CANTOR E COMPOSITOR PETRUCIO AMORIM TEM HISTÓRIA DE VIDA E OBRA CONTADA EM LIVRO

Das mais de três décadas de carreira que Petrúcio Amorim acumula, em cerca de um terço do período ele participou de inúmeras conversas com sua biógrafa, Graça Rafael. O resultado dos vários e longos depoimentos será conhecido no livro Petrúcio Amorim - O Poeta do Forró. 

Previsto originalmente para 2015, quando Petrúcio completou 30 anos de palco, o livro acabou não sendo finalizado a tempo da efeméride. “Foram dez anos e dez meses de muito cuidado e muito zelo”, diz Graça Rafael, que se considera uma "forrozeira nata". Caruaruense como o biografado, ela aventou a ideia de escrever sobre o músico por sugestão da filha, Raffaela, em 2004. A princípio o artista não gostou tanto do projeto, por se achar jovem para ser biografado, mas depois abraçou a sugestão e passou a se reunir periodicamente com a escritora para os depoimentos.

Além do personagem principal da obra, a autora conversou com cerca de 50 pessoas, entre amigos, familiares e músicos, a exemplo de Cristina Amaral, Irah Caldeira, Jorge de Altinho e Novinho da Paraíba. O forrozeiro Santanna assina o prefácio.

"Ele contou toda a história, sem qualquer reserva", diz a autora, que diz ter se emocionado diversas vezes enquanto o músico recordava sua trajetória, desde a infância humilde.

 "Teve dias que a gente chorou junto", lembra, sem revelar em quais passagens isso ocorreu. Filho de um marceneiro e uma costureira, Petrúcio nasceu bastante debilitado, uma gestação conturbada e complicações decorrentes, provavelmente, da subnutrição da mãe, Dona Hermínia. O pai, Antônio, abandonou a família quando o garoto ainda era pequeno, agravando ainda mais a situação financeira no lar.

Aos 17 anos, saiu da modesta casa na Rua do Vassoural, no bairro do Alto do Vassoural, em Caruaru, e partiu para o Recife, para trabalhar como ajustador mecânico, ofício aprendido em curso profissionalizante do Senai, onde também chegou a integrar o time de futsal. Em 1980, deu os primeiros passos da carreira musical, quando conheceu Jorge de Altinho e apresentou algumas composições próprias, que seriam depois gravadas pelo forrozeiro, então um estreante. Cinco anos depois, Petrúcio Amorim lançaria o álbum inaugural, Doce pecado, que mesclava rock, xote, baião e afoxé.

Influenciado por músicos como Elba Ramalho, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Fagner e Zé Ramalho, Petrúcio Amorim teve melhor sorte como compositor, sobretudo a partir dos anos 1990, quando teve músicas gravadas por bandas como Mastruz com Leite, Cavalo de Pau e Limão com Mel. O sucesso na voz de outros artistas ajudou a engrenar a carreira de intérprete na metade daquela década.

"É quase como uma regra, todas as músicas dele contam uma história", diz a autora sobre o caráter autobiográfico das composições do forrozeiro, que ela considera com diferencial e razão para despertar emoção entre os ouvintes.


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