PESQUISADORES DA USP SE SURPREENDEM COM A QUANTIDADE DE LIXO A 200 KM DA COSTA BRASILEIRA

Pesquisadores da USP que investigam espécies do fundo do mar na costa brasileira fizeram uma descoberta espantosa e preocupante.

Barata do mar, peixe-bruxa, tubarão lanterna: espécies que vivem em águas onde a luz do sol não chega, entre 200 e 1.500 metros de profundidade. Foi para identificar a fauna marítima de uma área remota dos oceanos que, durante dois anos, pesquisadores da USP fizeram expedições em dois pontos a 200 km da costa brasileira.

Pesquisadores do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) encontraram lixo nas profundezas da costa brasileira. A ideia era inicialmente analisar a vida marinha em locais profundos do oceano, utilizando uma espécie de rede de pesca para coletar material a 200 a 1.500 metros de profundidade.

No entanto, eles encontraram mais de 13 quilos de lixo em 28 dos 31 locais analisados da costa sudeste do Brasil, próximo dos estados de São Paulo e Santa Catarina.

A quantidade de lixo encontrada surpreendeu, como explicou a pesquisadora do Laboratório de Diversidade Ecologia e Evolução de Peixes, do Instituto Oceanográfico da USP, Flávia Matsumoto.

Entre o material coletado, a maior parte foi plástico; seguido de tecidos e também metais de latas de alimento. Em alguns casos, eram materiais de fabricação da Grécia, Itália, Estados Unidos ou África do Sul, que podem, segundo os pesquisadores, ter sido jogado ao mar por navios ou lixo que pode ter vindo dos rios.

Flávia disse que o grupo ainda vai analisar as consequências desse lixo para a vida marinha das profundezas do oceano.

Para tentar reverter ou minimizar, a pesquisadora ressaltou a importância de campanhas de conscientização para que a população não jogue o lixo que tenha destino o mar. Mas, ela também ponderou a dificuldade de fiscalizar navios em alto mar. 

Marcelo Melo, professor do Instituto Oceanográfico da USP,  destacou que “Uma coisa que é essencial é fazer uma parte de educação ambiental, tanto nas pessoas que moram, despejam lixo próximo ao litoral, nas prefeituras, quanto essa parte também de educação, fiscalização, das embarcações que frequentam essas regiões. Para que as pessoas se conscientizem que o mar não é um lixão onde o lixo deve ser despejado”.

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