas participantes de audiência pública promovida hoje (5) pelo Senado apontaram alguns caminhos que poderão ajudar o país a superar os efeitos perversos da pandemia da covid-19 na educação do país. 

Na avaliação dos expositores, as deficiências acumuladas mostram não só a desigualdade no ensino do país, mas a necessidade de inclusão social e de revisão do formato adotado para aprendizagem.

Na avaliação da diretora-geral do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV), Cláudia Costin, antes de tudo é necessário ao poder público, às famílias e a todos envolvidos no processo educativo do país, desenvolver o “sentido de urgência” no resgate das aprendizagens perdidas.

“Vamos parar de mascarar a realidade. Sim, muitas aprendizagens foram perdidas em um ano e meio de escolas fechadas”, alertou a diretora da FGV. Ela acredita que todas as aprendizagens podem ser resgatadas. “Mas isso requer esforços”.

Segundo Cláudia Costin, um passo importante a ser dado é o de tornar as escolas “espaços de aprendizagem colaborativa e de planejamento colaborativo”. 

“Professor aprende mais com outro professor”, disse, enfatizando que isso só será possível se o país “acabar com essa história de professores darem aulas em três ou quatro escolas diferentes”, o que, para ela, inviabiliza o foco na solução dos problemas nas instituições de ensino.

TEMPO INTEGRAL: Cláudia Costin foi enfática ao defender que as escolas passem a funcionar em tempo integral e em turno único, a exemplo do que já é praticado em vários outros países. “Aulas se dão em turno único de até 9 horas. Precisamos avançar nessa direção, com professores tendo dedicação exclusiva a uma única escola, de forma a não ficarem rodando em escolas. Professores precisam de tempo para um certo estudo dirigido e para uma certa orientação àqueles alunos que não têm ambiente em casa para recuperar a aprendizagem”.

Ela disse que as salas de leitura tendem, a partir das constatações nesses tempos de pandemia, a serem mais do que bibliotecas, transformando-se em espaços de multimédia. “Laboratórios equipados, porque não há como ter ensino significativo sem experimentação”, defende.

A diretora da FGV ressaltou que a defesa do ensino integral é ainda mais fundamental se for levado em conta que a educação brasileira não estava bem antes mesmo de a pandemia chegar, em especial com relação à alfabetização. Segundo ela, “54,73% dos estudantes acima dos 8 anos estão em níveis insuficientes de leitura, o que indica que provavelmente a abordagem, embora bonita e poética, não estava dando certo”.

“Além disso, apenas 10,8% dos jovens do terceiro ano do ensino médio aprenderam o suficiente em matemática; e 37,1% em português. Metade dos jovens brasileiros de 15 anos não têm nível básico em proficiência em leitura e interpretação de texto, o que é fundamental para qualquer profissão e para o exercício da cidadania”, acrescentou. E defendeu que não basta melhorar a aprendizagem, mas que “é importante que a desigualdade educacional brasileira, que já é muito grande, não cresça mais ainda, mas que diminua”.

CULTURA DIGITAL: Cláudia Costin lembra que a “cultura digital” já vinha sendo trabalhada por vários países antes mesmo da pandemia. “Nesse sentido, a pandemia serviu de acelerador aqui no Brasil e acabou entrando na base nacional docente. O ensino híbrido também trouxe algumas aprendizagens importantes, apesar de não ser perfeito ainda”, disse.

A professora defende que educadores trabalhem o protagonismo do aluno, ensinando que é ele [o aluno] o “empreendedor da própria vida, além de um portador de sonhos”, e que o que ele aprende na escola “é fundamental para a construção do seu projeto de vida”.

“O aluno tem de ser formado para uma autonomia em que ele se sinta não alguém que deva se beneficiar de dependência, mas um ser independente e, ao mesmo tempo, solidário e colaborador para uma cidadania global. Nesse sentido, vai haver uma transformação importante na profissão de professor, inclusive com relação a um ensino híbrido”.

Nesse formato, ela disse que o professor pode preparar vídeos ou selecionar “entre os professores youtubers da internet” vídeos com os conceitos a serem ensinados.

“Ele então usa o melhor do seu talento na sala de aula – e no conceito de sala de aula invertida – para ensinar o aluno a aplicar esses conceitos que aprendeu em situações de realidade. Nesse sentido, o professor vai deixar de ser percebido como mero fornecedor de aulas expositivas e ser cada vez mais um assegurador de aprendizagem”, acrescenta.

