Canal do Sertão é discutido na Assembléia Legislativa em Recife

Uma audiência pública realizada no anexo I da Assembléia Legislativa em Recife, reuniu representantes da sociedade civil, poder executivo e legislativo de mais de 10 cidades do sertão pernambucano, para discutir sobre as alterações feitas no projeto de abastecimento hídrico chamado Canal do Sertão. A audiência foi uma reivindicação da Comissão criada pela população do Araripe, que luta pela construção completa do canal.

A sessão foi presidida pelo deputado estadual Raimundo Pimentel, responsável pela Comissão especial de acompanhamento das medidas de enfrentamento à seca e obras estruturadoras do semiárido. Na ocasião, Guilherme Coelho, defendeu a proposta original do Canal do Sertão de Pernambuco, que beneficiaria mais de 17 municípios.

“Não pode se passar um governo com 10 anos sem fazer um hectare de irrigação, e ser batido palmas. E de vez em quando eu fico me perguntando como é que esses índices de popularidade do governador, do presidente da república são tão altos, se não fazem nada por nossa região, a não ser o ‘Bolsa Família’ e o resto de uma migalha de alguma coisa”. 

Coelho também expôs o seu descontentamento sobre o crescimento isolado de Petrolina diante o sofrimento e estagnação de cidades próximas.

“Porque é que Petrolina tem [irrigação] e o Araripe não tem? Está na hora do Araripe ter, já passou da hora! Eu não estou feliz como sendo de Petrolina e vejo pessoas que cresceram com irrigação, e os nossos amigos do sequeiro continuam lá, pobres. Eu não conheço ninguém que produz no sequeiro que tenha prosperado de vida, e nem vocês conhecem, porque o sofrimento os acompanha do acordar ao anoitecer”, concluiu.

A audiência pública, que não contou com a presença de representantes do Ministério da Integração Nacional e nem da Codevasf, previamente confirmadas, estabeleceu ações que devem ser tomados pelos grupos envolvidos. Uma destas é lutar para interromper o andamento do projeto do Canal do Sertão no modelo reduzido, que se encontra atualmente em fase de licitação para construção do seu trecho inicial.

Guilherme Coelho defende a implantação integral do Canal do Sertão, que beneficiaria cerca de 139 mil hectares irrigáveis, em 17 cidades da região, a saber: Dormentes, Santa Filomena, Santa Cruz, Ouricuri, Parnamirim, Ipubi, Granito, Exú, Bodocó, Araripina, Moreilândia, Trindade, Petrolina, Afrânio, Cedro, Serrita, Casa Nova – esta última na Bahia.

Com a alteração proposta pelo Governo Federal, o Canal do Sertão passa a ter apenas 40 mil hectares, e quatro cidades contempladas (Casa Nova, Petrolina, Santa Cruz e Santa Filomena), excluindo todo o Sertão do Araripe do projeto (Araripina, Trindade, Ipubi, Ouricuri, Bodocó, Exú, Granito e Moreilândia).

Texto e Fotos: Ricardo Alves / Assessor de Imprensa
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