VIRGILIO SIQUEIRA: PORQUE É SETEMBRO

Virgílio Siqueira é um humanista. Segue no viés romântico dos poetas e no abstrato de letras que retratam amores, paixões e realidades sertanejas. Virgilio Siqueira é um dos mais talentosos poetas e escritores brasileiros. Virgílio Siqueira também é compositor, e tem músicas gravadas por Fagner, Xangai, Vital Farias, Dominguinhos, Maciel Melo e Santana. De sua autoria, cantoria, aboio, xote, baião, forró, rock rural e blues com letras que remontam o cancioneiro nordestino. 

Virgílio Siqueira nascido em Santa Cruz da Venerada, Sertão do Araripe, onde passou a infância convivendo com as agruras da estiagem e as esperanças do sonhar. Carrega na alma as belezas do Sertão. Atualmente, Virgílio mora em Petrolina, onde busca inspiração frente à abundância das águas do rio São Francisco.

Virgilio é o autor do livro Cânticos de sol e de chuva. Auto de Natal da caatinga. Um de suas músicas mais conhecidas é em parceria com Maciel Melo, Retinas e Nos Tempos de Menino. 

Aqui Virgilio Siqueira presenteia os leitores com os versos

 PORQUE É SETEMBRO

Permitam-me que vos lembre

Que, novamente, é Setembro

Casulos podem, e devem, explodir em borboletas

Pétalas, polens ao frescor das horas

Do arrebol nascedouro

No suavizado lume do sol da manhã

Abelhas usinando a quintessência

Com a qual adoçaremos nossos beijos

E besuntaremos nossa alma

(Comunguemos com os zumbidos delas)

Num dia qualquer deste mês – numa tardinha

Passearemos ali, pela beira do rio

(Porque é Setembro)

Louvaremos então – silentes – ao espírito das águas

Sem, no entanto, exaltar datas ou crenças

(Só porque é Setembro)

E porque brotaram flores novas em nossos quintais

E porque, na cidade acinzentada

Canteiros receberam promessas de novos encantos

Pode ser que teimosas borboletas

Venham tingir, multiflorindo, pela teimosia

Os ares do abandono instalado ali

Pela indiferença às pétalas

(Não nos parece lógico

Mas há homens que cultuam o cinza das coisas

E não se atêm à cinza do tempo)

Mesmo assim, o canteiro rebrotará e redesenhará a praça

A cidade vicejará, de novo, intensa e acesa

(Porque é Setembro)

.*VIRGÍLIO SIQUEIRA-poeta e escritor

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MÚSICA NESSA ESTRADA DA VIDA, COMPOSIÇÃO DE VALDI GERALDO E APARECIDO JOSÉ, A CAMINHO DOS 40 ANOS

O caminho que liga Exu, Pernambuco, Terra de Luiz Gonzaga ao Crato, Ceará, lugar onde nasceu Padre Cícero é a via das escolhas, das encruzilhadas, da fé, território das forças dos ancestrais, trabalho e dons. As paisagens agem e ardem em eco. 

Quais mãos trabalharam na confecção desse origami? Nesta planície sem fim de cores e sons nasceu, Valdi Geraldo Teixeira, o Neguinho do Forró, morador de Exu, cidadão do mundo.

Sempre é bom lembrar: o grande balaio musical de Luiz Gonzaga tem um exuense. A cada viagem que fazia pela região Nordeste Luiz Gonzaga "descobria", encontrava um compositor. Em Caruaru: Onildo Almeida. Rio Grande do Norte o Janduhy Finizola. Paraíba, José Marcolino, Antonio Barros. Em Pesqueira, Nelson Valença. Campina Grande, Rosil Cavalcanti. Arcoverde João Silva. No Rio de Janeiro encontrou o parceiro Humberto Teixeira, nascido em Iguatu, Ceará. José Clementino, em Varzea Alegre. Zé Dantas, em Pernambuco, para citar alguns destes poetas parceiros que deram Luz a obra e vida do Rei do Baião.

E pertinho dele, ali na curva da Chapada do Araripe, em Exu, na sua terra, Valdi Geraldo, o Neguinho do Forró. Músico, compositor de quem Luiz Gonzaga gravou a música "Nessa Estrada da Vida" em 1984 no disco (LP), Danado de Bom. Neguinho do Forró é um desses talentosos compositores que contribui com o reinado de Luiz Gonzaga. 

Valdi Geraldo é compositor do sucesso da música Nessa Estrada Vida, em parceria com Aparecido José. São 38 anos dessa gravação. Um dos sucessos gravados na voz de Luiz Gonzaga e que até hoje é referência o cancioneiro da música brasileira.