AVANÇOS: Cláudia Costin disse que alguns avanços foram obtidos na história recente do país, o que, segundo ela, pode ser visto com otimismo. “Não há só dados de copo meio vazio. Há dados de copo meio cheio também. Houve avanços no Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica], índice que mede a qualidade da educação no fundamental 1 a cada edição do Saeb [Sistema de Avaliação da Educação Básica] desde 2005. A gente vem melhorando, ainda que em um ritmo que eu gostaria que fosse mais acelerado”, disse.

Ela acrescenta que no fundamental 2 o país apresentou melhoras nas últimas cinco edições. “E na edição de 2019 demos um salto no ensino médio. Melhoramos por dois motivos. Um deles, por causa das melhoras que foram sendo progressivamente introduzidas no ensino fundamental”, disse e citou medidas como a de colocar um ano a mais no fundamental e a de passar a aliar a aprendizagem com outras medidas. “A expansão das escolas em vários estados também ajudou a melhorar”.

A especialista disse que o país está em um “patamar baixo” no ensino médio, já que nem todos conseguem acessá-lo ou concluí-lo. Ela, no entanto, vê alguns sinais positivos com relação a essa etapa de aprendizagem. “Em 2020, por exemplo, 69% dos jovens de 19 anos tinham concluído o ensino médio, o que é uma evolução na comparação com 2012, quando eram apenas 52%”.

DIAGNÓSTICOS: A especialista em gestão escolar Shirley Ana Dutra corroborou com as avaliações feitas pela diretora da FGV, em especial no sentido de que a desigualdade social foi determinante para a forma como a pandemia afetou as pessoas, o que levou à necessidade de se “reinventar e descobrir novos caminhos” para a educação brasileira.

Para tanto, ela disse ser necessária a preparação de um diagnóstico sobre como professores e alunos estão nesse momento de retorno às escolas. “Esse diagnóstico é determinante para o novo fazer pedagógico”, disse.

“Diante dessas situações [decorrentes da pandemia], estamos todos doentes emocionais. É uma carga emocional muito forte, que poucos conseguem carregar em meio a tantas mudanças abruptas e inesperadas”, disse. “Mas os professores da rede pública são muito criativos e têm habilidade fora do comum. Mas precisamos cuidar do professor, assim como precisamos cuidar dos alunos”, acrescentou.


Shirley Dutra avalia que “mais do que nunca a educação está defasada em todos os sentidos: tecnologicamente, sem recursos e sem humanização. Vimos, no decorrer da pandemia, o quanto nossos alunos não conseguem se manter sozinhos fora da escola. E vimos o quanto a presença do professor é essencial”.

“Nossos alunos foram atingidos pelo déficit de aprendizagem e também de alimentação. Isso é real! Foram atingidos pela falta do convívio social e por problemas de saúde física, mental e emocional, que contribuem ainda mais para outras crises, como a da saúde, porque hoje professor e aluno estão adoecidos, e o sistema de saúde não tem como atender. Professores do DF [Distrito Federal], por exemplo, sequer têm plano de saúde. Então estão sem acompanhamento. É uma realidade muito triste”.

ORÇAMENTO: O presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Luiz Miguel Martins, disse que os desafios para a retomada das aulas presenciais de maneira híbrida, e para a adoção de medidas visando a superação das deficiências acumuladas, envolvem “bilhões em orçamentos que não são cumpridos e a implementação do Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação]”.

“Precisamos discutir a aprovação do Sistema Nacional de Educação, que é fundamental, e o cumprimento das metas e estratégias dos planos decenais. E, de fato, é um absurdo e desumano aceitar jornadas de mais de 60 horas para professores”, defende. (Fonte: Agencia Senado)

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CIDADES DO ALTO SÃO FRANCISCO SE ASSUSTAM COM GRANDE VOLUME DE MOLUSCOS MORTOS NO RIO SÃO FRANCISCO

Nas últimas semanas a superfície da bacia hidrográfica do Rio São Francisco na região do Alto São Francisco tem sido tomada por moluscos mortos que geralmente vivem em colônias no fundo do rio. 

Os primeiros registros aconteceram nas cidades de Matias Cardoso e Manga, em Minas Gerais, mas outras localidades também já foram afetadas, como é o caso de Ibiaí, Januária, Itacarambi (MG), além de Malhada e Carinhanha (BA).

