O jornal O Globo, Rio de Janeiro, destacou o
Programa Nova Semente.
São 124 creches, 7.147 crianças atendidas das 6h da
manhã às 18h e 300 livros à disposição em cada unidade. Há três anos, o cenário
na cidade de Petrolina, com 319 mil habitantes, onde impera a fruticultura,
principalmente de uva e manga, era diferente.
Com inauguração de uma creche quase que
semanalmente, o número de unidades para atender às crianças subiu de 23 para
124 e continua aumentando. A cidade ganhou uma creche que
funciona 24 horas.
Fugindo do padrão estabelecido para construir e
manter creches, o prefeito Julio Lossio, do PMDB, contrariou os manuais de
administração pública e usa dinheiro até das mães para manter as unidades.
- A meta é trabalhar pelas novas gerações. Fugimos da burocracia. Mas se
esperar para construir creches, vai demorar um século. Não temos tempo e nem
dinheiro.
No programa Nova Semente, as unidades são pequenas
e atendem a, no máximo, 60 crianças de 0 a 6 anos. As casas, dentro das
comunidades carentes, são cedidas ou até alugadas pelas mães que se cotizam
para ter o serviço perto de casa:
- As creches têm que funcionar dentro das
comunidades. As funcionárias também têm que ser de lá.
O caso de Petrolina está servindo de exemplo. Há
comitivas de prefeitos e especialistas para ver como multiplicar creches em
pouco tempo. Além das críticas dos órgãos de controle que alertam sobre o
modelo de gestão das creches, geridas por organizações sociais privadas, as
pedagogas reclamam da formação das cuidadoras. Elas têm ensino médio completo e
a coordenadora tem formação superior. "Estamos fazendo convênio com institutos técnicos
para treinar as cuidadoras" - afirma o prefeito.
Já houve reflexo no mercado de trabalho. Cresceu o
emprego formal na fruticultura, que contrata mais mão de obra feminina. De 2008
a 2012, houve alta de 19% no total de mulheres empregadas. - "Os empresários têm elogiado. As funcionárias
faltam menos "- diz Lossio.
Fonte:
Jornal O Globo
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