A história conta que ao ouvir a música Luiz Gonzaga teve paixão de primeira. Tarimbado, o Lua, sabia quando estava diante de uma riqueza musical, viu que melodia, ritmo e harmonia são frutos do seu Reinado. Gravou.

Hoje "Nessa Estrada da Vida" é uma das músicas mais interpretadas no cancioneiro brasileiro. Recebeu regravações de Dominguinhos, Jorge de Altinho, Waldonis, fiéis seguidores e discípulos do Rei do Baião.

Detalhe: o disco "Danado de bom" vendeu mais de um Milhão de cópias, contou com a participação de Elba Ramalho na faixa "Sanfoninha choradeira" (João Silva) e Luiz Gonzaga ganha o Disco de Ouro considerado no mundo musical um dos mais belos trabalhos de um artista brasileiro.

Com a morte de Luiz Gonzaga, em agosto de 1989, foi também em Valdi Geraldo que o Gonzaguinha, o poeta da resistência, que por centenas de vezes caminhou nas estradas, visitando lugares e construindo sonhos no pé da serra do Araripe pensando em concretizar o projeto do Parque Asa Branca, Museu Gonzagão. 

Desde 1999, quando conheci, Valdi Geraldo em Exu, tenho o maior respeito e admiração por este artista. Homem de Bem. Alma de cantador. Ele, não vive comercialmente da música. É funcionário do Ministério da Saúde. Na época produzimos uma reportagem para a TV Grande Rio/Afiliada Globo destacando a obra e vida do Neguinho do Forró. As imagens foram do produtor Luciano Peixinho.

Em 2012, Neguinho do Forró, lançou um CD, Alegria e Beleza do Sertão, uma das composições mais belas da música brasileira, que se junta a larva criativa do poeta. Valdi Geraldo cultiva a simplicidade, ou seja, sabe tratar o povo, que tanto Luiz Gonzaga pedia para não esquecer, e valorizar o seu pedaço de terra se fazendo universal.

Valdi Geraldo está marcado para a eternidade e o Brasil poderia ainda em Vida ser mais grato pela trajetória desse cantor e compositor. Caruaru, Pernambuco, através do pesquisador Luiz Ferreira souberam valorizar o artista e ele, em 2014, recebeu o título troféu Orgulho de Caruaru, através do Espaço Cultural Asa Branca do Agreste.

Luiz Gonzaga é citado por todos os compositores como um mestre na arte de sanfonizar as canções. Sanfonizar é um termo criado pelo próprio Luiz Gonzaga. O pesquisador José Teles, afirma que a maioria dos seus parceiros de Luiz Gonzaga não escondem que cederam parceria para o Rei do Baião, porém, geralmente, suavizam a revelação com um argumento: ninguém interpretaria a composição igual a ele. Ou ressaltam o talento de Gonzagão para “sanfonizar” as composições – ou seja, como usava seus dons de arranjador para enriquecê-las.

Nessa Estrada da Vida segue o poeta compositor Valdi Geraldo, o Neguinho do Forró. Poeta dos bons que caminhada na Luz da Chapada do Araripe.

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PROJETO VIVA REIS - SEMENTEIRA DE REISADO REALIZA ENCONTRO DE MESTRES DA TRADIÇÃO

Neste sábado (10), o Movimento Viva Reis realiza o III Encontro de Mestres da Tradição do Reisado do Sertão do São Francisco. Com incentivo do Funcultura, o projeto "Viva Reis – Sementeira de Reisado", é uma proposta de transmissão de saberes tradicionais dos reisados do Sertão do São Francisco, para suas comunidades, possibilitando o surgimento de novos processos relacionados à manifestação cultural.

Para Raimundinha, Mestra do Reisado Herança Viva de Amarina, do Quilombo do Saruê, "É um sonho realizado poder ir na escola ensinar essa cultura que minha mãe cuidava com tanto carinho." O Encontro de mestres de reisados possibilita a troca de experiências e a construção de parcerias para o fortalecimento da tradição que resiste em Pernambuco, e promove a transmissão das memórias dos territórios, da ancestralidade, das identidades do povo que no fazer cultural dos reisados resiste, como afirma Alice Gericó, Movimento Viva Reis.

O encontro reunirá representantes de 13 grupos de reisados em Santa Maria da Boa Vista-PE. Nesta terceira edição, o "reencontro" pós período de isolamento, necessário ao combate da COVID-19, celebra a vida, a resistência e a memória dos mestres da cultura popular. A tradição que nos convida ir ao encontro, colocar-se em caminhada, a persistir e proteger sua memória, reúne seus mestres do Sertão de Pernambuco para oficializar o pedido de registro dos Reisados como Patrimônio Imaterial pernambucano.