Moradores destas cidades afirmam que o fenômeno acontece há pelo menos cinco anos, porém em menor proporção. Diferente do que aconteceu nos últimos anos, onde a ocorrência foi pouca, este ano se formou um verdadeiro tapete de moluscos mortos em algumas destas localidades. Como efeito, o mau cheiro, a impossibilidade até mesmo de consumo humano das águas em algumas comunidades rurais, e da pesca, já que alguns peixes se alimentam desta espécie e tornam-se impróprios para o consumo. 

O Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP Nacional), pastoral social ligada à Comissão Episcopal Pastoral está acompanhando as regiões afetadas e, de acordo com a educadora social da CPP, Laís Cristina Rodrigues, a mortandade de moluscos em grande quantidade está assustando e preocupando os pescadores e pescadoras. “Além do rio também estar com mau cheiro, desde o dia 13 de outubro soubemos que os moluscos desceram passando por Ibiaí. 

Há relatos de peixes mortos em Itacarambi. Alguns peixes estão com os moluscos no estômago. Segundo os pescadores esse é um alimento para a espécie curimatá. Até o momento nenhum órgão ou entidade se manifestou sobre o assunto”, explicou.

A mesma situação também ocorreu em comunidades ribeirinhas de vazanteiros e pescadores das cidades mineiras de Buritizeiro, São Romão, São Francisco e Pedras de Maria da Cruz. Os prejuízos são ainda maiores para as comunidades que não têm acesso a água potável, como relata Marinalva Mendes da Rocha, moradora da comunidade quilombola de Cabaceiras, no município de Itacarambi. “ Essa não é a primeira vez que essas ‘lesminhas’, como a gente chama, aparecem. Já tem cinco anos que eles aparecem, mas nunca foi tão intenso, igual aconteceu agora. A água não dá para usar e pelo menos na nossa cidade não apareceu ninguém para explicar o que está acontecendo”.

Em Matias Cardoso, diversos pescadores registraram a situação em vídeos pedindo auxílio das entidades competentes. “Primeiro a água ficou verde e com mau cheiro, depois o rio foi tomado por esses caramujos. Eles vêm desde a região do Rio das Velhas, onde todas as comunidades estão vivendo o mesmo problema e nós, que somos pescadores, a gente vive a dificuldade na pesca, por causa dessa situação”, explicou a pescadora Joana Lúcia da Costa, da comunidade Pau Preto, no município de Matias Cardoso.

Em Buritizeiro-MG, os moradores afirmam que o fenômeno também está acontecendo de forma surpreendente e fora do período habitual. Segundo o pescador artesanal e vazanteiro da comunidade tradicional pesqueira e vazanteira de Canabrava, Clarindo Pereira dos Santos, em menor proporção, a situação ocorria geralmente no mês de junho. 

“Sobre a mortalidade dos caramujos, popularmente conhecidos por nós como mariscos, está ocorrendo da Foz do Rio das Velhas até a Foz do Rio São Francisco. É um fenômeno que vem acontecendo já há alguns anos em menor quantidade e que não causava muito espanto, mas agora está de forma assustadora e fora de época. Esses animais aquáticos começam a aparecer mortos do mês de junho até no máximo setembro, e esse ano começou no mês de setembro com uma quantidade enorme de caramujos descendo e quando eles morrem, logo começam a feder provocando um cheiro muito forte. Até a presente data ainda não temos nenhuma explicação lógica desse acontecimento”.

Na cidade de Ibiaí (MG) pescadores precisaram interromper a atividade também. “Quando chega na época do calor, começam a aparecer na superfície esses caramujos, e um mau cheiro que é insuportável; até quem mora mais longe do rio, sente o odor. O prejuízo é certo, porque tem peixes que se alimentam desse caramujo e acaba deixando ele também com o cheiro de podridão. Nessa época, nem compensa pescar porque não tem comércio”, relatou Magno Seixas Moreira Silva, representante da colônia de pesca Z20, lembrando ainda que a situação tem se agravado ao longo dos anos. “Isso acontece há muito tempo, porém a cada ano que passa, parece que está ficando pior”.

