CRISE COM CORONAVÍRUS JÁ PREOCUPA EXPORTADORES DE FRUTAS EM JUAZEIRO E PETROLINA

Com o avanço do novo coronavírus pelo mundo, as preocupações quanto aos impactos na economia global se elevam por parte de investidores e dos governos, principalmente devido à possibilidade de uma recessão. Embora os reflexos ainda sejam indefinidos, várias instituições têm reduzido as perspectivas de crescimento mundial.

Na China, onde a doença se originou, os efeitos são ainda mais intensos: a interrupção das atividades industriais, comerciais e de serviços, afeta não só a atividade econômica, mas também o consumo. Caso este cenário se mantenha, as exportações brasileiras de frutas podem ser afetadas.

Isoladamente, a China não se caracteriza como grande compradora das frutas brasileiras no mercado internacional. No entanto, há de se considerar que países concorrentes nos envios de frutas ao país asiático podem ter seus embarques limitados. A solução? Destinar as exportações a outros demandantes, os quais podem ser concorrentes diretos do Brasil.

A redação deste Blog Ney Vital obterve a informação que as exportações peruanas de manga à China, por exemplo, estão paralisadas. Segundo notícia do portal Fresh Plaza, este cenário preocupa produtores locais, já que, em 2019, cerca de 10 mil toneladas da fruta foram enviadas a este destino. A solução, enquanto os embarques não são normalizados, está em intensificar a exportação para outras localidades, especialmente para países da Europa – principal destino das exportações de frutas brasileiras.

O maior impacto à fruticultura exportadora do Brasil, Para muitas frutas, este impacto ainda é incerto, já que o período de maiores exportações nacionais é o segundo semestre, como é o caso da uva, melão, melancia e da manga. Contudo, colaboradores do Hortifruti/Cepea já têm relatado certa redução da demanda internacional por manga e lima ácida tahiti (sendo que, para a segunda, o principal período de envio é justamente o primeiro semestre).

Este também é o caso da maçã, cujos impactos podem ser maiores, já que o primeiro semestre é o principal período de comercialização. Neste ano, especificamente, a elevada oferta de frutas miúdas (preferidas nos principais destinos da maçã brasileira) trazia boas expectativas quanto aos envios em 2020.

Vale lembrar que, além das questões comerciais, outro fator que pode impactar nas exportações de frutas do primeiro semestre é a chuva mais frequente nas principais regiões produtoras do Brasil, em especial no semiárido, responsável pela maior parte dos envios brasileiros. Recentemente, as chuvas já afetaram a qualidade de melões, melancias, mangas e uvas, o que também impactou os embarques internacionais.

No Vale do São Francisco, Juazeiro e Petrolina, as exportações de frutas para os Estados Unidos e Europa ainda seguem com certa normalidade, segundo relatos de produtores e profissionais.

Na região, não há casos de coronavírus. A prefeitura de Petrolina e Juazeiro já divulgaram o protocolo com medidas de contenção da doença, como restrições de eventos com mais de cem pessoas, quarentena de sete dias para pessoas oriundas de outros países e suspensão de férias de servidores.

Reuniões de cooperativas foram canceladas, e a diretoria de algumas delas estão se reunindo para decidir as medidas que serão adotadas nas indústrias para evitar a disseminação da doença e para que as atividades não sejam afetadas.
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