Alfredo Neto, coordenador do Movimento Viva Reis, reitera a importância dos encontros e das políticas públicas de cultura para a transmissão e difusão do fazer cultural do povo pernambucano, dos reisados. "No dia 10, o encontro falará sobre esperançar, como nos convida o educador Paulo Freire, esperançar com a experiência da cultura popular, na construção de espaços de diálogos entre os mestres dos reisados, a partir de sua persistência e resistência".

Serviço: Encontro de Mestres de Reisados

Data: 10 de setembro de 2022

Horário: 8h

Local: EREM Padre Maurilio Sampaio, Centro, Santa Maria da Boa Vista-PE.

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EXU, TERRA DE LUIZ GONZAGA COMPLETA 115 ANOS NESTA QUINTA (08)

Nesta quinta-feira (8), o município de Exu, no Sertão de Pernambuco, comemora 115 anos de emancipação política. A comemoração do aniversário da cidade vai contar com três dias de shows e dois dias de vaquejada, que serão realizadas no novo Parque de Vaquejada e eventos Luiz Gonzaga.

No dia 08 de setembro, o município dá início a primeira noite de shows, com atrações como Limão com Mel e Felipe Amorim. Nos dias 09 e 10 de setembro, os shows serão realizados durante a 47ª edição da Grande Vaquejada de Exu. Confira a programação completa dos festejos.

Shows 08/09 (quinta-feira) Felipe Amorim, Limão com Mel, Michele Andrade, Memel Carvalho

09/09 (sexta-feira)Caninana, Ranieri, Pedrinho Pisadinha, Stanley

10/09 (sábado) Vicente Nery, Guilherme Dantas, Gpzin e Serginho Gomes

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BAIÃO VIRAMUNDO, LUIZ GONZAGA COMO FILÓSOFO DO SERTÃO NORDESTINO E DOUTROS SERTANESES É TEMA DE PALESTRA

Nos dias 8 e 9 de setembro será realizado o VI Sertão Filosófico no campus Petrolina da Universidade de Pernambuco (UPE). O encontro do grupo de pesquisa Sertão Filosófico (CNPq) tem como objetivo fomentar o intercâmbio e ampliar a troca de experiências entre professores e estudantes do IFSertãoPE e UPE, bem como entre outras instituições de ensino e a comunidade.

A programação envolve minicursos virtuais e comunicações virtuais e também presenciais. O Grupo de Pesquisa Sertão Filosófico é cadastrado no CNPQ. Este ano, completa seis anos de existência, período em que vem desenvolvendo pesquisas, realizando eventos científicos itinerantes, publicações e atividades de ensino.

Programação Dia 8 de setembro 14h Minicursos Virtuais:

Paulo Jorge Barreira Leandro: Cartografias Selvagens – ensinar e aprender a partir do encontro entre Filosofia da Diferença e a cosmologia Huni Kuin

16h Comunicações Presenciais

Mediação: Cristiano Dias da Silva

Francisco Veríssimo de Souza Melo – Por uma filosofia do sertão

Cristiano Dias da Silva – Aspectos comparativos da lava-jato com a inquisição: uma revisitação a obra O nome da rosa

Ivanildo Alves de Almeida – “Baião de Viramundo” – Luiz Gonzaga como filósofo popstar do Sertão nordestino e doutros sertaneses

Luiz Henrique Pereira de Castro – A Corporeidade da existência: o “Dasein” na pedagogia engajada

19h Mesa de Abertura: Educação Política

Prof. Dr. Rafael Lucas de Lima (UPE) – Política e educação: Uma relação necessária

Prof. Dr. André Ricardos Dias Santos (IFSertãoPE) – Identidades

Prof. Dr. Gabriel Kafure da Rocha (IFSertãoPE) – A filosofia política no ensino médio: experiências de ensino

*Dia 9 de setembro

14 h – Minicursos Virtuais Isabela Castro – Exu nas escolas: saberes ancestrais, identidades e memórias

15 h Comunicações Virtuais Sala 1:

Mediação: José Aldo Camurça de Araújo Neto

Victor Fabiam Gomes Xavier – Experiência e Ensino de Filosofia à luz de Gabriel Marcel

Nilton Guimarães da Silva – A experiência primeira como fonte de conhecimento em sala de aula

Breno Augusto da Costa – História da Filosofia Brasileira: experiência isebiana e realidade atual

Pedro Wilson Nogueira Porto – Historia e Filosofia da História (um debate entre a reflexão e a ação)