Sem respostas para o problema que tem impactos nas cidades, a CPP promoveu no dia 03 uma reunião virtual com pesquisadores para tentar entender o que pode estar provocando a mortandade dos moluscos. De acordo com a bióloga, especialista em etnoecologia Ana Thé, o intuito é abrir espaço para dialogar sobre as possibilidades do que estaria causando o fenômeno. “A poluição é a maior possibilidade mesmo, mas temos que nos aprofundar sobre o assunto e ver que encaminhamentos tomar”.

Enquanto isso, em Januária-MG os moradores clamam por socorro. “A gente pede o apoio dos órgãos em defesa do Velho Chico para fazer com que o poder público olhe para o rio com mais carinho, mais amor, porque a gente sabe que o Rio São Francisco está morrendo. E até então, nada foi feito”, relatou Maria das Dores Pereira da Silva, pescadora e presidenta da comunidade quilombola, pesqueira e vazanteira de Croatá, município de Januária.

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, através da Câmara Consultiva Regional do Alto São Francisco, também vem acompanhando e buscando junto aos órgãos competentes mais informações. “Estamos em busca de informações com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e com a Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais para acompanhar o que está acontecendo nessa região”, concluiu o Secretário da CCR, Adson Ribeiro.

(Fonte: Assessoria de Comunicação CBHSF: Texto: Juciana Cavalcante)


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FIOCRUZ: RETOMADA IRRESTRITA DE EVENTOS COM AGLOMERAÇÃO NÃO É RECOMENDADA

O novo Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz defende cautela em retomada de eventos sociais com aglomeração levando em conta apenas o percentual de adultos completamente vacinados. Para os pesquisadores do Observatório, é fundamental que se atinja o patamar de 80% de cobertura vacinal da população total. Com essa meta, além dos adultos, a campanha de imunização deve atingir também crianças e adolescentes. 

“Vale lembrar que a população de adolescentes, pelo tipo de comportamento social que tem, é um dos grupos com maior intensidade de circulação nas ruas e convive com outros grupos etários e sociais mais vulneráveis. Por isso, é equivocado pensar que, com a população somente adulta coberta adequadamente, a retomada irrestrita dos hábitos que aglomeram pessoas é possível”, afirmam os cientistas.

Segundo o Boletim, a cobertura vacinal vem aumentando paulatinamente e recentemente alcançou 55% da população total, ainda distante do patamar ideal. Há também uma quantidade expressiva de pessoas que precisam retornar para a segunda aplicação do imunizante. 

“A recomendação é de que, enquanto caminhamos para um patamar ideal de cobertura vacinal, medidas de distanciamento físico, uso de máscaras e higienização das mãos sejam mantidas e que a realização de atividades que representem maior concentração e aglomeração de pessoas só sejam realizadas com comprovante de vacinação”, ressaltam os pesquisadores. Países do Leste Europeu e os EUA, por exemplo, vêm apresentando surtos de Covid-19 em condições de baixa cobertura de vacinação, o que deve ser evitado no Brasil.

O cenário brasileiro ainda é de estabilidade nas taxas de transmissão do vírus Sars-CoV-2. Ao longo da Semana Epidemiológica (SE) 43, compreendida entre os dias 24 e 30 de outubro, foram notificados 11.500 casos e 320 óbitos diários, em média. Esses números representam redução de 0,7% ao dia nos registros de casos e uma menor velocidade de redução do número de óbitos no país, que agora atinge 0,4% depois de 14 semanas de redução acelerada e sustentada com velocidade de 1 a 2 %.

Embora o registro de casos e de óbitos por Covid-19 se mantenha em trajetória descendente, a taxa de positividade dos testes de diagnóstico permanece alta, o que pode ser atribuído à exposição ao vírus e à presença de indivíduos fora de casa. O Índice de Permanência Domiciliar mostra, por exemplo, que há mais pessoas nas ruas do que antes da pandemia.

Quanto à ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS), o indicador se mantém em patamares inferiores a 50% na maior parte das Unidades da Federação. O único estado na zona de alerta intermediário é o Espírito Santo (67%). 

Com exceção dos estados onde não ocorreu a retirada de leitos destinados à Covid-19, registraram-se, entre os dias 25 de outubro e 01 de novembro, aumentos mais expressivos no indicador no Pará (34% para 47%) e no Rio Grande do Norte (41% para 50%). É importante também comentar que as taxas do Rio Grande do Sul (54%) e sua capital, Porto Alegre (63%), estão baseadas em todo o conjunto de leitos de UTI disponíveis no SUS, tanto para Covid-19 quanto para outras causas de internação, e que possivelmente as taxas específicas para Covid-19 seriam mais baixas.

