SANFONEIROS SEM TRABALHO COBRAM DAS AUTORIDADES UMA SOLUÇÃO PARA O SETOR CULTURAL

Em Juazeiro e Petrolina centenas de sanfoneiros e músicos "estão sem trabalhar e preocupados com o tempo que a crise vai levar até que a economia da cultura volte a garantir o pão de cada dia". Os sanfoneiros planejam pedir um apoio as autoridades de Juazeiro e Petrolina na busca que os prefeitos e deputados possam garantir uma solução para o setor cultural.

"Na região de Juazeiro e Petrolina são centenas de sanfoneiros, músicos e todos estão parados. Pela primeira vez a industria que Luiz Gonzaga, deixou, os tocadores de sanfona, triangulo e zabumba estão sem trabalhar". O comentário é do sanfoneiro Manoel Paixão.


"Tem sanfoneiro que não sabe nem é o que é recessão. Bares e restaurantes, empresas da área cultural começa a fazer seus cálculos para pagar as contas. As autoridades precisam ter uma solução, é uma urgência não só no Brasil", avalia Manoel Paixão.


O empresário e sanfoneiro Luiz Rosa disse que através da Casa dos Artistas a pretensão é criar uma Associação dos Sanfoneiros do Vale do São Francisco e norte da Bahia, para que assim os músicos possam ter um aparo jurídico e profissional mais qualificado para a classe artística.


De acordo com os sanfoneiros antes do Coronavírus já era devastador o impacto que medidas governamentais tem sobre o setor cultural e a falta de políticas voltadas para salvaguardar e incentivar um setor que já vinha acusando dificuldades decorrentes da falta de maior apoio em todas as esferas do poder público

Um dos exemplos que pode ser seguido é a tomada pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). Dino anunciou através das redes sociais que o estado vai lançar um edital especial para apresentações de artistas pela internet durante o surto de coronavírus.


De acordo com o governador, o objetivo do edital é movimentar o setor econômico de eventos culturais durante a pandemia.


“Um dos setores econômicos que já paralisou foi o de eventos culturais. Para apoiar os artistas profissionais do Maranhão, faremos um edital especial para apresentações via internet. Bom para a economia da cultura, bom para nossos corações que tem fome de beleza”, escreveu Dino no Twitter.


Outro exemplo é do governador Camilo Santana que anunciou durante live no Facebook, a abertura do edital “Cultura Dendicasa”. O objetivo do projeto é incentivar, por meio de programação artística nos meios digitais, a permanência da população em casa durante o decreto de quarentena no Ceará para enfrentamento ao novo coronavírus (Covid-19). 


Segundo Camilo, o edital, que será lançado oficialmente nesta segunda, 23, também auxiliará a classe artística durante a paralisação das atividades no Ceará.



“Queremos criar programação para quem está em casa e garantir remuneração para esses artistas, para que possam ter alguma renda. É uma inovação” afirma. A programação digital poderá ser conferida nas redes sociais e no site oficial do governo.

A crise gerada pelo Covid-19 pode aumentar o número de desempregados em quase 25 milhões, segundo estimativa da Organização Internacional do Trabalho (OIT), e uma perda de rendo do trabalhador de 3 trilhões de dólares.


Manoel Rodrigues Paixão, 46 anos, nasceu em Afrânio, Pernambuco. Mora em Petrolina. Apaixonado por sanfonas é tocador desde os 12 anos. Possui o dom cada vez mais raro no Brasil e em especial no Nordeste: conserta e afina sanfonas.


O profissional da sanfona tinha sempre agenda cheia durante todo o ano, e em especial no Período junino. Manoel Paixão herdou do pai os ensinamentos sobre o instrumento, que já veio do avô e irmãos. "O importante agora é ter paciência. Por enquanto fica em casa. Estudando, aperfeiçoando o aprendizado e lógico buscando soluções para os problemas e as contas a pagar", diz.


Quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o surto da Covid-19 como uma pandemia e o Brasil e o país caminha para a estagnação e irá crescer próximo de zero, 0,02%, em 2020. Já os mercados e instituições privadas estimam números bem mais pessimistas. Segundo previsão da Fundação Getulio Vargas (FGV), a economia brasileira poderá ter contração de 4,4% em 2020, com riscos de a atividade ainda sentir efeitos negativos “significativos” até 2023.


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