PESQUISADOR CÍCERO ANDRÉ DA COSTA MORAES RECEBE TÍTULO DE DOUTOR HONORIS CAUSA

Neste domingo (13) às 17h), será lançada na cidade do Crato, Ceará, na Sé Catedral de Nossa Senhora da Penha, a face de São Vicente de Paulo, o Patrono da Caridade. "Um sonho que se torna realidade a partir da união estabelecida entre a Diocese de Crato, FUNCAR - Fundação Cariri, FATELL - Faculdade Tecnológica de Limoeiro do Norte e OESSJ-RJ: Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalem, no Rio de Janeiro", diz a professora mestre, doutoranda Antônia Ladislau de Souza. 

Ainda de acordo com a professora que é presidente da Fundação Cariri-Funcar,  a iniciativa é um momento ímpar para a história e a cultura da Cidade de Crato. Professora Antonia Ladislau cita a contribuição de José Luís Araújo Lira cearense de Guaraciaba do Norte, hagiólogo, escritor, professor universitário com mestrado, doutorado e pós doutorado na área do Direito, além de co-fundador da Academia Brasileira de Hagiologia.

No próximo dia 15, quinta-feira, o professor e pesquisador Cícero André da Costa Moraes, receberá a outorga do título de Doutor Honoris Causa. O evento acontece no auditório do Colégio Diocesano do Crato Ceará, às 10hs.

Cícero André é natural de Chapecó (Santa Catarina) e reside atualmente em Sinop (MT). Tem formação em marketing e cursa pós-graduação em metodologia do ensino. É especializado em computação gráfica 3D para as Ciências da Saúde e forense e responsável por mais de 70 reconstruções faciais de Santos, Santas e personagens históricos. 

Cícero publicou dois livros e escreveu diversos tutoriais e artigos voltados a computação gráfica 3D principalmente para iniciantes.

Cícero é integrante do grupo de pesquisas arqueológicas Arc-Team da Itália, membro da Equipe Brasileira de Antropologia Forense e Odontologia Legal (EBRAFOL), Acadêmico Honorário da Academia Brasileira de Hagiologia (ABRHAGI) e Membro Honorário da Sociedad Peruana de Odontología Legal Forense y Criminalística (SPOLFOC). 

Ministrou mais de 100 palestras e 50 minicursos nas cinco regiões brasileiras e outros países participando de eventos como a Campus Party (México e Brasil), a COMTEL (Peru), a Latinoware (PR), a III Jornada de Odontologia e Antropologia Forense na USP e o FISL (RS).

O pesquisador recebeu em 2014  a Comenda Colonizador Ênio Pipino, na cidade de Sinop-MT e em 2015 foi honrado com o título de Cidadão Mato-Grossense oferecido pela Assembleia Legislativa do estado. Ainda nesse ano forneceu 27 reconstruções faciais para a mostra os muitos rostos da história humana apresentada em Pádua na Itália, onde além de dezenas reconstruções voltadas à evolução humana também apresentou as faces de Santo Antônio de Pádua e outras personalidades da cidade.


Além de Antônio, reconstruiu a face de outros seis santos católicos, dentre eles Santa Paulina, Santa Rosa de Lima e de Santa Maria Madalena a partir de um crânio supostamente atribuído a ela, presente em Sain-Maximin-La-Sainte-Baume, França. Junto com um grupo de pesquisas interdisciplinar majoritariamente composto por Médicos Veterinários, criou próteses para seis animais. Dentre os trabalhos mais notórios destacam-se o primeiro bico de um tucano, o primeiro casco completo de um jabuti e o primeiro bico de uma arara, todos impressos em 3D e colocados diretamente nos animais.

Atualmente trabalha com planejamento digital de cirurgias ortognáticas.

O Jornal Vatican News destaca que a reconstrução facial de São Vicente foi feita a partir das fotografias do crânio. 

“Quando eu mostrei ao doutor Cícero esse material - conta José Luís Lira – ele me disse: “Olha, parece que essa pessoa estava preparando o material para uma reconstrução, porque está muito bom, está muito fiel e está muito contextualizada a questão da fotografia”.

O designer 3D Cícero Moraes fala com conhecimento de causa. Ele é responsável por mais de 70 reconstrução faciais, entre as quais 2 Beatos e com esta de São Vicente, 18 Santos.

Cícero André revela que reconstrução facial de São Vicente de Paulo utilizou três abordagens clássicas de aproximação forense, que seria a abordagem russa, americana e inglesa.

"Além disso a gente utilizou um melhoramento que nós estudamos há pouco para o traçado do nariz, baseado em 150 tomografias de indivíduos vivos, que aumentou a precisão dessa região importante da face. A reconstrução facial no geral utiliza duas abordagens: uma é anatômica - por exemplo, a gente coloca os músculos principais do rosto - e a outra abordagem é uma abordagem mais estatística, que entra essa parte da projeção do nariz, dos lábios, o posicionamento do globo ocular dentro da órbita. E a gente também saber qual que é a massa em determinados pontos da face que, lembre-se, a gente tem apenas o crânio. Então dentro desse contexto, não teve nada de diferente nessa reconstrução, nós seguimos a metodologia clássica".

O pesquisador diz que o grande diferencial desse projeto é que ele nasceu de um âmbito puramente digital. 'Nós tomamos fotos que foram tiradas na década de 1960, extraímos a parte do crânio que aparece nessa foto, o que resultou imagens de média resolução". 

"Essas imagens - mais ou menos umas seis ou sete do crânio de posições diferentes -, elas foram enviadas para oito especialistas da área de medicina e odontologia - majoritariamente no campo forense -, eles observaram sem saber de quem se tratava e identificaram, a partir dessas imagens, alguns aspectos que permitiram a reconstrução facial, como por exemplo, o sexo do indivíduo – masculino -, a idade avançada, ancestralidade europeia e algumas deficiências, como por exemplo, a deficiência na parte da maxila, e uma leve projeção da mandíbula, o que definiria a classe 3 de prognatismo mandibular. E com esses dados todos extraídos de um campo puramente digital, foi possível saber que imagens de média resolução permitem esse tipo de abordagem, o que pode evoluir, até por uma inteligência artificial futura, onde você faz várias fotografias de um crânio e a própria inteligência já consegue identificar aspectos de quem foi esse indivíduo e pode ser muito útil em campos onde tem muitos crânios e uma visualização puramente humana seria inviável. Então a grande evolução é nesse contexto, a participação de todos esses especialistas, que culminou na publicação de um capítulo de livro, onde nós explicamos todo o processo, desde o início em 2015, até a apresentação".

Cícero enfatiza que o mérito de idealizar e viabilizar a reconstrução é do doutor José Luís Lira, mas que teve a honra de participar na etapa inicial e “angariar também a participação desses oito especialistas que vieram posteriormente a fazer parte desse projeto. Então foi um projeto único nesse sentido, bem documentado, e que vai permitir, talvez, desdobramentos futuros bem interessantes no campo da área forense, da medicina forense e da inteligência artificial”.


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