Independentemente do resultado a ser conhecido na próxima quinta, a
paraibana Lucy Alves, que virou uma espécie de símbolo da Paraíba para o Brasil
este ano, já ganhou o The Voice.
Ao conquistar artistas e anônimos, crítica e público com seu talento musical
renascentista, Lucy, que sozinha vale por toda uma orquestra, já pode declarar:
“Vim, vi e venci”.
Nem precisa mais do título final, embora aposte que ela o terá, nem mesmo da
premiação em dinheiro ou da gravação de um CD.
Lucy já foi premiada com uma voz pujantemente doce e carinhosamente forte,
com uma aptidão instrumental variada e um carisma que constrange a beleza, além
de uma ligação com a música que a faz adúltera da própria vida.
Concurso algum, nem mesmo um da Globo, dará mais do que isso a ela.
Lamentável, pra não dizer criminoso, declarar que o The Voice descobriu o
talento de Lucy. Blasfêmia. Lucy e todo seu clã já respiravam talento há muito
tempo.
Aliás, eis a maior lição que a ascensão nacional de Lucy nos deixa. Muitas
vezes temos um talento ao nosso lado, indo aos mesmos restaurantes que a gente,
morando na mesma rua, dividindo o mesmo escritório, mas não nos damos conta. E
é preciso que alguém de fora diga o quanto ela vale para que, de repente, com
ar de surpresa, constatemos: “Ela é genial!”.
Quantas vezes fomos a um show do Clã Brasil? Melhor: quantas vezes pagamos
para ir a um show do Clão Brasil pra ver Lucy antes do The Voice?
Minhas homenagens aos paraibanos que deram a Lucy o reconhecimento que ela
sempre mereceu antes mesmo do The Voice. E que um dia deram o próprio dinheiro
para assistir a um show do Clã Brasil.
Com quantas Lucys ainda estaremos convivendo sem nos dar conta? Quantos
ingressos de paraibanos deixamos de comprar para dar lucro aos seus shows?
Quantos talentos deixamos de financiar aqui porque nossos olhos estão voltados
para tudo que termina em “S” ou que usa “T” como “CH”?
Assim como Elbas, Zés e Chicos, pra ficar apenas na música, Lucy desbrava os
mares de um sucesso que hoje está se aproximando em volume e forma ao tamanho
do oceano do seu talento.
E que a Lucy que o Brasil conhece agora dê a ela o valor da Lucy que
demoramos pra conhecer.
Fonte: Blog LuizsTorres-PB
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