Foram observadas reduções nos leitos de UTI para adultos destinados à Covid-19 no SUS em Rondônia (89 para 79 leitos), Amazonas (155 para 135 leitos), Amapá (116 para 76 Leitos), Ceará (133 para 90 leitos), Pernambuco (777 para 760 leitos), Bahia (562 para 536 leitos), Minas Gerais (2516 para 2449 leitos), Rio de Janeiro (1614 para 1522 leitos), Paraná (1436 para 1215 leitos), Santa Catarina (786 para 761 leitos), Mato Grosso do Sul (259 para 239 leitos) e Mato Grosso (275 para 248 leitos).

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CANTOR LUIZ DO HUMAYTÁ LANÇA PROJETO SOM NA CAATINGA NESTE SÁBADO (06) NOVEMBRO

 

O cantor, compositor, poeta Luiz do Humaytá inicia o Projeto Som na Caatinga. Com a participação especial do sanfoneiro Cicinho de Assis. No sábado (6) de novembro, a partir das 11hs, a primeira apresentação acontece na Fazenda Jaquinicó (Casa de Gerôncio) e no domingo (7) na Fazenda Bom Socorro (Casa de Luiz de), zona rural Curaçá, Bahia.

Outra novidade é a ampliação do trabalho do cantor que agora pode ser encontrado no canal youTube e spotify.

Este ano Luiz do Humaytá completou, em junho de 2021, 10 anos de vida profissional na música. Iniciou sua trajetória em 2011, ao criar a banda Forró Avulso em Salvador. Com essa banda, tocou na noite soteropolitana por 5 anos e também fez apresentações em outros estados, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Em 2016, iniciou carreira solo e se mudou para o sertão baiano, onde mora atualmente.

Neste ano de 2021, lançou o oitavo CD da carreira, o álbum Boemia Cult, em que interpreta grandes sucessos já consagrados da música romântica, além de alguns bregas clássicos.


O poeta, que mora na Fazenda Humaytá em Curaçá da Bahia, tem o nome de batismo de Luiz Carlos Forbrig. Quando foi para o sertão, passou a ser chamado de Luiz do Humaytá, contemplando, assim, esta peculiaridade, típica do sertanejo, de incorporar um adjetivo de identificação aos nomes.


O cantador é natural de Jabuticaba Velha, pequeno distrito de Palmeira das Missões, no interior do Rio Grande do Sul. Com os pais Anoly e Guilhermina, aprendeu a veia musical: a mãe era puxadeira dos cantos religiosos na igreja católica e o pai, tocador de gaita de boca.

DISCOGRAFIA CDs

2012 ‡ Acústico

2014 ‡ Pé de Chão

2015 ‡ Luiz do Humaytá Canta Músicas Gaúchas

2016 ‡ Luiz do Humaytá e Forró Avulso – 5 Anos de Estrada

2017 ‡ Luiz do Humaytá Avulso

2019 ‡ Decanto o Sertão

2020 ‡ Luiz do Humaytá ao Vivo

2021 ‡ Boemia Cult

71 98869-4488 74 99914-8813 Luiz do Humaytá luizdohumayta@gmail.com

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POETISA E ESCRITORA BAIANA LANÇA LIVRO DURANTE SARAU CULTURAL NO CASARÃO/PETROLINA ANTIGA

Um sarau cultural, com palco livre para artistas se apresentarem, seja cantando, tocando, recitando poemas ou mostrando alguma performance artística. Foi assim que a poetisa e escritora baiana, Hosana Heitz, imaginou um dia o lançamento da sua primeira obra literária. 

A realização deste sonho vai acontecer no próximo dia 13 de novembro no bar e restaurante O Casarão, em pleno coração da Petrolina Antiga, com a tarde/noite (entre às 17h e 20h) de autógrafos do livro ‘Com cheiro de café amargo’.

Na obra, a advogada que deu um tempo na escrita acadêmica e profissional para se dedicar a poesia e a crônica, propicia em 118 páginas uma leitura para apreciar o gosto de cada sentimento impregnado nas palavras. Conforme escreveu na orelha do livro a escritora e psicóloga Taína Sena. “Com cheiro de café amargo é uma daquelas obras gostosas que a alma se delicia. Ler este livro é ler a alma nua de alguém que sente e vive tão inteiramente, que todo o sentir passa a não pertencer mais aquela que escreve. Se torna nosso”, pontuou.