Sala 2: Mediação: André Ricardo Dias dos Santos

Francisco Santana de Lima – A dignidade da pessoa humana e o dever de cuidar em Foucault

Márcio Santos de Santana – A categoria Estado no Pensamento Político de João Arruda e Miguel Reale

Cristiano Bonneau – Scholem e Benjamin- alegoria de uma amizade

Sala 3: Mediação: Gabriel Kafure da Rocha

Vinícius Gomes Alves – A estética entre a tragédia grega e o Sertão brasileiro

Paulo Jorge Barreira Leandro – O problema da expressão em Henri Bergson

Valdomiro Alves Pereira – Sensibilização e Representatividade: A cultura pop na sala de aula

Bruno Gonçalves da Paixão – Ideologia, política e alienação numa peça musical de Elomar Figueira Mello

Silvio Takeshi Tamura – "Eu sou a mosca que pousou em sua sopa": Música, arte e filosofia social em Raul Seixas.

17h Mesa de Encerramento (Virtual): Democracia

José Aldo Camurça de Araújo Neto (IFSertãoPE) – A crise da democracia: o olhar crítico da filosofia política contemporânea

Thais Santos Moya (UPE) – Apontamentos sobre a ofensiva reacionária no Brasil recente

Debora Maria dos Santos (UFPE/UESPI) – Democracia na so

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POETA, CANTOR E COMPOSITOR FERNANDINHO COMPLETA 50 ANOS EM CURAÇÁ, BAHIA

Na próxima sexta-feira (16), o município de Curaçá, no norte baiano, vai reunir artistas de várias partes do Nordeste para comemorar meio século de vida do cantor, compositor, gestor de cultura, produtor cultural e permanente militante da inclusão de crianças e adolescentes através da arte, Fernando Antônio Ferreira, o Fernandinho.

A virada cultural de comemoração, com acesso gratuito, começa às 20h, no Teatro Raul Coelho, com um concerto das crianças da Galeota das Artes. Em seguida, o público vai conferir uma sequência de shows com nomes representativos da música baiana e pernambucana a exemplo de Roberto Possídio, Paulo Soares, Mariano Carvalho e Marcone Melo.

O grande encontro artístico cultural, que tem início no teatro e depois segue na parte externa, no Rancho Bar e Espetaria, também vai contar com representantes do Estado do Ceará, Demétrius Cândido e Cícero Tapera, além de Demis Santana, Lucas Santos, Wilson Sena, Josemar Pinzoh, Ailton Nery, Maurício Menezes, Maurício Vidal, Clênio Sandes, Otávio Santana, Zé Hildo, Dedé do Mundo Novo e grupo da melhor idade.

Fernandinho é natural de Barbalha - CE, de onde foi para o Recife, depois para Petrolina, atravessando para Juazeiro, daí para Curaçá, descendo até Abaré. Nessas idas e vindas ribeirinhas, fixou raízes em Curaçá, fez família, filhos, casa, amigos, compromissos e, em seus percursos fez uma de suas maiores riquezas: seus muitos amigos, amigas, artistas, professoras, padres, loucos, apoiadores, produtores, crianças, pais e mães de crianças, vizinhos e admiradores.

Os amigos do artista estão fazendo uma campanha de apoio visando cobrir as despesas com sonorização de dentro e de fora do Teatro, iluminação e ornamentação dos espaços do evento e demais custos correlatos. Aqueles e aquelas que desejam colaborar com este presente podem utilizar o pix: 719.026.784-00 - Fernando Antônio Ferreira. (Fonte: CLAS Comunicação & Marketing)

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PERTO DE COMPLETAR 127 ANOS, PETROLINA MANTÉM RAÍZES E TRADIÇÃO HISTÓRICA DE PRÉDIOS ANTIGOS

Petrolina Antiga, é assim como é chamado o bairro mais antigo da cidade. No espaço, podem ser observadas as ruas do início do desenvolvimento do município.  O local é um conjunto de casas construídas no início do século XX, elas são a prova viva da ascensão econômica da cidade neste período. Por ali funcionou a Usina de Descaroçamento de Algodão; como também o depósito de algodão e mamona que seguiam para as indústrias de fabricação de óleo.

Com o crescimento da cidade, e próximo de completar 127 anos de história, a capital do Sertão do São Francisco mantém suas raízes e a história desse lugar. Atualmente, os prédios com pinturas modernas dão sede para casa de artesanatos nordestinos; restaurantes tradicionais e regionais; e do grupo Matingueiros, conhecido não apenas pela sua criativa de produção musical, que sempre remete às raízes sertanejas e nordestinas, os músicos também produzem coreografias e figurinos que enchem os olhos dos espectadores durante as apresentações.  


 



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