Hosana Heitz viu o mundo pela primeira vez em dezembro de 1992. Nascida em Teixeira de Freitas, no Sul da Bahia, Só em 2020, ao longo de um intenso sofrimento, a escrita veio como forma de elaborar a dor: assim nasce Com cheiro de café amargo. Em uma de suas crônicas, ela descreve sem piequismo: “...Algo fica para depois, aí preciso escrever mais um pouco. Escrevo para descrever as coisas que me escrevem. Escrevo para transformar em palavras o que não sabe falar. Escrevo, porque preciso inventar as verdades não-ditas, preciso revelar as mentiras escondidas. Escrevo o que não acabou...”, conclui.

Durante o lançamento o público vai conferir ainda a apresentação musical de Chris Araújo. O bar e restaurante O Casarão fica na rua Marechal Deodoro, 969, centro de Petrolina. (87-996760858).

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CONSOLIDANDO A CIÊNCIA EM AÇÕES AMBIENTAIS É O TEMA DA 4º EDIÇÃO CIENTIFICA DO BAIXO SÃO FRANCISCO

A maior expedição científica do Brasil prossegue até o dia  10 de novembro no Rio São Francisco, um dos mais importantes do país, que nasce em Minas Gerais e passa por 507 municípios em seis estados até a foz, em Piaçabuçu-AL. Será a 4ª edição do evento, que neste ano terá como tema “Consolidando a Ciência em ações ambientais no Baixo São Francisco”. O programa terá a participação de 66 pesquisadores, distribuídos em dois barcos laboratórios, cinco lanchas e um catamarã de apoio.

A expedição visa comparar com os resultados das expedições anteriores, que apontaram graves problemas ambientais como comprometimento nos ecossistemas aquáticos, terrestres e de populações humanas. O ponto de partida será o município ribeirinho alagoano de Piranhas.

A edição de 2021 contará com 66 pesquisadores em dois barcos laboratórios, cinco lanchas, catamarã de apoio e de uma produtora premiada internacionalmente, a Vera e Yuri Sanada, que gravará um documentári  chamado Aventuras Produções. Um avião não tripulável fará o mapeamento de toda a região do Baixo São Francisco, contemplada com pesquisas em 35 áreas. O trajeto aquático e terrestre, alvos de pesquisa e de intervenções junto às comunidades ribeirinhas, contempla ainda as cidades de Pão de Açúcar, Traipu, São Brás, Igreja Nova, Penedo e Piaçabuçu, em Alagoas, Propriá e Brejo Grande, em Sergipe.

A interação dos pesquisadores com comunidades escolares ribeirinhas é um dos pontos altos da expedição. “Este ano teremos a instalação de cinco modelos demonstrativos de fossas sépticas biodigestoras com reuso de água para plantios, além de doação de equipamentos com projetor multimídia (datashow), notebooks e caixas de som para escolas e de 400 kits de material escolar”, antecipa o coordenador. Soares também revela, que estão na programação da edição 2021 a doação de mini tratores a associações rurais, realização de exames de pele e 450 testes RT-PCR, de Covid 19, nas comunidades. Uma ação bucal, a exemplo da edição de 2020, será feita junto aos estudantes das escolas ribeirinhas.

“A expedição científica proporciona ações sociais de inclusão da população ribeirinha e do pescador além da valorização da política agroecológica, educação ambiental, rico e amplo material científico, atraindo os olhares do poder público para a região do Baixo São Francisco”, acrescenta o coordenador, com esperanças de que assim reverta o empobrecimento de espécies e da biodiversidade.

Estes trabalhos são realizados pelas seguintes entidades: Universidade Federal de Alagoas- UFAL, Comitê de Bacia Hidrográfica do São Francisco – CBHSF, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas- FAPEAL, EMBRAPA- Tabuleiros Costeiros, CODEVASF- 5SR, Universidade Federal de Sergipe – UFS, EMATER-AL, Universidade Federal da Paraíba- UFPB, Universidade Federal de Rondônia- UNIR, Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas - SEMARH-AL, Universidade Federal Rural de Pernambuco- UFRPE, Instituto de Pesquisa Renato Archer, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação-MCTI, Marinha do Brasil e Instituto Federal do Ceará – IFCE, Pedreira Triunfo, Agência Peixe Vivo e FUNDEPES.

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